TEXTO ÁUREO “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, João 14.6. VERDADE APLICADA Fé, a...
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, João 14.6.
VERDADE APLICADA
Fé, arrependimento e perseverança são as condições para desfrutarmos das bênçãos da gloriosa e perfeita Obra de Redenção consumada por Jesus Cristo.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
📖 João 14:6 – Comentário Bíblico-Teológico
Texto:
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim.”
🔎 1. Análise das Palavras no Grego
- “Eu sou” (Egō eimi):
Expressão usada no Evangelho de João para identificar Jesus com o próprio Deus do AT (Êx 3:14 – “Eu Sou o que Sou”). D. A. Carson — O Comentário de João observa que cada declaração “Eu sou” reafirma a deidade de Cristo. - “Caminho” (hodos):
Significa literalmente estrada, percurso. No contexto, não apenas direção, mas meio exclusivo de acesso ao Pai. Diferente de um guia que aponta a estrada, Jesus é Ele mesmo a estrada. - “Verdade” (alētheia):
Denota aquilo que é real, confiável, em contraste com ilusão ou sombra. No contexto joanino, a verdade é personificada em Cristo (Jo 1:14,17). - “Vida” (zōē):
Mais que existência biológica (bios), refere-se à vida eterna, abundante e qualitativa, proveniente da união com Deus (Jo 10:10; 17:3). - “Ninguém vem” (oudeis erchetai):
Forma enfática, absoluta – não há outro acesso. O exclusivismo de Cristo não é arrogância, mas revelação.
📚 2. Referências Acadêmicas e Cristãs
- Leon Morris, Série comentário bíblico de Lucas: “O cristianismo é essencialmente cristocêntrico; não se trata de um código ou sistema, mas de uma Pessoa. Jesus não aponta o caminho, Ele é o caminho.”.
- F. F. Bruce: “A exclusividade de Cristo é a mensagem central de João: não há salvação fora d’Ele.” (Comentário de João).
- John Stott: “A fé bíblica repousa em Cristo como o único Mediador, cuja obra redentora garante reconciliação.” (A Cruz de Cristo).
- Millard Erickson: Em Teologia Sistemática, destaca que a tríplice afirmação de Jesus (caminho, verdade, vida) cobre o aspecto existencial, epistemológico e soteriológico da salvação.
✝️ 3. Teologia do Texto
- Cristologia alta: Jesus não apenas mostra Deus, Ele é a revelação plena de Deus (Jo 1:18).
- Soteriologia: O acesso ao Pai é exclusivamente por meio da cruz e ressurreição (Hb 10:19-20).
- Escatologia: “Vida” aqui aponta para a visão beatífica (Ap 22:4).
🙋 4. Aplicação Pessoal
- O crente precisa andar no caminho (vida prática de discipulado).
- Permanecer na verdade (fidelidade à Palavra, rejeitando relativismos).
- Viver a vida em Cristo (comunhão diária, esperança da eternidade).
- Fé, arrependimento e perseverança (como diz a Verdade Aplicada) são as respostas humanas à obra consumada de Cristo.
📊 Tabela Expositiva – João 14:6
Expressão
Grego
Significado
Implicação Teológica
Aplicação Pessoal
Eu Sou
Egō eimi
Identidade divina
Cristo é o Deus revelado (Êx 3:14)
Reconhecer Jesus como Senhor absoluto
Caminho
hodos
Estrada, acesso
Único mediador ao Pai (1Tm 2:5)
Seguir Cristo diariamente
Verdade
alētheia
Realidade plena
Revelação suprema de Deus
Viver em integridade e fidelidade
Vida
zōē
Vida eterna, abundante
Fonte da salvação e esperança
Viver pela fé e desfrutar da comunhão
Ninguém vem
oudeis erchetai
Exclusividade
Não há outro meio de salvação (At 4:12)
Rejeitar caminhos alternativos e perseverar em Cristo
📖 João 14:6 – Comentário Bíblico-Teológico
Texto:
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim.”
🔎 1. Análise das Palavras no Grego
- “Eu sou” (Egō eimi):
Expressão usada no Evangelho de João para identificar Jesus com o próprio Deus do AT (Êx 3:14 – “Eu Sou o que Sou”). D. A. Carson — O Comentário de João observa que cada declaração “Eu sou” reafirma a deidade de Cristo. - “Caminho” (hodos):
Significa literalmente estrada, percurso. No contexto, não apenas direção, mas meio exclusivo de acesso ao Pai. Diferente de um guia que aponta a estrada, Jesus é Ele mesmo a estrada. - “Verdade” (alētheia):
Denota aquilo que é real, confiável, em contraste com ilusão ou sombra. No contexto joanino, a verdade é personificada em Cristo (Jo 1:14,17). - “Vida” (zōē):
Mais que existência biológica (bios), refere-se à vida eterna, abundante e qualitativa, proveniente da união com Deus (Jo 10:10; 17:3). - “Ninguém vem” (oudeis erchetai):
Forma enfática, absoluta – não há outro acesso. O exclusivismo de Cristo não é arrogância, mas revelação.
📚 2. Referências Acadêmicas e Cristãs
- Leon Morris, Série comentário bíblico de Lucas: “O cristianismo é essencialmente cristocêntrico; não se trata de um código ou sistema, mas de uma Pessoa. Jesus não aponta o caminho, Ele é o caminho.”.
- F. F. Bruce: “A exclusividade de Cristo é a mensagem central de João: não há salvação fora d’Ele.” (Comentário de João).
- John Stott: “A fé bíblica repousa em Cristo como o único Mediador, cuja obra redentora garante reconciliação.” (A Cruz de Cristo).
- Millard Erickson: Em Teologia Sistemática, destaca que a tríplice afirmação de Jesus (caminho, verdade, vida) cobre o aspecto existencial, epistemológico e soteriológico da salvação.
✝️ 3. Teologia do Texto
- Cristologia alta: Jesus não apenas mostra Deus, Ele é a revelação plena de Deus (Jo 1:18).
- Soteriologia: O acesso ao Pai é exclusivamente por meio da cruz e ressurreição (Hb 10:19-20).
- Escatologia: “Vida” aqui aponta para a visão beatífica (Ap 22:4).
🙋 4. Aplicação Pessoal
- O crente precisa andar no caminho (vida prática de discipulado).
- Permanecer na verdade (fidelidade à Palavra, rejeitando relativismos).
- Viver a vida em Cristo (comunhão diária, esperança da eternidade).
- Fé, arrependimento e perseverança (como diz a Verdade Aplicada) são as respostas humanas à obra consumada de Cristo.
📊 Tabela Expositiva – João 14:6
Expressão | Grego | Significado | Implicação Teológica | Aplicação Pessoal |
Eu Sou | Egō eimi | Identidade divina | Cristo é o Deus revelado (Êx 3:14) | Reconhecer Jesus como Senhor absoluto |
Caminho | hodos | Estrada, acesso | Único mediador ao Pai (1Tm 2:5) | Seguir Cristo diariamente |
Verdade | alētheia | Realidade plena | Revelação suprema de Deus | Viver em integridade e fidelidade |
Vida | zōē | Vida eterna, abundante | Fonte da salvação e esperança | Viver pela fé e desfrutar da comunhão |
Ninguém vem | oudeis erchetai | Exclusividade | Não há outro meio de salvação (At 4:12) | Rejeitar caminhos alternativos e perseverar em Cristo |
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OBJETIVOS DA LIÇÃO
Compreender a redenção como uma intervenção Divina para salvar a humanidade.
Ressaltar que o Filho de Deus é o Único e Verdadeiro mediador da redenção.
Saber que o homem não teria condições de redimir a si mesmo.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
JOÃO 1
12 Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus.
28 No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
João 3
14 E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado,
15 Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Textos de referência
- João 1:12 — “Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus.”
- João 1:29 — “No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.”
- João 3:14–16 — “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
1. Leitura e contexto imediato
João apresenta duas ideias centrais e interligadas: (a) a revelação de Jesus como o mediador-salvador (Jo 1:12; 1:29), e (b) a condição da salvação: fé dirigida à pessoa de Cristo (Jo 3:14–16). Em João, “crer no nome” / “crer nele” não é mero assentimento intelectual: é confiança pessoal e entrega ao Cristo crucificado-ressuscitado. A tipologia (serpente levantada) liga Antigo Testamento e a obra redentora de Cristo: o “levantamento” aponta para crucificação/elevação que efetua a salvação.
2. Análise léxica e nuances (grego)
João 1:12
- “Receber” — λαμβάνω (elabon / labō)
Significa “receber”, “aceitar”; no evangelho joanino, receber Jesus é acolhê-lo como Senhor e Senhor da vida. Não é neutro; implica relação (hospitalidade cristã: receber = entrar em comunhão). - “Crêem” — πιστεύω (pisteuō)
Em João, pisteuō refere-se a confiança salvadora. O complemento “no seu nome” (εἰς τὸ ὄνομα αὐτοῦ) indica confiança na totalidade da identidade e obra de Jesus — seu caráter, autoridade e missão. - “Deu-lhes o poder / autoridade” — ἐξουσίαν (exousian)
Aqui o termo é crucial: exousia tem sentido de direito/autoridade/privilegio legal — “o direito de se tornarem filhos de Deus”. A ênfase não é só em capacidade, mas em status legal: entrada na família de Deus. - “Tornarem-se filhos” — τέκνα θεοῦ γενέσθαι
genesthai = tornar-se. João enfatiza o novo nascimento/adoção: a fé conduz ao novo estatuto ontológico e relacional.
João 1:29
- “Cordeiro de Deus” — ἀμνὸς τοῦ θεοῦ
Termo com ressonâncias sacrificial: cordeiro pascal, sacrifício expiatório. Indica substituição e expiação. - “Que tira / leva / carrega o pecado” — αἴρων (hairō)
Particípio presente: “aquele que está carregando/levantando” — dinamismo: Jesus toma para Si a carga do pecado do mundo. A voz ativa indica ação eficaz real (não mera representação). - “Do mundo” — τοῦ κόσμου (kosmou)
Palavra ampla; em João, kosmos costuma indicar o mundo em suas estruturas decaídas e opositoras a Deus — mas também aponta alcance universal da oferta salvífica.
João 3:14–16
- Tipologia: “como Moisés levantou a serpente”
A referência (Nm 21:8–9) funciona como figura tipológica: à semelhança do bronze levantado que trouxe cura, o Filho do Homem “há de ser levantado” para trazer vida. - “Ser levantado” — ὑψωθῇ / ἠγέρθη? (João usa variações)
A ideia é de exaltação e de ser crucificado (no contexto João frequentemente relaciona “ser levantado” com a cruz). - “Todo o que nele crê” — πᾶς ὁ πιστεύων εἰς αὐτόν
Abrangência: uma oferta universal condicionada pela fé pessoal. O verbo no particípio presente descreve a ação contínua de crer/ficar crendo. - “Não pereça, mas tenha vida eterna” — μὴ ἀπόληται... ἔχῃ ζωὴν αἰώνιον
O contraste perene entre destruição / perdição e a vida eterna é típico de João: vida que o crente passa a possuir aqui e que culmina na posse plena na consumação.
3. Implicações teológicas principais
a) Exclusividade mediadora de Cristo e universal oferta
- João 3:16 apresenta a oferta universal do amor de Deus (“Deus amou o mundo… deu o seu Filho”), porém a eficácia é condicionada: “todo aquele que nele crê”. Assim há universalidade na provisão, particularidade na recepção (oferta → resposta pela fé).
b) Cristologia e Atonement (expiação)
- João 1:29 (Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo) afirma fortemente a obra substitutiva e expiatória de Cristo. Ele é o sacrifício que remove a culpa. João liga a obra de Cristo a figuras pascais e sacrificial-cultuais, mas centra o sacrifício em Cristo pessoa e ação histórica.
c) Nova filiação e poder/autoridade (exousia)
- Em João 1:12, a salvação é descrita não apenas como um benefício, mas como mudança de status: de criatura caída a “filho de Deus”. A ênfase em exousia destaca que o crente recebe um direito legal, não uma mera experiência momentânea.
d) Tipologia e continuação entre AT e NT
- A comparação com a serpente levantada mostra a continuidade redentora entre as Escrituras: a história de Israel é preparatória e tipológica para a obra de Cristo.
e) Vida (ζωὴ) em João
- Em João, zōē é o tema central: vida que começa agora (qualitativa) e que se estende à eternidade. A vida é inseparável da comunhão com o Pai através do Filho (Jo 17:3).
4. Referências acadêmicas / livros úteis (sugeridos para aprofundamento)
(OBS: abaixo indico autores e obras reconhecidas na área de estudos joânicos e soteriologia; boas fontes para citar em estudos ou palestras)
- Leon Morris — excelente comentário exegético e pastoral sobre João, com atenção ao grego e à teologia da vida.
- D. A. Carson — O Comentário de João — análise teológica e exegética bem equilibrada.
- Raymond E. Brown — estudo histórico-crítico e detalhes linguísticos; leitura mais longa e erudita.
- Andreas J. Köstenberger — comentário técnico e pastoral, bom para pregação.
- F. F. Bruce — rico em visão canônica e teológica.
- John Stott — tratamento soteriológico (bom para refletir sobre atonement).
- N. T. Wright — útil para entender contexto judaico e universalidade/particularidade do ‘mundo’.
- Millard Erickson — síntese teológica (soteriologia, cristologia, filiação adotiva).
- Gary M. Burge / Andreas J. Köstenberger - aplicação pastoral e exegese.
5. Aplicação prática (quatro ênfases)
- Fé ativa e relacional: crer em Jesus é fazer dele o centro da confiança e da vida; é viver sob sua autoridade. (Jo 1:12; Jo 3:16)
- Identidade nova: quem recebe Cristo recebe o “direito” (exousia) de ser filho/filha de Deus — a teologia da adoção transforma autoestima, vocação e missão cristã. (Jo 1:12)
- Sustentação na cruz: lembrarmos que a nossa vida e salvação dependem do Cordeiro — isso muda nossa ética (arrependimento), dependência (gratidão) e missão (evangelismo). (Jo 1:29; Jo 3:14–16)
- Evangelismo com confiança e humildade: o amor de Deus é para “o mundo”; devemos proclamar a oferta universal, convidando à resposta pessoal de fé. Ao mesmo tempo, reconhecemos que somente pela fé se recebe a vida prometida.
6. Tabela expositiva (resumo prático)
Referência
Palavra / Frase (Grego)
Sentido Léxico
Implicação Teológica
Aplicação Pastoral
João 1:12
ἔλαβον (elabon — “receberam”) / πιστεύουσιν (pisteuousin — “creem”)
Receber = acolher; crer = confiar pessoalmente
Receber Cristo produz nova filiação; fé gera adoção divina
Convidar ao acolhimento pessoal de Jesus; ajudar novos crentes a viverem como filhos de Deus
João 1:12
ἐξουσίαν (exousian — “direito/autoridade”)
Direito legal/privilegio de tornar-se filho
A salvação confere status (adoção), não apenas emoção
Enfatizar identidade cristã, discipulado, responsabilidade
João 1:29
ἀμνὸς τοῦ θεοῦ (amnos tou theou — “Cordeiro de Deus”)
Imagem sacrificial/ pascal
Cristo como sacrifício substitutivo/expiação
Ligar pregação da cruz à realidade do perdão; culto de gratidão
João 1:29
αἴρων (airō — “que tira/carga”)
Ação de tomar/assumir a culpa
Substituição e remissão de pecados (soteriologia penal/substitutiva)
Confissão, arrependimento, culto penitencial
João 3:14–15
Referência tipológica (Moisés e a serpente)
Figura: olhar para o objeto levantado traz cura
A cruz como meio de salvação; fé que olha para Cristo
Ensino catequético sobre tipologia; chamar ao olhar de fé para Cristo crucificado
João 3:16
κόσμον (kosmon — “mundo”)
Alcance universal da oferta
Amor de Deus ativo para toda a humanidade; oferta universal
Evangelismo universal: proclamar a oferta a todos
João 3:16
μονογενής (monogenēs — “unigênito, único”)
Único, singular na relação com o Pai
Valor e singularidade do Filho (Cristologia)
Exaltar a singularidade de Cristo na pregação
João 3:16
πᾶς ὁ πιστεύων εἰς αὐτόν
“todo o que nele crê” — condição pessoal de recebimento
Oferta universal + resposta por fé = vida eterna
Convite pastoral: fé pessoal e perseverante; crescimento na comunhão
7. Conclusão resumida (teológica e pastoral)
- João articula a salvação como oferta divina universal (Deus amou o mundo) e realidade eficaz em quem crê (todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna).
- A cruz é o centro: o Cordeiro que “tira” o pecado do mundo (Jo 1:29) e o “levantado” que traz vida (Jo 3:14–16).
- A novidade cristã inclui dar-se a Cristo (receber), confiar no seu nome (crer) e viver como filhos de Deus (exousia, identidade).
- Pastoralmente, isso exige que proclamemos o amor universal de Deus com urgência evangelística e discipulado que ajude os crentes a viverem a nova filiação.
Textos de referência
- João 1:12 — “Mas, a todos quantos o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus.”
- João 1:29 — “No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.”
- João 3:14–16 — “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
1. Leitura e contexto imediato
João apresenta duas ideias centrais e interligadas: (a) a revelação de Jesus como o mediador-salvador (Jo 1:12; 1:29), e (b) a condição da salvação: fé dirigida à pessoa de Cristo (Jo 3:14–16). Em João, “crer no nome” / “crer nele” não é mero assentimento intelectual: é confiança pessoal e entrega ao Cristo crucificado-ressuscitado. A tipologia (serpente levantada) liga Antigo Testamento e a obra redentora de Cristo: o “levantamento” aponta para crucificação/elevação que efetua a salvação.
2. Análise léxica e nuances (grego)
João 1:12
- “Receber” — λαμβάνω (elabon / labō)
Significa “receber”, “aceitar”; no evangelho joanino, receber Jesus é acolhê-lo como Senhor e Senhor da vida. Não é neutro; implica relação (hospitalidade cristã: receber = entrar em comunhão). - “Crêem” — πιστεύω (pisteuō)
Em João, pisteuō refere-se a confiança salvadora. O complemento “no seu nome” (εἰς τὸ ὄνομα αὐτοῦ) indica confiança na totalidade da identidade e obra de Jesus — seu caráter, autoridade e missão. - “Deu-lhes o poder / autoridade” — ἐξουσίαν (exousian)
Aqui o termo é crucial: exousia tem sentido de direito/autoridade/privilegio legal — “o direito de se tornarem filhos de Deus”. A ênfase não é só em capacidade, mas em status legal: entrada na família de Deus. - “Tornarem-se filhos” — τέκνα θεοῦ γενέσθαι
genesthai = tornar-se. João enfatiza o novo nascimento/adoção: a fé conduz ao novo estatuto ontológico e relacional.
João 1:29
- “Cordeiro de Deus” — ἀμνὸς τοῦ θεοῦ
Termo com ressonâncias sacrificial: cordeiro pascal, sacrifício expiatório. Indica substituição e expiação. - “Que tira / leva / carrega o pecado” — αἴρων (hairō)
Particípio presente: “aquele que está carregando/levantando” — dinamismo: Jesus toma para Si a carga do pecado do mundo. A voz ativa indica ação eficaz real (não mera representação). - “Do mundo” — τοῦ κόσμου (kosmou)
Palavra ampla; em João, kosmos costuma indicar o mundo em suas estruturas decaídas e opositoras a Deus — mas também aponta alcance universal da oferta salvífica.
João 3:14–16
- Tipologia: “como Moisés levantou a serpente”
A referência (Nm 21:8–9) funciona como figura tipológica: à semelhança do bronze levantado que trouxe cura, o Filho do Homem “há de ser levantado” para trazer vida. - “Ser levantado” — ὑψωθῇ / ἠγέρθη? (João usa variações)
A ideia é de exaltação e de ser crucificado (no contexto João frequentemente relaciona “ser levantado” com a cruz). - “Todo o que nele crê” — πᾶς ὁ πιστεύων εἰς αὐτόν
Abrangência: uma oferta universal condicionada pela fé pessoal. O verbo no particípio presente descreve a ação contínua de crer/ficar crendo. - “Não pereça, mas tenha vida eterna” — μὴ ἀπόληται... ἔχῃ ζωὴν αἰώνιον
O contraste perene entre destruição / perdição e a vida eterna é típico de João: vida que o crente passa a possuir aqui e que culmina na posse plena na consumação.
3. Implicações teológicas principais
a) Exclusividade mediadora de Cristo e universal oferta
- João 3:16 apresenta a oferta universal do amor de Deus (“Deus amou o mundo… deu o seu Filho”), porém a eficácia é condicionada: “todo aquele que nele crê”. Assim há universalidade na provisão, particularidade na recepção (oferta → resposta pela fé).
b) Cristologia e Atonement (expiação)
- João 1:29 (Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo) afirma fortemente a obra substitutiva e expiatória de Cristo. Ele é o sacrifício que remove a culpa. João liga a obra de Cristo a figuras pascais e sacrificial-cultuais, mas centra o sacrifício em Cristo pessoa e ação histórica.
c) Nova filiação e poder/autoridade (exousia)
- Em João 1:12, a salvação é descrita não apenas como um benefício, mas como mudança de status: de criatura caída a “filho de Deus”. A ênfase em exousia destaca que o crente recebe um direito legal, não uma mera experiência momentânea.
d) Tipologia e continuação entre AT e NT
- A comparação com a serpente levantada mostra a continuidade redentora entre as Escrituras: a história de Israel é preparatória e tipológica para a obra de Cristo.
e) Vida (ζωὴ) em João
- Em João, zōē é o tema central: vida que começa agora (qualitativa) e que se estende à eternidade. A vida é inseparável da comunhão com o Pai através do Filho (Jo 17:3).
4. Referências acadêmicas / livros úteis (sugeridos para aprofundamento)
(OBS: abaixo indico autores e obras reconhecidas na área de estudos joânicos e soteriologia; boas fontes para citar em estudos ou palestras)
- Leon Morris — excelente comentário exegético e pastoral sobre João, com atenção ao grego e à teologia da vida.
- D. A. Carson — O Comentário de João — análise teológica e exegética bem equilibrada.
- Raymond E. Brown — estudo histórico-crítico e detalhes linguísticos; leitura mais longa e erudita.
- Andreas J. Köstenberger — comentário técnico e pastoral, bom para pregação.
- F. F. Bruce — rico em visão canônica e teológica.
- John Stott — tratamento soteriológico (bom para refletir sobre atonement).
- N. T. Wright — útil para entender contexto judaico e universalidade/particularidade do ‘mundo’.
- Millard Erickson — síntese teológica (soteriologia, cristologia, filiação adotiva).
- Gary M. Burge / Andreas J. Köstenberger - aplicação pastoral e exegese.
5. Aplicação prática (quatro ênfases)
- Fé ativa e relacional: crer em Jesus é fazer dele o centro da confiança e da vida; é viver sob sua autoridade. (Jo 1:12; Jo 3:16)
- Identidade nova: quem recebe Cristo recebe o “direito” (exousia) de ser filho/filha de Deus — a teologia da adoção transforma autoestima, vocação e missão cristã. (Jo 1:12)
- Sustentação na cruz: lembrarmos que a nossa vida e salvação dependem do Cordeiro — isso muda nossa ética (arrependimento), dependência (gratidão) e missão (evangelismo). (Jo 1:29; Jo 3:14–16)
- Evangelismo com confiança e humildade: o amor de Deus é para “o mundo”; devemos proclamar a oferta universal, convidando à resposta pessoal de fé. Ao mesmo tempo, reconhecemos que somente pela fé se recebe a vida prometida.
6. Tabela expositiva (resumo prático)
Referência | Palavra / Frase (Grego) | Sentido Léxico | Implicação Teológica | Aplicação Pastoral |
João 1:12 | ἔλαβον (elabon — “receberam”) / πιστεύουσιν (pisteuousin — “creem”) | Receber = acolher; crer = confiar pessoalmente | Receber Cristo produz nova filiação; fé gera adoção divina | Convidar ao acolhimento pessoal de Jesus; ajudar novos crentes a viverem como filhos de Deus |
João 1:12 | ἐξουσίαν (exousian — “direito/autoridade”) | Direito legal/privilegio de tornar-se filho | A salvação confere status (adoção), não apenas emoção | Enfatizar identidade cristã, discipulado, responsabilidade |
João 1:29 | ἀμνὸς τοῦ θεοῦ (amnos tou theou — “Cordeiro de Deus”) | Imagem sacrificial/ pascal | Cristo como sacrifício substitutivo/expiação | Ligar pregação da cruz à realidade do perdão; culto de gratidão |
João 1:29 | αἴρων (airō — “que tira/carga”) | Ação de tomar/assumir a culpa | Substituição e remissão de pecados (soteriologia penal/substitutiva) | Confissão, arrependimento, culto penitencial |
João 3:14–15 | Referência tipológica (Moisés e a serpente) | Figura: olhar para o objeto levantado traz cura | A cruz como meio de salvação; fé que olha para Cristo | Ensino catequético sobre tipologia; chamar ao olhar de fé para Cristo crucificado |
João 3:16 | κόσμον (kosmon — “mundo”) | Alcance universal da oferta | Amor de Deus ativo para toda a humanidade; oferta universal | Evangelismo universal: proclamar a oferta a todos |
João 3:16 | μονογενής (monogenēs — “unigênito, único”) | Único, singular na relação com o Pai | Valor e singularidade do Filho (Cristologia) | Exaltar a singularidade de Cristo na pregação |
João 3:16 | πᾶς ὁ πιστεύων εἰς αὐτόν | “todo o que nele crê” — condição pessoal de recebimento | Oferta universal + resposta por fé = vida eterna | Convite pastoral: fé pessoal e perseverante; crescimento na comunhão |
7. Conclusão resumida (teológica e pastoral)
- João articula a salvação como oferta divina universal (Deus amou o mundo) e realidade eficaz em quem crê (todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna).
- A cruz é o centro: o Cordeiro que “tira” o pecado do mundo (Jo 1:29) e o “levantado” que traz vida (Jo 3:14–16).
- A novidade cristã inclui dar-se a Cristo (receber), confiar no seu nome (crer) e viver como filhos de Deus (exousia, identidade).
- Pastoralmente, isso exige que proclamemos o amor universal de Deus com urgência evangelística e discipulado que ajude os crentes a viverem a nova filiação.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Rm 3.24 A redenção vem somente pelo Filho de Deus.
TERÇA | GI 3.13 O Filho de Deus nos redimiu da maldição da Lei.
QUARTA | CI 1.14 Temos direito à redenção pelo sangue de Jesus.
QUINTA | Sl 71.23 Cantarei ao Senhor, pois Ele me redimiu.
SEXTA | Sl 130.7 No Senhor há amor e plena redenção.
SÁBADO | Lc 1.68 O Deus de Israel visitou e redimiu o Seu povo.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Segunda | Romanos 3.24
“Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.”
- Redenção — grego ἀπολύτρωσις (apolýtrōsis) = libertação mediante pagamento de resgate.
- Paulo relaciona a redenção à justificação e graça gratuita: não é mérito humano, mas dom em Cristo.
- Teologia: Cristo é o preço da nossa liberdade.
- Referência: John Stott, destaca que a redenção é “custo para Deus, mas gratuita para nós”.
- Aplicação: Descansar na obra já consumada de Cristo.
Terça | Gálatas 3.13
“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós...”
- Resgatou — grego ἐξηγόρασεν (exēgorasen) = comprar fora do mercado de escravos, libertação definitiva.
- Cristo tomou a maldição da Lei (Dt 21.23) em nosso lugar.
- Teologia: A redenção é substitutiva: Ele se fez maldição para nos libertar.
- Referência: F. F. Bruce mostra como Paulo vê a cruz como cumprimento da maldição mosaica.
- Aplicação: Não vivemos debaixo de maldição, mas da liberdade da graça.
Quarta | Colossenses 1.14
“Em quem temos a redenção, a saber, a remissão dos pecados.”
- Aqui apolýtrōsis é ligada diretamente à remissão (ἄφεσις, aphesis) — perdão e libertação da culpa.
- Teologia: A redenção em Cristo é não só libertação externa, mas também perdão real do pecado.
- Referência: Douglas Moo, The Letters to the Colossians and to Philemon, ressalta que a redenção é central na cristologia paulina.
- Aplicação: Viver sem culpa, confiando no perdão total em Cristo.
Quinta | Salmos 71.23
“Os meus lábios exultarão, quando eu cantar a ti, e a minha alma, que tu remiste.”
- Remiste — hebraico padah = resgatar, livrar por preço ou intervenção.
- A redenção leva à adoração: o salmista canta porque foi liberto.
- Teologia: Redenção gera resposta do coração em louvor.
- Referência: Derek Kidner, Comentário sobre Salmos, lembra que para Israel, redenção era tanto espiritual quanto histórica.
- Aplicação: A adoração deve nascer do reconhecimento da redenção pessoal.
Sexta | Salmos 130.7
“Espere Israel no Senhor, porque no Senhor há misericórdia, e nele há abundante redenção.”
- Redenção abundante — hebraico pedut rabah = libertação completa, superabundante.
- Teologia: O caráter de Deus é de misericórdia e redenção ilimitada.
- Referência: Willem VanGemeren, Salmos, destaca que aqui há esperança escatológica da redenção final de Israel.
- Aplicação: Esperar em Deus com confiança, mesmo em meio à crise.
Sábado | Lucas 1.68
“Bendito o Senhor Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo.”
- Redimiu — grego λύτρωσις (lytrōsis) = libertação por preço, resgate.
- Zacarias louva pela vinda do Messias, o libertador prometido.
- Teologia: A redenção de Israel se cumpre em Cristo, não em libertação política, mas na salvação messiânica.
- Referência: Craig Keener, Comentário Bíblico do Novo Testamento, explica como os judeus esperavam redenção nacional, mas Deus trouxe redenção espiritual.
- Aplicação: Reconhecer que em Cristo já experimentamos a redenção prometida.
Tabela Expositiva das Leituras
Dia
Texto
Termo-chave (hebraico/greco)
Ênfase Teológica
Aplicação
Segunda
Rm 3.24
apolýtrōsis (redenção)
Graça gratuita, obra de Cristo
Descansar na salvação
Terça
Gl 3.13
exēgorasen (resgatou)
Cristo tomou a maldição em nosso lugar
Viver livres da maldição
Quarta
Cl 1.14
apolýtrōsis + aphesis (perdão)
Redenção ligada ao perdão
Confiar na remissão dos pecados
Quinta
Sl 71.23
padah (remir)
Redenção leva à adoração
Louvar pelo livramento recebido
Sexta
Sl 130.7
pedut rabah (abundante redenção)
Esperança escatológica e misericórdia divina
Confiar em Deus na espera
Sábado
Lc 1.68
lytrōsis (redenção)
Cumprimento messiânico da promessa
Louvar o Redentor prometido
Segunda | Romanos 3.24
“Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.”
- Redenção — grego ἀπολύτρωσις (apolýtrōsis) = libertação mediante pagamento de resgate.
- Paulo relaciona a redenção à justificação e graça gratuita: não é mérito humano, mas dom em Cristo.
- Teologia: Cristo é o preço da nossa liberdade.
- Referência: John Stott, destaca que a redenção é “custo para Deus, mas gratuita para nós”.
- Aplicação: Descansar na obra já consumada de Cristo.
Terça | Gálatas 3.13
“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós...”
- Resgatou — grego ἐξηγόρασεν (exēgorasen) = comprar fora do mercado de escravos, libertação definitiva.
- Cristo tomou a maldição da Lei (Dt 21.23) em nosso lugar.
- Teologia: A redenção é substitutiva: Ele se fez maldição para nos libertar.
- Referência: F. F. Bruce mostra como Paulo vê a cruz como cumprimento da maldição mosaica.
- Aplicação: Não vivemos debaixo de maldição, mas da liberdade da graça.
Quarta | Colossenses 1.14
“Em quem temos a redenção, a saber, a remissão dos pecados.”
- Aqui apolýtrōsis é ligada diretamente à remissão (ἄφεσις, aphesis) — perdão e libertação da culpa.
- Teologia: A redenção em Cristo é não só libertação externa, mas também perdão real do pecado.
- Referência: Douglas Moo, The Letters to the Colossians and to Philemon, ressalta que a redenção é central na cristologia paulina.
- Aplicação: Viver sem culpa, confiando no perdão total em Cristo.
Quinta | Salmos 71.23
“Os meus lábios exultarão, quando eu cantar a ti, e a minha alma, que tu remiste.”
- Remiste — hebraico padah = resgatar, livrar por preço ou intervenção.
- A redenção leva à adoração: o salmista canta porque foi liberto.
- Teologia: Redenção gera resposta do coração em louvor.
- Referência: Derek Kidner, Comentário sobre Salmos, lembra que para Israel, redenção era tanto espiritual quanto histórica.
- Aplicação: A adoração deve nascer do reconhecimento da redenção pessoal.
Sexta | Salmos 130.7
“Espere Israel no Senhor, porque no Senhor há misericórdia, e nele há abundante redenção.”
- Redenção abundante — hebraico pedut rabah = libertação completa, superabundante.
- Teologia: O caráter de Deus é de misericórdia e redenção ilimitada.
- Referência: Willem VanGemeren, Salmos, destaca que aqui há esperança escatológica da redenção final de Israel.
- Aplicação: Esperar em Deus com confiança, mesmo em meio à crise.
Sábado | Lucas 1.68
“Bendito o Senhor Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo.”
- Redimiu — grego λύτρωσις (lytrōsis) = libertação por preço, resgate.
- Zacarias louva pela vinda do Messias, o libertador prometido.
- Teologia: A redenção de Israel se cumpre em Cristo, não em libertação política, mas na salvação messiânica.
- Referência: Craig Keener, Comentário Bíblico do Novo Testamento, explica como os judeus esperavam redenção nacional, mas Deus trouxe redenção espiritual.
- Aplicação: Reconhecer que em Cristo já experimentamos a redenção prometida.
Tabela Expositiva das Leituras
Dia | Texto | Termo-chave (hebraico/greco) | Ênfase Teológica | Aplicação |
Segunda | Rm 3.24 | apolýtrōsis (redenção) | Graça gratuita, obra de Cristo | Descansar na salvação |
Terça | Gl 3.13 | exēgorasen (resgatou) | Cristo tomou a maldição em nosso lugar | Viver livres da maldição |
Quarta | Cl 1.14 | apolýtrōsis + aphesis (perdão) | Redenção ligada ao perdão | Confiar na remissão dos pecados |
Quinta | Sl 71.23 | padah (remir) | Redenção leva à adoração | Louvar pelo livramento recebido |
Sexta | Sl 130.7 | pedut rabah (abundante redenção) | Esperança escatológica e misericórdia divina | Confiar em Deus na espera |
Sábado | Lc 1.68 | lytrōsis (redenção) | Cumprimento messiânico da promessa | Louvar o Redentor prometido |
HINOS SUGERIDOS: 131, 266, 515
A MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que mais pessoas reconheçam a Cristo como seu único Redentor.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1- A promessa de um Redentor se cumpre
2- A suficiente e perfeita Obra Redentora
3- Resultados do Plano Divino da Redenção
Conclusão
DINAMICA EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Dinâmica: “O Preço da Redenção”
Objetivo:
- Demonstrar que a redenção em Cristo tem um alto valor e não foi conquistada por coisas corruptíveis, mas pelo sacrifício vicário de Jesus.
- Levar os participantes a refletirem sobre a importância de viver uma vida de santificação, gratidão e fé.
Materiais:
- Cartões ou pedaços de papel
- Canetas
- Moedas ou objetos que simbolizem valor (opcional)
- Um quadro ou flipchart
Tempo estimado: 20–30 minutos
Passo 1 – Introdução (5 min)
- Leia 1 Pedro 1:18-19 em voz alta:
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis como prata ou ouro que fostes resgatados, mas pelo precioso sangue de Cristo…”
- Explique rapidamente o conceito de redenção vicária: Cristo morreu em nosso lugar, pagando o preço da nossa salvação.
Passo 2 – Atividade: “O Preço do Sacrifício” (10–15 min)
- Divida os participantes em pequenos grupos (3–5 pessoas).
- Entregue a cada grupo alguns cartões ou papéis.
- Peça que cada grupo liste coisas que consideram valiosas na vida (ex.: dinheiro, fama, carreiras, objetos materiais, etc.).
- Depois, peça que reflitam: “Nenhuma dessas coisas poderia nos salvar do pecado. Qual foi o preço que realmente nos libertou?”
- Apresente a solução bíblica: o sangue de Cristo, o sacrifício vicário do Filho de Deus.
- Opcional: distribua moedas ou objetos que simbolizem valor e explique que, por mais preciosos que sejam, não poderiam comprar nossa redenção.
Passo 3 – Reflexão pessoal (5 min)
- Entregue a cada participante um cartão para escrever uma atitude prática que demonstre gratidão pelo sacrifício de Cristo (ex.: oração diária, serviço, perdão, santidade).
- Peça que compartilhem com o grupo ou deixem o cartão em um “altar simbólico” (mesa ou quadro).
Passo 4 – Encerramento (5 min)
- Leia novamente 1 Pedro 1:18-21, reforçando:
- Redenção não é comprada com ouro ou prata.
- Cristo é o Cordeiro sem defeito que nos resgatou.
- Nosso chamado é viver em santidade, fé e gratidão.
- Conclua com uma oração pedindo que o Espírito Santo ajude cada participante a viver de maneira que honre o sacrifício vicário de Jesus.
Variação para grupos maiores:
• Faça um jogo de perguntas e respostas sobre a redenção: cada acerto representa “uma moeda simbólica”, mostrando que por mais que tentemos “pagar”, só Cristo é suficiente.
Dinâmica: “O Preço da Redenção”
Objetivo:
- Demonstrar que a redenção em Cristo tem um alto valor e não foi conquistada por coisas corruptíveis, mas pelo sacrifício vicário de Jesus.
- Levar os participantes a refletirem sobre a importância de viver uma vida de santificação, gratidão e fé.
Materiais:
- Cartões ou pedaços de papel
- Canetas
- Moedas ou objetos que simbolizem valor (opcional)
- Um quadro ou flipchart
Tempo estimado: 20–30 minutos
Passo 1 – Introdução (5 min)
- Leia 1 Pedro 1:18-19 em voz alta:
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis como prata ou ouro que fostes resgatados, mas pelo precioso sangue de Cristo…” - Explique rapidamente o conceito de redenção vicária: Cristo morreu em nosso lugar, pagando o preço da nossa salvação.
Passo 2 – Atividade: “O Preço do Sacrifício” (10–15 min)
- Divida os participantes em pequenos grupos (3–5 pessoas).
- Entregue a cada grupo alguns cartões ou papéis.
- Peça que cada grupo liste coisas que consideram valiosas na vida (ex.: dinheiro, fama, carreiras, objetos materiais, etc.).
- Depois, peça que reflitam: “Nenhuma dessas coisas poderia nos salvar do pecado. Qual foi o preço que realmente nos libertou?”
- Apresente a solução bíblica: o sangue de Cristo, o sacrifício vicário do Filho de Deus.
- Opcional: distribua moedas ou objetos que simbolizem valor e explique que, por mais preciosos que sejam, não poderiam comprar nossa redenção.
Passo 3 – Reflexão pessoal (5 min)
- Entregue a cada participante um cartão para escrever uma atitude prática que demonstre gratidão pelo sacrifício de Cristo (ex.: oração diária, serviço, perdão, santidade).
- Peça que compartilhem com o grupo ou deixem o cartão em um “altar simbólico” (mesa ou quadro).
Passo 4 – Encerramento (5 min)
- Leia novamente 1 Pedro 1:18-21, reforçando:
- Redenção não é comprada com ouro ou prata.
- Cristo é o Cordeiro sem defeito que nos resgatou.
- Nosso chamado é viver em santidade, fé e gratidão.
- Conclua com uma oração pedindo que o Espírito Santo ajude cada participante a viver de maneira que honre o sacrifício vicário de Jesus.
Variação para grupos maiores:
• Faça um jogo de perguntas e respostas sobre a redenção: cada acerto representa “uma moeda simbólica”, mostrando que por mais que tentemos “pagar”, só Cristo é suficiente.
INTRODUÇÃO
O Pai enviou Seu Filho Unigênito para consumar a perfeita Obra de Redenção, planejada antes da fundação do mundo. Como resultado do suficiente e glorioso Plano Divino de Redenção, pela fé em Cristo e pelo arrependimento, é possível que o ser humano seja resgatado de sua vã maneira de viver, reconcilie-se com Deus e passe a fazer parte da família de Deus, desfrutando das inúmeras bênçãos reservadas aos que estão em Cristo Jesus.
PONTO DE PARTIDA: Jesus Cristo é o agente da nossa redenção.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
PONTO DE PARTIDA: Jesus Cristo é o agente da nossa redenção.
(Afirmação central da introdução: o Pai envia o Filho unigênito para consumar a Obra de Redenção, que salva mediante fé e arrependimento.)
Abaixo ofereço: 1) exposição bíblica e teológica; 2) análise léxica (grego / hebraico) das palavras-chave; 3) síntese dos modelos soteriológicos relevantes; 4) aplicação pastoral; 5) tabela expositiva resumida; 6) bibliografia recomendada para estudo acadêmico.
1. Exposição bíblica e teológica (síntese)
A Escritura apresenta de modo coerente e unitário que a redenção é iniciativa do Pai, efetuada pelo Filho e aplicada pelo Espírito Santo. A obra redentora de Cristo é histórica (vida, morte e ressurreição), eficaz (produz perdão, justificação, adoção e nova vida) e definitiva (obra consumada e garantida para os que crêem).
Textos-chave que sustentam essa afirmação: João 1; 1 Coríntios 6:20; Romanos 3:24; Gálatas 3:13; Colossenses 1:14; Efésios 1:7; Hebreus 9:12; Atos 20:28; Apocalipse 13:8/Rev 5 (o Cordeiro). Esses textos mostram três movimentos teológicos essenciais:
- Iniciativa e propósito eterno (eleição/planejamento – “antes da fundação do mundo”: Ef 1:4; 1Pe 1:20; Re 13:8 em linguagem apocalíptica).
- Meio redentivo: Jesus como Cordeiro, aquele que “tira”/“carrega” o pecado do mundo e que foi “levantado” (Jo 1:29; Jo 3:14–16).
- Efeito e aplicação: fé + arrependimento → nova filiação / direito (exousia) de ser filho de Deus (Jo 1:12); “comprados com preço” (1Co 6:20; 7:23).
Teologicamente, afirmar que “Cristo é o agente da redenção” significa que:
- Ele é o sujeito (actor) único e eficaz da salvação: não só um exemplo, nem apenas um mensageiro, mas Aquele que realiza a reconciliação (2 Co 5:18–21).
- Sua obra é sufficient (suficiente) e definitiva — consumada na cruz e ratificada pela ressurreição (Hb 10:10–14).
- A eficácia dessa obra é recebida pela fé (pístis) e manifestada no arrependimento (metanoia), que são as respostas humanas, não causas meritorias.
2. Análise léxica (palavras-chave em grego/hebraico)
Redenção / Resgate
- Grego: ἀπολύτρωσις (apolýtrōsis) — “redenção, liberação mediante pagamento/resgate”; λύτρον / λυτρόω (lytron / lytróō) — “resgatar, redimir”; ἀγοράζω (agorázō) / ἐξηγόρασεν (exēgórasen) — “comprar, resgatar (no mercado)”. Ex.: Rom 3:24 (ἀπολύτρωσις), 1 Cor 6:20 (ἠγοράσθητε = fostes comprados).
- Hebraico (AT): פָּדָה (padah) — “resgatar, livrar mediante preço”; גָּאַל (gaʻal) — “redeemer, vingador de sangue/familiar que rescata”; גְּאוּלָה (ge'ulah) — redenção/ressgate nacional e pessoal.
- Observação: o NT retoma a tradição hebraica (padah/gaʻal) e a expressa com termos helenísticos para descrever a obra de Cristo como resgate vicário.
Cordeiro / Sacrifício / Propiciação
- Grego: ἀμνός (amnos) “cordeiro”; ἱλαστήριον (hilastērion — “propiciatório/mercador”) e ἱλάσκεσθαι / ἱλάσκομαι (hilaskomai) — “propiciar, aplacar; remissão”. Rom 3:25 usa ἱλαστήριον como referência ao meio pelo qual Deus lida com pecado (tradição cultual conectada ao propiciatório do Templo).
- Implicação: a linguagem sacrificial aponta para uma ação substitutiva e expiatória (a cruz como ponto central de expiação).
Filho Unigênito / Monogenēs
- Grego: μονογενής (monogenēs) — “único gerado/único de sua espécie”, sublinha singularidade da pessoa do Filho e sua relação única com o Pai (Jo 1:14; Jo 3:16).
Fé e Arrependimento
- Fé: πίστις (pístis) — confiança pessoal que apropria os benefícios da obra de Cristo.
- Arrependimento: μετάνοια (metanoia) — mudança de mente e vida; elemento indispensável junto à fé na resposta ao evangelho.
3. Modelos de expiação e como se articulam aqui
A pergunta “como Cristo redime?” recebe explicações complementares, não mutuamente exclusivas. Entre os modelos teológicos clássicos:
- Substituição penal / substitutiva (penal substitution) — Cristo recebe a penalidade do pecado em nosso lugar (forte na tradição Reformada/evangélica). Textos de apoio: Isaías 53; 2 Co 5:21; 1 Pe 2:24; Gál 3:13.
- Satisfação / satisfação teológica (Anselm) — Cristo honra a justiça divina, satisfaz a honra/dever de Deus, reparando o dano causado pelo pecado (Anselmo, Cur Deus Homo).
- Christus Victor — Cristo derrota poder do pecado, morte e satanás; resgatador que vence a escravidão (Aulén). Apoiado por textos como Colossenses 2:15 e o tom pascual do NT.
- Exemplificativo / moral influence — a cruz revela o amor de Deus e transforma corações (John Hick propôs; porém cristianismo historicamente não reduz a obra de Cristo só a exemplo).
- Templar/ cultual (hilasterion) — a linguagem de propiciação e do propiciatório no AT / Hebreus: Cristo como cumprimento do sistema sacrificial, “entrando no Santo dos Santos” para efetuar redenção.
Observação teológica equilibrada: A melhor leitura bíblica histórica integra elementos: Cristo triunfa sobre poder do mal (Christus Victor), cumpre papel sacrificial e substitutivo (expiação), e ao fazê-lo garante justificação e adoção para os que creem. A ênfase predominante dependerá da tradição, mas o evangelho joanino e paulino apresentam Cristo como o único meio eficaz de salvação.
4. Redenção: Plano eterno e consumação histórica
A redenção não é improvisada: os textos apostólicos falam de um plano pré-histórico e premeditado por Deus (Ef 1:4–7; 1Pe 1:20; Re 13:8 fala poeticamente do “Cordeiro morto desde a fundação do mundo”). Isso implica que a encarnação, morte e ressurreição são o cumprimento de um propósito eterno do Pai, realizado pelo Filho, aplicado pelo Espírito.
5. Aplicação pastoral e prática
Com base na doutrina de Cristo como agente da redenção, a aplicação pastoral envolve ao menos cinco linhas de ação:
- Evangelismo claro: proclamar que a salvação é pela obra de Cristo e recebida mediante fé e arrependimento (Jo 3:16; At 4:12).
- Doutrina da identidade: cultivar a consciência de “fui comprado/resgatado” (1Co 6:20) — isto molda ética, autoentendimento e vocação.
- Adoração e gratidão: a redenção produz louvor (Sl 71:23; Lc 1:68). Rituais (Ceia) lembram o preço pago e alimentam a gratidão.
- Vida de santidade e comunhão: o êxito da redenção aparece na transformação (sanctificatio), fruto do Espírito (Gl 5:22–23).
- Esperança escatológica: viver com os olhos na consumação (Ver o Senhor, Ap 21–22), o que dá perseverança em tribulações.
Pastoralmente isso resulta em pregação da cruz, ensino sobre garantia da salvação, catequese sobre fé e arrependimento e formação ética (discipulado).
6. Tabela expositiva resumida
Tópico
Palavra / Termo (grego/hebraico)
Sentido léxico
Implicação teológica
Aplicação prática
Textos de referência
Agente da redenção
—
Cristo como sujeito ativo da redenção
A obra é realizada por Cristo historicamente (encarnação, cruz, ressurreição)
Proclamar Jesus como Salvador; confiança pessoal
Jo 1; 1Co 6:20; Ef 1:7; Hb 9
Redenção / resgate
ἀπολύτρωσις, λύτρον, ἀγοράζω / padah, ga'al
Libertação mediante preço/resgate; compra
A salvação é aquisição e mudança de estatuto (fomos comprados)
Viver como pessoas “compradas” (ética, missão)
Rm 3:24; 1Co 6:20; Gl 3:13
Cordeiro / substituição
ἀμνός / hilastērion, hilaskomai
Imagem sacrificial; propiciação
Cristo como sacrifício substitutivo e propiciatório
Culto penitencial; confiança no perdão total em Cristo
Jo 1:29; Rm 3:25; 1Jo 2:2
Fé e Arrependimento
πίστις / μετάνοια
Confiança que apropria; volta do pecado
Resposta humana requerida para aplicação da redenção
Pregação que chama à resposta pessoal e ao arrependimento
Jo 3:16; At 2:38
Plano eterno
—
Redenção planejada antes da criação
Soberania e propósito divino (predestinação em sentido trinitário)
Segurança na providência; louvor
Ef 1:4; 1Pe 1:20; Re 13:8
Consumação / esperança
ζωὴ αἰώνιος (vida eterna)
Vida qualitativa presente e futura
Redenção culmina em visão/consumação com Deus
Perseverança, santificação e esperança escatológica
Jo 3:15–16; Ap 21–22
7. Conclusão (teológica e pastoral)
Dizer que Jesus Cristo é o agente da nossa redenção é afirmar a peça central do cristianismo: a salvação é uma obra divina, pessoalmente realizada por Cristo (o Cordeiro), antecipada no plano eterno do Pai e aplicada mediante ação do Espírito por meio da fé e do arrependimento. Essa verdade gera adoração, assegura a esperança, motiva a missão e impele à santidade. Pastoralmente, devemos proclamar com clareza o que Cristo fez, convocar à resposta de fé e discipular os resgatados a viverem como filhos comprados por preço.
PONTO DE PARTIDA: Jesus Cristo é o agente da nossa redenção.
(Afirmação central da introdução: o Pai envia o Filho unigênito para consumar a Obra de Redenção, que salva mediante fé e arrependimento.)
Abaixo ofereço: 1) exposição bíblica e teológica; 2) análise léxica (grego / hebraico) das palavras-chave; 3) síntese dos modelos soteriológicos relevantes; 4) aplicação pastoral; 5) tabela expositiva resumida; 6) bibliografia recomendada para estudo acadêmico.
1. Exposição bíblica e teológica (síntese)
A Escritura apresenta de modo coerente e unitário que a redenção é iniciativa do Pai, efetuada pelo Filho e aplicada pelo Espírito Santo. A obra redentora de Cristo é histórica (vida, morte e ressurreição), eficaz (produz perdão, justificação, adoção e nova vida) e definitiva (obra consumada e garantida para os que crêem).
Textos-chave que sustentam essa afirmação: João 1; 1 Coríntios 6:20; Romanos 3:24; Gálatas 3:13; Colossenses 1:14; Efésios 1:7; Hebreus 9:12; Atos 20:28; Apocalipse 13:8/Rev 5 (o Cordeiro). Esses textos mostram três movimentos teológicos essenciais:
- Iniciativa e propósito eterno (eleição/planejamento – “antes da fundação do mundo”: Ef 1:4; 1Pe 1:20; Re 13:8 em linguagem apocalíptica).
- Meio redentivo: Jesus como Cordeiro, aquele que “tira”/“carrega” o pecado do mundo e que foi “levantado” (Jo 1:29; Jo 3:14–16).
- Efeito e aplicação: fé + arrependimento → nova filiação / direito (exousia) de ser filho de Deus (Jo 1:12); “comprados com preço” (1Co 6:20; 7:23).
Teologicamente, afirmar que “Cristo é o agente da redenção” significa que:
- Ele é o sujeito (actor) único e eficaz da salvação: não só um exemplo, nem apenas um mensageiro, mas Aquele que realiza a reconciliação (2 Co 5:18–21).
- Sua obra é sufficient (suficiente) e definitiva — consumada na cruz e ratificada pela ressurreição (Hb 10:10–14).
- A eficácia dessa obra é recebida pela fé (pístis) e manifestada no arrependimento (metanoia), que são as respostas humanas, não causas meritorias.
2. Análise léxica (palavras-chave em grego/hebraico)
Redenção / Resgate
- Grego: ἀπολύτρωσις (apolýtrōsis) — “redenção, liberação mediante pagamento/resgate”; λύτρον / λυτρόω (lytron / lytróō) — “resgatar, redimir”; ἀγοράζω (agorázō) / ἐξηγόρασεν (exēgórasen) — “comprar, resgatar (no mercado)”. Ex.: Rom 3:24 (ἀπολύτρωσις), 1 Cor 6:20 (ἠγοράσθητε = fostes comprados).
- Hebraico (AT): פָּדָה (padah) — “resgatar, livrar mediante preço”; גָּאַל (gaʻal) — “redeemer, vingador de sangue/familiar que rescata”; גְּאוּלָה (ge'ulah) — redenção/ressgate nacional e pessoal.
- Observação: o NT retoma a tradição hebraica (padah/gaʻal) e a expressa com termos helenísticos para descrever a obra de Cristo como resgate vicário.
Cordeiro / Sacrifício / Propiciação
- Grego: ἀμνός (amnos) “cordeiro”; ἱλαστήριον (hilastērion — “propiciatório/mercador”) e ἱλάσκεσθαι / ἱλάσκομαι (hilaskomai) — “propiciar, aplacar; remissão”. Rom 3:25 usa ἱλαστήριον como referência ao meio pelo qual Deus lida com pecado (tradição cultual conectada ao propiciatório do Templo).
- Implicação: a linguagem sacrificial aponta para uma ação substitutiva e expiatória (a cruz como ponto central de expiação).
Filho Unigênito / Monogenēs
- Grego: μονογενής (monogenēs) — “único gerado/único de sua espécie”, sublinha singularidade da pessoa do Filho e sua relação única com o Pai (Jo 1:14; Jo 3:16).
Fé e Arrependimento
- Fé: πίστις (pístis) — confiança pessoal que apropria os benefícios da obra de Cristo.
- Arrependimento: μετάνοια (metanoia) — mudança de mente e vida; elemento indispensável junto à fé na resposta ao evangelho.
3. Modelos de expiação e como se articulam aqui
A pergunta “como Cristo redime?” recebe explicações complementares, não mutuamente exclusivas. Entre os modelos teológicos clássicos:
- Substituição penal / substitutiva (penal substitution) — Cristo recebe a penalidade do pecado em nosso lugar (forte na tradição Reformada/evangélica). Textos de apoio: Isaías 53; 2 Co 5:21; 1 Pe 2:24; Gál 3:13.
- Satisfação / satisfação teológica (Anselm) — Cristo honra a justiça divina, satisfaz a honra/dever de Deus, reparando o dano causado pelo pecado (Anselmo, Cur Deus Homo).
- Christus Victor — Cristo derrota poder do pecado, morte e satanás; resgatador que vence a escravidão (Aulén). Apoiado por textos como Colossenses 2:15 e o tom pascual do NT.
- Exemplificativo / moral influence — a cruz revela o amor de Deus e transforma corações (John Hick propôs; porém cristianismo historicamente não reduz a obra de Cristo só a exemplo).
- Templar/ cultual (hilasterion) — a linguagem de propiciação e do propiciatório no AT / Hebreus: Cristo como cumprimento do sistema sacrificial, “entrando no Santo dos Santos” para efetuar redenção.
Observação teológica equilibrada: A melhor leitura bíblica histórica integra elementos: Cristo triunfa sobre poder do mal (Christus Victor), cumpre papel sacrificial e substitutivo (expiação), e ao fazê-lo garante justificação e adoção para os que creem. A ênfase predominante dependerá da tradição, mas o evangelho joanino e paulino apresentam Cristo como o único meio eficaz de salvação.
4. Redenção: Plano eterno e consumação histórica
A redenção não é improvisada: os textos apostólicos falam de um plano pré-histórico e premeditado por Deus (Ef 1:4–7; 1Pe 1:20; Re 13:8 fala poeticamente do “Cordeiro morto desde a fundação do mundo”). Isso implica que a encarnação, morte e ressurreição são o cumprimento de um propósito eterno do Pai, realizado pelo Filho, aplicado pelo Espírito.
5. Aplicação pastoral e prática
Com base na doutrina de Cristo como agente da redenção, a aplicação pastoral envolve ao menos cinco linhas de ação:
- Evangelismo claro: proclamar que a salvação é pela obra de Cristo e recebida mediante fé e arrependimento (Jo 3:16; At 4:12).
- Doutrina da identidade: cultivar a consciência de “fui comprado/resgatado” (1Co 6:20) — isto molda ética, autoentendimento e vocação.
- Adoração e gratidão: a redenção produz louvor (Sl 71:23; Lc 1:68). Rituais (Ceia) lembram o preço pago e alimentam a gratidão.
- Vida de santidade e comunhão: o êxito da redenção aparece na transformação (sanctificatio), fruto do Espírito (Gl 5:22–23).
- Esperança escatológica: viver com os olhos na consumação (Ver o Senhor, Ap 21–22), o que dá perseverança em tribulações.
Pastoralmente isso resulta em pregação da cruz, ensino sobre garantia da salvação, catequese sobre fé e arrependimento e formação ética (discipulado).
6. Tabela expositiva resumida
Tópico | Palavra / Termo (grego/hebraico) | Sentido léxico | Implicação teológica | Aplicação prática | Textos de referência |
Agente da redenção | — | Cristo como sujeito ativo da redenção | A obra é realizada por Cristo historicamente (encarnação, cruz, ressurreição) | Proclamar Jesus como Salvador; confiança pessoal | Jo 1; 1Co 6:20; Ef 1:7; Hb 9 |
Redenção / resgate | ἀπολύτρωσις, λύτρον, ἀγοράζω / padah, ga'al | Libertação mediante preço/resgate; compra | A salvação é aquisição e mudança de estatuto (fomos comprados) | Viver como pessoas “compradas” (ética, missão) | Rm 3:24; 1Co 6:20; Gl 3:13 |
Cordeiro / substituição | ἀμνός / hilastērion, hilaskomai | Imagem sacrificial; propiciação | Cristo como sacrifício substitutivo e propiciatório | Culto penitencial; confiança no perdão total em Cristo | Jo 1:29; Rm 3:25; 1Jo 2:2 |
Fé e Arrependimento | πίστις / μετάνοια | Confiança que apropria; volta do pecado | Resposta humana requerida para aplicação da redenção | Pregação que chama à resposta pessoal e ao arrependimento | Jo 3:16; At 2:38 |
Plano eterno | — | Redenção planejada antes da criação | Soberania e propósito divino (predestinação em sentido trinitário) | Segurança na providência; louvor | Ef 1:4; 1Pe 1:20; Re 13:8 |
Consumação / esperança | ζωὴ αἰώνιος (vida eterna) | Vida qualitativa presente e futura | Redenção culmina em visão/consumação com Deus | Perseverança, santificação e esperança escatológica | Jo 3:15–16; Ap 21–22 |
7. Conclusão (teológica e pastoral)
Dizer que Jesus Cristo é o agente da nossa redenção é afirmar a peça central do cristianismo: a salvação é uma obra divina, pessoalmente realizada por Cristo (o Cordeiro), antecipada no plano eterno do Pai e aplicada mediante ação do Espírito por meio da fé e do arrependimento. Essa verdade gera adoração, assegura a esperança, motiva a missão e impele à santidade. Pastoralmente, devemos proclamar com clareza o que Cristo fez, convocar à resposta de fé e discipular os resgatados a viverem como filhos comprados por preço.
1 1 A promessa de um Redentor se cumpre
A vinda do Filho Unigênito em forma humana é o cumprimento do que já tinha sido anunciado por Deus ainda no Éden sobre a semente da mulher (Gn 3.15). O fato de Jesus ter se feito homem foi um grande milagre (Jo 6.29). Como relata João, o Verbo Eterno estava com Deus no princípio de todas as coisas. Ele se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.1-14), ou seja, Jesus já existia antes do princípio (Jo 8.58).
1.1. O grande plano de redenção. Não havia nenhuma chance de a raça humana ser salva, porque éramos pecadores fadados à morte eterna: “a alma que pecar, essa morrerá, Ez 18.20. Entretanto, o Filho de Deus veio a este mundo (Jo 1.29) consumar Seu Plano Divino de Redenção, e isso inclui morrer na cruz pelos nossos pecados (Jo 15.13). Jesus assumiu as nossas culpas e se entregou por amor a nós (Jo 12.30). Embora nunca tenha pecado, Ele suportou a cruz para livrar a humanidade da morte eterna e do poder do pecado, e tudo isso por amor (Is 53.4-5). Os acusadores não conseguiram encontrar em Cristo qualquer pecado, por isso tiveram que acusá-lo falsamente (Jo 8.46).
Israel Maia (2008, L.07): “A redenção não somente lança os olhos de volta para o Calvário, mas também contempla a liberdade na qual se encontram os redimidos. Estudar acerca da redenção em Cristo traz esperança acerca do nosso destino, tanto na terra quanto na eternidade. Quando éramos escravos do pecado, não tínhamos a mínima chance de salvação; mas, a graça do sacrifício de Cristo na Cruz, nós, os crentes, que nos apropriamos dessa graça pela fé, fomos redimidos pelo Seu sangue. Deste modo, não somos apenas comprados, mas sim totalmente libertados das mãos daquele que nos oprimia e escravizava”.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
1. Exposição bíblica-teológica (síntese)
A passagem que você elabora articula três grandes verdades cristológicas e soteriológicas:
- Promessa e tipologia (Gn 3.15) — A prometida “semente da mulher” inaugura o fio messiânico que percorre a Escritura. Essa promessa é o primeiro anúncio (proto-evangelium) de que Deus não abandonaria a humanidade caída, mas operaria redenção.
- Encarnação (Jo 1.1–14; Jo 8.58) — O Verbo preexistente (λόγος) “se fez carne” (ἐσκήνωσεν), entrando na história humana sem perder a sua divindade. A encarnação é o contexto ontológico para a obra redentora: só por Deus se fazer homem poderia o Redentor assumir a condição humana e, sem pecado, expiar o pecado humano.
- Obra redentora consumada (Jo 1.29; Is 53; Jo 15.13; Gl 3.13; Rm 3:24) — Jesus, o Cordeiro que “tira o pecado do mundo”, cumpre o plano divino por meio da sua vida, morte vicária e ressurreição. O NT descreve a obra como substitutiva (tomou sobre si a maldição / punição), satisfatória (cumprimento da justiça divina) e vitoriosa (derrota do poder do pecado e da morte).
Ligadas entre si, promessa, encarnação e expiação mostram: o plano não é improvisado; foi pensado e anunciado desde o Éden, realizado na história pela pessoa do Filho e aplicado aos crentes pela fé e arrependimento.
2. Análise léxica: termos-chave no hebraico e no grego
(Abaixo as palavras principais e suas nuances, para enriquecer a exegese e o ensino.)
a) “Semente / descendência” — hebraico זֶרַע (zera‘ / zeraḥ) (Gn 3.15)
- Zera‘ designa descendência, semente, linhagem. Em Gn 3.15 o singular “a semente da mulher” aponta a intervenção singular e definitiva (o Messias) que esmagará a cabeça da serpente. A expressão carrega tipologia: a semente messiânica é, ao mesmo tempo, coletiva (Israel, a posteridade) e particular (o único Redentor).
b) “Alma que pecar, essa morrerá” — hebraico נֶפֶשׁ (nephesh) (Ez 18:20)
- Nephesh tem sentido amplo: vida, ser vivente, pessoa. A formulação de Ezequiel sublinha a gravidade do pecado: a consequência é a morte (separação, condenação). Isso estabelece a necessidade de um resgate.
c) “Verbo / Logos” — grego λόγος (logos) (Jo 1:1)
- João usa logos para identificar o ente divino que é agente da criação e da revelação. “O Verbo estava com Deus e era Deus” sustenta a preexistência e divindade de Cristo, condição necessária para que a sua obra de redenção tenha eficácia cósmica.
d) “Fez-se carne” — grego ἐσκήνωσεν (eskenōsen); σάρξ (sarx) = carne (Jo 1:14)
- Eskenōsen (literalmente “armou-se tenda/encarnou”) remete ao tabernáculo — forte imagem teológica: o Verbo “tabernaculou” entre nós. Sarx indica a condição humana concretamente assumida. A encarnação é, portanto, comunhão real com a humanidade (sem perda da divindade).
e) “Cordeiro” — grego ἀμνός (amnos) (Jo 1:29)
- Amnos aponta imediatamente para a imagem sacrificial: cordeiro pascal, sacrifício expiatório. Em João, o “Cordeiro” é quem efetua a remoção do pecado por meio de um ato sacrificial pessoal.
f) “Tomou / leva / tira” — grego αἴρων (airō) (Jo 1:29)
- Verbo de ação eficaz: carregar, levar embora. Indica que o Cordeiro não apenas sinaliza estado, mas age para remover/assumir o pecado.
g) “Morrer / vida eterna” — grego ἀπόλλυμι / ζὼὴ αἰώνιος (apollymi / zōē aiōnios) (Jo 3:15–16)
- O contraste entre perecer (apollymi) e possuir zōē aiōnios aponta para a polaridade escatológica de João: destruição eterna vs. vida qualitativa que participa da comunhão com o Pai.
3. Diálogo com tradições teológicas e referências acadêmicas
Para um trabalho acadêmico e pastoral bem fundamentado, considere integrar estas perspectivas e autores:
- Cristologia e Encarnação
- Athanasius, On the Incarnation — clássico patrístico que fundamenta a necessidade da encarnação para nossa salvação.
- D. A. Carson — O Comentário de João e Leon Morris — comentários sobre João que explicam a linguagem do Verbo e sua implicação soteriológica (ver: The Gospel According to John).
- N. T. Wright — argumentos sobre a historicidade da ressurreição e seu significado para a vitória sobre morte (ver séries sobre Paulo e Jesus).
- Atonement (expiação)
- Anselmo, Cur Deus Homo (satisfação) — tradição que sublinha a satisfação da justiça divina.
- Gustaf Aulén, Christus Victor — releitura da vitória de Cristo sobre forças cósmicas (complementa, não substitui, a leitura penal).
- John Stott — excelente síntese evangélica que combina múltiplas dimensões: penal, vicária e cósmica.
- Soteriologia prática
- John Owen (sobre expiação e expiatório): discussões profundas sobre eficácia e alcance da obra de Cristo.
- Wayne Grudem / Millard Erickson / Paul P. Enns — teologias sistemáticas que tratam da redenção como compra (buying back), adoção e renovação.
Você já citou Israel Maia (2008); ele pode ser usado como fonte pastoral contextualizada (bom para sermões e materiais de EBD). Combine estes autores clássicos e contemporâneos para equilibrar rigor exegético e aplicação pastoral.
4. Aplicações pastorais e devocionais (práticas)
- Centralidade da cruz e da encarnação — toda pregação cristã deve articular que, por ter-se feito carne, Cristo pôde substituir-se por nós; por termos sido comprados, nossa resposta é fé, arrependimento e vida transformada.
- Identidade como resgatados — ensinar a comunidade a viver como “pessoas compradas” (1 Cor 6:20): ética, missão e santidade fluem dessa nova condição.
- Esperança diante da morte — a redenção não é só perdão para hoje, mas esperança escatológica: a promessa de vida plena (zōē aiōnios).
- Culto e gratidão — a experiência da redenção deve conduzir o povo à adoração (Sl 71:23; Lc 1:68) e à celebração da Páscoa/Ceia do Senhor.
- Evangelismo responsável — proclamar a oferta universal do Redentor (Deus amou o mundo), convidando à fé pessoal, sem diluir a exclusividade redentora de Cristo.
5. Tabela expositiva — “A promessa de um Redentor se cumpre”
Item
Texto / Tema
Palavra-chave (Heb./Gr.)
Significado e nuance
Implicação teológica
Aplicação prática
1
Promessa do Redentor
Gn 3.15 — זֶרַע (zera‘)
“Semente” messiânica; proto-evangelho
Plano messiânico e tipologia bíblica
Enfatizar continuidade do AT→NT; esperança messiânica
2
Necessidade de resgate
Ez 18.20 — נֶפֶשׁ (nephesh)
A pessoa que peca morre; condição humana de condenação
Realidade da culpa e da morte como consequência do pecado
Urgência do evangelho; chamada ao arrependimento
3
Preexistência do Verbo
Jo 1:1 — λόγος (logos)
Verbo eterno, agente criador e revelador
Base para a encarnação e eficácia da redenção
Proclamar a divindade de Cristo; segurança da eficácia redentora
4
Encarnação
Jo 1:14 — ἐσκήνωσεν / σάρξ
O Verbo “tabernaculou” entre nós; assunção real da humanidade
Só a encarnação permite a mediação e substituição verdadeira
Vida cristã enraizada na encarnação — Deus conosco
5
Sacrifício vicário
Jo 1:29 — ἀμνός / αἴρων
Cordeiro que carrega/assume o pecado
Substituição e expiação; remoção eficaz do pecado
Culto penitencial; confiança no perdão consumado
6
Resultado escatológico
Jo 3:15–16 — ζωὴ αἰώνιος / μὴ ἀπόληται
Vida eterna vs. perdição
Oferta universal aplicada pela fé; vida plena em Cristo
Evangelismo: oferta + resposta; vida transformada
7
Suficiência e aplicação
Atos / Paulo / Hebreus (synth.)
Redenção consumada e aplicada pelo Espírito
A obra é completa (sufficient) e aplicada pela fé
Descansar na obra consumada; viver como redimidos
6. Ilustrações e propostas de uso (para pregação / aula)
- Ilustração do “resgate na praça”: imagine um escravo publicamente vendido — alguém entra, paga o preço e o leva para casa. A ação ilustra exagorázō (resgatar) e o novo estatuto do resgatado. Use-a para explicar exousia (direito de ser chamado filho).
- Tipologia do bronze levantado (Nm 21): quem olhava para o bronze era curado; quem olha em fé para o Cristo “levantado” (crucificado/exaltado) recebe vida — ligar com João 3:14–15.
- Ilustração da tenda/tabernáculo: o Verbo que “tabernaculou” (ἐσκήνωσεν) entre nós — Deus aproximando-se de sua criação — útil para ensinar a dimensão relacional da redenção.
7. Conclusão sintética
A promessa do Redentor é o fio condutor da Escritura: o plano eterno de Deus é cumprido quando o Verbo, preexistente e divino, se faz carne e se oferece como o Cordeiro expiatório. A redenção é ao mesmo tempo histórica (aconteceu em Cristo), suficiente (obra consumada) e aplicada (pela fé e arrependimento). Pastoralmente, isto gera certeza, gratidão, santidade e missão: somos um povo comprado para a glória de Deus.
1. Exposição bíblica-teológica (síntese)
A passagem que você elabora articula três grandes verdades cristológicas e soteriológicas:
- Promessa e tipologia (Gn 3.15) — A prometida “semente da mulher” inaugura o fio messiânico que percorre a Escritura. Essa promessa é o primeiro anúncio (proto-evangelium) de que Deus não abandonaria a humanidade caída, mas operaria redenção.
- Encarnação (Jo 1.1–14; Jo 8.58) — O Verbo preexistente (λόγος) “se fez carne” (ἐσκήνωσεν), entrando na história humana sem perder a sua divindade. A encarnação é o contexto ontológico para a obra redentora: só por Deus se fazer homem poderia o Redentor assumir a condição humana e, sem pecado, expiar o pecado humano.
- Obra redentora consumada (Jo 1.29; Is 53; Jo 15.13; Gl 3.13; Rm 3:24) — Jesus, o Cordeiro que “tira o pecado do mundo”, cumpre o plano divino por meio da sua vida, morte vicária e ressurreição. O NT descreve a obra como substitutiva (tomou sobre si a maldição / punição), satisfatória (cumprimento da justiça divina) e vitoriosa (derrota do poder do pecado e da morte).
Ligadas entre si, promessa, encarnação e expiação mostram: o plano não é improvisado; foi pensado e anunciado desde o Éden, realizado na história pela pessoa do Filho e aplicado aos crentes pela fé e arrependimento.
2. Análise léxica: termos-chave no hebraico e no grego
(Abaixo as palavras principais e suas nuances, para enriquecer a exegese e o ensino.)
a) “Semente / descendência” — hebraico זֶרַע (zera‘ / zeraḥ) (Gn 3.15)
- Zera‘ designa descendência, semente, linhagem. Em Gn 3.15 o singular “a semente da mulher” aponta a intervenção singular e definitiva (o Messias) que esmagará a cabeça da serpente. A expressão carrega tipologia: a semente messiânica é, ao mesmo tempo, coletiva (Israel, a posteridade) e particular (o único Redentor).
b) “Alma que pecar, essa morrerá” — hebraico נֶפֶשׁ (nephesh) (Ez 18:20)
- Nephesh tem sentido amplo: vida, ser vivente, pessoa. A formulação de Ezequiel sublinha a gravidade do pecado: a consequência é a morte (separação, condenação). Isso estabelece a necessidade de um resgate.
c) “Verbo / Logos” — grego λόγος (logos) (Jo 1:1)
- João usa logos para identificar o ente divino que é agente da criação e da revelação. “O Verbo estava com Deus e era Deus” sustenta a preexistência e divindade de Cristo, condição necessária para que a sua obra de redenção tenha eficácia cósmica.
d) “Fez-se carne” — grego ἐσκήνωσεν (eskenōsen); σάρξ (sarx) = carne (Jo 1:14)
- Eskenōsen (literalmente “armou-se tenda/encarnou”) remete ao tabernáculo — forte imagem teológica: o Verbo “tabernaculou” entre nós. Sarx indica a condição humana concretamente assumida. A encarnação é, portanto, comunhão real com a humanidade (sem perda da divindade).
e) “Cordeiro” — grego ἀμνός (amnos) (Jo 1:29)
- Amnos aponta imediatamente para a imagem sacrificial: cordeiro pascal, sacrifício expiatório. Em João, o “Cordeiro” é quem efetua a remoção do pecado por meio de um ato sacrificial pessoal.
f) “Tomou / leva / tira” — grego αἴρων (airō) (Jo 1:29)
- Verbo de ação eficaz: carregar, levar embora. Indica que o Cordeiro não apenas sinaliza estado, mas age para remover/assumir o pecado.
g) “Morrer / vida eterna” — grego ἀπόλλυμι / ζὼὴ αἰώνιος (apollymi / zōē aiōnios) (Jo 3:15–16)
- O contraste entre perecer (apollymi) e possuir zōē aiōnios aponta para a polaridade escatológica de João: destruição eterna vs. vida qualitativa que participa da comunhão com o Pai.
3. Diálogo com tradições teológicas e referências acadêmicas
Para um trabalho acadêmico e pastoral bem fundamentado, considere integrar estas perspectivas e autores:
- Cristologia e Encarnação
- Athanasius, On the Incarnation — clássico patrístico que fundamenta a necessidade da encarnação para nossa salvação.
- D. A. Carson — O Comentário de João e Leon Morris — comentários sobre João que explicam a linguagem do Verbo e sua implicação soteriológica (ver: The Gospel According to John).
- N. T. Wright — argumentos sobre a historicidade da ressurreição e seu significado para a vitória sobre morte (ver séries sobre Paulo e Jesus).
- Atonement (expiação)
- Anselmo, Cur Deus Homo (satisfação) — tradição que sublinha a satisfação da justiça divina.
- Gustaf Aulén, Christus Victor — releitura da vitória de Cristo sobre forças cósmicas (complementa, não substitui, a leitura penal).
- John Stott — excelente síntese evangélica que combina múltiplas dimensões: penal, vicária e cósmica.
- Soteriologia prática
- John Owen (sobre expiação e expiatório): discussões profundas sobre eficácia e alcance da obra de Cristo.
- Wayne Grudem / Millard Erickson / Paul P. Enns — teologias sistemáticas que tratam da redenção como compra (buying back), adoção e renovação.
Você já citou Israel Maia (2008); ele pode ser usado como fonte pastoral contextualizada (bom para sermões e materiais de EBD). Combine estes autores clássicos e contemporâneos para equilibrar rigor exegético e aplicação pastoral.
4. Aplicações pastorais e devocionais (práticas)
- Centralidade da cruz e da encarnação — toda pregação cristã deve articular que, por ter-se feito carne, Cristo pôde substituir-se por nós; por termos sido comprados, nossa resposta é fé, arrependimento e vida transformada.
- Identidade como resgatados — ensinar a comunidade a viver como “pessoas compradas” (1 Cor 6:20): ética, missão e santidade fluem dessa nova condição.
- Esperança diante da morte — a redenção não é só perdão para hoje, mas esperança escatológica: a promessa de vida plena (zōē aiōnios).
- Culto e gratidão — a experiência da redenção deve conduzir o povo à adoração (Sl 71:23; Lc 1:68) e à celebração da Páscoa/Ceia do Senhor.
- Evangelismo responsável — proclamar a oferta universal do Redentor (Deus amou o mundo), convidando à fé pessoal, sem diluir a exclusividade redentora de Cristo.
5. Tabela expositiva — “A promessa de um Redentor se cumpre”
Item | Texto / Tema | Palavra-chave (Heb./Gr.) | Significado e nuance | Implicação teológica | Aplicação prática |
1 | Promessa do Redentor | Gn 3.15 — זֶרַע (zera‘) | “Semente” messiânica; proto-evangelho | Plano messiânico e tipologia bíblica | Enfatizar continuidade do AT→NT; esperança messiânica |
2 | Necessidade de resgate | Ez 18.20 — נֶפֶשׁ (nephesh) | A pessoa que peca morre; condição humana de condenação | Realidade da culpa e da morte como consequência do pecado | Urgência do evangelho; chamada ao arrependimento |
3 | Preexistência do Verbo | Jo 1:1 — λόγος (logos) | Verbo eterno, agente criador e revelador | Base para a encarnação e eficácia da redenção | Proclamar a divindade de Cristo; segurança da eficácia redentora |
4 | Encarnação | Jo 1:14 — ἐσκήνωσεν / σάρξ | O Verbo “tabernaculou” entre nós; assunção real da humanidade | Só a encarnação permite a mediação e substituição verdadeira | Vida cristã enraizada na encarnação — Deus conosco |
5 | Sacrifício vicário | Jo 1:29 — ἀμνός / αἴρων | Cordeiro que carrega/assume o pecado | Substituição e expiação; remoção eficaz do pecado | Culto penitencial; confiança no perdão consumado |
6 | Resultado escatológico | Jo 3:15–16 — ζωὴ αἰώνιος / μὴ ἀπόληται | Vida eterna vs. perdição | Oferta universal aplicada pela fé; vida plena em Cristo | Evangelismo: oferta + resposta; vida transformada |
7 | Suficiência e aplicação | Atos / Paulo / Hebreus (synth.) | Redenção consumada e aplicada pelo Espírito | A obra é completa (sufficient) e aplicada pela fé | Descansar na obra consumada; viver como redimidos |
6. Ilustrações e propostas de uso (para pregação / aula)
- Ilustração do “resgate na praça”: imagine um escravo publicamente vendido — alguém entra, paga o preço e o leva para casa. A ação ilustra exagorázō (resgatar) e o novo estatuto do resgatado. Use-a para explicar exousia (direito de ser chamado filho).
- Tipologia do bronze levantado (Nm 21): quem olhava para o bronze era curado; quem olha em fé para o Cristo “levantado” (crucificado/exaltado) recebe vida — ligar com João 3:14–15.
- Ilustração da tenda/tabernáculo: o Verbo que “tabernaculou” (ἐσκήνωσεν) entre nós — Deus aproximando-se de sua criação — útil para ensinar a dimensão relacional da redenção.
7. Conclusão sintética
A promessa do Redentor é o fio condutor da Escritura: o plano eterno de Deus é cumprido quando o Verbo, preexistente e divino, se faz carne e se oferece como o Cordeiro expiatório. A redenção é ao mesmo tempo histórica (aconteceu em Cristo), suficiente (obra consumada) e aplicada (pela fé e arrependimento). Pastoralmente, isto gera certeza, gratidão, santidade e missão: somos um povo comprado para a glória de Deus.
1.2. Redenção só em Jesus. Somente o Filho de Deus pode oferecer redenção à humanidade. Entretanto, antes de executar Seu plano, as palavras do Filho de Deus são acompanhadas de uma oração (Jo 17.1). O Filho de Deus estava prestes a encarar o Gólgota; mas, antes disso, necessitava falar com o Pai em oração. Para o cumprimento de Sua missão, Ele foi preso, julgado, condenado, crucificado e morto. Mas, para concretizar o Plano da Redenção, o Filho de Deus ressuscitou (Jo 20.17). Assim, todo ser humano precisa saber que só existe um meio para reconciliação com o Pai, e esse meio é Jesus Cristo (2Co 5.20).
Dilmo dos Santos (2012, L.13): “Após erguer os olhos em oração, Jesus disse que chegara a sua ‘hora, o ponto central do plano redentor de Deus. Era o momento de manifestar o esplendor de Sua autoridade, de conceder vida eterna a todos os eleitos (Jo 6.44; 1.11,12). Jesus havia construído uma bela história pública com o Pai entre os Seus familiares, amigos e discípulos, além dos religiosos. Em todas as atividades, a Sua relação com o Pai sempre foi marcante, desde o início de Sua presença entre os homens. Uma relação de testemunho do Pai (Mt 3.13-17); de confirmação das Escrituras (Mt 12.17-21); de companhia do Pai (Mt 15.5); e de unidade com o Pai (Jo 17.21)”.
1.3. A Obra Redentora. Na Cruz, Jesus consumou Sua admirável Obra Redentora, conforme Colossenses 1.19,20: “Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse. E que, havendo por ele feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na terra como as que estão nos céus”. Assim, a Obra Redentora é um fundamento do cristianismo, e se refere à obra consumada pelo Filho de Deus por meio de Sua morte e Ressurreição (Jo 20.6-8). Essa Obra é o embasamento da salvação e da mediação entre Deus e a humanidade, sendo essencial para a fé cristã (Jo 17.20). Por isso, como discípulos de Cristo, Ele nos enviou ao mundo para que toda criatura saiba e creia que, por Jesus Cristo, é possível a reconciliação com o Pai e um viver como nova criatura.
Bispo Primaz Manoel Ferreira (Revista Betel novos convertidos, L. 3): “A obra central e principal de Jesus é Sua morte na cruz para libertar o homem dos pecados e levá-lo a Deus. Através da Sua morte, Ele destruiu o poder do diabo (Hb 2.14). A morte de Jesus será tema principal dos louvores que todos nós a Ele prestamos no Céu (Ap 5.9). Pela morte de Jesus, Deus manifestou Seu amor a nós, libertando-nos da culpa e do poder do pecado (1Pe 2.24). Pela Sua morte, Jesus nos conduziu de volta a Deus (1Pe 3.18)”.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Tese central: A redenção é obra exclusiva e eficaz do Filho unigênito: antes de assumir a missão Ele ora ao Pai (Jo 17), enfrenta o Gólgota (Paixão), morre e ressuscita; pela sua morte e ressurreição Ele reconcilia todas as coisas e efetua a nossa redenção (Cl 1.19–20; Jo 20.17).
I — Redenção só em Jesus (1.2)
1. Contexto bíblico e teológico
- João 17 (oração sacerdotal) revela que a ação redentora de Jesus está inserida no relacionamento intratrinitário: Jesus ora ao Pai antes de enfrentar a cruz; isso mostra que a cruz não é acidente histórico, mas cumprimento do propósito trinitário (Jo 17:1–5, 24).
- A submissão de Jesus à paixão (prisão, julgamento, crucifixão) é livre e voluntária: Ele aceita a “hora” (ἡ ὥρα) como momento central do plano redentor (Jo 12:23; 13:1; 17:1).
- A ressurreição (Jo 20:17) confirma e sela a eficácia da obra: a vitória sobre a morte é a garantia escatológica da redenção.
- A exclusividade: 2Co 5:20 (nosso papel como embaixadores) e João 14:6 / At 4:12 articulam que a reconciliação com o Pai é realizada por Cristo e só por Ele.
2. Análise léxica (selecionada)
- “Hora” (ὥρα — hōra) (João): em João, a hōra de Jesus designa o tempo da revelação suprema da sua glória através da cruz e ressurreição (Jo 2:4; 7:30; 12:23; 13:1). A hora não é mero cronômetro, é realização do propósito redentivo.
- “Orar” (προσεύχομαι — proseuchomai): Jesus como sumo sacerdote que antes de agir procura comunhão com o Pai — a oração prepara, submete e confirma a obra. João apresenta oração como aparelho trinitário da missão.
- “Ressuscitar / Ressurreição” (ἀνάστασις / ἐγείρομαι): a ressurreição atesta que a oferta do Cordeiro foi aceita e opera a nova criação (Rom 4:25; 1Co 15).
- “Reconciliação” (καταλλάσσω / καταλλαγή) e “fazer a paz” (εἰρήνη / ποιέω εἰρήνη) (Cl 1:20): katallasso indica a restauração de relacionamento quebrado — não apenas alteração de estado legal, mas reintegração relacional.
3. Teologia da exclusividade
- A Escritura, especialmente João e Paulo, apresenta Cristo como único Mediador e único agente eficaz de reconciliação (1 Tm 2:5; Jo 14:6; At 4:12).
- Isso não é mera afirmação sectária, mas proclamação do caráter pessoal da salvação: a reconciliação com o Pai exige o encontro com a Pessoa que cumpre e revela a vontade divina.
- Autores que tratam esse aspecto: Leon Morris e D. A. Carson — O Comentário de João explicam a unicidade joanina; John Stott e F. F. Bruce tratam a centralidade da cruz na soteriologia paulina e joanina.
4. Implicações práticas
- Oração antes da missão: o exemplo de Jesus nos impele à oração antes de enfrentar decisões e ministérios difíceis.
- Evangelismo cristocêntrico: proclamar Cristo como único meio é tarefa indispensável; a exclusividade deve ser anunciada com humildade e convicção.
- Assurance e esperança: a ressurreição garante que a obra é eficaz; quem crê pode ter esperança certa (1 Pe 1:3–5).
II — A Obra Redentora (1.3)
1. Exposição bíblica e conexão com Colossenses 1:19–20
- Colossenses 1.19–20 afirma que “em Cristo habita toda a plenitude do Pai” e que “por meio dele Deus reconciliou consigo todas as coisas, fazendo a paz pelo sangue da sua cruz.”
- Três ênfases: (a) Plenitude em Cristo (πᾶν τὸ πλήρωμα, pan to plērōma) — cristologia alta; (b) Paz pelo sangue — linguagem sacrificial; (c) Reconciliação universal — dimensão cósmica da obra: reconciliação de “todas as coisas” (πάντα).
- Hebreus e os evangelhos complementam: Cristo é o sacerdote que, entrando no Santo dos Santos, sela a redenção (Hb 9:11–14; Hb 10:10–14).
2. Análise léxica (selecionada)
- “Plenitude” (πλήρωμα — plērōma): totalidade da presença divina em Cristo; afirma que nele reside a suficência para redenção.
- “Fazer a paz” (εἰρήνη ποιέω) e “pelo seu sangue” (διὰ τοῦ αἵματος αὐτοῦ): a linguagem sacrificial combina inauguração de paz e o preço expiatório; o sangue como sinal de vida e substituição (cf. Lv, Páscoa).
- “Reconciliação” (καταλλάσσω / καταλλαγή): restauração relacional; em contexto paulino, inclui perdão, justificação e nova comunhão.
3. Modelos de expiação aplicados aqui
- Substituição penal: o “sangue” sugere significado sacrificial, remissão da penalidade (Rm 3; 1Pe 2:24).
- Christus Victor / vitória cósmica: “reconciliar consigo todas as coisas” enfatiza a vitória de Cristo sobre as forças que oprimiam a criação (Col 2:15; Cl 1.20).
- Sacerdotal/ritual (Hebreus): Cristo como o sumo sacerdote que oferece o sacrifício definitivo e entra no lugar santo eterno (Hb 9–10).
- Teologicamente é fecundo operar uma leitura integrada: a cruz executa penalidade, derrota forças cósmicas e funciona como sacrifício cultual — todas as imagens se complementam.
4. Ressurreição como consumação e garantia
- A ressurreição é prova (ἐγείρω) e garantia (ἀπαρασάγω, pledging) da aceitação do sacrifício e da nova criação. 1 Co 15 e Rom 4–8 articulam a ressurreição como princípio da nova vida e da justificação consumada.
5. Implicações práticas e missionais
- Missão: receber e proclamar que pela morte e ressurreição de Cristo há reconciliação e nova criação — missão cósmica, não apenas individual.
- Vida ética e sacramental: a realidade de ser reconciliado impacta a vida (perdão, reconciliação interpersonal) e o culto (Eucaristia é memorial e proclamação).
- Luta espiritual: conhecer a obra de Cristo motiva resistência ao pecado (Hb 2.14) e esperança na libertação do poder satânico.
III — Referências acadêmicas e livros recomendados (selecção focalizada)
- Leon Morris, — exegese e teologia joanina (oração, hora, ressurreição).
- D. A. Carson — O Comentário de João — análise da centralidade da cruz e da oração de Jesus.
- Andreas J. Köstenberger — excelente síntese teológica.
- John Stott — síntese sobre a obra redentora (substituição, expiação).
- Gustaf Aulén, Christus Victor — perspectiva da vitória cósmica de Cristo.
- N. T. Wright — importância da ressurreição para nova criação e escatologia.
- Richard Bauckham, Jesus and the God of Israel — contextualiza missão e relação com o Pai.
- Gordon D. Fee, comentários sobre Paulo — para entender “reconciliação” em Paulo (2 Co, Col).
- F. F. Bruce, comentários de João — sobre historicidade e centralidade da cruz.
IV — Aplicação pessoal e pastoral (sugestões práticas)
- Prática da oração antes da obra: seguir o exemplo de Cristo que, diante do sofrimento, dirige-se ao Pai. Ensinar líderes a “subir à montanha” em oração antes de decisões missionais.
- Confiança na suficiência de Cristo: diante de dúvidas espirituais, lembrar que “toda a plenitude habita nele” (Cl 1.19) — ação do descanso pastoral.
- Vida de reconciliação: a redenção não é apenas legal — é relacional. Incentivar reconciliações concretas entre membros da igreja.
- Coragem no testemunho: proclamar a exclusividade de Cristo com coragem e prudência, sabendo que a ressurreição valida a mensagem.
- Culto da Páscoa e Ceia: usar a liturgia para ensinar o preço do sangue e a garantia da ressurreição (lembrar como sinais sacramentais que apontam para a obra consumada).
V — Tabela expositiva (resumo prático: 1.2–1.3)
Item
Texto(s) chave
Termo / Frase (grego)
Significado teológico
Implicação prática
1
Jo 17 (oração)
προσεύχομαι (proseuchomai) / ὥρα (hōra)
A oração prepara/valida a obra; a “hora” é o cumprimento do plano divino
Modelar oração antes da ação; entender a cruz como propósito trinitário
2
Jo 18–19 (Paixão)
κρατεῖσθαι / σταυρόω (crucifixion context)
Jesus aceita prisão, juízo e crucificação voluntariamente
Seguir o caminho de humildade e obediência; exaltar sacrifício no culto
3
Jo 20 (Ressurreição)
ἀνίστημι / ἀνάστασις (anastasis)
Ressurreição é validação e garantia da redenção
Esperança escatológica; fundamento da pregação e do discipulado
4
Cl 1.19–20
πλήρωμα (plērōma); καταλλάσσω (katallassō)
Plenitude divina em Cristo; reconciliação cósmica pelo sangue
Missão cósmica: proclamar reconciliação a todas as esferas
5
Hebreus (ex.: Hb 9–10)
ἱλαστήριον / θυσία (hilastērion / thusia)
Sacrifício e sacerdócio consumado em Cristo
Catequese sacramental; confiança na oferta única e suficiente
6
2Co 5:20; At 4:12
μεσίτης (mesitēs) / exclusividade
Cristo como Mediador único; reconciliação por meio d’Ele
Evangelismo claro; humildade e respeito no anúncio da exclusividade
7
Hb 2:14; 1Pe 2:24
σκοτία/ἐξουσία (pwr vs bondage)
Cristo despojou a morte e pagou a culpa
Libertação do medo; viver em liberdade espiritual
VI — Conclusão sintética
- Redenção é exclusiva e eficaz: só o Filho unigênito, pela encarnação, paixão, morte e ressurreição, realiza a reconciliação entre Deus e a humanidade.
- A obra é trinitária no seu plano e histórica na sua consumação: oração do Filho, obediência na Paixão, vitória na ressurreição.
• • Implicações pastorais: oração, proclamação cristocêntrica, discipulado que gere reconciliação e vida nova, celebração sacramental e missão com esperança escatológica.
Tese central: A redenção é obra exclusiva e eficaz do Filho unigênito: antes de assumir a missão Ele ora ao Pai (Jo 17), enfrenta o Gólgota (Paixão), morre e ressuscita; pela sua morte e ressurreição Ele reconcilia todas as coisas e efetua a nossa redenção (Cl 1.19–20; Jo 20.17).
I — Redenção só em Jesus (1.2)
1. Contexto bíblico e teológico
- João 17 (oração sacerdotal) revela que a ação redentora de Jesus está inserida no relacionamento intratrinitário: Jesus ora ao Pai antes de enfrentar a cruz; isso mostra que a cruz não é acidente histórico, mas cumprimento do propósito trinitário (Jo 17:1–5, 24).
- A submissão de Jesus à paixão (prisão, julgamento, crucifixão) é livre e voluntária: Ele aceita a “hora” (ἡ ὥρα) como momento central do plano redentor (Jo 12:23; 13:1; 17:1).
- A ressurreição (Jo 20:17) confirma e sela a eficácia da obra: a vitória sobre a morte é a garantia escatológica da redenção.
- A exclusividade: 2Co 5:20 (nosso papel como embaixadores) e João 14:6 / At 4:12 articulam que a reconciliação com o Pai é realizada por Cristo e só por Ele.
2. Análise léxica (selecionada)
- “Hora” (ὥρα — hōra) (João): em João, a hōra de Jesus designa o tempo da revelação suprema da sua glória através da cruz e ressurreição (Jo 2:4; 7:30; 12:23; 13:1). A hora não é mero cronômetro, é realização do propósito redentivo.
- “Orar” (προσεύχομαι — proseuchomai): Jesus como sumo sacerdote que antes de agir procura comunhão com o Pai — a oração prepara, submete e confirma a obra. João apresenta oração como aparelho trinitário da missão.
- “Ressuscitar / Ressurreição” (ἀνάστασις / ἐγείρομαι): a ressurreição atesta que a oferta do Cordeiro foi aceita e opera a nova criação (Rom 4:25; 1Co 15).
- “Reconciliação” (καταλλάσσω / καταλλαγή) e “fazer a paz” (εἰρήνη / ποιέω εἰρήνη) (Cl 1:20): katallasso indica a restauração de relacionamento quebrado — não apenas alteração de estado legal, mas reintegração relacional.
3. Teologia da exclusividade
- A Escritura, especialmente João e Paulo, apresenta Cristo como único Mediador e único agente eficaz de reconciliação (1 Tm 2:5; Jo 14:6; At 4:12).
- Isso não é mera afirmação sectária, mas proclamação do caráter pessoal da salvação: a reconciliação com o Pai exige o encontro com a Pessoa que cumpre e revela a vontade divina.
- Autores que tratam esse aspecto: Leon Morris e D. A. Carson — O Comentário de João explicam a unicidade joanina; John Stott e F. F. Bruce tratam a centralidade da cruz na soteriologia paulina e joanina.
4. Implicações práticas
- Oração antes da missão: o exemplo de Jesus nos impele à oração antes de enfrentar decisões e ministérios difíceis.
- Evangelismo cristocêntrico: proclamar Cristo como único meio é tarefa indispensável; a exclusividade deve ser anunciada com humildade e convicção.
- Assurance e esperança: a ressurreição garante que a obra é eficaz; quem crê pode ter esperança certa (1 Pe 1:3–5).
II — A Obra Redentora (1.3)
1. Exposição bíblica e conexão com Colossenses 1:19–20
- Colossenses 1.19–20 afirma que “em Cristo habita toda a plenitude do Pai” e que “por meio dele Deus reconciliou consigo todas as coisas, fazendo a paz pelo sangue da sua cruz.”
- Três ênfases: (a) Plenitude em Cristo (πᾶν τὸ πλήρωμα, pan to plērōma) — cristologia alta; (b) Paz pelo sangue — linguagem sacrificial; (c) Reconciliação universal — dimensão cósmica da obra: reconciliação de “todas as coisas” (πάντα).
- Hebreus e os evangelhos complementam: Cristo é o sacerdote que, entrando no Santo dos Santos, sela a redenção (Hb 9:11–14; Hb 10:10–14).
2. Análise léxica (selecionada)
- “Plenitude” (πλήρωμα — plērōma): totalidade da presença divina em Cristo; afirma que nele reside a suficência para redenção.
- “Fazer a paz” (εἰρήνη ποιέω) e “pelo seu sangue” (διὰ τοῦ αἵματος αὐτοῦ): a linguagem sacrificial combina inauguração de paz e o preço expiatório; o sangue como sinal de vida e substituição (cf. Lv, Páscoa).
- “Reconciliação” (καταλλάσσω / καταλλαγή): restauração relacional; em contexto paulino, inclui perdão, justificação e nova comunhão.
3. Modelos de expiação aplicados aqui
- Substituição penal: o “sangue” sugere significado sacrificial, remissão da penalidade (Rm 3; 1Pe 2:24).
- Christus Victor / vitória cósmica: “reconciliar consigo todas as coisas” enfatiza a vitória de Cristo sobre as forças que oprimiam a criação (Col 2:15; Cl 1.20).
- Sacerdotal/ritual (Hebreus): Cristo como o sumo sacerdote que oferece o sacrifício definitivo e entra no lugar santo eterno (Hb 9–10).
- Teologicamente é fecundo operar uma leitura integrada: a cruz executa penalidade, derrota forças cósmicas e funciona como sacrifício cultual — todas as imagens se complementam.
4. Ressurreição como consumação e garantia
- A ressurreição é prova (ἐγείρω) e garantia (ἀπαρασάγω, pledging) da aceitação do sacrifício e da nova criação. 1 Co 15 e Rom 4–8 articulam a ressurreição como princípio da nova vida e da justificação consumada.
5. Implicações práticas e missionais
- Missão: receber e proclamar que pela morte e ressurreição de Cristo há reconciliação e nova criação — missão cósmica, não apenas individual.
- Vida ética e sacramental: a realidade de ser reconciliado impacta a vida (perdão, reconciliação interpersonal) e o culto (Eucaristia é memorial e proclamação).
- Luta espiritual: conhecer a obra de Cristo motiva resistência ao pecado (Hb 2.14) e esperança na libertação do poder satânico.
III — Referências acadêmicas e livros recomendados (selecção focalizada)
- Leon Morris, — exegese e teologia joanina (oração, hora, ressurreição).
- D. A. Carson — O Comentário de João — análise da centralidade da cruz e da oração de Jesus.
- Andreas J. Köstenberger — excelente síntese teológica.
- John Stott — síntese sobre a obra redentora (substituição, expiação).
- Gustaf Aulén, Christus Victor — perspectiva da vitória cósmica de Cristo.
- N. T. Wright — importância da ressurreição para nova criação e escatologia.
- Richard Bauckham, Jesus and the God of Israel — contextualiza missão e relação com o Pai.
- Gordon D. Fee, comentários sobre Paulo — para entender “reconciliação” em Paulo (2 Co, Col).
- F. F. Bruce, comentários de João — sobre historicidade e centralidade da cruz.
IV — Aplicação pessoal e pastoral (sugestões práticas)
- Prática da oração antes da obra: seguir o exemplo de Cristo que, diante do sofrimento, dirige-se ao Pai. Ensinar líderes a “subir à montanha” em oração antes de decisões missionais.
- Confiança na suficiência de Cristo: diante de dúvidas espirituais, lembrar que “toda a plenitude habita nele” (Cl 1.19) — ação do descanso pastoral.
- Vida de reconciliação: a redenção não é apenas legal — é relacional. Incentivar reconciliações concretas entre membros da igreja.
- Coragem no testemunho: proclamar a exclusividade de Cristo com coragem e prudência, sabendo que a ressurreição valida a mensagem.
- Culto da Páscoa e Ceia: usar a liturgia para ensinar o preço do sangue e a garantia da ressurreição (lembrar como sinais sacramentais que apontam para a obra consumada).
V — Tabela expositiva (resumo prático: 1.2–1.3)
Item | Texto(s) chave | Termo / Frase (grego) | Significado teológico | Implicação prática |
1 | Jo 17 (oração) | προσεύχομαι (proseuchomai) / ὥρα (hōra) | A oração prepara/valida a obra; a “hora” é o cumprimento do plano divino | Modelar oração antes da ação; entender a cruz como propósito trinitário |
2 | Jo 18–19 (Paixão) | κρατεῖσθαι / σταυρόω (crucifixion context) | Jesus aceita prisão, juízo e crucificação voluntariamente | Seguir o caminho de humildade e obediência; exaltar sacrifício no culto |
3 | Jo 20 (Ressurreição) | ἀνίστημι / ἀνάστασις (anastasis) | Ressurreição é validação e garantia da redenção | Esperança escatológica; fundamento da pregação e do discipulado |
4 | Cl 1.19–20 | πλήρωμα (plērōma); καταλλάσσω (katallassō) | Plenitude divina em Cristo; reconciliação cósmica pelo sangue | Missão cósmica: proclamar reconciliação a todas as esferas |
5 | Hebreus (ex.: Hb 9–10) | ἱλαστήριον / θυσία (hilastērion / thusia) | Sacrifício e sacerdócio consumado em Cristo | Catequese sacramental; confiança na oferta única e suficiente |
6 | 2Co 5:20; At 4:12 | μεσίτης (mesitēs) / exclusividade | Cristo como Mediador único; reconciliação por meio d’Ele | Evangelismo claro; humildade e respeito no anúncio da exclusividade |
7 | Hb 2:14; 1Pe 2:24 | σκοτία/ἐξουσία (pwr vs bondage) | Cristo despojou a morte e pagou a culpa | Libertação do medo; viver em liberdade espiritual |
VI — Conclusão sintética
- Redenção é exclusiva e eficaz: só o Filho unigênito, pela encarnação, paixão, morte e ressurreição, realiza a reconciliação entre Deus e a humanidade.
- A obra é trinitária no seu plano e histórica na sua consumação: oração do Filho, obediência na Paixão, vitória na ressurreição.
• • Implicações pastorais: oração, proclamação cristocêntrica, discipulado que gere reconciliação e vida nova, celebração sacramental e missão com esperança escatológica.
EU ENSINEI QUE:
Jesus assumiu as nossas culpas e se entregou por amor a nós.
2- A suficiente e perfeita Obra Redentora
A Obra Redentora consumada por Jesus Cristo não foi um plano de última hora, pois a Bíblia menciona “antes da fundação do mundo” (Ef 1.4; 1Pe 1.20) e “desde a fundação do mundo” (Ap 13.8) ao falar sobre aspectos que estão conectados ao Plano Divino da Redenção. Assim, podemos atestar que a consumação desta obra é um testemunho da provisão divina de salvação e da manifestação das riquezas da benignidade de Deus para conosco. Glória pois a Ele!
2.1. A preciosa Redenção. A redenção do ser humano provém da infinita graça, da misericórdia e do amor de Deus: “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação“, 2Co 5.19. Deus é louvado na Bíblia como o Redentor da raça humana (Jó 19.25; Is 41.14; 47.4; 63.16). O ser humano não tem como avaliar o preço da Salvação que nos foi ofertada pelo Pai por meio do sacrifício de Jesus, o nosso Redentor (Jo 3.16). A Carta aos Hebreus nos revela que o Filho de Deus, pelo Seu sangue, entrou no Santuário e efetuou uma eterna redenção (Hb 9.12).
Dilmo dos Santos (2012, L.14): “A ressurreição de Cristo não foi simplesmente um retorno da morte, à semelhança daquela experimentada por outros antes dele, como Lázaro (Jo 11.1-44); porque, senão, Jesus teria se submetido à fraqueza e ao envelhecimento e, por fim, teria morrido outra vez, exatamente como todos os outros seres humanos morrem. Em vez disso, quando ressurgiu dos mortos, Jesus tornou-se “as primícias” (1 Co 15.20-23) de um novo tipo de vida humana; uma vida na qual este corpo foi aperfeiçoado, não estando mais sujeito à fraqueza, ao envelhecimento ou à morte, mas capaz de viver eternamente”.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
2 – A suficiente e perfeita Obra Redentora
1. Plano eterno e não improvisado
A redenção não foi um plano de emergência, mas decreto eterno de Deus. Efésios 1.4 declara que fomos escolhidos “antes da fundação do mundo” (πρὸ καταβολῆς κόσμου, pro katabolēs kosmou), revelando a natureza eterna e soberana do plano redentor. Pedro confirma que Cristo “foi conhecido antes da fundação do mundo” (προεγνωσμένου πρὸ καταβολῆς κόσμου, proegnōsmenou pro katabolēs kosmou, 1Pe 1.20), mas manifestado no tempo oportuno. Apocalipse 13.8 fala do “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”, mostrando a certeza do plano divino.
Assim, a obra consumada por Cristo é a execução histórica de um propósito eterno e irrevogável de Deus.
2.1. A preciosa Redenção
a) Origem da Redenção
A redenção é expressão da graça (χάρις, charis), da misericórdia (ἔλεος, eleos) e do amor (ἀγάπη, agapē) de Deus. 2Co 5.19 afirma: “Deus estava em Cristo reconciliando (καταλλάσσων, katallassōn) consigo o mundo”. Essa reconciliação não é apenas jurídica, mas relacional: restauração da comunhão entre Criador e criatura.
O AT já chama Deus de Redentor (גָּאַל, gaʾal) — aquele que resgata familiares da escravidão (Lv 25.25, Rute 4). Esse conceito é aplicado a Deus (Is 41.14; 47.4; Jó 19.25), apontando para Cristo, o goʾel supremo, que paga o preço da libertação.
b) O preço da Redenção
O valor da salvação é incalculável: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito” (Jo 3.16). O autor de Hebreus mostra que Cristo “entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido (εὑράμενος, heuramenos) uma redenção eterna (αἰωνίαν λύτρωσιν, aiōnian lytrōsin)” (Hb 9.12). O termo lytrōsis evoca libertação mediante pagamento de preço, indicando redenção substitutiva e definitiva.
c) Ressurreição como Primícias
Dilmo dos Santos destaca corretamente: a ressurreição de Cristo não foi mera reanimação como no caso de Lázaro (ἀνίστημι, anistēmi), mas inauguração de uma nova ordem de existência. Paulo chama Cristo de “as primícias” (ἀπαρχή, aparchē, 1Co 15.20), termo usado nas ofertas do AT para designar a primeira parte consagrada a Deus e garantia da colheita futura. Assim, Cristo é a garantia da nossa ressurreição e da vitória definitiva sobre a morte.
Referências acadêmicas cristãs
- John Stott – destaca a centralidade e suficiência da cruz.
- Leon Morris, – explora os termos de expiação e redenção no NT.
- N. T. Wright – explica a ressurreição de Jesus como inauguração da nova criação.
- Millard Erickson, Teologia Sistemática – analisa a redenção como plano eterno de Deus.
- Herman Bavinck, Dogmática Reformada – apresenta a obra redentora como decreto eterno e execução histórica.
Aplicação pessoal
- Confiança na eternidade do plano divino – a salvação não é frágil ou improvisada, mas fruto da decisão eterna de Deus; isso gera segurança.
- Gratidão pelo preço pago – a redenção é preciosa demais para ser banalizada; somos chamados a viver em santidade.
- Esperança na ressurreição – Cristo, as primícias, garante nossa vida eterna; isso nos consola diante do sofrimento e da morte.
- Chamados a proclamar – a palavra da reconciliação nos foi confiada (2Co 5.19); temos missão de anunciar o Redentor.
Tabela Expositiva – A Suficiente e Perfeita Obra Redentora
Aspecto
Texto Bíblico
Termo (Hebraico/Gr.)
Significado Teológico
Aplicação Prática
Plano eterno
Ef 1.4; 1Pe 1.20; Ap 13.8
καταβολή (katabolē) / προγινώσκω (proginōskō)
O plano da redenção foi estabelecido antes da criação
Segurança: nossa salvação não é improvisada
Redentor no AT
Jó 19.25; Is 41.14
גָּאַל (gaʾal)
O parente-remidor que liberta o escravo, aplicado a Deus
Cristo é nosso Go’el supremo, que nos liberta do pecado
Reconciliação
2Co 5.19
καταλλάσσω (katallassō)
Deus restaura comunhão por meio de Cristo
Somos ministros da reconciliação
Preço da redenção
Hb 9.12
λύτρωσις (lytrōsis)
Libertação mediante pagamento de preço – sangue de Cristo
Gratidão e vida consagrada
Ressurreição como primícias
1Co 15.20-23
ἀπαρχή (aparchē)
Cristo inaugura a nova vida incorruptível
Esperança firme na ressurreição futura
✅ Conclusão: A obra redentora de Cristo é eterna no propósito, preciosa no preço, eficaz no resultado e gloriosa na consumação. Não apenas nos livra do pecado, mas garante nossa ressurreição e vida eterna com Deus.
2 – A suficiente e perfeita Obra Redentora
1. Plano eterno e não improvisado
A redenção não foi um plano de emergência, mas decreto eterno de Deus. Efésios 1.4 declara que fomos escolhidos “antes da fundação do mundo” (πρὸ καταβολῆς κόσμου, pro katabolēs kosmou), revelando a natureza eterna e soberana do plano redentor. Pedro confirma que Cristo “foi conhecido antes da fundação do mundo” (προεγνωσμένου πρὸ καταβολῆς κόσμου, proegnōsmenou pro katabolēs kosmou, 1Pe 1.20), mas manifestado no tempo oportuno. Apocalipse 13.8 fala do “Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”, mostrando a certeza do plano divino.
Assim, a obra consumada por Cristo é a execução histórica de um propósito eterno e irrevogável de Deus.
2.1. A preciosa Redenção
a) Origem da Redenção
A redenção é expressão da graça (χάρις, charis), da misericórdia (ἔλεος, eleos) e do amor (ἀγάπη, agapē) de Deus. 2Co 5.19 afirma: “Deus estava em Cristo reconciliando (καταλλάσσων, katallassōn) consigo o mundo”. Essa reconciliação não é apenas jurídica, mas relacional: restauração da comunhão entre Criador e criatura.
O AT já chama Deus de Redentor (גָּאַל, gaʾal) — aquele que resgata familiares da escravidão (Lv 25.25, Rute 4). Esse conceito é aplicado a Deus (Is 41.14; 47.4; Jó 19.25), apontando para Cristo, o goʾel supremo, que paga o preço da libertação.
b) O preço da Redenção
O valor da salvação é incalculável: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito” (Jo 3.16). O autor de Hebreus mostra que Cristo “entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido (εὑράμενος, heuramenos) uma redenção eterna (αἰωνίαν λύτρωσιν, aiōnian lytrōsin)” (Hb 9.12). O termo lytrōsis evoca libertação mediante pagamento de preço, indicando redenção substitutiva e definitiva.
c) Ressurreição como Primícias
Dilmo dos Santos destaca corretamente: a ressurreição de Cristo não foi mera reanimação como no caso de Lázaro (ἀνίστημι, anistēmi), mas inauguração de uma nova ordem de existência. Paulo chama Cristo de “as primícias” (ἀπαρχή, aparchē, 1Co 15.20), termo usado nas ofertas do AT para designar a primeira parte consagrada a Deus e garantia da colheita futura. Assim, Cristo é a garantia da nossa ressurreição e da vitória definitiva sobre a morte.
Referências acadêmicas cristãs
- John Stott – destaca a centralidade e suficiência da cruz.
- Leon Morris, – explora os termos de expiação e redenção no NT.
- N. T. Wright – explica a ressurreição de Jesus como inauguração da nova criação.
- Millard Erickson, Teologia Sistemática – analisa a redenção como plano eterno de Deus.
- Herman Bavinck, Dogmática Reformada – apresenta a obra redentora como decreto eterno e execução histórica.
Aplicação pessoal
- Confiança na eternidade do plano divino – a salvação não é frágil ou improvisada, mas fruto da decisão eterna de Deus; isso gera segurança.
- Gratidão pelo preço pago – a redenção é preciosa demais para ser banalizada; somos chamados a viver em santidade.
- Esperança na ressurreição – Cristo, as primícias, garante nossa vida eterna; isso nos consola diante do sofrimento e da morte.
- Chamados a proclamar – a palavra da reconciliação nos foi confiada (2Co 5.19); temos missão de anunciar o Redentor.
Tabela Expositiva – A Suficiente e Perfeita Obra Redentora
Aspecto | Texto Bíblico | Termo (Hebraico/Gr.) | Significado Teológico | Aplicação Prática |
Plano eterno | Ef 1.4; 1Pe 1.20; Ap 13.8 | καταβολή (katabolē) / προγινώσκω (proginōskō) | O plano da redenção foi estabelecido antes da criação | Segurança: nossa salvação não é improvisada |
Redentor no AT | Jó 19.25; Is 41.14 | גָּאַל (gaʾal) | O parente-remidor que liberta o escravo, aplicado a Deus | Cristo é nosso Go’el supremo, que nos liberta do pecado |
Reconciliação | 2Co 5.19 | καταλλάσσω (katallassō) | Deus restaura comunhão por meio de Cristo | Somos ministros da reconciliação |
Preço da redenção | Hb 9.12 | λύτρωσις (lytrōsis) | Libertação mediante pagamento de preço – sangue de Cristo | Gratidão e vida consagrada |
Ressurreição como primícias | 1Co 15.20-23 | ἀπαρχή (aparchē) | Cristo inaugura a nova vida incorruptível | Esperança firme na ressurreição futura |
✅ Conclusão: A obra redentora de Cristo é eterna no propósito, preciosa no preço, eficaz no resultado e gloriosa na consumação. Não apenas nos livra do pecado, mas garante nossa ressurreição e vida eterna com Deus.
2.2. O nosso Redentor vive. A Bíblia aponta a morte e ressurreição de Jesus como Sua Obra de Redenção. O Dicionário UNESP do Português Contemporâneo (2012, p.1186) define “redenção” como: “O resgate do homem por Jesus Cristo, através de Sua morte”. Portanto, a Redenção nos é proporcionada pelo Filho de Deus, que nos faz livres: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”, Jo 8.36.
Dicionário Bíblico Wycliffe (2019, p.1656): “Paulo utiliza o termo ruomenos, que apresenta o Messias como aquele que resgata. A partir do uso que Paulo faz da palavra equivalente a ‘resgate, em Romanos 7.24, bem como do uso comum no NT dos termos ‘resgate’ (Mt 20.28) e ‘redenção’ (Hb 9.12), fica claro que Cristo, como nosso Redentor, é aquele que faz expiação pelos nossos pecados”.
2.3. A necessidade de redenção. O encanto do pecado leva o ser humano a caminhar por seus caminhos (Jo 8.3). João Batista pregava: “Endireitai o caminho do Senhor”, Jo 1.23; mas o homem que não nasceu de novo ama seus pecados e não se arrepende deles (Mt 11.20). Fato é que todos somos pecadores; todos nós tornamos, assim, inimigos de Deus (Tg 4.4). Quem não nasceu do Alto não pode compreender o Reino de Deus nem entrar nele (Jo 3.3-5). Conforme lemos no Evangelho de João, Jesus mostrou não haver verdadeira adoração sem o novo nascimento (Jo 3.6). Por isso, o Pai enviou o Filho para quebrar a barreira da inimizade entre o ser humano e Deus. Agora, por meio do Filho, podemos receber o perdão e nos tornar amigos de Deus (Rm 5.10).
Revista Betel Dominical (4° Tri 2017, L. 6): “Por que necessitamos tão urgentemente da salvação? Porque a Bíblia nos ensina que o homem sem Deus está perdido, e, por esse motivo, precisa ser resgatado (Mc 10.45; Lc 19.10). Não há um ser humano que possa resgatar outro. Os recursos humanos, tais quais boas obras, dinheiro, boas intenções, são insuficientes para a salvação (Sl 49.7-8). Mas Cristo Jesus ‘se deu a si mesmo por nós, para nos remir’ (Tt 2.14). A palavra remir indica resgatar, livrar (usada no sentido de comprar). Fomos comprados e libertados da escravidão do pecado (1Co 6.20; 7.23; Cl 1.14). Antes éramos ‘escravos do pecado’, agora devemos viver como ‘servos de Cristo’ (Rm 6.18,22)”.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
2.2 – O nosso Redentor vive
A Escritura apresenta Jesus como o Redentor vivo, cuja morte e ressurreição consumaram a obra da redenção. O termo grego associado a essa ideia é λυτρόω (lytróō), “resgatar mediante pagamento”, e ἀπολύτρωσις (apolýtrōsis), “redenção/libertação mediante resgate”. Ambos trazem o conceito de um preço pago para libertar cativos.
- Em João 8.36, a palavra ἐλευθερόω (eleutheroō) significa “libertar” no sentido de tornar alguém plenamente livre, sem restrições. A liberdade concedida por Cristo não é meramente política ou social, mas espiritual, da escravidão do pecado.
- Em Romanos 7.24, Paulo clama: “Quem me livrará (ῥύομαι, rhýomai – salvar, resgatar, arrancar do perigo) do corpo desta morte?”. Aqui a redenção é apresentada como livramento da corrupção humana e da condição decaída.
O Dicionário Bíblico Wycliffe observa que Paulo associa redenção à expiação (hilasmós), isto é, a ação substitutiva de Cristo que remove a culpa. Essa substituição é ilustrada em textos como Mateus 20.28, quando Jesus declara que veio para “dar a sua vida em resgate (λύτρον, lýtron) por muitos”.
Assim, a redenção não é apenas ato jurídico, mas também relacional: restaura a comunhão perdida entre Deus e o homem. O Cristo ressuscitado não apenas morreu, mas vive para aplicar continuamente os benefícios da redenção (Hb 7.25).
2.3 – A necessidade de redenção
A necessidade nasce da condição universal do pecado (Rm 3.23). O ser humano, ao seguir seus desejos, torna-se inimigo de Deus (Tg 4.4). Jesus declara em João 3.3-5 que o novo nascimento (γεννηθῇ ἄνωθεν, gennēthē anōthen – nascer do alto) é indispensável para ver e entrar no Reino.
- O pecado não é apenas ato, mas estado de escravidão. Paulo descreve os não regenerados como “escravos (δοῦλοι, doûloi) do pecado” (Rm 6.17).
- A palavra “remir” em Tito 2.14 vem de λυτρόω, reforçando a ideia de compra no mercado de escravos espirituais. O preço pago foi o sangue de Cristo (1Pe 1.18-19).
A Revista Betel Dominical destaca que nenhum recurso humano é capaz de alcançar tal redenção (Sl 49.7-8). Somente o sacrifício de Cristo é suficiente. Nesse sentido, como escreve Warren Wiersbe em Comentário Bíblico Expositivo do NT:
“A redenção não é apenas uma libertação do passado, mas também um chamado para viver no presente como servos de Cristo, em santidade e gratidão”.
Portanto, a necessidade da redenção não se resume a escapar do inferno, mas a ser reconciliado com Deus e viver sob um novo senhorio.
🙏 Aplicação Pessoal
- Segurança espiritual – Saber que nosso Redentor vive traz confiança em meio às crises. Assim como Jó declarou (Jó 19.25), podemos descansar que Ele garante nossa vitória final.
- Liberdade real – Muitos buscam libertação em prazeres, vícios ou filosofias, mas apenas Jesus oferece verdadeira liberdade.
- Chamado à santidade – Como redimidos, não pertencemos mais a nós mesmos (1Co 6.20). Nossa vida deve refletir gratidão e serviço ao Senhor.
- Urgência missionária – Se a humanidade está perdida e incapaz de salvar-se, temos a responsabilidade de anunciar o Redentor vivo.
📊 Tabela Expositiva
Tema
Texto-Chave
Termo Grego/Hebraico
Significado
Implicação Teológica
Aplicação
Redentor vivo
Jo 8.36; Rm 7.24
λυτρόω / ἀπολύτρωσις / ῥύομαι
Resgatar, libertar mediante preço pago
Cristo é quem nos liberta da escravidão e da condenação
Liberdade espiritual só em Jesus
Redenção pela morte e ressurreição
Mt 20.28; Hb 9.12
λύτρον / αἷμα
Resgate pelo sangue
O sacrifício de Cristo é a base da salvação
Gratidão e culto verdadeiro
Necessidade de redenção
Jo 3.3-5; Rm 6.17
γεννηθῇ ἄνωθεν / δοῦλος
Nascer de novo; escravo
Sem novo nascimento não há Reino; pecadores são cativos
Buscar regeneração no Espírito
Insuficiência humana
Sl 49.7-8; Tt 2.14
λυτρόω
Remir, resgatar
Nenhuma obra humana pode salvar
Depender totalmente da graça
Vida após redenção
Rm 6.18,22; 1Co 6.20
δουλεία / ἐλευθερόω
Servir como escravos da justiça
Redenção gera vida de santidade e serviço
Viver como servo de Cristo, não do pecado
2.2 – O nosso Redentor vive
A Escritura apresenta Jesus como o Redentor vivo, cuja morte e ressurreição consumaram a obra da redenção. O termo grego associado a essa ideia é λυτρόω (lytróō), “resgatar mediante pagamento”, e ἀπολύτρωσις (apolýtrōsis), “redenção/libertação mediante resgate”. Ambos trazem o conceito de um preço pago para libertar cativos.
- Em João 8.36, a palavra ἐλευθερόω (eleutheroō) significa “libertar” no sentido de tornar alguém plenamente livre, sem restrições. A liberdade concedida por Cristo não é meramente política ou social, mas espiritual, da escravidão do pecado.
- Em Romanos 7.24, Paulo clama: “Quem me livrará (ῥύομαι, rhýomai – salvar, resgatar, arrancar do perigo) do corpo desta morte?”. Aqui a redenção é apresentada como livramento da corrupção humana e da condição decaída.
O Dicionário Bíblico Wycliffe observa que Paulo associa redenção à expiação (hilasmós), isto é, a ação substitutiva de Cristo que remove a culpa. Essa substituição é ilustrada em textos como Mateus 20.28, quando Jesus declara que veio para “dar a sua vida em resgate (λύτρον, lýtron) por muitos”.
Assim, a redenção não é apenas ato jurídico, mas também relacional: restaura a comunhão perdida entre Deus e o homem. O Cristo ressuscitado não apenas morreu, mas vive para aplicar continuamente os benefícios da redenção (Hb 7.25).
2.3 – A necessidade de redenção
A necessidade nasce da condição universal do pecado (Rm 3.23). O ser humano, ao seguir seus desejos, torna-se inimigo de Deus (Tg 4.4). Jesus declara em João 3.3-5 que o novo nascimento (γεννηθῇ ἄνωθεν, gennēthē anōthen – nascer do alto) é indispensável para ver e entrar no Reino.
- O pecado não é apenas ato, mas estado de escravidão. Paulo descreve os não regenerados como “escravos (δοῦλοι, doûloi) do pecado” (Rm 6.17).
- A palavra “remir” em Tito 2.14 vem de λυτρόω, reforçando a ideia de compra no mercado de escravos espirituais. O preço pago foi o sangue de Cristo (1Pe 1.18-19).
A Revista Betel Dominical destaca que nenhum recurso humano é capaz de alcançar tal redenção (Sl 49.7-8). Somente o sacrifício de Cristo é suficiente. Nesse sentido, como escreve Warren Wiersbe em Comentário Bíblico Expositivo do NT:
“A redenção não é apenas uma libertação do passado, mas também um chamado para viver no presente como servos de Cristo, em santidade e gratidão”.
Portanto, a necessidade da redenção não se resume a escapar do inferno, mas a ser reconciliado com Deus e viver sob um novo senhorio.
🙏 Aplicação Pessoal
- Segurança espiritual – Saber que nosso Redentor vive traz confiança em meio às crises. Assim como Jó declarou (Jó 19.25), podemos descansar que Ele garante nossa vitória final.
- Liberdade real – Muitos buscam libertação em prazeres, vícios ou filosofias, mas apenas Jesus oferece verdadeira liberdade.
- Chamado à santidade – Como redimidos, não pertencemos mais a nós mesmos (1Co 6.20). Nossa vida deve refletir gratidão e serviço ao Senhor.
- Urgência missionária – Se a humanidade está perdida e incapaz de salvar-se, temos a responsabilidade de anunciar o Redentor vivo.
📊 Tabela Expositiva
Tema | Texto-Chave | Termo Grego/Hebraico | Significado | Implicação Teológica | Aplicação |
Redentor vivo | Jo 8.36; Rm 7.24 | λυτρόω / ἀπολύτρωσις / ῥύομαι | Resgatar, libertar mediante preço pago | Cristo é quem nos liberta da escravidão e da condenação | Liberdade espiritual só em Jesus |
Redenção pela morte e ressurreição | Mt 20.28; Hb 9.12 | λύτρον / αἷμα | Resgate pelo sangue | O sacrifício de Cristo é a base da salvação | Gratidão e culto verdadeiro |
Necessidade de redenção | Jo 3.3-5; Rm 6.17 | γεννηθῇ ἄνωθεν / δοῦλος | Nascer de novo; escravo | Sem novo nascimento não há Reino; pecadores são cativos | Buscar regeneração no Espírito |
Insuficiência humana | Sl 49.7-8; Tt 2.14 | λυτρόω | Remir, resgatar | Nenhuma obra humana pode salvar | Depender totalmente da graça |
Vida após redenção | Rm 6.18,22; 1Co 6.20 | δουλεία / ἐλευθερόω | Servir como escravos da justiça | Redenção gera vida de santidade e serviço | Viver como servo de Cristo, não do pecado |
EU ENSINEI QUE:
O principal benefício da Obra Redentora do Filho de Deus é a Salvação.
3- Resultados do Plano Divino da Redenção
A Bíblia revela os resultados produzidos na vida de quem é beneficiado pela Obra da Redenção por meio da fé em Cristo Jesus (Jo 3.16; 20.31; Rm 1.16,17). Nosso Senhor consumou a obra, mas é preciso arrependimento e fé por parte do ser humano (Mc 1.14). Para tanto, não devemos desprezar as oportunidades que o Bom Deus nos proporciona como demonstração das imensuráveis riquezas da Sua benignidade e longanimidade para conosco (Rm 2.4).
3.1. Filhos de adoção. Logo no início do Evangelho de João, vemos um primeiro resultado na vida de uma pessoa que recebe e crê em Jesus Cristo como o enviado de Deus: “deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus”, Jo 1.12. No versículo seguinte (13), há uma importante revelação: ingressar na família de Deus não está condicionada à laços raciais, familiares ou qualidades pessoais, mas sim à maneira como a pessoa responde à ação de Deus ao enviar Seu Filho para nos resgatar de nossa vã maneira de viver. Alguns respondem com desprezo e incredulidade (Jo 1.11), mas há os que respondem com fé e arrependimento. Esses entram na família de Deus (Jo 3.5-6; Gl 3.26; Ef 1.5).
F.F. Bruce (1987, p. 43): “O nascimento espiritual e a nova vida para a qual ele abre a porta são temas destacados no Evangelho de João. O remanescente que deu as boas-vindas ao Verbo quando Ele veio ao mundo recebeu o direito de herança de todas as bênçãos e privilégios que sua vinda traria. Estas bênçãos e privilégios resumem-se na aceitação de alguém como membro da família de Deus. Para entrar nesta família é preciso receber seu Verbo – em outras palavras, é preciso crer em seu nome. Este nome é muito mais que a designação pela qual a pessoa é conhecida; ele abrange o caráter verdadeiro ou, às vezes, como aqui, a própria pessoa.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Adoção como resultado da redenção
O primeiro resultado da obra redentora de Cristo é a adoção espiritual. Em João 1.12, lemos: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome”.
- O termo grego usado é τέκνα (tekna) – “filhos, descendentes”, destacando o relacionamento familiar resultante da fé. Não se trata apenas de criaturas de Deus (como toda a humanidade, cf. At 17.28), mas de filhos que pertencem à família divina.
- O verbo λαμβάνω (lambanō) – “receber, acolher” – indica resposta ativa de fé, aceitando a revelação do Verbo encarnado (Jo 1.11).
- “Crer em seu nome” usa πιστεύω (pisteuō) + ὄνομα (onoma), que no contexto bíblico significa muito mais do que um rótulo, mas a própria pessoa e caráter de Cristo.
Em João 1.13, a filiação não é “do sangue” (ἐξ αἱμάτων), nem “da vontade da carne” (ἐκ θελήματος σαρκός), mas “de Deus” (ἐκ θεοῦ). Ou seja, não depende de genealogia judaica, esforço humano ou mérito, mas da obra divina.
Paulo desenvolve esse conceito em Efésios 1.5 e Romanos 8.15, usando o termo υἱοθεσία (huiothesia) – “adoção como filhos”. Esse termo era técnico no direito romano, significando a concessão plena de direitos a alguém que não pertencia originalmente à família, incluindo herança, cidadania e novo status legal.
Assim, a redenção não apenas liberta, mas concede nova identidade e posição diante de Deus.
Apoio teológico
- F. F. Bruce ressalta que o “nome” de Cristo abarca toda a sua pessoa, e receber o Verbo é abraçar sua autoridade e caráter. Isso não é uma mera profissão de fé, mas um comprometimento existencial com Cristo.
- J. I. Packer, em O Conhecimento de Deus, afirma:
“A adoção é o ápice da redenção. Ser declarado justo é glorioso, mas ser recebido como filho e herdeiro é infinitamente mais”.
- Leon Morris, lembra que o nascimento espiritual em João aponta para uma realidade nova, distinta do nascimento natural, porque confere direitos eternos e participação na herança divina.
🙏 Aplicação Pessoal
- Identidade restaurada – O mundo busca identidade em cultura, ideologias ou realizações, mas a adoção em Cristo dá a identidade suprema: filhos de Deus.
- Segurança espiritual – Diferente de relações humanas frágeis, a adoção divina é permanente, baseada na graça e não em méritos humanos.
- Chamado à santidade – Como filhos adotivos, devemos refletir o caráter do Pai em nossas ações e escolhas.
- Vida em comunidade – A adoção não é apenas individual, mas coletiva: entramos numa nova família, a Igreja, onde não há distinção de raça ou status (Gl 3.26-28).
📊 Tabela Expositiva
Tema
Texto-chave
Termo grego/hebraico
Significado
Implicação teológica
Aplicação prática
Adoção espiritual
Jo 1.12
τέκνα (tekna)
Filhos, descendentes
Fé em Cristo nos torna membros da família de Deus
Reconhecer nossa identidade como filhos
Receber a Cristo
Jo 1.12
λαμβάνω (lambanō)
Receber, acolher
A salvação exige resposta consciente ao Verbo
Acolher a Cristo em todas as áreas da vida
Crer em Seu nome
Jo 1.12
πιστεύω (pisteuō) + ὄνομα (onoma)
Crer na pessoa e caráter
Fé não é intelectual, mas confiança pessoal em Cristo
Viver de acordo com o caráter de Cristo
Origem da filiação
Jo 1.13
ἐκ θεοῦ (ek theou)
Nascidos de Deus
Adoção é obra divina, não humana
Descansar na graça, não em méritos
Direito de herança
Ef 1.5; Rm 8.15
υἱοθεσία (huiothesia)
Adoção legal plena
Redimidos recebem status de herdeiros de Deus
Viver como herdeiros, não como escravos
Adoção como resultado da redenção
O primeiro resultado da obra redentora de Cristo é a adoção espiritual. Em João 1.12, lemos: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome”.
- O termo grego usado é τέκνα (tekna) – “filhos, descendentes”, destacando o relacionamento familiar resultante da fé. Não se trata apenas de criaturas de Deus (como toda a humanidade, cf. At 17.28), mas de filhos que pertencem à família divina.
- O verbo λαμβάνω (lambanō) – “receber, acolher” – indica resposta ativa de fé, aceitando a revelação do Verbo encarnado (Jo 1.11).
- “Crer em seu nome” usa πιστεύω (pisteuō) + ὄνομα (onoma), que no contexto bíblico significa muito mais do que um rótulo, mas a própria pessoa e caráter de Cristo.
Em João 1.13, a filiação não é “do sangue” (ἐξ αἱμάτων), nem “da vontade da carne” (ἐκ θελήματος σαρκός), mas “de Deus” (ἐκ θεοῦ). Ou seja, não depende de genealogia judaica, esforço humano ou mérito, mas da obra divina.
Paulo desenvolve esse conceito em Efésios 1.5 e Romanos 8.15, usando o termo υἱοθεσία (huiothesia) – “adoção como filhos”. Esse termo era técnico no direito romano, significando a concessão plena de direitos a alguém que não pertencia originalmente à família, incluindo herança, cidadania e novo status legal.
Assim, a redenção não apenas liberta, mas concede nova identidade e posição diante de Deus.
Apoio teológico
- F. F. Bruce ressalta que o “nome” de Cristo abarca toda a sua pessoa, e receber o Verbo é abraçar sua autoridade e caráter. Isso não é uma mera profissão de fé, mas um comprometimento existencial com Cristo.
- J. I. Packer, em O Conhecimento de Deus, afirma:
“A adoção é o ápice da redenção. Ser declarado justo é glorioso, mas ser recebido como filho e herdeiro é infinitamente mais”. - Leon Morris, lembra que o nascimento espiritual em João aponta para uma realidade nova, distinta do nascimento natural, porque confere direitos eternos e participação na herança divina.
🙏 Aplicação Pessoal
- Identidade restaurada – O mundo busca identidade em cultura, ideologias ou realizações, mas a adoção em Cristo dá a identidade suprema: filhos de Deus.
- Segurança espiritual – Diferente de relações humanas frágeis, a adoção divina é permanente, baseada na graça e não em méritos humanos.
- Chamado à santidade – Como filhos adotivos, devemos refletir o caráter do Pai em nossas ações e escolhas.
- Vida em comunidade – A adoção não é apenas individual, mas coletiva: entramos numa nova família, a Igreja, onde não há distinção de raça ou status (Gl 3.26-28).
📊 Tabela Expositiva
Tema | Texto-chave | Termo grego/hebraico | Significado | Implicação teológica | Aplicação prática |
Adoção espiritual | Jo 1.12 | τέκνα (tekna) | Filhos, descendentes | Fé em Cristo nos torna membros da família de Deus | Reconhecer nossa identidade como filhos |
Receber a Cristo | Jo 1.12 | λαμβάνω (lambanō) | Receber, acolher | A salvação exige resposta consciente ao Verbo | Acolher a Cristo em todas as áreas da vida |
Crer em Seu nome | Jo 1.12 | πιστεύω (pisteuō) + ὄνομα (onoma) | Crer na pessoa e caráter | Fé não é intelectual, mas confiança pessoal em Cristo | Viver de acordo com o caráter de Cristo |
Origem da filiação | Jo 1.13 | ἐκ θεοῦ (ek theou) | Nascidos de Deus | Adoção é obra divina, não humana | Descansar na graça, não em méritos |
Direito de herança | Ef 1.5; Rm 8.15 | υἱοθεσία (huiothesia) | Adoção legal plena | Redimidos recebem status de herdeiros de Deus | Viver como herdeiros, não como escravos |
3.2. A Presença do Espírito Santo. Um outro resultado da perfeita Obra da Redenção consumada por Jesus Cristo é o envio do Espírito Santo para estar conosco para sempre (Jo 14.16). Note que o versículo seguinte (17) informa que nem todos recebem o Espírito; somente os que são discípulos de Jesus. Lembremo-nos de que Judas Iscariotes já não estava mais neste grupo que ouvia o discurso de despedida de Jesus (Jo 13.30,31). Receber a promessa do Espírito está intimamente conectado com a nossa entrada na família de Deus (Rm 8.14-16; Gl 4.6). Recebemos a promessa do Espírito pela fé em Cristo Jesus como o enviado de Deus para nos remir (Gl 3.13-14). Neste texto de Gálatas, primeiro Paulo escreve sobre o resgate efetuado por Cristo e, depois, sobre o recebimento do Espírito pelos que foram resgatados.
Que Pregues a Palavra, Editora Betel, 1ª Edição: maio/2019, pp.104-105: “O Espírito Santo atua no início da caminhada cristã e permanece com o discípulo de Cristo durante toda a jornada neste mundo. Após o novo nascimento, não ficamos sozinhos na luta contra as forças do mal e da natureza pecaminosa. O Espírito Santo permanece em nós (Jo 14.16-17). O Espírito Santo nos ajuda nas nossas fraquezas e intercede por nós (Rm 8.26). O Espírito Santo nos fortalece (Ef 3.16). Assim como Jesus Cristo ensinava durante o Seu ministério terreno, hoje o Espírito Santo também ensina aqueles que são discípulos de Cristo (Jo 14.26). O Espírito Santo nos capacita a vencer a inclinação para os desejos pecaminosos da natureza humana (Rm 8.13; Gl 5.16)”.
3.3. Paz com Deus e Paz de Deus. Outro resultado da Ação Redentora de Jesus Cristo na vida de Seus discípulos é a paz (Jo 14.27; 16.33). Encontramos no Dicionário Grego do Novo Testamento de Strong o termo “paz”, que admite vários sentidos: oposto de guerra e dissensão; bem-estar e todas as formas de bem; tranquilidade. E, no sentido metafórico, “tranquilidade que surge a partir da reconciliação com Deus, de uma sensação de ter recebido o favor divino”. Jesus Cristo é o Príncipe da Paz (Is 9.6) e Sua Obra de Redenção produz paz (Is 53.5). O próprio Deus providenciou o necessário para que fôssemos reconciliados com Ele por Jesus Cristo (2Co 5.18-21). Assim, desfrutamos da paz com Deus e da paz de Deus (Rm 5.1; Fp 4.7).
F. F. Bruce (1987, p. 262): “O que ele chamou de minha paz era algo mais profundo e duradouro, paz no coração que expulsa ansiedade e medo. Paulo fala no mesmo sentido da “paz de Cristo”, que serve de árbitro no coração dos cristãos, mantendo a harmonia entre eles (Cl 3.15), e da “paz de Deus” que guarda seus corações e mentes, impedindo que a ansiedade entre (Fp 4.7)”. Note que o Senhor falou: “minha paz” (Jo 14.27); e, no final do discurso de despedida: “em mim tenhais paz” (16.33). Portanto, é imprescindível permanecer em Cristo (comunhão, relacionamento) para continuar desfrutando da bênção da paz que só há em Cristo.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
3.2 — A presença do Espírito Santo (resultado da Redenção)
1. Exposição bíblica e teológica
A obra redentora de Cristo não termina na cruz: ela é aplicada à vida do crente pelo Espírito Santo. Jesus promete o “Consolador/Advogado” e garante: “Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14:16; cf. 14:26; 15:26; 16:7). A chegada do Espírito é condicionada à obra salvífica: só os que fazem parte da família (discípulos; os que creem e foram reconciliados) recebem a promessa (Jo 14:17; Rm 8:9; Gl 4:6).
Teologicamente, três verdades chamam atenção:
- O Espírito como aplicação da redenção — o Espírito é o agente que sela, habita, glorifica e aplica a obra do Filho (Ef 1:13–14; 2Co 1:22).
- Presença permanente — Jesus fala de um “outro Consolador” que permanecerá (μένει, menei): presença contínua e pessoal.
- Tríplice função: o Espírito testa (testemunha de Cristo), ensina (καθηγεῖ, instrui), santifica (capacita a obedecer) e intercede (Rm 8:26–27).
2. Análise léxica (grego)
- πνεῦμα (pneuma) — "Espírito": termo amplo, significa sopro/vento/espírito. No NT, designa o Espírito Santo como a terceira Pessoa da Trindade.
- παράκλητος (paraklētos) — "Consolador/Advogado/Auxiliador": composto de para (ao lado de) + kaleō (chamar). Denota quem vem ao lado para ajudar, defender, ensinar e consolar. No contexto joanino tem função legal (Advogado) e pedagógica (Aquele que ensina e recorda).
- μένει (menei) — "permanece, fica": indica permanência contínua (não experiência temporária).
- ἐπαγγελία (epangelia) — "promessa": o dar do Espírito é apresentado como promessa cumprida (At 1:4–5; 2:33).
- σφραγίζω / σφραγίς (sphragizō / sphragis) — "selar": no NT, selo do Espírito indica posse e garantia (Ef 1:13; 4:30).
3. Funções do Espírito enfatizadas no NT (e sua relação com redenção)
- Habitação / Selo — marca de propriedade e garantia escatológica (Ef 1:13–14).
- Ensino / Recordação (Jo 14:26) — lembra e interpreta a palavra de Jesus, guiando à verdade.
- Santificação / Capacitação — produz fruto (Gl 5:22–23); capacita a vencer a carne (Rm 8; Gl 5:16).
- Intercessão — ajuda nas fraquezas, intercede por nós (Rm 8:26).
- Testemunho/convicção — convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8–11).
4. Importância prática
- A promessa do Espírito distingue o cristianismo de mera moralidade: não andamos sozinhos; somos empoderados para santidade e testemunho.
- Nem todo ouvinte de Jesus recebe o Espírito (Jo 14:17): a promessa é para os discípulos/convertidos — isso reforça conexão entre fé, arrependimento e habitação do Espírito.
- O Espírito é garantia da consumação: Ele é "primeiro fruto"/selo do que há de vir (Ef 1:14; Rm 8:23).
5. Referências acadêmicas e cristãs indicadas
- D. A. Carson — estudos sobre João e a teologia do Espírito no Evangelho.
- Leon Morris — comentários sobre João, destacando o Paraclete.
- N. T. Wright — importância do Espírito para a nova criação.
- J. I. Packer — Keep in Step with the Spirit (sobre santificação e vida no Espírito).
- Gordon D. Fee — excelentes estudos e comentários sobre o Espírito nas cartas paulinas.
3.3 — Paz com Deus e paz de Deus (resultado da Redenção)
1. Exposição bíblica e teológica
A redenção produz paz em duas dimensões complementares:
- Paz com Deus (δικαίωσις → justificação → eirēnē entre criatura e Criador): fruto imediato da obra de reconciliação — "sendo justificados pela fé, temos paz com Deus" (Rm 5:1). Esta paz é a restauração do relacionamento quebrado pelo pecado.
- Paz de Deus (σωματική/psicológica: inner peace) — fruto do Espírito e da tutela da presença de Cristo no coração (Fp 4:7; Jo 14:27). Jesus fala de “a minha paz vos dou” (Jo 14:27) — paz que é qualidade de vida interior, que guarda coração e mente em Cristo.
Jesus usa expressões pessoais: “a minha paz vos dou” e “em mim tenhais paz” (Jo 14:27; 16:33), enfatizando que a paz tem sua fonte na pessoa de Cristo e é desfrutada na comunhão com Ele.
2. Análise léxica (grego/hebraico)
- εἰρήνη (eirēnē) — “paz”: no AT hebraico שָׁלוֹם (shalom) engloba integridade, bem-estar, prosperidade e harmonia. No NT, eirēnē muitas vezes traduz essa gama de significados; também é o resultado da justificação (Rm 5:1).
- ἡ εἰρήνη μου (hē eirēnē mou) — "minha paz": frasejo pessoal de Jesus, não apenas um estado, mas dom relacional que procede dele.
- φυλάσσει (phylassei) — “guardar” (Fp 4:7: “a paz de Deus guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus”) — imagem de proteção militar; paz que vigia, protege.
3. Dimensões teológicas da paz
- Forense / relacional — a paz como fruto da justificação: “paz com Deus” significa que a hostilidade (Rm 5:10; Col 1:21) foi removida.
- Existencial / experiencial — a paz dada por Cristo e preservada pelo Espírito, que atua no interior para expulsar ansiedade e produzir contentamento (Fp 4:6–7).
- Eclesial / comunitária — paz como princípio regulador da comunidade cristã (Cl 3:15), a “paz de Cristo” que deve governar as relações internas.
- Escatológica — a paz plena se realizará na consumação (Is 9:6; Ef 2:14–18; Ap 21–22).
4. Relação entre Espírito e paz
O Espírito é agente que aplica a paz: Ele sela e dá garantia; Ele produz fruto; Ele intercede. A paz de Deus guarda o coração porque o Espírito assegura nosso status e presença com o Pai (Rm 8:16; Gl 4:6). Em João, a permanência em Cristo é condição para experimentar a paz que Ele oferece: “em mim tenhais paz” — implica comunhão contínua (menein).
5. Referências acadêmicas e cristãs indicadas
- F. F. Bruce — comentários sobre João, destacando qualidade duradoura da paz de Cristo.
- Leon Morris — reflexões sobre Jo 14–16 e a promessa do Espírito.
- R. T. France / Andreas J. Köstenberger — sobre joanina theological motifs (Paz, Espírito, permanência).
- J. I. Packer e D. A. Carson — O Comentário de João — textos sobre santificação, paz e vida no Espírito.
- J. B. Phillips / N. T. Wright — úteis para aplicação existencial da paz cristã.
Aplicação pastoral e pessoal (síntese prática)
- Verificação de posse do Espírito — pergunte: há evidências na vida (amor, fruto, testemunho, convicção do pecado)? (Gl 5; Rm 8).
- Cultivo da permanência em Cristo — comunhão diária (oração, Palavra, Ceia), fonte da paz de Jesus.
- Uso pastoral da paz — orientar pessoas ansiosas a recorrerem à presença do Espírito: oração, confissão, leitura bíblica, palavras de consolo.
- Vida comunitária — promover reconciliação e paz na igreja como expressão prática da redenção (Cl 3:15).
- Missão com base na paz — proclamar reconciliação (2Co 5:18–20) e levar a mensagem do Consolador que traz paz.
Tabela Expositiva — 3.2 e 3.3 (resumo pronto para ensino)
Item
Texto-chave
Termo (Gr./Heb.)
Significado
Implicação Teológica
Aplicação Pastoral
A promessa do Espírito
Jo 14:16–17; 14:26; 16:7
πνεῦμα (pneuma) / παράκλητος (paraklētos)
Espírito como Ajudador/Advogado; presença permanente
Espírito aplica a redenção: sela, habita, ensina, santifica
Ensinar sobre o Paracletos; convidar a receber o Espírito
Condição de recebimento
Jo 14:17; Rm 8:9; Gl 4:6
—
Nem todos recebem; somente os que são de Cristo
Recebimento ligado à fé/adoção (huiothesia)
Catequese sobre fé, arrependimento e evidências do Espírito
Funções do Espírito
Jo 14:26; Rm 8:26; Gl 5:16–25
διδάσκω / ὑποστηρίζω / καρπός
Ensina, intercede, produz fruto
O Espírito é agente da santificação e poder
Cultivar dependência do Espírito no dia a dia
Paz do Senhor
Jo 14:27; 16:33
εἰρήνη (eirēnē) / (heb. שָׁלוֹם / shalom)
Paz pessoal (minha paz), paz relacional (com Deus)
Paz procede da obra de Cristo e do selo do Espírito
Promover vida de oração; fomentar paz na igreja
Paz com Deus
Rm 5:1
εἰρήνη (forense)
Resultado da justificação
Reconciliados juridicamente com Deus
Anunciar justificação pela fé; vida de gratidão
Paz de Deus
Fp 4:7
φυλάσσει (phylassei)
Paz que guarda coração/mente
Fruto do Espírito que protege contra ansiedade
Prática devocional: oração, meditação bíblica
Permanência e comunhão
Jo 14:16; 15:4–5
μένω (meneō)
Permanecer em Cristo
Condição para experimentar paz e fruto
Discipulado: permanecer em Palavra e oração
Sugestões práticas para uma lição / ministração sobre esses pontos
- Inicie com leitura de Jo 14:15–27 e Rm 8:9–11.
- Ilustre com a metáfora: “o Espírito como um selo/garantia e como vento que nos move” (Jo 3:8).
- Faça perguntas de aplicação: “Em que áreas da sua vida você sente falta da paz? Há evidências do fruto do Espírito em sua vida?”
- Termine com momento de oração guiada pedindo a vinda e a ação contínua do Paraclete, lembrando que a promessa é para os discípulos (convite ao arrependimento e fé).
3.2 — A presença do Espírito Santo (resultado da Redenção)
1. Exposição bíblica e teológica
A obra redentora de Cristo não termina na cruz: ela é aplicada à vida do crente pelo Espírito Santo. Jesus promete o “Consolador/Advogado” e garante: “Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14:16; cf. 14:26; 15:26; 16:7). A chegada do Espírito é condicionada à obra salvífica: só os que fazem parte da família (discípulos; os que creem e foram reconciliados) recebem a promessa (Jo 14:17; Rm 8:9; Gl 4:6).
Teologicamente, três verdades chamam atenção:
- O Espírito como aplicação da redenção — o Espírito é o agente que sela, habita, glorifica e aplica a obra do Filho (Ef 1:13–14; 2Co 1:22).
- Presença permanente — Jesus fala de um “outro Consolador” que permanecerá (μένει, menei): presença contínua e pessoal.
- Tríplice função: o Espírito testa (testemunha de Cristo), ensina (καθηγεῖ, instrui), santifica (capacita a obedecer) e intercede (Rm 8:26–27).
2. Análise léxica (grego)
- πνεῦμα (pneuma) — "Espírito": termo amplo, significa sopro/vento/espírito. No NT, designa o Espírito Santo como a terceira Pessoa da Trindade.
- παράκλητος (paraklētos) — "Consolador/Advogado/Auxiliador": composto de para (ao lado de) + kaleō (chamar). Denota quem vem ao lado para ajudar, defender, ensinar e consolar. No contexto joanino tem função legal (Advogado) e pedagógica (Aquele que ensina e recorda).
- μένει (menei) — "permanece, fica": indica permanência contínua (não experiência temporária).
- ἐπαγγελία (epangelia) — "promessa": o dar do Espírito é apresentado como promessa cumprida (At 1:4–5; 2:33).
- σφραγίζω / σφραγίς (sphragizō / sphragis) — "selar": no NT, selo do Espírito indica posse e garantia (Ef 1:13; 4:30).
3. Funções do Espírito enfatizadas no NT (e sua relação com redenção)
- Habitação / Selo — marca de propriedade e garantia escatológica (Ef 1:13–14).
- Ensino / Recordação (Jo 14:26) — lembra e interpreta a palavra de Jesus, guiando à verdade.
- Santificação / Capacitação — produz fruto (Gl 5:22–23); capacita a vencer a carne (Rm 8; Gl 5:16).
- Intercessão — ajuda nas fraquezas, intercede por nós (Rm 8:26).
- Testemunho/convicção — convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8–11).
4. Importância prática
- A promessa do Espírito distingue o cristianismo de mera moralidade: não andamos sozinhos; somos empoderados para santidade e testemunho.
- Nem todo ouvinte de Jesus recebe o Espírito (Jo 14:17): a promessa é para os discípulos/convertidos — isso reforça conexão entre fé, arrependimento e habitação do Espírito.
- O Espírito é garantia da consumação: Ele é "primeiro fruto"/selo do que há de vir (Ef 1:14; Rm 8:23).
5. Referências acadêmicas e cristãs indicadas
- D. A. Carson — estudos sobre João e a teologia do Espírito no Evangelho.
- Leon Morris — comentários sobre João, destacando o Paraclete.
- N. T. Wright — importância do Espírito para a nova criação.
- J. I. Packer — Keep in Step with the Spirit (sobre santificação e vida no Espírito).
- Gordon D. Fee — excelentes estudos e comentários sobre o Espírito nas cartas paulinas.
3.3 — Paz com Deus e paz de Deus (resultado da Redenção)
1. Exposição bíblica e teológica
A redenção produz paz em duas dimensões complementares:
- Paz com Deus (δικαίωσις → justificação → eirēnē entre criatura e Criador): fruto imediato da obra de reconciliação — "sendo justificados pela fé, temos paz com Deus" (Rm 5:1). Esta paz é a restauração do relacionamento quebrado pelo pecado.
- Paz de Deus (σωματική/psicológica: inner peace) — fruto do Espírito e da tutela da presença de Cristo no coração (Fp 4:7; Jo 14:27). Jesus fala de “a minha paz vos dou” (Jo 14:27) — paz que é qualidade de vida interior, que guarda coração e mente em Cristo.
Jesus usa expressões pessoais: “a minha paz vos dou” e “em mim tenhais paz” (Jo 14:27; 16:33), enfatizando que a paz tem sua fonte na pessoa de Cristo e é desfrutada na comunhão com Ele.
2. Análise léxica (grego/hebraico)
- εἰρήνη (eirēnē) — “paz”: no AT hebraico שָׁלוֹם (shalom) engloba integridade, bem-estar, prosperidade e harmonia. No NT, eirēnē muitas vezes traduz essa gama de significados; também é o resultado da justificação (Rm 5:1).
- ἡ εἰρήνη μου (hē eirēnē mou) — "minha paz": frasejo pessoal de Jesus, não apenas um estado, mas dom relacional que procede dele.
- φυλάσσει (phylassei) — “guardar” (Fp 4:7: “a paz de Deus guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus”) — imagem de proteção militar; paz que vigia, protege.
3. Dimensões teológicas da paz
- Forense / relacional — a paz como fruto da justificação: “paz com Deus” significa que a hostilidade (Rm 5:10; Col 1:21) foi removida.
- Existencial / experiencial — a paz dada por Cristo e preservada pelo Espírito, que atua no interior para expulsar ansiedade e produzir contentamento (Fp 4:6–7).
- Eclesial / comunitária — paz como princípio regulador da comunidade cristã (Cl 3:15), a “paz de Cristo” que deve governar as relações internas.
- Escatológica — a paz plena se realizará na consumação (Is 9:6; Ef 2:14–18; Ap 21–22).
4. Relação entre Espírito e paz
O Espírito é agente que aplica a paz: Ele sela e dá garantia; Ele produz fruto; Ele intercede. A paz de Deus guarda o coração porque o Espírito assegura nosso status e presença com o Pai (Rm 8:16; Gl 4:6). Em João, a permanência em Cristo é condição para experimentar a paz que Ele oferece: “em mim tenhais paz” — implica comunhão contínua (menein).
5. Referências acadêmicas e cristãs indicadas
- F. F. Bruce — comentários sobre João, destacando qualidade duradoura da paz de Cristo.
- Leon Morris — reflexões sobre Jo 14–16 e a promessa do Espírito.
- R. T. France / Andreas J. Köstenberger — sobre joanina theological motifs (Paz, Espírito, permanência).
- J. I. Packer e D. A. Carson — O Comentário de João — textos sobre santificação, paz e vida no Espírito.
- J. B. Phillips / N. T. Wright — úteis para aplicação existencial da paz cristã.
Aplicação pastoral e pessoal (síntese prática)
- Verificação de posse do Espírito — pergunte: há evidências na vida (amor, fruto, testemunho, convicção do pecado)? (Gl 5; Rm 8).
- Cultivo da permanência em Cristo — comunhão diária (oração, Palavra, Ceia), fonte da paz de Jesus.
- Uso pastoral da paz — orientar pessoas ansiosas a recorrerem à presença do Espírito: oração, confissão, leitura bíblica, palavras de consolo.
- Vida comunitária — promover reconciliação e paz na igreja como expressão prática da redenção (Cl 3:15).
- Missão com base na paz — proclamar reconciliação (2Co 5:18–20) e levar a mensagem do Consolador que traz paz.
Tabela Expositiva — 3.2 e 3.3 (resumo pronto para ensino)
Item | Texto-chave | Termo (Gr./Heb.) | Significado | Implicação Teológica | Aplicação Pastoral |
A promessa do Espírito | Jo 14:16–17; 14:26; 16:7 | πνεῦμα (pneuma) / παράκλητος (paraklētos) | Espírito como Ajudador/Advogado; presença permanente | Espírito aplica a redenção: sela, habita, ensina, santifica | Ensinar sobre o Paracletos; convidar a receber o Espírito |
Condição de recebimento | Jo 14:17; Rm 8:9; Gl 4:6 | — | Nem todos recebem; somente os que são de Cristo | Recebimento ligado à fé/adoção (huiothesia) | Catequese sobre fé, arrependimento e evidências do Espírito |
Funções do Espírito | Jo 14:26; Rm 8:26; Gl 5:16–25 | διδάσκω / ὑποστηρίζω / καρπός | Ensina, intercede, produz fruto | O Espírito é agente da santificação e poder | Cultivar dependência do Espírito no dia a dia |
Paz do Senhor | Jo 14:27; 16:33 | εἰρήνη (eirēnē) / (heb. שָׁלוֹם / shalom) | Paz pessoal (minha paz), paz relacional (com Deus) | Paz procede da obra de Cristo e do selo do Espírito | Promover vida de oração; fomentar paz na igreja |
Paz com Deus | Rm 5:1 | εἰρήνη (forense) | Resultado da justificação | Reconciliados juridicamente com Deus | Anunciar justificação pela fé; vida de gratidão |
Paz de Deus | Fp 4:7 | φυλάσσει (phylassei) | Paz que guarda coração/mente | Fruto do Espírito que protege contra ansiedade | Prática devocional: oração, meditação bíblica |
Permanência e comunhão | Jo 14:16; 15:4–5 | μένω (meneō) | Permanecer em Cristo | Condição para experimentar paz e fruto | Discipulado: permanecer em Palavra e oração |
Sugestões práticas para uma lição / ministração sobre esses pontos
- Inicie com leitura de Jo 14:15–27 e Rm 8:9–11.
- Ilustre com a metáfora: “o Espírito como um selo/garantia e como vento que nos move” (Jo 3:8).
- Faça perguntas de aplicação: “Em que áreas da sua vida você sente falta da paz? Há evidências do fruto do Espírito em sua vida?”
- Termine com momento de oração guiada pedindo a vinda e a ação contínua do Paraclete, lembrando que a promessa é para os discípulos (convite ao arrependimento e fé).
EU ENSINEI QUE:
Como filhos de Deus, somos chamados a viver em comunhão, partilhando as bênçãos da Obra Redentora.
CONCLUSÃO
O fato de conhecer e ser beneficiado pela gloriosa Obra Redentora consumada por Jesus Cristo deve produzir no discípulo de Cristo atitudes coerentes com um viver que glorifica a Deus. O Apóstolo Pedro, em sua epístola, diz: “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis […] que fostes resgatados…”, 1Pe 1.18. E nós, sabemos? Se sabemos, precisamos desfrutar das bênçãos da redenção com temor, santificação e gratidão em todo o tempo.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
A passagem de 1 Pedro 1:18-21 revela profundos fundamentos teológicos sobre a redenção em Cristo e suas implicações para a vida do discípulo. A seguir, apresento uma análise bíblico-teológica aprofundada, incluindo o estudo das palavras originais, referências acadêmicas, aplicação prática e uma tabela expositiva.
🕊️ Análise Bíblico-Teológica de 1 Pedro 1:18-21
📜 Texto (NVI)
18 Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver, transmitida por seus antepassados,
19 mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito,
20 conhecido antes da criação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos em favor de vocês,
21 que por meio dele creem em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e o glorificou, de modo que a fé e a esperança de vocês estejam em Deus.
🔍 Estudo das Palavras Originais
- "Redimidos" (ἀπολυτρώσεως / apolutrōseōs): Refere-se ao ato de libertar alguém por meio de um preço pago, enfatizando a ideia de resgate com um custo significativo.
- "Precioso" (τίμιου / timiou): Indica algo de grande valor, não apenas monetário, mas também moral e espiritual.
- "Cordeiro sem defeito e sem mácula" (ἀμώμου καὶ ἀσπόλου / amōmou kai aspólou): Remete à perfeição moral e espiritual de Cristo, sem pecado ou imperfeição.
- "Conhecido antes da criação do mundo" (προγνωσθέντος / prognōstheentos): Sugere o plano eterno de Deus para a redenção da humanidade.
- "Manifestado nestes últimos tempos" (ἐφανερώθη / ephanerōthē): Refere-se à revelação de Cristo na história, cumprindo o plano divino.
- "Creem em Deus" (πιστεύετε / pisteuete): Destaca a fé ativa e contínua do crente em Deus, fundamentada na ressurreição de Cristo.
📚 Referências Acadêmicas
- Karen H. Jobes em seu comentário exegético de 1 Pedro, enfatiza a importância de compreender o contexto cultural e histórico para interpretar corretamente a epístola.
- William Barclay, em seus comentários, destaca o significado das palavras originais e como elas enriquecem a compreensão do texto.
🧭 Aplicação Pessoal
- Viver com Propósito: Reconhecer que fomos redimidos por um preço elevado nos chama a viver de maneira que honre esse sacrifício.
- Cultivar Santidade: A perfeição de Cristo como "Cordeiro sem defeito" nos inspira a buscar uma vida de santidade e pureza.
- Fortalecer a Fé: A ressurreição de Cristo é a base da nossa fé; confiar em Deus fortalece nossa esperança e confiança em Sua fidelidade.
📊 Tabela Expositiva: Aspectos da Redenção em Cristo
Aspecto
Descrição
Implicações Práticas
Custo da Redenção
Redenção não por prata ou ouro, mas pelo sangue precioso de Cristo.
Valorizar a salvação e viver com gratidão.
Perfeição de Cristo
Cristo como "Cordeiro sem defeito e sem mácula", perfeito em Sua natureza e missão.
Buscar imitar Sua santidade e pureza.
Plano Eterno de Deus
Cristo "conhecido antes da criação do mundo", parte do plano divino desde o início.
Compreender a soberania de Deus e confiar em Seu plano.
Revelação Histórica
Cristo "manifestado nestes últimos tempos", cumprindo o plano de Deus na história.
Reconhecer a importância dos eventos históricos na fé cristã.
Fundamento da Fé
A ressurreição de Cristo como base da nossa fé e esperança.
Fortalecer a fé pessoal e viver com esperança.
📘 Conclusão
A compreensão profunda da redenção em Cristo, conforme apresentada em 1 Pedro 1:18-21, deve levar o discípulo a uma vida de santidade, gratidão e fé sólida. O reconhecimento do alto custo da salvação e da perfeição de Cristo nos motiva a viver de maneira que glorifique a Deus em todas as áreas de nossas vidas.
A passagem de 1 Pedro 1:18-21 revela profundos fundamentos teológicos sobre a redenção em Cristo e suas implicações para a vida do discípulo. A seguir, apresento uma análise bíblico-teológica aprofundada, incluindo o estudo das palavras originais, referências acadêmicas, aplicação prática e uma tabela expositiva.
🕊️ Análise Bíblico-Teológica de 1 Pedro 1:18-21
📜 Texto (NVI)
18 Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver, transmitida por seus antepassados,
19 mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito,
20 conhecido antes da criação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos em favor de vocês,
21 que por meio dele creem em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e o glorificou, de modo que a fé e a esperança de vocês estejam em Deus.
🔍 Estudo das Palavras Originais
- "Redimidos" (ἀπολυτρώσεως / apolutrōseōs): Refere-se ao ato de libertar alguém por meio de um preço pago, enfatizando a ideia de resgate com um custo significativo.
- "Precioso" (τίμιου / timiou): Indica algo de grande valor, não apenas monetário, mas também moral e espiritual.
- "Cordeiro sem defeito e sem mácula" (ἀμώμου καὶ ἀσπόλου / amōmou kai aspólou): Remete à perfeição moral e espiritual de Cristo, sem pecado ou imperfeição.
- "Conhecido antes da criação do mundo" (προγνωσθέντος / prognōstheentos): Sugere o plano eterno de Deus para a redenção da humanidade.
- "Manifestado nestes últimos tempos" (ἐφανερώθη / ephanerōthē): Refere-se à revelação de Cristo na história, cumprindo o plano divino.
- "Creem em Deus" (πιστεύετε / pisteuete): Destaca a fé ativa e contínua do crente em Deus, fundamentada na ressurreição de Cristo.
📚 Referências Acadêmicas
- Karen H. Jobes em seu comentário exegético de 1 Pedro, enfatiza a importância de compreender o contexto cultural e histórico para interpretar corretamente a epístola.
- William Barclay, em seus comentários, destaca o significado das palavras originais e como elas enriquecem a compreensão do texto.
🧭 Aplicação Pessoal
- Viver com Propósito: Reconhecer que fomos redimidos por um preço elevado nos chama a viver de maneira que honre esse sacrifício.
- Cultivar Santidade: A perfeição de Cristo como "Cordeiro sem defeito" nos inspira a buscar uma vida de santidade e pureza.
- Fortalecer a Fé: A ressurreição de Cristo é a base da nossa fé; confiar em Deus fortalece nossa esperança e confiança em Sua fidelidade.
📊 Tabela Expositiva: Aspectos da Redenção em Cristo
Aspecto | Descrição | Implicações Práticas |
Custo da Redenção | Redenção não por prata ou ouro, mas pelo sangue precioso de Cristo. | Valorizar a salvação e viver com gratidão. |
Perfeição de Cristo | Cristo como "Cordeiro sem defeito e sem mácula", perfeito em Sua natureza e missão. | Buscar imitar Sua santidade e pureza. |
Plano Eterno de Deus | Cristo "conhecido antes da criação do mundo", parte do plano divino desde o início. | Compreender a soberania de Deus e confiar em Seu plano. |
Revelação Histórica | Cristo "manifestado nestes últimos tempos", cumprindo o plano de Deus na história. | Reconhecer a importância dos eventos históricos na fé cristã. |
Fundamento da Fé | A ressurreição de Cristo como base da nossa fé e esperança. | Fortalecer a fé pessoal e viver com esperança. |
📘 Conclusão
A compreensão profunda da redenção em Cristo, conforme apresentada em 1 Pedro 1:18-21, deve levar o discípulo a uma vida de santidade, gratidão e fé sólida. O reconhecimento do alto custo da salvação e da perfeição de Cristo nos motiva a viver de maneira que glorifique a Deus em todas as áreas de nossas vidas.
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