TEXTO ÁUREO “Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo”, João 5.26. VERDADE APLICADA Perma...
“Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo”, João 5.26.
VERDADE APLICADA
Permaneçamos em Cristo, pois somente Ele tem as palavras de Vida Eterna.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Texto Áureo:
“Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo.” (João 5.26)
Verdade Aplicada:
Permaneçamos em Cristo, pois somente Ele tem as palavras de Vida Eterna.
1. Contexto Bíblico
João 5 registra a cura do paralítico em Betesda e o subsequente confronto de Jesus com os líderes judaicos. No capítulo, Jesus explica a autoridade que possui como Filho do Pai, incluindo:
- O poder de julgar (vv. 22-23)
- O poder de dar vida (vv. 25-29)
O versículo 26 destaca a origem e transmissão da vida: assim como o Pai possui vida em si mesmo (ζωὴ ἐν ἑαυτῷ — zōē en heautō), Ele concedeu ao Filho essa vida para que pudesse dar vida aos que estão em Cristo. Este ensino sublinha tanto a divindade de Cristo quanto Sua capacidade de conceder vida eterna.
2. Análise das palavras gregas
- ζωὴ (zōē) = vida. No Evangelho de João, refere-se não apenas à vida biológica, mas à vida eterna, plena e abundante, que só pode ser desfrutada em comunhão com Deus.
- ἐν ἑαυτῷ (en heautō) = “em si mesmo”. Indica autoexistência; uma qualidade atribuída apenas a Deus (auto-suficiência, vida que não depende de outro).
- ἔδωκεν (edōken) = “deu, concedeu”. Mostra a ação de transmitir algo que Ele possui, implicando a generosidade e o propósito divino.
- Υἱῷ (Huiō) = Filho; aqui, referência direta à divindade e ao papel único de Cristo como co-herdeiro da vida eterna.
Resumo lexical: O versículo destaca que a vida eterna não é adquirida por esforço humano, mas concedida pelo Pai ao Filho, e mediante o Filho, aos crentes.
3. Significados teológicos
- Cristologia elevada:
- Cristo não é apenas um mensageiro; Ele possui vida em Si mesmo, indicando sua divindade e igualdade com o Pai.
- Referências: João 1.4, 1.14; Colossenses 1.17; Hebreus 7.16.
- Vida eterna como dom:
- A vida eterna não é apenas a continuidade da existência, mas a plenitude da comunhão com Deus, algo que só Cristo pode conceder.
- A vida é recebida pela fé e permanência n’Ele (João 6.47; João 17.3).
- Base para a missão de Cristo:
- Todo o ministério de Jesus visa comunicar esta vida: curas, perdão dos pecados, ensino da verdade, ressurreição.
- Esta vida é transmitida a todos que permanecem em Cristo, mostrando a necessidade de uma relação contínua com Ele.
4. Aplicação pessoal
- Permaneça em Cristo diariamente: A vida eterna não é automática, mas é usufruída através de uma relação viva com o Filho.
- Confiança na Palavra: Somente as palavras de Cristo conduzem à vida plena; portanto, estudo, meditação e obediência são essenciais.
- Testemunho prático: Ao compartilhar a fé, destaque não regras ou tradições, mas a vida que Cristo oferece.
5. Tabela expositiva — João 5.26
Elemento
Grego
Significado
Implicação teológica
Aplicação prática
Vida em Si mesmo
ζωὴ ἐν ἑαυτῷ
Autoexistência, vida divina plena
Cristo possui vida própria, divina, eterna
Confiança plena na suficiência de Cristo para a salvação
Concedeu ao Filho
ἔδωκεν τῷ Υἱῷ
Transmissão do dom divino
Vida eterna é dada, não conquistada
Buscar permanecer em Cristo para receber vida eterna
Pai e Filho
Πατήρ / Υἱός
Relação única e íntima
Unidade e cooperação divina na salvação
Entender a divindade de Cristo e Sua autoridade sobre a vida
Palavra de Vida
— (implícito em João)
Ensino e promessa que dão vida
A vida eterna é mediada pela palavra de Cristo
Estudo e obediência às palavras de Jesus diariamente
Referências acadêmicas e livros cristãos:
- F. F. Bruce — exegese profunda sobre João 5.26 e vida eterna.
- D. A. Carson — O Comentário de João — análise da vida em Cristo como presente divino.
- Leon Morris — comentário teológico sobre a autoexistência do Filho e vida eterna.
- Andreas J. Köstenberger — contexto histórico, literário e teológico do Evangelho.
- N. T. Wright — enfoque teológico e cristológico.
Texto Áureo:
“Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo.” (João 5.26)
Verdade Aplicada:
Permaneçamos em Cristo, pois somente Ele tem as palavras de Vida Eterna.
1. Contexto Bíblico
João 5 registra a cura do paralítico em Betesda e o subsequente confronto de Jesus com os líderes judaicos. No capítulo, Jesus explica a autoridade que possui como Filho do Pai, incluindo:
- O poder de julgar (vv. 22-23)
- O poder de dar vida (vv. 25-29)
O versículo 26 destaca a origem e transmissão da vida: assim como o Pai possui vida em si mesmo (ζωὴ ἐν ἑαυτῷ — zōē en heautō), Ele concedeu ao Filho essa vida para que pudesse dar vida aos que estão em Cristo. Este ensino sublinha tanto a divindade de Cristo quanto Sua capacidade de conceder vida eterna.
2. Análise das palavras gregas
- ζωὴ (zōē) = vida. No Evangelho de João, refere-se não apenas à vida biológica, mas à vida eterna, plena e abundante, que só pode ser desfrutada em comunhão com Deus.
- ἐν ἑαυτῷ (en heautō) = “em si mesmo”. Indica autoexistência; uma qualidade atribuída apenas a Deus (auto-suficiência, vida que não depende de outro).
- ἔδωκεν (edōken) = “deu, concedeu”. Mostra a ação de transmitir algo que Ele possui, implicando a generosidade e o propósito divino.
- Υἱῷ (Huiō) = Filho; aqui, referência direta à divindade e ao papel único de Cristo como co-herdeiro da vida eterna.
Resumo lexical: O versículo destaca que a vida eterna não é adquirida por esforço humano, mas concedida pelo Pai ao Filho, e mediante o Filho, aos crentes.
3. Significados teológicos
- Cristologia elevada:
- Cristo não é apenas um mensageiro; Ele possui vida em Si mesmo, indicando sua divindade e igualdade com o Pai.
- Referências: João 1.4, 1.14; Colossenses 1.17; Hebreus 7.16.
- Vida eterna como dom:
- A vida eterna não é apenas a continuidade da existência, mas a plenitude da comunhão com Deus, algo que só Cristo pode conceder.
- A vida é recebida pela fé e permanência n’Ele (João 6.47; João 17.3).
- Base para a missão de Cristo:
- Todo o ministério de Jesus visa comunicar esta vida: curas, perdão dos pecados, ensino da verdade, ressurreição.
- Esta vida é transmitida a todos que permanecem em Cristo, mostrando a necessidade de uma relação contínua com Ele.
4. Aplicação pessoal
- Permaneça em Cristo diariamente: A vida eterna não é automática, mas é usufruída através de uma relação viva com o Filho.
- Confiança na Palavra: Somente as palavras de Cristo conduzem à vida plena; portanto, estudo, meditação e obediência são essenciais.
- Testemunho prático: Ao compartilhar a fé, destaque não regras ou tradições, mas a vida que Cristo oferece.
5. Tabela expositiva — João 5.26
Elemento | Grego | Significado | Implicação teológica | Aplicação prática |
Vida em Si mesmo | ζωὴ ἐν ἑαυτῷ | Autoexistência, vida divina plena | Cristo possui vida própria, divina, eterna | Confiança plena na suficiência de Cristo para a salvação |
Concedeu ao Filho | ἔδωκεν τῷ Υἱῷ | Transmissão do dom divino | Vida eterna é dada, não conquistada | Buscar permanecer em Cristo para receber vida eterna |
Pai e Filho | Πατήρ / Υἱός | Relação única e íntima | Unidade e cooperação divina na salvação | Entender a divindade de Cristo e Sua autoridade sobre a vida |
Palavra de Vida | — (implícito em João) | Ensino e promessa que dão vida | A vida eterna é mediada pela palavra de Cristo | Estudo e obediência às palavras de Jesus diariamente |
Referências acadêmicas e livros cristãos:
- F. F. Bruce — exegese profunda sobre João 5.26 e vida eterna.
- D. A. Carson — O Comentário de João — análise da vida em Cristo como presente divino.
- Leon Morris — comentário teológico sobre a autoexistência do Filho e vida eterna.
- Andreas J. Köstenberger — contexto histórico, literário e teológico do Evangelho.
- N. T. Wright — enfoque teológico e cristológico.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Reconhecer que a Vida Eterna é mediada por Cristo, o Autor da Salvação.
Compreender que não sabemos quando Cristo virá, mas devemos estar atentos.
Reiterar que a vida eterna proporciona a entrada do crente na presença de Deus.
Este blog foi feito com muito carinho 💝 para você. Ajude-nos 🙏 Envie uma oferta pelo Pix/e-mail: pecadorconfesso@hotmail.com de qualquer valor e você estará colaborando para que esse blog continue trazendo conteúdo exclusivo e de edificação para a sua vida.
CLIQUE NA IMAGEM E CONFIRA AS REVISTAS EM PDF PARA O 4º TRIMESTRE
TEXTOS DE REFERÊNCIA
JOÃO 17
1 Jesus falou assim, e, levantando seus olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti,
2 Assim como lhe deste poder sobre toda carne, para que dê a vida eterna a todos quantos Lhe deste.
3 E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste.
4 Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer.
5 E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.
11 E eu já não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
1. Contexto e Estrutura
João 17, conhecido como a "Oração Sacerdotal", é o ápice da revelação de Jesus no Evangelho de João. Nessa oração, Jesus intercede por si mesmo, pelos discípulos e por todos os crentes. Nos versículos 1-11, Ele ora pelo cumprimento de Sua missão e pela proteção e unidade dos discípulos.
2. Análise das Palavras Gregas
- δόξα (dóxa): Traduzido como "glória", refere-se à manifestação da presença e majestade divina. Jesus pede para ser glorificado, antecipando Sua glorificação na cruz e ressurreição.
- ζωὴ αἰώνιος (zōē aiōnios): "Vida eterna" é definida como o conhecimento de Deus e de Jesus Cristo. Não se trata apenas de continuidade temporal, mas de uma qualidade de vida em comunhão com o divino.
- γινώσκω (ginṓskō): "Conhecer" implica em um relacionamento íntimo e pessoal, não apenas em conhecimento intelectual.
- ἄγιος (hágios): "Santo" denota separação para Deus, indicando a pureza e a santidade que Jesus atribui ao Pai.
3. Significados Teológicos
- Glorificação de Jesus: A glorificação de Jesus está intrinsecamente ligada à Sua morte e ressurreição. Ao pedir para ser glorificado, Ele se refere ao cumprimento de Sua missão salvífica.
- Vida Eterna: A vida eterna é apresentada como um relacionamento profundo e contínuo com Deus, iniciado na terra e consumado na eternidade.
- Unidade dos Discípulos: Jesus ora pela unidade dos discípulos, refletindo a unidade existente entre Ele e o Pai. Essa unidade é essencial para o testemunho cristão no mundo.
4. Aplicação Pessoal
- Busca pela Glória de Deus: Assim como Jesus buscou glorificar o Pai, devemos viver nossas vidas com o propósito de refletir a glória de Deus em nossas ações e testemunho.
- Cultivo do Relacionamento com Deus: A vida eterna começa com o conhecimento pessoal de Deus. Devemos buscar esse relacionamento por meio da oração, leitura das Escrituras e obediência.
- Promoção da Unidade Cristã: A unidade entre os crentes é vital para o testemunho cristão. Devemos trabalhar pela harmonia e cooperação dentro da comunidade de fé.
5. Tabela Expositiva
Versículo
Palavra-chave
Significado
Aplicação
17.1
Glória (δόξα)
Manifestação da presença divina
Viver para refletir a glória de Deus
17.3
Vida Eterna (ζωὴ αἰώνιος)
Relacionamento contínuo com Deus
Buscar um relacionamento íntimo com Deus
17.11
Unidade (ἕνωσις)
Coesão entre os discípulos
Trabalhar pela unidade na comunidade cristã
1. Contexto e Estrutura
João 17, conhecido como a "Oração Sacerdotal", é o ápice da revelação de Jesus no Evangelho de João. Nessa oração, Jesus intercede por si mesmo, pelos discípulos e por todos os crentes. Nos versículos 1-11, Ele ora pelo cumprimento de Sua missão e pela proteção e unidade dos discípulos.
2. Análise das Palavras Gregas
- δόξα (dóxa): Traduzido como "glória", refere-se à manifestação da presença e majestade divina. Jesus pede para ser glorificado, antecipando Sua glorificação na cruz e ressurreição.
- ζωὴ αἰώνιος (zōē aiōnios): "Vida eterna" é definida como o conhecimento de Deus e de Jesus Cristo. Não se trata apenas de continuidade temporal, mas de uma qualidade de vida em comunhão com o divino.
- γινώσκω (ginṓskō): "Conhecer" implica em um relacionamento íntimo e pessoal, não apenas em conhecimento intelectual.
- ἄγιος (hágios): "Santo" denota separação para Deus, indicando a pureza e a santidade que Jesus atribui ao Pai.
3. Significados Teológicos
- Glorificação de Jesus: A glorificação de Jesus está intrinsecamente ligada à Sua morte e ressurreição. Ao pedir para ser glorificado, Ele se refere ao cumprimento de Sua missão salvífica.
- Vida Eterna: A vida eterna é apresentada como um relacionamento profundo e contínuo com Deus, iniciado na terra e consumado na eternidade.
- Unidade dos Discípulos: Jesus ora pela unidade dos discípulos, refletindo a unidade existente entre Ele e o Pai. Essa unidade é essencial para o testemunho cristão no mundo.
4. Aplicação Pessoal
- Busca pela Glória de Deus: Assim como Jesus buscou glorificar o Pai, devemos viver nossas vidas com o propósito de refletir a glória de Deus em nossas ações e testemunho.
- Cultivo do Relacionamento com Deus: A vida eterna começa com o conhecimento pessoal de Deus. Devemos buscar esse relacionamento por meio da oração, leitura das Escrituras e obediência.
- Promoção da Unidade Cristã: A unidade entre os crentes é vital para o testemunho cristão. Devemos trabalhar pela harmonia e cooperação dentro da comunidade de fé.
5. Tabela Expositiva
Versículo | Palavra-chave | Significado | Aplicação |
17.1 | Glória (δόξα) | Manifestação da presença divina | Viver para refletir a glória de Deus |
17.3 | Vida Eterna (ζωὴ αἰώνιος) | Relacionamento contínuo com Deus | Buscar um relacionamento íntimo com Deus |
17.11 | Unidade (ἕνωσις) | Coesão entre os discípulos | Trabalhar pela unidade na comunidade cristã |
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Jo 10.9 Jesus é a Porta para a Eternidade.
TERÇA | Jo 3.16 O amor de Deus nos concede a Vida Eterna.
QUARTA | Ef 2.6 Ressuscitado em Jesus Cristo.
QUINTA | 1Jo 2.25 A morte não é o fim.
SEXTA | Rm 6.23 Quem aceitar Jesus viverá para sempre.
SÁBADO | Jo 6.40 Quem crê no Filho tem a Vida Eterna.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Leituras Complementares (Vida Eterna)
Segunda — João 10.9: Jesus é a Porta para a Eternidade
Texto: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, será salvo…”
- κλῖς (klis) = porta, entrada; simboliza acesso exclusivo à salvação.
- Jesus é a única via para a vida eterna, reforçando exclusividade e mediação divina.
- Referência: Leon Morris — Cristo como acesso seguro à comunhão com Deus.
- Aplicação pessoal: Confiar exclusivamente em Cristo para salvação, evitando caminhos humanos ou religiosos alternativos.
Terça — João 3.16: O amor de Deus nos concede a Vida Eterna
Texto: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho…”
- ἀγάπη (agapē) = amor sacrificial, incondicional; mostra que a vida eterna é fruto do amor divino.
- A entrega do Filho é a base do dom da vida eterna.
- Referência: D. A. Carson — vida eterna como expressão do amor divino.
- Aplicação pessoal: Responder ao amor de Deus com fé e compromisso.
Quarta — Efésios 2.6: Ressuscitado em Jesus Cristo
Texto: “…e nos ressuscitou juntamente com Cristo…”
- συνεγείρω (sunegērō) = ressuscitar junto, enfatizando união com Cristo.
- A vida eterna começa pela posição em Cristo, não apenas pelo tempo futuro.
- Referência: F. F. Bruce — vida eterna como realidade presente e futura.
- Aplicação pessoal: Viver hoje em novidade de vida, conscientes da ressurreição espiritual.
Quinta — 1 João 2.25: A morte não é o fim
Texto: “…esta é a promessa que Ele nos fez, a vida eterna.”
- ζωὴ αἰώνιος (zōē aiōnios) = vida eterna, contínua e ininterrupta.
- Reforça que a vida concedida por Cristo é incontestável e duradoura.
- Referência: Andreas Köstenberger — vida eterna como fruto da comunhão com Cristo.
- Aplicação pessoal: Ter segurança plena na promessa de Deus, vivendo com esperança.
Sexta — Romanos 6.23: Quem aceitar Jesus viverá para sempre
Texto: “…o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.”
- χάρισμα (charisma) = dom gratuito; vida eterna é um presente, não um mérito.
- Contraste entre “salário do pecado” e “dom da vida eterna” evidencia justiça divina.
- Referência: Thomas Schreiner, Romanos— a vida eterna como dom gracioso de Deus.
- Aplicação pessoal: Receber a vida eterna com gratidão e obediência.
Sábado — João 6.40: Quem crê no Filho tem a Vida Eterna
Texto: “…todo aquele que vê o Filho e crê nele terá a vida eterna…”
- πιστεύω (pisteuō) = crer, confiar integralmente; fé como condição para receber vida eterna.
- Reforça a necessidade de fé ativa e pessoal.
- Referência: Leon Morris — fé em Cristo como acesso à vida eterna.
- Aplicação pessoal: Examinar a própria fé e compromisso em Cristo diariamente.
🔹 Tabela expositiva resumo: Leituras Complementares
Dia
Texto
Palavra-chave
Significado teológico
Aplicação prática
Seg
Jo 10.9
πύλη (pylē)
Jesus é a porta de acesso à vida eterna
Confiar exclusivamente em Cristo
Ter
Jo 3.16
ἀγάπη (agapē)
Amor sacrificial que concede vida eterna
Responder ao amor de Deus com fé
Qua
Ef 2.6
συνεγείρω (sunegērō)
União com Cristo na ressurreição
Viver em novidade de vida hoje
Qui
1Jo 2.25
ζωὴ αἰώνιος
Vida eterna garantida
Ter segurança na promessa divina
Sex
Rm 6.23
χάρισμα (charisma)
Vida eterna como dom gratuito
Receber com gratidão e obediência
Sáb
Jo 6.40
πιστεύω (pisteuō)
Fé pessoal como condição
Examinar e fortalecer a fé em Cristo
Leituras Complementares (Vida Eterna)
Segunda — João 10.9: Jesus é a Porta para a Eternidade
Texto: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, será salvo…”
- κλῖς (klis) = porta, entrada; simboliza acesso exclusivo à salvação.
- Jesus é a única via para a vida eterna, reforçando exclusividade e mediação divina.
- Referência: Leon Morris — Cristo como acesso seguro à comunhão com Deus.
- Aplicação pessoal: Confiar exclusivamente em Cristo para salvação, evitando caminhos humanos ou religiosos alternativos.
Terça — João 3.16: O amor de Deus nos concede a Vida Eterna
Texto: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho…”
- ἀγάπη (agapē) = amor sacrificial, incondicional; mostra que a vida eterna é fruto do amor divino.
- A entrega do Filho é a base do dom da vida eterna.
- Referência: D. A. Carson — vida eterna como expressão do amor divino.
- Aplicação pessoal: Responder ao amor de Deus com fé e compromisso.
Quarta — Efésios 2.6: Ressuscitado em Jesus Cristo
Texto: “…e nos ressuscitou juntamente com Cristo…”
- συνεγείρω (sunegērō) = ressuscitar junto, enfatizando união com Cristo.
- A vida eterna começa pela posição em Cristo, não apenas pelo tempo futuro.
- Referência: F. F. Bruce — vida eterna como realidade presente e futura.
- Aplicação pessoal: Viver hoje em novidade de vida, conscientes da ressurreição espiritual.
Quinta — 1 João 2.25: A morte não é o fim
Texto: “…esta é a promessa que Ele nos fez, a vida eterna.”
- ζωὴ αἰώνιος (zōē aiōnios) = vida eterna, contínua e ininterrupta.
- Reforça que a vida concedida por Cristo é incontestável e duradoura.
- Referência: Andreas Köstenberger — vida eterna como fruto da comunhão com Cristo.
- Aplicação pessoal: Ter segurança plena na promessa de Deus, vivendo com esperança.
Sexta — Romanos 6.23: Quem aceitar Jesus viverá para sempre
Texto: “…o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor.”
- χάρισμα (charisma) = dom gratuito; vida eterna é um presente, não um mérito.
- Contraste entre “salário do pecado” e “dom da vida eterna” evidencia justiça divina.
- Referência: Thomas Schreiner, Romanos— a vida eterna como dom gracioso de Deus.
- Aplicação pessoal: Receber a vida eterna com gratidão e obediência.
Sábado — João 6.40: Quem crê no Filho tem a Vida Eterna
Texto: “…todo aquele que vê o Filho e crê nele terá a vida eterna…”
- πιστεύω (pisteuō) = crer, confiar integralmente; fé como condição para receber vida eterna.
- Reforça a necessidade de fé ativa e pessoal.
- Referência: Leon Morris — fé em Cristo como acesso à vida eterna.
- Aplicação pessoal: Examinar a própria fé e compromisso em Cristo diariamente.
🔹 Tabela expositiva resumo: Leituras Complementares
Dia | Texto | Palavra-chave | Significado teológico | Aplicação prática |
Seg | Jo 10.9 | πύλη (pylē) | Jesus é a porta de acesso à vida eterna | Confiar exclusivamente em Cristo |
Ter | Jo 3.16 | ἀγάπη (agapē) | Amor sacrificial que concede vida eterna | Responder ao amor de Deus com fé |
Qua | Ef 2.6 | συνεγείρω (sunegērō) | União com Cristo na ressurreição | Viver em novidade de vida hoje |
Qui | 1Jo 2.25 | ζωὴ αἰώνιος | Vida eterna garantida | Ter segurança na promessa divina |
Sex | Rm 6.23 | χάρισμα (charisma) | Vida eterna como dom gratuito | Receber com gratidão e obediência |
Sáb | Jo 6.40 | πιστεύω (pisteuō) | Fé pessoal como condição | Examinar e fortalecer a fé em Cristo |
HINOS SUGERIDOS: 90, 118, 209
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que alcancemos a Vida Eterna reservada aos justos.
ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1- No Filho de Deus está a vida
2- A Vida Eterna com Cristo
3- A esperança dos salvos
Conclusão
DINAMICA EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Dinâmica para EBD – Lição 13
Tema: O Filho de Deus e a Vida Eterna – A Eterna Promessa da Salvação
Texto-chave: 1 João 5.11-12
Público-alvo: Adultos
Tempo estimado: 35–40 minutos
🎯 Objetivos
- Refletir sobre a promessa da vida eterna em Cristo Jesus.
- Mostrar que a salvação não é abstrata, mas uma realidade presente e futura.
- Conduzir a igreja a valorizar a segurança da salvação e viver à luz da eternidade.
📖 Versículo-chave para memorização
“E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.” (1 João 5.11-12)
📝 Materiais necessários
- Balões (ou envelopes)
- Papéis com promessas bíblicas de vida eterna (Jo 3.16; 1 Jo 2.25; Jo 10.28; Rm 6.23; Ap 21.4 etc.)
- Uma caixa/baú (representando o “tesouro em Cristo”)
- Canetas e cartões em branco
🔄 Passo a passo da dinâmica
1. Introdução – A promessa eterna (5 min)
- O professor pergunta:
“Se alguém te prometesse algo valioso, como você reagiria: confiaria de imediato ou pediria provas?”
- Explique que a vida eterna é a maior promessa de Deus, garantida pela obra de Cristo, e não por méritos humanos.
2. Quebra-gelo com balões/envelopes (10 min)
- Entregue a alguns alunos balões com promessas bíblicas dentro (ou envelopes).
- Cada participante estoura/abre e lê em voz alta o versículo.
- O professor explica: assim como abrimos os balões, precisamos abrir o coração para receber a promessa de Deus.
3. Reflexão em grupos (10 min)
- Divida em 3 pequenos grupos e entregue uma pergunta para cada:
- O que significa “ter o Filho” segundo 1 João 5.12?
- Por que a vida eterna começa já no presente, mas se cumpre plenamente no futuro?
- Como a certeza da vida eterna deve influenciar nossas escolhas diárias?
- Após 5 minutos, cada grupo compartilha sua resposta.
4. Tesouro em Cristo (10 min)
- Mostre a caixa/baú representando a vida eterna em Cristo.
- Peça para cada participante escrever em um cartão:
- Um motivo de gratidão pela promessa da salvação.
- Uma decisão prática para viver à luz da eternidade.
- Todos depositam os cartões na caixa, simbolizando que nossa esperança está guardada em Cristo (Cl 3.3).
5. Conclusão / aplicação (5 min)
- Leia Apocalipse 21.4:
“E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima...”
- Finalize reforçando:
- Quem tem o Filho tem a vida.
- A vida eterna é presente e promessa.
- Devemos viver já hoje como cidadãos do céu (Fp 3.20).
📊 Resumo da Dinâmica
Etapa
Tempo
Objetivo
Introdução
5 min
Contextualizar a promessa da vida eterna
Quebra-gelo com balões/envelopes
10 min
Mostrar que a promessa é revelada em Cristo
Reflexão em grupos
10 min
Aplicar o texto bíblico à vida prática
Tesouro em Cristo
10 min
Expressar gratidão e compromisso pessoal
Conclusão
5 min
Enfatizar a certeza da salvação e esperança futura
👉 Essa dinâmica ajuda os alunos a vivenciarem a promessa da vida eterna, unindo Bíblia, participação e aplicação prática.
Dinâmica para EBD – Lição 13
Tema: O Filho de Deus e a Vida Eterna – A Eterna Promessa da Salvação
Texto-chave: 1 João 5.11-12
Público-alvo: Adultos
Tempo estimado: 35–40 minutos
🎯 Objetivos
- Refletir sobre a promessa da vida eterna em Cristo Jesus.
- Mostrar que a salvação não é abstrata, mas uma realidade presente e futura.
- Conduzir a igreja a valorizar a segurança da salvação e viver à luz da eternidade.
📖 Versículo-chave para memorização
“E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.” (1 João 5.11-12)
📝 Materiais necessários
- Balões (ou envelopes)
- Papéis com promessas bíblicas de vida eterna (Jo 3.16; 1 Jo 2.25; Jo 10.28; Rm 6.23; Ap 21.4 etc.)
- Uma caixa/baú (representando o “tesouro em Cristo”)
- Canetas e cartões em branco
🔄 Passo a passo da dinâmica
1. Introdução – A promessa eterna (5 min)
- O professor pergunta:
“Se alguém te prometesse algo valioso, como você reagiria: confiaria de imediato ou pediria provas?” - Explique que a vida eterna é a maior promessa de Deus, garantida pela obra de Cristo, e não por méritos humanos.
2. Quebra-gelo com balões/envelopes (10 min)
- Entregue a alguns alunos balões com promessas bíblicas dentro (ou envelopes).
- Cada participante estoura/abre e lê em voz alta o versículo.
- O professor explica: assim como abrimos os balões, precisamos abrir o coração para receber a promessa de Deus.
3. Reflexão em grupos (10 min)
- Divida em 3 pequenos grupos e entregue uma pergunta para cada:
- O que significa “ter o Filho” segundo 1 João 5.12?
- Por que a vida eterna começa já no presente, mas se cumpre plenamente no futuro?
- Como a certeza da vida eterna deve influenciar nossas escolhas diárias?
- Após 5 minutos, cada grupo compartilha sua resposta.
4. Tesouro em Cristo (10 min)
- Mostre a caixa/baú representando a vida eterna em Cristo.
- Peça para cada participante escrever em um cartão:
- Um motivo de gratidão pela promessa da salvação.
- Uma decisão prática para viver à luz da eternidade.
- Todos depositam os cartões na caixa, simbolizando que nossa esperança está guardada em Cristo (Cl 3.3).
5. Conclusão / aplicação (5 min)
- Leia Apocalipse 21.4:
“E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima...” - Finalize reforçando:
- Quem tem o Filho tem a vida.
- A vida eterna é presente e promessa.
- Devemos viver já hoje como cidadãos do céu (Fp 3.20).
📊 Resumo da Dinâmica
Etapa | Tempo | Objetivo |
Introdução | 5 min | Contextualizar a promessa da vida eterna |
Quebra-gelo com balões/envelopes | 10 min | Mostrar que a promessa é revelada em Cristo |
Reflexão em grupos | 10 min | Aplicar o texto bíblico à vida prática |
Tesouro em Cristo | 10 min | Expressar gratidão e compromisso pessoal |
Conclusão | 5 min | Enfatizar a certeza da salvação e esperança futura |
👉 Essa dinâmica ajuda os alunos a vivenciarem a promessa da vida eterna, unindo Bíblia, participação e aplicação prática.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos alguns aspectos de um tema bem presente no Evangelho de João: a vida. Diante da realidade e da influência do pecado na existência humana, Deus, por amor, enviou o Seu Filho, que tem vida e concede vida. Veremos as respostas necessárias por parte do ser humano para desfrutar da Vida Eterna no presente e no futuro glorioso reservado a todos que permanecerem em Cristo Jesus.
PONTO DE PARTIDA: O Filho de Deus nos concede a Vida Eterna.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
INTRODUÇÃO — O FILHO DE DEUS NOS CONCEDE A VIDA ETERNA
1. Síntese teológica
No Evangelho de João a noção de vida é central e multifacetada: não se reduz a existência biológica (bíos), mas designa uma qualidade de existência que é relacional, plena e participativa. Jesus é apresentado como o Fonte e Doador dessa vida: Ele “tem vida” em Si mesmo e “dá” vida aos que creem (João 5; 6; 10; 11; 17; 20). A vida eterna (ζωὴ αἰώνιος / zōē aiōnios) em João é tanto presente quanto futura: é a condição nova do que já participa do Filho agora, e a consumação gloriosa que se cumprirá na plenitude dos tempos. A dinâmica é trinitária e cristológica: por amor (ἀγάπη) Deus enviou o Filho; o Filho comunica vida pelo Espírito e por meio da fé.
2. Leituras bíblicas que orientam a lição (núcleo joanino)
- Jesus como o que “tem vida em Si mesmo” e “tem poder de dar vida” (Jo 5.26).
- A fórmula “Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1 Jo 5.12) — síntese da lógica joanina sobre posse relacional e salvífica.
- “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11.25) — vida que vence a morte e inaugura nova existência.
- “A vida eterna é que te conheçam” (Jo 17.3) — dimensão relacional/intencional da vida eterna (conhecer o Pai e o Filho).
3. Análise lexical (grego) — termos-chaves e nuances teológicas
(uso das formas gregas mais comuns no NT joanino)
- ζωή (zōē) — vida
Em João, zōē designa vida qualitativa: comunhão com Deus, integridade existencial, participação no ser divino. Não é apenas “viver” no sentido biológico (bíos), mas “viver como Deus vive”. - αἰώνιος (aiōnios) — eterno / perene
Frequentemente traduzido “eterno”; qualifica zōē para indicar duração e qualidade que pertencem ao novo mundo inaugurado por Cristo. Em João a ênfase é tanto temporal (sem fim) quanto qualitativa (vida plena, não presa à morte). - ἔχω (echō) — ter / possuir
Na fórmula de 1 João (“quem tem o Filho tem a vida”) o verbo realça posse relacional: “ter o Filho” é ser integrado à comunhão com Cristo, não um mero acúmulo cognitivo de informação. - πίστις (pistis) — fé / confiança
A entrada nessa vida é pela fé — pistis joanina é confiança pessoal em Jesus como Filho, revelação do Pai, e submetimento a sua palavra. - διδάσκω / μαρτυρέω / μένω
Verbos teológicos recorrentes: ensinar/ser testemunha/permanecer — a vida eterna é marcada pela permanência em Jesus (ménō), frutificação e obediência que brotam da comunhão. - ζωοποιέω (zōopoieō) — vivificar / dar vida
Usado nos contextos em que Cristo, por sua palavra ou ação, confere vida (p.ex. restauração, ressurreição). Indica que a vida é ato divino e graça.
4. Comentário exegético-teológico aprofundado (linhas mestras)
- A vida como doação do Filho — João apresenta Jesus não apenas como modelo, mas como fonte ontológica da vida: a vida procede do Pai e é comunicada por Cristo. Assim, a salvação é oferta relacional — não se ganha por obras, mas se recebe em Cristo.
- Presente e futuro reunidos — a expressão “vida eterna” em João tem dupla dimensão: já é experimentada agora (pelo conhecimento do Pai e do Filho, pela presença do Espírito, pela comunhão) e será plenamente consumada na ressurreição e no julgamento final. A tensão “já-não-ainda” caracteriza a esperança cristã.
- Conhecer como verbo de salvação — João 17.3 mostra que “conhecer” Deus é verbo salvífico: conhecer pessoalmente o Pai e o Filho é o cerne da vida eterna. Trata-se de uma epistemologia relacional, não apenas cognitiva.
- A fé como meio e a permanência como marca — a entrada na vida é por fé, mas a vida se manifesta em permanência (ménō) em Cristo: obediência, comunhão, santidade e fruto. A vida não é um estatuto passivo, mas vínculo dinâmico.
- Cristologia e ressurreição — declarações joaninas (“Eu sou a ressurreição e a vida”) ligam a vida que Cristo dá ao poder de vencer a morte; portanto, a promessa da vida eterna inclui a vitória definitiva sobre a morte corporal e existencial.
5. Obras e autores sugeridos para aprofundamento (bibliografia orientadora)
- D. A. Carson — O Comentário de João.
- Andreas J. Köstenberger, Introdução ao Novo Testamento.
- Craig S. Keener, O Espírito na Igreja.
- Leon Morris, Série comentário bíblico de Lucas.
- Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento, ed. Stanley M. Horton (CPAD).
- Comentário Bíblico Beacon – João (CPAD).
- R. C. Trench, Synonyms of the New Testament (para distinção hypódeigma / typos).
- Colin Brown (ed.), Dicionario de Teologia do NT e AT.
- W. E. Vine, Dicionário Vine de Palavras do NT.
- G. Kittel & G. Friedrich (eds.), Theological Dictionary of the New Testament (TDNT), verbetes ὑπόδειγμα; ποιέω.
- Myer Pearlman, 07 livros - Coleção (CPAD), cap. sobre a humildade de Cristo e a ética cristã.
- Léxicos e dicionários: Biblia de Estudo Palavra Chave Grego e Hebraico
- Raymond E. Brown, Box 2 Volumes - Comentário de João.
- Richard Bauckham, O Mundo Cristão em torno do Novo Testamento.
- Herman Ridderbos, A Vinda do Reino
(essas obras são recomendadas para estudo acadêmico e preparação de aulas; use-as para citar notas lexicais ou discutir variantes textuais.)
6. Aplicações pessoais e eclesiais
- Segurança na posse do Filho: A certeza de “ter o Filho” anuncia segurança real; incentive a comunidade a examinar esta posse: confiança pessoal em Cristo, não nominalismo religioso.
- Vida já e ainda: Viver como quem tem a vida eterna implica escolhas quotidianas: prioridades, ética, oração, esperança e desapego do efêmero.
- Missão e anúncio: Se a vida é dom, a missão é comunicá-la: a igreja é veículo da vida (Mt 28; Jo 20). O anúncio não é apenas doutrinal, é oferta de existência transformada.
- Santidade e permanência: Permanecer em Cristo (oração, Palavra, comunhão) é sinal de vitalidade espiritual; a ética cristã brota da vida recebida.
- Consolo na morte: A vida eterna muda a perspectiva diante da morte: não é aniquilamento, mas passagem para a consumação da vida que já se experimentou em Cristo.
7. Tabela expositiva (para EBD / slide / folheto)
Item
Texto-chave
Termo grego
Observação teológica
Aplicação prática
Fonte da Vida
Jo 5.26; Jo 6
ζωὴ / ζωοποιέω (zōē / zōopoieō)
Vida procede do Pai e é comunicada pelo Filho
Cultivar comunhão com Cristo — oração e Palavra
Vida Eterna (presente)
Jo 17.3; 1 Jo 5.11-12
ζωή αἰώνιος (zōē aiōnios)
Vida eterna começa no “conhecer” e crer no presente
Viver já como cidadão do reino — escolhas que demonstram esperança
Quem tem o Filho
1 Jo 5.12
ἔχω (echō)
“Ter o Filho” = pertença relacional, não só conhecimento
Autoexame espiritual: sou participante vivo de Cristo?
A fé como meio
Jo 3; Jo 6; Gl 3
πίστις (pistis)
Fé é confiar na pessoa de Jesus como Fonte da Vida
Evangelismo centrado em convite à fé pessoal
Permanecer em Cristo
Jo 15; Jo 17
μένω (menō)
Permanecer = fruto, obediência e comunhão constante
Programas de discipulado que promovam permanência
Vitória sobre a morte
Jo 11.25; Jo 20.
ἀνάστασις / ζωή
A vida que Cristo dá vence a morte
Esperança pastoral diante do luto e morte
8. Encerramento sugestivo para a lição
- Pergunta de reflexão para o grupo: “De que maneira a certeza da vida eterna transforma sua agenda diária — suas prioridades, conversas e escolhas?”
• • Atividade prática: pedir que cada adulto escreva uma decisão concreta (uma atitude ou hábito) que manifeste a vida eterna no cotidiano (ex.: tempo diário com a Palavra, atitude de perdão, investimento em discipulado, testemunho específico). Recolher e orar pelas decisões em grupo.
INTRODUÇÃO — O FILHO DE DEUS NOS CONCEDE A VIDA ETERNA
1. Síntese teológica
No Evangelho de João a noção de vida é central e multifacetada: não se reduz a existência biológica (bíos), mas designa uma qualidade de existência que é relacional, plena e participativa. Jesus é apresentado como o Fonte e Doador dessa vida: Ele “tem vida” em Si mesmo e “dá” vida aos que creem (João 5; 6; 10; 11; 17; 20). A vida eterna (ζωὴ αἰώνιος / zōē aiōnios) em João é tanto presente quanto futura: é a condição nova do que já participa do Filho agora, e a consumação gloriosa que se cumprirá na plenitude dos tempos. A dinâmica é trinitária e cristológica: por amor (ἀγάπη) Deus enviou o Filho; o Filho comunica vida pelo Espírito e por meio da fé.
2. Leituras bíblicas que orientam a lição (núcleo joanino)
- Jesus como o que “tem vida em Si mesmo” e “tem poder de dar vida” (Jo 5.26).
- A fórmula “Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1 Jo 5.12) — síntese da lógica joanina sobre posse relacional e salvífica.
- “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 11.25) — vida que vence a morte e inaugura nova existência.
- “A vida eterna é que te conheçam” (Jo 17.3) — dimensão relacional/intencional da vida eterna (conhecer o Pai e o Filho).
3. Análise lexical (grego) — termos-chaves e nuances teológicas
(uso das formas gregas mais comuns no NT joanino)
- ζωή (zōē) — vida
Em João, zōē designa vida qualitativa: comunhão com Deus, integridade existencial, participação no ser divino. Não é apenas “viver” no sentido biológico (bíos), mas “viver como Deus vive”. - αἰώνιος (aiōnios) — eterno / perene
Frequentemente traduzido “eterno”; qualifica zōē para indicar duração e qualidade que pertencem ao novo mundo inaugurado por Cristo. Em João a ênfase é tanto temporal (sem fim) quanto qualitativa (vida plena, não presa à morte). - ἔχω (echō) — ter / possuir
Na fórmula de 1 João (“quem tem o Filho tem a vida”) o verbo realça posse relacional: “ter o Filho” é ser integrado à comunhão com Cristo, não um mero acúmulo cognitivo de informação. - πίστις (pistis) — fé / confiança
A entrada nessa vida é pela fé — pistis joanina é confiança pessoal em Jesus como Filho, revelação do Pai, e submetimento a sua palavra. - διδάσκω / μαρτυρέω / μένω
Verbos teológicos recorrentes: ensinar/ser testemunha/permanecer — a vida eterna é marcada pela permanência em Jesus (ménō), frutificação e obediência que brotam da comunhão. - ζωοποιέω (zōopoieō) — vivificar / dar vida
Usado nos contextos em que Cristo, por sua palavra ou ação, confere vida (p.ex. restauração, ressurreição). Indica que a vida é ato divino e graça.
4. Comentário exegético-teológico aprofundado (linhas mestras)
- A vida como doação do Filho — João apresenta Jesus não apenas como modelo, mas como fonte ontológica da vida: a vida procede do Pai e é comunicada por Cristo. Assim, a salvação é oferta relacional — não se ganha por obras, mas se recebe em Cristo.
- Presente e futuro reunidos — a expressão “vida eterna” em João tem dupla dimensão: já é experimentada agora (pelo conhecimento do Pai e do Filho, pela presença do Espírito, pela comunhão) e será plenamente consumada na ressurreição e no julgamento final. A tensão “já-não-ainda” caracteriza a esperança cristã.
- Conhecer como verbo de salvação — João 17.3 mostra que “conhecer” Deus é verbo salvífico: conhecer pessoalmente o Pai e o Filho é o cerne da vida eterna. Trata-se de uma epistemologia relacional, não apenas cognitiva.
- A fé como meio e a permanência como marca — a entrada na vida é por fé, mas a vida se manifesta em permanência (ménō) em Cristo: obediência, comunhão, santidade e fruto. A vida não é um estatuto passivo, mas vínculo dinâmico.
- Cristologia e ressurreição — declarações joaninas (“Eu sou a ressurreição e a vida”) ligam a vida que Cristo dá ao poder de vencer a morte; portanto, a promessa da vida eterna inclui a vitória definitiva sobre a morte corporal e existencial.
5. Obras e autores sugeridos para aprofundamento (bibliografia orientadora)
- D. A. Carson — O Comentário de João.
- Andreas J. Köstenberger, Introdução ao Novo Testamento.
- Craig S. Keener, O Espírito na Igreja.
- Leon Morris, Série comentário bíblico de Lucas.
- Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento, ed. Stanley M. Horton (CPAD).
- Comentário Bíblico Beacon – João (CPAD).
- R. C. Trench, Synonyms of the New Testament (para distinção hypódeigma / typos).
- Colin Brown (ed.), Dicionario de Teologia do NT e AT.
- W. E. Vine, Dicionário Vine de Palavras do NT.
- G. Kittel & G. Friedrich (eds.), Theological Dictionary of the New Testament (TDNT), verbetes ὑπόδειγμα; ποιέω.
- Myer Pearlman, 07 livros - Coleção (CPAD), cap. sobre a humildade de Cristo e a ética cristã.
- Léxicos e dicionários: Biblia de Estudo Palavra Chave Grego e Hebraico
- Raymond E. Brown, Box 2 Volumes - Comentário de João.
- Richard Bauckham, O Mundo Cristão em torno do Novo Testamento.
- Herman Ridderbos, A Vinda do Reino
(essas obras são recomendadas para estudo acadêmico e preparação de aulas; use-as para citar notas lexicais ou discutir variantes textuais.)
6. Aplicações pessoais e eclesiais
- Segurança na posse do Filho: A certeza de “ter o Filho” anuncia segurança real; incentive a comunidade a examinar esta posse: confiança pessoal em Cristo, não nominalismo religioso.
- Vida já e ainda: Viver como quem tem a vida eterna implica escolhas quotidianas: prioridades, ética, oração, esperança e desapego do efêmero.
- Missão e anúncio: Se a vida é dom, a missão é comunicá-la: a igreja é veículo da vida (Mt 28; Jo 20). O anúncio não é apenas doutrinal, é oferta de existência transformada.
- Santidade e permanência: Permanecer em Cristo (oração, Palavra, comunhão) é sinal de vitalidade espiritual; a ética cristã brota da vida recebida.
- Consolo na morte: A vida eterna muda a perspectiva diante da morte: não é aniquilamento, mas passagem para a consumação da vida que já se experimentou em Cristo.
7. Tabela expositiva (para EBD / slide / folheto)
Item | Texto-chave | Termo grego | Observação teológica | Aplicação prática |
Fonte da Vida | Jo 5.26; Jo 6 | ζωὴ / ζωοποιέω (zōē / zōopoieō) | Vida procede do Pai e é comunicada pelo Filho | Cultivar comunhão com Cristo — oração e Palavra |
Vida Eterna (presente) | Jo 17.3; 1 Jo 5.11-12 | ζωή αἰώνιος (zōē aiōnios) | Vida eterna começa no “conhecer” e crer no presente | Viver já como cidadão do reino — escolhas que demonstram esperança |
Quem tem o Filho | 1 Jo 5.12 | ἔχω (echō) | “Ter o Filho” = pertença relacional, não só conhecimento | Autoexame espiritual: sou participante vivo de Cristo? |
A fé como meio | Jo 3; Jo 6; Gl 3 | πίστις (pistis) | Fé é confiar na pessoa de Jesus como Fonte da Vida | Evangelismo centrado em convite à fé pessoal |
Permanecer em Cristo | Jo 15; Jo 17 | μένω (menō) | Permanecer = fruto, obediência e comunhão constante | Programas de discipulado que promovam permanência |
Vitória sobre a morte | Jo 11.25; Jo 20. | ἀνάστασις / ζωή | A vida que Cristo dá vence a morte | Esperança pastoral diante do luto e morte |
8. Encerramento sugestivo para a lição
- Pergunta de reflexão para o grupo: “De que maneira a certeza da vida eterna transforma sua agenda diária — suas prioridades, conversas e escolhas?”
• • Atividade prática: pedir que cada adulto escreva uma decisão concreta (uma atitude ou hábito) que manifeste a vida eterna no cotidiano (ex.: tempo diário com a Palavra, atitude de perdão, investimento em discipulado, testemunho específico). Recolher e orar pelas decisões em grupo.
1- No Filho de Deus está a vida
Um assunto importante no Evangelho de João é a vida, e está presente no início (1.4) e no final (20.31) do livro. Vemos que o conceito de vida é relevante não somente no evangelho, mas também em outros escritos de João.
1.1. Sentidos da palavra vida no NT. Conforme o Dicionário VINE (2016, p. 1057), a palavra “vida” é usada no NT como: “princípio; vida no sentido absoluto; vida como Deus a tem; aquilo que o Pai tem em Si mesmo (Jo 5.26); a qual o Filho manifestou no mundo (1 Jo 1.2)”. Em outro sentido, a palavra se refere à vida física do ser humano e sua existência em si (Lc 16.25; At 17.25). Encontramos o termo também no sentido de “vida eterna” daqueles que estão em Cristo Jesus (Jo 3.15-16; 5.24; Fp 2.16). Assim, ao conhecer o que as Escrituras revelam sobre a vida, nosso entendimento vai além da existência física e da realidade debaixo do sol. O Senhor Deus fez o ser humano um “ser vivente” (Gn 2.7) e tem propósitos conosco que não estão limitados às ações de sobrevivência física (comer, beber, multiplicar-se), mas inclui a comunhão com Ele durante a vida debaixo do sol e também por toda a eternidade (Jo 5.28,29; At 17.25-28).
Wycliffe Dicionário Bíblico (2019, p.2016): ” “Vida Eterna, uma frase que aparece 30 vezes no NT, na versão KJV em inglês, das quais 15 usos ocorrem no Evangelho e nas epístolas de João; e 43 vezes na versão RSV em inglês, com 25 ocorrências nos escritos de João. A palavra “eterna” (aionios) é derivada da palavra que significa “era”, um período indefinido de tempo, e, dessa forma, duradouro, e consequentemente infinito. A vida eterna refere-se invariavelmente à vida de Deus, ou ao estado futuro dos justos (Mt 25.46). Os escritos de João a definem em termos de conhecimento, fazendo dela sinônimo da experiência de Deus (Jo 17.3). A vida eterna não pode ser adquirida pelos homens, mas lhes é conferida como uma dádiva em resposta a fé (Jo 3.15-16; 1Jo 5.1; Rm 6.23), e torna-se uma fonte perpétua de poder e refrigério (Jo 4.14)”.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
I — NO FILHO DE DEUS ESTÁ A VIDA
Comentário bíblico-teológico aprofundado, com análise léxica (grego/hebraico), referências e aplicação prática.
1. Síntese teológica
No Evangelho de João (e nos escritos joaninos) «vida» não é só existência biológica, mas a qualidade relacional e participativa do ser que pertence a Deus e que é comunicada por Jesus. Cristo não oferece apenas acrescentar mais dias à vida humana; ele dá a própria vida de Deus (ζωὴ) — presente e eterna — que se experimenta agora pela fé e se consumará plenamente na ressurreição e na eternidade. Em João, portanto, vida = comunhão com o Pai por meio do Filho (Jo 17.3), presença do Espírito e frutos de obediência e permanência em Cristo (Jo 15).
2. Análise dos sentidos de vida no NT (comentário sobre as definições citadas)
As observações do Dicionário Vine e do Wycliffe (que você trouxe) capturam bem a amplitude do termo no NT. Complementando:
- Vida absoluta / vida que Deus tem em Si mesmo — João 5.26 fala da vida que o Pai tem em si e que o Filho manifesta. Aqui a vida é atributo divino (ontológico), não apenas um dom funcional.
- Vida física / ψυχή (nephesh) — em passagens como Lc 16.25 ou Gn 2.7 (Heb.) a vida remete ao “ser vivente” (נֶפֶשׁ חַיָּה — nephesh chayyâ). A Septuaginta e o NT distinguem bíos/ψυχή (vida humana) de ζωή (vida em qualidade divina).
- Vida eterna — ζωή αἰώνιος (zōē aiōnios) — termo recorrente em João e em 1 João: qualidade de existência que participa da duração e da qualidade da vida divina. Αἰώνιος deriva de αἰών (era/tempo) e em contexto joanino aponta tanto duração infinita quanto qualidade transcendente.
- Vida como conhecimento / relação — João 17.3 define vida eterna como «conhecer» o Pai e o Filho (γνῶσις relacional): aqui o conteúdo de zōē é existencial e pessoal mais do que meramente cronológico.
Biblia de Estudo Palavra Chave Grego e Hebraico = mostram que o NT usa ζωή num espectro que vai do biológico ao divino-relacional; ler João exige atenção a esse deslocamento semântico.
3. Palavras gregas/hebraicas-chave e notas lexicais
- ζωή (zōē) — “vida” no sentido pleno; em João é qualidade da existência que provém do Pai e é comunicada pelo Filho. Ver: Jo 1.4; 10.10; 11.25. (BDAG: sentido 1 = vida no sentido absoluto / 2 = vida humana).
- βίος (bíos) / ψυχή (psuchē / nephesh) — vida biológica/psicológica; salva distinção entre mera existência humana e zōē divina (Gn 2.7 — hébr. נֶפֶשׁ חַיָּה).
- αἰών (aión) / αἰώνιος (aiōnios) — “era; relativo a uma era” / “eterno, perene”. Em «vida eterna» (zōē aiōnios) o termo sublinha duração e qualidade. A nuance histórica é importante: aiōnios não é mero adjetivo cronológico — em João tem carga qualitativa (vida que pertence ao “aion” de Deus).
- ζωοποιέω (zōopoieō) — “vivificar, dar vida” (ex.: Cristo vivifica; Jo 5.21, 6.63). Indica ação dinâmica de dar vida.
- ἔχω (echō) — “ter/possuir”: 1 Jo 5.12 — “quem tem o Filho tem a vida” — aponta pertença relacional, não posse material.
- γινώσκω / οἶδα (ginōskō / oida) — “conhecer” (relacional, experiencial) — João 17.3: conhecer = participar da vida eterna.
- μένω (menō) — “permanecer, habitar” — marca da vida em João: permanecer em Cristo produz fruto (Jo 15).
No hebraico: חַיִּים (chayyim) = “vidas / vida” e עוֹלָם (olam) usado para noções de duração/eternidade — paralelo funcional a zōē aiōnios / aiónios.
4. Leituras textuais centrais (breve exegese aplicada)
- João 1.4 / 20.31 — o prólogo (1.1–18) já anuncia: a Palavra é vida e essa vida ilumina os homens. O evangelho visa levar leitor a crer para ter vida.
- João 5.24 / 5.26 — a vida está ligada ao julgamento/justificação: o crente “passou da morte para a vida”; o Filho tem autoridade para dar vida porque o Pai a tem.
- João 11.25 — “Eu sou a ressurreição e a vida”: vincula vida à vitória sobre a morte, promessas futuras de ressurreição.
- João 17.3 — vida eterna definida como conhecer o Pai e o Filho: vertente relacional e epistemológica da salvação.
- 1 João 5.11-12 — síntese: a vida é um dom em Cristo; posse do Filho = posse da vida.
- João 4.14 — água viva = imagem da fonte contínua de vida que sacia permanentemente.
Esses textos articulam a tese joanina: a vida é dom trinitário recebido pela fé e experimentado como permanência em Cristo (modo de vida), com consumação escatológica.
5. Implicações teológicas (síntese aprofundada)
- Cristologia ontológica — dizer que o Filho tem vida em si implica alta cristologia: a vida pertence ao ser de Cristo; por isso sua obra vivificadora é autoritativa.
- Soteriologia relacional — a salvação é entrar numa relação vivificante com Deus, não apenas um status legal. «Conhecer» Deus é condição e conteúdo da vida eterna.
- Pneumatologia prática — o Espírito torna presente a vida que Jesus comunica (Jo 3; 7; 14–16); a vida cristã é fruto da presença do Espírito.
- Já / Ainda não escatológico — a vida eterna é já recebida (experiência presente) e ainda será plenamente manifestada na ressurreição e no Juízo (consummation).
- Ética nascida da vida — a vida recebida gera obediência, amor e fruto; não é mera teoria, mas transformação prática (Jo 15; 1 Jo).
6. Referências acadêmicas recomendadas (seleção para estudo)
- D. A. Carson — O Comentário de João.
- Andreas J. Köstenberger, Introdução ao Novo Testamento.
- Craig S. Keener, O Espírito na Igreja.
- Leon Morris, Série comentário bíblico de Lucas.
- Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento, ed. Stanley M. Horton (CPAD).
- Comentário Bíblico Beacon – João (CPAD).
- R. C. Trench, Synonyms of the New Testament (para distinção hypódeigma / typos).
- Colin Brown (ed.), Dicionario de Teologia do NT e AT.
- W. E. Vine, Dicionário Vine de Palavras do NT.
- G. Kittel & G. Friedrich (eds.), Theological Dictionary of the New Testament (TDNT), verbetes ὑπόδειγμα; ποιέω.
- Myer Pearlman, 07 livros - Coleção (CPAD), cap. sobre a humildade de Cristo e a ética cristã.
- Léxicos e dicionários: Biblia de Estudo Palavra Chave Grego e Hebraico
- Raymond E. Brown, Box 2 Volumes - Comentário de João.
- Richard Bauckham, O Mundo Cristão em torno do Novo Testamento.
- Herman Ridderbos, A Vinda do Reino
(essas obras dão suporte exegético, teológico e lexical para preparar aulas e estudos.)
7. Aplicação pessoal e comunitária (prática)
- A certeza pessoal da salvação — “ter o Filho tem a vida”: examine a pertença relacional (fé, confiança, comunhão) mais do que sinais apenas externos.
- Vida presente, escolhas presentes — se já tenho a vida eterna, minhas prioridades mudam: tempo devocional, testemunho, ética sexual e social, generosidade.
- Conforto diante da morte — a vida em Cristo transforma a morte em passagem para a consumação da vida (consolo pastoral).
- Missão — a vida é boa notícia: anunciar Jesus é oferecer comunhão com o Deus vivente.
- Discernimento comunitário — cultivar cultos, ensino e discipulado que expressem e alimentem essa vida (práticas de permanência em Cristo: Palavra, Ceia, discipulado, fraternidade).
8. Tabela expositiva (resumo para EBD / folheto)
Item
Texto-chaves
Termo (grego / hebraico)
Significado teológico
Aplicação prática
Fonte da vida
Jo 1.4; Jo 5.26
ζωή (zōē)
Vida divina que o Filho possui e comunica
Priorizar comunhão com Cristo (oração, Palavra)
Vida física vs. vida divina
Gn 2.7; Lc 16.25
נֶפֶשׁ חַיָּה / ψυχή (nephesh / psuchē)
Vida biológica (ser vivente) ≠ vida em qualidade divina
Valorizar vida humana, mas buscar vida em Cristo
Vida eterna (qualidade e duração)
Jo 3.15-16; 5.24; 17.3; 1 Jo 5.11-12
ζωή αἰώνιος (zōē aiōnios); αἰών (aión)
Dádiva relacional que é presente e duradoura
Viver como cidadãos do Reino; esperança escatológica
Conhecer = viver
Jo 17.3
γινώσκειν (ginōskein)
Conhecer o Pai e o Filho = conteúdo da vida eterna
Cultivar conhecimento relacional: leitura bíblica, comunhão
Dar vida / vivificar
Jo 5.21; Jo 6.63
ζωοποιέω (zōopoieō)
Ação divina de restaurar/ressuscitar
Oração por vida, ministério de cura/ressurreição espiritual
Permanecer e fruto
Jo 15
μένω (menō)
Permanecer em Cristo produz obediência e fruto
Discipulado constante; comunidade que dá fruto
Pertença relacional
1 Jo 5.12
ἔχω (echō)
“Ter o Filho” = participar da vida
Autoexame: minha fé é relação viva ou formalismo?
A declaração “No Filho de Deus está a vida” resume o núcleo joanino: vida é dom trinitário comunicável, centrado em Cristo, recebido mediante fé e vivido na comunhão. Para o crente adulto: a pergunta diária não é apenas “vou viver mais?” mas “vivo conscientemente da vida que Cristo me deu — e isso muda minha prática, meu testemunho e minha esperança?”
I — NO FILHO DE DEUS ESTÁ A VIDA
Comentário bíblico-teológico aprofundado, com análise léxica (grego/hebraico), referências e aplicação prática.
1. Síntese teológica
No Evangelho de João (e nos escritos joaninos) «vida» não é só existência biológica, mas a qualidade relacional e participativa do ser que pertence a Deus e que é comunicada por Jesus. Cristo não oferece apenas acrescentar mais dias à vida humana; ele dá a própria vida de Deus (ζωὴ) — presente e eterna — que se experimenta agora pela fé e se consumará plenamente na ressurreição e na eternidade. Em João, portanto, vida = comunhão com o Pai por meio do Filho (Jo 17.3), presença do Espírito e frutos de obediência e permanência em Cristo (Jo 15).
2. Análise dos sentidos de vida no NT (comentário sobre as definições citadas)
As observações do Dicionário Vine e do Wycliffe (que você trouxe) capturam bem a amplitude do termo no NT. Complementando:
- Vida absoluta / vida que Deus tem em Si mesmo — João 5.26 fala da vida que o Pai tem em si e que o Filho manifesta. Aqui a vida é atributo divino (ontológico), não apenas um dom funcional.
- Vida física / ψυχή (nephesh) — em passagens como Lc 16.25 ou Gn 2.7 (Heb.) a vida remete ao “ser vivente” (נֶפֶשׁ חַיָּה — nephesh chayyâ). A Septuaginta e o NT distinguem bíos/ψυχή (vida humana) de ζωή (vida em qualidade divina).
- Vida eterna — ζωή αἰώνιος (zōē aiōnios) — termo recorrente em João e em 1 João: qualidade de existência que participa da duração e da qualidade da vida divina. Αἰώνιος deriva de αἰών (era/tempo) e em contexto joanino aponta tanto duração infinita quanto qualidade transcendente.
- Vida como conhecimento / relação — João 17.3 define vida eterna como «conhecer» o Pai e o Filho (γνῶσις relacional): aqui o conteúdo de zōē é existencial e pessoal mais do que meramente cronológico.
Biblia de Estudo Palavra Chave Grego e Hebraico = mostram que o NT usa ζωή num espectro que vai do biológico ao divino-relacional; ler João exige atenção a esse deslocamento semântico.
3. Palavras gregas/hebraicas-chave e notas lexicais
- ζωή (zōē) — “vida” no sentido pleno; em João é qualidade da existência que provém do Pai e é comunicada pelo Filho. Ver: Jo 1.4; 10.10; 11.25. (BDAG: sentido 1 = vida no sentido absoluto / 2 = vida humana).
- βίος (bíos) / ψυχή (psuchē / nephesh) — vida biológica/psicológica; salva distinção entre mera existência humana e zōē divina (Gn 2.7 — hébr. נֶפֶשׁ חַיָּה).
- αἰών (aión) / αἰώνιος (aiōnios) — “era; relativo a uma era” / “eterno, perene”. Em «vida eterna» (zōē aiōnios) o termo sublinha duração e qualidade. A nuance histórica é importante: aiōnios não é mero adjetivo cronológico — em João tem carga qualitativa (vida que pertence ao “aion” de Deus).
- ζωοποιέω (zōopoieō) — “vivificar, dar vida” (ex.: Cristo vivifica; Jo 5.21, 6.63). Indica ação dinâmica de dar vida.
- ἔχω (echō) — “ter/possuir”: 1 Jo 5.12 — “quem tem o Filho tem a vida” — aponta pertença relacional, não posse material.
- γινώσκω / οἶδα (ginōskō / oida) — “conhecer” (relacional, experiencial) — João 17.3: conhecer = participar da vida eterna.
- μένω (menō) — “permanecer, habitar” — marca da vida em João: permanecer em Cristo produz fruto (Jo 15).
No hebraico: חַיִּים (chayyim) = “vidas / vida” e עוֹלָם (olam) usado para noções de duração/eternidade — paralelo funcional a zōē aiōnios / aiónios.
4. Leituras textuais centrais (breve exegese aplicada)
- João 1.4 / 20.31 — o prólogo (1.1–18) já anuncia: a Palavra é vida e essa vida ilumina os homens. O evangelho visa levar leitor a crer para ter vida.
- João 5.24 / 5.26 — a vida está ligada ao julgamento/justificação: o crente “passou da morte para a vida”; o Filho tem autoridade para dar vida porque o Pai a tem.
- João 11.25 — “Eu sou a ressurreição e a vida”: vincula vida à vitória sobre a morte, promessas futuras de ressurreição.
- João 17.3 — vida eterna definida como conhecer o Pai e o Filho: vertente relacional e epistemológica da salvação.
- 1 João 5.11-12 — síntese: a vida é um dom em Cristo; posse do Filho = posse da vida.
- João 4.14 — água viva = imagem da fonte contínua de vida que sacia permanentemente.
Esses textos articulam a tese joanina: a vida é dom trinitário recebido pela fé e experimentado como permanência em Cristo (modo de vida), com consumação escatológica.
5. Implicações teológicas (síntese aprofundada)
- Cristologia ontológica — dizer que o Filho tem vida em si implica alta cristologia: a vida pertence ao ser de Cristo; por isso sua obra vivificadora é autoritativa.
- Soteriologia relacional — a salvação é entrar numa relação vivificante com Deus, não apenas um status legal. «Conhecer» Deus é condição e conteúdo da vida eterna.
- Pneumatologia prática — o Espírito torna presente a vida que Jesus comunica (Jo 3; 7; 14–16); a vida cristã é fruto da presença do Espírito.
- Já / Ainda não escatológico — a vida eterna é já recebida (experiência presente) e ainda será plenamente manifestada na ressurreição e no Juízo (consummation).
- Ética nascida da vida — a vida recebida gera obediência, amor e fruto; não é mera teoria, mas transformação prática (Jo 15; 1 Jo).
6. Referências acadêmicas recomendadas (seleção para estudo)
- D. A. Carson — O Comentário de João.
- Andreas J. Köstenberger, Introdução ao Novo Testamento.
- Craig S. Keener, O Espírito na Igreja.
- Leon Morris, Série comentário bíblico de Lucas.
- Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento, ed. Stanley M. Horton (CPAD).
- Comentário Bíblico Beacon – João (CPAD).
- R. C. Trench, Synonyms of the New Testament (para distinção hypódeigma / typos).
- Colin Brown (ed.), Dicionario de Teologia do NT e AT.
- W. E. Vine, Dicionário Vine de Palavras do NT.
- G. Kittel & G. Friedrich (eds.), Theological Dictionary of the New Testament (TDNT), verbetes ὑπόδειγμα; ποιέω.
- Myer Pearlman, 07 livros - Coleção (CPAD), cap. sobre a humildade de Cristo e a ética cristã.
- Léxicos e dicionários: Biblia de Estudo Palavra Chave Grego e Hebraico
- Raymond E. Brown, Box 2 Volumes - Comentário de João.
- Richard Bauckham, O Mundo Cristão em torno do Novo Testamento.
- Herman Ridderbos, A Vinda do Reino
(essas obras dão suporte exegético, teológico e lexical para preparar aulas e estudos.)
7. Aplicação pessoal e comunitária (prática)
- A certeza pessoal da salvação — “ter o Filho tem a vida”: examine a pertença relacional (fé, confiança, comunhão) mais do que sinais apenas externos.
- Vida presente, escolhas presentes — se já tenho a vida eterna, minhas prioridades mudam: tempo devocional, testemunho, ética sexual e social, generosidade.
- Conforto diante da morte — a vida em Cristo transforma a morte em passagem para a consumação da vida (consolo pastoral).
- Missão — a vida é boa notícia: anunciar Jesus é oferecer comunhão com o Deus vivente.
- Discernimento comunitário — cultivar cultos, ensino e discipulado que expressem e alimentem essa vida (práticas de permanência em Cristo: Palavra, Ceia, discipulado, fraternidade).
8. Tabela expositiva (resumo para EBD / folheto)
Item | Texto-chaves | Termo (grego / hebraico) | Significado teológico | Aplicação prática |
Fonte da vida | Jo 1.4; Jo 5.26 | ζωή (zōē) | Vida divina que o Filho possui e comunica | Priorizar comunhão com Cristo (oração, Palavra) |
Vida física vs. vida divina | Gn 2.7; Lc 16.25 | נֶפֶשׁ חַיָּה / ψυχή (nephesh / psuchē) | Vida biológica (ser vivente) ≠ vida em qualidade divina | Valorizar vida humana, mas buscar vida em Cristo |
Vida eterna (qualidade e duração) | Jo 3.15-16; 5.24; 17.3; 1 Jo 5.11-12 | ζωή αἰώνιος (zōē aiōnios); αἰών (aión) | Dádiva relacional que é presente e duradoura | Viver como cidadãos do Reino; esperança escatológica |
Conhecer = viver | Jo 17.3 | γινώσκειν (ginōskein) | Conhecer o Pai e o Filho = conteúdo da vida eterna | Cultivar conhecimento relacional: leitura bíblica, comunhão |
Dar vida / vivificar | Jo 5.21; Jo 6.63 | ζωοποιέω (zōopoieō) | Ação divina de restaurar/ressuscitar | Oração por vida, ministério de cura/ressurreição espiritual |
Permanecer e fruto | Jo 15 | μένω (menō) | Permanecer em Cristo produz obediência e fruto | Discipulado constante; comunidade que dá fruto |
Pertença relacional | 1 Jo 5.12 | ἔχω (echō) | “Ter o Filho” = participar da vida | Autoexame: minha fé é relação viva ou formalismo? |
A declaração “No Filho de Deus está a vida” resume o núcleo joanino: vida é dom trinitário comunicável, centrado em Cristo, recebido mediante fé e vivido na comunhão. Para o crente adulto: a pergunta diária não é apenas “vou viver mais?” mas “vivo conscientemente da vida que Cristo me deu — e isso muda minha prática, meu testemunho e minha esperança?”
1.2. O efeito do pecado. O pecado afetou a vida física, conforme o Criador já tinha anunciado ao primeiro casal: “certamente morrerás” (Gn 2.17). Mas também o relacionamento com Deus, pois a pessoa que ainda não nasceu de novo está separada da “vida de Deus” (Ef 4.18), estando espiritualmente morta (Ef 2.1). Vide a parábola que Jesus contou sobre o filho que voltou à casa do pai. Em dois versículos, o Senhor usou estas frases: “estava morto, e reviveu” (Lc 15.24,32). O Apóstolo Paulo escreveu que aquele que vive dominado pela prática pecaminosa, “vivendo, está morto” (1Tm 5.6). Todo ser humano depende da luz da Palavra de Deus e da ação do Espírito Santo para não viver espiritualmente enganado, achando-se vivo quando, na verdade, Deus diz que está morto (Ap. 3.1).
Francis Foulkes (1983, pp. 58-59), comenta sobre Efésios 2.1: “O problema do homem não é simplesmente o fato de estar em desarmonia no seu ambiente e com os seus semelhantes, pois todos os homens estão “alheios à vida de Deus” (4.18), o que significa com respeito à verdadeira natureza espiritual que estão “mortos (…) nos delitos e pecados”. […] Esta morte não é basicamente física, mas a perda da vida espiritual recebida, da vida de comunhão com Deus e da consequente capacidade de atividade e desenvolvimento espirituais. Descreve a condição atual do ser humano, e na realidade a Bíblia frequentemente fala do homem como estando espiritualmente morto devido ao pecado (Ez 37.1-4; Rm 6.23; 7.10,24; Cl 2.13), e necessitando de nada menos que uma nova vida da parte de Deus (Ef 5.14; Jo 3.3; 5.24)”.
1.3. O Filho de Deus veio para dar vida. O Apóstolo João registrou que no Filho de Deus, que se fez carne e habitou entre nós, está a vida (Jo 1.4). Ele tem vida e dá vida. O Evangelho de João registra que os estudiosos da Lei buscavam ter Vida Eterna por intermédio do estudo das Escrituras. A questão é que, quando veio o Filho de Deus, aqueles mesmos estudiosos não creram nEle. Eles não perceberam que a vida estava nAquele de quem as mesmas Escrituras que eles estudavam testemunhava (Jo 5.39,40).
R.N. Champlin (2014, pp. 452-453), comentando sobre João 5.39, menciona um texto de Lange’s Commentary: “Conheciam a casca da Bíblia, mas ignoravam a amêndoa que estava dentro dela. Rebuscavam as Escrituras minuciosas, pedante e supersticiosamente, na letra; mas não sentiam simpatia nenhuma pela alma que nelas habitam . Idolatravam o volume escrito, ao mesmo tempo que resistiam à palavra viva ali contida”.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
1.2. O efeito do pecado
O pecado é apresentado na Escritura como desconexão da fonte da vida. Em Gênesis 2.17, o termo מוֹת תָּמוּת (mot tamut), traduzido por “certamente morrerás”, é uma construção hebraica de infinitivo absoluto + verbo no imperfeito, enfatizando a certeza e inevitabilidade da morte. Não se trata apenas da morte física, mas de uma ruptura existencial: o afastamento de Deus.
No NT, Paulo descreve a condição humana sem Cristo como “νεκρούς τοῖς παραπτώμασιν καὶ ταῖς ἁμαρτίαις” (nekrous tois paraptōmasin kai tais hamartiais, Ef 2.1), “mortos em delitos e pecados”. O termo νεκρός (nekros) não significa apenas cadáver, mas também alguém incapaz de responder a estímulos vitais — aqui, espiritualmente incapaz de se voltar para Deus.
Na parábola do filho pródigo (Lc 15.24,32), o pai declara: “ἦν νεκρός καὶ ἀνέζησεν” (ēn nekros kai anezēsen) — “estava morto e reviveu”. O verbo ἀναζάω (anazaō), “reviver”, sugere um retorno a uma vida perdida, reforçando a ideia da restauração espiritual e não apenas sobrevivência física.
Aplicação: Muitos vivem “achando-se vivos” (Ap 3.1), mas espiritualmente mortos. O engano do pecado faz com que o ser humano confunda atividade religiosa ou existência física com vida verdadeira. A Bíblia ensina que sem reconciliação com Deus não há vida, mas apenas sobrevivência passageira.
1.3. O Filho de Deus veio para dar vida
Em João 1.4 lemos: “ἐν αὐτῷ ζωὴ ἦν” (en autō zōē ēn), “Nele estava a vida”. O termo ζωή (zōē), especialmente no Evangelho de João, não é mera vitalidade biológica (para a qual se usa βίος, bios), mas a vida plena, originada em Deus, eterna em qualidade e não apenas em duração.
Jesus denuncia os líderes religiosos: “Examinai as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna; e são elas que de mim testificam. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo 5.39–40). Aqui, João contrapõe vida na letra versus vida no Filho. Eles conheciam as Escrituras, mas rejeitaram a encarnação da Palavra.
Champlin (2014, p. 452-453) cita Lange: “Conheciam a casca da Bíblia, mas ignoravam a amêndoa que estava dentro dela”. Essa metáfora resume bem: a letra sem Cristo é estéril, mas a Escritura em Cristo é fonte de vida.
Aplicação: Assim como os religiosos da época, hoje corremos o risco de transformar a Bíblia em objeto de estudo sem deixar que ela nos conduza à Pessoa de Jesus. O verdadeiro propósito das Escrituras é conduzir-nos a Cristo, a fonte da vida (Jo 10.10).
Tabela Expositiva
Tema
Texto Bíblico
Palavra-Chave
Sentido Exegético
Aplicação Pessoal
A sentença do pecado
Gn 2.17
מוֹת תָּמוּת (mot tamut) = “certamente morrerás”
Ênfase absoluta: morte física + espiritual como consequência inevitável
O pecado separa do Criador e rouba a verdadeira vida
Condição humana sem Cristo
Ef 2.1
νεκρός (nekros) = morto, incapaz de responder
Estado espiritual de alienação e impotência diante de Deus
Sem Cristo, o homem vive, mas está espiritualmente morto
Vida restaurada
Lc 15.24
ἀναζάω (anazaō) = reviver
Retorno à vida perdida, restauração da comunhão
Em Cristo, o pecador morto revive para Deus
Vida no Filho
Jo 1.4
ζωή (zōē) = vida plena, eterna
A vida de Deus presente em Cristo e comunicada ao crente
Só em Cristo encontramos vida abundante e eterna
A Escritura aponta para a Vida
Jo 5.39-40
ζωὴ αἰώνιος (zōē aiōnios) = vida eterna
O estudo bíblico só tem sentido quando conduz a Cristo
A Bíblia não é fim em si mesma, mas caminho para a Pessoa de Jesus
👉 Em resumo: O pecado trouxe morte (espiritual e física), mas o Filho trouxe vida plena (ζωή). A Escritura é o testemunho que aponta para Cristo, a fonte de toda vida verdadeira.
1.2. O efeito do pecado
O pecado é apresentado na Escritura como desconexão da fonte da vida. Em Gênesis 2.17, o termo מוֹת תָּמוּת (mot tamut), traduzido por “certamente morrerás”, é uma construção hebraica de infinitivo absoluto + verbo no imperfeito, enfatizando a certeza e inevitabilidade da morte. Não se trata apenas da morte física, mas de uma ruptura existencial: o afastamento de Deus.
No NT, Paulo descreve a condição humana sem Cristo como “νεκρούς τοῖς παραπτώμασιν καὶ ταῖς ἁμαρτίαις” (nekrous tois paraptōmasin kai tais hamartiais, Ef 2.1), “mortos em delitos e pecados”. O termo νεκρός (nekros) não significa apenas cadáver, mas também alguém incapaz de responder a estímulos vitais — aqui, espiritualmente incapaz de se voltar para Deus.
Na parábola do filho pródigo (Lc 15.24,32), o pai declara: “ἦν νεκρός καὶ ἀνέζησεν” (ēn nekros kai anezēsen) — “estava morto e reviveu”. O verbo ἀναζάω (anazaō), “reviver”, sugere um retorno a uma vida perdida, reforçando a ideia da restauração espiritual e não apenas sobrevivência física.
Aplicação: Muitos vivem “achando-se vivos” (Ap 3.1), mas espiritualmente mortos. O engano do pecado faz com que o ser humano confunda atividade religiosa ou existência física com vida verdadeira. A Bíblia ensina que sem reconciliação com Deus não há vida, mas apenas sobrevivência passageira.
1.3. O Filho de Deus veio para dar vida
Em João 1.4 lemos: “ἐν αὐτῷ ζωὴ ἦν” (en autō zōē ēn), “Nele estava a vida”. O termo ζωή (zōē), especialmente no Evangelho de João, não é mera vitalidade biológica (para a qual se usa βίος, bios), mas a vida plena, originada em Deus, eterna em qualidade e não apenas em duração.
Jesus denuncia os líderes religiosos: “Examinai as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna; e são elas que de mim testificam. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo 5.39–40). Aqui, João contrapõe vida na letra versus vida no Filho. Eles conheciam as Escrituras, mas rejeitaram a encarnação da Palavra.
Champlin (2014, p. 452-453) cita Lange: “Conheciam a casca da Bíblia, mas ignoravam a amêndoa que estava dentro dela”. Essa metáfora resume bem: a letra sem Cristo é estéril, mas a Escritura em Cristo é fonte de vida.
Aplicação: Assim como os religiosos da época, hoje corremos o risco de transformar a Bíblia em objeto de estudo sem deixar que ela nos conduza à Pessoa de Jesus. O verdadeiro propósito das Escrituras é conduzir-nos a Cristo, a fonte da vida (Jo 10.10).
Tabela Expositiva
Tema | Texto Bíblico | Palavra-Chave | Sentido Exegético | Aplicação Pessoal |
A sentença do pecado | Gn 2.17 | מוֹת תָּמוּת (mot tamut) = “certamente morrerás” | Ênfase absoluta: morte física + espiritual como consequência inevitável | O pecado separa do Criador e rouba a verdadeira vida |
Condição humana sem Cristo | Ef 2.1 | νεκρός (nekros) = morto, incapaz de responder | Estado espiritual de alienação e impotência diante de Deus | Sem Cristo, o homem vive, mas está espiritualmente morto |
Vida restaurada | Lc 15.24 | ἀναζάω (anazaō) = reviver | Retorno à vida perdida, restauração da comunhão | Em Cristo, o pecador morto revive para Deus |
Vida no Filho | Jo 1.4 | ζωή (zōē) = vida plena, eterna | A vida de Deus presente em Cristo e comunicada ao crente | Só em Cristo encontramos vida abundante e eterna |
A Escritura aponta para a Vida | Jo 5.39-40 | ζωὴ αἰώνιος (zōē aiōnios) = vida eterna | O estudo bíblico só tem sentido quando conduz a Cristo | A Bíblia não é fim em si mesma, mas caminho para a Pessoa de Jesus |
👉 Em resumo: O pecado trouxe morte (espiritual e física), mas o Filho trouxe vida plena (ζωή). A Escritura é o testemunho que aponta para Cristo, a fonte de toda vida verdadeira.
EU ENSINEI QUE:
O Pai promete Vida Eterna a todo aquele que crer no Filho.
2- A Vida Eterna com Cristo
João não se limitou a escrever que a vida estava no Filho de Deus, mas procurou expor a necessidade de receber essa vida e a possibilidade de desfrutar a Vida Eterna. Essa exposição, que envolve a vida como dádiva de Deus, é feita num contexto cristológico e soteriológico.
2.1. Crer em Jesus Cristo. Considerando o exposto no tópico anterior, o Filho de Deus tem vida e dá vida, vemos que João enfatiza a relevância da fé em Jesus Cristo como o enviado de Deus ao mundo para nos salvar dos nossos pecados. Logo no início do evangelho, encontramos: “aos que crêem no seu nome” (Jo 1.12). Fé é a exigência para a pessoa receber a Vida Eterna (Jo 3.16). A mensagem no Evangelho de João revela que as bênçãos e privilégios que o Filho de Deus veio proporcionar com Sua vinda à terra, inclusive ser membro da família de Deus e ter a vida eterna, são desfrutadas por todos que creem no Filho (Jo 3.36).
Revista Betel Dominical (4° Trimestre de 2017. Professor, pp. 52-53): “É importante estarmos atentos para não confundir a fé que salva e sustenta a vida cristã com outros tipos de fé. Existe a “fé natural”: a semeia na terra crendo que vai colher; é possuída por todos em diferentes graus e situações do cotidiano. Existe a “fé exclusivamente intelectual” (crê na existência de Deus, acredita que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Não é suficiente apenas conhecer, pois os demônios também conhecem a Pessoa e as Obras de Deus (Tg 2.19). Há pessoas que professam a “fé utilitária”, baseada somente nos desejos e interesses humanos (Jo 2.23-24; 12.42-43). É a fé que não conduz ao comprometimento e à renúncia. A pessoa crê, mas não está disposta a se arrepender e passar a viver de acordo com a vontade de Deus”.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
2.1. Crer em Jesus Cristo
João apresenta a fé como a condição indispensável para receber a vida eterna. Em João 1.12 lemos:
“ὅσοι δὲ ἔλαβον αὐτόν, ἔδωκεν αὐτοῖς ἐξουσίαν τέκνα θεοῦ γενέσθαι, τοῖς πιστεύουσιν εἰς τὸ ὄνομα αὐτοῦ.”
“Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome.”
- πιστεύω (pisteuō) = crer, confiar, entregar-se. No Evangelho de João, não é mera aceitação intelectual, mas confiança relacional e comprometida com a Pessoa de Cristo.
- εἰς (eis) τὸ ὄνομα = “crer no nome” indica crer em quem Jesus é, sua identidade divina, e submeter-se à sua autoridade.
Em João 3.16, a fé é a porta para a vida eterna:
- ἵνα πᾶς ὁ πιστεύων… ἔχῃ ζωὴν αἰώνιον – “para que todo aquele que nele crê… tenha vida eterna”.
- O presente do verbo ἔχῃ (echē) indica posse atual e contínua da vida eterna, não apenas futura.
Tipos de fé
A Revista Betel corretamente destaca que João não fala de qualquer fé, mas da fé salvífica:
- Fé natural (esperança na vida cotidiana).
- Fé intelectual (aceitação racional de Deus, mas sem transformação – Tg 2.19).
- Fé utilitária (fé interessada, sem arrependimento – Jo 2.23-24).
- Fé salvífica (relacional, entrega confiante a Cristo – Jo 3.36).
Apoio acadêmico
- Andreas Köstenberger: destaca que o verbo “crer” (pisteuō) aparece quase 100 vezes em João, sempre em forma verbal, o que enfatiza que a fé não é um estado estático, mas um ato contínuo de confiar.
- Leon Morris: afirma que, em João, a fé autêntica sempre resulta em vida eterna e transformação, ao contrário da fé superficial que desaparece diante da perseguição ou da tentação (Jo 6.66).
- D. A. Carson: reforça que a fé em João é inseparável de uma relação pessoal com Jesus, sendo a condição fundamental para participar da vida de Deus.
Aplicação Pessoal
A fé verdadeira vai além de crença intelectual ou tradição religiosa. É uma adesão pessoal a Cristo, que envolve confiança, entrega e submissão. Crer em Jesus é receber a vida eterna como presente, mas também assumir um novo modo de viver. A fé utilitária e superficial não resiste às pressões, mas a fé relacional em Cristo sustenta a vida cristã até o fim.
Tabela Expositiva
Tema
Texto Bíblico
Palavra-Chave
Sentido Exegético
Aplicação Pessoal
Crer em Cristo dá filiação
Jo 1.12
πιστεύω (pisteuō) = crer, confiar
Fé como entrega a Cristo gera nova identidade como filhos de Deus
Nossa identidade não depende do mundo, mas da fé em Cristo
Vida eterna pela fé
Jo 3.16
ζωὴ αἰώνιος (zōē aiōnios) = vida eterna
Vida presente e futura como dádiva divina, recebida pela fé
A vida eterna começa aqui e se consuma na eternidade
A fé autêntica
Jo 3.36
ὁ πιστεύων (ho pisteuōn) = o que crê
Fé contínua em Cristo resulta em vida; incredulidade mantém debaixo da ira
A fé deve ser vivida diariamente, não apenas declarada
Fé superficial
Jo 2.23-24
Fé utilitária
Muitos creram pelos sinais, mas Jesus não confiava neles
É possível “crer” sem compromisso; precisamos de fé relacional
Diferença da fé intelectual
Tg 2.19
Crer = reconhecer
Demônios creem na existência de Deus, mas sem obediência
A fé verdadeira envolve arrependimento, submissão e fruto
📌 Síntese: A vida eterna em João é dom de Deus dado a quem crê de modo relacional e obediente em Jesus. Não basta fé utilitária ou intelectual; a fé que salva envolve entrega, arrependimento e confiança contínua.
2.1. Crer em Jesus Cristo
João apresenta a fé como a condição indispensável para receber a vida eterna. Em João 1.12 lemos:
“ὅσοι δὲ ἔλαβον αὐτόν, ἔδωκεν αὐτοῖς ἐξουσίαν τέκνα θεοῦ γενέσθαι, τοῖς πιστεύουσιν εἰς τὸ ὄνομα αὐτοῦ.”
“Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome.”
- πιστεύω (pisteuō) = crer, confiar, entregar-se. No Evangelho de João, não é mera aceitação intelectual, mas confiança relacional e comprometida com a Pessoa de Cristo.
- εἰς (eis) τὸ ὄνομα = “crer no nome” indica crer em quem Jesus é, sua identidade divina, e submeter-se à sua autoridade.
Em João 3.16, a fé é a porta para a vida eterna:
- ἵνα πᾶς ὁ πιστεύων… ἔχῃ ζωὴν αἰώνιον – “para que todo aquele que nele crê… tenha vida eterna”.
- O presente do verbo ἔχῃ (echē) indica posse atual e contínua da vida eterna, não apenas futura.
Tipos de fé
A Revista Betel corretamente destaca que João não fala de qualquer fé, mas da fé salvífica:
- Fé natural (esperança na vida cotidiana).
- Fé intelectual (aceitação racional de Deus, mas sem transformação – Tg 2.19).
- Fé utilitária (fé interessada, sem arrependimento – Jo 2.23-24).
- Fé salvífica (relacional, entrega confiante a Cristo – Jo 3.36).
Apoio acadêmico
- Andreas Köstenberger: destaca que o verbo “crer” (pisteuō) aparece quase 100 vezes em João, sempre em forma verbal, o que enfatiza que a fé não é um estado estático, mas um ato contínuo de confiar.
- Leon Morris: afirma que, em João, a fé autêntica sempre resulta em vida eterna e transformação, ao contrário da fé superficial que desaparece diante da perseguição ou da tentação (Jo 6.66).
- D. A. Carson: reforça que a fé em João é inseparável de uma relação pessoal com Jesus, sendo a condição fundamental para participar da vida de Deus.
Aplicação Pessoal
A fé verdadeira vai além de crença intelectual ou tradição religiosa. É uma adesão pessoal a Cristo, que envolve confiança, entrega e submissão. Crer em Jesus é receber a vida eterna como presente, mas também assumir um novo modo de viver. A fé utilitária e superficial não resiste às pressões, mas a fé relacional em Cristo sustenta a vida cristã até o fim.
Tabela Expositiva
Tema | Texto Bíblico | Palavra-Chave | Sentido Exegético | Aplicação Pessoal |
Crer em Cristo dá filiação | Jo 1.12 | πιστεύω (pisteuō) = crer, confiar | Fé como entrega a Cristo gera nova identidade como filhos de Deus | Nossa identidade não depende do mundo, mas da fé em Cristo |
Vida eterna pela fé | Jo 3.16 | ζωὴ αἰώνιος (zōē aiōnios) = vida eterna | Vida presente e futura como dádiva divina, recebida pela fé | A vida eterna começa aqui e se consuma na eternidade |
A fé autêntica | Jo 3.36 | ὁ πιστεύων (ho pisteuōn) = o que crê | Fé contínua em Cristo resulta em vida; incredulidade mantém debaixo da ira | A fé deve ser vivida diariamente, não apenas declarada |
Fé superficial | Jo 2.23-24 | Fé utilitária | Muitos creram pelos sinais, mas Jesus não confiava neles | É possível “crer” sem compromisso; precisamos de fé relacional |
Diferença da fé intelectual | Tg 2.19 | Crer = reconhecer | Demônios creem na existência de Deus, mas sem obediência | A fé verdadeira envolve arrependimento, submissão e fruto |
📌 Síntese: A vida eterna em João é dom de Deus dado a quem crê de modo relacional e obediente em Jesus. Não basta fé utilitária ou intelectual; a fé que salva envolve entrega, arrependimento e confiança contínua.
2.2. Receber a Palavra de Deus. Há uma íntima conexão entre crer em Jesus, ter Vida Eterna, ser de Deus e como lidamos com a Palavra de Deus. O Evangelho de João enfatiza bem essa conexão: (a) 5.24 quem ouve a Palavra de Jesus e crê em Deus tem a vida eterna; (b) 5.47 -quem é de Deus escuta as Palavras de Deus; (c) 17.6 – Jesus, em Sua oração, menciona que as pessoas dadas ao Senhor como Seus discípulos são caracterizadas por ter recebido as palavras que lhes foram entregues pelo Filho de Deus enquanto nesta terra. Nosso Senhor disse que Suas Palavras transmitidas aos Seus discípulos “são espírito e vida” (Jo 6.63). Portanto, não podemos desprezar, desvalorizar ou colocar em “segundo plano” as Escrituras Sagradas ao longo da nossa jornada cristã. É uma questão de vida.
D. A. Carson (2007, p. 303) comenta sobre João 6.63: “As palavras de Jesus corretamente entendidas e absorvidas, geram vida, cf. 5.24. Se as palavras de Jesus nesse discurso forem corretamente captadas, então o povo, em vez de rejeitar a Jesus, o verá como o pão do céu, aquele que dá sua carne pela vida do mundo, aquele que é o único que provê vida eterna, e eles o receberam e creram nele, provarão a vida eterna imediatamente e desfrutarão da promessa de que ele os ressuscitará no último dia […] Não é possível se alimentar de Cristo sem se alimentar das palavras de Cristo, porque crer realmente em Jesus não pode estar separado de realmente crer nas palavras de Jesus (5.46,47)”.
2.3. A relevância de praticar a Palavra de Deus. No Evangelho de João, Nosso Senhor Jesus Cristo foi claro ao afirmar que não é suficiente conhecer a Palavra de Deus, concordar, ter em mente, se o discípulo de Cristo não a aplicar no dia a dia. Até mesmo para entender a Palavra de Deus é preciso, antes, disposição para cumprir, fazer a vontade de Deus (Jo 7.17). Precisamos nos aproximar das Escrituras com um compromisso de fé que resulte em comprometimento em cumprir a vontade de Deus. Esse comprometimento parece que estava faltando em muitos que manifestavam crer em Jesus (Jo 8.30,31).
F. F. Bruce (1987, p. 173), comenta sobre João 8.31: “Permanecer nas palavras de Jesus significa aderir ao seu ensino – orientar a vida por ele. O poder com que ele falava já levara alguns dos seus ouvintes a crer nele, mas ser discípulo é algo constante; é um estilo de vida. Um verdadeiro discípulo está em sintonia com a instrução do seu mestre, e a aceita, não cegamente, mas com inteligência. A instrução do mestre torna-se regra de fé e prática do discípulo “. Ou seja, como em João 13.17, a bem-aventurança está interligada a um ponto crucial, que vai além de ouvir, compreender e concordar com a Palavra de Deus: é preciso praticar.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
2.2–2.3 — RECEBER E PRATICAR A PALAVRA: João liga firmemente acreditar em Jesus, receber a sua Palavra e praticá-la com a experiência da vida eterna.
1. Leitura exegética — textos e verbos-chave (com grego)
a) Ouvir + crer = ter vida
- João 5.24 (síntese): “ὁ ἀκούων τὸν λόγον μου καὶ πιστεύων τῷ πέμψαντί με ἔχει ζωὴν αἰώνιον” — ho akouōn ton logon mou kai pisteuōn tō pempsanti me echei zōēn aiōnion.
- ἀκούων (akouōn) — “aquele que ouve/escuta” (não apenas audição física, mas ouvir com receptividade).
- πιστεύων (pisteuōn) — “aquele que crê/confia” (fé relacional).
- ἔχει (echē) — “tem/possui” (posse real e presente da vida eterna).
→ Em João ouvir a palavra de Jesus e crer no Pai são o caminho imediato para a vida presente e eterna.
b) Ser de Deus = ouvir as palavras de Deus
- João 5.47: Jesus contrasta aqueles que “são de Deus” com os que negam: “ὁ μὴ ἀκούων…” — o ponto chave: οἱ ἐκ τοῦ θεοῦ ἀκούουσιν τοὺς λόγους τοῦ θεοῦ — os que pertencem a Deus escutam a sua palavra.
- A escuta é um critério de filiação: quem é de Deus tem ouvido para a Palavra.
c) Receber as palavras dadas pelo Filho
- João 17.6,8: Jesus ora: “τὰ ῥήματα ἃ δέδωκάς μοι παρέδωκα αὐτοῖς” — ta rhēmata ha dedōkas moi paredōka autois — “as palavras que me deste eu lhes dei.”
- παραδίδωμι / παρέδωκα (paradidōmi / paredōka) — “entregar, transmitir”; sublinha transferência autoritativa da Palavra do Pai, pelo Filho, aos discípulos.
- Receber as palavras é receber a missão e a vida que nelas habita.
d) As palavras são “espírito e vida”
- João 6.63: “τὰ ῥήματα ἃ ἐγὼ λελάληκα ὑμῖν πνεῦμά ἐστιν καὶ ζωή ἐστιν” — ta rhēmata ha egō lelalēka hymin pneuma estin kai zōē estin.
- πνεῦμά ἐστιν καὶ ζωή ἐστιν — as palavras de Jesus têm um caráter vivificante; não são mero conteúdo informativo, mas veículo do Espírito e da vida.
- Receber a Palavra implica ação do Espírito que vivifica.
e) Entender requer cumprir / fazer a vontade de Deus
- João 7.17: “ἐὰν τις θέλῃ τὸ θέλημα αὐτοῦ ποιῆσαι, γνώσεται…” — ean tis thelē to thelēma autou poiēsai, gnōsetai — “se alguém quer fazer a vontade, conhecerá se a doutrina vem de Deus.”
- θέλῃ… ποιῆσαι (thelē… poiēsai) — vontade + fazer/obrar: conhecer a verdade da palavra está ligado ao fazer.
f) Permanecer na palavra = ser discípulo
- João 8.31–32: “εἶπεν οὖν Ἰησοῦς τοῖς Ἰουδαίοις τοῖς πεπιστευκόσιν αὐτῷ· εἴ γε ἀμὴν μεῖνέτε ἐν τῷ λόγῳ τῷ ἐμῷ, ἀληθῶς μαθηταί ἐστε” — meinete = “permanecer/abide”.
- μένω (menō) — marca de comunhão contínua: ouvir → obedecer → permanecer.
2. Síntese teológica
- Palavra, fé e Espírito formam um só movimento salvífico.
Em João a Palavra (λόγος) que o Filho anuncia é vivificante porque é veículo do Espírito (πνεῦμα) e por isso gera vida (ζωή). Ouvir desprovido de fé e prática não produz vida; receber a Palavra implica inteira receptividade do coração (οἱ δὲ ἔλαβον αὐτόν — Jo 1.12). - Receber = participar / ser incorporado.
Verbos como λάβειν / δέχεσθαι / παραλαμβάνειν (lambanein / dechomai / paralambanō) carregam tanto a ideia de “aceitar” quanto de “ser incorporado” à família de Deus. Receber a Palavra de Jesus é receber a presença vivificadora de Cristo. - Entendimento ligado a obediência.
João 7.17 aponta uma pedagogia teológica: não se aprende a verdade abstrata; conhece-se a verdade quando se está disposto a fazer a vontade de Deus. Compreensão bíblica, portanto, é epistemologia prática. - Permanecer como índice de vida.
Permanecer na palavra indica discípulado duradouro. João não quer crentes ocasionais, mas crentes que “abidem” — fruto visível de quem recebeu a Palavra e permite que ela molde a vida. - Rejeição das “fés” superficiais.
A crítica joanina às multidões que “acreditavam por causa dos sinais” (Jo 2.23–24) e aos doutores que conhecem a letra porém rejeitam a pessoa (Jo 5.39–40) mantém a definição de fé como entrega existencial, não como conhecimento religioso abstraído.
3. Texto + palavra = vida prática — implicações para a igreja
- Pregação formativa: pregar deve ser mais do que informar; deve convocar ao encontro com o Senhor, abrir espaço para o Espírito agir e desafiar à prática.
- Leitura devocional orientada: estudos bíblicos que cultivem recepção (oração, silêncio, aplicação) e responsabilidade (compromissos práticos, grupos de responsabilidade).
- Discernimento comunitário: instruir para que “ouvir” seja testado por frutos (Gl 5, Mateus 7). Não é anti-intelectualismo, é integração: pensar + receber + praticar.
- Discipulado que forma hábitos: permanência (oração, Palavra, Ceia, confissão, serviço) como práticas que tornam visível a vida recebida.
- Cuidado com “fé utilitária” e “fé só intelectual”: cultivar arrependimento e compromisso, evitar fé de conveniência.
4. Referências acadêmicas sugeridas
- D. A. Carson — O Comentário de João.
- Andreas J. Köstenberger, Introdução ao Novo Testamento.
- Craig S. Keener, O Espírito na Igreja.
- Leon Morris, Série comentário bíblico de Lucas.
- Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento, ed. Stanley M. Horton (CPAD).
- Comentário Bíblico Beacon – João (CPAD).
- R. C. Trench, Synonyms of the New Testament (para distinção hypódeigma / typos).
- Colin Brown (ed.), Dicionario de Teologia do NT e AT.
- W. E. Vine, Dicionário Vine de Palavras do NT.
- G. Kittel & G. Friedrich (eds.), Theological Dictionary of the New Testament (TDNT), verbetes ὑπόδειγμα; ποιέω.
- Myer Pearlman, 07 livros - Coleção (CPAD), cap. sobre a humildade de Cristo e a ética cristã.
- Raymond E. Brown, Box 2 Volumes - Comentário de João.
- Richard Bauckham, O Mundo Cristão em torno do Novo Testamento.
- Herman Ridderbos, A Vinda do Reino
- Léxicos e dicionários: Biblia de Estudo Palavra Chave Grego e Hebraico — para as entradas léxicas: ἀκούω, πίστις, δέχομαι, μένον, ποιέω, λόγος, ζωή.
(As obras acima são as que formam o núcleo bibliográfico para estudos joaninos e soteriologia no NT.)
5. Aplicações práticas (pessoa e comunidade)
- Autoexame: pergunte-se: “Eu apenas ouço ou também obedeço?” (Jo 7.17; 8.31).
- Rotinas espirituais: integrar leitura bíblica que termina em compromisso prático — “o que vou fazer esta semana por causa desta palavra?”
- Ensino com desafio: no ministério, toda exposição bíblica deve sempre terminar em passos concretos de obediência (1–3 ações mensuráveis).
- Pequenos grupos de responsabilização: cultivar permanência através de confissão, oração intercessória e aplicação mútua.
- Formação pastoral: líderes treinados a reconhecer diferença entre ouvir e receber; priorizar discipulado prático.
6. Tabela expositiva (resumo prático)
Tema / Frase
Texto (João)
Verbo grego
Significado central
Aplicação prática
Ouvir e crer → vida
Jo 5.24
ἀκούων (akouōn) / πιστεύων (pisteuōn)
Ouvir receptivamente + fé confiante = posse presente da vida eterna
Ensinar ouvintes a responder com fé; pergunta de aplicação no final da pregação
Ser de Deus = ouvir
Jo 5.47
ἀκούει (akouei)
Filiação testada pela escuta à Palavra
Cultivar igreja que ouve: liturgia, leitura, oração comunitária
Receber as palavras
Jo 17.6,8
παρέδωκα (paredōka) / δέχομαι (dechomai)
Palavra transmitida pelo Filho; discípulos a recebem
Ensino que enfatiza transmissão e recepção: catequese transformadora
Palavras são espírito e vida
Jo 6.63
πνεῦμά ἐστιν καὶ ζωή ἐστιν
As palavras de Jesus vivificam pelo Espírito
Exposição bíblica como ocasião do agir do Espírito (oração pela Palavra)
Conhecer exigindo fazer
Jo 7.17
θέλει ποιῆσαι (thelei poiēsai)
Conhecimento ligado à prática: “querer fazer”
Estudos bíblicos com compromissos práticos e avaliação
Permanecer = ser discípulo
Jo 8.31
μένετε (menete)
Permanência na palavra = estilo de vida discipulador
Grupos de permanência: leitura, confissão, missão
7. Sugestão de atividade para EBD (aplicação prática)
- “Dois Minutos de Decisão” ao final da lição: cada aluno escreve numa ficha uma ação concreta (1 coisa que fará nessa semana para praticar o que ouviu). Reunir as fichas, orar e voltar a checar semana seguinte (pequeno sistema de prestação de contas).
Conclusão
Para João, a Palavra de Jesus não é informação neutra, é energia vivificadora: ouvir sem crer e sem praticar é perder a finalidade da Escritura. Receber a Palavra com fé, permitir que o Espírito a vivifique e obedecê-la (permanecer) são as marcas visíveis de quem já desfruta da vida eterna — aqui e agora.
2.2–2.3 — RECEBER E PRATICAR A PALAVRA: João liga firmemente acreditar em Jesus, receber a sua Palavra e praticá-la com a experiência da vida eterna.
1. Leitura exegética — textos e verbos-chave (com grego)
a) Ouvir + crer = ter vida
- João 5.24 (síntese): “ὁ ἀκούων τὸν λόγον μου καὶ πιστεύων τῷ πέμψαντί με ἔχει ζωὴν αἰώνιον” — ho akouōn ton logon mou kai pisteuōn tō pempsanti me echei zōēn aiōnion.
- ἀκούων (akouōn) — “aquele que ouve/escuta” (não apenas audição física, mas ouvir com receptividade).
- πιστεύων (pisteuōn) — “aquele que crê/confia” (fé relacional).
- ἔχει (echē) — “tem/possui” (posse real e presente da vida eterna).
→ Em João ouvir a palavra de Jesus e crer no Pai são o caminho imediato para a vida presente e eterna.
b) Ser de Deus = ouvir as palavras de Deus
- João 5.47: Jesus contrasta aqueles que “são de Deus” com os que negam: “ὁ μὴ ἀκούων…” — o ponto chave: οἱ ἐκ τοῦ θεοῦ ἀκούουσιν τοὺς λόγους τοῦ θεοῦ — os que pertencem a Deus escutam a sua palavra.
- A escuta é um critério de filiação: quem é de Deus tem ouvido para a Palavra.
c) Receber as palavras dadas pelo Filho
- João 17.6,8: Jesus ora: “τὰ ῥήματα ἃ δέδωκάς μοι παρέδωκα αὐτοῖς” — ta rhēmata ha dedōkas moi paredōka autois — “as palavras que me deste eu lhes dei.”
- παραδίδωμι / παρέδωκα (paradidōmi / paredōka) — “entregar, transmitir”; sublinha transferência autoritativa da Palavra do Pai, pelo Filho, aos discípulos.
- Receber as palavras é receber a missão e a vida que nelas habita.
d) As palavras são “espírito e vida”
- João 6.63: “τὰ ῥήματα ἃ ἐγὼ λελάληκα ὑμῖν πνεῦμά ἐστιν καὶ ζωή ἐστιν” — ta rhēmata ha egō lelalēka hymin pneuma estin kai zōē estin.
- πνεῦμά ἐστιν καὶ ζωή ἐστιν — as palavras de Jesus têm um caráter vivificante; não são mero conteúdo informativo, mas veículo do Espírito e da vida.
- Receber a Palavra implica ação do Espírito que vivifica.
e) Entender requer cumprir / fazer a vontade de Deus
- João 7.17: “ἐὰν τις θέλῃ τὸ θέλημα αὐτοῦ ποιῆσαι, γνώσεται…” — ean tis thelē to thelēma autou poiēsai, gnōsetai — “se alguém quer fazer a vontade, conhecerá se a doutrina vem de Deus.”
- θέλῃ… ποιῆσαι (thelē… poiēsai) — vontade + fazer/obrar: conhecer a verdade da palavra está ligado ao fazer.
f) Permanecer na palavra = ser discípulo
- João 8.31–32: “εἶπεν οὖν Ἰησοῦς τοῖς Ἰουδαίοις τοῖς πεπιστευκόσιν αὐτῷ· εἴ γε ἀμὴν μεῖνέτε ἐν τῷ λόγῳ τῷ ἐμῷ, ἀληθῶς μαθηταί ἐστε” — meinete = “permanecer/abide”.
- μένω (menō) — marca de comunhão contínua: ouvir → obedecer → permanecer.
2. Síntese teológica
- Palavra, fé e Espírito formam um só movimento salvífico.
Em João a Palavra (λόγος) que o Filho anuncia é vivificante porque é veículo do Espírito (πνεῦμα) e por isso gera vida (ζωή). Ouvir desprovido de fé e prática não produz vida; receber a Palavra implica inteira receptividade do coração (οἱ δὲ ἔλαβον αὐτόν — Jo 1.12). - Receber = participar / ser incorporado.
Verbos como λάβειν / δέχεσθαι / παραλαμβάνειν (lambanein / dechomai / paralambanō) carregam tanto a ideia de “aceitar” quanto de “ser incorporado” à família de Deus. Receber a Palavra de Jesus é receber a presença vivificadora de Cristo. - Entendimento ligado a obediência.
João 7.17 aponta uma pedagogia teológica: não se aprende a verdade abstrata; conhece-se a verdade quando se está disposto a fazer a vontade de Deus. Compreensão bíblica, portanto, é epistemologia prática. - Permanecer como índice de vida.
Permanecer na palavra indica discípulado duradouro. João não quer crentes ocasionais, mas crentes que “abidem” — fruto visível de quem recebeu a Palavra e permite que ela molde a vida. - Rejeição das “fés” superficiais.
A crítica joanina às multidões que “acreditavam por causa dos sinais” (Jo 2.23–24) e aos doutores que conhecem a letra porém rejeitam a pessoa (Jo 5.39–40) mantém a definição de fé como entrega existencial, não como conhecimento religioso abstraído.
3. Texto + palavra = vida prática — implicações para a igreja
- Pregação formativa: pregar deve ser mais do que informar; deve convocar ao encontro com o Senhor, abrir espaço para o Espírito agir e desafiar à prática.
- Leitura devocional orientada: estudos bíblicos que cultivem recepção (oração, silêncio, aplicação) e responsabilidade (compromissos práticos, grupos de responsabilidade).
- Discernimento comunitário: instruir para que “ouvir” seja testado por frutos (Gl 5, Mateus 7). Não é anti-intelectualismo, é integração: pensar + receber + praticar.
- Discipulado que forma hábitos: permanência (oração, Palavra, Ceia, confissão, serviço) como práticas que tornam visível a vida recebida.
- Cuidado com “fé utilitária” e “fé só intelectual”: cultivar arrependimento e compromisso, evitar fé de conveniência.
4. Referências acadêmicas sugeridas
- D. A. Carson — O Comentário de João.
- Andreas J. Köstenberger, Introdução ao Novo Testamento.
- Craig S. Keener, O Espírito na Igreja.
- Leon Morris, Série comentário bíblico de Lucas.
- Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento, ed. Stanley M. Horton (CPAD).
- Comentário Bíblico Beacon – João (CPAD).
- R. C. Trench, Synonyms of the New Testament (para distinção hypódeigma / typos).
- Colin Brown (ed.), Dicionario de Teologia do NT e AT.
- W. E. Vine, Dicionário Vine de Palavras do NT.
- G. Kittel & G. Friedrich (eds.), Theological Dictionary of the New Testament (TDNT), verbetes ὑπόδειγμα; ποιέω.
- Myer Pearlman, 07 livros - Coleção (CPAD), cap. sobre a humildade de Cristo e a ética cristã.
- Raymond E. Brown, Box 2 Volumes - Comentário de João.
- Richard Bauckham, O Mundo Cristão em torno do Novo Testamento.
- Herman Ridderbos, A Vinda do Reino
- Léxicos e dicionários: Biblia de Estudo Palavra Chave Grego e Hebraico — para as entradas léxicas: ἀκούω, πίστις, δέχομαι, μένον, ποιέω, λόγος, ζωή.
(As obras acima são as que formam o núcleo bibliográfico para estudos joaninos e soteriologia no NT.)
5. Aplicações práticas (pessoa e comunidade)
- Autoexame: pergunte-se: “Eu apenas ouço ou também obedeço?” (Jo 7.17; 8.31).
- Rotinas espirituais: integrar leitura bíblica que termina em compromisso prático — “o que vou fazer esta semana por causa desta palavra?”
- Ensino com desafio: no ministério, toda exposição bíblica deve sempre terminar em passos concretos de obediência (1–3 ações mensuráveis).
- Pequenos grupos de responsabilização: cultivar permanência através de confissão, oração intercessória e aplicação mútua.
- Formação pastoral: líderes treinados a reconhecer diferença entre ouvir e receber; priorizar discipulado prático.
6. Tabela expositiva (resumo prático)
Tema / Frase | Texto (João) | Verbo grego | Significado central | Aplicação prática |
Ouvir e crer → vida | Jo 5.24 | ἀκούων (akouōn) / πιστεύων (pisteuōn) | Ouvir receptivamente + fé confiante = posse presente da vida eterna | Ensinar ouvintes a responder com fé; pergunta de aplicação no final da pregação |
Ser de Deus = ouvir | Jo 5.47 | ἀκούει (akouei) | Filiação testada pela escuta à Palavra | Cultivar igreja que ouve: liturgia, leitura, oração comunitária |
Receber as palavras | Jo 17.6,8 | παρέδωκα (paredōka) / δέχομαι (dechomai) | Palavra transmitida pelo Filho; discípulos a recebem | Ensino que enfatiza transmissão e recepção: catequese transformadora |
Palavras são espírito e vida | Jo 6.63 | πνεῦμά ἐστιν καὶ ζωή ἐστιν | As palavras de Jesus vivificam pelo Espírito | Exposição bíblica como ocasião do agir do Espírito (oração pela Palavra) |
Conhecer exigindo fazer | Jo 7.17 | θέλει ποιῆσαι (thelei poiēsai) | Conhecimento ligado à prática: “querer fazer” | Estudos bíblicos com compromissos práticos e avaliação |
Permanecer = ser discípulo | Jo 8.31 | μένετε (menete) | Permanência na palavra = estilo de vida discipulador | Grupos de permanência: leitura, confissão, missão |
7. Sugestão de atividade para EBD (aplicação prática)
- “Dois Minutos de Decisão” ao final da lição: cada aluno escreve numa ficha uma ação concreta (1 coisa que fará nessa semana para praticar o que ouviu). Reunir as fichas, orar e voltar a checar semana seguinte (pequeno sistema de prestação de contas).
Conclusão
Para João, a Palavra de Jesus não é informação neutra, é energia vivificadora: ouvir sem crer e sem praticar é perder a finalidade da Escritura. Receber a Palavra com fé, permitir que o Espírito a vivifique e obedecê-la (permanecer) são as marcas visíveis de quem já desfruta da vida eterna — aqui e agora.
EU ENSINEI QUE:
Após Sua morte, Jesus ressuscitou e voltou ao Céu para nos preparar para o lugar.
3- A esperança dos salvos
O Evangelho de João não destaca somente o desfrutar da Vida Eterna por aquele que crê, recebe Jesus e permanece em Suas Palavras ao longo da jornada nesta terra, mas também pontua alguns aspectos que compõem a realidade futura do discípulo de Cristo.
3.1. A Esperança que impulsiona o discípulo. A esperança no retorno de Jesus Cristo gera a certeza de que as dores e os sofrimentos da vida terrena são pequenos diante dos bens eternos preparados para os filhos de Deus (Jo 14.3). No Livro de Apocalipse, João ressalta que vamos morar com o Pai em Seu Tabernáculo Eterno: seremos o Seu povo; e Ele, o nosso Deus (Ap 21.3). Lá não haverá pranto, nem morte, nem clamor, nem dor (Ap 21.4). Tamanha esperança nos motiva a perseverar em Cristo Jesus, pois nEle está a Vida Eterna (Jo 3.15).
Bispo Primaz Manoel Ferreira (2016, p.106): “Diante de tudo que a Palavra de Deus nos apresenta, concluímos que todo cristão pode e deve crer que o Senhor Jesus voltará. A vinda de Jesus não pode, em hipótese alguma, apavorar o salvo. Devemos viver motivados, alegres, deixando Cristo viver através de nós porque, quando esse momento chegar, valerá todas as afrontas e sofrimentos que já vivemos (1 Jo 3.2; Ap 21.2,3).
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
3 — A ESPERANÇA DOS SALVOS (comentário bíblico-teológico)
1. Problema e tese
João não apresenta apenas a vida que já se recebe em Cristo; ele liga essa vida à esperança escatológica — a certeza de que o Senhor voltará e que há uma morada definitiva com Deus. Essa esperança tem poder formativo: ela orienta a vida presente, dá sentido ao sofrimento e impulsiona a perseverança do discípulo.
2. Leitura exegética dos textos-chave (síntese)
João 14.1–3 (foco v.3) — “Eu vou preparar lugar… voltarei”
- Jesus promete: ele “irá, preparará lugar e voltará para nos levar para si”.
- Termos gregos importantes: ἔρχομαι πάλιν / παραλήμψομαι (erchomai palin / paralēmpsomai) — “vir de novo / receber/ levar consigo”.
- O sentido: a vinda de Cristo não é vaga esperança, mas ação futura certeira que resulta em comunhão permanente (“ἵνα ὅπου εἰμὶ ἐγὼ καὶ ὑμεῖς ἦτε” — para que onde eu estiver, vocês estejam também).
Apocalipse 21.1–4 (foco v.3–4) — “A habitação/Tabernáculo de Deus com os homens”
- João visiona a nova criação e ouve: “Eis a σκηνὴ (skēnē — tabernáculo/tenda) de Deus com os homens; ele habitará com eles… e Deus limpará toda lágrima; não haverá mais morte, nem pranto, nem dor.”
- σκηνή (skēnē) dialoga com o tabernáculo do Êxodo: a presença de Deus entre o seu povo volta a ser plena e definitiva.
- ἐξαλεῖψις (exaleipsis) — “eliminação / enxugar”; οὐκέτι (ouketi) — “nunca mais / não mais”: linguagem de consumação que remove todas as consequências do pecado.
1 João 3.2 — “Seremos semelhantes a ele”
- João afirma que, quando Cristo aparecer, veremos-o como ele é e seremos semelhantes a ele. A vinda de Cristo produz transformação corpórea e glorificação.
- Esta esperança transforma o presente: o discípulo vive para aquela aparência, sabendo que a transformação será completa.
3. Análise léxica e teológica (palavras gregas-chave)
- ἐλπίς (elpís) — “esperança”
- No NT, ἐλπίς tem sentido de expectativa confiante (não mera suposição). É esperança ancorada em fatos salvadores (ressurreição, promessa do Filho). Em João e nas cartas apostólicas, a esperança é certa porque funda-se na obra de Cristo e na ação do Pai.
- ἔρχομαι / παλιν ἔρχεσθαι (erchomai / palin erchesthai) — “vir / voltar”
- A vinda de Cristo é apresentada como evento real e esperável. Em João, “ἐρχομαι πάλιν” tem caráter consolador e decisivo.
- παραλαμβάνω / παραλήμψομαι (paralambanō / paralēmpsomai) — “receber, levar consigo”
- Indica que a vinda de Cristo culminará na remoção da separação e na comunhão definitiva.
- σκηνή (skēnē) — “tabernáculo, tenda”
- Palavra carregada de memória do Êxodo/Presença divina. Em Ap 21 ela anuncia a presença habitacional de Deus entre o seu povo — cumprimento das promessas do AT.
- ἐξαλείφω (exaleiphō) — “enxugar, eliminar” (uso em Ap 21:4: ἐξαλεῖψει πᾶν δάκρυον)
- Expressa não só consolo, mas remoção definitiva das consequências da queda (morte, dor).
- ζωή αἰώνιος (zōē aiōnios) — “vida eterna”
- Em João, vida eterna é simultaneamente dom presente e herança futura; a esperança escatológica é a consumação desta vida.
- ὑπομονή (hypomonē) e πᾶσιν (perseverance)
- Embora não explicitamente focalizados nos trechos acima, esses termos descrevem a disposição causada pela esperança: perseverança, resistência paciente diante do sofrimento.
4. Implicações teológicas (síntese aprofundada)
- Esperança cristã = certeza fundada em Cristo
- Não é otimismo humano nem escapismo: é confiança histórica e teológica na pessoa e obra do Cristo (seu triunfo sobre morte e pecado).
- Presença divina e nova criação
- A promessa do “tabernáculo” revela que a esperança não é apenas individual (salvação da alma), mas comunitária e cósmica: reconciliação de toda a criação (o “novo céu e nova terra”).
- Motivação moral e pastoral
- Saber que “não haverá mais pranto nem dor”modela a ética cristã: paciência nas tribulações, cuidado com o sofrimento alheio, consolação prática.
- Escatologia que sustenta missão
- A esperança não provoca passivismo; ao contrário, é impulso missionário: anunciar Aquele que voltará e instaurará a consumação.
- Consolação nas perdas
- Para os enlutados, a promessa de que Deus enxugará nossas lágrimas é poderosamente pastoral: nossa teologia estabelece práticas de luto com esperança real.
5. Referências acadêmicas (seleção para aprofundamento)
- D. A. Carson — O Comentário de João.
- Andreas J. Köstenberger, Introdução ao Novo Testamento.
- Craig S. Keener, O Espírito na Igreja.
- Leon Morris, Série comentário bíblico de Lucas.
- Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento, ed. Stanley M. Horton (CPAD).
- Comentário Bíblico Beacon – João (CPAD).
- R. C. Trench, Synonyms of the New Testament (para distinção hypódeigma / typos).
- Colin Brown (ed.), Dicionario de Teologia do NT e AT.
- W. E. Vine, Dicionário Vine de Palavras do NT.
- G. Kittel & G. Friedrich (eds.), Theological Dictionary of the New Testament (TDNT), verbetes ὑπόδειγμα; ποιέω.
- Myer Pearlman, 07 livros - Coleção (CPAD), cap. sobre a humildade de Cristo e a ética cristã.
- Raymond E. Brown, Box 2 Volumes - Comentário de João.
- Richard Bauckham, O Mundo Cristão em torno do Novo Testamento.
- Herman Ridderbos, A Vinda do Reino
- Léxicos e dicionários: Biblia de Estudo Palavra Chave Grego e Hebraico
(essas referências são adequadas para professores e para fundamentação bibliográfica da sua lição).
6. Aplicação pastoral e pessoal (práticas concretas)
- Viver com horizonte escatológico: permita que a certeza da vinda de Cristo transforme prioridades (tempo, finanças, relacionamentos).
- Consolo comunitário: pastorear os enlutados com base na promessa de Ap 21:4 — exercícios práticos: liturgia de recordação, proclamação da ressurreição, oração de consolo.
- Perseverança nas provas: ensinar a esperar com paciência (ὑπομονή), praticando a esperança ativa (orar, servir, testemunhar).
- Motivação missionária: anunciar o evangelho com ênfase na esperança futura (não apenas “salvação pessoal”, mas nova criação).
- Espiritualidade do “agora e ainda não”: cultivar práticas que exprimam a “presença” (comunhão, adoração) e ao mesmo tempo mantenham expectativa viva (jejum, vigília, testemunho).
7. Tabela expositiva (pronta para EBD / apostila)
Texto
Palavra grega
Sentido lexical
Observação teológica
Aplicação prática
João 14:3
ἔρχομαι πάλιν / παραλήμψομαι (erchomai palin / paralēmpsomai)
“voltarei / receberei”
Vinda de Cristo para nos levar à comunhão definitiva
Viver à luz da volta: escolhas que priorizem o eterno
Apocalipse 21:3
σκηνὴ τοῦ θεοῦ (skēnē tou Theou)
“a tenda/tabernáculo de Deus”
Presença definitiva de Deus entre o seu povo — cumprimento do AT
Cultivar adoração que antecipa a presença plena: liturgia e comunhão
Apocalipse 21:4
ἐξαλεῖψει πᾶν δάκρυον (exaleipsei pan dakruon)
“limpará toda lágrima”
Remoção final da dor e da morte
Pastoral do luto com esperança; consolo bíblico
1 Jo 3:2
ὄψομεν αὐτὸν ὅτι ὁ ὄψεταί (opsometha auton)
“o veremos como é”
Visão transformadora na vinda: glorificação
Esperança que motiva santidade e serviço
Esperança cristã
ἐλπίς (elpis)
Expectativa confiante baseada em promessas
Não é otimismo, mas certeza em Cristo
Perseverança, missão, consolo comunitário
Perseverança
ὑπομονή (hypomonē)
Paciência perseverante
Virtude cultivada pela esperança escatológica
Discipulado que forma resistência espiritual
8. Perguntas para reflexão / discussão em EBD
- Como a promessa de João 14:3 muda a forma como enfrentamos perdas e sofrimentos?
- De que modo o imaginário do “tabernáculo de Deus” em Ap 21 altera nossa compreensão de igreja e adoração?
- Onde a nossa comunidade precisa de mais “esperança prática” (consolo, missão, perseverança)?
- Quais práticas litúrgicas e pastorais ajudam a tornar real a esperança escatológica na vida cotidiana da igreja?
Conclusão
A esperança dos salvos em João e em Apocalipse não é mero sonho consolador: é realidade firmada na pessoa de Cristo (ele voltará), anunciada pelos sinais da nova criação (Deus habitando com a sua gente) e capaz de transformar a vida presente (motivação para perseverar, consolar e testemunhar). Ensine e viva essa esperança de modo prático: ela dá forma à ética, à liturgia e à missão da igreja.
3 — A ESPERANÇA DOS SALVOS (comentário bíblico-teológico)
1. Problema e tese
João não apresenta apenas a vida que já se recebe em Cristo; ele liga essa vida à esperança escatológica — a certeza de que o Senhor voltará e que há uma morada definitiva com Deus. Essa esperança tem poder formativo: ela orienta a vida presente, dá sentido ao sofrimento e impulsiona a perseverança do discípulo.
2. Leitura exegética dos textos-chave (síntese)
João 14.1–3 (foco v.3) — “Eu vou preparar lugar… voltarei”
- Jesus promete: ele “irá, preparará lugar e voltará para nos levar para si”.
- Termos gregos importantes: ἔρχομαι πάλιν / παραλήμψομαι (erchomai palin / paralēmpsomai) — “vir de novo / receber/ levar consigo”.
- O sentido: a vinda de Cristo não é vaga esperança, mas ação futura certeira que resulta em comunhão permanente (“ἵνα ὅπου εἰμὶ ἐγὼ καὶ ὑμεῖς ἦτε” — para que onde eu estiver, vocês estejam também).
Apocalipse 21.1–4 (foco v.3–4) — “A habitação/Tabernáculo de Deus com os homens”
- João visiona a nova criação e ouve: “Eis a σκηνὴ (skēnē — tabernáculo/tenda) de Deus com os homens; ele habitará com eles… e Deus limpará toda lágrima; não haverá mais morte, nem pranto, nem dor.”
- σκηνή (skēnē) dialoga com o tabernáculo do Êxodo: a presença de Deus entre o seu povo volta a ser plena e definitiva.
- ἐξαλεῖψις (exaleipsis) — “eliminação / enxugar”; οὐκέτι (ouketi) — “nunca mais / não mais”: linguagem de consumação que remove todas as consequências do pecado.
1 João 3.2 — “Seremos semelhantes a ele”
- João afirma que, quando Cristo aparecer, veremos-o como ele é e seremos semelhantes a ele. A vinda de Cristo produz transformação corpórea e glorificação.
- Esta esperança transforma o presente: o discípulo vive para aquela aparência, sabendo que a transformação será completa.
3. Análise léxica e teológica (palavras gregas-chave)
- ἐλπίς (elpís) — “esperança”
- No NT, ἐλπίς tem sentido de expectativa confiante (não mera suposição). É esperança ancorada em fatos salvadores (ressurreição, promessa do Filho). Em João e nas cartas apostólicas, a esperança é certa porque funda-se na obra de Cristo e na ação do Pai.
- ἔρχομαι / παλιν ἔρχεσθαι (erchomai / palin erchesthai) — “vir / voltar”
- A vinda de Cristo é apresentada como evento real e esperável. Em João, “ἐρχομαι πάλιν” tem caráter consolador e decisivo.
- παραλαμβάνω / παραλήμψομαι (paralambanō / paralēmpsomai) — “receber, levar consigo”
- Indica que a vinda de Cristo culminará na remoção da separação e na comunhão definitiva.
- σκηνή (skēnē) — “tabernáculo, tenda”
- Palavra carregada de memória do Êxodo/Presença divina. Em Ap 21 ela anuncia a presença habitacional de Deus entre o seu povo — cumprimento das promessas do AT.
- ἐξαλείφω (exaleiphō) — “enxugar, eliminar” (uso em Ap 21:4: ἐξαλεῖψει πᾶν δάκρυον)
- Expressa não só consolo, mas remoção definitiva das consequências da queda (morte, dor).
- ζωή αἰώνιος (zōē aiōnios) — “vida eterna”
- Em João, vida eterna é simultaneamente dom presente e herança futura; a esperança escatológica é a consumação desta vida.
- ὑπομονή (hypomonē) e πᾶσιν (perseverance)
- Embora não explicitamente focalizados nos trechos acima, esses termos descrevem a disposição causada pela esperança: perseverança, resistência paciente diante do sofrimento.
4. Implicações teológicas (síntese aprofundada)
- Esperança cristã = certeza fundada em Cristo
- Não é otimismo humano nem escapismo: é confiança histórica e teológica na pessoa e obra do Cristo (seu triunfo sobre morte e pecado).
- Presença divina e nova criação
- A promessa do “tabernáculo” revela que a esperança não é apenas individual (salvação da alma), mas comunitária e cósmica: reconciliação de toda a criação (o “novo céu e nova terra”).
- Motivação moral e pastoral
- Saber que “não haverá mais pranto nem dor”modela a ética cristã: paciência nas tribulações, cuidado com o sofrimento alheio, consolação prática.
- Escatologia que sustenta missão
- A esperança não provoca passivismo; ao contrário, é impulso missionário: anunciar Aquele que voltará e instaurará a consumação.
- Consolação nas perdas
- Para os enlutados, a promessa de que Deus enxugará nossas lágrimas é poderosamente pastoral: nossa teologia estabelece práticas de luto com esperança real.
5. Referências acadêmicas (seleção para aprofundamento)
- D. A. Carson — O Comentário de João.
- Andreas J. Köstenberger, Introdução ao Novo Testamento.
- Craig S. Keener, O Espírito na Igreja.
- Leon Morris, Série comentário bíblico de Lucas.
- Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento, ed. Stanley M. Horton (CPAD).
- Comentário Bíblico Beacon – João (CPAD).
- R. C. Trench, Synonyms of the New Testament (para distinção hypódeigma / typos).
- Colin Brown (ed.), Dicionario de Teologia do NT e AT.
- W. E. Vine, Dicionário Vine de Palavras do NT.
- G. Kittel & G. Friedrich (eds.), Theological Dictionary of the New Testament (TDNT), verbetes ὑπόδειγμα; ποιέω.
- Myer Pearlman, 07 livros - Coleção (CPAD), cap. sobre a humildade de Cristo e a ética cristã.
- Raymond E. Brown, Box 2 Volumes - Comentário de João.
- Richard Bauckham, O Mundo Cristão em torno do Novo Testamento.
- Herman Ridderbos, A Vinda do Reino
- Léxicos e dicionários: Biblia de Estudo Palavra Chave Grego e Hebraico
(essas referências são adequadas para professores e para fundamentação bibliográfica da sua lição).
6. Aplicação pastoral e pessoal (práticas concretas)
- Viver com horizonte escatológico: permita que a certeza da vinda de Cristo transforme prioridades (tempo, finanças, relacionamentos).
- Consolo comunitário: pastorear os enlutados com base na promessa de Ap 21:4 — exercícios práticos: liturgia de recordação, proclamação da ressurreição, oração de consolo.
- Perseverança nas provas: ensinar a esperar com paciência (ὑπομονή), praticando a esperança ativa (orar, servir, testemunhar).
- Motivação missionária: anunciar o evangelho com ênfase na esperança futura (não apenas “salvação pessoal”, mas nova criação).
- Espiritualidade do “agora e ainda não”: cultivar práticas que exprimam a “presença” (comunhão, adoração) e ao mesmo tempo mantenham expectativa viva (jejum, vigília, testemunho).
7. Tabela expositiva (pronta para EBD / apostila)
Texto | Palavra grega | Sentido lexical | Observação teológica | Aplicação prática |
João 14:3 | ἔρχομαι πάλιν / παραλήμψομαι (erchomai palin / paralēmpsomai) | “voltarei / receberei” | Vinda de Cristo para nos levar à comunhão definitiva | Viver à luz da volta: escolhas que priorizem o eterno |
Apocalipse 21:3 | σκηνὴ τοῦ θεοῦ (skēnē tou Theou) | “a tenda/tabernáculo de Deus” | Presença definitiva de Deus entre o seu povo — cumprimento do AT | Cultivar adoração que antecipa a presença plena: liturgia e comunhão |
Apocalipse 21:4 | ἐξαλεῖψει πᾶν δάκρυον (exaleipsei pan dakruon) | “limpará toda lágrima” | Remoção final da dor e da morte | Pastoral do luto com esperança; consolo bíblico |
1 Jo 3:2 | ὄψομεν αὐτὸν ὅτι ὁ ὄψεταί (opsometha auton) | “o veremos como é” | Visão transformadora na vinda: glorificação | Esperança que motiva santidade e serviço |
Esperança cristã | ἐλπίς (elpis) | Expectativa confiante baseada em promessas | Não é otimismo, mas certeza em Cristo | Perseverança, missão, consolo comunitário |
Perseverança | ὑπομονή (hypomonē) | Paciência perseverante | Virtude cultivada pela esperança escatológica | Discipulado que forma resistência espiritual |
8. Perguntas para reflexão / discussão em EBD
- Como a promessa de João 14:3 muda a forma como enfrentamos perdas e sofrimentos?
- De que modo o imaginário do “tabernáculo de Deus” em Ap 21 altera nossa compreensão de igreja e adoração?
- Onde a nossa comunidade precisa de mais “esperança prática” (consolo, missão, perseverança)?
- Quais práticas litúrgicas e pastorais ajudam a tornar real a esperança escatológica na vida cotidiana da igreja?
Conclusão
A esperança dos salvos em João e em Apocalipse não é mero sonho consolador: é realidade firmada na pessoa de Cristo (ele voltará), anunciada pelos sinais da nova criação (Deus habitando com a sua gente) e capaz de transformar a vida presente (motivação para perseverar, consolar e testemunhar). Ensine e viva essa esperança de modo prático: ela dá forma à ética, à liturgia e à missão da igreja.
3.2. A dimensão futura da vida eterna. Nosso Senhor declarou que, no fim desta era, os que morreram em Cristo participarão da ressurreição para a vida (Jo 5.29). É uma garantia que foi revelada pelo próprio Senhor em um outro momento: Jo 6.40,54. Todo aquele que crê no Filho de Deus, e nEle permanece, já tem uma experiência parcial da Vida Eterna e vive na esperança de participar da dimensão futura desta vida em Cristo. O Apóstolo Paulo, escrevendo sobre essa dimensão futura, registrou: “partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1.23). Hoje, já desfrutamos da bênção de viver em Cristo (“tem a vida eterna”, Jo 5.24), mas o discípulo de Jesus também vive na esperança de vivenciar a “glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.17).
William Barros (2022, L.13): “Toda a tragédia que acometeu a raça humana desde a Queda de Adão será finalmente superada por um novo tempo. Um tempo sem Satanás e seus demônios, sem a maldição do pecado e suas consequências terríveis, vistas ao longo da história do homem (Ap 21.4). Assim, vemos que a morte, o último inimigo do homem, será definitivamente derrotada (1Co 15.54). Esse propósito será agora cumprido, e Deus habitará com o homem (Ap 21.3). Que tempo glorioso será este!”
3.3. Estar onde Jesus Cristo está. No início do chamado “discurso de despedida”, o Senhor prepara os discípulos para Sua partida. Inicia dizendo que eles não poderiam ir para onde Ele estava indo (Jo 13.33). Podemos imaginar o espanto, a preocupação e a apreensão daqueles que ali estavam. E, então, Nosso Senhor lhes diz: “Não fiquem tristes e preocupados”, Jo 14.1. A mensagem foi que deveriam continuar crendo na provisão, no cuidado e nas promessas do Senhor. Um dia Ele voltará para buscar os Seus que estão nesta terra. Os que morreram em Cristo serão ressuscitados, e os que estiverem vivos em Cristo serão transformados (Jo 14.3; 1Ts 4.13-18). Para estar com o Senhor por toda a eternidade, é preciso viver no Senhor enquanto nesta terra.
F. F. Bruce (1987, p. 255) comenta sobre João 14.2-3: “A casa de meu Pai já foi mencionada por Jesus em outro sentido, em 2.16: “a casa de meu Pai” é o templo de Jerusalém. Aqui, todavia, a casa (oikia) de meu Pai obviamente não é na terra; é o lar celestial para onde Jesus está indo e onde sua gente também tem um lugar prometido. Antes, durante a mesma semana, Jesus havia dito: “Onde eu estou, ali estará também o meu servo” (12.26); agora ele amplia esta promessa dizendo que levará seus seguidores pessoalmente para lá”.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
3.2 — A DIMENSÃO FUTURA DA VIDA ETERNA
1. Enunciado bíblico e panorama
João liga a vida que já se dá ao crente com a sua consumação no fim dos tempos. Jesus promete que “virá a hora” em que haverá ressurreião «εἰς ἀνάστασιν ζωῆς» (Jo 5.29) — os que praticaram o bem entrarão na ressurreição para a vida. João 6:40 e 6:54 repetem a mesma certeza: o crente que crê e permanece terá a ressurreição e a vida. Paulo, em tom pessoal, apresenta a esperança como algo desejável: partir e estar com Cristo (Fp 1.23) — a consciência de que a comunhão plena com o Senhor é “ainda melhor”. Assim a vida eterna tem uma dimensão presente (posse pela fé) e futura (consumação na ressurreição e transfiguração final).
2. Palavras-gregas-chave (comentário lexical)
- ἀνάστασις (anastasis) — ressurreição. Em João 5:29 a expressão “εἰς ἀνάστασιν ζωῆς” contrapõe-se a “εἰς κρίσιν” (para juízo). A ressurreição é o ato escatológico pelo qual a vida (ζωή) é devidamente concedida na esfera final.
- ζωή / ζωὴ αἰώνιος (zōē / zōē aiōnios) — vida / vida eterna. João usa zōē aiōnios para indicar a qualidade e a duração dessa vida: já presente e plena no Senhor, e consumada no futuro.
- παρουσία (parousia) e ἐπιφάνεια / ἀποκάλυψις (epiphaneia / apokalypsis) — palavras usadas no NT para a vinda ou manifestação do Senhor; a certeza dessa vinda fundamenta a esperança. (Jo 14:3 — “voltarei” → a ideia de parousia é o pano de fundo escatológico.)
- μεταμόρφωσις / μετὰλλαγή (metamorphosis / metallage) — termos ligados à transformação que os vivos sofrerão quando Cristo vier (cf. 1 Cor 15; 1 Ts 4–5).
- συγκληρονόμοι / συγκληρονομία (sunklēronomoi / sunklēronomia) — “co-herdeiros” (Rm 8:17), a linguagem paulina que aponta para a participação plena na glória futura.
Nota: João enfatiza a dimensão qualitativa (vida = comunhão) enquanto a tradição paulina amplia com imagens corpóreas (transformação, vitória sobre a morte). Juntas, as tradições apresentam uma esperança corpóreo-pessoal, não um mero “espiritualismo”.
3. Leitura teológica
- Já / ainda-não: o crente tem agora a vida (Jo 5.24), mas aguarda a sua plena manifestação na ressurreição (Jo 6.40; 6.54). A teologia joanina e paulina convoca um equilíbrio: paz presente e esperança futura.
- Natureza da consumação: a ressurreição não é reconstituição meramente biológica, mas entrada na vida definitiva, transformação do ser (cf. 1Co 15:42–54). A morte (ὁ ἐσχάτος ἐχθρός) será vencida — “o último inimigo é aniquilado”.
- Motivação existencial: a esperança altera a prática: perseverança, santidade e missão decorrem da certeza de que “a glória que há de ser revelada em nós” (Rm 8:18) compensa as aflições presentes.
4. Referências acadêmicas (úteis)
- D. A. Carson — O Comentário de João.
- Andreas J. Köstenberger, Introdução ao Novo Testamento.
- Craig S. Keener, O Espírito na Igreja.
- Leon Morris, Série comentário bíblico de Lucas.
- Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento, ed. Stanley M. Horton (CPAD).
- Comentário Bíblico Beacon – João (CPAD).
- R. C. Trench, Synonyms of the New Testament (para distinção hypódeigma / typos).
- Colin Brown (ed.), Dicionario de Teologia do NT e AT.
- W. E. Vine, Dicionário Vine de Palavras do NT.
- G. Kittel & G. Friedrich (eds.), Theological Dictionary of the New Testament (TDNT), verbetes ὑπόδειγμα; ποιέω.
- Myer Pearlman, 07 livros - Coleção (CPAD), cap. sobre a humildade de Cristo e a ética cristã.
- Raymond E. Brown, Box 2 Volumes - Comentário de João.
- Richard Bauckham, O Mundo Cristão em torno do Novo Testamento.
- Herman Ridderbos, A Vinda do Reino
- Léxicos e dicionários: Biblia de Estudo Palavra Chave Grego e Hebraico
3.3 — ESTAR ONDE JESUS CRISTO ESTÁ
1. Texto e contexto
No “discurso de despedida” (João 13–17) Jesus prepara os discípulos para sua partida: “vós não podeis ir para onde eu vou… não turbe o vosso coração… eu vou preparar-vos lugar; voltarei e vos levarei comigo, para que onde eu estou, estejais vós também” (Jo 13.33; 14.1–3). O propósito é claro: a comunhão com Cristo é definitiva e pessoal — “estar com o Senhor” é o destino eterno dos que permanecem nele.
2. Palavras-gregas importantes
- παραδέχομαι / παραλαμβάνω (paradechomai / paralambanō / παραλήμψομαι) — “receber / levar consigo”; em Jo 14:3 a promessa de “παραλήμψομαι” implica acolhimento e transporte à presença de Cristo.
- οἶκος / οἰκία (oikos / oikia) — “casa, lar”; Jesus fala de “οἶκός μου” (a casa de meu Pai) como morada celestial; a imagem retoma o tabernáculo / templo: presença divina habitacional.
- μένω (menō) — permanecer: contra a compreensão passiva, “estar com Jesus” implica permanecer nele agora. A permanência é a condição e a garantia.
- ἔρχομαι πάλιν (erchomai palin) — “vir de novo”: fundamento escatológico da promessa.
3. Implicações teológicas
- Relação presente→consumação futura: Jesus não promete um “lugar neutro”; promete “estar com ele” — identidade pessoal e relacional. O convite à permanência (ménō) torna a promessa atual: quem vive em Cristo já está participando da vida eterna, e, no futuro, essa participação será corporal e plena.
- Conforto e coragem pastoral: a promessa de que Cristo voltará e “nos levará” é remédio para a ansiedade humana (Jo 14.1). Paulo partilha a mesma convicção (Fp 1.21–23; 1Ts 4:13–18): a morte dos crentes não é derrota, mas passagem para estar com Cristo.
- Transformação escatológica: os que estiverem vivos serão transformados (cf. 1Ts 4:16–17; 1Co 15), ilustrando que “estar com Cristo” envolve mudança corpórea e glorificação.
4. Referências acadêmicas
- F. F. Bruce — comentário conciso sobre João 14: a casa do Pai como lar celestial.
- Leon Morris / D. A. Carson — análises sobre “estar com Cristo” e a consolação joanina.
- N. T. Wright — sobre “estar com Cristo” e corporeidade escatológica.
- Comentários de 1 Tessalonicenses (sobre o arrebatamento e transformação dos vivos).
4 — APLICAÇÕES PRÁTICAS
- Vida de esperança ativa: Não viver sob fatalismo nem sob escapismo. A esperança motiva perseverança, serviço e santidade (Rm 8; 1Pe 1:3–9).
- Consolo pastoral: usar as promessas joaninas e paulinas na pregação e no cuidado aos enlutados: a morte do crente é sono com futuro certo (1Ts 4).
- Missão com horizonte: anunciar Jesus não apenas para evitar o juízo, mas para oferecer a comunhão com Cristo agora e para sempre.
- Formação espiritual: cultivar permanência (oração, Palavra, comunhão) como prática que assegura a identidade que será plenamente revelada.
- Ética escatológica: decisões cotidianas (uso do tempo, recursos, relacionamentos) devem ser moldadas pela expectativa do encontro definitivo com Cristo.
5 — TABELA EXPOSITIVA (para EBD / apostila)
Texto-chave
Termo grego
Conteúdo teológico
Aplicação prática
João 5:29
εἰς ἀνάστασιν ζωῆς (eis anastasin zōēs)
Ressurreição para a vida — certeza escatológica para os que fazem o bem
Viver em justiça e esperança; consolo para os enlutados
João 6:40; 6:54
ζῆν / ζωὴ αἰώνιος (zōē aiōnios)
Aquele que crê e permanece terá ressurreição e vida
Permanecer em Cristo: discipulado que persevera
Filipenses 1:23
“partir e estar com Cristo” (σὺν Χριστῷ εἶναι)
Desejo pessoal de comunhão plena — morte como ganho para o crente
Coragem cristã diante da morte; esperança consoladora
Romanos 8:17–18
συγκληρονόμοι (sunklēronomoi) / μέλλουσα δόξα
Somos co-herdeiros; glória futura supera sofrimentos presentes
Perspectiva que transforma sofrimento em paciência ativa
1 Coríntios 15:54
νικᾶται ὁ θάνατος (death destroyed)
Vitória final sobre a morte; transformação dos corpos
Esperança corporal: cuidado com o corpo e esperança da ressurreição
1 Tessalonicenses 4:13–18
ἀναλημφθήσονται / παραληφθήσομεν
Os mortos ressuscitarão e os vivos serão arrebatados para encontrar o Senhor
Consolar os enlutados; encorajar vigilância e esperança
João 14:2–3
παραλήμψομαι / οἶκος (paralēmpsomai / oikos)
Jesus prepara lugar e voltará para nos levar — estar com Cristo
Vida de permanência e comunhão que molda prioridades
6 — Conclusão
A dimensão futura da vida eterna é inseparável da vida que já se vive em Cristo: o crente já recebe vida por fé, aguarda a ressurreição e almeja estar para sempre onde Jesus está. Essa esperança é prática: conforta, motiva missão, molda ética e sustenta perseverança. Ela não é fuga do mundo, mas força para vivê-lo de modo transformado — até o dia em que a morte for definitivamente vencida e a presença de Deus seja plena entre os seus.
3.2 — A DIMENSÃO FUTURA DA VIDA ETERNA
1. Enunciado bíblico e panorama
João liga a vida que já se dá ao crente com a sua consumação no fim dos tempos. Jesus promete que “virá a hora” em que haverá ressurreião «εἰς ἀνάστασιν ζωῆς» (Jo 5.29) — os que praticaram o bem entrarão na ressurreição para a vida. João 6:40 e 6:54 repetem a mesma certeza: o crente que crê e permanece terá a ressurreição e a vida. Paulo, em tom pessoal, apresenta a esperança como algo desejável: partir e estar com Cristo (Fp 1.23) — a consciência de que a comunhão plena com o Senhor é “ainda melhor”. Assim a vida eterna tem uma dimensão presente (posse pela fé) e futura (consumação na ressurreição e transfiguração final).
2. Palavras-gregas-chave (comentário lexical)
- ἀνάστασις (anastasis) — ressurreição. Em João 5:29 a expressão “εἰς ἀνάστασιν ζωῆς” contrapõe-se a “εἰς κρίσιν” (para juízo). A ressurreição é o ato escatológico pelo qual a vida (ζωή) é devidamente concedida na esfera final.
- ζωή / ζωὴ αἰώνιος (zōē / zōē aiōnios) — vida / vida eterna. João usa zōē aiōnios para indicar a qualidade e a duração dessa vida: já presente e plena no Senhor, e consumada no futuro.
- παρουσία (parousia) e ἐπιφάνεια / ἀποκάλυψις (epiphaneia / apokalypsis) — palavras usadas no NT para a vinda ou manifestação do Senhor; a certeza dessa vinda fundamenta a esperança. (Jo 14:3 — “voltarei” → a ideia de parousia é o pano de fundo escatológico.)
- μεταμόρφωσις / μετὰλλαγή (metamorphosis / metallage) — termos ligados à transformação que os vivos sofrerão quando Cristo vier (cf. 1 Cor 15; 1 Ts 4–5).
- συγκληρονόμοι / συγκληρονομία (sunklēronomoi / sunklēronomia) — “co-herdeiros” (Rm 8:17), a linguagem paulina que aponta para a participação plena na glória futura.
Nota: João enfatiza a dimensão qualitativa (vida = comunhão) enquanto a tradição paulina amplia com imagens corpóreas (transformação, vitória sobre a morte). Juntas, as tradições apresentam uma esperança corpóreo-pessoal, não um mero “espiritualismo”.
3. Leitura teológica
- Já / ainda-não: o crente tem agora a vida (Jo 5.24), mas aguarda a sua plena manifestação na ressurreição (Jo 6.40; 6.54). A teologia joanina e paulina convoca um equilíbrio: paz presente e esperança futura.
- Natureza da consumação: a ressurreição não é reconstituição meramente biológica, mas entrada na vida definitiva, transformação do ser (cf. 1Co 15:42–54). A morte (ὁ ἐσχάτος ἐχθρός) será vencida — “o último inimigo é aniquilado”.
- Motivação existencial: a esperança altera a prática: perseverança, santidade e missão decorrem da certeza de que “a glória que há de ser revelada em nós” (Rm 8:18) compensa as aflições presentes.
4. Referências acadêmicas (úteis)
- D. A. Carson — O Comentário de João.
- Andreas J. Köstenberger, Introdução ao Novo Testamento.
- Craig S. Keener, O Espírito na Igreja.
- Leon Morris, Série comentário bíblico de Lucas.
- Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento, ed. Stanley M. Horton (CPAD).
- Comentário Bíblico Beacon – João (CPAD).
- R. C. Trench, Synonyms of the New Testament (para distinção hypódeigma / typos).
- Colin Brown (ed.), Dicionario de Teologia do NT e AT.
- W. E. Vine, Dicionário Vine de Palavras do NT.
- G. Kittel & G. Friedrich (eds.), Theological Dictionary of the New Testament (TDNT), verbetes ὑπόδειγμα; ποιέω.
- Myer Pearlman, 07 livros - Coleção (CPAD), cap. sobre a humildade de Cristo e a ética cristã.
- Raymond E. Brown, Box 2 Volumes - Comentário de João.
- Richard Bauckham, O Mundo Cristão em torno do Novo Testamento.
- Herman Ridderbos, A Vinda do Reino
- Léxicos e dicionários: Biblia de Estudo Palavra Chave Grego e Hebraico
3.3 — ESTAR ONDE JESUS CRISTO ESTÁ
1. Texto e contexto
No “discurso de despedida” (João 13–17) Jesus prepara os discípulos para sua partida: “vós não podeis ir para onde eu vou… não turbe o vosso coração… eu vou preparar-vos lugar; voltarei e vos levarei comigo, para que onde eu estou, estejais vós também” (Jo 13.33; 14.1–3). O propósito é claro: a comunhão com Cristo é definitiva e pessoal — “estar com o Senhor” é o destino eterno dos que permanecem nele.
2. Palavras-gregas importantes
- παραδέχομαι / παραλαμβάνω (paradechomai / paralambanō / παραλήμψομαι) — “receber / levar consigo”; em Jo 14:3 a promessa de “παραλήμψομαι” implica acolhimento e transporte à presença de Cristo.
- οἶκος / οἰκία (oikos / oikia) — “casa, lar”; Jesus fala de “οἶκός μου” (a casa de meu Pai) como morada celestial; a imagem retoma o tabernáculo / templo: presença divina habitacional.
- μένω (menō) — permanecer: contra a compreensão passiva, “estar com Jesus” implica permanecer nele agora. A permanência é a condição e a garantia.
- ἔρχομαι πάλιν (erchomai palin) — “vir de novo”: fundamento escatológico da promessa.
3. Implicações teológicas
- Relação presente→consumação futura: Jesus não promete um “lugar neutro”; promete “estar com ele” — identidade pessoal e relacional. O convite à permanência (ménō) torna a promessa atual: quem vive em Cristo já está participando da vida eterna, e, no futuro, essa participação será corporal e plena.
- Conforto e coragem pastoral: a promessa de que Cristo voltará e “nos levará” é remédio para a ansiedade humana (Jo 14.1). Paulo partilha a mesma convicção (Fp 1.21–23; 1Ts 4:13–18): a morte dos crentes não é derrota, mas passagem para estar com Cristo.
- Transformação escatológica: os que estiverem vivos serão transformados (cf. 1Ts 4:16–17; 1Co 15), ilustrando que “estar com Cristo” envolve mudança corpórea e glorificação.
4. Referências acadêmicas
- F. F. Bruce — comentário conciso sobre João 14: a casa do Pai como lar celestial.
- Leon Morris / D. A. Carson — análises sobre “estar com Cristo” e a consolação joanina.
- N. T. Wright — sobre “estar com Cristo” e corporeidade escatológica.
- Comentários de 1 Tessalonicenses (sobre o arrebatamento e transformação dos vivos).
4 — APLICAÇÕES PRÁTICAS
- Vida de esperança ativa: Não viver sob fatalismo nem sob escapismo. A esperança motiva perseverança, serviço e santidade (Rm 8; 1Pe 1:3–9).
- Consolo pastoral: usar as promessas joaninas e paulinas na pregação e no cuidado aos enlutados: a morte do crente é sono com futuro certo (1Ts 4).
- Missão com horizonte: anunciar Jesus não apenas para evitar o juízo, mas para oferecer a comunhão com Cristo agora e para sempre.
- Formação espiritual: cultivar permanência (oração, Palavra, comunhão) como prática que assegura a identidade que será plenamente revelada.
- Ética escatológica: decisões cotidianas (uso do tempo, recursos, relacionamentos) devem ser moldadas pela expectativa do encontro definitivo com Cristo.
5 — TABELA EXPOSITIVA (para EBD / apostila)
Texto-chave | Termo grego | Conteúdo teológico | Aplicação prática |
João 5:29 | εἰς ἀνάστασιν ζωῆς (eis anastasin zōēs) | Ressurreição para a vida — certeza escatológica para os que fazem o bem | Viver em justiça e esperança; consolo para os enlutados |
João 6:40; 6:54 | ζῆν / ζωὴ αἰώνιος (zōē aiōnios) | Aquele que crê e permanece terá ressurreição e vida | Permanecer em Cristo: discipulado que persevera |
Filipenses 1:23 | “partir e estar com Cristo” (σὺν Χριστῷ εἶναι) | Desejo pessoal de comunhão plena — morte como ganho para o crente | Coragem cristã diante da morte; esperança consoladora |
Romanos 8:17–18 | συγκληρονόμοι (sunklēronomoi) / μέλλουσα δόξα | Somos co-herdeiros; glória futura supera sofrimentos presentes | Perspectiva que transforma sofrimento em paciência ativa |
1 Coríntios 15:54 | νικᾶται ὁ θάνατος (death destroyed) | Vitória final sobre a morte; transformação dos corpos | Esperança corporal: cuidado com o corpo e esperança da ressurreição |
1 Tessalonicenses 4:13–18 | ἀναλημφθήσονται / παραληφθήσομεν | Os mortos ressuscitarão e os vivos serão arrebatados para encontrar o Senhor | Consolar os enlutados; encorajar vigilância e esperança |
João 14:2–3 | παραλήμψομαι / οἶκος (paralēmpsomai / oikos) | Jesus prepara lugar e voltará para nos levar — estar com Cristo | Vida de permanência e comunhão que molda prioridades |
6 — Conclusão
A dimensão futura da vida eterna é inseparável da vida que já se vive em Cristo: o crente já recebe vida por fé, aguarda a ressurreição e almeja estar para sempre onde Jesus está. Essa esperança é prática: conforta, motiva missão, molda ética e sustenta perseverança. Ela não é fuga do mundo, mas força para vivê-lo de modo transformado — até o dia em que a morte for definitivamente vencida e a presença de Deus seja plena entre os seus.
EU ENSINEI QUE:
Morar no Céu e desfrutar a Vida Eterna é o desejo dos salvos em Cristo.
CONCLUSÃO
Que o Espírito Santo nos ajude a permanecer em Cristo, pois somente Ele tem as Palavras da Vida Eterna” (Jo 6.68). Jesus Cristo é o Bom e Perfeito Pastor que pode prover tudo o que Suas precisam para viver plenamente.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
A afirmação final une três realidades inseparáveis da teologia joanina e da experiência cristã: (1) a suficiência de Cristo — “só Ele tem as palavras da vida eterna” (Jo 6.68); (2) a exigência da permanência — permanecer em Cristo (Jo 15); e (3) a dependência do Espírito — necessário para que permaneçamos e vivamos segundo a verdade.
João 6.68 registra a confissão de Pedro: diante do ensino de Jesus que escandalizava muitos, Pedro responde reconhecendo que Jesus alone (μόνος / monos) detém “λόγους ζωῆς αἰωνίου” (logous zōēs aiōniou) — “palavras da vida eterna”. Isso expressa a exclusividade da fonte de salvação: não há alternativa além do Filho encarnado. A consequência lógica — “permanecer em Cristo” — é tema central do discurso joanino: o verbo μένω (méno) descreve uma habitação contínua, dependente e relacional. Mas permanecer não é esforço puramente humano; requer a ação do Πνεῦμα Ἅγιον (Pneuma Hagion), que vivifica, abre os ouvidos para ouvir e capacita à obediência (Jo 6.63; 14.16–17; 15.26).
Paralelamente, a imagem do Bom Pastor (Jo 10) oferece a base pastoral dessa doutrina: Cristo proverá (παρέχω / parechō), guiará, dará a vida (ζωή) e dará a si mesmo pelas ovelhas (ποιμαίνω / poimaínō). A linguagem do Antigo Testamento (Psalm 23 — רֹעִי ro‘î: “meu pastor”) encontra cumprimento no Pastor divino que leva o rebanho à vida plena.
Teologicamente: a soteriologia joanina é trinitária — o Pai envia o Filho, o Filho comunica vida e o Espírito aplica/garante essa vida no crente.
Pastoralmente: a certeza do “ter a Palavra da vida” transforma a existência presente em vigilância agradecida, dependente e missionária.
Escatologicamente: permanecer em Cristo aponta para a consumação (vida eterna realizada plenamente).
Análise de palavras (grego / hebraico) — notas curtas
- λόγοι ζωῆς αἰωνίου (logoi zōēs aiōniou) — “palavras da vida eterna” (Jo 6.68).
- λόγος (logos): aqui: enunciados/sentenças que revelam a pessoa e obra de Cristo.
- ζωή (zōē): vida qualitativa — vida divina comunicada pelo Filho.
- αἰώνιος (aiōnios): qualidade duradoura/eterna (não mero adjetivo cronológico).
- μένω (menō) — “permanecer, habitar, permanecer em” (Jo 15.4–5). Permanecer indica continuidade relacional — o traço distintivo do discípulo.
- Πνεῦμα Ἅγιον (Pneuma Hagion) — Espírito Santo; o agente que vivifica (ζωοποιέω zōopoieō), convence e capacita para permanecer e frutificar.
- ποιμήν / ποιμαίνω (poimēn / poimaínō) — pastor / pastorear; termo central em Jo 10; em hebraico רֹעִי (ro‘î) — “meu pastor” (Sl 23) — imagem de provisão, guia e cuidado.
- μόνος (monos) — “somente / sozinho”: sublinha exclusividade de Cristo como fonte definitiva da vida.
- חַיִּים (chayyîm) — hebraico para “vidas / vida”; paralelo com zōē — vida que pertence a Deus e que é dada aos seus.
Referências acadêmicas recomendadas
- D. A. Carson — O Comentário de João.
- Andreas J. Köstenberger, Introdução ao Novo Testamento.
- Craig S. Keener, O Espírito na Igreja.
- Leon Morris, Série comentário bíblico de Lucas.
- Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento, ed. Stanley M. Horton (CPAD).
- Comentário Bíblico Beacon – João (CPAD).
- R. C. Trench, Synonyms of the New Testament (para distinção hypódeigma / typos).
- Colin Brown (ed.), Dicionario de Teologia do NT e AT.
- W. E. Vine, Dicionário Vine de Palavras do NT.
- G. Kittel & G. Friedrich (eds.), Theological Dictionary of the New Testament (TDNT), verbetes ὑπόδειγμα; ποιέω.
- Myer Pearlman, 07 livros - Coleção (CPAD), cap. sobre a humildade de Cristo e a ética cristã.
- Raymond E. Brown, Box 2 Volumes - Comentário de João.
- Richard Bauckham, O Mundo Cristão em torno do Novo Testamento.
- Herman Ridderbos, A Vinda do Reino
- Léxicos e dicionários: Biblia de Estudo Palavra Chave Grego e Hebraico
(essas obras fornecem exegese, teologia e aplicações para ensino e sermões.)
Aplicação pessoal e eclesial (prática — 6 pontos)
- Dependência diária do Espírito. Antes de estudar ou obedecer à Palavra, peça o Espírito para vivificar e aplicar (oração curta: “Vem, Espírito Santo, abre-nos para a Palavra e dá-nos vida”).
- Permanecer é prática. “Permanecer em Cristo” traduz-se em hábitos: leitura bíblica, oração, comunidade, ceia, serviço. Não é esforço isolado, mas prática relacional.
- Confissão da suficiência de Cristo. Cultivar confissão cotidiana: “Só Tu tens as palavras da vida” — antidoto contra sincretismos e soluções humanas.
- Pastoral do Pastor. Confiar à liderança e cuidar uns dos outros como ovelhas: alimentar, guiar, proteger (aplicar Jo 10 e Sl 23 em ministério de cuidado).
- Missão alimentada pela Palavra. Se só Cristo tem a Vida, nossa missão é apresentar suas palavras e sua Pessoa, com humildade e poder do Espírito.
- Vigilância ética. Permanecer em Cristo produz fruto e coerência moral — a vida eterna é visível em decisões diárias.
Pequena prática: peça ao grupo que escreva uma coisa concreta que fará esta semana para “permanecer” (ex.: 15 minutos de leitura bíblica com oração; convidar alguém para partilhar a fé; praticar um ato de serviço).
Tabela expositiva (usável em EBD / apostila)
Tema
Texto-chave
Palavra (gr./heb.)
Sentido teológico
Aplicação prática
Só Cristo tem as palavras da vida
Jo 6.68
λόγοι ζωῆς αἰωνίου
Cristo é a fonte exclusiva da vida divina
Confessar a suficiência de Cristo diariamente
Permanecer em Cristo
Jo 15.4–5
μένω (menō)
Habitar/continuar em comunhão produce fruto
Estabelecer hábitos (Palavra, oração, Ceia, comunidade)
Ação do Espírito
Jo 6.63; 14.16
Πνεῦμα Ἅγιον (Pneuma Hagion)
O Espírito vivifica e capacita à obediência
Orar para capacitação e abertura à Palavra
O Bom Pastor
Jo 10; Sl 23
ποιμήν / רֹעִי (poimēn / ro‘î)
Cristo guia, provê e dá vida (κάλός ποιμήν)
Cultivar confiança no cuidado pastoral; servir o rebanho
Vida (divina)
Jo 1.4; 17.3
ζωή / חַיִּים (zōē / chayyîm)
Vida qualitativa e eterna, comunhão com Deus
Viver hoje as implicações da vida recebida
Permanecer vs escândalo
Jo 6.60–69
μόνος (monos)
Exclusividade de Cristo frente a ensinos substitutos
Ensino centrado em Cristo vs. soluções humanas
Oração para encerrar (sugestão litúrgica)
“Senhor Jesus, és Tu que tens as palavras da vida. Vem, Espírito Santo, capacita-nos a permanecer no Senhor; guarda-nos do engano e dá-nos coragem para viver como Teus discípulos. Em Teu nome, amém.”
A afirmação final une três realidades inseparáveis da teologia joanina e da experiência cristã: (1) a suficiência de Cristo — “só Ele tem as palavras da vida eterna” (Jo 6.68); (2) a exigência da permanência — permanecer em Cristo (Jo 15); e (3) a dependência do Espírito — necessário para que permaneçamos e vivamos segundo a verdade.
João 6.68 registra a confissão de Pedro: diante do ensino de Jesus que escandalizava muitos, Pedro responde reconhecendo que Jesus alone (μόνος / monos) detém “λόγους ζωῆς αἰωνίου” (logous zōēs aiōniou) — “palavras da vida eterna”. Isso expressa a exclusividade da fonte de salvação: não há alternativa além do Filho encarnado. A consequência lógica — “permanecer em Cristo” — é tema central do discurso joanino: o verbo μένω (méno) descreve uma habitação contínua, dependente e relacional. Mas permanecer não é esforço puramente humano; requer a ação do Πνεῦμα Ἅγιον (Pneuma Hagion), que vivifica, abre os ouvidos para ouvir e capacita à obediência (Jo 6.63; 14.16–17; 15.26).
Paralelamente, a imagem do Bom Pastor (Jo 10) oferece a base pastoral dessa doutrina: Cristo proverá (παρέχω / parechō), guiará, dará a vida (ζωή) e dará a si mesmo pelas ovelhas (ποιμαίνω / poimaínō). A linguagem do Antigo Testamento (Psalm 23 — רֹעִי ro‘î: “meu pastor”) encontra cumprimento no Pastor divino que leva o rebanho à vida plena.
Teologicamente: a soteriologia joanina é trinitária — o Pai envia o Filho, o Filho comunica vida e o Espírito aplica/garante essa vida no crente.
Pastoralmente: a certeza do “ter a Palavra da vida” transforma a existência presente em vigilância agradecida, dependente e missionária.
Escatologicamente: permanecer em Cristo aponta para a consumação (vida eterna realizada plenamente).
Análise de palavras (grego / hebraico) — notas curtas
- λόγοι ζωῆς αἰωνίου (logoi zōēs aiōniou) — “palavras da vida eterna” (Jo 6.68).
- λόγος (logos): aqui: enunciados/sentenças que revelam a pessoa e obra de Cristo.
- ζωή (zōē): vida qualitativa — vida divina comunicada pelo Filho.
- αἰώνιος (aiōnios): qualidade duradoura/eterna (não mero adjetivo cronológico).
- μένω (menō) — “permanecer, habitar, permanecer em” (Jo 15.4–5). Permanecer indica continuidade relacional — o traço distintivo do discípulo.
- Πνεῦμα Ἅγιον (Pneuma Hagion) — Espírito Santo; o agente que vivifica (ζωοποιέω zōopoieō), convence e capacita para permanecer e frutificar.
- ποιμήν / ποιμαίνω (poimēn / poimaínō) — pastor / pastorear; termo central em Jo 10; em hebraico רֹעִי (ro‘î) — “meu pastor” (Sl 23) — imagem de provisão, guia e cuidado.
- μόνος (monos) — “somente / sozinho”: sublinha exclusividade de Cristo como fonte definitiva da vida.
- חַיִּים (chayyîm) — hebraico para “vidas / vida”; paralelo com zōē — vida que pertence a Deus e que é dada aos seus.
Referências acadêmicas recomendadas
- D. A. Carson — O Comentário de João.
- Andreas J. Köstenberger, Introdução ao Novo Testamento.
- Craig S. Keener, O Espírito na Igreja.
- Leon Morris, Série comentário bíblico de Lucas.
- Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento, ed. Stanley M. Horton (CPAD).
- Comentário Bíblico Beacon – João (CPAD).
- R. C. Trench, Synonyms of the New Testament (para distinção hypódeigma / typos).
- Colin Brown (ed.), Dicionario de Teologia do NT e AT.
- W. E. Vine, Dicionário Vine de Palavras do NT.
- G. Kittel & G. Friedrich (eds.), Theological Dictionary of the New Testament (TDNT), verbetes ὑπόδειγμα; ποιέω.
- Myer Pearlman, 07 livros - Coleção (CPAD), cap. sobre a humildade de Cristo e a ética cristã.
- Raymond E. Brown, Box 2 Volumes - Comentário de João.
- Richard Bauckham, O Mundo Cristão em torno do Novo Testamento.
- Herman Ridderbos, A Vinda do Reino
- Léxicos e dicionários: Biblia de Estudo Palavra Chave Grego e Hebraico
(essas obras fornecem exegese, teologia e aplicações para ensino e sermões.)
Aplicação pessoal e eclesial (prática — 6 pontos)
- Dependência diária do Espírito. Antes de estudar ou obedecer à Palavra, peça o Espírito para vivificar e aplicar (oração curta: “Vem, Espírito Santo, abre-nos para a Palavra e dá-nos vida”).
- Permanecer é prática. “Permanecer em Cristo” traduz-se em hábitos: leitura bíblica, oração, comunidade, ceia, serviço. Não é esforço isolado, mas prática relacional.
- Confissão da suficiência de Cristo. Cultivar confissão cotidiana: “Só Tu tens as palavras da vida” — antidoto contra sincretismos e soluções humanas.
- Pastoral do Pastor. Confiar à liderança e cuidar uns dos outros como ovelhas: alimentar, guiar, proteger (aplicar Jo 10 e Sl 23 em ministério de cuidado).
- Missão alimentada pela Palavra. Se só Cristo tem a Vida, nossa missão é apresentar suas palavras e sua Pessoa, com humildade e poder do Espírito.
- Vigilância ética. Permanecer em Cristo produz fruto e coerência moral — a vida eterna é visível em decisões diárias.
Pequena prática: peça ao grupo que escreva uma coisa concreta que fará esta semana para “permanecer” (ex.: 15 minutos de leitura bíblica com oração; convidar alguém para partilhar a fé; praticar um ato de serviço).
Tabela expositiva (usável em EBD / apostila)
Tema | Texto-chave | Palavra (gr./heb.) | Sentido teológico | Aplicação prática |
Só Cristo tem as palavras da vida | Jo 6.68 | λόγοι ζωῆς αἰωνίου | Cristo é a fonte exclusiva da vida divina | Confessar a suficiência de Cristo diariamente |
Permanecer em Cristo | Jo 15.4–5 | μένω (menō) | Habitar/continuar em comunhão produce fruto | Estabelecer hábitos (Palavra, oração, Ceia, comunidade) |
Ação do Espírito | Jo 6.63; 14.16 | Πνεῦμα Ἅγιον (Pneuma Hagion) | O Espírito vivifica e capacita à obediência | Orar para capacitação e abertura à Palavra |
O Bom Pastor | Jo 10; Sl 23 | ποιμήν / רֹעִי (poimēn / ro‘î) | Cristo guia, provê e dá vida (κάλός ποιμήν) | Cultivar confiança no cuidado pastoral; servir o rebanho |
Vida (divina) | Jo 1.4; 17.3 | ζωή / חַיִּים (zōē / chayyîm) | Vida qualitativa e eterna, comunhão com Deus | Viver hoje as implicações da vida recebida |
Permanecer vs escândalo | Jo 6.60–69 | μόνος (monos) | Exclusividade de Cristo frente a ensinos substitutos | Ensino centrado em Cristo vs. soluções humanas |
Oração para encerrar (sugestão litúrgica)
“Senhor Jesus, és Tu que tens as palavras da vida. Vem, Espírito Santo, capacita-nos a permanecer no Senhor; guarda-nos do engano e dá-nos coragem para viver como Teus discípulos. Em Teu nome, amém.”
Gostou do site? Ajude-nos a manter e melhorar ainda mais este Site.
Nos abençoe com Uma Oferta pelo PIX:TEL: (11)97828-5171 – Seja Um Parceiro Desta Obra. “Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. (Lucas 6:38)
SAIBA TUDO SOBRE A ESCOLA DOMINICAL:
SAIBA TUDO SOBRE A ESCOLA DOMINICAL
EBD Editora Betel | 3° Trimestre De 2025 | TEMA: JESUS CRISTO, O FILHO DE DEUS: A verdade que Transforma Milagres, Ensinamentos e a Promessa da Vida eterna no Evangelho de João | Escola Biblica Dominical | Lição 13 - O Filho de Deus e a Vida Eterna – A Eterna Promessa da Salvação |
Quem compromete-se com a EBD não inventa histórias, mas fala o que está escrito na Bíblia!
EBD Editora Betel | 3° Trimestre De 2025 | TEMA: JESUS CRISTO, O FILHO DE DEUS: A verdade que Transforma Milagres, Ensinamentos e a Promessa da Vida eterna no Evangelho de João | Escola Biblica Dominical | Lição 13 - O Filho de Deus e a Vida Eterna – A Eterna Promessa da Salvação |
Quem compromete-se com a EBD não inventa histórias, mas fala o que está escrito na Bíblia!
📩 Adquira UM DOS PACOTES do acesso Vip ou arquivo avulso de qualquer ano | Saiba mais pelo Zap.
- O acesso vip foi pensado para facilitar o superintende e professores de EBD, dá a possibilidade de ter em mãos, Slides, Subsídios de todas as classes e faixas etárias. Saiba qual as opções, e adquira! Entre em contato.
- O acesso vip foi pensado para facilitar o superintende e professores de EBD, dá a possibilidade de ter em mãos, Slides, Subsídios de todas as classes e faixas etárias. Saiba qual as opções, e adquira! Entre em contato.
ADQUIRA O ACESSO VIP ou os conteúdos em pdf 👆👆👆👆👆👆 Entre em contato.
Os conteúdos tem lhe abençoado? Nos abençoe também com Uma Oferta Voluntária de qualquer valor pelo PIX: E-MAIL pecadorconfesso@hotmail.com – ou, PIX:TEL (15)99798-4063 Seja Um Parceiro Desta Obra. “Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. Lucas 6:38
- ////////----------/////////--------------///////////
- ////////----------/////////--------------///////////
SUBSÍDIOS DAS REVISTAS CPAD
SUBSÍDIOS DAS REVISTAS BETEL
Adultos (sem limites de idade).
CONECTAR+ Jovens (A partir de 18 anos);
VIVER+ adolescentes (15 e 17 anos);
SABER+ Pré-Teen (9 e 11 anos)em pdf;
APRENDER+ Primários (6 e 8 anos)em pdf;
CRESCER+ Maternal (2 e 3 anos);
SUBSÍDIOS DAS REVISTAS PECC
SUBSÍDIOS DAS REVISTAS CENTRAL GOSPEL
---------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------
- ////////----------/////////--------------///////////











COMMENTS