TEXTO ÁUREO “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne.” (Gl 5.16) VERDADE PRÁTICA Guiada por Deus, a vont...
TEXTO ÁUREO
“Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne.” (Gl 5.16)
VERDADE PRÁTICA
Guiada por Deus, a vontade é uma bênção extraordinária, vital para a existência humana.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Texto (ACF): “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne.”
Versão grega (núcleo lexical): Λέγω δὲ, περιπατεῖτε ἐν πνεύματι, καὶ τὴν ἐπιθυμίαν τῆς σαρκός οὐ μὴ ἐπιτελέσητε.
Paulo oferece aqui uma fórmula simples e prática do cristão maduro: “permanecer no modo de vida do Espírito” (um caminhar cotidiano) é a via pela qual o crente resiste e não se deixa dominar pelas paixões da carne. Não se trata de uma ordem mágica, mas de um convite à vida nova e relacional que nasce do Espírito.
1. Análise lexical e semântica (grego / paralelo hebraico)
a) Περιπατεῖτε (peripateite) — “Andai / andem”
- Verbo no imperativo presente — ação contínua e habitual: não um evento isolado, mas um caminhar diário.
- Perífrase bíblica: “perambular / viver” — no AT o verbo hebraico paralelo é הָלַךְ (halakh): “andar” com a conotação de estilo de vida (Ex. “andar nos caminhos do Senhor”).
b) Ἐν πνεύματι (en pneumati) — “em Espírito”
- πνεῦμα = “espírito / sopro / respiração / Espírito” — aqui designa primariamente o Espírito Santo e, correlativamente, a nova condição do crente (vida pneumática), isto é, a orientação interior que vem d’Aquele que dá vida (cf. Jo 3; Rm 8).
- No AT, o paralelo é רוּחַ (ruach) — “vento/espírito”, a presença vivificante de Deus.
c) τὴν ἐπιθυμίαν τῆς σαρκός (tēn epithymian tēs sarkos) — “a concupiscência da carne”
- ἐπιθυμία (epithumia) = desejo, anseio; neutro lexicalmente, pode ser bom ou mau, mas aqui qualificado pelo contexto “τῆς σαρκός” indica desejo desordenado: cobiça, impulsos que nos empurram contra a vontade de Deus.
- σάρξ (sarx) = “carne” — não apenas o corpo físico, mas a condição humana caída (a “natureza carnal”) que se opõe ao Espírito. (NT fala de σάρξ em sentido ético: tendência ao pecado; ver Rm 7–8).
- Em hebraico, similar seria תַּאֲוָה / יצר (ta’avah / yetzer) — “desejo / inclinação”, especialmente o yetzer ha-ra (inclinação para o mal).
d) οὐ μὴ ἐπιτελέσητε (ou mē epitelēsete) — “não cumprireis / não realizareis”
- Dupla negativa enfática (ou + mē) com verbo no futuro, indicando forte certeza: caminhem em Espírito e (com segurança) não executarão/efetivarão tais desejos.
2. Contexto teológico e sintético
- Misticamente prático: Paulo liga condição (ser em Cristo, habitado pelo Espírito) e prática moral (não ceder à concupiscência). A vida ética cristã brota da vida pneumática.
- Caminhar contínuo: imperativo presente indica disciplina diária — oração, Palavra, comunhão — não ascetismo legalista.
- Antropologia bíblica: há em nós uma tensão (carne vs. Espírito). Não se trata de negação do corpo, mas de reconhecer forças conflitantes e escolher a orientação divina.
- Sinergia graça-vontade: Paulo não reduz a luta ao determinismo nem ao moralismo. O Espírito capacita; o crente responde — ver paralelos: Rm 8 (vida no Espírito), Fp 2.12-13 (trabalhai a vossa salvação; Deus gera vontade e obra).
3. Relação com o conceito de vontade (θέλημα / βούλησις) — por que a "vontade guiada por Deus" é bênção?
- Vontade humana (θέλημα / βούλησις): no NT a vontade é real — o homem decide, responde e é chamado a obedecer. Contudo, após a Queda a vontade foi ferida; inclinada à σάρξ.
- Vontade guiada (συνεργεία do Espírito): quando a vontade é guiada pelo Espírito (περιπατεῖτε ἐν πνεύματι), ela encontra sua verdadeira liberdade: a vontade deixa de ser servo do desejo desordenado e torna-se instrumento da reconciliação e da imitação de Cristo.
- Philippenses 2.12-13: “...obras (προαιροῦσθαι) que Deus opera em nós tanto o querer (τὸ θέλειν) como o efetuar (τὸ ἐνεργεῖν).” — chave: Deus opera em nós o querer e o fazer; a responsabilidade humana permanece (cf. “fazendo com temor e tremor” v.12).
Portanto, a vontade orientada por Deus é bênção porque:
- Recupera a finalidade original (andar na comunhão com Deus).
- Liberta da escravidão ao desejo (não somos mais governados por impulsos).
- Produz fruto (Gálatas 5:22–23) e vida abundante.
4. Aplicação pessoal — como “andar em Espírito” para que a vontade se torne bênção
Segue um mapa prático, concreto e pastoral (hábitos intencionais) — pensado para uso pessoal, EBD ou discipulado:
- Rendição diária (manhã): começar o dia com um curto ato de entrega: “Senhor, guie minha vontade hoje.” (momento de 3–5 minutos).
- Leitura bíblica intencional: uma passagem que evidencia o Espírito (Rm 8; Jo 3; Gl 5) — pedir iluminação.
- Oração de decisão: se surgir desejo (ἐπιθυμία), nomeá-lo e orar: “Pai, não quero cumprir isto; guia-me.”
- Prática corporal/ascética: jejum ou abstinência estratégica de um prazer que alimenta concupiscência — não como punição, mas como treinamento da vontade.
- Comunidade e prestação de contas: confessar tendências a alguém de confiança; cultivar amizades que desafiem desejos desordenados.
- Substituição ativa: substituir oportunidade de ceder por ação oposta (serviço, leitura, exercício, oração).
- Memorização e uso de textos bíblicos: ter versículos-chave prontos para o momento da tentação.
- Recordar a filiação: meditar que o Espírito habita (Rom 8; 1 Cor 6.19) — identidade corrige intenção.
Essas práticas são formas concretas pelas quais a vontade humana coopera com a capacitação do Espírito (sinergia não-coercitiva): Deus move o querer; nós praticamos o caminho.
5. Advertências pastorais
- Não confundir: “andar em Espírito” não é desculpa para passividade (esperar que o Espírito aja sem empenho humano). Tampouco é convite ao triunfo auto-convicto: há luta contínua (Rm 7).
- Não reduzir a psicologia: a disciplina e as práticas espirituais têm efeito real; não são placebo.
- Evitar polarização: afirmar tanto a soberania divina sobre a vontade quanto a responsabilidade humana evita erros teológicos (pelagianismo / determinismo rígido).
6. Tabela expositiva (pronta para slide / ficha)
Frase do versículo
Palavra grega (núcleo)
Sentido lexical
Significado teológico
Aplicação prática
Andai
περιπατεῖτε (imper. pres.)
andar/caminhar (ação contínua)
Vida cristã como prática diária e habitual
Rotina: rendição matinal; exame de consciência
em Espírito
ἐν πνεύματι (en pneumati)
com/na presença do Espírito (qualitativo)
Vida orientada pelo Espírito Santo — nova condição
Buscar direção do Espírito: oração, Palavra, discernimento
não cumprireis
οὐ μὴ ἐπιτελέσητε
ênfase negativa forte (certeza futura)
Se permanecer no Espírito, há segurança contra ato efetivo da concupiscência
Estratégias concretas para resistir (prestação de contas, substituição)
concupiscência
ἐπιθυμία (epithumia)
desejo / cobiça / anseio desordenado
Energia do desejo que, se não vigiada, leva ao pecado
Nomear desejos; memorizar versículos; práticas formativas
carne
σάρξ (sarx)
condição humana caída / inclinação ao pecado
Antropologia bíblica: tensão carne × Espírito
Trabalhar a vontade: jejum, disciplina, comunidade
7. Conclusão curta e prática
Gl 5.16 resume a ética cristã em fórmula simples e transformadora: andar em Espírito é tanto uma condição quanto um caminho prático. Quando deixamos que o Espírito guie nossos afetos, decisões e intenções, a vontade humana deixa de ser um problema para tornar-se uma bênção — instrumento livre, renovado e sacrificial para a glória de Deus.
Em linguagem cristã: a verdadeira liberdade é a vontade que quer o que Deus quer — e isso acontece porque o Espírito opera essa vontade em nós (Fp 2.12-13). Assim, andai em Espírito — costume, prática, dependência — e a carne perderá o poder de vos governar.
Texto (ACF): “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne.”
Versão grega (núcleo lexical): Λέγω δὲ, περιπατεῖτε ἐν πνεύματι, καὶ τὴν ἐπιθυμίαν τῆς σαρκός οὐ μὴ ἐπιτελέσητε.
Paulo oferece aqui uma fórmula simples e prática do cristão maduro: “permanecer no modo de vida do Espírito” (um caminhar cotidiano) é a via pela qual o crente resiste e não se deixa dominar pelas paixões da carne. Não se trata de uma ordem mágica, mas de um convite à vida nova e relacional que nasce do Espírito.
1. Análise lexical e semântica (grego / paralelo hebraico)
a) Περιπατεῖτε (peripateite) — “Andai / andem”
- Verbo no imperativo presente — ação contínua e habitual: não um evento isolado, mas um caminhar diário.
- Perífrase bíblica: “perambular / viver” — no AT o verbo hebraico paralelo é הָלַךְ (halakh): “andar” com a conotação de estilo de vida (Ex. “andar nos caminhos do Senhor”).
b) Ἐν πνεύματι (en pneumati) — “em Espírito”
- πνεῦμα = “espírito / sopro / respiração / Espírito” — aqui designa primariamente o Espírito Santo e, correlativamente, a nova condição do crente (vida pneumática), isto é, a orientação interior que vem d’Aquele que dá vida (cf. Jo 3; Rm 8).
- No AT, o paralelo é רוּחַ (ruach) — “vento/espírito”, a presença vivificante de Deus.
c) τὴν ἐπιθυμίαν τῆς σαρκός (tēn epithymian tēs sarkos) — “a concupiscência da carne”
- ἐπιθυμία (epithumia) = desejo, anseio; neutro lexicalmente, pode ser bom ou mau, mas aqui qualificado pelo contexto “τῆς σαρκός” indica desejo desordenado: cobiça, impulsos que nos empurram contra a vontade de Deus.
- σάρξ (sarx) = “carne” — não apenas o corpo físico, mas a condição humana caída (a “natureza carnal”) que se opõe ao Espírito. (NT fala de σάρξ em sentido ético: tendência ao pecado; ver Rm 7–8).
- Em hebraico, similar seria תַּאֲוָה / יצר (ta’avah / yetzer) — “desejo / inclinação”, especialmente o yetzer ha-ra (inclinação para o mal).
d) οὐ μὴ ἐπιτελέσητε (ou mē epitelēsete) — “não cumprireis / não realizareis”
- Dupla negativa enfática (ou + mē) com verbo no futuro, indicando forte certeza: caminhem em Espírito e (com segurança) não executarão/efetivarão tais desejos.
2. Contexto teológico e sintético
- Misticamente prático: Paulo liga condição (ser em Cristo, habitado pelo Espírito) e prática moral (não ceder à concupiscência). A vida ética cristã brota da vida pneumática.
- Caminhar contínuo: imperativo presente indica disciplina diária — oração, Palavra, comunhão — não ascetismo legalista.
- Antropologia bíblica: há em nós uma tensão (carne vs. Espírito). Não se trata de negação do corpo, mas de reconhecer forças conflitantes e escolher a orientação divina.
- Sinergia graça-vontade: Paulo não reduz a luta ao determinismo nem ao moralismo. O Espírito capacita; o crente responde — ver paralelos: Rm 8 (vida no Espírito), Fp 2.12-13 (trabalhai a vossa salvação; Deus gera vontade e obra).
3. Relação com o conceito de vontade (θέλημα / βούλησις) — por que a "vontade guiada por Deus" é bênção?
- Vontade humana (θέλημα / βούλησις): no NT a vontade é real — o homem decide, responde e é chamado a obedecer. Contudo, após a Queda a vontade foi ferida; inclinada à σάρξ.
- Vontade guiada (συνεργεία do Espírito): quando a vontade é guiada pelo Espírito (περιπατεῖτε ἐν πνεύματι), ela encontra sua verdadeira liberdade: a vontade deixa de ser servo do desejo desordenado e torna-se instrumento da reconciliação e da imitação de Cristo.
- Philippenses 2.12-13: “...obras (προαιροῦσθαι) que Deus opera em nós tanto o querer (τὸ θέλειν) como o efetuar (τὸ ἐνεργεῖν).” — chave: Deus opera em nós o querer e o fazer; a responsabilidade humana permanece (cf. “fazendo com temor e tremor” v.12).
Portanto, a vontade orientada por Deus é bênção porque:
- Recupera a finalidade original (andar na comunhão com Deus).
- Liberta da escravidão ao desejo (não somos mais governados por impulsos).
- Produz fruto (Gálatas 5:22–23) e vida abundante.
4. Aplicação pessoal — como “andar em Espírito” para que a vontade se torne bênção
Segue um mapa prático, concreto e pastoral (hábitos intencionais) — pensado para uso pessoal, EBD ou discipulado:
- Rendição diária (manhã): começar o dia com um curto ato de entrega: “Senhor, guie minha vontade hoje.” (momento de 3–5 minutos).
- Leitura bíblica intencional: uma passagem que evidencia o Espírito (Rm 8; Jo 3; Gl 5) — pedir iluminação.
- Oração de decisão: se surgir desejo (ἐπιθυμία), nomeá-lo e orar: “Pai, não quero cumprir isto; guia-me.”
- Prática corporal/ascética: jejum ou abstinência estratégica de um prazer que alimenta concupiscência — não como punição, mas como treinamento da vontade.
- Comunidade e prestação de contas: confessar tendências a alguém de confiança; cultivar amizades que desafiem desejos desordenados.
- Substituição ativa: substituir oportunidade de ceder por ação oposta (serviço, leitura, exercício, oração).
- Memorização e uso de textos bíblicos: ter versículos-chave prontos para o momento da tentação.
- Recordar a filiação: meditar que o Espírito habita (Rom 8; 1 Cor 6.19) — identidade corrige intenção.
Essas práticas são formas concretas pelas quais a vontade humana coopera com a capacitação do Espírito (sinergia não-coercitiva): Deus move o querer; nós praticamos o caminho.
5. Advertências pastorais
- Não confundir: “andar em Espírito” não é desculpa para passividade (esperar que o Espírito aja sem empenho humano). Tampouco é convite ao triunfo auto-convicto: há luta contínua (Rm 7).
- Não reduzir a psicologia: a disciplina e as práticas espirituais têm efeito real; não são placebo.
- Evitar polarização: afirmar tanto a soberania divina sobre a vontade quanto a responsabilidade humana evita erros teológicos (pelagianismo / determinismo rígido).
6. Tabela expositiva (pronta para slide / ficha)
Frase do versículo | Palavra grega (núcleo) | Sentido lexical | Significado teológico | Aplicação prática |
Andai | περιπατεῖτε (imper. pres.) | andar/caminhar (ação contínua) | Vida cristã como prática diária e habitual | Rotina: rendição matinal; exame de consciência |
em Espírito | ἐν πνεύματι (en pneumati) | com/na presença do Espírito (qualitativo) | Vida orientada pelo Espírito Santo — nova condição | Buscar direção do Espírito: oração, Palavra, discernimento |
não cumprireis | οὐ μὴ ἐπιτελέσητε | ênfase negativa forte (certeza futura) | Se permanecer no Espírito, há segurança contra ato efetivo da concupiscência | Estratégias concretas para resistir (prestação de contas, substituição) |
concupiscência | ἐπιθυμία (epithumia) | desejo / cobiça / anseio desordenado | Energia do desejo que, se não vigiada, leva ao pecado | Nomear desejos; memorizar versículos; práticas formativas |
carne | σάρξ (sarx) | condição humana caída / inclinação ao pecado | Antropologia bíblica: tensão carne × Espírito | Trabalhar a vontade: jejum, disciplina, comunidade |
7. Conclusão curta e prática
Gl 5.16 resume a ética cristã em fórmula simples e transformadora: andar em Espírito é tanto uma condição quanto um caminho prático. Quando deixamos que o Espírito guie nossos afetos, decisões e intenções, a vontade humana deixa de ser um problema para tornar-se uma bênção — instrumento livre, renovado e sacrificial para a glória de Deus.
Em linguagem cristã: a verdadeira liberdade é a vontade que quer o que Deus quer — e isso acontece porque o Espírito opera essa vontade em nós (Fp 2.12-13). Assim, andai em Espírito — costume, prática, dependência — e a carne perderá o poder de vos governar.
LEITURA DIÁRIA
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
EM BREVE
EM BREVE
LEITURA BÍBLICA EM CLASSEGálatas 5.16-21; Tiago 1.14,15; 4.13-17
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Leitura diária — tema geral
Vontade humana à luz da vontade de Deus. Os textos relacionam a liberdade moral, a obediência e a cooperação divina: a boa vontade (humana) é bênção quando orientada e capacitada pelo Senhor.
Segunda — 1 Coríntios 7.37–39
Tema: Poder sobre a própria vontade / proairesis (escolha deliberada)
Texto e ideia-chave
Paulo trata da escolha conjugal em contexto de solteiros/viúvos, afirmando que o que age por livre escolha (προαίρεσις — proairesis) não peca; a decisão legítima é honrada. A passagem destaca a responsabilidade moral de quem escolhe e preserva a necessidade de coerência entre intenção e prática.
Análise lexical
- προαίρεσις (proairesis) — “determinação, escolha intencional”: enfatiza a capacidade deliberada da vontade.
- ἁμαρτάνειν (hamartánein) — “errar, pecar”: a escolha voluntária, quando alinhada com Deus, não é pecado.
Implicação teológica
A vontade humana permanece agente moral real: Deus não anula a liberdade; antes, chama-a à maturidade. Ser responsável implica fazer escolhas com consciência, oração e reconhecimento de implicações éticas.
Aplicação prática
Antes de decisões importantes (casamento, trabalho, ministério), cultivar: oração deliberada, conselho piedoso, jejum quando necessário, e avaliação de motivações.
Terça — João 6.38–40
Tema: Jesus cumpriu inteiramente a vontade do Pai — modelo supremo de vontade conformada
Texto e ideia-chave
Jesus afirma que não veio para fazer Sua própria vontade mas a do Pai (τὸ θέλημα τοῦ πέμψαντός με). Aqui a vontade divina (θέλημα) é padrão da missão messiânica.
Análise lexical
- θέλημα (thelema) — “vontade, propósito” divino; em NT frequentemente usado para a vontade de Deus.
- πέμψας (pempsas) — “aquele que enviou” — sublinha relação filial e obediência.
Implicação teológica
Cristologia prática: a verdadeira liberdade da vontade está em submeter-se ao Pai. Jesus mostra que obediência voluntária não é perda de liberdade, mas plenitude dela.
Aplicação prática
Imitar Cristo: antes de agir, perguntar “isto é o querer de Deus?” e procurar confirmação na Escritura, oração e comunidade — modelar decisões pela submissão filial.
Quarta — Provérbios 31.10–13
Tema: A mulher virtuosa trabalha de boa vontade — vontade prática e virtuosa
Texto e ideia-chave
A mulher virtuosa age com vontade (רָצוֹן / ḥēphets no hebraico — “deleite, desejo”): ela executa o dever com alegria e diligência — a boa vontade manifesta-se em serviço proveitoso.
Análise lexical (hebraico)
- רָצוֹן (ratzon) — “favor, boa vontade, deleite”: mostra que a ação ética pode e deve ser acompanhada por prazer moral.
- עֹשָׂה (ʿosēh) — “faz/age”: a vontade traduzida em obra.
Implicação teológica
Vontade alinhada com Deus traz dignidade ao trabalho e transforma tarefas em serviço de adoração. A vontade virtuosa é estética e ética.
Aplicação prática
Ver o trabalho cotidiano (casa, emprego, ministério) como oportunidade de exercitar a vontade de forma adoradora — cultivar gratidão e excelência.
Quinta — Efésios 6.5–9
Tema: Trabalhando de boa vontade — obediência e integridade em relações hierárquicas
Texto e ideia-chave
Paulo exorta servos a servirem “de boa vontade” (ἐκ ψυχῆς, “do coração”) como ao Senhor, e senhores a tratar com justiça. Importa a motivação interior para a ética no trabalho.
Análise lexical
- ἐκ ψυχῆς (ek psychēs) — “do coração, de alma” — indica voluntariedade interior.
- κυρίῳ (kyriō) — “ao Senhor”: reorienta a finalidade do trabalho.
Implicação teológica
A verdadeira ética laboral cristã não é apenas conformidade externa mas serviço motivado pelo Senhor — o exercício da vontade para agradar a Deus, não apenas agradar pessoas.
Aplicação prática
No emprego, fazer o trabalho “como para o Senhor”: honestidade, excelência, respeito — independentemente de reconhecimento humano.
Sexta — 1 João 2.15–17
Tema: Renunciando à própria vontade (desejos da carne/κόσμος)
Texto e ideia-chave
João adverte contra amar o mundo (κοσμος) e as paixões que o compõem; o desejo da carne (ἐπιθυμίαι τῆς σαρκός) é incompatível com a vida que permanece no Pai.
Análise lexical
- ἐπιθυμία (epithymia) — desejo/concupiscência; ligado a σάρξ (carne) quando indica tendência pecaminosa.
- κόσμος (kosmos) — sistema de valores contrários a Deus.
Implicação teológica
A vontade ferida se manifesta no apego ao mundo. Renúncia não é ascetismo vazio, mas liberdade para escolher o Senhor em vez de impulsos que escravizam.
Aplicação prática
Práticas de renúncia: limitar exposição a conteúdos que alimentam concupiscência, cultivar disciplinas (jejum, silêncio), escolher bens e prazeres que sustentem a vida em Deus.
Sábado — Filipenses 2.12–13
Tema: Deus implanta bons desejos em nós — sinergia: Deus opera, nós respondemos
Texto e ideia-chave
Paulo pede que “obrei vossa salvação com temor e tremor” — mas imediatamente afirma: “porque Deus é quem opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.” (ὁ γὰρ θεὸς ἐστιν ὁ ἐνεργῶν ἐν ὑμῖν τὸ θέλειν καὶ τὸ ἐνεργεῖν).
Análise lexical
- θέλειν (thelein) — querer; ἐνεργεῖν (energein) — operar / efetuar.
- ἐνεργέω (energeō) — “fazer acontecer, energizar”: Deus é agente eficaz que capacita a vontade.
Implicação teológica
Doutrina da sinergia bíblica: Deus concede a vontade boa; o crente exerce-a em resposta. Não é esforço autônomo, nem passividade fatalista — é cooperação com a graça.
Aplicação prática
Confiança ativa: orar pedindo que Deus coloque em nós o desejo de obedecer; agir com responsabilidade sabendo que Deus coopera com nosso querer santo.
Síntese teológica curta
Os textos moldam uma teologia equilibrada da vontade:
- Vontade humana existe e é moralmente responsável (1 Cor 7).
- Cristo modela obediência filial (Jo 6).
- A virtude traduz a vontade em trabalho e serviço (Pv 31; Ef 6).
- Há renúncia aos desejos corruptos do mundo (1 Jo 2).
- Deus capacita e gera o querer bom (Fp 2).
Em conjunto: a vontade guiada por Deus é bênção, porque recupera a finalidade para a qual fomos criados (glorificar e desfrutar a Deus) e nos capacita a agir de forma santa e eficaz.
Tabela expositiva (pronta para uso em slide / folha)
Dia
Texto
Tema curto
Palavra-chave (grego/hebraico)
Pergunta para aplicação
Ação prática sugerida
Seg
1 Cor 7:37–39
Escolha deliberada
προαίρεσις (proairesis) — escolha intencional
Qual decisão exijo hoje da minha vontade?
Fazer uma lista de motivações e buscar conselho piedoso
Ter
Jo 6:38–40
Vontade filial de Cristo
θέλημα (thelema) — vontade (divina)
Minha vontade imita a de Cristo?
Orar: “Senhor, que eu faça Teu querer” + leitura do dia
Qua
Pv 31:10–13
Trabalho com boa vontade
רָצוֹן (ratzon) — deleite/boa vontade
Trabalho com alegria como serviço a Deus?
Oferecer o trabalho do dia a Deus; praticar gratidão
Qui
Ef 6:5–9
Serviço “como ao Senhor”
ἐκ ψυχῆς (ek psychēs) — de coração
Minhas motivações no trabalho são puras?
Fazer uma lista de atitudes a mudar no emprego
Sex
1 Jo 2:15–17
Renúncia ao mundo
ἐπιθυμία τῆς σαρκός (epithumia tēs sarkos)
Que desejo devo renunciar agora?
Prática de abstinência/jejum de algo que alimenta a concupiscência
Sáb
Fp 2:12–13
Cooperação divina
ὁ ἐνεργῶν (ho energeōn) — Deus que opera
Peço a Deus o querer bom e O sigo?
Oração específica: “Implanta em mim o querer santo” + ação concreta
Aplicação pastoral e discipular
- Para discipulado individual: combine leitura diária com duas práticas: (a) orar pedindo o querer de Deus; (b) um pequeno ato concreto que demonstre essa vontade (ex.: perdoar, renunciar, servir).
- Para EBD: promova uma roda de testemunhos onde cada aluno conte uma decisão em que sentiu a cooperação de Deus (Fp 2.13) — isso fortalece a fé prática.
- Para líderes e pastores: ensine a tensão entre responsabilidade e dependência: não incentivar passividade nem auto-suficiência.
Leitura diária — tema geral
Vontade humana à luz da vontade de Deus. Os textos relacionam a liberdade moral, a obediência e a cooperação divina: a boa vontade (humana) é bênção quando orientada e capacitada pelo Senhor.
Segunda — 1 Coríntios 7.37–39
Tema: Poder sobre a própria vontade / proairesis (escolha deliberada)
Texto e ideia-chave
Paulo trata da escolha conjugal em contexto de solteiros/viúvos, afirmando que o que age por livre escolha (προαίρεσις — proairesis) não peca; a decisão legítima é honrada. A passagem destaca a responsabilidade moral de quem escolhe e preserva a necessidade de coerência entre intenção e prática.
Análise lexical
- προαίρεσις (proairesis) — “determinação, escolha intencional”: enfatiza a capacidade deliberada da vontade.
- ἁμαρτάνειν (hamartánein) — “errar, pecar”: a escolha voluntária, quando alinhada com Deus, não é pecado.
Implicação teológica
A vontade humana permanece agente moral real: Deus não anula a liberdade; antes, chama-a à maturidade. Ser responsável implica fazer escolhas com consciência, oração e reconhecimento de implicações éticas.
Aplicação prática
Antes de decisões importantes (casamento, trabalho, ministério), cultivar: oração deliberada, conselho piedoso, jejum quando necessário, e avaliação de motivações.
Terça — João 6.38–40
Tema: Jesus cumpriu inteiramente a vontade do Pai — modelo supremo de vontade conformada
Texto e ideia-chave
Jesus afirma que não veio para fazer Sua própria vontade mas a do Pai (τὸ θέλημα τοῦ πέμψαντός με). Aqui a vontade divina (θέλημα) é padrão da missão messiânica.
Análise lexical
- θέλημα (thelema) — “vontade, propósito” divino; em NT frequentemente usado para a vontade de Deus.
- πέμψας (pempsas) — “aquele que enviou” — sublinha relação filial e obediência.
Implicação teológica
Cristologia prática: a verdadeira liberdade da vontade está em submeter-se ao Pai. Jesus mostra que obediência voluntária não é perda de liberdade, mas plenitude dela.
Aplicação prática
Imitar Cristo: antes de agir, perguntar “isto é o querer de Deus?” e procurar confirmação na Escritura, oração e comunidade — modelar decisões pela submissão filial.
Quarta — Provérbios 31.10–13
Tema: A mulher virtuosa trabalha de boa vontade — vontade prática e virtuosa
Texto e ideia-chave
A mulher virtuosa age com vontade (רָצוֹן / ḥēphets no hebraico — “deleite, desejo”): ela executa o dever com alegria e diligência — a boa vontade manifesta-se em serviço proveitoso.
Análise lexical (hebraico)
- רָצוֹן (ratzon) — “favor, boa vontade, deleite”: mostra que a ação ética pode e deve ser acompanhada por prazer moral.
- עֹשָׂה (ʿosēh) — “faz/age”: a vontade traduzida em obra.
Implicação teológica
Vontade alinhada com Deus traz dignidade ao trabalho e transforma tarefas em serviço de adoração. A vontade virtuosa é estética e ética.
Aplicação prática
Ver o trabalho cotidiano (casa, emprego, ministério) como oportunidade de exercitar a vontade de forma adoradora — cultivar gratidão e excelência.
Quinta — Efésios 6.5–9
Tema: Trabalhando de boa vontade — obediência e integridade em relações hierárquicas
Texto e ideia-chave
Paulo exorta servos a servirem “de boa vontade” (ἐκ ψυχῆς, “do coração”) como ao Senhor, e senhores a tratar com justiça. Importa a motivação interior para a ética no trabalho.
Análise lexical
- ἐκ ψυχῆς (ek psychēs) — “do coração, de alma” — indica voluntariedade interior.
- κυρίῳ (kyriō) — “ao Senhor”: reorienta a finalidade do trabalho.
Implicação teológica
A verdadeira ética laboral cristã não é apenas conformidade externa mas serviço motivado pelo Senhor — o exercício da vontade para agradar a Deus, não apenas agradar pessoas.
Aplicação prática
No emprego, fazer o trabalho “como para o Senhor”: honestidade, excelência, respeito — independentemente de reconhecimento humano.
Sexta — 1 João 2.15–17
Tema: Renunciando à própria vontade (desejos da carne/κόσμος)
Texto e ideia-chave
João adverte contra amar o mundo (κοσμος) e as paixões que o compõem; o desejo da carne (ἐπιθυμίαι τῆς σαρκός) é incompatível com a vida que permanece no Pai.
Análise lexical
- ἐπιθυμία (epithymia) — desejo/concupiscência; ligado a σάρξ (carne) quando indica tendência pecaminosa.
- κόσμος (kosmos) — sistema de valores contrários a Deus.
Implicação teológica
A vontade ferida se manifesta no apego ao mundo. Renúncia não é ascetismo vazio, mas liberdade para escolher o Senhor em vez de impulsos que escravizam.
Aplicação prática
Práticas de renúncia: limitar exposição a conteúdos que alimentam concupiscência, cultivar disciplinas (jejum, silêncio), escolher bens e prazeres que sustentem a vida em Deus.
Sábado — Filipenses 2.12–13
Tema: Deus implanta bons desejos em nós — sinergia: Deus opera, nós respondemos
Texto e ideia-chave
Paulo pede que “obrei vossa salvação com temor e tremor” — mas imediatamente afirma: “porque Deus é quem opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.” (ὁ γὰρ θεὸς ἐστιν ὁ ἐνεργῶν ἐν ὑμῖν τὸ θέλειν καὶ τὸ ἐνεργεῖν).
Análise lexical
- θέλειν (thelein) — querer; ἐνεργεῖν (energein) — operar / efetuar.
- ἐνεργέω (energeō) — “fazer acontecer, energizar”: Deus é agente eficaz que capacita a vontade.
Implicação teológica
Doutrina da sinergia bíblica: Deus concede a vontade boa; o crente exerce-a em resposta. Não é esforço autônomo, nem passividade fatalista — é cooperação com a graça.
Aplicação prática
Confiança ativa: orar pedindo que Deus coloque em nós o desejo de obedecer; agir com responsabilidade sabendo que Deus coopera com nosso querer santo.
Síntese teológica curta
Os textos moldam uma teologia equilibrada da vontade:
- Vontade humana existe e é moralmente responsável (1 Cor 7).
- Cristo modela obediência filial (Jo 6).
- A virtude traduz a vontade em trabalho e serviço (Pv 31; Ef 6).
- Há renúncia aos desejos corruptos do mundo (1 Jo 2).
- Deus capacita e gera o querer bom (Fp 2).
Em conjunto: a vontade guiada por Deus é bênção, porque recupera a finalidade para a qual fomos criados (glorificar e desfrutar a Deus) e nos capacita a agir de forma santa e eficaz.
Tabela expositiva (pronta para uso em slide / folha)
Dia | Texto | Tema curto | Palavra-chave (grego/hebraico) | Pergunta para aplicação | Ação prática sugerida |
Seg | 1 Cor 7:37–39 | Escolha deliberada | προαίρεσις (proairesis) — escolha intencional | Qual decisão exijo hoje da minha vontade? | Fazer uma lista de motivações e buscar conselho piedoso |
Ter | Jo 6:38–40 | Vontade filial de Cristo | θέλημα (thelema) — vontade (divina) | Minha vontade imita a de Cristo? | Orar: “Senhor, que eu faça Teu querer” + leitura do dia |
Qua | Pv 31:10–13 | Trabalho com boa vontade | רָצוֹן (ratzon) — deleite/boa vontade | Trabalho com alegria como serviço a Deus? | Oferecer o trabalho do dia a Deus; praticar gratidão |
Qui | Ef 6:5–9 | Serviço “como ao Senhor” | ἐκ ψυχῆς (ek psychēs) — de coração | Minhas motivações no trabalho são puras? | Fazer uma lista de atitudes a mudar no emprego |
Sex | 1 Jo 2:15–17 | Renúncia ao mundo | ἐπιθυμία τῆς σαρκός (epithumia tēs sarkos) | Que desejo devo renunciar agora? | Prática de abstinência/jejum de algo que alimenta a concupiscência |
Sáb | Fp 2:12–13 | Cooperação divina | ὁ ἐνεργῶν (ho energeōn) — Deus que opera | Peço a Deus o querer bom e O sigo? | Oração específica: “Implanta em mim o querer santo” + ação concreta |
Aplicação pastoral e discipular
- Para discipulado individual: combine leitura diária com duas práticas: (a) orar pedindo o querer de Deus; (b) um pequeno ato concreto que demonstre essa vontade (ex.: perdoar, renunciar, servir).
- Para EBD: promova uma roda de testemunhos onde cada aluno conte uma decisão em que sentiu a cooperação de Deus (Fp 2.13) — isso fortalece a fé prática.
- Para líderes e pastores: ensine a tensão entre responsabilidade e dependência: não incentivar passividade nem auto-suficiência.
PLANO DE AULA
DINAMICA EXTRA
Comentário de Hubner Braz
🎯 DINÂMICA: “A MESA DAS VONTADES”
Objetivo: Demonstrar que a vontade humana é influenciada por três forças — carne, mundo e Espírito — e que o cristão precisa discernir, escolher e se submeter à vontade de Deus para viver em santidade.
📌 MATERIAIS
- 3 mesas ou 3 cadeiras nomeadas como:
- Mesa 1 – Desejos da Carne
- Mesa 2 – Pressões do Mundo
- Mesa 3 – Vontade de Deus
- Cartões com frases representando diferentes tipos de “vontades”.
- Folhas em branco e canetas.
- Uma Bíblia.
👣 PASSO A PASSO
1️⃣ APRESENTE AS 3 MESAS
Explique rapidamente:
Mesa 1 – Desejos da Carne (Gl 5.19-21)
"Vontades impulsivas, instintivas, egoístas ou pecaminosas."
Mesa 2 – Pressões do Mundo (1 Jo 2.16)
"Vontades influenciadas pela cultura, modismos, opiniões e valores contrários à santidade."
Mesa 3 – Vontade de Deus (Rm 12.2; Sl 40.8)
"Vontades transformadas pela Palavra, alinhadas com o Espírito."
Diga ao grupo:
“Todos nós nos sentamos nessas mesas todos os dias… a questão é: em qual mesa você se senta mais?”
2️⃣ OS CARTÕES DAS VONTADES
Distribua cartões com exemplos de vontades e decisões comuns do cotidiano.
Exemplos de vontades da carne:
- “Quero revidar, porque estou com raiva.”
- “Quero pecar porque me dá prazer momentâneo.”
- “Quero desistir porque é difícil demais.”
- “Quero ter razão a qualquer custo.”
Exemplos de vontades influenciadas pelo mundo:
- “Quero ter sucesso acima de tudo.”
- “Quero agradar as pessoas para não ser criticado.”
- “Quero seguir a moda mesmo sabendo que desagrada a Deus.”
- “Quero ser aceito, mesmo que isso exija compromissos errados.”
Exemplos de vontades alinhadas com Deus:
- “Quero obedecer mesmo quando não entendo.”
- “Quero servir mesmo sem reconhecimento.”
- “Quero dizer ‘não’ ao pecado.”
- “Quero fazer a vontade do Pai.”
3️⃣ A ESCOLHA
Um por um, cada participante lê seu cartão
e caminha até a mesa onde aquela vontade verdadeiramente pertence.
Isso gera impacto porque:
📌 O aluno precisa refletir.
📌 Ele vê a realidade fisicamente.
📌 A turma visualiza a luta interior.
4️⃣ A PERGUNTA QUE TRANSFORMA
Depois de todos se posicionarem, pergunte:
“Você tem se sentado em qual mesa com mais frequência?”
E complete:
“Sua vida está indo na direção das vontades que você mais repete.”
Esse momento gera consciência espiritual profunda.
5️⃣ ILUSTRAÇÃO BÍBLICA PODEROSA
Leia Filipenses 2.13:
“Porque Deus é quem opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.”
Explique:
- Deus não força ninguém a obedecer.
- Ele molda nossa vontade através da Palavra e do Espírito.
- Ele produz o querer (vontade) e o efetuar (ação).
- Mas a decisão final é minha:
a mesa onde eu me sento define o rumo da minha vida.
6️⃣ APLICAÇÃO FINAL FORTE
Coloque a Bíblia sobre a Mesa 3 (Vontade de Deus).
Peça que todos que desejam entregar — de verdade — a vontade própria ao Senhor, toquem na Bíblia e façam uma oração curta:
“Senhor, dobra minha vontade, molda meu querer.
Quero me sentar à Tua mesa todos os dias.”
🎁 RESULTADOS ESPERADOS DA DINÂMICA
- Os alunos entendem que vontade não é neutra, sempre está sendo moldada.
- Eles diferenciam vontade da carne × vontade do mundo × vontade de Deus.
- Percebem que a santidade começa no querer.
- Compreendem que o Espírito Santo transforma a vontade, mas não decide por nós.
- A lição se torna prática, visual e inesquecível.
🎯 DINÂMICA: “A MESA DAS VONTADES”
Objetivo: Demonstrar que a vontade humana é influenciada por três forças — carne, mundo e Espírito — e que o cristão precisa discernir, escolher e se submeter à vontade de Deus para viver em santidade.
📌 MATERIAIS
- 3 mesas ou 3 cadeiras nomeadas como:
- Mesa 1 – Desejos da Carne
- Mesa 2 – Pressões do Mundo
- Mesa 3 – Vontade de Deus
- Cartões com frases representando diferentes tipos de “vontades”.
- Folhas em branco e canetas.
- Uma Bíblia.
👣 PASSO A PASSO
1️⃣ APRESENTE AS 3 MESAS
Explique rapidamente:
Mesa 1 – Desejos da Carne (Gl 5.19-21)
"Vontades impulsivas, instintivas, egoístas ou pecaminosas."
Mesa 2 – Pressões do Mundo (1 Jo 2.16)
"Vontades influenciadas pela cultura, modismos, opiniões e valores contrários à santidade."
Mesa 3 – Vontade de Deus (Rm 12.2; Sl 40.8)
"Vontades transformadas pela Palavra, alinhadas com o Espírito."
Diga ao grupo:
“Todos nós nos sentamos nessas mesas todos os dias… a questão é: em qual mesa você se senta mais?”
2️⃣ OS CARTÕES DAS VONTADES
Distribua cartões com exemplos de vontades e decisões comuns do cotidiano.
Exemplos de vontades da carne:
- “Quero revidar, porque estou com raiva.”
- “Quero pecar porque me dá prazer momentâneo.”
- “Quero desistir porque é difícil demais.”
- “Quero ter razão a qualquer custo.”
Exemplos de vontades influenciadas pelo mundo:
- “Quero ter sucesso acima de tudo.”
- “Quero agradar as pessoas para não ser criticado.”
- “Quero seguir a moda mesmo sabendo que desagrada a Deus.”
- “Quero ser aceito, mesmo que isso exija compromissos errados.”
Exemplos de vontades alinhadas com Deus:
- “Quero obedecer mesmo quando não entendo.”
- “Quero servir mesmo sem reconhecimento.”
- “Quero dizer ‘não’ ao pecado.”
- “Quero fazer a vontade do Pai.”
3️⃣ A ESCOLHA
Um por um, cada participante lê seu cartão
e caminha até a mesa onde aquela vontade verdadeiramente pertence.
Isso gera impacto porque:
📌 O aluno precisa refletir.
📌 Ele vê a realidade fisicamente.
📌 A turma visualiza a luta interior.
4️⃣ A PERGUNTA QUE TRANSFORMA
Depois de todos se posicionarem, pergunte:
“Você tem se sentado em qual mesa com mais frequência?”
E complete:
“Sua vida está indo na direção das vontades que você mais repete.”
Esse momento gera consciência espiritual profunda.
5️⃣ ILUSTRAÇÃO BÍBLICA PODEROSA
Leia Filipenses 2.13:
“Porque Deus é quem opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.”
Explique:
- Deus não força ninguém a obedecer.
- Ele molda nossa vontade através da Palavra e do Espírito.
- Ele produz o querer (vontade) e o efetuar (ação).
- Mas a decisão final é minha:
a mesa onde eu me sento define o rumo da minha vida.
6️⃣ APLICAÇÃO FINAL FORTE
Coloque a Bíblia sobre a Mesa 3 (Vontade de Deus).
Peça que todos que desejam entregar — de verdade — a vontade própria ao Senhor, toquem na Bíblia e façam uma oração curta:
“Senhor, dobra minha vontade, molda meu querer.
Quero me sentar à Tua mesa todos os dias.”
🎁 RESULTADOS ESPERADOS DA DINÂMICA
- Os alunos entendem que vontade não é neutra, sempre está sendo moldada.
- Eles diferenciam vontade da carne × vontade do mundo × vontade de Deus.
- Percebem que a santidade começa no querer.
- Compreendem que o Espírito Santo transforma a vontade, mas não decide por nós.
- A lição se torna prática, visual e inesquecível.
INTRODUÇÃO
Nas lições anteriores estudamos sobre duas das principais faculdades da alma: o intelecto e a sensibilidade. Vimos a relação entre o que pensamos e sentimos e como pensamentos e sentimentos podem influenciar a vontade e as decisões. Pensar, sentir, desejar e agir costumam compor um mesmo fenômeno na experiência humana. É fundamental compreender como isso funciona à luz da Palavra de Deus. Nesta lição estudaremos mais especificamente a respeito da vontade.
PALAVRA-CHAVE: VONTADE
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
A VONTADE
1. O que é “vontade” na Bíblia?
A vontade, biblicamente, é a faculdade moral e decisória da pessoa — a capacidade de querer, escolher e orientar a ação. Não é apenas desejo bruto nem mero impulso; envolve intenção deliberada, decisão e compromisso. A vontade está profundamente enraizada na vida do coração (לֵב / lev no AT) e se expressa por meio da decisão racional e afetiva.
Duas observações chave:
- A vontade é real: a Escritura assume que os seres humanos escolhem e são responsáveis (Dt 30.19; Jos 24.15).
- A vontade pode ser ferida e curada: a Queda deformou o querer humano (concupiscência, inclinação), mas a Graça o restaura progressivamente (Fp 2.12-13; Rm 8).
2. Termos hebraicos relevantes (Antigo Testamento)
- רָצוֹן (ratzon) — “favor, boa vontade, deleite”. Indica prazer ou apreço (Sl 40.8; Is 42.1). Quando aplicado à vontade humana, sugere ação feita com prazer.
- חֵפֶץ / חָפַץ (chephets / chaphats) — “apreço, prazer; fazer com prazer” (Sl 35.27; Mt 12.18 [citando Is]). Deus tem chephets — coisas que lhe agradam.
- בָּחַר (bachar) — “escolher” (Dt 7.6; 1Sm 10.24). Verbo que indica ato deliberado da vontade.
- יֵצֶר (yetzer) — “inclinação, impulso” (bem ou mal). Em Gn 6:5 e Rabínica: yetzer ha-tov/ra — inclinação boa/má; indica o impulso interior que direciona a vontade.
- לֵב (lev) — “coração” — centro volitivo, cognitivo e afetivo. O AT vê o coração como sede da vontade.
3. Termos gregos relevantes (Novo Testamento)
- θέλημα (thelema) — “vontade” (de Deus ou humana). Pode designar: a) a vontade decretiva/etérica de Deus (o que Ele quer em si), b) a vontade preceptiva (o mandado), e c) a vontade humana quando se submete à divina (Mt 6.10; Jo 6.38).
- θέλω (thelō) — “querer, desejar” (forma verbal). Ex.: “Quero, sê limpo” (Mc 1.40).
- προαίρεσις (proairesis) — “escolha deliberada, propósito” (1Co 7.37). Realça a decisão intencional da vontade humana.
- βουλή / βούλησις (boulē / boulēsis) — “deliberação, propósito, conselho/decisão” (At 22.10; Mt 16.21). Usado também da “deliberação” do conselho divino.
- ἐπιθυμία (epithumia) — “desejo, concupiscência” — quando ligado à σάρξ (carne) descreve desejos desordenados que podem dominar a vontade (Gl 5.16; 1Jo 2.16).
4. Como a Bíblia articula vontade humana e vontade divina?
a) Deus tem vontade (θέλημα / רצון)
- Deus age conforme Sua vontade soberana (Ef 1.11). Há na Escritura predicados da vontade divina: o que Deus deseja de propósito e o que Ele manda.
- A vontade divina não elimina a responsabilidade humana — há tensão bíblica entre soberania e responsabilidade.
b) O homem é chamado a escolher
- A Escritura convoca escolhas: “Escolhei hoje a quem servireis” (Js 24.15). A vontade humana está implicada na conversão, obediência e perseverança.
c) O problema da Queda
- A vontade humana foi ferida. A inclinação da carne (σάρξ) inclina a vontade para desejos contrários à lei de Deus (Rm 7; Gl 5.16-17). Não somos impotentes — mas inclinados.
d) A obra da Graça e a cooperação
- Deus opera (ἐνεργεῖ) em nós o querer e o efetuar (Fp 2.12-13). Ou seja: há sinergia bíblica — Deus capacita o querer; o crente exerce vontade responsável em resposta. Não se trata de passividade, nem de auto-salvação.
5. Tipos / dimensões de vontade que aparecem nas Escrituras
- Vontade soberana/decretiva de Deus — o eterno propósito (Is 46.10; Ef 1).
- Vontade preceptiva de Deus — o que Deus ordena que façamos (Mt 5–7; 1Jo 3).
- Vontade humana ética — escolhas morais deliberadas (bachar, proairesis).
- Vontade afetiva (ratzon/chephets) — ação feita com deleite/boa vontade (Pv 31; Ef 6).
- Vontade ferida — inclinada para o mal (yetzer ha-ra / epithumia).
6. Passagens chave e o diagnóstico bíblico
- Gênesis 3 — vontade humana se rebela; quebra relacional.
- Rm 7 — a vontade boa enfrenta a força do pecado na carne.
- Rm 8 — vida no Espírito liberta e transforma a vontade.
- Fp 2.12-13 — cooperação: “obrei vossa salvação... porque Deus opera em vós o querer e o efetuar.”
- Gl 5.16 — “Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne.”
- Jo 6.38 — Cristo como exemplo de vontade conforme o Pai.
7. Implicações teológicas
- Responsabilidade moral: a Bíblia trata a vontade humana como efetiva e moralmente responsável.
- Contingência da vontade: a vontade humana é condicionada (inclinada pela carne), não determinada mecanicamente.
- Graça restauradora: a regeneração e o processo de santificação visam reorientar a vontade para Deus.
- Tensão saudável entre soberania divina e liberdade humana é mantida: ambas são bíblicas e necessárias para a teologia da salvação e da ética cristã.
8. Aplicação pessoal — como cultivar uma vontade guiada por Deus
A seguir, práticas concretas (fáceis de aplicar e com base bíblica):
- Entrega matinal deliberada — iniciar o dia com um ato consciente de entrega: “Senhor, dirige a minha vontade hoje.” (Rm 12.1; Sl 5.3).
- Leitura/meditação orientada — expor a mente e o coração à Palavra (Sl 119; Lc 11.28). A Palavra forma a vontade.
- Oração específica por querer — pedir a Deus o desejo de obedecer (Fp 2.13). Não apenas pedir força para agir, mas pedindo o querer certo.
- Prática do jejum/abstinência — treino da vontade: renunciar a algo que domina os desejos (Mt 6.16-18).
- Decisões com sabedoria comunitária — antes de escolhas grandes, consultar a Escritura, orar e ouvir a comunidade (Pv 11.14; 15.22).
- Prestação de contas — ter irmãos que conheçam suas fraquezas e orem por suas decisões.
- Memorização bíblica — ter textos prontos para o momento da tentação (Gl 5.16; Mt 26.41).
- Pequenos atos de obediência — treinar a vontade em pequenas coisas para que ela responda nas grandes (Lc 16.10).
9. Tabela expositiva (pronta para impressão / slide / EBD)
Categoria
Termo (Heb./Gr.)
Significado lexical
Texto(s) bíblicos referência
Implicação teológica
Aplicação prática
Vontade divina (decretiva)
— / θέλημα (thelema)
propósito de Deus
Ef 1.11; Is 46.10
Deus tem propósito soberano
Orar pela conformidade com o propósito divino
Vontade divina (preceptiva)
רצון / θέλημα
o que Deus manda
Mt 6.10; 1Ts 4.3
Deus ordena vida santa
Submeter decisões à Escritura
Vontade humana deliberativa
בָּחַר; προαίρεσις
escolher, decisão intencional
Js 24.15; 1Co 7.37
Ser moralmente responsável
Fazer listas de motivações; buscar conselho
Vontade afetiva / deleite
רָצוֹן (ratzon)
prazer, deleite
Sl 40.8; Pv 31.13
Trabalhar com boa vontade
Oferecer trabalho a Deus; gratidão diária
Inclinação ferida
יֵצֶר; ἐπιθυμία
impulso/desire (bem/ mal)
Gn 6.5; Gl 5.16
A Queda inclina a vontade
Jejum, disciplina, pedir graça
Cooperação graça/vontade
— / ἐνεργεῖ (energei)
Deus opera o querer
Fp 2.12-13
Sinergia: Deus capacita o querer
Orar pedindo o querer de Deus e agir
Caminho prático
—
“Andar” / exercício constante
Gl 5.16; Rm 12.1
Vida ética como hábito
Rotina espiritual: oração, Palavra, prestação de contas
10. Sugestões didáticas / perguntas para discussão em sala
- O que significa “querer” em Filipenses 2.12-13? Como isso nos impede de cair no fatalismo?
- Onde você percebe que sua vontade está mais ferida — nas pequenas decisões ou nas grandes? Por quê?
- Discuta um caso prático: tomada de emprego que exige ética duvidosa — como aplicar passos concretos da tabela?
- Dinâmica curta: cada aluno escreve uma decisão pendente; grupo ora e oferece conselho bíblico.
11. Conclusão prática
A vontade é bem precioso: quando guiada por Deus, torna-se instrumento de liberdade, serviço e santidade. A boa notícia bíblica é dupla: Deus não anula a sua responsabilidade; Deus capacita seu querer. Por isso, o cristão não abdica da disciplina nem confia apenas em esforço humano — ele coopera com a Graça.
A VONTADE
1. O que é “vontade” na Bíblia?
A vontade, biblicamente, é a faculdade moral e decisória da pessoa — a capacidade de querer, escolher e orientar a ação. Não é apenas desejo bruto nem mero impulso; envolve intenção deliberada, decisão e compromisso. A vontade está profundamente enraizada na vida do coração (לֵב / lev no AT) e se expressa por meio da decisão racional e afetiva.
Duas observações chave:
- A vontade é real: a Escritura assume que os seres humanos escolhem e são responsáveis (Dt 30.19; Jos 24.15).
- A vontade pode ser ferida e curada: a Queda deformou o querer humano (concupiscência, inclinação), mas a Graça o restaura progressivamente (Fp 2.12-13; Rm 8).
2. Termos hebraicos relevantes (Antigo Testamento)
- רָצוֹן (ratzon) — “favor, boa vontade, deleite”. Indica prazer ou apreço (Sl 40.8; Is 42.1). Quando aplicado à vontade humana, sugere ação feita com prazer.
- חֵפֶץ / חָפַץ (chephets / chaphats) — “apreço, prazer; fazer com prazer” (Sl 35.27; Mt 12.18 [citando Is]). Deus tem chephets — coisas que lhe agradam.
- בָּחַר (bachar) — “escolher” (Dt 7.6; 1Sm 10.24). Verbo que indica ato deliberado da vontade.
- יֵצֶר (yetzer) — “inclinação, impulso” (bem ou mal). Em Gn 6:5 e Rabínica: yetzer ha-tov/ra — inclinação boa/má; indica o impulso interior que direciona a vontade.
- לֵב (lev) — “coração” — centro volitivo, cognitivo e afetivo. O AT vê o coração como sede da vontade.
3. Termos gregos relevantes (Novo Testamento)
- θέλημα (thelema) — “vontade” (de Deus ou humana). Pode designar: a) a vontade decretiva/etérica de Deus (o que Ele quer em si), b) a vontade preceptiva (o mandado), e c) a vontade humana quando se submete à divina (Mt 6.10; Jo 6.38).
- θέλω (thelō) — “querer, desejar” (forma verbal). Ex.: “Quero, sê limpo” (Mc 1.40).
- προαίρεσις (proairesis) — “escolha deliberada, propósito” (1Co 7.37). Realça a decisão intencional da vontade humana.
- βουλή / βούλησις (boulē / boulēsis) — “deliberação, propósito, conselho/decisão” (At 22.10; Mt 16.21). Usado também da “deliberação” do conselho divino.
- ἐπιθυμία (epithumia) — “desejo, concupiscência” — quando ligado à σάρξ (carne) descreve desejos desordenados que podem dominar a vontade (Gl 5.16; 1Jo 2.16).
4. Como a Bíblia articula vontade humana e vontade divina?
a) Deus tem vontade (θέλημα / רצון)
- Deus age conforme Sua vontade soberana (Ef 1.11). Há na Escritura predicados da vontade divina: o que Deus deseja de propósito e o que Ele manda.
- A vontade divina não elimina a responsabilidade humana — há tensão bíblica entre soberania e responsabilidade.
b) O homem é chamado a escolher
- A Escritura convoca escolhas: “Escolhei hoje a quem servireis” (Js 24.15). A vontade humana está implicada na conversão, obediência e perseverança.
c) O problema da Queda
- A vontade humana foi ferida. A inclinação da carne (σάρξ) inclina a vontade para desejos contrários à lei de Deus (Rm 7; Gl 5.16-17). Não somos impotentes — mas inclinados.
d) A obra da Graça e a cooperação
- Deus opera (ἐνεργεῖ) em nós o querer e o efetuar (Fp 2.12-13). Ou seja: há sinergia bíblica — Deus capacita o querer; o crente exerce vontade responsável em resposta. Não se trata de passividade, nem de auto-salvação.
5. Tipos / dimensões de vontade que aparecem nas Escrituras
- Vontade soberana/decretiva de Deus — o eterno propósito (Is 46.10; Ef 1).
- Vontade preceptiva de Deus — o que Deus ordena que façamos (Mt 5–7; 1Jo 3).
- Vontade humana ética — escolhas morais deliberadas (bachar, proairesis).
- Vontade afetiva (ratzon/chephets) — ação feita com deleite/boa vontade (Pv 31; Ef 6).
- Vontade ferida — inclinada para o mal (yetzer ha-ra / epithumia).
6. Passagens chave e o diagnóstico bíblico
- Gênesis 3 — vontade humana se rebela; quebra relacional.
- Rm 7 — a vontade boa enfrenta a força do pecado na carne.
- Rm 8 — vida no Espírito liberta e transforma a vontade.
- Fp 2.12-13 — cooperação: “obrei vossa salvação... porque Deus opera em vós o querer e o efetuar.”
- Gl 5.16 — “Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne.”
- Jo 6.38 — Cristo como exemplo de vontade conforme o Pai.
7. Implicações teológicas
- Responsabilidade moral: a Bíblia trata a vontade humana como efetiva e moralmente responsável.
- Contingência da vontade: a vontade humana é condicionada (inclinada pela carne), não determinada mecanicamente.
- Graça restauradora: a regeneração e o processo de santificação visam reorientar a vontade para Deus.
- Tensão saudável entre soberania divina e liberdade humana é mantida: ambas são bíblicas e necessárias para a teologia da salvação e da ética cristã.
8. Aplicação pessoal — como cultivar uma vontade guiada por Deus
A seguir, práticas concretas (fáceis de aplicar e com base bíblica):
- Entrega matinal deliberada — iniciar o dia com um ato consciente de entrega: “Senhor, dirige a minha vontade hoje.” (Rm 12.1; Sl 5.3).
- Leitura/meditação orientada — expor a mente e o coração à Palavra (Sl 119; Lc 11.28). A Palavra forma a vontade.
- Oração específica por querer — pedir a Deus o desejo de obedecer (Fp 2.13). Não apenas pedir força para agir, mas pedindo o querer certo.
- Prática do jejum/abstinência — treino da vontade: renunciar a algo que domina os desejos (Mt 6.16-18).
- Decisões com sabedoria comunitária — antes de escolhas grandes, consultar a Escritura, orar e ouvir a comunidade (Pv 11.14; 15.22).
- Prestação de contas — ter irmãos que conheçam suas fraquezas e orem por suas decisões.
- Memorização bíblica — ter textos prontos para o momento da tentação (Gl 5.16; Mt 26.41).
- Pequenos atos de obediência — treinar a vontade em pequenas coisas para que ela responda nas grandes (Lc 16.10).
9. Tabela expositiva (pronta para impressão / slide / EBD)
Categoria | Termo (Heb./Gr.) | Significado lexical | Texto(s) bíblicos referência | Implicação teológica | Aplicação prática |
Vontade divina (decretiva) | — / θέλημα (thelema) | propósito de Deus | Ef 1.11; Is 46.10 | Deus tem propósito soberano | Orar pela conformidade com o propósito divino |
Vontade divina (preceptiva) | רצון / θέλημα | o que Deus manda | Mt 6.10; 1Ts 4.3 | Deus ordena vida santa | Submeter decisões à Escritura |
Vontade humana deliberativa | בָּחַר; προαίρεσις | escolher, decisão intencional | Js 24.15; 1Co 7.37 | Ser moralmente responsável | Fazer listas de motivações; buscar conselho |
Vontade afetiva / deleite | רָצוֹן (ratzon) | prazer, deleite | Sl 40.8; Pv 31.13 | Trabalhar com boa vontade | Oferecer trabalho a Deus; gratidão diária |
Inclinação ferida | יֵצֶר; ἐπιθυμία | impulso/desire (bem/ mal) | Gn 6.5; Gl 5.16 | A Queda inclina a vontade | Jejum, disciplina, pedir graça |
Cooperação graça/vontade | — / ἐνεργεῖ (energei) | Deus opera o querer | Fp 2.12-13 | Sinergia: Deus capacita o querer | Orar pedindo o querer de Deus e agir |
Caminho prático | — | “Andar” / exercício constante | Gl 5.16; Rm 12.1 | Vida ética como hábito | Rotina espiritual: oração, Palavra, prestação de contas |
10. Sugestões didáticas / perguntas para discussão em sala
- O que significa “querer” em Filipenses 2.12-13? Como isso nos impede de cair no fatalismo?
- Onde você percebe que sua vontade está mais ferida — nas pequenas decisões ou nas grandes? Por quê?
- Discuta um caso prático: tomada de emprego que exige ética duvidosa — como aplicar passos concretos da tabela?
- Dinâmica curta: cada aluno escreve uma decisão pendente; grupo ora e oferece conselho bíblico.
11. Conclusão prática
A vontade é bem precioso: quando guiada por Deus, torna-se instrumento de liberdade, serviço e santidade. A boa notícia bíblica é dupla: Deus não anula a sua responsabilidade; Deus capacita seu querer. Por isso, o cristão não abdica da disciplina nem confia apenas em esforço humano — ele coopera com a Graça.
I – VONTADE: MOTIVAÇÃO E AÇÃO
1- Conceito de vontade. Volição ou vontade é a capacidade humana de desejar, querer, almejar, escolher e agir. Pode ser entendida também como motivação. Sem desejo ou vontade não há motivação e, via de consequência, ação. Nesse conceito amplo, há manifestação da vontade mesmo quando o que fazemos não era originariamente nossa vontade, mas de outrem, se a ela aderimos voluntariamente (Sl 143.10; Lc 22.42). A conversão é um exemplo de mudança na vontade humana por meio do arrependimento (At 3.19). Todo verdadeiro cristão é alguém que, impulsionado pela graça de Deus, renunciou à sua própria vontade para fazer a vontade de Cristo (Mt 16.24). É o livre-arbítrio funcionando (Hb 2.3;3.7-13; Ap 22.17).
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
I – VONTADE: MOTIVAÇÃO E AÇÃO
1. Conceito bíblico de vontade (volição)
A vontade é a faculdade da alma pela qual o ser humano deseja, escolhe e age. Ela conecta pensamento, sentimento e ação, funcionando como o “motor interno” da vida moral e espiritual. No pensamento bíblico, a vontade nunca é vista como neutra: ela é orientada, inclinada, dirigida — ou pelo Espírito, ou pela carne (Gl 5.16-17).
A vontade no Antigo Testamento (hebraico)
Os principais termos que descrevem a vontade são:
a) רָצוֹן — ratzon — “vontade, favor, deleite”
– Expressa a ideia de uma vontade acompanhada de alegria e prazer (Pv 16.7; Sl 40.8).
– Em Sl 143.10 (“Ensina-me a fazer a tua vontade”), o salmista não quer apenas obedecer, mas alinhar seu deleite ao de Deus.
b) חָפֵץ — chaféts — “ter prazer, querer, desejar”
– Termo fortemente ligado ao querer deliberado. Deus tem prazer na obediência (1Sm 15.22).
– Descreve vontade orientada por afeto — não apenas racional, mas profunda.
c) לֵב — lev — “coração”
– No AT, o coração é a sede da vontade, da decisão moral e da determinação (Pv 4.23).
A vontade no Novo Testamento (grego)
a) θέλημα — thélema — “vontade, desejo, propósito”
– Usado tanto para a vontade divina (Jo 6.38) quanto humana.
– Envolve intenção e direção consciente.
b) θέλω / ἐθέλω — thelō — “querer, desejar, pretender”
– Expressa o querer ativo: “Quero, sê limpo” (Mc 1.40).
– Mostra que a vontade é dinâmica, inclinada a agir.
c) προαίρεσις — proaíresis — “escolha deliberada, decisão firme”
– Aparece em 1Co 7.37, descrevendo “determinação interior”.
– Indica uma vontade madura, estabilizada, que não oscila.
Biblicamente, portanto, vontade não é só desejo, mas desejo que se torna decisão — e decisão que se concretiza em ação.
2. Vontade como motivação e ação
A vontade é o elo entre o que desejamos e o que fazemos. Pensar e sentir afetam a vontade, mas é a vontade que transforma intenções em atos.
A Bíblia mostra três dimensões fundamentais da vontade:
(1) Vontade como desejo (motivo interior)
Ex.: “Quero fazer a tua vontade” (Sl 40.8).
Implica uma disposição interna orientada para o bem.
(2) Vontade como escolha (decisão moral)
Ex.: “Escolhei hoje a quem servireis” (Js 24.15).
A decisão é o momento em que a vontade assume responsabilidade.
(3) Vontade como ação (execução prática)
Ex.: “Não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42).
Quando a vontade humana se submete à divina, nasce a verdadeira obediência.
A vontade é, portanto, o órgão da decisão espiritual.
3. A mudança da vontade: conversão e livre-arbítrio redimido
Conversão é transformação da vontade
At 3.19 mostra que o arrependimento (μετάνοια / metánoia) é mudança de mente e de vontade. A conversão não é mero assentimento mental:
→ É rendição do eu.
→ É renúncia do próprio querer para abraçar o querer de Cristo.
Renúncia da própria vontade como marca do discípulo
Jesus afirmou:
“Se alguém quer (thelē) vir após mim, negue-se a si mesmo…” (Mt 16.24).
A vontade é o primeiro campo da verdadeira cruz.
A vontade humana é real (livre-arbítrio), porém ferida
O ser humano pode decidir (Hb 2.3) e pode resistir (Hb 3.7-13), mas é profundamente influenciado por inclinações interiores. O livre-arbítrio não é eliminado, mas enfraquecido, necessitando da ação da graça para escolher o bem de modo consistente.
A Graça habilita a vontade
A salvação não destrói a vontade humana — transforma-a:
“Quem quiser (thelō) tome de graça da água da vida.” (Ap 22.17).
Deus chama; o homem responde; a Graça capacita.
4. Aplicações pessoais — Como alinhar minha vontade à de Deus?
- Oração de submissão diária
→ Oração do tipo “Não se faça a minha, mas a tua vontade” (Lc 22.42).
→ Repetir até que a vontade se dobre. - Disciplina espiritual
→ Jejum e meditação treinam a vontade contra os impulsos da carne. - Decisões pequenas são treino para decisões grandes
→ Obedecer em pequenas coisas fortalece a vontade moral (Lc 16.10). - Exame diário de desejos
Pergunte-se:
– O que realmente quero?
– Por que quero?
– Este querer honra a Deus ou ao meu ego? - Entrega consciente da motivação
Peça ao Espírito Santo para purificar não apenas seus atos, mas suas motivações. - Renúncia da vontade própria
→ Seguir Cristo exige abandonar vontades opostas ao Reino.
5. Tabela Expositiva
Tema
Termos Bíblicos
Conceito
Textos-chave
Implicação Teológica
Aplicação Prática
Vontade como desejo
רָצוֹן (ratzon); θέλω (thelō)
Disposição interna que move o querer
Sl 40.8; Rm 7.18
O desejo é o início da obediência
Examine seus motivos; ore pelo “querer” santo
Vontade como escolha
בָּחַר (bachar); προαίρεσις (proaíresis)
Decisão moral, seleção entre caminhos
Js 24.15; 1Co 7.37
Deus responsabiliza o homem
Discernir antes de agir; buscar conselho bíblico
Vontade como ação
—; θέλημα (thélema)
A vontade que se realiza em obras
Lc 22.42; Tg 1.22
Obediência é vontade concretizada
Sempre transformar decisões espirituais em hábitos
Vontade transformada (conversão)
μετάνοια (metánoia)
Mudança de mente e querer
At 3.19; Rm 12.2
Conversão é reorientação da vontade
Arrependimento diário; renúncia do ego
Vontade e graça
ἐνεργεῖ (energei)
Deus capacita o querer
Fp 2.12-13
Graça restaura a vontade humana
Depender do Espírito; rejeitar autonomia orgulhosa
Livre-arbítrio responsável
—
O homem pode responder a Deus
Hb 2.3; Ap 22.17
Não há fé sem decisão
Escolher Cristo todos os dias
Conclusão
A vontade é o centro da existência prática.
Pensar, sentir e crer são importantes, mas é a vontade que decide o caminho.
I – VONTADE: MOTIVAÇÃO E AÇÃO
1. Conceito bíblico de vontade (volição)
A vontade é a faculdade da alma pela qual o ser humano deseja, escolhe e age. Ela conecta pensamento, sentimento e ação, funcionando como o “motor interno” da vida moral e espiritual. No pensamento bíblico, a vontade nunca é vista como neutra: ela é orientada, inclinada, dirigida — ou pelo Espírito, ou pela carne (Gl 5.16-17).
A vontade no Antigo Testamento (hebraico)
Os principais termos que descrevem a vontade são:
a) רָצוֹן — ratzon — “vontade, favor, deleite”
– Expressa a ideia de uma vontade acompanhada de alegria e prazer (Pv 16.7; Sl 40.8).
– Em Sl 143.10 (“Ensina-me a fazer a tua vontade”), o salmista não quer apenas obedecer, mas alinhar seu deleite ao de Deus.
b) חָפֵץ — chaféts — “ter prazer, querer, desejar”
– Termo fortemente ligado ao querer deliberado. Deus tem prazer na obediência (1Sm 15.22).
– Descreve vontade orientada por afeto — não apenas racional, mas profunda.
c) לֵב — lev — “coração”
– No AT, o coração é a sede da vontade, da decisão moral e da determinação (Pv 4.23).
A vontade no Novo Testamento (grego)
a) θέλημα — thélema — “vontade, desejo, propósito”
– Usado tanto para a vontade divina (Jo 6.38) quanto humana.
– Envolve intenção e direção consciente.
b) θέλω / ἐθέλω — thelō — “querer, desejar, pretender”
– Expressa o querer ativo: “Quero, sê limpo” (Mc 1.40).
– Mostra que a vontade é dinâmica, inclinada a agir.
c) προαίρεσις — proaíresis — “escolha deliberada, decisão firme”
– Aparece em 1Co 7.37, descrevendo “determinação interior”.
– Indica uma vontade madura, estabilizada, que não oscila.
Biblicamente, portanto, vontade não é só desejo, mas desejo que se torna decisão — e decisão que se concretiza em ação.
2. Vontade como motivação e ação
A vontade é o elo entre o que desejamos e o que fazemos. Pensar e sentir afetam a vontade, mas é a vontade que transforma intenções em atos.
A Bíblia mostra três dimensões fundamentais da vontade:
(1) Vontade como desejo (motivo interior)
Ex.: “Quero fazer a tua vontade” (Sl 40.8).
Implica uma disposição interna orientada para o bem.
(2) Vontade como escolha (decisão moral)
Ex.: “Escolhei hoje a quem servireis” (Js 24.15).
A decisão é o momento em que a vontade assume responsabilidade.
(3) Vontade como ação (execução prática)
Ex.: “Não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42).
Quando a vontade humana se submete à divina, nasce a verdadeira obediência.
A vontade é, portanto, o órgão da decisão espiritual.
3. A mudança da vontade: conversão e livre-arbítrio redimido
Conversão é transformação da vontade
At 3.19 mostra que o arrependimento (μετάνοια / metánoia) é mudança de mente e de vontade. A conversão não é mero assentimento mental:
→ É rendição do eu.
→ É renúncia do próprio querer para abraçar o querer de Cristo.
Renúncia da própria vontade como marca do discípulo
Jesus afirmou:
“Se alguém quer (thelē) vir após mim, negue-se a si mesmo…” (Mt 16.24).
A vontade é o primeiro campo da verdadeira cruz.
A vontade humana é real (livre-arbítrio), porém ferida
O ser humano pode decidir (Hb 2.3) e pode resistir (Hb 3.7-13), mas é profundamente influenciado por inclinações interiores. O livre-arbítrio não é eliminado, mas enfraquecido, necessitando da ação da graça para escolher o bem de modo consistente.
A Graça habilita a vontade
A salvação não destrói a vontade humana — transforma-a:
“Quem quiser (thelō) tome de graça da água da vida.” (Ap 22.17).
Deus chama; o homem responde; a Graça capacita.
4. Aplicações pessoais — Como alinhar minha vontade à de Deus?
- Oração de submissão diária
→ Oração do tipo “Não se faça a minha, mas a tua vontade” (Lc 22.42).
→ Repetir até que a vontade se dobre. - Disciplina espiritual
→ Jejum e meditação treinam a vontade contra os impulsos da carne. - Decisões pequenas são treino para decisões grandes
→ Obedecer em pequenas coisas fortalece a vontade moral (Lc 16.10). - Exame diário de desejos
Pergunte-se:
– O que realmente quero?
– Por que quero?
– Este querer honra a Deus ou ao meu ego? - Entrega consciente da motivação
Peça ao Espírito Santo para purificar não apenas seus atos, mas suas motivações. - Renúncia da vontade própria
→ Seguir Cristo exige abandonar vontades opostas ao Reino.
5. Tabela Expositiva
Tema | Termos Bíblicos | Conceito | Textos-chave | Implicação Teológica | Aplicação Prática |
Vontade como desejo | רָצוֹן (ratzon); θέλω (thelō) | Disposição interna que move o querer | Sl 40.8; Rm 7.18 | O desejo é o início da obediência | Examine seus motivos; ore pelo “querer” santo |
Vontade como escolha | בָּחַר (bachar); προαίρεσις (proaíresis) | Decisão moral, seleção entre caminhos | Js 24.15; 1Co 7.37 | Deus responsabiliza o homem | Discernir antes de agir; buscar conselho bíblico |
Vontade como ação | —; θέλημα (thélema) | A vontade que se realiza em obras | Lc 22.42; Tg 1.22 | Obediência é vontade concretizada | Sempre transformar decisões espirituais em hábitos |
Vontade transformada (conversão) | μετάνοια (metánoia) | Mudança de mente e querer | At 3.19; Rm 12.2 | Conversão é reorientação da vontade | Arrependimento diário; renúncia do ego |
Vontade e graça | ἐνεργεῖ (energei) | Deus capacita o querer | Fp 2.12-13 | Graça restaura a vontade humana | Depender do Espírito; rejeitar autonomia orgulhosa |
Livre-arbítrio responsável | — | O homem pode responder a Deus | Hb 2.3; Ap 22.17 | Não há fé sem decisão | Escolher Cristo todos os dias |
Conclusão
A vontade é o centro da existência prática.
Pensar, sentir e crer são importantes, mas é a vontade que decide o caminho.
2- Do pensamento à ação. Um pensamento pode ser apenas um pensamento, sem relação alguma com um sentimento ou um desejo. Por exemplo: podemos pensar em uma viagem que fizemos sem que isso nos traga qualquer emoção. Mas também podemos recordar com nostalgia e desejar viajar novamente. E esse desejo pode nos motivar a comprar a passagem e repetir a experiência. Em um caso assim ocorre um fenômeno completo: pensamento, sentimento, desejo e ação. Aconteceu com Eva no Éden. Em sua conversa com a serpente, a mulher refletiu sobre o significado do fruto da árvore da ciência do bem e do mal até ser enganada (1Tm 2.14). Ao acreditar na falsa elevação que obteria (“sereis como Deus”, Gn 3.5) certamente sentiu alguma emoção. O próximo passo foi a manifestação do desejo, que gerou a ação: tomou do fruto e comeu (Gn 3.6).
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
2 – DO PENSAMENTO À AÇÃO
Comentário Bíblico-Teológico Aprofundado
A dinâmica entre pensamento → sentimento → desejo → ação é uma das estruturas mais fundamentais da antropologia bíblica. A Escritura revela que o pecado não começa na ação externa, mas na interioridade do ser humano, onde pensamento e emoções interagem até gerar um ato voluntário.
1. A ORIGEM INTERNA DA AÇÃO HUMANA
a) Pensamento – “machashaváh” (מַחֲשָׁבָה)
No hebraico, machashaváh significa pensamento, plano, intenção.
No AT é frequentemente usado para descrever planos internos (Sl 94.11; Jr 17.10).
Um pensamento pode surgir sem envolver emoção — como uma simples memória neutra.
Mas, quando o pensamento é ruminado, ele abre espaço para o surgimento do desejo.
2. A TRANSIÇÃO – COMO O PENSAMENTO SE TORNA SENTIMENTO
A mente humana não é um compartimento isolado. A teologia bíblica vê o ser humano de forma integrada:
- Pensamos com a mente (nous, νοῦς – intelecto, compreensão)
- Sentimos com o coração (kardía, καρδία – centro da vida interior)
- Desejamos com a vontade (thelō, θέλω – querer, desejar)
- Agimos com o corpo
Jesus mostrou que é do interior que procedem as ações (Mc 7.21-23).
Um pensamento pode despertar o sentimento quando passa a ser valorizado emocionalmente. Eva não apenas pensou sobre o fruto — ela começou a sentir algo por ele.
3. DO SENTIMENTO AO DESEJO – “epithymía” (ἐπιθυμία)
No NT, epithymía significa forte desejo, inclinação profunda.
Pode ser positivo (Lc 22.15) ou negativo (Tg 1.14).
O processo descrito em Tiago 1.14-15 é exatamente o que ocorreu com Eva:
“Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência (epithymía). Depois, a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado.”
O pecado nasce quando o desejo passa a governar a vontade.
4. O EXEMPLO DE EVA – UM PROCESSO COMPLETO
A queda de Eva no Éden é um dos mais claros exemplos bíblicos da cadeia pensamento → sentimento → desejo → ação.
a) Pensamento (reflexão sobre o fruto)
Ela dialoga, pondera, considera a possibilidade (Gn 3.1-5).
A serpente planta um novo pensamento.
b) Sentimento (atração emocional)
A promessa “sereis como Deus” ativou uma emoção: anseio por elevação.
Paulo diz que ela foi “enganada” (exapatáō, ἐξαπατάω – ludibriada interiormente; 1Tm 2.14).
c) Desejo (concupiscência)
“Viu a mulher que aquela árvore era desejável (neḥmád, נֶחְמָד – objeto de prazer, cobiçado*; Gn 3.6).
O verbo indica não apenas apreciação estética, mas atração intensa.
d) Ação
“Tomou do fruto e comeu” — o desejo se torna decisão e a decisão vira ato.
5. IMPLICAÇÕES TEOLÓGICAS
- O pecado não começa na ação, mas na interioridade.
Jesus afirma: “Do coração procedem os maus pensamentos” (Mt 15.19). - A vontade nunca é neutra.
Ela se inclina para aquilo que a mente cultiva e o coração valoriza. - A tentação só tem força onde há desejo mal orientado.
A serpente não criou o desejo; ela o desordenou. - A queda revela a necessidade da graça preventiva.
O Espírito Santo age na mente, sentimentos e desejos antes que a vontade se torne escrava.
Aplicação Pessoal
- Vigie seus pensamentos: aquilo que você alimenta mentalmente moldará suas emoções.
- Guarde seu coração: sentimentos nutridos podem se transformar em desejos devastadores ou santos.
- Domine seus desejos: o cristão não é escravo da vontade caída, pois o Espírito dá poder para dizer “não”.
- Aja segundo o Espírito: a vitória começa antes da tentação, na formação diária do caráter.
- Examine o que você medita: pensamentos recorrentes moldam hábitos e determinam destinos.
O que você pensa diariamente constrói a estrada por onde sua vontade caminhará amanhã.
Tabela Expositiva: Do Pensamento à Ação
Etapa
Termo Bíblico
Referências
Descrição
Implicações
1. Pensamento
Machashaváh (hebr.) / Nous (gr.)
Sl 94.11; Rm 12.2
Ideias, ponderações, meditações
O que a mente aceita, o coração deseja
2. Sentimento
Kardía (gr.)
Pv 4.23; Mt 15.19
Emoções despertadas pelo pensamento
Emoções amplificam o valor do pensamento
3. Desejo
Epithymía (gr.); Neḥmád (hebr.)
Tg 1.14-15; Gn 3.6
Desejo intenso, inclinação profunda
Desejos desordenados geram tentação
4. Ação
Praxis (gr.) – prática
Gn 3.6; Mt 7.24
O ato visível, fruto do processo interno
Revela o que dominou a vontade
5. Resultado
Pecado ou santificação
Rm 6.16; Gl 5.16
Colheita moral e espiritual
Andar no Espírito quebra a cadeia do pecado
2 – DO PENSAMENTO À AÇÃO
Comentário Bíblico-Teológico Aprofundado
A dinâmica entre pensamento → sentimento → desejo → ação é uma das estruturas mais fundamentais da antropologia bíblica. A Escritura revela que o pecado não começa na ação externa, mas na interioridade do ser humano, onde pensamento e emoções interagem até gerar um ato voluntário.
1. A ORIGEM INTERNA DA AÇÃO HUMANA
a) Pensamento – “machashaváh” (מַחֲשָׁבָה)
No hebraico, machashaváh significa pensamento, plano, intenção.
No AT é frequentemente usado para descrever planos internos (Sl 94.11; Jr 17.10).
Um pensamento pode surgir sem envolver emoção — como uma simples memória neutra.
Mas, quando o pensamento é ruminado, ele abre espaço para o surgimento do desejo.
2. A TRANSIÇÃO – COMO O PENSAMENTO SE TORNA SENTIMENTO
A mente humana não é um compartimento isolado. A teologia bíblica vê o ser humano de forma integrada:
- Pensamos com a mente (nous, νοῦς – intelecto, compreensão)
- Sentimos com o coração (kardía, καρδία – centro da vida interior)
- Desejamos com a vontade (thelō, θέλω – querer, desejar)
- Agimos com o corpo
Jesus mostrou que é do interior que procedem as ações (Mc 7.21-23).
Um pensamento pode despertar o sentimento quando passa a ser valorizado emocionalmente. Eva não apenas pensou sobre o fruto — ela começou a sentir algo por ele.
3. DO SENTIMENTO AO DESEJO – “epithymía” (ἐπιθυμία)
No NT, epithymía significa forte desejo, inclinação profunda.
Pode ser positivo (Lc 22.15) ou negativo (Tg 1.14).
O processo descrito em Tiago 1.14-15 é exatamente o que ocorreu com Eva:
“Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência (epithymía). Depois, a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado.”
O pecado nasce quando o desejo passa a governar a vontade.
4. O EXEMPLO DE EVA – UM PROCESSO COMPLETO
A queda de Eva no Éden é um dos mais claros exemplos bíblicos da cadeia pensamento → sentimento → desejo → ação.
a) Pensamento (reflexão sobre o fruto)
Ela dialoga, pondera, considera a possibilidade (Gn 3.1-5).
A serpente planta um novo pensamento.
b) Sentimento (atração emocional)
A promessa “sereis como Deus” ativou uma emoção: anseio por elevação.
Paulo diz que ela foi “enganada” (exapatáō, ἐξαπατάω – ludibriada interiormente; 1Tm 2.14).
c) Desejo (concupiscência)
“Viu a mulher que aquela árvore era desejável (neḥmád, נֶחְמָד – objeto de prazer, cobiçado*; Gn 3.6).
O verbo indica não apenas apreciação estética, mas atração intensa.
d) Ação
“Tomou do fruto e comeu” — o desejo se torna decisão e a decisão vira ato.
5. IMPLICAÇÕES TEOLÓGICAS
- O pecado não começa na ação, mas na interioridade.
Jesus afirma: “Do coração procedem os maus pensamentos” (Mt 15.19). - A vontade nunca é neutra.
Ela se inclina para aquilo que a mente cultiva e o coração valoriza. - A tentação só tem força onde há desejo mal orientado.
A serpente não criou o desejo; ela o desordenou. - A queda revela a necessidade da graça preventiva.
O Espírito Santo age na mente, sentimentos e desejos antes que a vontade se torne escrava.
Aplicação Pessoal
- Vigie seus pensamentos: aquilo que você alimenta mentalmente moldará suas emoções.
- Guarde seu coração: sentimentos nutridos podem se transformar em desejos devastadores ou santos.
- Domine seus desejos: o cristão não é escravo da vontade caída, pois o Espírito dá poder para dizer “não”.
- Aja segundo o Espírito: a vitória começa antes da tentação, na formação diária do caráter.
- Examine o que você medita: pensamentos recorrentes moldam hábitos e determinam destinos.
O que você pensa diariamente constrói a estrada por onde sua vontade caminhará amanhã.
Tabela Expositiva: Do Pensamento à Ação
Etapa | Termo Bíblico | Referências | Descrição | Implicações |
1. Pensamento | Machashaváh (hebr.) / Nous (gr.) | Sl 94.11; Rm 12.2 | Ideias, ponderações, meditações | O que a mente aceita, o coração deseja |
2. Sentimento | Kardía (gr.) | Pv 4.23; Mt 15.19 | Emoções despertadas pelo pensamento | Emoções amplificam o valor do pensamento |
3. Desejo | Epithymía (gr.); Neḥmád (hebr.) | Tg 1.14-15; Gn 3.6 | Desejo intenso, inclinação profunda | Desejos desordenados geram tentação |
4. Ação | Praxis (gr.) – prática | Gn 3.6; Mt 7.24 | O ato visível, fruto do processo interno | Revela o que dominou a vontade |
5. Resultado | Pecado ou santificação | Rm 6.16; Gl 5.16 | Colheita moral e espiritual | Andar no Espírito quebra a cadeia do pecado |
3- Fraqueza de vontade. Adão pecou sem ser enganado. Isso significa que seu entendimento da proibição e consequências relativas ao fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal não foi alterado. O problema de Adão se deu na esfera da vontade. Em vez de permanecer firme em seu propósito de obedecer a Deus, decidiu pecar aderindo à vontade de Eva, que lhe deu o fruto (Gn 3.6; Rm 5.12). Quantas decisões erradas tornamos plenamente conscientes de suas consequências! Da violação de uma restrição alimentar a condutas mais graves, muitas vezes o desejo fala mais alto que a razão. A busca do prazer pelo prazer é uma característica da cultura hedonista. Vícios e compulsões arrastam multidões, mesmo que elas conheçam seus destrutivos efeitos. Assim, só Jesus pode libertar o ser humano de prisões espirituais (Jo 8.36; Rm 1.16).
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
3 – FRAQUEZA DE VONTADE
Comentário Bíblico-Teológico Aprofundado
A queda de Adão não envolveu engano intelectual, mas fraqueza de vontade.
Eva foi “enganada” (1Tm 2.14), mas Adão não; ele pecou conscientemente, decidindo contrariar o mandamento divino. Trata-se do que a teologia denomina fragilidade voluntária ou fraqueza da vontade (akrasía, no grego filosófico).
1. ADÃO: PECADO CONSCIENTE, NÃO ENGANADO
a) “Adão não foi enganado” — 1Tm 2.14
O verbo grego utilizado para Eva é ἐξαπατάω (exapatáō) — enganar profundamente, seduzir intelectualmente.
Mas o texto destaca:
“Adão não foi enganado” — ele sabia exatamente o que estava fazendo.
Em Adão, o problema não foi a mente (intelecto), mas a vontade (thelēma, θέλημα – decisão, determinação).
2. O PROBLEMA: A VONTADE SE AFASTA DO INTELECTO
Na experiência humana, a vontade pode se comportar de três formas:
- Conforme a razão — o ser humano faz o que sabe ser correto.
- Contra a razão (fraqueza da vontade) — faz o que sabe ser errado.
- Sem razão (impulsividade) — age sem reflexão.
Adão se encaixa no segundo caso:
ele não foi levado pelo engano, mas pelo desejo.
O verbo “aderir” ao pecado
Em Gn 3.6, o texto afirma que Eva “deu também ao seu marido, e ele comeu”.
O verbo hebraico אָכַל (akhal) — comer — aqui implica ato voluntário, não acidental.
3. RAZÃO E DESEJO EM CONFLITO
a) O conflito interior
Paulo descreve esse fenômeno em Romanos 7.19:
“O bem que quero (thelō), não faço… mas o mal que não quero, isso faço.”
Aqui, thelō expressa o desejo racional — “quero fazer o bem”.
Mas a sarx (carne) exerce influência na vontade.
Assim, a vontade pode ser vencida pelo desejo, quando este não é submisso ao Espírito.
4. A CULTURA HEDONISTA — PRAZER COMO FIM
O hedonismo moderno eleva o prazer a valor supremo.
A Bíblia chama esse comportamento de:
- ἐπιθυμία σαρκός (epithymía sarkós) — desejo forte da carne (1Jo 2.16)
- φιλήδονοι μᾶλλον ἢ φιλόθεοι (philēdonoi mallon ē philótheoi) — amantes dos prazeres mais do que amantes de Deus (2Tm 3.4)
A busca de prazer sem limites desorganiza a vontade, tornando-a escrava.
Vídeos, alimentos, vícios químicos, pornografia, consumismo — tudo isso atinge diretamente as áreas do cérebro responsáveis pelo desejo, enfraquecendo a capacidade da pessoa de optar pelo que é certo.
A cultura diz:
“Siga seu coração.”
A Bíblia responde:
“O coração é enganoso” (Jr 17.9).
5. SÓ CRISTO PODE LIBERTAR A VONTADE
A libertação da vontade exige ação divina:
a) João 8.36
“Se o Filho, pois, vos libertar, verdadeiramente sereis livres.”
A liberdade aqui é interior: Cristo liberta da escravidão do desejo.
b) Romanos 1.16
“O Evangelho é o poder (dýnamis) de Deus para a salvação.”
O Evangelho não apenas informa — transforma a vontade pelo poder do Espírito.
c) Renovação contínua
A vitória não vem pela força da razão, mas pela renovação do Espírito (Rm 12.2; Gl 5.16-17).
Aplicação Pessoal
- Reconheça sua fraqueza: a vontade natural não resiste às pressões da carne sem a graça.
- Vigie desejos lícitos que podem se tornar senhores tiranos.
- Fortaleça sua vontade por meio da oração, jejum e disciplina espiritual.
- Evite ambientes que alimentam desejos destrutivos; o pecado cresce onde é nutrido.
- Peça ao Espírito Santo domínio próprio (egkráteia, ἐγκράτεια — controle da vontade).
- Escolha obedecer, mesmo quando não sente vontade: a obediência fortalece a vontade.
- Confie na graça: Cristo quebra correntes que a razão não consegue romper.
Tabela Expositiva – A Fraqueza da Vontade
Tema
Texto
Termo Hebraico/Grego
Significado
Aplicação
Adão pecou conscientemente
Gn 3.6; 1Tm 2.14
Akhal (comer); exapatáō (enganar)
Adão não foi enganado – ato voluntário
O pecado pode ser totalmente consciente
Vontade contra a razão
Rm 7.19
thelō (querer)
A vontade pode ser derrotada pelo desejo
Não confie apenas na força de vontade
Hedonismo
2Tm 3.4
philēdonoi (amantes do prazer)
Cultura centrada no prazer
O prazer pode destruir discernimento
Escravidão do desejo
Jo 8.34
doulos (escravo)
Quem pratica o pecado é dominado por ele
Cuidado com hábitos repetidos
Libertação da vontade
Jo 8.36
eleutheroō (libertar)
Cristo devolve domínio sobre os desejos
Vitória vem da graça, não do esforço
Poder transformador
Rm 1.16
dýnamis (poder)
O evangelho muda a disposição interior
A Palavra renova mente e vontade
3 – FRAQUEZA DE VONTADE
Comentário Bíblico-Teológico Aprofundado
A queda de Adão não envolveu engano intelectual, mas fraqueza de vontade.
Eva foi “enganada” (1Tm 2.14), mas Adão não; ele pecou conscientemente, decidindo contrariar o mandamento divino. Trata-se do que a teologia denomina fragilidade voluntária ou fraqueza da vontade (akrasía, no grego filosófico).
1. ADÃO: PECADO CONSCIENTE, NÃO ENGANADO
a) “Adão não foi enganado” — 1Tm 2.14
O verbo grego utilizado para Eva é ἐξαπατάω (exapatáō) — enganar profundamente, seduzir intelectualmente.
Mas o texto destaca:
“Adão não foi enganado” — ele sabia exatamente o que estava fazendo.
Em Adão, o problema não foi a mente (intelecto), mas a vontade (thelēma, θέλημα – decisão, determinação).
2. O PROBLEMA: A VONTADE SE AFASTA DO INTELECTO
Na experiência humana, a vontade pode se comportar de três formas:
- Conforme a razão — o ser humano faz o que sabe ser correto.
- Contra a razão (fraqueza da vontade) — faz o que sabe ser errado.
- Sem razão (impulsividade) — age sem reflexão.
Adão se encaixa no segundo caso:
ele não foi levado pelo engano, mas pelo desejo.
O verbo “aderir” ao pecado
Em Gn 3.6, o texto afirma que Eva “deu também ao seu marido, e ele comeu”.
O verbo hebraico אָכַל (akhal) — comer — aqui implica ato voluntário, não acidental.
3. RAZÃO E DESEJO EM CONFLITO
a) O conflito interior
Paulo descreve esse fenômeno em Romanos 7.19:
“O bem que quero (thelō), não faço… mas o mal que não quero, isso faço.”
Aqui, thelō expressa o desejo racional — “quero fazer o bem”.
Mas a sarx (carne) exerce influência na vontade.
Assim, a vontade pode ser vencida pelo desejo, quando este não é submisso ao Espírito.
4. A CULTURA HEDONISTA — PRAZER COMO FIM
O hedonismo moderno eleva o prazer a valor supremo.
A Bíblia chama esse comportamento de:
- ἐπιθυμία σαρκός (epithymía sarkós) — desejo forte da carne (1Jo 2.16)
- φιλήδονοι μᾶλλον ἢ φιλόθεοι (philēdonoi mallon ē philótheoi) — amantes dos prazeres mais do que amantes de Deus (2Tm 3.4)
A busca de prazer sem limites desorganiza a vontade, tornando-a escrava.
Vídeos, alimentos, vícios químicos, pornografia, consumismo — tudo isso atinge diretamente as áreas do cérebro responsáveis pelo desejo, enfraquecendo a capacidade da pessoa de optar pelo que é certo.
A cultura diz:
“Siga seu coração.”
A Bíblia responde:
“O coração é enganoso” (Jr 17.9).
5. SÓ CRISTO PODE LIBERTAR A VONTADE
A libertação da vontade exige ação divina:
a) João 8.36
“Se o Filho, pois, vos libertar, verdadeiramente sereis livres.”
A liberdade aqui é interior: Cristo liberta da escravidão do desejo.
b) Romanos 1.16
“O Evangelho é o poder (dýnamis) de Deus para a salvação.”
O Evangelho não apenas informa — transforma a vontade pelo poder do Espírito.
c) Renovação contínua
A vitória não vem pela força da razão, mas pela renovação do Espírito (Rm 12.2; Gl 5.16-17).
Aplicação Pessoal
- Reconheça sua fraqueza: a vontade natural não resiste às pressões da carne sem a graça.
- Vigie desejos lícitos que podem se tornar senhores tiranos.
- Fortaleça sua vontade por meio da oração, jejum e disciplina espiritual.
- Evite ambientes que alimentam desejos destrutivos; o pecado cresce onde é nutrido.
- Peça ao Espírito Santo domínio próprio (egkráteia, ἐγκράτεια — controle da vontade).
- Escolha obedecer, mesmo quando não sente vontade: a obediência fortalece a vontade.
- Confie na graça: Cristo quebra correntes que a razão não consegue romper.
Tabela Expositiva – A Fraqueza da Vontade
Tema | Texto | Termo Hebraico/Grego | Significado | Aplicação |
Adão pecou conscientemente | Gn 3.6; 1Tm 2.14 | Akhal (comer); exapatáō (enganar) | Adão não foi enganado – ato voluntário | O pecado pode ser totalmente consciente |
Vontade contra a razão | Rm 7.19 | thelō (querer) | A vontade pode ser derrotada pelo desejo | Não confie apenas na força de vontade |
Hedonismo | 2Tm 3.4 | philēdonoi (amantes do prazer) | Cultura centrada no prazer | O prazer pode destruir discernimento |
Escravidão do desejo | Jo 8.34 | doulos (escravo) | Quem pratica o pecado é dominado por ele | Cuidado com hábitos repetidos |
Libertação da vontade | Jo 8.36 | eleutheroō (libertar) | Cristo devolve domínio sobre os desejos | Vitória vem da graça, não do esforço |
Poder transformador | Rm 1.16 | dýnamis (poder) | O evangelho muda a disposição interior | A Palavra renova mente e vontade |
SINOPSE I
A vontade é a capacidade humana de desejar e agir, sendo influenciada por pensamentos, sentimentos e decisões espirituais.
AUXILIO TEOLÓGICO
II – DESEJOS: DA ESCRAVIDÃO A REDENÇÃO
1- A experiência do deserto. O povo de Israel tornou-se escravo dos seus desejos durante a peregrinação pelo deserto: “deixaram-se levar da cobiça, no deserto, e tentaram a Deus na solidão. E ele satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar a alma” (Sl 4,15).Apesar das grandes maravilhas operadas por Deus, os hebreus, tomados de ingratidão, lembravam-se das comidas do Egito e se deixavam dominar por seus desejos (Nm 11.5,6). Pensavam, sentiam e desejavam o que lhes era sentido na casa da escravidão, de onde haviam sido libertos com mão forte (Êx 2o.2; Dt 26.8). O culto aos desejos lhes trouxe terríveis consequências: perecimento e morte (Sl 78.29-33; Nm 11.33-34; 14.29). Como nos adverte Paulo, tudo isso foi escrito para aviso nosso. Não nos deixemos levar por nossos próprios desejos (1 Co 10.1-13).
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
II – DESEJOS: DA ESCRAVIDÃO À REDENÇÃO
1 – A EXPERIÊNCIA DO DESERTO
A peregrinação de Israel no deserto é um dos mais fortes retratos bíblicos sobre a escravidão aos desejos (epithymía) e suas consequências espirituais. O povo foi liberto fisicamente do Egito, mas ainda estava interiormente preso aos apetites, memórias e prazeres da antiga escravidão.
O deserto revelou que a maior prisão do ser humano não é geográfica, mas moral e espiritual.
1. A COBIÇA NO DESERTO — UM PROBLEMA DA ALMA
a) “Deixaram-se levar da cobiça” (Sl 78.18)
O termo hebraico para “cobiça” é:
תַּאֲוָה (ta’avah)
Significa:
- desejo intenso,
- anseio desordenado,
- apetite descontrolado.
Não é apenas querer algo, mas querer de forma descontrolada, acima da vontade de Deus.
b) Deus “satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar a alma” (Sl 106.15)
O verbo hebraico para "definhar" é:
רָזָה (razah) – enfraquecer, minguar, perder vigor.
Eles receberam o que queriam, mas perderam a saúde espiritual.
Aplicação teológica:
Deus, às vezes, disciplina o coração concedendo o objeto do desejo pecaminoso — para que a pessoa veja seu vazio, seu peso e suas consequências.
2. A MEMÓRIA DO PECADO — UM EFEITO PSICOSPIRITUAL
Em Números 11.5-6, o povo diz:
“Lembramo-nos dos peixes… dos pepinos… melões… alhos…”
O verbo hebraico זָכַר (zakar) — lembrar-se — indica que eles reteram emocionalmente os prazeres do Egito, mas esqueceram suas dores (cf. Êx 1.13-14).
Essa memória seletiva é uma marca do coração carnal:
recorda o prazer, esquece a opressão.
O mesmo fenômeno ocorre no pecado hoje:
- A pessoa lembra o prazer momentâneo,
- e “apaga” o sofrimento, a culpa, as perdas.
O pecado reescreve a memória para torná-lo atraente.
3. A SUBMISSÃO AOS DESEJOS TRAZ MORTE
As consequências no deserto são repetidas na Escritura como advertência:
a) Sl 78.29-33
Eles comeram “à saciedade”, mas Deus enviou a Sua ira.
b) Nm 11.33–34 – “Quibrote-Hataavá”
O local onde morreram por causa da cobiça recebeu o nome:
קִבְרוֹת הַתַּאֲוָה — “Sepulturas da Cobiça”
O nome é teologicamente pedagógico:
O desejo desordenado cava sepulturas.
c) Nm 14.29
A geração que murmurou pereceu no deserto.
4. PAULO INTERPRETA O DESERTO PARA A IGREJA — 1 Co 10.1-13
Paulo utiliza a história de Israel para ensinar sobre o domínio dos desejos na vida cristã. O termo central é:
ἐπιθυμία (epithymía) — desejo ardente, concupiscência
Paulo afirma:
“Estas coisas foram escritas para aviso nosso…”
(1 Co 10.11)
Ou seja, a cobiça do deserto é tipológica: representa o perigo espiritual de se entregar às paixões.
Três lições paulinas:
- Experiências espirituais não imunizam contra desejos pecaminosos.
Israel viu milagres, mas caiu em cobiça. - Quem se entrega aos desejos, cai em idolatria.
Desejo, quando absoluto, vira ídolo. - Deus sempre oferece escape aos que lutam contra o desejo.
(1 Co 10.13)
Aplicação Pessoal
1. O deserto revela quem somos
O deserto é metáfora das provas e transições da vida.
Nesses períodos, nossa relação com Deus e nossos desejos é testada.
2. Os desejos revelam se somos livres
Não basta sair do Egito; o Egito precisa sair do coração.
Pergunte a si mesmo:
- O que eu desejo quando estou cansado?
- O que me consola?
- O que domina meus pensamentos secretos?
- Há desejos que estão me controlando?
3. O desejo não tratado se torna ídolo
Tudo o que toma o lugar de Deus:
- comida,
- sexo,
- compras,
- elogios,
- entretenimento,
- dinheiro,
- trabalho.
4. O Espírito pode redirecionar os desejos
O alvo não é apenas controlar o desejo, mas transformá-lo.
Isso é obra da graça (Tt 2.11-12).
Tabela Expositiva – Do Desejo à Redenção
Aspecto
Referências
Termos Originais
Significado
Aplicação
Cobiça no deserto
Sl 78.18; 106.15
ta’avah
desejo intenso, desordenado
Vigiar o coração antes que o desejo cresça
Satisfação que adoece
Sl 106.15
razah
definhar, enfraquecer
Nem todo desejo atendido traz vida
Memória do pecado
Nm 11.5-6
zakar
lembrar seletivamente
O pecado idealiza o passado para seduzir
Sepulturas da cobiça
Nm 11.33-34
kivrot hataavah
túmulos da cobiça
Desejos destrutivos cavam sepulturas
Advertência para a Igreja
1 Co 10.1-13
epithymía
concupiscência, paixão
Desejos precisam ser submetidos ao Espírito
Redenção dos desejos
Tt 2.11-12
paideuō (educar)
graça que disciplina
Deus educa nossos desejos pelo Espírito
II – DESEJOS: DA ESCRAVIDÃO À REDENÇÃO
1 – A EXPERIÊNCIA DO DESERTO
A peregrinação de Israel no deserto é um dos mais fortes retratos bíblicos sobre a escravidão aos desejos (epithymía) e suas consequências espirituais. O povo foi liberto fisicamente do Egito, mas ainda estava interiormente preso aos apetites, memórias e prazeres da antiga escravidão.
O deserto revelou que a maior prisão do ser humano não é geográfica, mas moral e espiritual.
1. A COBIÇA NO DESERTO — UM PROBLEMA DA ALMA
a) “Deixaram-se levar da cobiça” (Sl 78.18)
O termo hebraico para “cobiça” é:
תַּאֲוָה (ta’avah)
Significa:
- desejo intenso,
- anseio desordenado,
- apetite descontrolado.
Não é apenas querer algo, mas querer de forma descontrolada, acima da vontade de Deus.
b) Deus “satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar a alma” (Sl 106.15)
O verbo hebraico para "definhar" é:
רָזָה (razah) – enfraquecer, minguar, perder vigor.
Eles receberam o que queriam, mas perderam a saúde espiritual.
Aplicação teológica:
Deus, às vezes, disciplina o coração concedendo o objeto do desejo pecaminoso — para que a pessoa veja seu vazio, seu peso e suas consequências.
2. A MEMÓRIA DO PECADO — UM EFEITO PSICOSPIRITUAL
Em Números 11.5-6, o povo diz:
“Lembramo-nos dos peixes… dos pepinos… melões… alhos…”
O verbo hebraico זָכַר (zakar) — lembrar-se — indica que eles reteram emocionalmente os prazeres do Egito, mas esqueceram suas dores (cf. Êx 1.13-14).
Essa memória seletiva é uma marca do coração carnal:
recorda o prazer, esquece a opressão.
O mesmo fenômeno ocorre no pecado hoje:
- A pessoa lembra o prazer momentâneo,
- e “apaga” o sofrimento, a culpa, as perdas.
O pecado reescreve a memória para torná-lo atraente.
3. A SUBMISSÃO AOS DESEJOS TRAZ MORTE
As consequências no deserto são repetidas na Escritura como advertência:
a) Sl 78.29-33
Eles comeram “à saciedade”, mas Deus enviou a Sua ira.
b) Nm 11.33–34 – “Quibrote-Hataavá”
O local onde morreram por causa da cobiça recebeu o nome:
קִבְרוֹת הַתַּאֲוָה — “Sepulturas da Cobiça”
O nome é teologicamente pedagógico:
O desejo desordenado cava sepulturas.
c) Nm 14.29
A geração que murmurou pereceu no deserto.
4. PAULO INTERPRETA O DESERTO PARA A IGREJA — 1 Co 10.1-13
Paulo utiliza a história de Israel para ensinar sobre o domínio dos desejos na vida cristã. O termo central é:
ἐπιθυμία (epithymía) — desejo ardente, concupiscência
Paulo afirma:
“Estas coisas foram escritas para aviso nosso…”
(1 Co 10.11)
Ou seja, a cobiça do deserto é tipológica: representa o perigo espiritual de se entregar às paixões.
Três lições paulinas:
- Experiências espirituais não imunizam contra desejos pecaminosos.
Israel viu milagres, mas caiu em cobiça. - Quem se entrega aos desejos, cai em idolatria.
Desejo, quando absoluto, vira ídolo. - Deus sempre oferece escape aos que lutam contra o desejo.
(1 Co 10.13)
Aplicação Pessoal
1. O deserto revela quem somos
O deserto é metáfora das provas e transições da vida.
Nesses períodos, nossa relação com Deus e nossos desejos é testada.
2. Os desejos revelam se somos livres
Não basta sair do Egito; o Egito precisa sair do coração.
Pergunte a si mesmo:
- O que eu desejo quando estou cansado?
- O que me consola?
- O que domina meus pensamentos secretos?
- Há desejos que estão me controlando?
3. O desejo não tratado se torna ídolo
Tudo o que toma o lugar de Deus:
- comida,
- sexo,
- compras,
- elogios,
- entretenimento,
- dinheiro,
- trabalho.
4. O Espírito pode redirecionar os desejos
O alvo não é apenas controlar o desejo, mas transformá-lo.
Isso é obra da graça (Tt 2.11-12).
Tabela Expositiva – Do Desejo à Redenção
Aspecto | Referências | Termos Originais | Significado | Aplicação |
Cobiça no deserto | Sl 78.18; 106.15 | ta’avah | desejo intenso, desordenado | Vigiar o coração antes que o desejo cresça |
Satisfação que adoece | Sl 106.15 | razah | definhar, enfraquecer | Nem todo desejo atendido traz vida |
Memória do pecado | Nm 11.5-6 | zakar | lembrar seletivamente | O pecado idealiza o passado para seduzir |
Sepulturas da cobiça | Nm 11.33-34 | kivrot hataavah | túmulos da cobiça | Desejos destrutivos cavam sepulturas |
Advertência para a Igreja | 1 Co 10.1-13 | epithymía | concupiscência, paixão | Desejos precisam ser submetidos ao Espírito |
Redenção dos desejos | Tt 2.11-12 | paideuō (educar) | graça que disciplina | Deus educa nossos desejos pelo Espírito |
2- Os desejos na era cristã. O drama dos desejos continua na era cristã, com uma diferença fundamental: Cristo venceu o pecado e nos dá poder para também vencê-lo (Rm 63-6,11-14). Contudo, enquanto estivermos neste corpo mortal enfrentaremos um conflito espiritual constante. Todo o cristão precisa decidir diariamente entre sua vontade carnal e a vontade do Espírito: “Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis” (Gl 5.17). A carne (sarx, natureza pecaminosa) tem seus próprios desejos, que são contrários ao Espírito. Vê-se, então, em nosso interior, uma luta travada. Cabe-nos decidir entre satisfazer os desejos da carne, que são pecaminosos, ou atender a voz do Espírito e viver segundo sua direção (Gl 5.18).
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
II – DESEJOS: DA ESCRAVIDÃO À REDENÇÃO
2 – OS DESEJOS NA ERA CRISTÃ
O drama dos desejos não terminou com o Antigo Testamento. Ele prossegue na experiência cristã, porém agora sob uma nova realidade espiritual: Cristo venceu o pecado e possibilita ao crente uma vida de liberdade (Rm 6.3-6,11-14). Ainda assim, a vitória não elimina o conflito interior, pois o cristão vive diariamente entre dois polos:
- a carne (sarx) – a inclinação pecaminosa;
- o Espírito (pneuma) – a nova vida produzida pela habitação divina.
Este conflito é uma das marcas da vida cristã madura.
1. A CONDIÇÃO ESPIRITUAL DO CRISTÃO: MORTOS PARA O PECADO, VIVOS PARA DEUS (Rm 6)
Paulo afirma três verdades fundamentais:
1) Fomos unidos a Cristo na morte e ressurreição
“Fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte” (Rm 6.4)
Isto significa que o domínio do pecado foi quebrado. O termo grego para “domínio” (Rm 6.14) é:
κυριεύω (kyrieúō) — exercer senhorio, governar, dominar
Ou seja: o pecado perdeu o direito de ser “senhor”.
2) O “velho homem” foi crucificado
“Para que o corpo do pecado seja destruído” (Rm 6.6)
O verbo grego “destruído” é:
καταργέω (katargéō) — tornar inoperante, invalidar, neutralizar
O pecado continua existindo, mas perdeu sua força de controle.
3) Precisamos considerar-nos mortos para o pecado
“Considerai-vos (λογίζεσθε, logízesthe) mortos para o pecado” (Rm 6.11)
Logízesthe significa “calcular, contar como verdadeiro”.
Trata-se de uma decisão mental diária baseada na obra de Cristo.
2. A LUTA ENTRE A CARNE E O ESPÍRITO (Gl 5.17)
Este é um dos textos mais profundos sobre o conflito interior.
a) “A carne cobiça contra o Espírito”
O termo grego para “cobiça” é:
ἐπιθυμέω (epithyméō) — desejar com intensidade, ansiar fortemente
A carne possui seus “desejos” (ἐπιθυμίαι, epithymíai), isto é, impulsos que se opõem radicalmente ao Espírito.
b) “A carne” — σάρξ (sarx)
Não significa corpo físico.
Significa:
- a natureza humana caída,
- a inclinação própria para o mal,
- o “eu” sem submissão a Deus.
c) “O Espírito” — πνεῦμα (pneuma)
Representa:
- a nova vida em Cristo,
- a direção de Deus,
- o poder de santificação.
d) “Estes opõem-se um ao outro”
O verbo é:
ἀντίκειμαι (antíkeimai) — resistir, se colocar contra, militar em oposição
A ideia é de duas forças em guerra constante dentro de nós.
3. O CRISTÃO ESCOLHE A QUEM DARÁ OUVIDOS (Gl 5.18)
“Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da Lei.”
O verbo “guiar” é:
ἄγω (ágō) — conduzir, dirigir, levar pela mão
O Espírito não apenas inspira: Ele guia ativamente.
O conflito interior será resolvido conforme a direção que escolhemos seguir:
- Se seguimos a carne → obras da carne (Gl 5.19-21).
- Se seguimos o Espírito → fruto do Espírito (Gl 5.22-23).
A vida cristã é a arte de substituir desejos:
não apenas resistir ao mal, mas cultivar novos afetos santos.
Aplicação Pessoal
1. A vitória sobre o pecado é real, mas exige disciplina
Cristo já destruiu o poder do pecado, mas você decide a quem dará espaço diariamente.
2. O conflito interior é sinal de vida espiritual
Quem não luta contra o pecado, está morto espiritualmente.
Só quem tem o Espírito sente o combate.
3. Desejos não desaparecem — são redirecionados
O Espírito não apagará seus desejos naturais, mas os transformará e ordenará.
4. A carne grita, o Espírito sussurra
A carne busca prazer imediato.
O Espírito busca frutificação eterna.
5. Todo dia escolhemos um caminho
Hoje, você será guiado por:
- impulsos desordenados?
- ou pelo Espírito Santo?
Tabela Expositiva – Desejos na Era Cristã
Tema
Referências
Termos Gregos
Sentido
Aplicação
Vitória sobre o pecado
Rm 6.3-6
kyrieúō
pecado não governa mais
Não permita que o antigo senhor volte ao trono
Morte do velho homem
Rm 6.6
katargéō
tornar inoperante
O pecado só atua se você lhe der espaço
Considerar-se morto
Rm 6.11
logízesthe
contar como fato
A fé se apropria da obra de Cristo
Conflito espiritual
Gl 5.17
epithyméō, sarx, pneuma, antíkeimai
guerra interior
Reconheça as inclinações da carne
Guia do Espírito
Gl 5.18
ágō
conduzir pela mão
Submissão diária ao Espírito
Caminho escolhido
Gl 5.19-23
—
carne × fruto
Toda escolha molda o caráter
II – DESEJOS: DA ESCRAVIDÃO À REDENÇÃO
2 – OS DESEJOS NA ERA CRISTÃ
O drama dos desejos não terminou com o Antigo Testamento. Ele prossegue na experiência cristã, porém agora sob uma nova realidade espiritual: Cristo venceu o pecado e possibilita ao crente uma vida de liberdade (Rm 6.3-6,11-14). Ainda assim, a vitória não elimina o conflito interior, pois o cristão vive diariamente entre dois polos:
- a carne (sarx) – a inclinação pecaminosa;
- o Espírito (pneuma) – a nova vida produzida pela habitação divina.
Este conflito é uma das marcas da vida cristã madura.
1. A CONDIÇÃO ESPIRITUAL DO CRISTÃO: MORTOS PARA O PECADO, VIVOS PARA DEUS (Rm 6)
Paulo afirma três verdades fundamentais:
1) Fomos unidos a Cristo na morte e ressurreição
“Fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte” (Rm 6.4)
Isto significa que o domínio do pecado foi quebrado. O termo grego para “domínio” (Rm 6.14) é:
κυριεύω (kyrieúō) — exercer senhorio, governar, dominar
Ou seja: o pecado perdeu o direito de ser “senhor”.
2) O “velho homem” foi crucificado
“Para que o corpo do pecado seja destruído” (Rm 6.6)
O verbo grego “destruído” é:
καταργέω (katargéō) — tornar inoperante, invalidar, neutralizar
O pecado continua existindo, mas perdeu sua força de controle.
3) Precisamos considerar-nos mortos para o pecado
“Considerai-vos (λογίζεσθε, logízesthe) mortos para o pecado” (Rm 6.11)
Logízesthe significa “calcular, contar como verdadeiro”.
Trata-se de uma decisão mental diária baseada na obra de Cristo.
2. A LUTA ENTRE A CARNE E O ESPÍRITO (Gl 5.17)
Este é um dos textos mais profundos sobre o conflito interior.
a) “A carne cobiça contra o Espírito”
O termo grego para “cobiça” é:
ἐπιθυμέω (epithyméō) — desejar com intensidade, ansiar fortemente
A carne possui seus “desejos” (ἐπιθυμίαι, epithymíai), isto é, impulsos que se opõem radicalmente ao Espírito.
b) “A carne” — σάρξ (sarx)
Não significa corpo físico.
Significa:
- a natureza humana caída,
- a inclinação própria para o mal,
- o “eu” sem submissão a Deus.
c) “O Espírito” — πνεῦμα (pneuma)
Representa:
- a nova vida em Cristo,
- a direção de Deus,
- o poder de santificação.
d) “Estes opõem-se um ao outro”
O verbo é:
ἀντίκειμαι (antíkeimai) — resistir, se colocar contra, militar em oposição
A ideia é de duas forças em guerra constante dentro de nós.
3. O CRISTÃO ESCOLHE A QUEM DARÁ OUVIDOS (Gl 5.18)
“Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da Lei.”
O verbo “guiar” é:
ἄγω (ágō) — conduzir, dirigir, levar pela mão
O Espírito não apenas inspira: Ele guia ativamente.
O conflito interior será resolvido conforme a direção que escolhemos seguir:
- Se seguimos a carne → obras da carne (Gl 5.19-21).
- Se seguimos o Espírito → fruto do Espírito (Gl 5.22-23).
A vida cristã é a arte de substituir desejos:
não apenas resistir ao mal, mas cultivar novos afetos santos.
Aplicação Pessoal
1. A vitória sobre o pecado é real, mas exige disciplina
Cristo já destruiu o poder do pecado, mas você decide a quem dará espaço diariamente.
2. O conflito interior é sinal de vida espiritual
Quem não luta contra o pecado, está morto espiritualmente.
Só quem tem o Espírito sente o combate.
3. Desejos não desaparecem — são redirecionados
O Espírito não apagará seus desejos naturais, mas os transformará e ordenará.
4. A carne grita, o Espírito sussurra
A carne busca prazer imediato.
O Espírito busca frutificação eterna.
5. Todo dia escolhemos um caminho
Hoje, você será guiado por:
- impulsos desordenados?
- ou pelo Espírito Santo?
Tabela Expositiva – Desejos na Era Cristã
Tema | Referências | Termos Gregos | Sentido | Aplicação |
Vitória sobre o pecado | Rm 6.3-6 | kyrieúō | pecado não governa mais | Não permita que o antigo senhor volte ao trono |
Morte do velho homem | Rm 6.6 | katargéō | tornar inoperante | O pecado só atua se você lhe der espaço |
Considerar-se morto | Rm 6.11 | logízesthe | contar como fato | A fé se apropria da obra de Cristo |
Conflito espiritual | Gl 5.17 | epithyméō, sarx, pneuma, antíkeimai | guerra interior | Reconheça as inclinações da carne |
Guia do Espírito | Gl 5.18 | ágō | conduzir pela mão | Submissão diária ao Espírito |
Caminho escolhido | Gl 5.19-23 | — | carne × fruto | Toda escolha molda o caráter |
3- A decisão do homem redimido. A obra da salvação realizada por Cristo nos liberta do poder do pecado. Diante dos desejos da carne e da vontade do Espírito, o homem redimido inclina-se “para as coisas do Espírito” (Rm 8.5). Isso é resultado de sua nova natureza (Ef. 4.24; 2Co 5.17). Significa que não podemos nos conformar com os desejos do velho homem, mas, pelo poder do Espírito, nos dedicar ao processo de mortificação de nossa carne, a velha natureza (Rm 8.11-13; Cl 3.5). Nossos desejos pecaminosos não deixam de existir, mas em Cristo triunfamos sobre eles; vivendo, andando e frutificando no Espírito (Gl 5.22-25;1 Jo 3.6).
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
3 — A DECISÃO DO HOMEM REDIMIDO
Comentário Bíblico-Teológico Aprofundado
A Escritura ensina que a redenção em Cristo não apenas perdoa os pecados, mas transforma a vontade, realinhando-a com os desejos de Deus. O homem regenerado recebe uma nova natureza, que passa a inclinar-se “para as coisas do Espírito” (Rm 8.5). Essa inclinação não é automática, mas fruto da obra contínua do Espírito Santo.
1. Obra transformadora da redenção
Paulo afirma:
“Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito.” (Rm 8.5)
A palavra grega para inclinar-se, φρονέω (phroneō), refere-se a ter a mente voltada para, saborear, fixar o pensamento e os anseios em. Isto é, a nova natureza não muda apenas comportamentos, mas afeições profundas, valores, prioridades e desejos.
Assim, o homem redimido:
- Recebe novo caráter criado segundo Deus (Ef 4.24).
→ “criado segundo Deus” = κατὰ θεὸν κτισθέντα (kata theon ktisthenta) = criado para refletir o caráter divino. - Torna-se uma nova criatura (2Co 5.17).
→ καινὴ κτίσις (kainē ktisis) = nova criação qualitativamente superior, não apenas reformada.
A redenção, portanto, restaura a capacidade da vontade de responder a Deus com liberdade espiritual.
2. A necessidade de mortificação da carne
Mesmo após a regeneração, os desejos da carne continuam existindo (Rm 7.23), mas perdem o domínio. A Bíblia ordena:
“Mortificai (νεκρώσατε nekrosate) a vossa natureza terrena” (Cl 3.5)
O verbo nekroō significa fazer morrer, suprimir a força vital, desarmar o poder. Trata-se de:
- Uma ação deliberada da vontade regenerada,
- Dependente do poder do Espírito Santo (Rm 8.13),
- Direcionada aos hábitos pecaminosos do velho homem.
A mortificação é um processo diário: negar os impulsos que desagradam a Deus antes que se tornem ações.
3. Viver, andar e frutificar no Espírito
O crente tem vitória não pela força da vontade humana, mas porque:
“Os que são de Cristo crucificaram a carne” (Gl 5.24)
O verbo “crucificaram”, σταύρωσαν (staurōsan), indica um ato decisivo ocorrido no momento da conversão, mas que produz efeitos contínuos. O fruto do Espírito (Gl 5.22–23) revela um novo padrão de desejos:
- Amor que supera egoísmo
- Domínio próprio que governa impulsos
- Mansidão que se opõe à ira
- Bondade que suprime a maldade da carne
A nova vontade capacitada pelo Espírito busca espontaneamente aquilo que agrada a Deus.
4. Permanecer em Cristo e não pecar (1 Jo 3.6)
“Todo aquele que permanece nele não vive pecando.”
μένει (menei) = permanece, continua, permanece ligado.
A questão aqui não é impecabilidade, mas orientação de vida.
Quem permanece em Cristo:
- Não vive na prática do pecado,
- Não tem prazer nele,
- Intensifica o desejo de santidade,
- Resiste ao pecado pela nova disposição espiritual.
A nova vontade deseja aquilo que Cristo deseja.
Aplicação Pessoal
- Reconheça que sua vontade natural não desaparece, mas deve ser crucificada diariamente.
Pergunte-se: O que Cristo deseja que eu deseje? - Alimente os desejos espirituais com Palavra, oração e comunhão. A vontade segue aquilo que você cultiva.
- Discernir desejos:
- Desejos que afastam de Deus → carne.
- Desejos que aproximam de Deus → Espírito.
- Pratique decisões espiritualmente guiadas. A maturidade cristã é a arte de escolher diariamente “as coisas do Espírito”.
- Confie no poder do Espírito. A vontade sozinha é fraca; a vontade renovada + poder do Espírito = vitória.
Tabela Expositiva — A Decisão do Homem Redimido
Tema
Texto
Termo Grego/Hebraico
Explicação
Aplicação
Nova Inclinação
Rm 8.5
phroneō
Orientação mental e afetiva, inclinação profunda
Buscar continuamente “as coisas do Espírito”
Nova Natureza
Ef 4.24
kainos / ktisis
Qualidade nova, natureza recriada segundo Deus
A vida deve refletir Cristo no caráter
Mortificação
Cl 3.5
nekroō
Fazer morrer hábitos pecaminosos
Romper com práticas que alimentam o velho homem
Vitória sobre a Carne
Gl 5.17
sarx vs pneuma
Conflito contínuo entre natureza velha e nova
Decidir diariamente pelo Espírito
Fruto do Espírito
Gl 5.22–23
karpos
Resultado orgânico da vida no Espírito
Frutificação visível: amor, domínio próprio, etc.
Vida de Santidade
1 Jo 3.6
menei
Permanecer unido a Cristo
Permanecer = não viver em prática de pecado
3 — A DECISÃO DO HOMEM REDIMIDO
Comentário Bíblico-Teológico Aprofundado
A Escritura ensina que a redenção em Cristo não apenas perdoa os pecados, mas transforma a vontade, realinhando-a com os desejos de Deus. O homem regenerado recebe uma nova natureza, que passa a inclinar-se “para as coisas do Espírito” (Rm 8.5). Essa inclinação não é automática, mas fruto da obra contínua do Espírito Santo.
1. Obra transformadora da redenção
Paulo afirma:
“Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito.” (Rm 8.5)
A palavra grega para inclinar-se, φρονέω (phroneō), refere-se a ter a mente voltada para, saborear, fixar o pensamento e os anseios em. Isto é, a nova natureza não muda apenas comportamentos, mas afeições profundas, valores, prioridades e desejos.
Assim, o homem redimido:
- Recebe novo caráter criado segundo Deus (Ef 4.24).
→ “criado segundo Deus” = κατὰ θεὸν κτισθέντα (kata theon ktisthenta) = criado para refletir o caráter divino. - Torna-se uma nova criatura (2Co 5.17).
→ καινὴ κτίσις (kainē ktisis) = nova criação qualitativamente superior, não apenas reformada.
A redenção, portanto, restaura a capacidade da vontade de responder a Deus com liberdade espiritual.
2. A necessidade de mortificação da carne
Mesmo após a regeneração, os desejos da carne continuam existindo (Rm 7.23), mas perdem o domínio. A Bíblia ordena:
“Mortificai (νεκρώσατε nekrosate) a vossa natureza terrena” (Cl 3.5)
O verbo nekroō significa fazer morrer, suprimir a força vital, desarmar o poder. Trata-se de:
- Uma ação deliberada da vontade regenerada,
- Dependente do poder do Espírito Santo (Rm 8.13),
- Direcionada aos hábitos pecaminosos do velho homem.
A mortificação é um processo diário: negar os impulsos que desagradam a Deus antes que se tornem ações.
3. Viver, andar e frutificar no Espírito
O crente tem vitória não pela força da vontade humana, mas porque:
“Os que são de Cristo crucificaram a carne” (Gl 5.24)
O verbo “crucificaram”, σταύρωσαν (staurōsan), indica um ato decisivo ocorrido no momento da conversão, mas que produz efeitos contínuos. O fruto do Espírito (Gl 5.22–23) revela um novo padrão de desejos:
- Amor que supera egoísmo
- Domínio próprio que governa impulsos
- Mansidão que se opõe à ira
- Bondade que suprime a maldade da carne
A nova vontade capacitada pelo Espírito busca espontaneamente aquilo que agrada a Deus.
4. Permanecer em Cristo e não pecar (1 Jo 3.6)
“Todo aquele que permanece nele não vive pecando.”
μένει (menei) = permanece, continua, permanece ligado.
A questão aqui não é impecabilidade, mas orientação de vida.
Quem permanece em Cristo:
- Não vive na prática do pecado,
- Não tem prazer nele,
- Intensifica o desejo de santidade,
- Resiste ao pecado pela nova disposição espiritual.
A nova vontade deseja aquilo que Cristo deseja.
Aplicação Pessoal
- Reconheça que sua vontade natural não desaparece, mas deve ser crucificada diariamente.
Pergunte-se: O que Cristo deseja que eu deseje? - Alimente os desejos espirituais com Palavra, oração e comunhão. A vontade segue aquilo que você cultiva.
- Discernir desejos:
- Desejos que afastam de Deus → carne.
- Desejos que aproximam de Deus → Espírito.
- Pratique decisões espiritualmente guiadas. A maturidade cristã é a arte de escolher diariamente “as coisas do Espírito”.
- Confie no poder do Espírito. A vontade sozinha é fraca; a vontade renovada + poder do Espírito = vitória.
Tabela Expositiva — A Decisão do Homem Redimido
Tema | Texto | Termo Grego/Hebraico | Explicação | Aplicação |
Nova Inclinação | Rm 8.5 | phroneō | Orientação mental e afetiva, inclinação profunda | Buscar continuamente “as coisas do Espírito” |
Nova Natureza | Ef 4.24 | kainos / ktisis | Qualidade nova, natureza recriada segundo Deus | A vida deve refletir Cristo no caráter |
Mortificação | Cl 3.5 | nekroō | Fazer morrer hábitos pecaminosos | Romper com práticas que alimentam o velho homem |
Vitória sobre a Carne | Gl 5.17 | sarx vs pneuma | Conflito contínuo entre natureza velha e nova | Decidir diariamente pelo Espírito |
Fruto do Espírito | Gl 5.22–23 | karpos | Resultado orgânico da vida no Espírito | Frutificação visível: amor, domínio próprio, etc. |
Vida de Santidade | 1 Jo 3.6 | menei | Permanecer unido a Cristo | Permanecer = não viver em prática de pecado |
SINOPSE II
Os desejos podem escravizar o ser humano mas em Cristo há poder para vencê-los e viver segundo o Espírito.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
III- O ENSINO SOBRE OS DESEJOS EM TIAGO
1- Atração e engano. Tiago 1.14,15 trata dos desejos carnais e suas consequências. Empregando o conhecido termo “concupiscência” (epithumia) com o sentido de “maus desejos”, o apóstolo refere-se ao processo de tentação e pecado: “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado por sua própria concupiscência” (Tg 1.14). A faculdade da vontade é retratada neste texto como um elemento de comunicação interna que tem a capacidade de atrair e enganar. Assim sendo, o mau desejo é capaz de afetar a própria razão, levando-a acreditar que o pecado não produz consequências ruins, mas boas. Nesse processo, a mente é entorpecida depois do desejo ter sido aguçado.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
1 – ATRAÇÃO E ENGANO (Tg 1.14–15)
Comentário Bíblico-Teológico Aprofundado
O texto de Tiago descreve com precisão o processo espiritual e psicológico pelo qual o desejo mau (concupiscência) opera dentro da alma humana. Diferente de Satanás, que é um tentador externo, Tiago mostra que o ponto mais perigoso da tentação está dentro do próprio homem, em seus desejos distorcidos.
1. O termo “concupiscência” (ἐπιθυμία – epithymía)
A palavra grega epithymía é formada por:
- epi = sobre, intensificação
- thymos = paixão, impulso, desejo ardente
No NT pode significar:
- desejo bom (Lc 22.15: “desejei muito comer convosco…”),
- ou desejo mau e desordenado (Rm 7.7; Gl 5.16).
Em Tiago 1.14, o sentido é claramente negativo: desejo distorcido, paixão desordenada que se rebela contra a vontade de Deus.
Esse “desejo corrupto” é a semente interna do pecado.
2. “Atraído e engodado” (ἐξελκόμενος καὶ δελεαζόμενος)
Tiago usa linguagem de pescaria, ilustrando com maestria:
• “Atraído” — ἐξελκόμενος (exelkómenos)
- literal: puxado para fora, seduzido, arrastado
- imagem: o peixe sendo tirado de seu esconderijo ao ver a isca.
A vontade humana é puxada para fora de seu lugar de segurança (a obediência) quando um desejo interno é atiçado.
• “Engodado” — δελεαζόμενος (deleazómenos)
- literal: fisgado pela isca, atraído por algo enganoso
- descrição clássica de colocar isca na ponta do anzol.
O ensino de Tiago:
O pecado sempre se apresenta como “bom”, “agradável”, “vantajoso”, mas é uma isca.
O prazer prometido é apenas o disfarce da destruição futura.
3. A distorção da razão
Tiago descreve um fenômeno espiritual e psicológico profundo:
O desejo pecado dialoga com a razão e a convence de que:
- “não terá consequências”;
- “não é tão grave assim”;
- “trará benefício”;
- “todos fazem”;
- “Deus entende”.
A mente, entorpecida pelo desejo inflamado, passa a construir justificativas para aquilo que Deus condenou. É por isso que Tiago mostra que o problema principal não é a tentação externa, mas o estado interno da vontade.
O processo é:
- Desejo nasce
- Desejo seduz
- Razão acredita na mentira
- A vontade adere
- O pecado é praticado
- A morte se manifesta
Só o Espírito Santo pode quebrar esse ciclo.
4. A responsabilidade pessoal
Tiago não culpa:
- Satanás
- o mundo
- circunstâncias
- criação
- traumas
- Deus
Ele afirma:
“Cada um é tentado” — ἔκαστος (hékastos) = cada indivíduo, sem exceção.
“Por sua própria concupiscência” — hypo tēs idías epithymías = “pelo seu próprio desejo”.
O pecado não nasce do exterior, mas do coração humano (Mt 15.19).
Aplicação Pessoal
- Discernir desejos
Pergunte-se sempre: Este desejo me aproxima ou me afasta de Deus? - Vigiar pensamentos
Os desejos pecaminosos começam como pequenas inclinações toleradas. - Cortar a isca
Identificar “a isca” que mais nos seduz (ex: orgulho, luxúria, ganância, vícios, aprovação humana) e fugir. - Renovar a mente (Rm 12.2)
Só uma mente saturada da Palavra consegue discernir quando a razão está sendo enganada. - Confessar desejo antes que se torne pecado
O melhor momento para vencer o pecado é quando ele ainda é apenas um desejo. - Depender do Espírito Santo
A tentação é vencida pela vida no Espírito (Gl 5.16), não pela força de vontade isolada.
Tabela Expositiva — Tiago 1.14–15
Etapa
Termo Grego
Significado
Dinâmica Espiritual
Aplicação
1. Desejo
ἐπιθυμία (epithymía)
Paixão intensa, desejo distorcido
O desejo pecaminoso se acende no coração
Vigiar inclinações internas
2. Atração
ἐξελκόμενος (exelkomenos)
Arrastado para fora, seduzido
O desejo puxa a pessoa fora da vontade de Deus
Fugir das situações que alimentam o desejo
3. Engano
δελεαζόμενος (deleazomenos)
Enganado pela isca
A mente é persuadida de que o pecado é bom
Combater mentiras com a Palavra
4. Concepção
συλλαβοῦσα (syllabousa) – v.15
Conceber, gerar
A vontade consente com o desejo
Cortar o mal antes da decisão
5. Nascimento do pecado
τίκτει ἁμαρτίαν (tiktei hamartian)
Dar à luz o pecado
O desejo consumado vira prática pecaminosa
Arrependimento imediato
6. Crescimento
ἀποτελεσθεῖσα (apotelestheisa)
Tornado pleno, amadurecido
O pecado se fortalece se repetido
Mortificar hábitos pecaminosos
7. Morte
θάνατος (thanatos)
Separação, destruição
O pecado amadurecido produz morte
Viver no Espírito diariamente
1 – ATRAÇÃO E ENGANO (Tg 1.14–15)
Comentário Bíblico-Teológico Aprofundado
O texto de Tiago descreve com precisão o processo espiritual e psicológico pelo qual o desejo mau (concupiscência) opera dentro da alma humana. Diferente de Satanás, que é um tentador externo, Tiago mostra que o ponto mais perigoso da tentação está dentro do próprio homem, em seus desejos distorcidos.
1. O termo “concupiscência” (ἐπιθυμία – epithymía)
A palavra grega epithymía é formada por:
- epi = sobre, intensificação
- thymos = paixão, impulso, desejo ardente
No NT pode significar:
- desejo bom (Lc 22.15: “desejei muito comer convosco…”),
- ou desejo mau e desordenado (Rm 7.7; Gl 5.16).
Em Tiago 1.14, o sentido é claramente negativo: desejo distorcido, paixão desordenada que se rebela contra a vontade de Deus.
Esse “desejo corrupto” é a semente interna do pecado.
2. “Atraído e engodado” (ἐξελκόμενος καὶ δελεαζόμενος)
Tiago usa linguagem de pescaria, ilustrando com maestria:
• “Atraído” — ἐξελκόμενος (exelkómenos)
- literal: puxado para fora, seduzido, arrastado
- imagem: o peixe sendo tirado de seu esconderijo ao ver a isca.
A vontade humana é puxada para fora de seu lugar de segurança (a obediência) quando um desejo interno é atiçado.
• “Engodado” — δελεαζόμενος (deleazómenos)
- literal: fisgado pela isca, atraído por algo enganoso
- descrição clássica de colocar isca na ponta do anzol.
O ensino de Tiago:
O pecado sempre se apresenta como “bom”, “agradável”, “vantajoso”, mas é uma isca.
O prazer prometido é apenas o disfarce da destruição futura.
3. A distorção da razão
Tiago descreve um fenômeno espiritual e psicológico profundo:
O desejo pecado dialoga com a razão e a convence de que:
- “não terá consequências”;
- “não é tão grave assim”;
- “trará benefício”;
- “todos fazem”;
- “Deus entende”.
A mente, entorpecida pelo desejo inflamado, passa a construir justificativas para aquilo que Deus condenou. É por isso que Tiago mostra que o problema principal não é a tentação externa, mas o estado interno da vontade.
O processo é:
- Desejo nasce
- Desejo seduz
- Razão acredita na mentira
- A vontade adere
- O pecado é praticado
- A morte se manifesta
Só o Espírito Santo pode quebrar esse ciclo.
4. A responsabilidade pessoal
Tiago não culpa:
- Satanás
- o mundo
- circunstâncias
- criação
- traumas
- Deus
Ele afirma:
“Cada um é tentado” — ἔκαστος (hékastos) = cada indivíduo, sem exceção.
“Por sua própria concupiscência” — hypo tēs idías epithymías = “pelo seu próprio desejo”.
O pecado não nasce do exterior, mas do coração humano (Mt 15.19).
Aplicação Pessoal
- Discernir desejos
Pergunte-se sempre: Este desejo me aproxima ou me afasta de Deus? - Vigiar pensamentos
Os desejos pecaminosos começam como pequenas inclinações toleradas. - Cortar a isca
Identificar “a isca” que mais nos seduz (ex: orgulho, luxúria, ganância, vícios, aprovação humana) e fugir. - Renovar a mente (Rm 12.2)
Só uma mente saturada da Palavra consegue discernir quando a razão está sendo enganada. - Confessar desejo antes que se torne pecado
O melhor momento para vencer o pecado é quando ele ainda é apenas um desejo. - Depender do Espírito Santo
A tentação é vencida pela vida no Espírito (Gl 5.16), não pela força de vontade isolada.
Tabela Expositiva — Tiago 1.14–15
Etapa | Termo Grego | Significado | Dinâmica Espiritual | Aplicação |
1. Desejo | ἐπιθυμία (epithymía) | Paixão intensa, desejo distorcido | O desejo pecaminoso se acende no coração | Vigiar inclinações internas |
2. Atração | ἐξελκόμενος (exelkomenos) | Arrastado para fora, seduzido | O desejo puxa a pessoa fora da vontade de Deus | Fugir das situações que alimentam o desejo |
3. Engano | δελεαζόμενος (deleazomenos) | Enganado pela isca | A mente é persuadida de que o pecado é bom | Combater mentiras com a Palavra |
4. Concepção | συλλαβοῦσα (syllabousa) – v.15 | Conceber, gerar | A vontade consente com o desejo | Cortar o mal antes da decisão |
5. Nascimento do pecado | τίκτει ἁμαρτίαν (tiktei hamartian) | Dar à luz o pecado | O desejo consumado vira prática pecaminosa | Arrependimento imediato |
6. Crescimento | ἀποτελεσθεῖσα (apotelestheisa) | Tornado pleno, amadurecido | O pecado se fortalece se repetido | Mortificar hábitos pecaminosos |
7. Morte | θάνατος (thanatos) | Separação, destruição | O pecado amadurecido produz morte | Viver no Espírito diariamente |
2- Abortando o processo. Na lição 7 estudamos sobre a importância de interromper maus pensamentos para evitar a prática de pecados. Pelo texto de Tiago observamos que é preciso, também, abordar os maus desejos. Aliás, eles são ainda mais perigosos, pois podem influenciar diretamente nossas decisões. Quando encontra seu objeto ou alvo o desejo se torna intenso. Se não for rejeitado, não descansa até convencer, derrubando as barreiras da consciência: “Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tg 1.15). Que o Senhor nos livre de toda a tentação (Mt 6.13). Não nos esqueçamos, contudo, de fazer a nossa parte: viver em constante vigilância e oração (Mt 26.41).
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
2 – ABORTANDO O PROCESSO (Tg 1.15)
Comentário Bíblico-Teológico Aprofundado
Tiago descreve a tentação como um processo gradual, não como um ato isolado. A queda moral não acontece de repente: ela é construída lentamente dentro do coração quando desejo, imaginação e vontade formam um acordo clandestino.
Por isso, “abortar o processo” — interromper a tentação antes que se transforme em pecado — é uma disciplina espiritual vital para o cristão.
1. “Havendo a concupiscência concebido…” (Tg 1.15)
Aqui Tiago muda a metáfora: se no verso anterior a figura era pesca, agora é gestação.
A frase grega é:
συλλαβοῦσα ἡ ἐπιθυμία (syllaboúsa hē epithymía)
“tendo o desejo concebido…”
O verbo syllambanō (“conceber, engravidar”) é usado para:
- gravidez literal (Lc 1.24)
- gerar um resultado imaterial (At 5.3 – Satanás “encheu o coração”)
Assim, o “desejo” torna-se uma semente fecundada no coração.
Ele deixa de ser um impulso e torna-se um projeto.
O pecado começa quando o desejo é nutrido, não quando é praticado.
É por isso que Jesus tratou a intenção como pecado em formação (Mt 5.27–28).
2. “Dá à luz o pecado” — τίκτει ἁμαρτίαν (tiktei hamartian)
O verbo tiktō significa:
- “dar à luz”,
- “produzir”,
- “gerar”.
O que Tiago ensina é decisivo:
O pecado nasce de um processo interno que NÃO foi interrompido.
A mente:
- acariciou o desejo,
- alimentou a imaginação,
- removeu as barreiras da consciência,
- justificou a ação,
- e a vontade finalmente aderiu.
Quando a vontade consente, o pecado nasce.
3. “O pecado, sendo consumado, gera a morte” — ἀποτελεσθεῖσα… θάνατον (apotelestheisa… thanaton)
“Consumado” = apoteléō, “trazer à maturidade”, “levar ao fim”, “completar um ciclo”.
A imagem é clara:
- O desejo é concepção.
- A prática é nascimento.
- A morte é maturidade.
Tiago mostra que o pecado não é:
- um erro pequeno,
- uma fraqueza moral,
- uma falha emocional.
Ele é um organismo vivo que cresce, amadurece e destrói.
Seu resultado final é morte (thanatos):
- morte espiritual (separação de Deus),
- morte moral (consciência cauterizada),
- morte relacional,
- morte emocional,
- e, em última instância, morte eterna.
4. Por que é preciso “abortar o processo”?
Porque o pecado sempre quer crescer.
Nenhum desejo pecaminoso permanece pequeno.
Quando alimentado:
- ele se fortalece,
- se normaliza,
- cria raízes,
- forma hábitos,
- e escraviza.
Por isso, Tiago ensina que o momento ideal para vencer o pecado é na fase do desejo — antes da concepção.
É nesse ponto que o Espírito Santo atua:
convencendo (Jo 16.8),
despertando vigilância (Mt 26.41),
e fortalecendo a vontade para dizer “não” (Gl 5.16–17).
5. A oração do Pai-Nosso e a vigilância (Mt 6.13; 26.41)
“Não nos deixes cair em tentação”
Jesus nos ensinou a pedir que Deus interrompa o processo.
A petição não é:
“Não nos permitas ser tentados”,
porque isso é impossível neste mundo.
Mas:
“Não nos deixes sucumbir ao processo da tentação.”
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação”
O verbo “entrar” (eiselthēte) significa:
“entrar para dentro”,
“afundar”,
“ceder”.
A tentação é como uma porta:
A vigilância e a oração impedem que você a atravessse.
Aplicação Pessoal
- Interrompa o desejo antes que amadureça
Corte pensamentos, emoções, situações e ambientes que alimentam a concupiscência. - Identifique o “alvo” do desejo
O desejo só se intensifica quando encontra um objeto (pessoa, situação, fantasia, oportunidade). - Aja rápido
Quanto mais cedo a tentação é combatida, mais fácil é vencê-la. - Preencha o coração com o Espírito
Não basta expulsar o desejo; é preciso substituir por algo melhor (Gl 5.16). - Confesse cedo e fuja cedo
A vergonha muitas vezes impede o arrependimento.
Confessar no início quebra o ciclo. - Ore diariamente pelo livramento do ciclo da tentação
É uma disciplina espiritual preventiva.
Tabela Expositiva — Abortando o Processo da Tentação
Etapa da Tentação
Termo Grego
Ação Espiritual
Perigo
Como “abortar”
1. Desejo
ἐπιθυμία — epithymía
Surge uma inclinação interna
Desejo se alimenta se não for rejeitado
Renunciar imediatamente; vigiar pensamentos
2. Intensificação
στόχος — “alvo” (implícito)
O desejo encontra uma oportunidade
Emoção aumenta, racionalização começa
Cortar oportunidades; evitar gatilhos
3. Concepção
συλλαβοῦσα — syllaboúsa
A vontade aceita o desejo
A consciência perde força
Interromper o consentimento; orar; pedir ajuda
4. Nascimento
τίκτει — tiktei
O pecado é praticado
O hábito se forma
Arrependimento imediato; confissão
5. Maturação
ἀποτελεσθεῖσα — apotelestheisa
O pecado cresce e domina
Escravidão espiritual
Mortificação da carne; disciplina espirituais
6. Morte
θάνατος — thanatos
Separação, destruição
Consequências profundas
Retorno urgente ao evangelho
2 – ABORTANDO O PROCESSO (Tg 1.15)
Comentário Bíblico-Teológico Aprofundado
Tiago descreve a tentação como um processo gradual, não como um ato isolado. A queda moral não acontece de repente: ela é construída lentamente dentro do coração quando desejo, imaginação e vontade formam um acordo clandestino.
Por isso, “abortar o processo” — interromper a tentação antes que se transforme em pecado — é uma disciplina espiritual vital para o cristão.
1. “Havendo a concupiscência concebido…” (Tg 1.15)
Aqui Tiago muda a metáfora: se no verso anterior a figura era pesca, agora é gestação.
A frase grega é:
συλλαβοῦσα ἡ ἐπιθυμία (syllaboúsa hē epithymía)
“tendo o desejo concebido…”
O verbo syllambanō (“conceber, engravidar”) é usado para:
- gravidez literal (Lc 1.24)
- gerar um resultado imaterial (At 5.3 – Satanás “encheu o coração”)
Assim, o “desejo” torna-se uma semente fecundada no coração.
Ele deixa de ser um impulso e torna-se um projeto.
O pecado começa quando o desejo é nutrido, não quando é praticado.
É por isso que Jesus tratou a intenção como pecado em formação (Mt 5.27–28).
2. “Dá à luz o pecado” — τίκτει ἁμαρτίαν (tiktei hamartian)
O verbo tiktō significa:
- “dar à luz”,
- “produzir”,
- “gerar”.
O que Tiago ensina é decisivo:
O pecado nasce de um processo interno que NÃO foi interrompido.
A mente:
- acariciou o desejo,
- alimentou a imaginação,
- removeu as barreiras da consciência,
- justificou a ação,
- e a vontade finalmente aderiu.
Quando a vontade consente, o pecado nasce.
3. “O pecado, sendo consumado, gera a morte” — ἀποτελεσθεῖσα… θάνατον (apotelestheisa… thanaton)
“Consumado” = apoteléō, “trazer à maturidade”, “levar ao fim”, “completar um ciclo”.
A imagem é clara:
- O desejo é concepção.
- A prática é nascimento.
- A morte é maturidade.
Tiago mostra que o pecado não é:
- um erro pequeno,
- uma fraqueza moral,
- uma falha emocional.
Ele é um organismo vivo que cresce, amadurece e destrói.
Seu resultado final é morte (thanatos):
- morte espiritual (separação de Deus),
- morte moral (consciência cauterizada),
- morte relacional,
- morte emocional,
- e, em última instância, morte eterna.
4. Por que é preciso “abortar o processo”?
Porque o pecado sempre quer crescer.
Nenhum desejo pecaminoso permanece pequeno.
Quando alimentado:
- ele se fortalece,
- se normaliza,
- cria raízes,
- forma hábitos,
- e escraviza.
Por isso, Tiago ensina que o momento ideal para vencer o pecado é na fase do desejo — antes da concepção.
É nesse ponto que o Espírito Santo atua:
convencendo (Jo 16.8),
despertando vigilância (Mt 26.41),
e fortalecendo a vontade para dizer “não” (Gl 5.16–17).
5. A oração do Pai-Nosso e a vigilância (Mt 6.13; 26.41)
“Não nos deixes cair em tentação”
Jesus nos ensinou a pedir que Deus interrompa o processo.
A petição não é:
“Não nos permitas ser tentados”,
porque isso é impossível neste mundo.
Mas:
“Não nos deixes sucumbir ao processo da tentação.”
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação”
O verbo “entrar” (eiselthēte) significa:
“entrar para dentro”,
“afundar”,
“ceder”.
A tentação é como uma porta:
A vigilância e a oração impedem que você a atravessse.
Aplicação Pessoal
- Interrompa o desejo antes que amadureça
Corte pensamentos, emoções, situações e ambientes que alimentam a concupiscência. - Identifique o “alvo” do desejo
O desejo só se intensifica quando encontra um objeto (pessoa, situação, fantasia, oportunidade). - Aja rápido
Quanto mais cedo a tentação é combatida, mais fácil é vencê-la. - Preencha o coração com o Espírito
Não basta expulsar o desejo; é preciso substituir por algo melhor (Gl 5.16). - Confesse cedo e fuja cedo
A vergonha muitas vezes impede o arrependimento.
Confessar no início quebra o ciclo. - Ore diariamente pelo livramento do ciclo da tentação
É uma disciplina espiritual preventiva.
Tabela Expositiva — Abortando o Processo da Tentação
Etapa da Tentação | Termo Grego | Ação Espiritual | Perigo | Como “abortar” |
1. Desejo | ἐπιθυμία — epithymía | Surge uma inclinação interna | Desejo se alimenta se não for rejeitado | Renunciar imediatamente; vigiar pensamentos |
2. Intensificação | στόχος — “alvo” (implícito) | O desejo encontra uma oportunidade | Emoção aumenta, racionalização começa | Cortar oportunidades; evitar gatilhos |
3. Concepção | συλλαβοῦσα — syllaboúsa | A vontade aceita o desejo | A consciência perde força | Interromper o consentimento; orar; pedir ajuda |
4. Nascimento | τίκτει — tiktei | O pecado é praticado | O hábito se forma | Arrependimento imediato; confissão |
5. Maturação | ἀποτελεσθεῖσα — apotelestheisa | O pecado cresce e domina | Escravidão espiritual | Mortificação da carne; disciplina espirituais |
6. Morte | θάνατος — thanatos | Separação, destruição | Consequências profundas | Retorno urgente ao evangelho |
SINOPSE III
Tiago revela como os maus desejos geram o pecado, alertando sobre a necessidade de vigilância e domínio espiritual.
CONCLUSÃO
Apesar de nossa tendência pecaminosa, não podemos encarar os desejos apenas de forma negativa. A vontade humana é uma faculdade essencial para a nossa existência. Quando guiada por Deus é uma grande bênção, responsável por nos mover para pequenas e grandes realizações. Como é bom amanhecer motivado todos os dias! O ânimo e o entusiasmo fazem parte de uma vontade sadia e ativa. São dados por Deus e servem para nos impulsionar para as tarefas cotidianas, independentemente da fase da vida (Sl 92.12-14; Jl 2.28; Tg 4.15).
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
A Vontade Guiada por Deus
A conclusão ressalta uma verdade essencial: a vontade humana, embora afetada pelo pecado, não é em si mesma um mal, mas uma faculdade criada por Deus para o bem. A Escritura apresenta a vontade como uma dimensão da alma capaz de desejar, escolher, decidir, persistir e obedecer. É justamente por meio dela que experimentamos motivação, propósito e direção.
📖 1. Análise Bíblico-Teológica da Vontade Redimida
✔️ 1.1 A vontade não é anulada, mas redirecionada pela graça
No estado caído, a vontade humana (hebraico רָצוֹן – ratzón, grego θέλημα – thélema) tende a buscar o que é contrário à vontade de Deus (Rm 7.18; Gl 5.17). Contudo, a regeneração não destrói a vontade; transforma sua direção.
▸ Ratzón (רָצוֹן) – “vontade, favor, desejo”
Muitas vezes associado àquilo que é agradável a Deus ou ao homem (Sl 40.8; Sl 51.18).
Carrega nuance emocional e relacional — alguém deseja aquilo que lhe é deleitoso.
▸ Thélema (θέλημα) – “vontade, decreto, desejo”
Pode indicar tanto:
- o desejo pessoal (Mt 26.39 — vontade de Jesus vs. vontade do Pai),
- quanto o propósito soberano de Deus (Ef 1.11).
A renovação da mente (Rm 12.2) conduz à capacidade de discernir e submeter-se ao “bom, perfeito e agradável” thélema de Deus.
✔️ 1.2 O papel do Espírito Santo na vontade
A vontade humana sadia e frutífera é resultado da ação do Espírito:
- Ele inclina o coração (Sl 119.36);
- Ele opera o querer e o efetuar (Fp 2.13);
- Ele produz ânimo e vigor espiritual, inclusive em épocas avançadas da vida (Sl 92.12-14; Jl 2.28).
O ânimo (zélos, spoudḗ) é frequentemente visto nas Escrituras como um impulso espiritual e saudável, não mera disposição psicológica.
✔️ 1.3 A vontade como força motriz da vida diária
Quando o texto diz “como é bom amanhecer motivado”, está captando o ensino bíblico de que:
- Deus cria a capacidade de desejar (Ne 2.12);
- Ele gera propósito (Pv 16.3,9);
- Ele sustenta vitalidade emocional e espiritual (Sl 51.12).
O problema não é desejar, mas desordenar os desejos.
O caminho bíblico é orientá-los para Deus (Sl 37.4).
🙌 2. Aplicação Pessoal: Como Cultivar uma Vontade Sadia Guiada por Deus
1. Submissão diária ao “thélema” de Deus (Tg 4.15)
A vida cristã saudável começa cada dia dizendo:
“Se o Senhor quiser...”
Isso realinha a vontade com o propósito divino.
2. Renovação contínua da mente (Rm 12.2)
O pensamento molda os desejos, e os desejos moldam decisões.
Por isso, a vontade só se fortalece quando alimentada pela Palavra.
3. Disciplina espiritual e escolhas práticas
A graça capacita, mas não substitui a responsabilidade humana.
Vontade saudável cresce quando exercitada:
- dizer “sim” ao que edifica,
- dizer “não” ao que escraviza,
- perseverar quando as emoções variam.
4. Nutrir o entusiasmo espiritual
O termo bíblico para ânimo muitas vezes é “fortalecer as mãos” (2 Cr 15.7).
O entusiasmo saudável é um dom de Deus, mas também um cultivo humano.
5. Reconhecer a ação do Espírito na motivação
Sentir-se animado para servir, trabalhar, amar ou perseverar é obra da graça tanto quanto o arrependimento ou a fé.
📊 3. Tabela Expositiva – A Vontade Humana na Perspectiva Bíblica
Tema
Palavra Bíblica
Significado
Implicação Teológica
Aplicação Prática
Vontade humana
ratzón (רָצוֹן)
desejo, prazer, favor
A vontade faz parte da criação boa de Deus
Buscar desejos alinhados à Palavra
Vontade de Deus
thélema (θέλημα)
propósito, desejo soberano
Deus possui vontade perfeita e moralmente reta
Submeter decisões ao querer divino
Vontade renovada
ananeóō (ἀνανεόω) – renovar
transformação contínua da mente
A regeneração redireciona desejos
Vida devocional constante
Ánimo / entusiasmo
spoudḗ (σπουδή) – zelo
prontidão, energia santa
Espírito produz vigor espiritual
Servir com alegria e prontidão
Operar o querer
thelō (θέλω) – querer, desejar
Deus produz inclinações internas
Graça atua nos desejos, não só nas ações
Orar: “Inclina meu coração ao que te agrada”
Persistência
hypomonē (ὑπομονή) – perseverança
permanecer sob pressão
A vontade guiada pelo Espírito é resiliente
Continuar mesmo sem sentir vontade
📝 Conclusão Final do Comentário
A vontade humana, embora ferida pelo pecado, permanece uma joia da criação, indispensável à vida e ao propósito. Quando submetida ao thélema de Deus, ela se torna fonte de ânimo, vitalidade e realização. O Espírito Santo não apenas ordena à vontade o que fazer, mas gera dentro de nós o desejo e a motivação para viver conforme o propósito divino.
Assim, uma vida cristã vibrante não é fruto apenas do intelecto ou das emoções, mas de uma vontade alinhada, fortalecida e animada por Deus.
A Vontade Guiada por Deus
A conclusão ressalta uma verdade essencial: a vontade humana, embora afetada pelo pecado, não é em si mesma um mal, mas uma faculdade criada por Deus para o bem. A Escritura apresenta a vontade como uma dimensão da alma capaz de desejar, escolher, decidir, persistir e obedecer. É justamente por meio dela que experimentamos motivação, propósito e direção.
📖 1. Análise Bíblico-Teológica da Vontade Redimida
✔️ 1.1 A vontade não é anulada, mas redirecionada pela graça
No estado caído, a vontade humana (hebraico רָצוֹן – ratzón, grego θέλημα – thélema) tende a buscar o que é contrário à vontade de Deus (Rm 7.18; Gl 5.17). Contudo, a regeneração não destrói a vontade; transforma sua direção.
▸ Ratzón (רָצוֹן) – “vontade, favor, desejo”
Muitas vezes associado àquilo que é agradável a Deus ou ao homem (Sl 40.8; Sl 51.18).
Carrega nuance emocional e relacional — alguém deseja aquilo que lhe é deleitoso.
▸ Thélema (θέλημα) – “vontade, decreto, desejo”
Pode indicar tanto:
- o desejo pessoal (Mt 26.39 — vontade de Jesus vs. vontade do Pai),
- quanto o propósito soberano de Deus (Ef 1.11).
A renovação da mente (Rm 12.2) conduz à capacidade de discernir e submeter-se ao “bom, perfeito e agradável” thélema de Deus.
✔️ 1.2 O papel do Espírito Santo na vontade
A vontade humana sadia e frutífera é resultado da ação do Espírito:
- Ele inclina o coração (Sl 119.36);
- Ele opera o querer e o efetuar (Fp 2.13);
- Ele produz ânimo e vigor espiritual, inclusive em épocas avançadas da vida (Sl 92.12-14; Jl 2.28).
O ânimo (zélos, spoudḗ) é frequentemente visto nas Escrituras como um impulso espiritual e saudável, não mera disposição psicológica.
✔️ 1.3 A vontade como força motriz da vida diária
Quando o texto diz “como é bom amanhecer motivado”, está captando o ensino bíblico de que:
- Deus cria a capacidade de desejar (Ne 2.12);
- Ele gera propósito (Pv 16.3,9);
- Ele sustenta vitalidade emocional e espiritual (Sl 51.12).
O problema não é desejar, mas desordenar os desejos.
O caminho bíblico é orientá-los para Deus (Sl 37.4).
🙌 2. Aplicação Pessoal: Como Cultivar uma Vontade Sadia Guiada por Deus
1. Submissão diária ao “thélema” de Deus (Tg 4.15)
A vida cristã saudável começa cada dia dizendo:
“Se o Senhor quiser...”
Isso realinha a vontade com o propósito divino.
2. Renovação contínua da mente (Rm 12.2)
O pensamento molda os desejos, e os desejos moldam decisões.
Por isso, a vontade só se fortalece quando alimentada pela Palavra.
3. Disciplina espiritual e escolhas práticas
A graça capacita, mas não substitui a responsabilidade humana.
Vontade saudável cresce quando exercitada:
- dizer “sim” ao que edifica,
- dizer “não” ao que escraviza,
- perseverar quando as emoções variam.
4. Nutrir o entusiasmo espiritual
O termo bíblico para ânimo muitas vezes é “fortalecer as mãos” (2 Cr 15.7).
O entusiasmo saudável é um dom de Deus, mas também um cultivo humano.
5. Reconhecer a ação do Espírito na motivação
Sentir-se animado para servir, trabalhar, amar ou perseverar é obra da graça tanto quanto o arrependimento ou a fé.
📊 3. Tabela Expositiva – A Vontade Humana na Perspectiva Bíblica
Tema | Palavra Bíblica | Significado | Implicação Teológica | Aplicação Prática |
Vontade humana | ratzón (רָצוֹן) | desejo, prazer, favor | A vontade faz parte da criação boa de Deus | Buscar desejos alinhados à Palavra |
Vontade de Deus | thélema (θέλημα) | propósito, desejo soberano | Deus possui vontade perfeita e moralmente reta | Submeter decisões ao querer divino |
Vontade renovada | ananeóō (ἀνανεόω) – renovar | transformação contínua da mente | A regeneração redireciona desejos | Vida devocional constante |
Ánimo / entusiasmo | spoudḗ (σπουδή) – zelo | prontidão, energia santa | Espírito produz vigor espiritual | Servir com alegria e prontidão |
Operar o querer | thelō (θέλω) – querer, desejar | Deus produz inclinações internas | Graça atua nos desejos, não só nas ações | Orar: “Inclina meu coração ao que te agrada” |
Persistência | hypomonē (ὑπομονή) – perseverança | permanecer sob pressão | A vontade guiada pelo Espírito é resiliente | Continuar mesmo sem sentir vontade |
📝 Conclusão Final do Comentário
A vontade humana, embora ferida pelo pecado, permanece uma joia da criação, indispensável à vida e ao propósito. Quando submetida ao thélema de Deus, ela se torna fonte de ânimo, vitalidade e realização. O Espírito Santo não apenas ordena à vontade o que fazer, mas gera dentro de nós o desejo e a motivação para viver conforme o propósito divino.
Assim, uma vida cristã vibrante não é fruto apenas do intelecto ou das emoções, mas de uma vontade alinhada, fortalecida e animada por Deus.
REVISANDO O CONTEÚDO
1- Qual o conceito de vontade? Volição ou vontade é a capacidade humana de desejar, querer, almejar! escolher e agir. Pode ser entendida também como motivação.
2- Corno se dá um fenômeno completo, envolvendo vontade e ação? Em um caso assim ocorre um fenômeno completo: pensamento, sentimento, desejo e ação.
3- Como se dá o conflito entre vontade e Razão? Da violação de uma restrição alimentar a condutas mais graves, muitas vezes o desejo fala mais alta que a razão. A busca do prazer pelo prazer é uma característica da cultura hedonista.
4- Como deve agir o homem redimido diante dos desejos da carne? Diante dos desejos da carne e da vontade do Espírito, o homem redimido inclina-se “para as coisas do Espírito” (Rm S.5).
5- Como os desejos atuam para nos enganar? Assim sendo, o mau desejo é capaz de afetar a própria razão levando-a a acreditar que o pecado não produz consequências ruins, mas boas.
VOCABULÁRIO
Este blog foi feito com muito carinho 💝 para você. Ajude-nos 🙏 Se desejar apoiar nosso trabalho e nos ajudar a manter o conteúdo exclusivo e edificante, você pode fazer uma contribuição voluntária via Pix / tel: (11)97828-5171 Seja um parceiro desta obra e nos ajude a continuar trazendo conteúdo de qualidade. “Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.” Lucas 6:38
SAIBA TUDO SOBRE A ESCOLA DOMINICAL:
SAIBA TUDO SOBRE A ESCOLA DOMINICAL
EBD 4° Trimestre De 2025 | CPAD Adultos – TEMA: Corpo, Alma e Espírito | Escola Biblica Dominical | Lição 01 - O Homem – Corpo, Alma e Espírito
Quem compromete-se com a EBD não inventa histórias, mas fala o que está escrito na Bíblia!
EBD 4° Trimestre De 2025 | CPAD Adultos – TEMA: Corpo, Alma e Espírito | Escola Biblica Dominical | Lição 01 - O Homem – Corpo, Alma e Espírito
Quem compromete-se com a EBD não inventa histórias, mas fala o que está escrito na Bíblia!
📩 Adquira UM DOS PACOTES do acesso Vip ou arquivo avulso de qualquer ano | Saiba mais pelo Zap.
- O acesso vip foi pensado para facilitar o superintende e professores de EBD, dá a possibilidade de ter em mãos, Slides, Subsídios de todas as classes e faixas etárias. Saiba qual as opções, e adquira! Entre em contato.
- O acesso vip foi pensado para facilitar o superintende e professores de EBD, dá a possibilidade de ter em mãos, Slides, Subsídios de todas as classes e faixas etárias. Saiba qual as opções, e adquira! Entre em contato.
ADQUIRA O ACESSO VIP ou os conteúdos em pdf 👆👆👆👆👆👆 Entre em contato.
Os conteúdos tem lhe abençoado? Nos abençoe também com Uma Oferta Voluntária de qualquer valor pelo PIX: E-MAIL pecadorconfesso@hotmail.com – ou, PIX:TEL (15)99798-4063 Seja Um Parceiro Desta Obra. “Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. Lucas 6:38
- ////////----------/////////--------------///////////
- ////////----------/////////--------------///////////
SUBSÍDIOS DAS REVISTAS CPAD
SUBSÍDIOS DAS REVISTAS BETEL
Adultos (sem limites de idade).
CONECTAR+ Jovens (A partir de 18 anos);
VIVER+ adolescentes (15 e 17 anos);
SABER+ Pré-Teen (9 e 11 anos)em pdf;
APRENDER+ Primários (6 e 8 anos)em pdf;
CRESCER+ Maternal (2 e 3 anos);
SUBSÍDIOS DAS REVISTAS PECC
SUBSÍDIOS DAS REVISTAS CENTRAL GOSPEL
---------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------
- ////////----------/////////--------------///////////












Muito bom Deus te abençoe
ResponderExcluir