TEXTO ÁUREO "E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssim...
TEXTO ÁUREO
"E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão" (Dn 7.27).
VERDADE PRÁTICA
Enquanto os impérios humanos caem, o Reino de Deus se expande através de Jesus Cristo.
HINOS SUGERIDOS 18, 47, 93.
Segunda - Hb 1.3 Jesus é rei eternamente
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Terça - Dn 2.44 O reino do Messias será único e eterno
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Quarta - Dn 7.14 O reino do Messias é invencível
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Quinta - Ap 19.15 Jesus, o Rei dos reis
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Sexta - Ap 20.4 O reino milenial de Cristo
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Sábado - Mt 6.33; Mc 4.11; Mt 12.28 A realidade do Reino de Deus
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INTERAÇÃO
O texto bíblico que vamos estudar é o capítulo sete de Daniel. Antes, prezado professor, precisamos considerar algumas informações para obtermos êxito na preparação da aula. O nosso estudo sobre o livro de Daniel trata de um capítulo inteiro, por isso, você deverá fazer ao menos duas leituras ou mais, de preferência, utilizando versões diferentes. Um dicionário bíblico e um bom comentário lhe orientarão nos estudos. Muitas pessoas não compreendem o livro de Daniel por acharem-na difícil. É verdade que a obra do profeta é complexa, mas, igualmente, muito do que se diz ser complicado pode ser resolvido através de uma leitura atenta com o auxílio de uma versão contemporânea. E com a ajuda dos eruditos que, através dos dicionários e dos comentários bíblicos, disponibilizaram uma vida inteira de estudo para nos auxiliar.
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Após a aula, o aluno deverá estar apto a:
Descrever e explicar a visão dos quatro animais.
Identificar o clímax da visão do profeta.
Compreender a volta de Jesus à luz do capitulo sete de Daniel.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Prezado professor, no primeiro tópico da presente lição, os itens (1) e (2) estão estruturados assim: (1) A Visão e (2) Interpretação. O primeiro item é a descrição pura e simples da visão de Daniel de acordo com o texto bíblico. O segundo é a interpretação, isto é, a explicação da visão.
Sugerimos que você siga rigorosamente a leitura do texto bíblico de acordo com a estrutura da lição. Em seguida, afirme aos alunos que o capítulo sete de Daniel retrata uma grande parte da história antiga da civilização humana. A Palavra de Deus já falara dos acontecimentos históricos antes mesmo de eles acontecer. Boa aula!
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Na lição desta semana, veremos uma mudança narrativa no capítulo sete de Daniel. Agora estamos diante de uma série de quatro visões do profeta. É o "apocalipse do Antigo Testamento" apresentando quatro impérios simbolizados por quatro animais. A visão do capítulo dois foi dada a um rei pagão, Nabucodonosor, enquanto que a do capítulo sete, a um servo de Deus, o profeta Daniel.
Veremos que em Nabucodonosor, a visão revela o lado político dos impérios apresentados como uma grande estátua. Em Daniel, através dos quatro animais, ela revela o lado moral e espiritual desses impérios. Os fatos são os mesmos, mas os objetivos das duas visões têm finalidades distintas. No capítulo sete, Deus revela a Daniel o fim dos quatro impérios e o surgimento do reino eterno do Messias prometido.
1. A visão. Daniel recebeu a visão sobre os quatro animais no primeiro ano do rei Belsazar da Babilônia. É importante lembrarmos, aqui, que Belsazar não governou sozinho. Ele foi corregente com o seu pai, Nabonido. Veremos agora a primeira parte da visão de Daniel (vv.1-3):
a) O "leão com asas de águia" (v.4). O versículo quatro descreve um animal semelhante ao leão com asas de águia. Enquanto Daniel o contemplava, as asas do leão eram arrancadas. Posteriormente, o animal foi erguido da terra, posto de pé como um ser humano e, logo depois, ele recebeu um coração humano. O leão representava o império da Babilônia.
b) O urso (v.5). Daniel viu uma figura semelhante a um urso. Este fora erguido de um lado e tinha em sua boca três costelas. A este animal as pessoas diziam: "Levanta-te, devora muita carne". O urso simbolizava o império Medo-Persa.
c) O leopardo com quatro asas (v.6). Outro animal era uma figura semelhante ao leopardo. Este possuía quatro cabeças e tinha quatro asas de aves em suas costas. Foi-lhe dado domínio. O leopardo simbolizava o império da Grécia.
d) Uma aparência indescritível (vv.7,8). "Terrível, espantosa e extremamente forte" era a figura do quarto animal. Ela tinha enormes dentes de ferro, comia e triturava o que encontrasse pelo caminho. Em sua cabeça havia ainda dez chifres. Enquanto Daniel prestava atenção nos dez chifres, um chifre pequeno surgiu entre os dez; mas três dos primeiros dez chifres foram arrancados pela raiz. No chifre pequeno havia também olhos como "olhos humanos" e uma boca que proferia "palavras arrogantes". O animal, aqui descrito, simbolizava o império romano.
2. A interpretação. O bloco dos versículos 9 a 14 revelam mais duas figuras: a do Ancião e a do Filho do Homem. Após este bloco de versículos, Daniel passa a narrar a interpretação dos animais dada a ele ainda na mesma visão (vv.15-27):
a) As figuras dos animais (15-18). As figuras representadas pelo leão, urso, leopardo e o quarto animal, significam quatro reis que se levantaram sobre a terra, isto é, o rei da Babilônia, o rei Medo-Persa, o rei da Grécia e o rei de Roma (v.17).
b) A ênfase no quarto animal (vv.23-27). O quarto animal foi o que mais chamou a atenção do profeta Daniel: "Então, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros" (v.19). Daniel precedeu o tempo em que o império romano se tornara uma superpotência. Roma foi o império mais devastador da história do mundo. Era forte (ferro), pela sua força e eficácia administrativa, mas frágil (barro), dada a grande corrupção que ajudou a sepultar "um sonho chamado Roma".
c) Os dez chifres e o pequeno chifre. Os dez chifres que saíam da cabeça do quarto animal prefiguravam dez reis advindos do antigo império romano. Mas outro rei, representado pelo pequeno chifre, se levantará após os dez reis e abaterá os três primeiros, arrancando-os tal como descreve a visão. Este pequeno chifre é o Anticristo escatológico tipificado na pessoa de Antíoco Epifânio, o qual estudaremos rapidamente na próxima lição e, com maiores detalhes, na lição 12
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Em Daniel 7.1-8 o profeta recebe visões sobre os quatro animais que simbolizavam os quatros grandes impérios do mundo.
1. Tronos, "ancião de dias" e juízo divino (vv.9-14). Entramos na segunda parte da visão de Daniel, que trata do julgamento celeste. O versículo nove nos diz: "foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou" (v.9). A figura de vários tronos tipifica um contexto de julgamento e justiça. A profecia nos fala que o juiz do julgamento é o "ancião de dias", isto é, Deus é retratado no livro tendo cabelos brancos e vestido de branco. É aquele que Abraão reconheceu como o "Juiz de toda a terra" (Gn 18.25). O tribunal demonstrado no sétimo capítulo de Daniel revela que Deus julgará "o pequeno chifre" e decretará a sentença final contra o quarto animal (Roma) (vv.11,12). Aqui está o ápice da visão de Daniel, ou seja, o Altíssimo julgando as maldades, crueldades e perversidades das nações deste mundo!
2. O "Filho do Homem" (vv.13,14). A expressão "filho do homem" ou, de acordo com os melhores manuscritos antigos, "filho de homem", aparece mais de 80 vezes no livro de Ezequiel. A fórmula é regularmente traduzida como "homem" ou "ser humano", pois na Bíblia trata-se de expressões sinônimas. Tanto em Daniel quanto em Ezequiel, "filho do homem" refere-se a um ser humano distinto que recebe de Deus a soberania celestial. Posteriormente, os santos apóstolos de Cristo identificaram "filho do homem" com a pessoa de Jesus de Nazaré (Mt 24.27,30). Em o Novo Testamento, Jesus introduziu o Reino de Deus no mundo como o próprio verbo divino feito carne, a plena revelação de Deus ( Jo 1.1,14). Foi-lhe dado um nome que é sobre todo o nome e todo o poder sobre a Terra (Fp 2.9-11). Jesus Cristo virá pela segunda vez e instaurará o governo literal de Deus no mundo o reino milenar (Ap 20.2,6).
3. A Grande Tribulação (vv.24,25). Segundo a visão conservadora-tradicional e evangélica, estamos diante de um texto que aponta para um tempo de grande sofrimento no mundo, especialmente em relação à nação de Israel. "O chifre pequeno", advindo da região do quarto império, Roma, promoverá engano e assombro no planeta. Na linguagem neotestamentária, ele é o "Anticristo", o blasfemador de Deus e dos seus preceitos. Por "um tempo, e tempos, e metade de um tempo", o "Anticristo" terá autoridade no mundo. Esse período equivale a "três anos e meio", ou "quarenta e dois meses" ou "mil e duzentos e sessenta dias" (Dn 12.7; 9.27; Ap 12.14; 7.14). Ele compreende a metade dos sete anos finais prescritos como a Grande Tribulação e o fim do "tempo dos gentios". Nos primeiros "três anos e meio" o Anticristo fará acordos com Israel, mas não os cumprirá. Este é o período de grande poder e influência política desse líder mundial sobre o mundo e os judeus. Mas o Messias o dominará e quebrará o seu reino de mentira. O Anticristo será condenado e a plenitude do Reino de Deus será estabelecida para sempre!
SINOPSE DO TÓPICO (2)
O clímax da visão profética de Daniel marca o advento da grande tribulação, do filho do homem e do juízo divino.
1. A visão (vv.13,14). Explicamos anteriormente a expressão "filho do homem" e vimos que ela fora atribuída pelos apóstolos a Jesus Cristo. Oversículo 13 de Daniel afirma que o "filho do homem" voltará nas nuvens do céu. Este é o entendimento remontado em Atos 1.9-11 quando da afirmação dos santos anjos sobre a volta do Cristo de Deus: "E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. [...] [Os anjos] lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir". Da mesma forma o apóstolo João escreveu no Apocalipse uma mensagem recebida do próprio Jesus: "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram" (Ap 1.7). O reino de Cristo será eterno, único e jamais perecerá (v.14).
2. "Os santos do Altíssimo" (v.18). Para os primeiros leitores do livro de Daniel, a expressão "os santos do Altíssimo" era identificada por eles como o povo judeu que estava em cativeiro. Entretanto, de modo mais abrangente, e de acordo com Apocalipse 7.9-17, e a partir da revelação progressiva da Palavra de Deus ao longo da história bíblica, esses grupos de mártires e santos são os crentes advindos da Grande Tribulação, de todos os lugares, tribos e nações, que tiveram as suas roupas lavadas no sangue do Cordeiro.
3. A destruição do Anticristo (vv.26,27). Deus intervirá na história dos judeus e trará juízo contra o Anticristo. Este será julgado e condenado para sempre. A sua destruição dar-se-á quando do final do segundo período de "três anos e meio" da Grande Tribulação. Mas a Igreja de Cristo, lavada e remida no sangue do Cordeiro, não passará pela Grande Tribulação. Antes de iniciar esse tempo de grande sofrimento, o Corpo de Cristo será tirado do mundo para estar para sempre com o Senhor.
O profeta Daniel viu o dia em que virá o Messias e Ele julgará tanto os grandes quanto os pequenos.
Lamentavelmente, devido à multiplicação da "doutrina" da prosperidade, e de muitas igrejas e pregadores propalarem o "aqui e agora", a profecia bíblica quanto ao futuro ficou de lado. Outros caem no erro de ensinar que as profecias de Daniel e do Apocalipse são alegorias e produtos de um tempo e de uma cultura sem conexão com a era atual. Estudemos a Palavra de Deus para não nos acharmos soberbos, deleitosos e não sejamos, pois, a Laodicéia contemporânea (Ap 3.14-22)!
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
"As Quatro Bestas
Durante o primeiro ano do reinado de Belsazar, Deus revelou a Daniel um outro resumo dos impérios mundiais que estavam por vir. Por meio de um sonho e visões noturnas, Daniel viu o mar revolto (representando os povos da terra). Dele, subiam quatro grandes animais 'diferentes uns dos outros' (7.2-3). Os animais eram um leão, um urso, um leopardo e um outro não definido, que era 'terrível, espantoso e sobremodo forte' (7.7). Sobrepondo-se à profecia da estátua no sonho de Nabucodonosor, os animais representavam a Babilônia (o leão); a Medo-Pérsia (o urso); a Grécia (o leopardo), com seus quatro generais que dividiram o reino de Alexandre, o Grande, logo após sua morte; Roma (o quarto animal)" (LAHAYE, Tim; HINDSON, Ed. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,2004, p.177).
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AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
"O Filho do Homem
A Daniel foi concedida a visão celestial do Filho do Homem perante o tremendo e resplandecente trono do Deus Todo-Poderoso, o Ancião de Dias (Dn 7.9-14). Durante suas palavras no cenáculo, o Senhor Jesus disse a seus discípulos que Ele (o Filho do Homem) retornaria ao seio de seu Pai celestial, que o enviara para morrer pela humanidade (Jo 14.1-6,28; 16.28). Na verdade, sua volta para a glória foi testemunhada por aqueles fiéis discípulos. Os anjos lhe disseram: 'Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir' (At 1.11). Daniel pode ter testemunhado a ascensão do Senhor e sua entrada diante do trono de Deus, depois de morrer pelos pecados da humanidade. Daniel viu: '[...] eis que vinha com as nuvens do céu um como o filho do homem, e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele' (Dn 7.13). Tanto a divindade como a humanidade de Cristo são vistas nas palavras que o identificam. Era o Filho de Deus (Sl 2.7) e o Filho do Homem que havia sido profetizado. Ser chamado de Filho do Homem mostra que Cristo não era apenas uma divindade, mas também um ser humano.
Ao Filho do Homem, 'foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído' (Dn 7.14). Trata-se, na verdade, de um quinto reino cuja duração será de mil anos na história da terra (Ap 20.4-9). Este reino, contudo, prosseguirá pela eternidade com a Nova Jerusalém e novos céus e nova terra, onde a paz e a justiça prevalecerão (Ap 21-22)" (LAHAYE, Tim; HINDSON, Ed. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.177).
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BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
LAHAYE, Tim; HINDSON, Ed. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
GILBERTO, Antonio. Daniel & Apocalipse. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão CPAD
nº 60. p.39.
EXERCÍCIOS
1. Quais são os animais que aparecem na visão de Daniel?
R. Um leão com asas de águia; um urso com três costelas na boca; um leopardo com quatro asas; um animal com uma aparência indescritível com dentes de ferro que comia e triturava tudo o que via no caminho.
2. De acordo com o que você aprendeu na lição, dê a interpretação de cada animal.
R. As figuras representadas pelo leão, o urso, o leopardo e o quarto animal, significam quatro reis que se levantaram sobre a terra, isto é, o rei da Babilônia, o rei Medo-Persa, o rei da Grécia e o rei de Roma.
3. Explique o significado dos dez chifres e o "pequeno chifre".
R. Os dez chifres que saíam da cabeça do quarto animal prefiguravam dez reis advindos do antigo império romano. O pequeno chifre é o Anticristo escatológico.
4. Explique o que significa a expressão "filho do homem".
R. A expressão "filho do homem" refere-se a um ser humano distinto que recebe de Deus a soberania celestial.
5. Como se dará a vinda do filho do homem?
R. O "filho do homem" voltará nas nuvens do céu
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1º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: A nossa igreja A.D. bairro: EDEM em Sorocaba ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
2º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O AD Londrina ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
3º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O Pr. Lucas Neto ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
4º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O pastor Caramuru do Belemzinho ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
5º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O Pr. Sandro Luis explica a história da Escola Dominical.
6º Vídeo Pré-Aula - Dicas da EBD Centenário para que o professor possa dar uma boa aula: TV Escola Bíblica ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
7º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O pastor da EBP Em Foco ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
8º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O pastor Luiz H. Silva ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
9º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O pastor FÁBIO SEGATE ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
10º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O Pr. Silvio Silva ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
11º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O pastor Agnaldo B. ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
12º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O EBD Tube ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
1º Slider Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: PCC ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
ESBOÇO Nº 8
LIÇÃO Nº 8 – OS IMPÉRIOS MUNDIAIS E O REINO DO MESSIAS
Deus deu visões a Daniel a respeito do futuro de Israel.
INTRODUÇÃO
- Na sequência do estudo do livro do profeta Daniel, iniciaremos o estudo da sua “parte escatológica” ou “parte profética”, analisando o capítulo sete.
- Deus deu visões a Daniel a respeito do futuro de Israel, a fim de seu povo mantivesse a esperança messiânica.
I – DEUS COMEÇA A DAR VISÕES A DANIEL SOBRE O FUTURO DE ISRAEL
- Na sequência do estudo do livro do profeta Daniel, damos início hoje ao segundo bloco do trimestre, que estudará a segunda parte do livro, dos capítulos sete a doze, quando o profeta relata visões que teve da parte de Deus a respeito do futuro de Israel, ao longo de sua vida na Babilônia e em Susã, capital do Império Persa.
- Daniel foi escolhido por Deus para trazer revelações a respeito do futuro de Israel, a fim de que o povo judeu mantivesse a esperança messiânica e ficasse consciente que, apesar do cativeiro da Babilônia, estavam completamente imutáveis os projetos de Deus para Israel, a fim de torná-lo reino sacerdotal e povo santo.
- Daniel passa a relatar as visões que teve da parte de Deus, visões que falavam sobre o futuro de Israel, uma vez que, pelo que observamos do início do capítulo nove deste livro, era a preocupação principal de Daniel em sua vida de comunhão com o Senhor. Nem poderia deixar de ser de outra maneira, pois Daniel, desde antes de ser levado cativo para a Babilônia, era profundo conhecedor das Escrituras e sabia das profecias messiânicas, que indicavam que Israel seria redimido por Deus por intermédio de um descendente da casa de Davi, cumprindo-se, assim, o desiderato divino de Israel ser reino sacerdotal e povo santo, como estabelecido na aliança firmada com o Senhor no monte Sinai (Ex.19:5,6).
OS
IMPÉRIOS MUNDIAIS E
O REINO DO MESSIAS
Prezado
professor, a partir deste capítulo, o sete, iniciaremos outro gênero de
narrações sobre o profeta Daniel e os seus amigos. Até o capítulo seis o gênero
predominante no livro é classificado como história. Mas a partir do capítulo
sete, o gênero que passa a dominar a obra é o das visões de Daniel. Uma série
de visões dadas por Deus ao profeta é revelada a respeito do futuro do mundo e
do Reino de Deus.
Orientações
Professor,
para explicar didaticamente o primeiro tópico da lição recomendamos que
ministrasse a aula de acordo com a descrição do tópico I: a descrição da visão
e, posteriormente, a interpretação da visão. Descreva o primeiro animal, o
segundo, o terceiro e o quarto. Então, em seguida, trabalhe a questão da
interpretação destes animais. Leve em conta que a interpretação evangélica
conservadora tende a compreender estes quatro animais como sendo os quatro
impérios do mundo: Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma. Estes impérios representam
o período de tempo desde Daniel até a segunda vinda de Cristo.
Considere
também que os muitos interpretes de Daniel tendem a colocar a profecia do
capítulo 7 e 8 como uma continuação do capítulo 2. Lembra do que trata este
capítulo? Os impérios são representados por uma grande estátua com cabeça de
ouro; peito e braços de prata; ventre e quadris de bronze; pés de ferro e de
barro. Entretanto, a estátua é derrubada por uma pedra. Esta pedra é o Reino de
Deus destruindo toda a concepção humana de imperialismo.
Além
do primeiro, do segundo e do terceiro, o quarto animal traz algo bastante
específico: "dez chifres" e um "chifre pequeno". Quando o
professor explicar estes elementos considere que ao longo dos anos muitas
especulações foram feitas a respeito dessas duas figuras. Não vá além do que
menciona o texto bíblico.
No
passado, muitos crentes sinceros consideraram Hitler o pequeno chifre, isto é,
o Anticristo. Outros consideraram Stalin o líder mundial. Alguns disseram que o
Comunismo iria gerar o Anticristo. Outros ainda compreenderam que o papa João
Paulo II era o Anticristo. A história provou que todas estas especulações não
se sustentaram. Não sabemos a respeito do Anticristo porque simplesmente a sua
identidade não foi ainda declarada. Ao que parece, nem saberemos. Não seremos
arrebatados antes? Boa aula!
Revista
Ensinador Cristão. Editora CPAD. pag. 40.
COMENTÁRIO INTRODUÇÃO
Os
estudiosos do livro de Daniel dividem o livro em duas partes, histórica e
profética. Os capítulos 1 a 6 o identificam como históricos, mesmo contendo uma
parte profética no capítulo 2. Os capítulos 7 a 12 são tratados como sendo
proféticos. É interessante notar que os acontecimentos dos capítulos 7 e 8
antecedem os descritos nos capítulos 5 e 6. Se no capítulo 6, Daniel já passava
dos 80 anos de idade, no capítulo 7, ele tinha aproximadamente uns 70 anos.
Quando Daniel organizou o seu livro tratando das interpretações dos sonhos nos
capítulos 2 e 6 e as visões que ele recebeu de Deus as separou da parte histórica.
No
capítulo 7 inicia-se, essencialmente, a parte profética do livro de Daniel, o
verdadeiro Apocalipse do Antigo Testamento. Esse capítulo 7 com a sua visão dos
impérios mundiais é paralelo com o capítulo 2 que tem o sonho de Nabucodonosor.
O capítulo 2 apresenta quatro impérios representados por quatro figuras do
mundo material. A visão do capítulo 2 foi dada a um rei pagão, o rei
Nabucodonosor e a visão do capítulo 7 foi dada a um servo de Deus, o príncipe
Daniel. A Nabucodonosor a visão revela o lado político e material dos impérios,
representados na figura da grande Estátua. A Daniel Deus revelou o lado moral e
espiritual desses impérios representados pelas figuras dos quatro animais. Os
fatos são os mesmos, mas o objetivo das duas visões difere nas finalidades.
Deus mostra a decadência desses impérios e o surgimento do reino eterno do
Messias.
Igualmente,
os acontecimentos preditos e proféticos nos capítulos 7 a 12 se darão em
sequência cronológica. As duas primeiras visões dos capítulos 7 e 8 se deram
antes da festa de Belsazar, descrita no capítulo 5. Porém, a visão do capítulo
9 precedeu à experiência de Daniel na cova dos leões no capítulo 6. Já, a
quarta visão de Daniel (cap.10 a 12) se deu no “ano terceiro de Ciro,rei da
Pérsia”(Dn 10.1).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 97-98.
Os
seis capítulos anteriores desse livro eram históricos. Ingressamos agora com
temor e tremor nos seis posteriores, que são proféticos, e onde existem muitas
coisas misteriosas e difíceis de serem entendidas, das quais certamente não
ousamos determinar o sentido, e ainda muitas coisas claras e proveitosas, das
quais eu creio que Deus nos permitirá fazer um bom uso. Nesse capítulo, temos:
I. Avisão de Daniel dos quatro animais (1-8). II. Sua visão do trono de domínio
e juízo de Deus (9-14). III. A explicação dessas visões, que lhe foram dadas
por um anjo que estava presente (15-28). E difícil dizer se essas visões
procuram antecipar o fim dos tempos, ou se elas deveriam ter um rápido
cumprimento. Nem mesmo os intérpretes mais criteriosos estão completamente de
acordo neste ponto.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 868.
Este
capítulo inicia a segunda parte do livro de Daniel. Nos capítulos 1 a 6 vimos a
parte histórica do livro; agora, nos capítulos 7 a 12, veremos a parte
profética.
O
livro de Daniel é chamado de “O Apocalipse do Antigo Testamento”. Ele trata da
saga dos reinos do mundo e da vitória triunfal do Reino de Cristo. É um livro
escatológico e apocalíptico.
Edward
Young diz que o capítulo 7 de Daniel trata do mesmo assunto que foi tratado no
capítulo 2. Ele afirma que esses dois capítulos são paralelos. José Grau sugere
que para um claro entendimento, esses dois capítulos devem ser lidos
conjuntamente. Evis Carballosa corretamente afirma que o capítulo 2 apresenta
um panorama na perspectiva do homem, enquanto o capítulo 7 apresenta uma
perspectiva divina do mesmo tema. Como a revelação divina é progressiva, o
capítulo 7 acrescenta detalhes importantes à revelação dada no capítulo 2.
O
capítulo 7 está dividido em duas grandes partes: os versículos 1 a 14 retratam
o sonho de Daniel; os versículos 15 a 28, a interpretação do sonho. Daniel 7
trata do desenrolar da história humana até o fim do mundo. Se olharmos apenas
para os reinos deste mundo somos o povo menos favorecido da terra, mas se
olharmos para o trono de Deus somos o povo mais feliz da terra. Os impérios do
mundo surgem, prosperam e desaparecem, mas o Reino de Cristo permanece para
sempre.
LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 89-90.
Esta
visão, na realidade, foi um sonho espiritual, e, quanto ao título, difere das
visões que se seguem nos capítulos 8-12. Novamente encontramos os quatro
impérios, paralelos às quatro partes da imagem do sonho de Nabucodonosor
(capítulo 2).
Os
quatro impérios são sim bolizados pelos quatro anim ais que correspondem aos
quatro diferentes metais da visão do capítulo 2. Aqui também achamos uma escala
descendente de valor e poder, descendo do leão, passando pelo urso e pelo
leopardo, e chegando finalmente a um animal não chamado pelo nome, os quais
correspondem ao ouro, à prata, ao bronze e ao ferro da visão anterior. Em ambas
as visões, o reino de Deus (que é eterno) vem depois dos reinos terrenos. Há aí
um toque escatológico que nos leva à era do reino milenar de Deus. Atenção
especial é dada ao pequeno chifre, o último rei do quarto império, o qual é variegadamente
identificado. Se os santos do Senhor serão especialmente perseguidos por ele,
as páginas do livro da história o encerrarão, ao passo que o Reino de Deus
prosseguirá infinitamente depois do milênio. Este capítulo divide-se
naturalmente em três partes: vs. 1; vss. 2-7 e vs. 28. Também há certo número
de claras subdivisões.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 3401.
I
– A VISÃO DOS QUATROS ANIMAIS (Dn 7.1-8)
1.
A visão.
Daniel,
em sua visão, viu “os quatro ventos do céu agitavam o Mar Grande” (7.2) que
simbolizam os poderes celestiais movimentando o mundo nos quatro pontos
cardeais. São ventos que representam as grandes comoções políticas, os
conflitos bélicos e sociais nas nações do mundo.
“margrande”(v.
2) e “subiam do mar”(v. 3). O “Mar Grande” tem sido interpretado de dois modos:
Alguns estudiosos veem o “mar grande” como sendo a humanidade; outros veem o
“Mar Grande” como sendo o Mar Mediterrâneo, pelo fato, de que os quatro impérios
da visão surgem junto ao Mediterrâneo. Por outro lado, “o mar”, nas profecias
escatológicas da Bíblia é interpretado, também, como sendo “as nações
gentílicas” (Is 17.12,13). Minha opinião particular, fruto das avaliações que
fiz do texto é de que “o Mar Grande” é o Mediterrâneo. O versículo 3 diz que
“subiam do mar” e isto indica que se trata das nações adjacentes ao
Mediterrâneo. Uma das razões é que, o último império do capítulo 2 e 7, é o
Império Romano, cujas dimensões alcançavam as nações gentílicas adjacentes a
Roma.
Os
quatro animais como já dissemos estão ligados com o Mar Mediterrâneo. O uso
simbólico e profético do “mar” revela as turbulências e inquietações promovidas
pelas lideranças desses personagens dos quatro impérios. Esses animais são diferentes
uns dos outros e possuem caraterísticas que revelam a brutalidade daqueles dias
de forma irracional porque as ações desses animais ultrapassarão o nível da
racionalidade. Era o retrato que Deus dava desses impérios nas figuras
animalescas do texto para revelar o surgimento deles ao longo da vida de Israel
e do mundo, bem como, destacar o último grande império mundial sob a égide de
Satanás, representado pelo Anticristo.
“o
primeiro era como leão e tinha asas de águia” (7.4.). O leão, do mundo animal,
o rei dos animais, simboliza a Babilônia, profetizado, também, pelo Profeta
Jeremias (Jr 4.6,7). Comparando as visões do capítulo 2, a “cabeça de ouro”(Dn
2.32,37,38) é a “Babilônia” representada no capítulo 7 pelo “leão com asas de
águia” (Dn 7.4), percebemos o paralelo entre os dois capítulos. Deus se utiliza
de figuras do conhecimento cultural do homem para revelar verdades morais e
espirituais, por isso, na visão de Daniel Deus usou figuras do mundo animal. No
reino animal, o leão é o predador maior, portanto o rei. Aqui no capítulo 7 o
leão representa o Império Babilónico e as “asas de águia” fala da conquista em
extensão desse império que foi o maior do mundo naquela época. Na natureza, na
fauna animal, o leão e a águia são os animais nobres. O leão é símbolo do rei
dos animais terrestres e a águia é identifica como a rainha das aves do céu. Os
dois, o leão e a águia representam a Babilônia pela ostentação de domínio e
riqueza que tinha em relação ao mundo de então. O leão lembra a bravura, a violência
e a força bruta sobre suas presas. Foi o que Nabucodonosor fez com as nações
que subjugou sob seu domínio. A águia lembra a rapidez e a voracidade.
Portanto, o domínio da Babilônia aconteceu entre os anos 605-539 a.C. Na visão,
Daniel viu que o fim chegou para a Babilônia quando lhe “foram arrancadas as
asas” (7.4) e isto lembra o fato quando Nabucodonosor que ficou demente, agindo
como animal do campo, porque não soube reconhecer a soberania divina. Ora, uma
águia sem asas significa um poder desfeito, sem capacidade de voar. Depois de
“arrancadas as asas”, diz o texto que o mesmo “foi posto em dois pés como
homem”, e na sua recuperação voltou à racionalidade e passou a agir como homem
normal. Com esta experiência, Nabucodonosor teve que reconhecer a soberania
divina e lhe dar a glória que só pertence a Deus (Dn 4.24,25,32,33,36,37).
O
segundo grande animal da visão é UM URSO (7.5). O urso, pela sua força e
voracidade é quase tão formidável quanto o leão. E um animal pesado que tem um
apetite voraz, carnívoro e que estraçalha suas presas sem dificuldade. E um
animal que age com ataques súbitos e inesperados. Na interpretação de Daniel,
esse “urso” representa o segundo império que sucedeu ao babilónico que foi o
“império medo-persa” (Dn 2.39). Um detalhe interessante é que o texto diz: “o
qual se levantou de um lado” (v. 5). Em outras versões, a compreensão se amplia
com a forma como está escrito, quando diz: “com uma das patas levantada, pronto
para atacar”, conforme está na Bíblia Viva. Subentende-se que o urso não está
dormindo, mas está pronto para atacar e foi o que fez, unindo a Média e a
Pérsia, num ataque violento contra os exércitos de Nabonido. Na visão, o urso
tinha “três costelas entre os dentes” que podem representar o domínio sobre
três pequenas nações conquistadas por Ciro e por Dario. O Império Medo-persa
foi formado com a união das duas nações: a Média e a Pérsia. No capítulo 2, o
peito e os braços da colossal estátua simbolizavam o império que sucedeu ao
Babilónico, que é o medo-persa. Os dois braços simbolizavam a Média e a Pérsia
que se aliaram para atacar a Babilônia e formar um governo só. Em relação a
visão de Daniel, “o grande urso” se levantou de um lado, ou seja, se levantou
para atacar com voracidade e foi o que fez.
Diz
mais o texto que o tinha “três costelas entre os dentes” (v. 5). Os estudiosos
escatológicos discutem sobre “as três costelas” entre os dentes do grande urso,
que podiam representar três outras nações que foram conquistadas por esse
império. A maioria desses estudiosos entende que se tratava da Babilônia, da
Lídia, na Ásia Menor e do Egito. Essas nações fizeram uma coligação para
suplantar as ameaças de dois reis, Dario e Ciro. Essas três nações (Babilônia,
Lídia e Egito) não conseguiram reagir porque “o urso” atacou com força voraz e
muita violência e os desfez. As “costelas entre os dentes” era o resultado de
outra ordem divina para o ataque do Urso, quando diz: ”Levanta-te, devora muita
carne”. Segundo a história e as profecias bíblicas, especialmente, de Isaías,
Ciro da Pérsia foi usado por Deus e é chamado o seu “ungido” para desfazer a
força da Babilônia (Is 44.28; 45.5). Deus usou um rei pagão para fazer o que
ele estabeleceu em sua soberana vontade para punir aquelas nações e para
restaurar o seu povo em Jerusalém. Porém, na presciência divina, haveria um
tempo para os sucessos do Império Medo-persa e esse tempo chegaria com o
surgimento de outro animal: um leopardo.
O
terceiro grande animal da visão é um LEOPARDO COM QUATRO ASAS (7.6). A primeira
frase que aparece na sequência da visão depois do segundo animal, o urso, foi a
seguinte: “Depois disso, eu continuei olhando”. Essa frase dá a entender que os
animais apareceram na visão em sequência. Não apareceram todos ao mesmo tempo,
mas um depois do outro, porque Deus queria facilitar a compreensão do seu servo
Daniel em todos os detalhes da visão. O terceiro animal, portanto, era um
leopardo, ou semelhante a um leopardo. A caraterística principal desse animal
era a sua agilidade, a sua rapidez. Acima de tudo, esse leopardo não era
semelhante aos leopardos comuns porque ele tinha “quatro asas nas costas” e
tinha, também, “quatro cabeças”. Deus toma a figura desse animal
extraordinário, porque não havia no mundo animal nenhum semelhante. Esse
leopardo era uma representação da Grécia, que, com estupenda velocidade e
crueldade conquistou o mundo de então que estava sob o domínio medo-persa. O
leopardo comum, além de ser carnívoro, é capaz de ataques súbitos e
inesperados. Esse ágil e forte leopardo representa, sem dúvida, ao reino grego
sob a força militar de Alexandre em 331 a.C. Como figura mítica, esse leopardo
tinha quatro asas de ave e quatro cabeças. As asas indicam o império depois da
morte de Alexandre (323 a.C.). O Império Grego, no capítulo 2 é representado no
sonho da Estátua de Nabucodonosor representado pelo “ventre e as coxas de
cobre” (Dn 2.32). No capítulo 7, Daniel vê o leopardo alado e com quatro
cabeças como o Império Grego que veio com Alexandre, o Grande, da Macedônia. Em
dez anos, Alexandre com enorme rapidez dominou o Império Medo-persa em 334
a.C., e expandiu o seu domínio na Europa e na índia. Ele tinha uma obsessão em
conquistar outros territórios, e o fez com quatro principais generais de
guerra.
O
texto diz que “foi-lhe dado o domínio” (v. 6) e, de fato, rapidamente Alexandre
conquistou as nações ao redor e a influência do seu domínio, especialmente, na
cultura, foi capaz de tornar-se referencial cultural para o mundo inteiro até
os tempos modernos. Porém, em 323 a.C., Alexandre teve uma morte súbita e o seu
reino foi dividido por seus quatro generais. A Cassandro, foi-lhe dado a
Macedônia e a Grécia; a Ptolomeu I, a Palestina e o Egito; a Selêuco I, foi-lhe
dado a Síria e a Lisímaco, foi-lhe dado a Asia Menor e Trácia.
Na
linguagem bíblica, a figura da “cabeça” simboliza governo (Is 7.8,9; Ap
13.3,12) e “as quatro cabeças” do leopardo representam os quatro generais que
repartiram entre si o império depois da morte de Alexandre, o Grande. O
leopardo, como um todo, diz o texto no versículo 6 que “foi lhe dado o
domínio”. Naturalmente, entende-se, antes de tudo, que Deus tem o cetro de
governo do universo e deu ao rei grego o poder de dominar por um pequeno
período de tempo. No projeto divino prevalece a sua soberania que domina sobre as
nações do mundo. Esses quatro generais se tornaram reis nas regiões designadas
e se destacaram pela mesma ambição de glória e de poder como seu líder e
desenvolveram conflitos entre si e lutaram entre si. Segundo outra visão que
Daniel teve acerca desse mesmo império no capítulo 11.4: “o seu reino será
quebrado, e repartido para os quatro ventos do céu, mas não para a sua
posteridade”. Mais uma vez, ninguém rouba o cetro de governo de Deus. O Império
Grego também passou e foi superado por outro mais forte e violento, o Império
Romano. O leopardo audaz foi abatido pelo “animal terrível e espantoso”
(Dn7.7).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 99-103.
A
data desse capítulo o coloca antes do capítulo 5, que ocorreu no último ano de
Belsazar, e do capítulo 4, que aconteceu no primeiro ano de Dario. Pois Daniel
teve aquelas visões no primeiro ano de Belsazar, quando o cativeiro dos judeus
na Babilônia estava concluindo um ciclo. O nome de Belsazar é aqui, no
original, soletrado diferentemente do que costumava ser. Antes ele era
Bel-sa-zar - Bei é aquele que acumula riquezas. Mas este é Bel-eshe-zar neste
nome, Bei significa aquele que arde em chamas ateadas pelo inimigo. Bei era o
deus dos caldeus. Aquele governante havia prosperado, mas estava então prestes
a ser destruído. Nós temos, nesses versículos, a visão de Daniel das quatro
monarquias que foram opressivas aos judeus. Observe:
I
- As circunstâncias dessa visão. Daniel havia interpretado o sonho de
Nabucodonosor, e agora ele mesmo é honrado com revelações divinas semelhantes
(v. 1): Ele teve visões da sua cabeça em sua cama, quando estava dormindo.
Assim Deus às vezes revelava aos filhos dos homens tanto a si mesmo como também
os seus pensamentos. Sim, quando caía um sono profundo sobre eles (Jó 33.15).
Pois quando estamos mais isolados do mundo, e afastados das coisas dos
sentidos, estamos mais aptos para a comunhão com Deus. Mas quando estava
acordado, ele escreveu o sonho para seu próprio proveito, para que não o
esquecesse como um sonho que se desvanece. E ele contou o resumo dos assuntos
para os seus irmãos judeus, para o proveito deles, e lhes entregou por escrito,
para que pudesse ser comunicado àqueles que estavam longe, e fosse preservado
para seus filhos que viriam depois, que veriam essas coisas se cumprirem. Os
judeus, interpretando mal algumas das profecias de Jeremias e Ezequiel, se
animaram com esperanças de que, depois de seu retorno para a sua própria terra,
desfrutariam uma tranqüilidade total e ininterrupta. Mas, para que não se
iludissem dessa forma, e súas desventuras se tornassem duplamente dolorosas
pelo desapontamento, Deus faz com que saibam através desse profeta que terão
tribulações: as promessas de sua prosperidade deveriam ser cumpridas nas
bênçãos espirituais do reino da graça. Cristo diz aos seus discípulos que eles
devem esperar perseguições, e as promessas nas quais confiam serão cumpridas
nas bênçãos eternas do reino da glória. Daniel tanto escreveu essas coisas como
as disse, para indicar que a igreja deveria ser ensinada tanto através da
Escritura quanto pela pregação dos ministros. Pela palavra escrita e
verbalmente. E os ministros, em suas pregações, devem divulgar os pontos
principais dos assuntos que estão escritos.
II
- A própria visão, que prediz as evoluções dos governos naquelas nações, sob
cuja influência estaria a congregação dos judeus nas eras seguintes. mencionou
os quatro ventos combatendo no mar grande (v. 2). Eles lutavam para definir quem
sopraria com mais força e, no longo prazo, quem sopraria sozinho. Isso
representa as contendas entre os príncipes pelo império, e as agitações das
nações por causa dessas disputas, às quais essas poderosas monarquias (das
quais ele devia agora ter um panorama) deviam a sua ascensão. Se um vento de
qualquer direção soprar forte, causará uma grande agitação no mar. Mas que
tumulto deve necessariamente se instaurai- quando os quatro ventos lutam pelo
comando! Este é o ponto importante devido ao qual os reis das nações estão
lutando em suas guerras, que são tão turbulentas e violentas quanto a batalha
dos ventos. Mas como é o mar sacudido, e agitado, quão terríveis são as suas
concussões, e quão violentas são as suas convulsões, enquanto os ventos estão
em luta para decidir qual deles terá o poder exclusivo de atormentá-lo! Note
que este mundo é como um mar violento e tempestuoso, graças aos ventos
orgulhosos e ambiciosos que o atormentam. 2. Ele viu quatro grandes animais
surgirem do mar, das águas agitadas, nas quais as mentes ambiciosas adoram
pescai’. Os monarcas e as monarquias são representados por animais, porque
muito frequentemente é pelo furor selvagem e pela tirania que são engrandecidos
e mantidos. Esses animais eram diferentes uns dos outros (v. 3), de tamanhos
diferentes, para denotar as diferentes índoles e o aspecto geral das nações em
cujas mãos eles estavam alojados. (1) O primeiro animal era como um leão (v.
4). Esse representava a monarquia cal- déia que era forte e feroz, e tornava os
reis absolutos. Esse leão tinha asas de águia, com as quais voava sobre a
presa, simbolizando a extraordinária rapidez com que Nabucodonosor realizou a
conquista de muitos reinos. Mas Daniel logo vê as asas arrancadas, um ponto
final colocado à carreira dos seus exércitos vitoriosos. Diversas nações que
haviam sido suas tributárias se revoltam e avançam contra ele. De modo que esse
monstruoso animal, esse leão alado, é obrigado a ficar de pé como um homem, e
um coração de homem lhe é dado. Ele perdeu o coração de leão, devido ao qual
havia se tornado célebre (um dos nossos reis ingleses foi chamado de Coeur de
Lion - Coração de Leão), perdeu a sua coragem e se tornou fraco e medroso,
temendo tudo, não ousando fazer mais nada. Eles foram atemorizados, e lhes foi feito
saber que eram apenas homens. Algumas vezes a coragem de uma nação
estranhamente se deteriora, e ela se torna covarde e fraca, de maneira que
aquela que era a cabeça das nações em uma ou duas gerações se torna a cauda
delas. (2) O segundo animal era semelhante a um urso (v. 5). Este simbolizava a
monarquia persa, menos poderosa e generosa do que a anterior, mas não menos
voraz. Esse urso se levantou de um lado contra o leão, e logo o dominou. Ele
levantou um império. Assim alguns o interpretam. A Pérsia e a Média, que na
estátua de Nabucodonosor eram os dois braços ligados a um peito, agora
estabeleceram um governo conjunto. Esse urso tinha em sua boca três costelas
entre os dentes, os restos das nações que ele havia devorado, que eram o
símbolo de sua voracidade, e ainda um indício de que embora ele tivesse
devorado muito, não poderia devorar tudo. Algumas costelas, que não pôde
conquistar, ficaram grudadas em seus dentes. Como conseqüência disso, foi-lhe
dito: “Levanta-te, devora muita carne”. Deixa em paz os ossos, as costelas,
pois estes não podem ser subjugados. Assim, ataque aquela que será uma presa
mais fácil. Os príncipes encorajarão tanto os reis quanto o povo a prosseguir
em suas conquistas, e a não permitir que nada se oponha a eles. Note que as
conquistas, realizadas injustamente, são apenas como aquelas de animais que
caçam, e nesse aspecto são muito piores, pois os animais não caçam os de sua
própria espécie, como fazem os homens maus e irracionais. (3) O terceiro animal
era semelhante a um leopardo (v. 6). Este representava a monarquia grega
fundada por Alexandre, o Grande, que era ágil, astucioso, e cruel como um
leopardo. Ele tinha quatro asas como as de uma ave. O leão parece ter tido
apenas duas asas. Mas o leopardo tinha quatro, pois embora Nabucodonosor fosse
rápido em suas conquistas, Alexandre foi muito mais. Em um período de seis anos
ele conquistou todo o império da Pérsia, uma grande parte fora da Ásia,
tornou-se senhor da Síria, Egito, índia, e outras nações. Esse animal tinha quatro
cabeças. Na morte de Alexandre suas conquistas foram divididas entre seus
quatro chefes militares. Seleuco Nicanor ficou com a Ásia Maior. Perdicas, e
depois dele Antígono, ficou com a Ásia Menor. Cassandro ficou com a Macedônia.
E Ptolemeu com o Egito. O domínio foi dado a esse animal. Foi dado por Deus, o
Único de quem vem a promoção.
(4)
O quarto animal era mais feroz, terrível e nocivo do que qualquer um deles,
diferente de todos os outros. Não há nenhuma entre as feras com a qual ele
possa ser comparado (v. 7). Os eruditos não estão de acordo a respeito desse
animal desconhecido. Alguns entendem que seja o império romano, que, quando se
encontrava em sua glória, abrangia dez reinos: Itália, França, Espanha,
Alemanha, Britânia, Sarmatia, Pannonia, Ásia, Grécia e Egito. E então a pequena
ponta que ascendeu através da queda de três das outras pontas (v. 8) entendem
ser o império turco, que ascendeu no lugar da Ásia, Grécia e Egito. Outros
entendem ser este quarto animal o reino da Síria, a família dos selêucidas, que
era muito cruel e opressora para com a nação dos judeus, como encontramos em
Josefo e na história dos macabeus. E nisso esse império era diferente daqueles
que vieram antes, pois nenhum dos poderes precedentes forçou os judeus a
renunciarem à sua religião, mas os reis da Síria o fizeram, e aproveitaram-se
deles barbaramente. Seus exércitos e comandantes eram os grandes dentes de
ferro com os quais devoraram e fizeram em pedaços o povo de Deus, e eles
pisotearam seus restos. Supõe-se, então, que as dez pontas sejam os dez reis
que reinaram sucessivamente na Síria. Portanto, a ponta pequena é Antíoco
Epifânio, o último dos dez, que de uma forma ou de outra debilitou
gradativamente três dos reis, e conquistou o governo. Ele era um homem de grande
engenhosidade, e então foi dito que tinha olhos iguais aos de um homem. Ele era
muito destemido e ousado, e tinha uma boca que falava grandiosamente. Nós o
encontraremos novamente nessas profecias.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 868-869.
Dn
7.4: “O primeiro era como leão”. Todos os estudiosos das profecias de Daniel
concordam nesta passagem, com o mesmo simbolismo. O leão é Babilônia,
compreendendo seu rei. (Ver Jr 4.7; 49.19; Hc 1.8). Podemos observar que, nas
próprias composições que são empregadas para representar este reino, diz-se que
seus sucessores cresceriam naquele reino sempre apontando para baixo (Dn 2.39,
40). Três composições nas visões de Daniel, que representam Babilônia e o monarca,
formam um simbolismo evidentemente perfeito: 1) A cabeça de ouro. 2) O leão. 3)
A águia. A cabeça é a parte mais nobre do corpo humano e, sendo de ouro, é mais
evidente. O leão e a águia são dois animais nobres da fauna: o primeiro, como o
rei dos animais terrestres, e a águia, como a rainha das aves do céu. Esse
simbolismo sempre representou Babilônia, em várias conexões das Escrituras
Sagradas. O leão, majestoso, corajoso, representa perfeitamente essa grande
cidade. Babilônia, de fato, era representada em seu escudo por um leão com asas
de águia. A águia é outro animal majestoso, a rainha das alturas, como o leão o
é das planuras. O leão representa a brutalidade, a força e a violência. E fera
de mandíbula trituradora. Na simbologia profética das Escrituras Sagradas, é o
Império Babilónico “um destruidor de nações” (Jr 4.7). A águia, por sua vez,
metaforiza a rapidez e a voracidade. Esse Império é considerado nas Escrituras
como “u- ma nação feroz” que voa como a águia (Dt 28.49-50; Mq 1.6-8). “E tinha
asas de águia”. Na simbologia profética, isso bem pode, como em outras partes
das Escrituras, simbolizar Nabonido e Belsazar.
“E
foi levantado da terra”. A presente passagem, descreve em resumo, a humilhação,
a doença, a exaltação do poderoso monarca Babilónico, o rei Nabucodonosor. No
capítulo quatro deste livro, Deus o feriu de licantropia. O doutor Montagu G.
Barker, a descreve também como segue: “Licantropia”, uma condição
freqüentemente mencionada em tempos antigos. Muitas vezes ligada à hidrofo- bia,
em que parecia que as pessoas afetadas imitavam cães e lobos. Nabucodonosor,
uma vez ferido por Deus desta doença, foi colocado junto com os animais do
campo (Dn 4.33), onde passou “sete tempos”. Sete tempos (“sete anos”). A
palavra “iddãnin” não denota especificamente “anos”, mas pode significar
“estações”. E a mesma palavra traduzida por “tempo” em 2.8 e “momento” em 3.8,
do livro em foco. A sua situação é indefinida, mas, no conceito geral, isso
significa mesmo “sete anos” (Dn 7.25; 12.7; Ap 12.14. Um tempo nessas passagens
significa um ano).
“E
posto em pé como um homem”. O texto em foco descreve, em resumo, o estado
normal e o restabelecimento do rei Nabucodonosor, e, com certeza, também o seu
restabelecimento no posto e trono, como ele mesmo descreve: “Mas ao fim
daqueles dias, eu, Nabucodonosor, levantei os meus olhos ao céu, e tornou-me a
vir o meu entendimento, e eu bendisse o Altíssimo, e louvei... no mesmo tempo
me tornou a vir o meu entendimento, e, para a dignidade do meu reino, tornou a
vir a minha majestade e o meu resplendor” (cap. 4.34-36).
“E
foi-lhe dado um coração de homem”. O coração deste monarca estava muito
endurecido no início do reinado; era realmente “um coração de leão” (Jr 4.7).
Ele tornou-se um Faraó. Faraó foi um monarca, também de coração endurecido. Dez
vezes lemos que ele endureceu seu coração e dez vezes lemos, também, que Deus o
endureceu (Ex 7.13,14, 22; 8.15,19, 32; 9.7, 34, 35; 13.15 - Faraó). (Êx 4.22;
7.3; 9.12; 10.1, 27; 11.10; 14.4, 8, 17 - Deus). Theodoret assim explica o
caso: “O sol pelo seu calor torna a cera mole e o barro duro, endurecendo um e
amolecendo outro, produzindo, pela mesma ação, resultados contrários. Assim a
longanimidade de Deus faz bem a alguém e mal a outros. - Por quê? - Porque
alguns apresentam-se amolecidos e outros endurecidos”. O juízo de Deus caiu
sobre Faraó quando se exaltou. O juízo de Deus caiu também sobre Nabuco-
donosor quando se exaltou. Diferença: Faraó se endureceu; Nabucodonosor se
humilhou. Teve seu “coração” mudado de “leão” para “coração de homem”.
Nabucodonosor morreu, e seus dois sucessores, as asas, foram arrancadas,
terminando, assim, aquela dinastia Babilónica (Dn 5.30; 7.4).
Dn
7.5: “Continuei olhando, e eis aqui o segundo animal, semelhante a um urso, o
qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os seus dentes;
e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne”.
“...o
segundo animal...” No capítulo 2 versículos 32 e 39 do livro em foco, o Império
Medo-persa é representado pelo “peito e braços” de prata da estátua “terrível”
do sonho do monarca Nabucodonosor. O “peito do colosso, na simbolo- gia
profética, representava a unificação dos dois reinos (Média e Pérsia) em um só.
Os “braços”, porém, geograficamente falando, são seus dois monarcas: Dario e Ciro,
respectivamente. 1. O braço esquerdo representava Dario. 2. O braço direito
representava Ciro (Is 45.1). São eles os dois “Tufões de vento do Sul, que tudo
assolam...” (Is 21.1). No capítulo 4 de Daniel, esse Império, bem pode ser
visto nos “ramos” da árvore que o rei Nabucodonosor viu em sonho.
“...
um urso”. O segundo animal presenciado por Daniel, nesta visão é “um urso”. E
quase tão temível quanto o leão, o primeiro animal. O urso marrom da Síria pode
chegar a 250 kg de peso e tem um apetite voraz. “Embora o urso não seja
considerado o rei dos animais, atinge maior estatura e peso, como já ficou
demonstrado, do que o leão. Diz-se que sua espécie foi encontrada na Média,
país montanhoso, acidentado e frio. Seus quarenta e dois (42) dentes pontiagudos,
suas garras aguçadas, sua malícia, o seu enorme peso, a sua coragem e a sua
astúcia, fá-lo grandemente terrível. No que diz respeito à sua crueldade,
ferocidade e sede de sangue, não tem rival”. Todos esses requisitos possuídos
por essa fera, foram realmente incorporados em grau supremo ao Império
Medo-persa, e mais ainda. Dele está escrito: “Levanta-te, devora muita carne”.
"...
levantou-se de um lado”. O presente versículo põe em foco Dario e Ciro se
“levantando do sudeste” da Babilônia; nessa região se encravavam a Média e a
Pérsia; os medos predominaram antes dos persas. A frase: “levan- tou-se de um
lado” é interpretada na maneira de haver a fera se levantado de um lado, isto
é, no sentido literal, o urso levantou-se sobre duas patas, ficando as duas outras
suspensas, como se quisesse andar com os pés. Esses dois reinos, após
conquistarem Babilônia, cada um queria andar só. Eis a razão por que Ciro
depois vence Dario e reina com grande poder.
“Tendo
na boca três costelas...” O presente texto mostra algo admirável no urso
faminto, como fora presenciado no majestoso leão do versículo 4. As três
costelas em foco, que o urso trazia na sua boca, na simbologia profética
significam as três primeiras potências conquistadas pelo Império Medo-persa.
São elas: 1) Babilônia. 2) A Lídia, na Á- sia Menor. 3) O Egito. Esses três
reinos (costelas) fizeram uma coligação pensando suplantar as ameaças do
inimigo. Mas não tiveram nenhum êxito nisso, pois a conquista por Dario e Ciro
dessas nações já estava vaticinada cerca de 80 anos antes, como está descrito
pelo profeta do Senhor: “O Senhor despertou o espírito dos reis da Média;
porque o seu intento contra Babilônia é para a destruir. (Jr 51.11, 29). Dario
e Ciro fizeram com estas três costelas (nações) o que antes já fora vaticinado.
As nações aí mencionadas foram, em suma, as primeiras a caírem nas garras do
urso voraz. Ele as subjugou.
"...
entre os seus dentes”. O profeta Daniel, observa um detalhe importante na
presente visão: as três costelas acima mencionadas, vinham presas “entre” os
dentes da fera. Foi realmente o que aconteceu com as três potências aludidas:
Babilônia, Lídia, e Egito. Elas foram conquistadas pelos poderosos dentes
(exércitos) do urso faminto. Segundo a história natural, um urso da Média, é
portador de 42 dentes pontiagudos. Nas conquistas mencionadas foram usados 42
exércitos em revezamento. As Escrituras são proféticas e se combinam em cada
detalhe. (Ver Ec 7.27).
“Levanta-te,
devora muita carne”. Essa voz que ordena ao “urso” que devore muita carne é a
voz de Deus. Refere-se a Ciro, também chamado o “pastor” de Deus (Is 44.28) e
seu “ungido”, em Is 45.1. Esses títulos lhe são dados, não por causa do seu
caráter, pois ele era ignorante quanto à pessoa de Deus (Is 45.5). Ele não
conhecia a Deus, e é chamado “uma ave de rapina” em Is 46.11, mas Deus o
predestinou para executar a destruição de Babilônia e a obra de restauração de
Israel. No texto de Is 45.1, 2, lemos a seu respeito: “Assim diz o Senhor ao
seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações diante
de sua face, eu soltarei os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas e
as portas não se fecharão. Eu irei diante de ti, e endireitarei os caminhos
tortos; quebrarei as portas de bronze e despedaçarei os ferrolhos de ferro”. O
leitor deve observar que os elementos apresentados nesta profecia existiam de
fato em Babilônia. No cap. 8.3- 22 deste livro, o poderoso Império Medo-persa
ainda continua, porém, já enfraquecido: não é mais representado por um “urso
voraz”, mas por um animal doméstico. Não está mais diante do mar (v. 3) mas
diante do rio (8.3).
Dn
7.6: "... eis aqui outro”. No texto em foco, é o Império Gre- co-macedônio
que entra em cena. No capítulo 2, versículos 35 a 39 deste livro, esse Império
é representado pelo “ventre e coxas” de cobre da estátua vista pelo monarca
Nabu- codonosor, em seu majestoso sonho. Como na representação anterior dos
dois reis, Dario e Ciro, o mesmo acontece aqui. “O ventre” como é descrito pelo
profeta do Senhor, simboliza a unificação dos reinos Grego e Macedônio em um
só. As “coxas” falam de duas nações que se uniram, depois, porém se dividiram
com o “andar” das coxas. O ventre e as coxas formam uma extensão maior do que a
cabeça. Contudo, a cabeça é mais nobre. O Império Babilónico era de fato maior
do que todos em riquezas e glórias, mas foi menor em extensão territorial do
que o reino de Alexandre Magno. Na simbologia profética, esse Império
Greco-macedônio pode ser visto nas “folhas” da árvore do sonho do rei
Nabucodonosor (4.21). O profeta Daniel diz, na sua interpretação, que as
“folhas eram formosas”. Alexandre, foi de fato o maior em sua geração: foi
chamado de Magno (o Grande). Ele foi um vulto muito culto e inteligente, mas,
ao mesmo tempo, era violento e traiçoeiro até para com seus generais.
“...
um leopardo”. O simbolismo usado na presente passagem se coaduna com a
etimologia da palavra que dá nome ao animal do texto em foco. “Leo” (leão) e
“pardo” (pantera). E realmente perfeito o que foi o reino de Alexandre Magno:
duas naturezas. As duas naturezas interligadas deste Império Greco-macedônio
eram vistas em vários aspectos, mas tomemos como exemplo: 1) Os dois povos
(gregos e macedônios) eram diferentes em temperamento: os gregos sempre foram
diferentes dos macedônios; isto pode ser visto e examinado em Atos dos
Apóstolos e nas Epístolas de Paulo. Esse apóstolo foi enviado por Deus a esses
dois povos. (Ver At 16.9 a 40 e 17.15 a 34; 1 Co 16.5, etc.) 2) Sentido
geográfico: A Grécia ficava “no sudeste da Europa, ocupando a parte Sul da
península dos Balcãs e numerosas ilhas do mar Jónico e do mar Egeu, no
Mediterrâneo”. 3) A Macedônia. A região geográfica da antiga Ma- cedônia
compreende hoje “a Iugoslávia, o Sul da Bulgária e a Turquia européia”. Vejamos
onde se encravam essas três nações: a. Iugoslávia. Sua situação geográfica,
Sudeste da Europa. E limitada ao norte pela Áustria e pela Hungria, a leste
pela Romênia e Bulgária, ao sul pela Grécia e pela Albânia e a oeste pelo mar
Adriático e pela Itália, b. A Bulgária. Sua situação geográfica, sudeste da
Europa, na parte oriental da península balcânica. A Bulgária é limitada ao
norte pela Romênia, a leste pelo mar Negro, ao sul pela Turquia e a Grécia, e a
oeste pela Iugoslávia”, c. A Turquia Européia. E separada da parte asiática
pelo estreito de Dardanelos, pelo mar de Mármara e pelo Bósforo. A parte
européia é constituída de colinas próprias para a agricultura.
“E
tinha quatro asas de ave nas suas costal. O profeta Daniel, em sua visão
futurística, observa algo mais no “leopardo” como vira no leão e no urso,
respectivamente. Ele notifica que, nas costas do animal, vinham quatro asas. Na
simbologia profética e em outras representações simbólicas, asas têm sempre o
sentido de insígnia militar. Verdade é que pode trazer também o sentido de
rapidez. Um fato notável que deve ser observado no texto em foco é que essas
asas estavam postas nas “costas” do animal. Elas representam, sem dúvida, os
“quatro generais” de Alexandre que, após sua morte, fundaram quatro realezas.
São eles: 1) Ptolomeu. 2) Selêuco. 3) Lísímaco. 4) Cassan- dro. Esses generais,
de fato, estavam por “trás” de Alexandre em tudo que ele fazia. Cada um deles
começou por implantar-se na região que lhe fora designada, e não ficaram
somente nisso, pois a ambição de glória e de poder, levou- os a lutarem entre
si, para novas conquistas.
“Tinha
também este animal quatro cabeças”. O profeta do Senhor, Daniel, continua em
sua descrição sobre o famoso “leopardo”. Ele observa algo mais naquela fera:
ela tinha quatro cabeças. A cabeça, que é de um animal quadrúpede, está diante
de si. Na simbologia profética, isso significa as quatro realezas que estavam
por vir. Após a morte de Alexandre, seus quatro generais, já mencionados,
fundaram quatro realezas dentro da divisão do Império. São elas: 1) Egito
(Ptolomeu). 2) Síria (Selêuco). 3) Macedonia (Lisímaco). 4) Ásia Menor
(Cassandro).
“E
foi-lhe dado domínio”. Esse domínio, do texto em foco, dado a Alexandre, foi,
sem dúvida, concedido pelo próprio Deus (Ver Rm 13.1-6). Mas em breve surgiram
dis- sensões entre seus próprios generais, que, ao todo, eram sete (7):
Ptolomeu, Selêuco, Lisímaco, Cassandro, Pérdi- cas, Antípatro e Polispercon. Os
três últimos era os primeiros agentes do reino, mas foram afastados do poder.
Enquanto que os quatro primeiros dividiram-se em quatro formas ideológicas (4
cabeças) e fundaram as 4 realezas já mencionadas. Cumpriu-se, assim o que está
escrito a respeito de Alexandre, em 11.4: “O seu reino será quebrado, e
repartido para os quatro ventos do céu mas não para a sua posteridade”. O
domínio que foi dado, ele não soube aproveitar, e, assim, foi-lhe tirado, mas
não para seus filhos, isto é, para a sua posteridade.
Dn
7.7: "... eis aqui o quarto animaP. O presente versículo coloca em cena o
quarto Império Mundial. E o Império Romano. Esse poderoso Império, desde sua
fundação, tem como capital a cidade de Roma. E cidade das mais antigas da
península itálica, está edificada sobre “sete colinas” que João, o apóstolo do
amor, chama de “sete montes” (Ap 17.9). Nos dias do Império, essas sete colinas
eram chamadas: Aventino, Palatino, Célio, Esquilino, Vidimal, Quiri- nal e o
Capitólio. A cidade ficava à margem esquerda do rio Tibre, a 24 quilômetros da
desembocadura desse rio no mar Tirreno, na costa ocidental da península
itálica. O seu fundador foi um habitante do Lácio (donde vem a palavra latino),
chamado Rômulo, que, junto com seu irmão Rê- mulo, foi amamentado pela loba do
Capitólio. (Lenda). No capítulo 2.33, deste livro, esse Império é representado
pelas “pernas de ferro” do majestoso colosso visto pelo monarca Nabucodonosor,
em seu sonho escatológico. Não é contemplado com os dois Impérios (Medo-persa e
o Greco- macedônio) anteriores, que eram unificados pelo “peito e ventre” da
imagem; mas segue um paralelismo até sua consumação. Na simbologia profética,
esse paralelismo é representado pelas pernas da estátua. (Ver notas expositi-
vas sobre isso em 2.33). No campo simbólico, esse Império pode ter também sua
representação nos “frutos” da árvore do sonho do rei Nabucodonosor (Dn 4.14). A
maneira como os romanos conquistaram o Império Greco-macedônio todos conhecem.
Os romanos conquistaram o Ocidente e voltaram depois suas vistas para o
Oriente. Apoderaram-se da Grécia, Síria, Palestina e outros países. Tornaram-se
senhores do mundo. Quando Matatias começou a lutar pela independência de seu
país, os romanos eram fracos; agora, porém, eram os dominadores do mundo. O
anjo deixou bem claro para Daniel quem seria o quarto animal, quando disse: “O
quarto animal será o quarto reino na terra” (v. 23). Todos os estudiosos das
profecias de Daniel sabem a quem esta passagem se refere. E ao Império Romano,
o quarto reino mundial. Esta fera terrível não há nada a que ela se compare. A
descrição salienta apenas o caráter destruidor da fera, como segue:
“Terrível...”
O Império Romano foi, de fato, “terrível” em todos os seus aspectos; Jesus
Cristo, o nosso Senhor, foi morto sob a força brutal deste terrível poder. Os
próprios judeus sofreram muito sob esse sistema de governo desumano. O Velho
Testamento deixa a Palestina como uma satrapia persa. Abrimos o Novo Testamento
e ali encontramos a dominação romana no apogeu da sua força.
"...
espantoso”. O texto em foco, se consolida em uma profecia de alcance muito
vasto. A própria história secular diz que este Império deixou atrás de si um
rastro de sangue. Ele era espantoso até mesmo para seus próprios governantes;
ali havia muita traição e maldade. Só em falar na palavra “romano” todo o mundo
tremia. (Ver Jo19.12, 13; At 16.37-39).
"...
muito forte”. Essa expressão e outras correlatas se coadunam muito bem com a
natureza desse império, que é o ferro visto nas pernas do majestoso colosso do
sonho do rei, conforme Dn 2. Esse Império desenvolveu os três emblemas
consolidados nas composições anteriores: O domínio do leão, a força do urso e a
rapidez do leopardo; por essa razão, tornou-se “terrível, e espantoso, e muito
forte”.
"...
tinha dentes grandes de ferro”. O animal tinha a mesma natureza das pernas e
pés da estátua descrita em Daniel 2.33, 41. Isto é, composto de ferro e barro.
O Império Romano tinha o mais poderoso arsenal militar em sua época. Seus
dentes (exércitos) pontiagudos, eram adversários velozes como cavaleiros,
fortes como leões, venenosos como serpentes, e lançavam elementos que cegavam e
queimavam com poder mortal. É descrito, portanto, que eles eram forças mortais
poderosas, maliciosas, e incansáveis. Eram, em suma, como diz a profecia
divina: verdadeiros dentes grandes de ferro.
“Ele
devorava...” O presente texto, fala do que fez de fato o Império Romano. Ele
conquistou, em pouco tempo, o mundo civilizado; subjugou todos os reinos,
dominou todos os povos, tornando-se, assim, o senhor do mundo. Ele fez mesmo,
como diz o texto em foco: devorou toda a terra. Essa foi a interpretação dada
pelo próprio ser angelical, no versículo 23, do presente capítulo: “O quarto
animal será o quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos;
e devorará toda a terra...”
"...
fazia em pedaços”. A primeira coisa que fazia o Império Romano após conquistar
uma nação, era dividir suas terras em regiões, tetrarquias, províncias e
distritos. Roma, depois de conquistar o mundo, dividiu-o em regiões chamadas
“províncias”. A divisão dos romanos era semelhante às satrapias dos persas. A
Judéia foi anexada à Síria, e ambas, com outros pequenos países, constituíram
uma província romana. Nos dias de Jesus como pessoa humana, encontramos o
território da Palestina dividido em 4 ou 5 regiões, como por exemplo: Galiléia,
Samaria, Judéia, Peréia e Decápolis. Os próprios judeus foram despedaçados por
esses dentes (exércitos) de ferro, e, ainda hoje (1986 d.C.) encontram-se
judeus em todas as partes do mundo. (Ver Mt 21.44).
“E
pisava aos pés o que sobejava”. O texto em foco salienta o que já ficou
demonstrado no capítulo 2.33 da estátua terrível que tinha os seus pés de
ferro. O Império Romano só tinha dois objetivos consigo em suas grandes
conquistas: matar e reduzir à escravidão. As Sagradas Escrituras falam com
intensidade sobre esses “pés” em várias partes (Ver Dn 2.33, 34, 41,42; 7.7,19,
23; 8.10,13). Outras expressões com o mesmo sentido são vistas no Novo
Testamento (Lc 21.24, “pisada”, “pisarão”; Ap 11.2 “pisarão”; Ap 13.2, observe
a expressão “seus pés”). As Escrituras são proféticas e se combinam entre si em
cada detalhe! Até o “mapa geográfico” do país sede deste Império é a “figura de
um pé” (mapa da península Itálica)!
“Era
diferente de todos os animais”. Na interpretação feita pelo anjo a Daniel, ele
lembra isso ao profeta do Senhor, dizendo: “o quarto animal será o quarto reino
na terra, o qual será diferente de todos os reinos. Realmente é o que diz a
profecia de Daniel; o Império Romano, durante sua existência, de 754 a.C. a 455
d.C. (1209 anos), foi diferente de todos os reinos que já existiram no mundo.
Ele era, no campo profético, o emblema expressivo do reinado cruel do
Anticristo, a Besta que subiu do mar (Ver Ap 13.1 e ss.).
“E
tinha dez pontas”. O animal espantoso do texto em foco tinha dez pontas como
tinham dez dedos os pés da estátua do capítulo 2. Isso já tivemos a
oportunidade de ver em outras notas expositivas sobre este livro, isto é, as
dez pontas vistas em alinhamento na cabeça da fera simbolizam dez reis que “se
levantarão” no tempo do fim. Eles não existiram nos dias do Império. Observe
bem a frase: “se levantarão”. João, o vidente de Patmos, descreve a mesma coisa
em Ap 13.1. O fato de estarem em alinhamento como em alinhamento estavam os dez
dedos da estátua do cap. 2, quer dizer que esses reis escatológicos governarão
ao mesmo tempo (Ap 17.12). Alguns deles (três) receberão poder apenas por “uma
hora” mas depois cairão (Ap 17.12).
Dn
7.8: “Estando eu considerando...” A presente passagem nos dá a entender que
existia um espaço de tempo para que essas pontas se mobilizassem. Os
intérpretes históricos procuram encaixar essas profecias dentro da história
secular. Segundo eles, nesta identificação ocorre um fato a comprovar sua
exatidão perfeita, quando diz: “... diante da qual [do pequeno chifre] três das
pontas primeiras foram arrancadas”. Com efeito, em prol da ascensão do “papado”
foram extirpadas três nações representadas pelas dez pontas. Essas três nações,
alojadas por sinal na península Itálica, são os povos Hérulos, Ostrogodos e
Lombardos. Para nós, essa maneira de interpretar o texto é muito lógica, mas
não se coaduna com a tese principal. Os intérpretes contemporâneos são de
opinião que o Mercado Comum Europeu é o princípio de formação desta grande
profecia. Para os intérpretes futuristas (o que nós aceitamos), a ponta pequena
que subiu por último, é o Anticristo que, após estar tudo pronto aparecerá no
cenário mundial. Ele fará uma aliança com dez monarcas escatológicos, porém com
sua ascensão, três destes reis serão afastados, e apenas sete lhe apoiarão.
(Ver Dn 7.8, 20, 24; Ap 17.12, 16 e ss.).
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 127-138.
2.
O leão (7.4). Corresponde à cabeça de ouro da estátua do capítulo 2, isto é,
Babilônia (2.32,37,38). O leão tinha duas asas, o que fala da rapidez nas suas
conquistas, como bem revela a história.
Primeiro
império mundial dos tempos dos gentios: Babilônia (606-536 a.C.). Simbolizada
pelo leão (Dn 7.4), rei dos animais. Isso fala da primazia do Império
Babilônico sobre os demais que se seguiram. Corresponde á cabeça de ouro da
estátua de Dn 2.32,37,38. As asas de águias falam de suas rápidas conquistas.
3.
O urso (7.5) corresponde ao peito de prata do capítulo 2, isto é, à Medo-Pérsia
(2.32,39). No capítulo 8.2o a Medo-Pérsia volta a ser representada por um
carneiro. O urso se levantou sobre um dos lados, e tinha na boca três costelas.
O lado que se elevou foi a Pérsia, que passou a ter ascendência sobre a Média.
As três costelas na boca aludem à conquista (pela Pérsia) de Babilônia, Lídia e
Egito.
Segundo
império mundial dos tempos dos gentios: a Pérsia. Simbolizada por um urso que
se levantou sobre um dos lados tendo três costelas na boca (Dn 7.5). O lado que
elevou-se foi a Pérsia que passou a ter ascendência sobre a Média. As três
costelas falam da sua conquista da Babilônia, Lídia e Egito. Período da Pérsia
como império mundial: 536-331 a.C.
4.
O leopardo (7.6) corresponde ao ventre de bronze do capítulo 2, isto é, à
Grécia (2.32,39). No capítulo 8.5,21 a Grécia volta a aparecer sob a figura de
um bode. O leopardo tinha quatro asas e quatro cabeças. As quatro asas indicam
mais rapidez nas conquistas do que Babilônia. As quatro cabeças falam da
quádrupla divisão do império grego após a morte de Alexandre, a saber: Egito,
Macedônia, Síria e Ásia Menor. De fato, em dez anos Alexandre dominou o mundo
civilizado do seu tempo. Seu exército era altamente treinado e utilizava o
princípio da guerra-relâmpago, isto é, surpresa e rapidez nos ataques.
Terceiro
império mundial dos tempos dos gentios: a Grécia. Período: 331-146 a.C. É
simbolizada por um leopardo tendo quatro azas e quatro cabeças. As quatro azas
falam do avanço relâmpago da Grécia nas suas guerras. As quatro cabeças falam
da quádrupla divisão do império grego após a morte de Alexandre. Texto bíblico:
Dn 7.6.
5.
O quarto animal (7.7,8,11,19-24) corresponde às pernas e pés da estátua do
capítulo 2, ou seja, ao Império Romano, e ainda à sua última forma de
expressão, por ocasião da vinda de Jesus. Tinha dez chifres. Entre esses dez
surgiu um pequeno. Três dos outros foram derrubados pelo chifre pequeno (vv.
8,24).
O
quarto império mundial dos tempos dos gentios: Roma. Período: 146 a-C- a 476
d.C. quando se deu a queda de Roma. Tinha dez chifres (Dn 7.7,8,19-24).
O
quarto animal seria um rei ou reino, como os demais animais (7.17,23). Esse
animal tinha dentes de ferro (v. 7). Seria o reino da força, da ferocidade, do
esmagamento, como foi o Império Romano. Os dez chifres do versículo 7
correspondem a dez futuros reis (v. 24). Esses futuros reis ou reinos
correspondem aos dez dedos dos pés da estátua do capítulo 2.41,44, e aos dez
chifres da besta de Apocalipse 13.1 e 17.12, a saber, ao Anticristo e suas
nações confederadas durante a Grande Tribulação.
A
visão do quarto animal com seus detalhes foi tão impressionante, que Daniel
concentrou sua atenção sobre ele, querendo saber a que se referia (vv. 19,20).
6.
O chifre pequeno (7.8) representa o futuro Anticristo. Ele, ao emergir entre os
dez reinos, abaterá três reis. Essa expressão do Império Romano em dez reinos
ainda não ocorreu, pois quando esse império deixou de existir tinha apenas duas
formas, correspondentes às duas pernas da estátua do capítulo 2, isto é, o
Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente. O primeiro caiu em
476 d.C. O segundo, em 1453. A divisão do império em dois deu-se em 395 d.C.
Portanto, os fatos proféticos do versículo 8 são ainda futuros, como bem mostra
o livro de Apocalipse. O versículo 8 em apreço revela também que o Anticristo
será muito inteligente {"olhos" - vv. 8,20), e também um orador
inflamado e magnetizador de massas ("boca que falava com insolência"
- vv. 8,20). Com isso concorda Apocalipse 13.5,6.
Antônio
Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos
dias. Editora CPAD.
2.
A interpretação.
A
semelhança do capítulo 2, o Império Romano aparece no sonho de Nabucodonosor
representado pelas “pernas de feno e os pés, em parte de ferro e em parte de
barro” (2.33). No capítulo 7, o Império Romano aparece na visão de Daniel como
um “animal terrível e espantoso” (Dn 7.7). Esse quarto animal não se parece com
qualquer outro tipo do mundo animal. Não havia nada comparável do mundo animal.
O profeta percebe que era um animal, um monstro mítico o qual define como um
animal “terrível e espantoso”. A ca- raterística que se destacava nesse animal
era a sua força e poder de destruição. Esse animal tinha “dentes de ferro” que
triturava tudo o que estivesse à sua frente, indicando força e insensibilidade
no trato com coisas vivas (v. 23). A força desse império foi demonstrada pela
força militar que se tornou o maior referencial da sua conquista. Esse é o
império sequente que veio depois do medo-persa.
“terrível
e espantoso” (7.7). Esse animal deixou seus rastros de morte e destruição por
onde passava. O Império Romano é cara- terizado pela dureza do ferro que é um
símbolo do poder militar. Pelo poder militar, o Império Romano impôs sua força
brutal, com violência e dureza, inclusive nos tempos da vida terrestre de Jesus
Cristo. Os sofrimentos impingidos na prisão, martírio e crucificação de Jesus
revelam a força bruta das milícias romanas contra as pessoas. Em relação ao
quarto animal, Daniel o vê como “terrível e espantoso”. Isto lembra, não só as
proezas romanas, mas a violência como cultura e entretenimento, quando levavam
seus prisioneiros às arenas romanas para serem devorados por animais carnívoros
e famintos, enquanto a elite e o povo assistiam com aplausos e gritos (At
19.12-18;At 16.36-39). Nos tempos cristãos, ainda sob a égide romana, milhares
de cristãos foram martirizados nessas arenas e circos, especialmente, em Roma.
O império se impunha pela força bruta, por isso, “tinha dentes grandes de
ferro” que a tudo destruía e triturava. Diz o texto que a tudo que tomava nos
dentes “fazia em pedaços”. No versículo 23, Daniel explica e interpreta a
figura desse quarto animal representando um reino em que a crueldade seria a
marca do império desde 241 a. C. até 476 d. C. Esse império é visto numa
perspectiva escatológica, pois cremos que, mesmo que aparente e fisicamente
tenha deixado de existir, historicamente, num tempo especial ele ressurgirá com
força reunindo as forças gentílicas das nações do mundo, especialmente, as
nações adjacentes ao “Mar Grande”, o Mediterrâneo, e mostrará sua força sob a
liderança do Anticristo.
“Estando
eu considerando as pontas (chifres), eis que entre elas subiu outra ponta
pequena (chifre)” (7.8). Em outras versões, a tradução apresenta de forma
direta como “chifre pequeno” que surge entre os demais chifres no espantoso
animal. Esse “chifre pequeno” representa, escatologicamente, “o homem do
pecado” ou “o filho da perdição” (2 Ts 2.3) que surgirá num determinado tempo
designado por Deus identificado como o “anticristo”. Esse personagem aparecerá,
literalmente, no “último tempo”, ou seja, na Grande Tribulação, blasfemando
contra o Altíssimo até que venha o juízo de Deus sobre ele. Os dez chifres do
quarto animal representam a força desse terrível animal. Conforme a visão,
Daniel vê sair do meio da cabeça desse espantoso animal, entre os dez chifres
um “chifre pequeno” que tem olhos e uma boca que “fala insolências”. Falar
insolências significa falar com desrespeito às instiuições e pessoas. Significa
ser desaforado e é exatamente o que o personagem do “chifre pequeno” fazia e
fará na pele do Anticristo. Esse “chifre pequeno” surgirá entre os outros
chifres do “animal terrível espantoso”, ou seja, entre os dez reinos no último
tempo como está profetizado e interpretado por Daniel nos versículos 24 e 25,
quando diz: ”E, quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez
reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros e
abaterá a três reis. E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os
santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão
entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo”. Esse
chifre pequeno será um homem que aparecerá no “último tempo” e blasfemará
contra Deus, até que lhe venha o juízo divino.
“o
chifre pequeno” (7.8). Tanto em Daniel 7.8 como em Apocalipse 13.1,5,6, as
profecias apontam para um personagem dos últimos tempos, o Anticristo. A
relação das profecias dadas a Daniel no Antigo Testamento e a João, o apóstolo,
no Novo Testamento, nos mostra que os dois apontam para o governante
simbolizado por esse “chifre pequeno” e que o mesmo adquire personalidade
porque tem “uma boca que fala grandiosamente”. Falar coisas grandes sugere que
este Líder fará promessas políticas persuasivas, especialmente, para enganar o
povo de Israel e todo o mundo, que ficarão pasmados com a eloquência desse
personagem. Assim como os discursos de líderes políticos do mundo influenciam
nações e políticos com decisões que podem ser para a guerra ou para a paz, o
Anticristo terá um poder enorme de persuasão entre as nações. É desse modo que
o Anticristo fará um pacto com Israel no período da Grande Tribulação. Segundo
a visão escatológica de Daniel, esse Líder (o “chifre pequeno”) representado
pelo Anticristo será investido de autoridade e fará fortes ameaças para
manipular os governos de todo o mundo naquela época. Ele dirá grandes
blasfêmias contra Detis e, arrogantemente terá uma postura zombeteira contra
Deus e contra o povo de Israel. O apóstolo João, em sua visão apocalíptica no
capítulo 13.6 diz: “Abriu a boca contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do
seu tabernáculo, e dos que habitam no céu”. Hoje, nosso mundo parece estar sob
a síndrome desse líder futuro que mostra os seus primeiros sinais e se não
mostrou a sua cara ainda é porque a Igreja de Cristo está na terra. Mas não há
dúvida, o espírito do Anticristo, movido pelo Diabo, está agindo e preparando o
cenário mundial para o seu advento. Os líderes atuais do planeta, para governar
as nações, usam recursos do materialismo, da idolatria, mas terão uma retórica
vazia com discursos inflamados para acusar as nações que ainda possuem um pouco
de temor a Deus. Esse líder será, sem dúvida, um líder político, mas irá
explorar a religiosidade dos seres humanos e mostrará, entre outras simulações,
alguém que terá aparência religiosa para enganar os povos religiosos do mundo,
explorando o fanatismo religioso dos povos com o objetivo de tirar proveito
para si.Vivemos tempos de rebelião e oposição contra Deus quando o Diabo
prepara o mundo para a plataforma do Anticristo.
O
juízo divino contra o império sob o domínio do “chifre pequeno” está declarado
assim: “estive olhando até que o animal foi morto, e o seu corpo desfeito, e
entregue para ser queimado pelo fogo” (7.11). O juízo de Deus, sentado em seu
Trono de Justiça e Juízo, rodeado de seus anjos, é lançado para por fim a
soberba do Anticristo e seus aliados naqueles dias. Ele acabará como os demais.
A semelhança dos reis profanos, soberbos e arrogantes como Nabucodonosor,
Antíoco Epifânio, Herodes, Nero, Hitler e outros que tiveram uma liderança de
destruição e morte, desafiando a Deus e não reconhecendo a sua Soberania, foram
destruídos porque só Deus é Deus Todo-Poderoso e tem o cetro de autoridade e
governo do mundo.
O
apóstolo João profetizou o fim do Anticristo naqueles dias, à semelhança da
visão de Daniel 7.11,12, ele viu e revelou em Apocalipse 19.11,17-19: “E vi o
céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se
Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. E vi um anjo que estava no sol,
e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu:
Vinde e ajuntai-vos à ceia do grande Deus, para que comais a carne dos reis, e
a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavalos e dos que
sobre eles se assentam, e a carne de todos os homens, livres e servos, pequenos
e grandes, e vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para
fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército”.
Esse cavalo branco e seu cavaleiro de Ap 19.11 não são os mesmos do capítulo
6.2. Lá no capítulo 6 de Apocalipse, o personagem é o Anticristo e no capítulo
19, o personagem é o próprio Cristo, descendo do céu para destruir o Anticristo
e seus comparsas no período da Grande Tribulação. Assim como o personagem do
“chifre pequeno” de Dn 7 foi morto e destruído, o futuro Anticristo será
destruído pelo poder da vinda de Cristo. O tempo de domínio do personagem do
“chifre pequeno” terá seu fim, porque a profecia diz que “foi lhe dada
prolongação de vida até certo espaço de tempo” (Dn 7.12).
“a
ponta pequena (o chifre pequeno) fazia guerra contra os santos e os vencia”
(7.21). Este chifre pequeno é a encarnação do Anticristo, forte e robusto, que
fará guerra contra Israel e produzirá grande sofrimento e perda em Israel
naqueles dias. Será um líder com grande domínio de massas e politicamente
atrativo e atrairá apoio das nações contra Israel. Mas seu poder será
desarraigado por um poder maior, o poder do “Filho do Homem”,Jesus Cristo que o
destruirá e tomará posse de um reino prometido, poderoso e consolidador.A
Bíblia declara que o Anticristo será, de fato, o último líder mundial antes de
Cristo, o Messias desejado e sonhado por Israel.
“o
tempo em que os santos do Altíssimo possuirão o reino” (7.22). Esse tempo será
cumprido ao final da grande Tribulação, ou seja, especialmente depois do
segundo período da “semana profetizada por Daniel (Dn 9.27). O “ancião de
dias”, subjetivamente é Deus Pai quem declara que o tempo da possessão do reino
havia chegado. Até o final dos dias da “última semana”, o “chifre pequeno” será
quebrado para sempre. Seu reino será aniquilado. A destruição desse rei
blasfemo e déspota acontecerá inevitavelmente quando se terá cumprido o período
de três anos e meio, ou seja, o período que compreende ao “tempo, tempos e
metade de um tempo”. E, exatamente, na metade da semana da Grande Tribulação.
Esse período é identificado como o “tempo dos gentios” no qual as nações gentílicas
dominarão o mundo e massacrarão a Israel. O tempo dos gentios terminará com o
fim da “última semana” de Daniel 9.27, ou seja, dos sete anos da Grande
Tribulação.
(7.23,24)
Nestes dois versículos Daniel dá a interpretação da identidade e das ações do
quarto animal que é o Império Romano. Descreve a sua força, domínio e glória,
bem como, o juízo que virá sobre esse império e a sua destruição pelo poder da
vinda de Cristo, a sua parousia com poder e glória (2Ts 2.8 eAp 19.20).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 104-106;108-109;111.
Dn 7.17 “São quatro reis”. A grande visão dada a Daniel se adapta perfeitamente com a interpretação verdadeira. Aqueles grandes impérios eram de fato discernidos quanto ao seu verdadeiro caráter de bestas ferozes. Em linhas gerais, esses grandes animais são discernidos pelo tempo e pela história, como segue: 1) O leão (tipificando o Império da Babilônia). O versículo 4 do capítulo em foco, determina essa interpretação: Numa simbologia perfeita, o monarca caldeu é ali representado. Tem também respaldo bíblico em outras partes das Escrituras Sagradas (Jr 4.7; 49.19; Hc 1.8; ver Ez 17.3). 2) O urso simbolizava o Império Medo-persa. Já tivemos a oportunidade de explicar, em outras notas, porque esta fera se “levantou de um lado”. As três costelas na sua boca representam as três primeiras potências conquistadas por Ciro (Babilônia, Lídia, na A- sia Menor, e Egito). 3) O leopardo representa o Império Greco-Macedônio. As 4 asas, significam seus 4 generais; as 4 cabeças, as quatro realezas fundadas por estes generais depois da morte de Alexandre. 4) A fera terrível representa o Império Romano.
7.19:
“Então tive desejo de conhecera verdade a respeito do quarto animal, que era
diferente de todos os outros, muito terrível; cujos dentes eram de ferro e as
suas unhas de metal; que devorava, fazia em pedaços e pisava a pés o que
sobrava”.
“Então
tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal’. O grande
interesse de Daniel, na presente visão, não se prendia tanto ao futuro dos
santos, pois esse ele sabia que estava controlado e já estabelecido pelo
próprio Deus, mas está concentrado no “terrível” animal, cujo governo deveria
perdurar por um pouco, mas precederia aquele que, apesar de ser tão glorioso,
ainda se encontrava distante (comp. Mc 1.15). “Além da explicação dada pelo
anjo a Daniel, os dentes dessa fera, cujo simbolismo se encontra já comentado
no versículo 7 deste capítulo, correspondem a um dos elementos da estátua”.
“...
as suas unhas de meta. Na visão presenciada por Daniel, logo a princípio,
quando descreve o caráter destruidor da fera (v. 7) não se mencionam as “unhas”
do animal espantoso, mas elas agora, aparecem na interpretação dada pelo ser
celestial. Isso esclarece o que ficou demonstrado. O Império Romano não só
usava seus “dentes”, isto é, seus exércitos destruidores, mas também, após
conquistar todo o mundo civilizado, se ser via das pequenas “unhas” (pequenas
tribos), nas fronteiras do Império, que trabalhavam na defesa contra possíveis
tribos invasoras.
Dn
7.20: "... tinha olhos”. Isso também nos é dito na descrição do animal do
versículo 8 deste capítulo. O Anticristo, como já ficou demonstrado, possuirá,
no campo cultural, um notável saber (Ver 7.8, 20; Ap 13.5); ele será um
elemento altamente inteligente, por isso será um grande orador e, sem dúvida,
um filósofo notável (comp. 7.23 e 11.34), e um político habilidoso (Ap 13.4),
tudo isso, e mais ainda, são características que farão dele um super-homem de
Satanás; ele será possuído por forças invisíveis do mal, pois nos é dito, em Ap
13.2, que o dragão “lhe deu o seu poder, e o seu trono, e grande poderio”.
Todas essas habilidades possuídas pelo homem do pecado, são verdadeiros “olhos
da inteligência”.
“...
uma boca que falava grandiosamente”. A presente expressão encontra seu paralelo
em Ap 13.5, onde lemos: “E foi-lhe dada uma boca para proferir grandes coisas e
blasfêmias; e deu-se-lhe poder para continuar por 42 meses”. Isso é dito
porque, conforme já vimos, esse homem, apesar de possuir naturalmente grande
inteligência e autoridade, não poderá ser explicado somente sobre bases
humanas. Por isso seis vezes (o número de homem) é dito que esse poder “lhe foi
dado” (Ap 13.2, 5, 14, 15).
Dn
7.23: “Disse assim: O quarto animal será o quarto reino na terra, o qual será
diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a
fará em pedaços”.
“O
quarto animal será o quarto reino na terra”. O presente texto descreve, com
muita precisão, o que fez o Império Romano no apogeu da sua glória. Ele reduziu
todos os povos à escravidão; devorou toda a terra. Os romanos conquistaram
primeiro o Ocidente e voltaram depois suas vistas para o Oriente. Apoderaram-se
primeiro da Grécia, Síria, Palestina, incluindo a “terra formosa” (a terra de
Israel) e outras nações circunvizinhas. Tornaram-se senhores do mundo, isso já
estava predito: "... o quarto reino... devorará toda a terra”. Quando
Matatias começou a lutar pela independência de seu país, os romanos eram fracos
em poderio político; agora, porém, eram os dominadores do mundo. Este Império
fez, de fato, tudo quanto estava predito a seu respeito. Semelhantemente, num
futuro próximo, o Anticristo, fará tudo, e mais ainda, do que ele (o Império
Romano) realizou durante sua existência. (Ver o comentário ao versículo 7 deste
capítulo, pois aqui repetimos algo, para fixar).
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 142-146.
A Interpretação do Anjo (7.15-28)
d)
A explicação dos animais (7.15-18). Não é de admirar que Daniel estava perplexo
e abatido (15) com a visão que acabara de ter. Devido a sua sabedoria em
relação aos caminhos de Deus, ele tinha percepção suficiente para compreender
algo do significado do panorama que havia se estendido diante dele. Mas a
amplitude disso e as implicações sombrias para as pessoas da terra e para o seu
próprio povo eram mais do que Daniel podia absorver calmamente.
Deus
é bom em prover ajuda aos seus filhos quando mais precisam dela. O anjo de Deus
estava lá para socorrer Daniel, para que ele compreendesse melhor o que estava
acontecendo. Os quatro animais, ele explicou, eram quatro reis (17) ou reinos.
Mas a conseqüência final da história é o quinto reino, o governo dos santos do
Altíssimo (18).
b)
O quarto animal (7.19-26). Esse animal era a preocupação maior de Daniel, como
tem sido no caso dos estudantes do livro de Daniel. Assim, o anjo concentrou-se
nesse aspecto e deu-lhe uma atenção maior.
Esse
animal com grandes dentes [...] de ferro e garras de metal (“bronze”, ARA) era
indescritivelmente horrível. Ele era mais devasso na sua capacidade de destruir
e sua crueldade do que qualquer um dos seus predecessores. Embora no início
tivesse dez pontas (chifres), um pequeno chifre surgiu para desalojar três
outros e distinguir-se no seu vigor e crescimento. Em ferocidade e ostentação
esse chifre era mais firme do que o das suas companheiras. No final, esse
chifre atacou o próprio Deus, o Altíssimo, e fazia guerra contra os santos e os
vencia (21).
Esse
quarto animal, explica o anjo, será o quarto reino na terra, o qual será
diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a
fará em pedaços (23).
1)
Que império é esse? Que reino na história pode ser identificado com o quadro
pavoroso desse quarto animal? Seguindo a interpretação adotada no capítulo 2,
esse seria o Império Romano, embora a maioria dos intérpretes modernos discorde
desse ponto de vista. O parecer popular é que o animal em forma de dragão
representa os gregos, cujos dez chifres representam os dez governantes que
sucederam Alexandre. O pequeno chifre seria Antíoco Epifânio.
2)
Roma identificada. Young, apoiando a posição de que esse quarto animal
representava o Império Romano, diz: “E provavelmente correto concordar com a
visão tradicional de que esse quarto império é Roma. Isso já era expresso na
época de Josefo, e tem sido amplamente aceito. Podemos citar Crisóstomo,
Jerônimo, Agostinho, Lutero, Calvino como alguns dos comentaristas que concordam
com essa posição, ou que são, pelo menos, partidários da mesma. Em tempos
posteriores, estudiosos como E. W. Hengstenberg, H. Ch. Hávernick, Cari Paul
Caspari, Karl Friedrich Keil, Edward Pusey e Robert Dick Wilson [apoiaram essa
teoria]”.
Young
apresenta duas razões de a teoria romana ter obtido a supremacia no Novo
Testamento e ter sido aceita pelos intérpretes desde então.
a)
“Nosso Senhor identificou-se como o Filho do Homem, a figura celestial de
Daniel 7, e conectou a ‘abominação da desolação’ com a futura destruição do
Templo (Mt 24)”.
b)
“Paulo usou a linguagem de Daniel para descrever o Anticristo, e o livro de
Apocalipse empregou o simbolismo de Daniel 7 para referir-se aos poderes que
existiam naquela época e aos poderes futuros.
“A
razão de a teoria do Império Romano tornar-se tão predominante na igreja
primitiva é porque ela é encontrada no Novo Testamento, não porque os homens
pensavam que tinham achado uma saída simples para a dificuldade”.
3)
O que significa a “ponta pequena” (“pequeno chifre”, w. 8,11,20-22,24-26)?
Intérpretes conservadores concordam quase de maneira universal em que o pequeno
chifre de Daniel 7 é o Anticristo, que deverá vir no final dos tempos. Jerônimo
insistia nesta teoria, contrariando Porfírio.22 Poucos que aceitam a inspiração
sobrenatural de Daniel têm questionado a argumentação de Jerônimo. No entanto,
inúmeros estudiosos insistem em que o pequeno chifre nesse capítulo não deve
ser identificado com o pequeno chifre (ponta pequena) do capítulo 8. Quanto ao
pequeno chifre — a audácia profana —, o egoísmo crescente desse ser humano que
surge do solo político da história humana o distingue como a culminação da
iniqüidade e impiedade. Sua caracterização como tendo olhos de homem (8) sugere
que ele é um homem de caráter extraordinário, possuindo inteligência,
sagacidade e uma percepção muito além da dos seus contemporâneos. Ele vencerá o
mundo pela racionalidade e lógica tanto quanto pela força armada. A expressão
boca que falava grandiosamente (8) indica habilidade na eloqüência, persuasão,
um poder de comunicação que serve como arma de guerra contra Deus e o homem.
Esse
é o “homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra
tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no
templo de Deus, querendo parecer Deus” (2 Ts 2.3-4). Esse é o “mistério da
injustiça” (2 Ts 2.7), “o iníquo” (2 Ts 2.8). E impossível que esse perverso
seja identificado com Antíoco Epifânio. Esse tirano estava morto havia cerca de
duzentos anos na época de Paulo. Ele pode simbolizar “o iníquo”, mas Paulo
colocou o Anticristo no fim dos tempos, na culminação do conflito entre Deus e
o Anti-Deus.
Roy
E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 523-524.
II
– O CLIMAX DA VISÃO PROFÉTICA
1.
Tronos, “ancião de dias” e juízo divino (vv.9-14).
A
escatologia está sendo abandonada por muitas igrejas e pregadores, porque
entendem que a igreja não deve se preocupar com Israel, nem com o seu futuro.
Algumas igrejas e pregadores preferem uma teologia horizontalizada que se
preocupa, essencialmente, com “o aqui e agora”, com o “hoje”. Ensinam alguns
que as profecias de Daniel e Apocalipse têm um caráter apenas alegórico e que
pode ser descartado por temas atuais. Entretanto, não podemos descartar a
importância dessas profecias que apontam para o futuro.
A
visão de Tronos e do Juízo de Deus (7.9-14)
O
texto diz: “foram postos uns tronos”(7.9). A partir do versículo 9, Daniel vê uma
cena de juízo da parte de Deus contra o quarto animal, ou seja, a quarta Besta
que aparece na visão com um vislumbre escatológico para o Anticristo. Esses
tronos, no plural, indicam vários juízos aplicados nos dias da Grande
Tribulação. E interessante notarmos que os tronos de juízo aparecem
simultaneamente com a aparição do “chifre pequeno” indicando todos aqueles
juízos revelados na visão do Apocalipse a João na Ilha de Patmos. Esses tronos
vistos na visão de Daniel indicam tribunais em que alguns personagens especiais
se assentam para julgar. O texto lembra um tribunal como a Suprema Corte que
reúne juizes para julgar. O próprio Deus, Juiz Supremo, se assenta no seu
Trono, acompanhado de seu Conselho Celestial para julgar (1 Rs 12.19; Jó 1.6).
“o ancião de dias” (7.9-12). Esse personagem, o “ancião de dias”, ganha
destaque na visão de Daniel. E uma figura humana que ilustra o respeito pelo
que Deus é, naturalmente, muito mais que “um ancião de dias”; muito mais que
alguém respeitado pela idade, porque Deus é o Supremo Juiz, que aparece como um
“ancião de dias” numa referência a cultura humana de respeito às pessoas
idosas, por causa da experiência e a sabedoria. As palavras hebraicas atiz e
yomin que se traduz por “ancião de dias” é uma designação do Deus Todopoderoso
como Jiiz supremo, quem derramará seus juízos contra os reinos do mundo que
tenham se associado com o Anticristo. Por isso, essa figura do “ancião de dias”
é utilizada para identificar a Deus como aquEle que tem autoridade e poder para
julgar, especialmente, contra o personagem daquele “pequeno chifre”.
A
suia “veste branca como a neve” (7.9) fala de pureza e santidade. Deus é Santo
(Is 6.1-4) e está rodeado de anjos santos.
“Um rio de fogo manava e saía de diante dele” (7.10). Como vislumbrar a glória
que envolve a majestade divina? A figura do fogo ilustra o que Deus é: santo,
puro, iluminador, purificador. A visão do profeta Isaías no capítulo 6 do livro
seu livro ilustra a glória do fogo diante do Trono de Deus. O versículo 10 fala
da santidade do “ancião de dias” que é o Pai Celestial e a relação do seu trono
com o fogo que manava do Trono para falar de pureza e justiça. As “rodas do
trono” indicam que Deus não é uma figura estática como os promulgará a sentença
final contra o quarto animal (Roma) e o Chifre Pequeno, representado como o
grande opositor dos interesses de Deus para com Israel (7.11,12).
“milhares
de milhares o serviam diante dele” (7.10). Daniel percebe que o fogo que manava
e saía de diante dEle é identificado com os anjos celestiais que o servem. Os
anjos são seres espirituais que podem tomar muitas formas, porque não possuem
forma que se possa identificá-los. Na visão de Daniel eles são chamas de fogo
que se diversificam em milhares de seres que servem ao Trono do Supremo Deus.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 107-108.
Quer entendamos o quarto animal como indicando o império sírio ou o romano, ou o anterior como uma imagem do último, está claro que esses versículos são planejados para o consolo e o apoio ao povo de Deus. A referência em questão é feita às perseguições. E provável que eles sofressem perseguições tanto de um quanto de outro, e de todos os seus orgulhosos inimigos em todas as épocas. Tudo isso foi escrito para o aprendizado daqueles sobre quem os fins dos séculos chegaram, para que eles também possam ter esperança, através da paciência e do consolo dessa Escritura. Três coisas muito encorajado- ras são aqui reveladas:
I
Que há um julgamento por vir, e Deus é o Juiz. Agora os homens têm o seu dia, e
todo embusteiro acredita que deveria ter o seu dia, e luta por isso. Mas Aquele
que se senta no céu ri deles, pois vê que vem chegando o seu dia (SI 37.13).
“Eu olhei” (v. 9) até que os tronos foram derrubados, não somente os tronos
desses animais, mas todo governo, autoridade, poder, que são estabelecidos em
oposição ao reino de Deus entre os homens (1 Co 15.24): assim são os tronos dos
reinos do mundo, em comparação com o reino de Deus. Aqueles que os vêem
estabelecidos precisam esperar apenas pouco tempo, e os verão derrubados. Eu
olhei até que os tronos foram postos (assim se pode ler este texto). O trono de
Cristo e o trono de Deus Pai. Um dos rabinos confessa que esses tronos são
estabelecidos, um para Deus, outro para o Filho de Davi. E o julgamento que
está instalado aqui (v. 10). Assim sendo: 1. O objetivo é proclamar o sábio e
justo governo do mundo por Deus através de sua providência. Há algo que
proporciona uma satisfação indizível a todos os homens bons em meio às
convulsões e às agitações dos estados e dos reinos: que o Senhor tenha
preparado o seu trono nos céus, que o seu reino domine sobre tudo (SI 103.19),
e que verdadeiramente há um Deus que julga na terra (SI 58.11). 2. Ele
possivelmente aponta para a destruição trazida pela providência de Deus sobre o
império da Síria, ou de Roma, por sua opressão ao povo de Deus. Mas: 3. O
episódio parece principalmente planejado para descrever o último julgamento,
pois embora não suceda imediatamente depois do domínio do quarto animal, e
embora ainda esteja por vir daqui a muitas eras, ainda assim fora planejado para
que em todas as gerações o povo de Deus se encorajasse mesmo sob as suas
dificuldades, através da convicção e da perspectiva de um evento tão importante
quanto este julgamento. Enoque, o sétimo depois de Adão, profetizou sobre isso
(Jd 14). A boca do inimigo fala grandiosamente (v. 8). Mas aqui estão coisas
muito maiores, ditas pela boca do Senhor. Muitas das predições do Novo
Testamento sobre o julgamento que virá contêm uma clara alusão a essa visão, e
nesse sentido podemos mencionar especialmente a visão de João (Ap 20.11,12).
(1) O juiz é o próprio Ancião de dias, Deus Pai. A glória da sua presença é
descrita aqui. Ele é chamado de Ancião de dias, porque Ele é Deus de eternidade
a eternidade. Entre os homens se acredita que com o ancião esteja a sabedoria,
e que o tempo julgará. Não deverá, então, toda carne ficar em silêncio diante
Daquele que é o Ancião de dias? A glória do Juiz é demonstrada aqui por sua
vestimenta, que era branca como a neve, simbolizando o seu esplendor e a sua
pureza em todas as aplicações da sua justiça. E os seus cabelos eram limpos e
brancos, como a pura lã, para que, tal como a cabeça grisalha dos mais velhos,
Ele mostre que é altamente venerável. (2) O trono é esplêndido. E como a chama
ardente, terrível para os maus que serão intimados a comparecer diante dela. E
sendo o trono móvel sobre rodas, ou ao menos a carruagem na qual ele percorria
o trajeto, suas rodas são como o fogo ardente, para devorar os adversários.
Pois o nosso Deus é um fogo consumidor, e com Ele estão as labaredas eternas
(Is 33.14). Isso é detalhado no versículo 10. Para todos os seus amigos fiéis,
procede do trono de Deus e do Cordeiro um rio puro de água da vida (Ap 22.1),
do mesmo modo como para todos os seus implacáveis inimigos emana de seu trono
uma torrente flamejante, uma torrente de enxofre (Is 30.33), um fogo que
devorará diante dele. Ele é uma testemunha veloz, e a sua palavra é uma palavra
que se move sobre rodas. (3) Os servos são numerosos e muito admiráveis. A
Shekiná está sempre acompanhada por anjos. E assim aqui (v. 10): Milhares de
milhares o servem, e dez mil vezes dez mil estão diante dele. E para a sua
glória que tenha tais servos, mas é uma glória ainda maior não precisar deles,
nem tirar proveito deles. Veja como são numerosos os exércitos do céu (há
milhares de milhares de anjos), e quão dispostos a servir estão - eles se
postam diante de Deus, prontos para se encarregarem de suas missões e agir ao
primeiro sinal de sua vontade e agrado. Eles serão especialmente utilizados
como ministros da sua justiça no último dia, no julgamento final, quando o
Filho do homem chegar, e com Ele todos os santos anjos. Enoque profetizou que o
Senhor viria com miríades de seus santos. (4) O processo é justo e
irrepreensível: O julgamento será estabelecido, pública e abertamente, para que
todos possam recorrer a ele. E os livros serão abertos. Assim como nos
tribunais de julgamento entre os homens, os procedimentos são colocados por
escrito e sob registro, sendo expostos quando a causa chega à audiência. O interrogatório
das testemunhas é realizado, e os depoimentos lidos, para esclarecer os fatos,
e os estatutos e a lei comum são consultados para se saber como é a lei. Da
mesma forma, no julgamento do grande dia, a eqüidade da sentença será tão
incontestavelmente evidente como se houvessem livros abertos para justificá-la.
II Que os orgulhosos e cruéis inimigos da igreja de Deus certamente terão que sofrer o acerto de contas, e serão destruídos no devido tempo (w. 11,12). Isto nos é aqui representado: 1. Na destruição do quarto animal. A desavença de Deus com esse animal se deve à voz das grandes palavras que a ponta emitia, oferecendo resistência ao Céu, e prevalecendo sobre tudo o que é sagrado. O comportamento orgulhoso do inimigo ofende a Deus mais do que qualquer outra coisa (Dt 32.27). Por essa razão, o faraó deve ser humilhado, porque disse: Quem é o Senhor? E também porque disse: Eu perseguirei, Eu alcançarei. Enoque profetizou que por isso o Senhor viria para julgar o mundo, para que pudesse condenar a todos os que são ímpios, por suas duras palavras (Jd 15). Note que as palavras pronunciadas com arrogância são apenas palavras inúteis, pelas quais os homens terão que prestar contas no grande dia. E veja o que resta desse animal que fala tão alto: Ele está morto, e seu corpo destruído e entregue para ser queimado pelo fogo. O império sírio, depois de Antíoco, foi destruído. Ele próprio morreu vítima de uma doença deplorável. Sua família foi exterminada. O reino foi destruído pelos partos e armênios, e, por fim, foi transformado por Pompeu em uma província do império romano. E o próprio império romano (se o considerarmos como o quarto animal), depois que começou a perseguir o cristianismo, declinou e definhou, e a sua sociedade foi destruída. “Assim perecerão todos os teus inimigos, O Senhor! E serão mortos diante de Ti”. 2. Na degradação e no enfraquecimento dos outros três animais (v. 12): Eles tiveram seu domínio retirado, e então ficaram impossibilitados de provocar os danos que haviam causado à igreja e ao povo de Deus. Mas uma prolongação de vida lhes foi dada, até um tempo e uma época, uma hora marcada, cujos limites eles não podem ultrapassar. O poder dos reinos anteriores estava completamente aniquilado, mas o seu povo ainda permanecia em uma condição pobre, frágil e baixa. Podemos fazer referência a isso descrevendo os resíduos do pecado nos corações das pessoas boas. Elas, cujas vidas são prolongadas, possuem em si corrupções, de forma que não estão completamente livres do pecado, mas o domínio deste foi retirado, de modo que o pecado não reine em seus corpos mortais. E, dessa maneira, Deus lida com os inimigos de sua igreja. Algumas vezes Ele quebra os dentes deles (SI 3.7). Quando Ele não lhes quebra o pescoço, reprime a perseguição, como também retarda a punição aos perseguidores, para que eles possam ter um tempo para se arrepender. E é justo que Deus, ao realizar a sua obra, faça-o no seu próprio ritmo, e à sua própria maneira.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 869-870.
Dn 7.9: “ O presente versículo, e os que seguem, encontram paralelos nos de Ap 1.13 a 16, onde cena similar está em foco. Ali o Senhor Jesus é o filho do “Ancião de dias”, e por essa razão tem a mesma natureza do Pai. E aquele que morreu com trinta e três (33) anos de idade. Depois de levar os nossos pecados na cruz e suportar uma eternidade de dores; tem cabelos brancos como a neve. Entre o povo de Deus, a “coroa de honra são as cãs” (Pv 16.31). Certamente a alvura dos cabelos na pessoa de Cristo provém, em parte, da intensidade de glória celestial, e em parte da sua sabedoria e, sobretudo, da sua idoneidade moral. No “ancião” do texto em foco, a brancura dos cabelos não significa velhice, antes sugere a eternidade, indicando também pureza e divindade.
Dn
7.10: “... milhões de milhões” (de anjos). O presente versículo tem seu
paralelo em Ap 5.11, onde lemos que “milhões de milhões e milhares de milhares”
de anjos estavam ao redor do trono de Deus. Os anjos são mencionados em toda a
extensão das Escrituras Sagradas, onde são vistos por mais de 273 vezes, e, no
caso do texto em foco, encontramos “milhões de milhões e milhares de milhares”.
A angelologia do Antigo Testamento afirma que os anjos são tão numerosos, que
o seu número é incalculável para a habilidade humana. O doutor Bancroft,
citando Gabelein diz que “em Hb 12.22 os anjos são indicados como uma
inumerável companhia, literalmente, miríades. De acordo com Lc 2.13, multidões
de anjos apareceram na noite do nascimento de Cristo; claramente foram vistos
cruzando o céu da Palestina, clamando de alegria em vista do início da nova
criação, como tinham feito no princípio da primitiva criação. Quão vasto é o
número deles! somente o sabe aquele cujo nome é Jeová-Sabaote, o Senhor dos
Exércitos”.
Dn
7.11: "... o seu corpo desfeito, e entregue para ser queimado...” O
presente versículo tem seu cumprimento literal em Ap 19.20, onde lemos: “E a
besta foi presa, e com ela o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais,
com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem.
Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre”, O
Anticristo e o seu falso profeta serão lançados vivos no ardente lago de fogo,
no juízo, pois mereceram. O fato de que os dois serão lançados “vivos” no lago
de fogo significa, para alguns eruditos, que não poderão ser homens ordinários,
e, sim, seres demoníacos, que se apresentarão como homens. Mas a verdade é que
serão homens, embora possuídos por Satanás. O texto em foco diz que o corpo da
terrível fera será queimado. A besta e o falso profeta, serão os dois agentes
diretos do dragão, preparados como “filhos da perdição”. Eles inaugurarão o
ardente lago de fogo. Isso se coaduna realmente com sua natureza: ela (a Besta)
saiu do abismo (Ap 11.7) e irá à perdição (Ap 17.8), seu destino final.
Dn
7.12: “Foi-lhes tirado o domínio”. O texto em foco prediz a ruína dos três
primeiros impérios mundiais: Babilónico, Medo-persa e o Greco-macedônio. Mas a
palavra divina dizia, ao mesmo tempo, que eles continuariam a existir, mas sem
o poder de governar. A sua continuação de existência deve relacionar-se com a
vinda do tempo determinado por Deus. As grandes dinastias do mundo tiveram seus
períodos áureos na história, mas depois declinaram; alguns destes exemplos
podemos deduzi-los, tanto das profecias como da própria história. O Egito dos
Faraós, a Grande Babilônia dos caldeus e a Roma dos Césares, foram, em verdade,
verdadeiros impérios de ferro que subjugaram, mataram, destruíram e reduziram
nações inteiras à escravidão. Mas, com o passar do tempo, Deus, pouco a pouco,
foi-lhes tirando o domínio; hoje os impérios babilónicos, Medo-persa,
Greco-macedônio e Romano, não mais existem, e os países situados nos seus
antigos territórios não têm projeção mundial como potências.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 138-140.
Juízo das Nações (7.9-13). Aqui temos uma previsão dos juízos do Apocalipse, culminando no Juízo das Nações, na vinda do Filho do homem (v. 13). (Ler aqui Mateus 25.31-46 e Apocalipse 19.11 ss.) O "Ancião de Dias" (vv. 13,22) é Deus. (Ver Isaías 57.15 - Aquele "que habita a eternidade".) O versículo 13 também mostra que Jesus e o Pai Eterno são duas pessoas distintas. Logo a seguir vemos Jesus recebendo o reino (v. 14): "O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos" (Ap 11.15).
Antônio
Gilberto. DANIEL & APOCALIPSE Como entender o plano de Deus Para os últimos
dias. Editora CPAD.
2.
O “Filho do Homem” (vv.13,14).
FILHO
DO HOMEM
I.
Sentido da Expressão e Algumas Estatisticas
II.
Origem Veterotestamentâria
III.
Uso da Expressão no Novo Testamento
I.
Sentido da Expressão e Algumas Estatisticas
No
hebraico, ben-adam (Sal. 8:4; 80:17; Dan. 7:13; Eze. 2:1-3). No grego, o uiõs
toü anthrôpou (em Mateus, 32 vezes; em Marcos, 14 vezes; em Lucas, 26 vezes; em
João, 12 vezes; em Atos, 7 vezes; em Hebreus, uma vez; no Apocalipse, duas
vezes – um total de noventa e quatro vezes no Novo Testamento, sempre nos
lábios do próprio Senhor Jesus, exceto em João 12:34, Atos 7:56; Heb. 2:6; Apo,
1:13 e 14:14).
No
hebraico a idéia é a de alguém que pertence à raça de Adão; no grego, a idéia é
a de alguém que pertence à raça humana.
Tradicionalmente,
essa expressão, «Filho do homem.., designaria a humilde humanidade de Jesus
Cristo, fazendo contraste com sua natureza divina. Esse sentido está envolvido
na expressão; mas, quando examinamos o que a Biblia tem a dizer a respeito,
vemos que uma significação muito mais profunda é transmitida nas Escrituras
Sagradas.
II.
Origem Veterotestamentâria
-
O texto de Salmos 8:4, ...que , o homem, que dele te lembres? e o filho do
homem, que o vísítesrparece aplicar-se tanto aos homens mortais quanto a Jesus
Cristo, em sua encarnação, quando ele se identificou com os homens. Em Salmos
80:17, encontramos o desejo expresso, durante um periodo de declinio nacional
em Israel, pelo aparecimento de algum herói nacional que redimisse a Israel.
Essas foram idéias iniciais que ajudaram a formar a consciência judaica acerca
da necessidade do aparecimento do Messias. Ele seria o Homem por excelência,
que serviria de modelo a todos os homens. Em Ezequiel 2:1-3, a expressão «Filho
do homem», que nesse livro aparece por um total de quarenta e cinco vezes,
designa «um filho de Adão por motivo de descendência». Porém, a mais importante
ocorrência da expressão «Filho do homem», no Antigo Testamento, encontra-se em
Daniel 7:13. Muitos estudiosos estão certos de que ali a expressão alude, primariamente,
à personificação do Israel ideal, ou então dos santos do Altissimo; porém, com
um sentido mais profundo, está em foco a figura do Messias prometido,
contemplado já em sua glória futura. Lemos ali: «Eu estava olhando nas minhas
visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do homem,
e dirigiu-se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado
dominio e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as
linguas o servissem; o seu dominio é dominio eterno, que não passará, e o seu
reino jamais será destruido... Um homem a quem cabia uma glória que sô a Deus
pode ser atribuida, não poderia ser um mero homem. De fato, à proporção que
avança a revelação biblica sobre o Messias, mais claro vai se tomando que ele
não seria apenas um homem extraordinário, ou algum grande guerreiro salvador de
Israel de seus inimigos, mas seria o Deus homem, um figura ímpar e
multifacetada. O que nos deixa admirados é que o povo judeu não tenha entendido
isso, nem antes do aparecimento de Cristo, quando só havia expectações
messiânicas, e nem quando do aparecimento de Cristo. Mas, se o povo judeu em
geral não compreendeu quem era Jesus Cristo (como também não o entendem todos
os gentios que permanecem na incredulidade), o remanescente eleito compreendeu.
Quando Jesus estava no mundo, exclamou: «Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e
da terra, porque ocultaste estas cousas aos sábios e entendidos, e as revelaste
aos pequeninos. Sim, ó pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo me foi
entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai; e ninguém conhece o
Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar» (Mat. 11:25-27).
Compreender a verdade espiritual que cerca a figura do Filho do homem, Jesus
Cristo, é uma questão de revelaçlo divina, e não de perspicácia humana. Alguns
estudiosos têm dito que Jesus extraiu dos livros apócrifos e pseudepigrafos a
idéia do «Filho do homem..; mas a opinião deles é insustentável. Bastaria esse
trecho de Daniel 7:13,14 para derrubar essa idéia. O conceito do «Filho do
homemlO começa no Antigo Testamento, embora cautelosamente, ainda que
inequivocamente. E só no Novo Testamento chega à sua plena fruição.
Mas,
voltando ao Antigo Testamento, em Daniel 10:16, o profeta refere-se a «...uma
como semelhança dos filhos dos homens me tocou os Iâbios», E, dois versiculos
adiante: «Então me tomou a tocar aquele semelhante a um homem, e me
fortaleceu». No hebraico, a expressão envolvida é «semelhante a Adão», Sim,
'aquela figura ainda não era um Adão, um homem, porque ainda não se encarnara,
O termo hebraico enosh, «homem», algumas vezes é usado como sinônimo de
ben-adam ; «filho do homem» (ver, por exemplo, Jó 25:6; Sal. 8:4; 90:3; 144:3).
Essa palavra hebraica ocorre por um total de quarenta vezes no Antigo
Testamento. O termo hebraico geber, «poderoso», empregado por cerca de setenta
vezes no Antigo Testamento, foi usado por Jeremias de modo especial, quando
disse: ..Porque o Senhor criou coisa nova na terra: a mulher infiel virã a
requestar um homem (Jer, 31:22). Mais literalmente, essa passagem diria «uma
fêmea envolverá um poderoso», cf. Isa. 7:14.
III.
Uso da Expressão no Novo Testamento
Já
vimos que das noventa e quatro ocorrências da expressão «Filho do homem», no
Novo Testamento, apenas por cinco vezes não foi Jesus quem a usou. - Portanto
veremos abaixo as razões e o uso que Jesus fe; da expressão, e depois
examinaremos aquelas cinco ocorrências da expressão, usada por escritores do
Novo Testamento.
1.
RaziIeI de Jesus no Uso da expreção Filho do Homem
A
primeira razão, naturalmente, que Jesus estava cônscio de que era o Messias.
Daniel usa a mesma em um inequívoco sentido messiânico, Portanto quando Jesus
se chamou de «Filho do homem» (o que fez por oitenta e nove vezes), isso era o
equivalente a dizer: «Eu sou o Messias... A segunda razão é que esse titulo
permitia-lhe ocultar-se quanto à sua verdadeira identidade. O povo judeu não
estava preparado para recebê-lo como o Messias. De fato, apenas por uma vez,
nos evangelhos, Jesus declara-se abertamente o Messias. Isso ocorreu por
ocasião de seu diâlogo com a ntulher samaritana: Lemos: ~Eu sei, respondeu a
mulher, que há de Vir o. Messías, chamado Cristo; quando ele Vier nos anunciará
todas as causas. Disse-lhe Jesus: Eu o sou, eu que falo contigo» (João
4:25,26). A mulher samaritana aceitou Jesus como o Messias, ou Cristo,
prometido. Quando ela foi falar com seus conterrâneos, indagou: «Vinde comigo,
e vede um homem que me disse ~do quanto tenho feito. Será este, porventura, o
Crísto» (João 4:29). Nunca mais Jesus deu a si mesmo o titulo profético de
Messias. Mas fazia-o disfarçadamente, semre que se intitulava ..Filho do
homem... Essas considerações permitem que concluamos que o títulos «Messias..
«Filho do homem e «Cristo» são smommos perfeitos. Quando entendemos isso, então
toda aura de mistério que circunda a expressão. Filho. Do homem desaparece. Só
para exemplificar isso, consideremos o diálogo entre certos Judeus incrédulos e
Jesus. Perguntaram eles: «Ate quando os deixarãs a mente em suspenso? Se tu és
o Cristo, .dlze-o francamente. Respondeu-Ihes Jesus: Já vô-Io disse, e não
credes. As obras que eu faço em nome do meu Pai, testificam a meu respeito. Mas
vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas João 10:24-26).
O
efeito da pergunta, sobre Jesus, tena sido o mês o, se os judeus tivessem
perguntado se ele era o Messla ou o Filho do homem. A resposta de Jesus foi
afirmativa mas ele também mostrou que não tinha ilusões a respeito deles. Jesus
sabia que só as suas ovelhas, os seus escolhidos, chegam a crer nessa profunda
verdade.
Uma
terceira razão de Jesus, quando usou a expressão «Filho do homem», é que assim
ele se identificava com a humanidade dependente (Mat. 8:20: Luc. 9:58). Essa
idéia reflete Sal. 8:4: «...que é o homem, que dele te lembres? e o filho do
homem, que o visites? .. Temos ai a base do ensino da kenosis, ou humilhação de
Cristo, quando de sua encarnação, e que Paulo se encarrega de desdobrar e
explicar melhor. Ver Fil. 2:5-8. Nessa .passagem aprendemos que a encarnação
não fez com que o Filho de Deus deixasse de ser Deus, somente porque agora era
também o Filho do homem. O que sucedeu, porém, é que Jesus de esvaziou,
assumindo a forma de servo, tomando-se em semelhança de homem; e, reconhecido
em figura humana, a si mesmo se humilhou... » Por essa razão é que Jesus viveu
na dependência. Da orientação ao Espirito Santo, orou ao PaI e reconheceu que
não sabia de tudo, como, por exemplo não sabia a data de sua segunda vinda.
Esse estado de apequenamento, pois, Jesus exprimia com o uso da expressão
«Filho do homem».
Uma
quarta razão é que a expressão «Filho do homem» indicava a sua missão remidora
(Mat. 9:6 e Luc. 19:10). Sem importar como entendam «as chaves do reino- (Mat.
16:19), Deus determinara exclusivamente para o Filho do homem a autoridade de
perdoar pecados sobre a terra. Em outras palavras, Deus só se tomou Salvador
dos homens quando se tomou homem, na pessoa de Jesus Cristo. e o que lemos em
Hebreus 2:14: «Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e
sangue, destes também ele, igualmente, participou..
Uma
quinta razão é que a expressão «Filho. Do homem» indicava a completa vitória de
Jesus Cnsto como nosso Redentor (João 3:14). O Filho do homem não seria vencido
nem na cruz e nem no sepulcro, porquanto haveria de ressuscitar dentre os
mortos. E então como homem perfeito, ele seria o nosso Medidor. Não ê
precisamente isso que nos diz Paulo? «Porquanto hâ um só Deus e um só Mediador
entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem (I Tim. 2:5).
Finalmente,
a sexta razão pela qual Jesus lançou mão da expressão «Filho do homem», é que a
mesma aponta para o Senhorio universal de Jesus Cristo (Mar. 14:62). Sendo
Jesus o FIlho dó homem, uma vez ressuscitado, pouco antes de sua ascensão, ele
exprimiu esse senhorio mediante uma palavra de ordem: «Toda a autoridade me foi
dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discipulos em todas as nações,
batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a
guardar todas as causas que vos tenho ordenado. E eis que estou .convosco todos
os dias até à consumação do século. (Mat. 28:18-20).
Cumpre-nos
notar que o âmago mensagem apostólica era precisamente o senhorio universal de
Cristo. A palavra «Senhor», quando aplicada a Cristo, é usada por cento e dez
vezes somente no livro de Atos. Na qualidade de Senhor, o Filho do homem é o
Juiz de todos os homens (Mat. 13:41,42; 19:28). As qualificações de Jesus, para
operar como Juiz de todos os homens é que ele era Deus encarnado, vitorioso
sobre todos os adversArios e sobre a própria morte, e se identificara
perfeitamente com o gênero humano, ao ponto de. conferir sua natureza divina
aos homens que o aceitassem como Salvador. João retratou vividamente o
desempenho do Filho .do homem, no dia do juizo, em Apocalipse 20:11-15.
CHAMPLIN,
Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora
Hagnos. pag.742-743.
FILHO
DO HOMEM Uma tradução do a-ramaico bar'enas e do grego huios tou anthropou. A
expressão tem vários significados nas Escrituras, dependendo do contexto. Em
Salmos 8.4, significa "homem" em geral; em Ezequiel 2.1, enfatiza a
diferença entre o profeta humano e o Senhor que fala com ele e por meio dele;
em Daniel 7.13, a expressão refere-se a uma figura semelhante a um ser humano,
mas também sobrenatural, líder dos santos do Altíssimo (Dn 7.18); enquanto no
Novo Testamento a expressão é normalmente usada como um título para o Senhor
Jesus (exceto em Apocalipse 1.13; 14.14).
O
título aparece mais de 80 vezes no Novo Testamento, todas nos Evangelhos,
exceto uma (veja Atos 7.56, a única passagem em que não é usada por nosso
Senhor; João 12.34 não é uma exceção verdadeira, porque aqui é usada como uma
citação das palavras do Senhor Jesus). Alguns autores descobrem outros três
significados para a expressão: 1) como uma descrição daquele que virá
(escatológica, Mt 24.27); 2) como referência ao sofrimento e à morte do Senhor
Jesus (Mc 8.31); e 3) como uma descrição do seu ministério de ensino e cura na
terra (Mc 2.10,28). Outros diferenciam duas categorias: 1) as palavras
escatológicas; e 2) as palavras que se referem à missão do Senhor Jesus na
terra.
Um
recente estudo de J. M. Ford (JBL, LXXXVII [1968], 257-266) argumenta que o
Senhor Jesus usava o título como um eufemismo para "o Filho de Deus",
pois na Palestina a última expressão poderia soar como uma blasfémia perante um
público semita. Quando o cristianismo espalhou-se pelo mundo gentílico, a
última expressão foi utilizada, e é notável que a expressão "o Filho do
homem" nunca apareça nas cartas do Novo Testamento. O que foi original no
uso do título pelo Senhor Jesus? W. Barclay (The Mind of Jesus, p. 155)
argumenta que foi o fato de que Ele conectava o título com os seus sofrimentos
e a sua morte. Porém outros consideram que essa ideia já esteja presente em
Daniel 7, ou seja, que é por meio do sofrimento que "aqueles que são como
o Filho do homem" (aqui identificados com os "santos do Altíssimo")
são absolvidos e glorificados. Por que o Senhor usa um título tão enigmático
como este? Talvez ao menos por duas razões: 1) o título era suficientemente
genérico para incluir todos os aspectos da sua pessoa e da sua obra, quer
presentes ou escatológicos; e 2) tomava de surpresa os seus ouvintes, chamava a
atenção deles e os obrigava a perguntar: "Quem é esse Filho do
Homem?" (Jo 12.34).
Embora
alguns negassem que o Senhor Jesus tivesse usado esse título para si mesmo, a
igreja palestina o atribuiu a Ele (por exemplo, Bornkamm, Jesus of Nazareth, p.
230), e a maioria dos autores da atualidade o aceitam como uma autodesignação
genuína, na verdade a mais notável das autodesignações do nosso Senhor (como
Hunter, Barclay, Klausner, Cullmann). E. Stauffer (New Testament Theology, p.
108) chega a escrever: "Mas a contribuição da história das religiões nos
ensinou mais do que isso. 'Filho do Homem' é simplesmente a mais audaciosa
autodescrição que qualquer homem no antigo Oriente poderia ter usado".
PFEIFFER
.Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 800.
3. A Grande Tribulação (vv.24,25).
“tempo,
tempos e metade de um tempo” (7.25). Esse texto aponta, literalmente, o período
de tempo em que ocorrerá um grande sofrimento no mundo, especialmente, contra
Israel. Será o período quando “o chifre pequeno”, e na linguagem do Novo
Testamento o “anticristo”, firmará o concerto com Israel por “uma semana” (Dn
9.27). Esse período ganha uma linguagem metafórica quando fala de “um tempo, e
tempos, e metade de um tempo”(v. 25). Esse período equivale a “três anos e
meio”, ou a “42 meses”, ou “a 126 dias” (Dn 12.7; 9.27; Mt 24.21,22; Ap 7.14).
E interessante notar que a primeira metade da semana de três dias e meio será
de artifícios políticos do Anticristo simulando um tipo de paz nas relações de
Israel com as nações. Até que o Anticristo quebre o pacto e comece a pressionar
e perseguir a Israel, atraindo o apoio das nações contra Israel. Então se
inicia a segunda metade da semana prescrita da Grande Tribulação. “O tempo dos
gentios” será, literalmente, o tempo do ódio mundial contra Israel. Na primeira
metade dos sete anos (três anos e meio) o Anticristo fará acordos com Israel os
quais não cumprirá. Nesse primeiro período ele exercerá poder e influência
política e econômica sobre Israel. Depois, quebrará o pacto feito e não
cumprirá o acordo com Israel e fará pressões e incitará as nações para guerrear
contra Israel para destruí-lo. Existe uma teoria, chamada midi-Tribulação e
baseia esta interpretação no texto de Mt 24.15-28, quando Jesus discursa
especialmente para o povo judeu.
A
Grande Tribulação não será para a Igreja de Cristo. A igreja será, antes da
Grande Tribulação, arrebatada para o céu e os mortos em Cristo serão
ressuscitados gloriosamente (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.13-18). Portanto, o Messias
virá para Israel e para o mundo e a igreja não estará na terra. O Messias virá
para cumprir o sonho desejado e profetizado para intervir no “poder dos
gentios” sob o comando do Anticristo e assumirá o Reino sobre a terra.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 112.
Dn 7.24 O presente versículo e outros correlatos mostram a ascendência e desenvolvimento, e consumação do Império Romano. Mas, a profecia diz que daquele mesmo reino, no futuro, “se levantarão dez reis”. Isso significa que durante o período sombrio da Grande Tribulação, se levantarão dez reis dentro dos limites do antigo Império Romano. São eles as dez pontas que João contemplou na cabeça da Besta que subiu do mar (Ap 13.1). Em Ap 17.12, o anjo celestial faz a interpretação para João daqueles chifres, dizendo: "... os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam ó reino, mas receberão o poder como reis, por uma hora, juntamente com a besta”. Esses dez monarcas escatológicos serão dez agentes de Satanás, que, auxiliados por ele, ajudarão o Anticristo em sua política sombria pela conquista do mundo. (Comp. Ap 17.13).
Dn
7.25 "... um tempo, e tempos, e metade dum tempo”. O texto em foco, tem
seu paralelo em Dn 12.7 e 14. O famoso comentador G. H. Pember diz que o
sentido é: “um ano, dois anos, e metade de um ano”. Então, porque se diz
“tempo, e tempos, e metade de um tempo, em vez de três tempos e meio? Parece
que não é sem razão, pois, segundo o modo judaico de calcular, três anos juntos
precisariam o acréscimo de um mês. De maneira que o período seria 1.290 dias em
vez de 1.260, mas referindo-se a um dos anos, separadamente, evita-se este
resultado. Isto é confirmado em Ap 11.2, 3 (diz Geo Lang) quando a cidade de
Jerusalém será pisada pelos gentios pelo espaço de tempo de 42 meses. Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 146-147.
Ele permitirá que os inimigos o pisoteiem e o vençam? O que é essa ponta que por enquanto levará a melhor sobre os santos?” A isso, o seu intérprete responde (w. 23-25) que esse quarto animal é um quarto reino que devorará toda a terra, ou (como deve ser entendido) a terra inteira. As dez pontas são dez reis, e a pequena ponta é outro rei que subjugará três reis, e será muito agressivo contra Deus e o seu povo. Ele agirá: (1) Muito impiedosamente em relação a Deus. Ele falará grandiosamente contra o Altíssimo, desafiando tanto a Ele quanto a sua autoridade e a sua justiça. (2) Muito arrogantemente para com o povo de Deus. Ele enfraquecerá os santos do Altíssimo. Ele não os liquidará imediatamente, mas os debilitará através de longas opressões e uma série interminável de sofrimentos impostos a eles, arruinando suas propriedades e enfraquecendo as suas famílias. O plano de Satanás era destruir os santos do Altíssimo, para que o precioso e bendito Senhor não se lembrasse mais deles. Mas a tentativa foi em vão, pois, enquanto o mundo existir, Deus terá nele uma igreja. Ele pensará em mudar os tempos e as leis, para abolir as práticas e as instituições da igreja, visando levar todos a falar e agir exatamente como ele desejava que fizessem. Ele pisoteará as leis e as práticas humanas e divinas. Diruit, aedificut, mutat quadrata rotundis - Ele destrói, ele constrói ele transforma quadrado em circulo, como se pretendesse alterar até mesmo os próprios regulamentos do céu. E nessas ousadas tentativas ele progredirá e terá sucesso por algum tempo. Eles lhe serão entregues nas mãos por um tempo, tempos e metade de um tempo (isto é, por três anos e meio), aquela famosa medida de tempo profética com a qual nos deparamos no Apocalipse, que algumas vezes é chamada de quarenta e dois meses, e às vezes 1260 dias, que é o mesmo período. Mas ao término
desse
tempo, o julgamento será instaurado, e o seu domínio será tirado (v. 26).
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 872.
III
- A VINDA DO FILHO DO HOMEM
1.
A visão (vv.13, 14).
“e
eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem”
(7.13,14).
Nestes dois versículos, Daniel chega ao clímax das visões e revelações. A
Palavra de Deus nunca se contradiz nem submerge com contradição. Pelo
contrário, ela se complementa, se interpreta e se aplica a si mesma conforme as
necessidades dos que servem a Deus. No versículo 13 está escrito literalmente
que o Filho do homem “vinha nas nuvens do céu”. Esta profecia é repetida em
Atos 1.9-11, onde os anjos anunciavam que o Jesus que subiu gloriosamente ao
céu haveria de vir. Posteriormente, na revelação que Jesus deu ao seu amado
apóstolo João, a mensagem é repetida: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o
verá, até os mesmos que o traspassaram”(Ap 1.7). Daniel, em sua visão, viu esse
personagem que vinha nas nuvens do céu e se identificava como “o filho do
homem”, o qual se dirigiu ao Ancião de Deus. Não há dúvida que se tratava de
Jesus, a segunda pessoa da Trindade. Este “filho do homem” recebeu a concessão
de poder e domínio sobre todas as nações para que o servissem, porque o seu
domínio seria um domínio eterno que não passaria e seu reino não seria
destruído. O título “filho do homem” tem um sentido messiânico, porque se
refere, primeiramente, à vida terrena de Jesus. Porém, esse mesmo Jesus que foi
rejeitado pelos judeus em sua primeira vinda e que se manifestou como “o filho
do homem”, virá gloriosamente e com a aparência de “filho do homem” para
desfazer o reino do Anticristo e tomar o reino de Israel e se assentar no Trono
de Davi (Zc 14.1-4). Ele receberá o poder, a glória e o domínio sobre a terra
quando descer para instalar o reino milenial na terra. Ao introduzir o Reino de
Deus na terra, em sua vida terrena, como o Verbo divino feito carne (Jo 1.1,14)
Jesus Cristo, virá a segunda vez, e inaugurará uma nova fase do governo de Deus
na terra, instalando um reino de mil anos (Ap 20.2,6).
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 109-110.
Dn
7.13 "... um como o Filho do homem”. Filho do homem é um título que
freqüentemente é aplicado à pessoa de Cristo (Mt 16.13). Cerca de 79 vezes esta
expressão ocorre nos Evangelhos, e 22 destas somente em Apocalipse. Daniel
(cerca de 607 a.C.), na presente visão, faz esta referência específica sobre o
“Filho do homem”. Em Ezequiel, o profeta do cativeiro, a expressão “filho do
homem”, é empregada por Deus, quando fala com o profeta, cerca de 91 vezes. Em
Ap 14.14, há um quadro sobre o “Filho do homem”. Jesus é o “Filho do homem”,
porque, de um modo especial, é Ele o representante da humanidade perante a
pessoa do Pai. Ele é declarado “Filho de Davi segundo a carne” (Rm 1.3). Ele se
tornou o “Filho do homem” para que nós, humanos, nos tornássemos filhos de
Deus” (Jo 1.12).
Dn
7.14 "... foi-lhe dado o domínio”. O presente versículo coloca em foco o
Milênio de Cristo, o Ungido do Senhor. Isso acontecerá diante do toque da
sétima trombeta escatológi- ca de Apocalipse 11.15. Esse toque de trombeta
assinala o tempo em que “O mistério” de Deus deve ser cumprido, “no Céu e na
Terra”. Na Bíblia temos uma série de mistérios, mas o que está em foco, fala do
“mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo,
de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dis- pensação da plenitude
dos tempos [o Milênio], tanto as que estão nos céus como as que estão na terra”
(Ver Ef 1.9 a 10). O domínio e reino do presente texto, para que todos os
povos, nações e línguas o servissem, é o estabelecimento do Reino de Deus sobre
a terra, que começará com o reino milenar de Cristo (Ap 20.1-6). O reino de
Deus e de Cristo é um só. Em Ef 5.5, encontramos menção do “reino de Cristo e
de Deus”.
Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 140-141.
“Quanto tempo?” (8.13-14). Deus revelou a Daniel por meio da conversa de seres santos que o tempo do mal não seria prolongado. A pergunta era: Até quando durará a visão do contínuo sacrifício e da transgressão assoladora, para que seja entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? (13). E a resposta veio: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado (14). De que maneira devemos entender essa simbologia de números? Jerônimo apresenta uma interpretação muito simples e sensata:
Se
lermos os livros dos Macabeus e a história de Josefo, vamos encontrar
registrados lá que [...] Antíoco entrou em Jerusalém e, depois de provocar uma
devastação geral, voltou novamente no terceiro ano e ergueu a estátua de
Júpiter no Templo. Até o tempo de Judas Macabeu [...] Jerusalém ficou devastada
por um período de seis anos, e por três anos o Templo ficou maculado —
totalizando dois mil e trezentos dias mais três meses.
Roy
E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 530.
A cena não estava terminada. Outros elementos de alta valia estavam ainda por surgir e Daniel confessa que, nas suas visões da noite, depois de todo o cenário já descrito, viu vindo, com as nuvens do céu, UM como o Filho do Homem e que dirigiu-se ao Ancião de dias, e o fizeram chegar até ele (v. 13). A vinda com as nuvens do céu desperta em nossa mente um simbolismo evanescente e sublime, pois é UM que tem os ares como sua morada, e não conta com elementos terrestres para se conduzir. Quando Jesus se apresentava como o Filho do Homem tinha este simbolismo como base e também é o que Ezequiel apresenta em sua longa profecia.
A
vinda deste UM, Filho do Homem, indica que o julgamento não ficou concluído,
pois a Ele restava a palavra final. Não temos qualquer dúvida quanto a este
Filho do Homem (não filho do homem), figura singular lídimo representante da
raça humana, e que domina sobre todos os reinos simbolizado nas quatro eras. A
ele pertencem o Reino e a majestade, a honra e a glória. O reino universal é
dele, e não dos reinos simbolizados nas quatro feras.
Daniel
diz claramente: Foi-lhe dado domínio e glória, e o reino, para que os povos,
nações e homens de todas as línguas o servissem; e seu domínio é domínio
eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído (v. 14). Como
Daniel nos informa, esta inigualável figura celestial, escoltada por míriades
de míriades de seres angelicais, foi levada até onde estava o Juiz supremo, e o
reino eterno lhe foi entregue. Reino que não será jamais destruído. É assim o
reino de Cristo. Um quadro mais perfeito do governo e domínio de Cristo não
poderíamos esperar de uma visão profética. Só o Apocalipse tem figuras iguais.
Somos gratos a Deus que, lá dos confins da história, nos vem esta alegoria tão
perfeita quanto seria possível, nos domínios humanos, a respeito de nos,so
Senhor Jesus Cristo. Mesquita.
Antônio Neves de,. Livro de Daniel. Editora JUERP.
2.
“Os santos do Altíssimo” (v.18).
“os
santos do Altíssimo” (7.18). Quem são? Os amilenistas que negam a literalidade
do Milênio e o veem alegoricamente, isto é, não creem na realidade são dos
amilenistas, “os santos do Altíssimo” são os anjos. Na visão milenista e
pré-tribulacionista, “os santos do Altíssimo” são, indubitavelmente, os judeus
(Dn 7.21; 9.24; Ap 13.7; 17.6). Jesus Cristo, “o filho do Homem” reinará
literalmente na terra por mil anos. Esses santos são, de fato, os judeus fiéis
salvos quando o Messias voltar para reinar literalmente. O reino milenar não é
para a igreja de Cristo, mas é para os judeus e o mundo depois da Grande
Tribulação. O milênio não é mera alegoria. O milênio será real e literal,
quando Jesus Cristo tomar posse do governo do mundo e desfazer o poder da
trindade satânica constituída pelo Diabo, o Anticristo e o Falso Profeta.
Segundo o autor D. Pentecost, diz que “o propósito original de Deus era o de
manifestar sua absoluta autoridade, e este propósito se realizará quando Cristo
reunir a teocracia terrenal com o reino eterno de Deus. Desta maneira se por
uma parte o domínio teocrático terrenal se limita a mil anos, que é tempo
suficiente para manifestar o governo perfeito de Deus sobre a terra, uma vez
que seu reino é eterno e para sempre”.
Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 110-111.
Dn
7.18 Este versículo e outros correlatos do livro de Daniel, apontam em sentido
profético, para o Milênio de Cristo. Nessa época, todos “os reinos do mundo
virão a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e Ele reinará para todo o sempre”
(Ap 11.15), e os santos recebê-lo-ão como algo que lhes será confiado pelo
“Filho do homem”, e o possuirão para sempre. O presente capítulo apresenta o
“Filho do homem” como uma figura central na posse do Reino. Há uma outra
possível interpretação para este capítulo, no que diz respeito ao “Filho do
homem”. Os advogados da posição esboçada acima identificam a figura celestial
semelhante a “um filho do homem” com o povo de Israel, “os santos do
Altíssimo”. Em apoio a essa interpretação, apelam para 7.18 e 27, onde nos é
dito que o reino será entregue aos santos. Essa interpretação é muito lógica,
mas não coaduna com o argumento principal. Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 143.
Dn
7.18 - Os “santos do Altíssimo" sáo o verdadeiro Israel, o povo governado
pelo Messias. Jesus Cristo deu o reino ao novo Israel, sua Igreja, que é
composta por todos os crentes fiéis. Sua vinda prenunciava o Reino de Deus.
cujos cidadãos são todos os crentes (ver também 7.22.27). Apesar de Deus
permitir a perseguição por um tempo, o destino de seus seguidores é possuir o
reino e estar com Ele para sempre. BÍBLIA
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 1104.
Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e possuirão o reino para todo o sempre e de eternidade em eternidade (18). O fim da história não deverá ocorrer em decorrência de uma explosão atômica ou da destruição do que é bom. O alvo do projeto de Deus é o reino de Deus e a consumação e preservação de tudo o que é bom e belo e verdadeiro e santo. Roy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 527.
3.
Destruição do Anticristro (vv.26,27).
Até
chegar a esse ponto, Cristo descerá sobre a terra literal e visivelmente sobre
o Monte das Oliveiras (Zc 14.1-4). Cristo é o Messias sonhado e desejado por
Israel e virá para esse povo. Na sua vinda gloriosa e visível, especialmente
para Israel promoverá espanto no mundo inteiro. O Diabo saberá que o seu poder
de destruição do povo de Israel estará detido. O Messias, Jesus Cristo, então,
destruirá esse rei blasfemo e déspota, o Anticristo, e assumirá com autoridade
o governo do povo de Deus naqueles dias e iniciará seu governo milenar na
terra. Desse modo terá cumprido o período dos “três anos e meio” da segunda
metade da semana de Daniel (Dn 9.27). Alguns historiadores preferem interpretar
esse período como tendo o seu cumprimento no ano 70 d.C, mas esquecem que é no
fmal do período do domínio do “pequeno chifre” que o reino será dado aos santos
do Altíssimo, o povo de Israel. Não há o que duvidar! Depois de tudo isso se
estabelecerá o reino do Messias. Não há dúvidas, também, de que a igreja de
Cristo não estará na terra nesse período, porque será arrebatada antes que
inicie o tempo da Grande Tribulação.
“E
o reino e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados
ao povo dos santos do Altíssimo” (7.27). O Anticristo não poderá resistir ao
poder daquEle que é mais poderoso do que ele, que é o Senhor Jesus Cristo o
qual destruirá ao Anticristo e tomará o seu domínio e o passará aos “santos do
Altíssimo” que são israelitas naqueles dias. O Anticristo será destruído pelo
fogo ( Dn 7.11) e será lançado no Geena (o Lago de fogo) para sempre (Ap
19.20). A Bíblia diz que ele será destruído pela força da vinda do Messias (2
Ts 2.8). A vitória final contra as forças do mal será culminada com o triunfo
de Cristo Jesus (Dn 7.27). Elienai
Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a
Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 112-113.
Dn
7.26 O Apóstolo Paulo fala a seu filho Timóteo, na segunda carta, cap. 4.1 o
que segue: “Conjuro-te pois diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de
julgar os vivos e os mortos, na sua vinda [parousia] e no seu reino [Milênio]...”
O texto em foco diz, de fato, o que acontecerá na vinda de Cristo com poder e
grande glória. A Besta e seus agentes serão julgados naquele grande dia da ira
de Deus e do Cordeiro. (Ver 2 Ts 2.8 e Ap 19.20). O supremo juízo de Deus
desfará todo e qualquer império do mal; o reino será estabelecido para que os
santos do Altíssimo reinem e o Senhor Jesus Cristo reine sobre eles. Esses
acontecimentos terão lugar sete anos após o arrebatamento da igreja, aqui na
terra. Todo o domínio das trevas será aniquilado ante a face do Senhor em
glória, e todo o domínio e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão
dados ao povo dos santos do Altíssimo.
Dn
7.27 O presente versículo terá sua consumação em Ap 11.15, onde lemos: “E tocou
o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes que diziam: Os
reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará
para todo o sempre”. Ali haverá, após a grande vitória de Cristo no vale do
Armagedom, o estabelecimento do reino milenar, então o domínio, e a majestade
dos reinos do mundo serão dados ao povo dos santos do Altíssimo. Em Ap 10.7, é
previsto este grande acontecimento, e em 11.15, a sua consumação. Este grande
“segredo de Deus” mencionado na passagem anterior, é, sem dúvida, o estabelecimento
do reino de Deus na terra, que começara com o reino milenar de Cristo, como
pode ser depreendido do texto em foco, de Daniel. O reino de Deus e de Cristo é
um só. Em Ef 5.5, encontramos menção do “reino de Deus e de Cristo”. Severino
Pedro da Silva. Daniel vercículo por vercículo. Editora CPAD. pag. 147-148.
[2]
O tribunal será estabelecido (v. 26). Deus mostrará que julga na terra, e
advogará a justa causa do seu povo tanto com sabedoria quanto com
imparcialidade. No grande dia, o precioso Senhor julgará o mundo com justiça
por meio do varão que designou. [3] O domínio do inimigo será tirado (v. 26).
Todos os inimigos de Cristo serão postos por escabelo de seus pés, e serão
completamente consumidos e destruídos: esse era o procedimento dos apóstolos em
relação ao homem iníquo (2 Ts 2.8). Ele será consumido com o sopro da boca de
Cristo, e destruído com o esplendor da sua vinda. [4] O julgamento é entregue
aos santos do Altíssimo. E confiada aos apóstolos a incumbência da pregação do
Evangelho através do qual o mundo será julgado. Todos os santos por meio de sua
fé e de sua obediência condenam um mundo descrente e desobediente. Em Cristo,
que é o seu comandante, eles julgarão o mundo, julgarão as doze tribos de
Israel (Mt 19.28). Veja o motivo que temos para honrar aqueles que temem ao
Senhor. Quão vis e abomináveis os santos parecem agora aos olhos do mundo, e
quanto desprezo é despejado sobre eles. Eles são os santos do Altíssimo. Eles
são preciosos para Deus. Ele os considera como seus, e o juízo é entregue a
eles. [5] Aquilo que é mais enfatizado é que os santos do Altíssimo receberão o
reino e o possuirão para todo o sempre (v. 18). E novamente (v. 22): Chegou o
tempo em que os santos possuíram o reino. E outra vez (v. 27): O reino, e o
domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão entregues ao povo
dos santos do Altíssimo. Longe de nós pressupormos por isso que o domínio é
encontrado na graça, ou que ele autorizará alguém, sob o pretexto de santidade,
a usurpar a realeza. Não. O reino de Cristo não é deste mundo. Mas isso sugere
o domínio espiritual dos santos sobre os seus próprios desejos e perversões,
suas vitórias sobre Satanás e suas tentações, e o triunfo dos mártires sobre a
morte e os seus pavores. Aqui também é prometido que o reino do Evangelho será
estabelecido como um reino de graça, cujos privilégios e consolos, agora sob o
comando dos céus, serão o penhor e os primeiros frutos do reino da glória nos
céus. Quando o império se tornou cristão, e os príncipes fizeram uso de seu
poder para a defesa e o progresso do cristianismo, então os santos tomaram
posse do reino. Os santos governam através do Espírito que os governa (esta é a
vitória que vence o mundo, a nossa fé), fazendo com que os reinos deste mundo
se tornem o reino de Cristo. Mas o pleno cumprimento destas coisas tão boas
estará na felicidade eterna dos santos, no reino que não pode ser abalado, o
qual nós, de acordo com a sua promessa, aguardamos (essa é a grandeza do
reino). A coroa de glória que aguardamos jamais perecerá, pois o reino que nos
foi prometido é eterno. Os santos possuirão o reino para sempre, eternamente. E
a razão é que os santos pertencem ao Altíssimo, e o seu reino é um reino
perpétuo (v. 27). Como Ele é assim, os seus deverão ser também. “Porque eu
vivo, vós também vivereis” (Jo 14.19). O reino do Senhor é deles. Eles se
consideram enaltecidos na exaltação dele, e não desejam honra e satisfação
maior para si mesmos do que a de que todos os domínios o servirão e o
obedecerão, como eles o farão (v. 27). Os povos se sujeitarão ao seu cetro de
ouro, ou serão levados à destruição por sua vara de ferro. Daniel, no final,
quando encerra esse assunto, nos conta que impressões essa visão lhe causou.
Ela dominou os seus pensamentos a tal ponto que o seu semblante foi modificado,
e o fez parecer pálido. Mas ele guardou o assunto em seu coração. Note, o
coração deve ser o cofre e o depósito das coisas divinas. Lá devemos guardar a
palavra de Deus, assim como Maria guardou as palavras de Cristo (Lc 2.51).
Daniel guardou o assunto em seu coração, com um propósito: não escondê-lo da
igreja, mas guardá-lo para ela, para que aquilo que havia recebido do Senhor
pudesse ser transmitido ao povo de uma forma plena e fiel. Observe que compete
aos profetas e ministros de Deus guardar na memória as coisas de Deus, e ali
assimilá-las muito bem. Se quisermos ter a palavra de Deus em nossos lábios
quando for oportuno, devemos guardá-la em nossos corações em todo o tempo.
HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora
CPAD. pag. 873. PARTE
ELABORADA: Pb Alessandro Silva.
Postado por Hubner Braz
idealizador do projeto Pecador Confesso
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