No capítulo anterior de Vagabundo Confesso: Eric desperta na casa de Reynaldo. Lá ele recebe conselhos preciosos de Rey e ainda sabe do p...
No capítulo anterior de Vagabundo Confesso: Eric desperta na casa de Reynaldo. Lá ele recebe conselhos preciosos de Rey e ainda sabe do paradeiro da Susana Werner. Logo após, inicia a Jornada...
Como me disseram, eu tinha que esquecer tudo lá fora. Eu teria que me entregar aos caprichos das ruas, teria que se misturar ao povão de São Paulo.
Isso era tudo completamente novo para mim, a vida era dura nessas ruas, toda noite era sofrida. Abstive dos recursos financeiros que tinha. Isso tornou pra mim, cada refeição um presente.
Dia após dia, eu a procurava..., e com o passar do tempo eu me distanciava mais de tudo que eu fora antes. Eu me sentia perdido, caçando um fantasma que nunca poderia encontrar.
Eu não estava nem um pouco preparado para tudo que avistava; por todos os lados eu via apenas crimes impunes, eu queria fazer algo, qualquer coisa, mas só não sabia por onde começar. Quem poderia proteger aquela gente? quem os oprimia?
(Continuação Insana)
Eric continuará sua jornada? Qual seu verdadeiro passado? Quem matou os mendigos? Que caminho ele deve tomar? Onde está Carla? Não perca o próximo capitulo do Vagabundo Confesso em 7 de Junho.
Vagabundo Confesso
Capítulo 5: A Jornada - 2º Parte
Autor: O Varão
Escritura e revisão gramatical: Hubner Braz
Colaborador: O Divino
Depois de ouvir aquelas palavras, iniciei a jornada...
Eu, na Avenida Paulista... Onde tudo começou..., lembranças da conturbada noite que passei aqui numa típica passagem de ano veio à tona...
A paixão, o abandono, as amizades, as pancadas o socorro, foi o que ocorreu naquele fim de ano... Mas estava disposto a encontrar o meu passado.
As pessoas... Bem, elas me conhecem como Vagabundo Confesso. Por quê? porque para ser vagabundo tive que batalhar muito. E consegui isso, quando fui adotado, meus “pais” me deram recursos e eu soube valorizar. Foram dias e noites a fio estudando e trabalhando. Hoje, tudo que possuo incluindo os bens, imóveis e a empresa, dão o meu pão de cada dia. Mas algo faltava!
As pessoas... Bem, elas me conhecem como Vagabundo Confesso. Por quê? porque para ser vagabundo tive que batalhar muito. E consegui isso, quando fui adotado, meus “pais” me deram recursos e eu soube valorizar. Foram dias e noites a fio estudando e trabalhando. Hoje, tudo que possuo incluindo os bens, imóveis e a empresa, dão o meu pão de cada dia. Mas algo faltava!
E Para encontrar o meu verdadeiro passado, disseram que eu teria que abandonar a vida que conhecia, até meu lar e todas as lembranças que me eram tão eternas.
Como me disseram, eu tinha que esquecer tudo lá fora. Eu teria que me entregar aos caprichos das ruas, teria que se misturar ao povão de São Paulo.
Isso era tudo completamente novo para mim, a vida era dura nessas ruas, toda noite era sofrida. Abstive dos recursos financeiros que tinha. Isso tornou pra mim, cada refeição um presente.
Dia após dia, eu a procurava..., e com o passar do tempo eu me distanciava mais de tudo que eu fora antes. Eu me sentia perdido, caçando um fantasma que nunca poderia encontrar.
Eu não estava nem um pouco preparado para tudo que avistava; por todos os lados eu via apenas crimes impunes, eu queria fazer algo, qualquer coisa, mas só não sabia por onde começar. Quem poderia proteger aquela gente? quem os oprimia?
Fazia quatro meses que não pisava por estas redondezas, resolvi andar ela toda, ida e volta, as ruas que cortam a Paulista são verdadeiros centros financeiros: Brigadeiro, Augusta, Consolação, Rebouças... 2.700 metros de emoções e pulsações, para quem não conhece está importante avenida se chocará ao ver grandes diversidades de povos, etnias, culturas e pontos turísticos que existem por aqui.
Um fato interessante é quando cheguei a Rua Augusta, ela é dividida em duas, a Alto Augusta e a Baixo Augusta. A parte baixa é tomada por prostitutas, lésbicas, gays, viciados, casas de stripper, bares decadentes, travestis, andrógenos, gente estranha. Já a parte alta é formada por patricinhas e playboys tomando café e querendo pagar de super Cult com alguns artistas, atores e cantores falidos. Perdoem-me os assíduos do lugar, mais a imagem que tenho dessa rua é a abundância de orgia, aqui transpira sexo e pó, qualquer que se aventurar por aqui sairá trincado sem nem ter olhado por lado. Definitivamente me encontrava no lugar errado.
Pensei na Susana Werner, onde ela estaria neste exato momento? Se ela estivesse aqui me ajudaria bastante. Já estava anoitecendo, e não tinha pistas de nada. Começou uma garoa fina e precisei me proteger. Corri para baixo do viaduto, a essa altura, cada espaço lá era disputadíssimo.
Muitos moradores de rua, usuários de droga, mendigos e prostitutas se protegiam da chuva... Alguns faziam do papelão a sua própria cama, outros tinham como único e fiel amigo um vira-lata e a maioria tinham medo do amanhã.
Escolhi um cantinho para encostar e fiquei por lá, um dos mendigos me ofereceu um pedaço de pano para proteger-me do frio. Este gesto fez minha mente viajar ao Rio de Janeiro e lembrar o quanto admirei aquela frase espalha pelos viadutos, “gentileza gera gentileza”.
Perguntei o nome dele, ele disse José. Muitos pensam que essas pessoas não têm identidade, são indigentes. Mais eles não são! Falei o meu nome a ele, disse que poderia me chamar de Eric. E ali, iniciou-se uma nova amizade.
Ele relatou sobre a sua vida, como ele veio parar nas ruas paulistanas...
- Eric, eu era um empresário bem sucedido, morava em Goiânia com toda minha família, tinha amigos entre eles, Wagner e Roberto os mais chegados da família.
- José, que vida! Mas por que você veio parar aqui?
- Sabe por que vim parar aqui? Porque esses dois amigos mais chegados invadiram um prédio abandona de uma clinica médica. Encontraram um equipamento que continha chumbo, e como o metal é valioso eles queriam vender no ferro-velho e ganhar muito dinheiro. E foi o que fizeram, venderam para o Devair, que por sua vez conseguiu desmontar por completo e encontrou um tipo de areia brilhante. Levou para sua família e todos ficaram admirados.
- Nossa! José, mas o que isso tem haver com sua vinda pra cá? Que areia brilhante era aquela?
- Calma Eric, explicarei a ti... Essa areia brilhante era o césio 137 usado naquele equipamento para fazer radioterapia, por isso que a sua proteção continha chumbo. Quando todos foram saber o que eram, já era tarde demais. Aquilo contaminou aproximadamente 600 pessoas inclusive a minha esposa e meus dois filhinhos.
- Meu Deus, que triste... Você não se contaminou?
- Não! Porque eu estava viajando, tinha ido ao Rio de Janeiro fechar novos negócios com outros empresários. Mais infelizmente a minha família não foi comigo e conseqüentemente contaminou-se. Sabe aquela dor que de vez por outra, vai e vem. Ainda doe muito, bem aqui. (apontava para o seu coração)
- Que tragédia. Lamento muito... Mas quando aconteceu, José?
- Este fato ocorreu em 1987, à coincidência ficou por conta de outra tragédia. O mundo, um ano antes, ficou perplexo com o acidente na usina nuclear da cidade ucraniana de Chernobyl, mas no Brasil este acidente era uma realidade muito distante. Porém, um ano depois, o acidente próximo a minha casa provaria o contrário. Quando entramos em janeiro de 1988 perdi a minha familia por causa do câncer proveniente da radiação.
- É José, esta história é de arrepiar. Então é por isso que está aqui?
- Não Eric, o pior ainda estaria por vim... Depois que fiquei só neste mundo, os meus negócios foram afundando, tudo porque se instaurou no Brasil um ambiente de pânico, medo, preconceito e desinformação. Não conseguia vender meus produtos em outros estados brasileiros, e também não era aceito no meio dos meus próprios amigos. Não podia sair da cidade, tentaram me isolar do mundo, de todos. Então tomei uma decisão, viver como andarilho errante. E aqui estou eu ao seu lado relatando isso. Que um dia essas palavras possam virar um livro e as pessoas venham conscientizar sobre o perigo do preconceito.
- José, tudo que me dizeste vez lembrar-me das vítimas do terremoto seguido de tsunami que devastou o Japão no dia 11 de março deste ano onde provocou muitas mortes e contaminação radioativa, por causa da estrutura abalada da usina nuclear de Fukushima Daiichi. Você não é o único que perdeu a família, eu também perdi a minha...
(Pausa Insana)
Flashback do Vagabundo Confesso.
Hoje observei um casal trocando carícias debaixo da amoreira, o estranho é que meu estômago se agitava ao olhar aquele lindo romance na rua em plena luz do dia. Ficava pensando, como pode alguém se amar tanto assim. Eu tinha minhas provações, decepções e tribulações quando se tratava de amor, por isso estou muito pessimista sobre o assunto. Até tendei se afastar dos possíveis amores demonstrados pelas meninas; o porquê de eu não querer, simplesmente não queria passar por outra dor de cabeça.
Um dia, senti-me totalmente pra baixo e chorei na minha solidão. “Como pode ninguém me amar?”
De repente, minha mãe veio e colocou um copo de chocolate quente no meu quarto. Eu não apenas reconheci, Mas percebi que alguém me amava há tempos.
Qualquer outro amor não é nada comparado ao amor de uma mãe. Ao amor de minha mãe. Você pode perguntar: “O que há de tão especial sobre o amor de sua mãe”? Bem, ela foi surpreendida com câncer de mama. A família disse para ela não ligar pra ninguém e sim aproveitar a vida como vez meu pai que morreu pelo mesmo motivo.
Diziam eles: “Não dê a mínima pra nada. Faça isso para si mesma será melhor. Não se preocupe com nada.” No entanto, não importa quão doente ela estava. Ela ainda mostravá-nos que nos amava de uma forma mais trivial e incondicional que já vi. Ela abraçou a nossa causa, as necessidades diárias.
Abraçou de tal maneira, que ela tinha que ter certeza que teríamos o café da manhã prontinho quando nós acordássemos; tinha que ter certeza que teríamos dinheiro nos nossos cofrinhos de porco para que posássemos ter um tempo de diversão com os amigos.
Ela perdia muito tempo durante as sessões de quimioterapia. Eu queria acompanhá-la, mas depois de discutir com ela por horas a fio, ela não quis que eu fosse junto. Por quê? Porque ela queria que eu me divertisse com meus amigos. Ela queria que eu gozar-se da minha juventude enquanto ela ainda dura.
Minha mãe se sacrificou muito por mim. E isso foi bem antes de o câncer abatê-la e durante o mesmo ela continuou fazendo com tamanho ímpeto. Só quando somos colocados em tempos difíceis como estes, então notamos quantas bênçãos tem ao nosso redor, embora possa ser tarde demais.
Então agora, sempre que vejo beijos e abraços no meio da rua, eu não sinto vergonha porque eu não tenho um amor daquele, ao contrário, eu tenho o melhor amor do mundo que era pra ser conhecida pelo homem.
O amor de mãe.
Lembre-se em amar aqueles que fazem parte da sua vida e reconhecer o amor que eles dão...
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(Continuação Insana)
O relógio da praça apontava pra 2 horas da manhã. O cansaço era grande, foi fácil para adormecer, cai no sono como uma pedra. Quando derrepente tiros foi disparado perto de mim, ao abrir meus olhos um carro preto acelerou deixando rastro dos pneus que cantava e saiu em disparada.
Meu coração acelerava com medo do por vim, mas graças a Deus eu o sentia bater. Ouvi uma voz baixa dizendo Eric chegou à hora, vou ao encontro da minha família. Olhei para o lado, e lagrimas caíram dos meus olhos.
- José, não me deixe! Por que Deus, por que?
Fiquei desesperado, ao ver aquela cena, não era apenas ele, mais quase todos que estavam dormindo ali foram baleados, um mar de sangue revestia aquele chão, uma verdadeira chacina...
- Quem fez essa atrocidade, quem fez?
Hubner, há muito tempo sigo seu blog, e confesso que fiquei surpresa,quando recebi sua visita lá no Vórtice. Fico feliz que tenha gostado da frase sobre o gostar e espero que volte o mais breve possível. Isso me deixaria muito contente =)
ResponderExcluirUm terno abraço!
Angélica, também sigo o seu a algum tempo. Mas por motivos de provas tenho deixado este blog e dos meus amigos sem cometários... Pode deixar que voltarei mais lá.
ResponderExcluirAbração!!!!