Texto Áureo Verdade Prática “E porei o meu tabernáculo no meio de vós, e a minha alma de vós não se enfadará.” (Lv 26.11). ...
Texto Áureo
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Verdade Prática
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“E porei o meu tabernáculo no meio de vós, e a minha alma de vós não se enfadará.” (Lv 26.11).
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A verdadeira adoração a Deus compreende, necessariamente, o nosso serviço voluntário, santo e amoroso ao seu Reino.
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Almeida Corrigida e Revisada Fiel
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Levítico 27.28-34
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28 Todavia, nenhuma coisa consagrada, que alguém consagrar ao SENHOR de tudo o que tem, de homem, ou de animal, ou do campo da sua possessão, se venderá nem resgatará; toda a coisa consagrada será santíssima ao SENHOR.
29 Toda a coisa consagrada que for consagrada do homem, não será resgatada; certamente morrerá.
30 Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do SENHOR; santas são ao SENHOR.
31 Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela.
32 No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao SENHOR.
33 Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma maneira o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão resgatados.
34 Estes são os mandamentos que o SENHOR ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai.
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Comentário
INTRODUÇÃO
Estudaremos, a partir de agora, o livro de Levítico, cujo tema pode ser resumido nesta simples, mas atual ordenança divina:”… portanto vós vos santificareis, e sereis santos, porque eu sou santo” (Lv 11.44). À primeira vista, esse livro da Bíblia Sagrada parece enfadonho e até desnecessário. Todavia, ele é imprescindível para compreendermos a essência do culto divino no Antigo Testamento. Nas Lições por virem, constataremos que ainda temos muito a aprender com a congregação israelita no deserto do Sinai.
Estudemos, pois, com diligência e cuidado. Oremos e empenhemo-nos por aplicar cada lição ao nosso viver. Finalmente, não nos esqueçamos de que o Senhor continua a exigir de seus filhos uma vida santa, pura e consagrada ao seu Reino. (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 1, 1º Jul 18)
Iniciamos este trimestre estudando o livro de Levítico. Todo leitor da Bíblia sente dificuldade, ao ler a Bíblia inteira, quando se depara com este livro. Sem dúvida, este é livro bíblico é o menos explorado por todos os cristãos; estamos deixando de conhecer uma das principais fontes de diretrizes dada por Deus. A palavra chave do livro é santidade e esta palavra em várias formas é falada muitas vezes; santificar, santíssimo, santo, santuário, limpo e santidade. O versículo chave é 19.2: “santos sereis, porque eu, o senhor vosso Deus, sou santo”. Outro versículo que diz a mesma verdade é 11.44. Podemos ver uma grande verdade neste tema; temos que pregar tanto a expiação pelo sangue de Cristo quanto a vida de santidade baseada na expiação feita pelo sangue de Cristo. O salvo tem que saber como andar com Deus na comunhão. Levítico se diferencia dos outros livros do Pentatêuco porque relata quase exclusivamente o sistema das leis para governar Israel na sua vida religiosa, civil, dietética e diária. Seu nome em hebraico é ‘Vaicrá’ (Chamado por Deus), na Septuaginta (Antigo Testamento traduzido para o grego) é Leuitikon e o Latim toma emprestado transformado-o em ‘Leviticus’, em referência aos levitas, a tribo de Aarão, os primeiros sacerdotes judaicos. Dito isto, convido-o a pensarmos maduramente a fé cristã!
TÓPICO l - SOBRE O LIVRO DE LEVÍTICO
Para compreendermos o Livro de Levítico, temos de considerar, inicialmente, quatro coisas muito importantes: sua canonicidade, gênero literário, autoria e data. (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 1, 1º Jul 18)
O interessante é observarmos o nome hebraico do livro de Levítico. Em todo Pentateuco, os israelitas colocavam como nome do livro as primeiras palavras do mesmo. No caso de Levítico é “ chamou o Senhor”. E é impressionante a riqueza de entendimento que podemos ter apenas observando o nome em hebraico. Levítico é a chamada do Senhor para a santidade, serviço e adoração, base de qualquer relacionamento com Deus. O senhor chama para a santidade que só provem Dele (Lv 11.44-45).
1. Canonicidade. O Levítico, bem como os demais livros do Pentateuco, foi reconhecido, desde o princípio, como a Palavra de Deus, e posto “perante o Senhor”, junto à Arca da Aliança, no Tabernáculo (Dt 31.26). Em várias passagens, ele é chamado, juntamente com outros livros do Pentateuco, de “Livro do Senhor”, ou “Livro da Lei” (Is 34.16; 2 Rs 22.8). Portanto, o Levítico tem de ser considerado, à semelhança dos demais Livros da Bíblia Sagrada, como a Palavra inspirada, inerrante e completa de Deus. (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 1, 1º Jul 18)
Canonicidade é a característica ou qualidade do que é canônico; legitimidade, veracidade. A crença cristã histórica é que o Espírito Santo, que presidiu à formação de cada um dos livros bíblicos, também lhes dirigiu a seleção e incorporação, continuando assim a cumprir à promessa do Senhor de que ele guiaria os discípulos a toda verdade.
“O cânon protestante do Antigo Testamento (composto pelos trinta e nove livros relacionados acima) é exatamente igual ao cânon hebraico massorético. O cânon massorético é a Bíblia hebraica em sua forma definitiva, vocalizada e acentuada pelos massoretas. A ordem dos livros, entretanto, segue a da Vulgata e da Septuaginta.” (Paulo R. B. Anglada. O Canon Bíblico. Disponível em:http://www.monergismo.com/textos/bibliologia/canon_anglada.htm. Acesso em: 25 Jun, 2018)
2. Gênero literário. Em virtude de seu género literário, o livro de Levítico pode ser considerado o manual do culto divino do Antigo Testamento (Lv 23). Ele pode ser visto também como o estatuto da purificação nacional, social e pessoal do povo hebreu (Lv 17.1-7). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 1, 1º Jul 18)
Gênero literário é uma categoria de composição literária. A classificação das obras literárias podem ser feitas de acordo com critérios semânticos, sintáticos, fonológicos, formais, contextuais e outros. As distinções entre os gêneros e categorias são flexíveis, muitas vezes com subgrupos. (Leia mais sobre aqui). O gênero legal (Legislativo) é representado na Bíblia principalmente no Pentateuco. Este livro relata as leis levíticas que Deus deu a Moisés na tenda (tabernáculo) da congregação. Deus deu estas leis a Moisés logo depois que o tabernáculo foi feito e pronto e a glória de Deus o encheu (Êx 40.34).
3. Autoria. Moisés é o autor humano de Levítico e dos demais livros que compõem o Pentateuco – os cinco primeiros livros da Bíblia. Por toda a obra, observamos a interação entre os autores divino e humano: Deus e Moisés (Lv 1.1; 5.14; 8.1; 15.1; 21.1; 27.1). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 1, 1º Jul 18)
Como todo o Pentateuco, é comumente aceito a autoria de Moisés. O maior indicativo desta tese é a própria Palavra de Deus. Em Neemias 8.1 há a menção ao “Livro da Lei de Moisés”. Em Ne 13.1 e 2Cr 25.4, por exemplo, temos a citação de “Livro de Moisés”. No Novo Testamento apresentam citações similares em Mt 12.5; Mc 12.26; Lc 16.16; Jo 7.19 e Gl 3.10.
4. Data. De acordo com a cronologia bíblica, a saída de Israel do Egito ocorreu no ano 1445 a.C. Um ano mais tarde, Moisés levantou o Tabernáculo no deserto (ÊX 40.17). Foi exatamente nesse ponto que o profeta e legislador, inspirado pelo Espírito Santo, passou a registrarás normas do culto hebreu (Lv 1.1). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 1, 1º Jul 18)
A data exata da compilação de Levítico é um tanto incerta. O certo é que ela deva ter ocorrido durante a peregrinação do povo de Israel pelo deserto, nas últimas décadas dos anos 1.400 a.C. A confiança que temos é que foi dada a Moisés, pelo próprio Deus, no Monte Sinai, quando o povo provavelmente acampou na região por nove meses.
TÓPICO II - A RAZÃO DO LIVRO
O livro de Levítico foi escrito tendo em vista estes objetivos: purificar Israel das abominações do Egito, preservá-lo das iniquidades de Canaã e transformá-lo num povo santo, obreiro e adorador.
Porque os israelitas haviam sido mantidos em cativeiro no Egito durante 400 anos, o conceito de Deus tinha sido distorcido pelos egípcios pagãos e politeístas. O objetivo de Levítico é fornecer instruções e leis para orientar um povo pecador, mas redimido, em seu relacionamento com um Deus santo. Há uma ênfase em Levítico na necessidade de santidade pessoal em resposta a um Deus santo. O pecado deve ser expiado através da oferta de sacrifícios próprios (capítulos 8-10). Outros temas abordados no livro são dietas (alimentos puros e impuros), o parto e doenças que são cuidadosamente regulamentadas (capítulos 11-15). O capítulo 16 descreve o Dia da Expiação, neste dia um sacrifício anual é feito pelo pecado cumulativo de todas as pessoas. Além disso, o povo de Deus deve ser discreto na sua vida pessoal, moral e social, em contraste com as práticas atuais e pagãs ao seu redor (capítulos 17-22).
1. Purificar Israel das abominações do Egito. Além de arrancar Israel do Egito, a Moisés coube também uma missão ainda mais difícil: arrancar o Egito de Israel. Embora já livres da servidão de Faraó, os israelitas não se livraram de imediato das abominações egípcias, haja vista o Lamentável episódio do bezerro de ouro (Êx 32.1-10).
Para arrancar Israel do Egito bastou um dia; para arrancar o Egito de Israel, quarenta anos não foram suficientes (Nm 14.33,34). Por esse motivo, o livro de Levítico fez-se necessário e urgente. O Senhor, detalhada e didaticamente, ensinou aos israelitas a diferençar o puro do impuro (Lv 10.10; 15.31; 20.25). Sem esse recurso didático, os hebreus jamais seriam reconhecidos como nação sacerdotal, profética e real (Êx 19.6). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 1, 1º Jul 18)
O tema principal de Levítico é a santidade. A exigência de Deus pela santidade do Seu povo baseia-se na Sua própria natureza santa. Um tema correspondente é o de expiação. A santidade deve ser mantida diante de Deus, e ela só pode ser alcançada através de uma adequada expiação.
“Deus se propusera a ter uma nação santa, um povo santificado, colocado à parte para Seu serviço. Desde os dias de Abel, homens fiéis de Deus vinham oferecendo sacrifícios a Deus, mas foi primeiro à nação de Israel que Deus deu instruções específicas sobre ofertas pelo pecado e outros sacrifícios. Estes, segundo explicado em pormenores em Levítico, deixaram os israelitas cientes da excessiva pecaminosidade do pecado e incutiu-lhes na mente quão desagradáveis isto os tornava aos olhos de Deus. Tais regulamentos, como parte da Lei, serviram como tutor conduzindo os judeus a Cristo, mostrando-lhes a necessidade de um Salvador, e, ao mesmo tempo, serviam para mantê-los como povo separado do resto do mundo. Em especial as leis divinas sobre pureza cerimonial serviram para este último objetivo. Lev. 11:44; Gál. 3:19-25.” (Livro de Levítico. Disponível em:http://www.nucleodeapoiocristao.com.br/estudos/teologicos/esbocos_livros/velho/levitico.html. Acesso em: 25 Jun, 2018)
2. Preservar Israel das iniquidades de Canaã. Ao deixarem o Egito, um país notoriamente idólatra, os filhos de Israel peregrinaram durante quarenta anos pelo deserto, para receber, por herança, uma terra habitada por nações ainda mais idólatras e abomináveis (Lv 18.3). Por esse motivo, as recomendações divinas eram tão enérgicas (Dt 18.9).
Sem os estatutos, leis e regras do livro de Levítico, os israelitas corriam o risco de perder as suas características como povo exclusivo de Deus. (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 1, 1º Jul 18)
“Como nova nação caminhando para uma nova terra, Israel necessitava de direção correta. Ainda não passara um ano desde o Êxodo, e os padrões de vida do Egito, bem como as suas práticas religiosas, ainda estavam vivos na mente deles. O casamento entre irmão e irmã era comum no Egito. Praticava-se a adoração falsa em honra de muitos deuses, alguns deles sendo deuses animais. Agora esta grande congregação estava a caminho de Canaã, onde a vida e as práticas religiosas eram ainda mais degradantes. Mas, observe de novo o acampamento de Israel. Engrossando a congregação havia muitos egípcios puros ou mestiços, uma multidão mista que vivia bem no meio dos israelitas e que nascera de pais egípcios e fora criada e instruída segundo os costumes, a religião e o patriotismo dos egípcios. Muitos destes, sem dúvida, até bem pouco antes, na sua terra, entregavam-se a práticas detestáveis. Quão necessário é que recebam agora orientações pormenorizadas de Deus! Levítico traz em sua inteireza a marca da inspiração divina. Meros humanos não poderiam ter formulado as suas leis e seus regulamentos sábios e justos. Os seus estatutos relativos à alimentação, doenças, quarentena e tratamento de cadáveres revelam um conhecimento de fatos que os homens da medicina, do mundo, só vieram a conhecer milhares de anos mais tarde. A lei de Deus sobre animais impuros para alimentação protegeria os israelitas durante a sua viagem. Ela os protegeria contra a triquinose provinda de porcos, a febre tifóide e paratifóide de certos tipos de peixe e infecções provindas de animais encontrados mortos. Estas leis práticas visavam orientar a religião e a vida deles, para que permanecessem como nação santa e atingissem e habitassem a Terra Prometida. A história mostra que os regulamentos fornecidos por Deus resultaram em os judeus levarem definida vantagem sobre outros povos em questões de saúde.” (Livro de Levítico. Disponível em:http://www.nucleodeapoiocristao.com.br/estudos/teologicos/esbocos_livros/velho/levitico.html. Acesso em: 25 Jun, 2018)
3. Transformar Israel num povo santo, adorador e obreiro. A Moisés cabia também educar os filhos de Israel, a fim de transformá-los num povo santo, adorador e obreiro (Lv 11.45). Sem a educação minuciosa e eficiente proporcionada pelo Livro de Levítico, os israelitas jamais teriam cumprido a missão que o Senhor lhes designara por intermédio de Abraão: ser uma bênção a todas as famílias da Terra (Gn 12.1-3; Dt 14.2). Afinal, Israel teria de portar-se como nação messiânica, pois tinha como missão principal, embora inconsciente, revelar Jesus Cristo ao mundo (Jo 4.22). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 1, 1º Jul 18)
“No Livro de Levítico vemos que Deus quer conviver com seu povo e que por essa razão provê meios para tal intento. Um dos propósitos da lei é revelar as condições para a comunhão do homem com Deus, pois, por causa do pecado, ela foi interrompida”(1). O tema de santidade permeia Levítico, que menciona este requisito mais do que qualquer outro livro da Bíblia. Os israelitas deviam ser santos porque Deus é santo. Certas pessoas, lugares, objetos e períodos foram reservados como santos. Por exemplo, o Dia da Expiação e o ano do Jubileu foram reservados como períodos de observância especial na adoração de Deus. Em harmonia com a sua ênfase à santidade, o livro de Levítico frisa o papel que o derramamento de sangue, isto é, o sacrifício de uma vida, desempenhava no perdão dos pecados. Os sacrifícios de animais limitavam-se aos animais domésticos e limpos. Para certos pecados, requeria-se a confissão, a restituição e o cumprimento de uma penalidade, além do sacrifício. Para outros pecados, a penalidade era a morte. O Nome do Senhor precisa ser mantido sagrado, e não nos atrevemos a trazer opróbrio sobre ele mediante palavras ou ações (Lv 22.32; 24.10-16; Mt 6.9).
(1) Levítico: Instruções para vivermos em santidade e comunhão com Deus, de Fernando Luis Viana Alves. Betel, 2017. Pág. 11
TÓPICO III - O MANUAL DO SACERDOTE
O livro de Levítico foi entregue mui particularmente aos filhos de Levi, objetivando orientá-los quanto às atividades cultuais, santificadoras e intercessoras.
“Chega então o tempo para uma grande ocasião em Israel, a investidura do sacerdócio. Moisés cuida disso em todos os pormenores, como Deus lhe ordenara. "E Arão e seus filhos passaram a fazer todas as coisas que Deus ordenara por meio de Moisés." (8:36) Depois dos sete dias ocupados com a investidura, há um espetáculo milagroso e fortalecedor da fé. A assembléia inteira está presente. Os sacerdotes acabam de oferecer sacrifício. Arão e Moisés já abençoaram o povo. Daí, veja! "A glória de Deus apareceu ... a todo o povo. E desceu fogo de diante de Deus e começou a consumir a oferta queimada e os pedaços gordos sobre o altar. Quando todo o povo chegou a ver isso, irromperam em gritos e prostraram-se sobre as suas faces." (9:23, 24) Deveras, Deus é digno da obediência e da adoração deles! Contudo, há transgressões da Lei. Por exemplo, os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, oferecem fogo ilegítimo perante Deus. "Saiu então fogo de diante de Deus e os consumiu, de modo que morreram perante Deus." (10:2) A fim de oferecerem sacrifícios aceitáveis e gozarem da aprovação de Deus, tanto o povo como os sacerdotes têm de seguir as instruções de Deus. Logo depois, Deus dá o mandamento de que os sacerdotes não devem tomar bebidas alcoólicas enquanto servem no tabernáculo, dando a entender que a embriaguez talvez tenha contribuído para a transgressão dos dois filhos de Arão.” (Livro de Levítico. Disponível em:http://www.nucleodeapoiocristao.com.br/estudos/teologicos/esbocos_livros/velho/levitico.html. Acesso em: 25 Jun, 2018)
1. Atividades cultuais. Os levitas tinham como atribuição exclusiva zelar pela santidade, perfeição e beleza do culto do Deus de Israel (Nm 3.12). E, para que todas as coisas saíssem de acordo com as recomendações divinas, obrigavam-se eles a observar rigorosamente as ordenações do Levítico. Seu ofício deveria refletir a glória de Deus (Lv 9.1-6). Por esse motivo, tudo neles tinha de estar de acordo com as prescrições do Senhor: ordenação, pureza moral, espiritual e física (Lv 8.1-36; 10.8-11). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 1, 1º Jul 18)
O livro de Números no capítulo quatro nos esclarece perfeitamente as legítimas funções dos levitas. Deus se refere aos levitas como alguém “apto a servir”, “capazes de servir”, que tenham “condições de servir”, “aptos a realizar o trabalho” e “realizar funções”. Os descendentes da tribo de Levi realizavam todo o qualquer tipo de serviço dentro do templo. Os filhos de Coate zelavam por todas as coisas santíssimas, os de Arão eram encarregados da Arca e tudo o que dizia respeito aos objetos usados no serviço do santuário, os gersonitas eram responsáveis pelo transporte das cortinas do Tabernáculo e os meraritas carregavam as armações de madeira do Tabernáculo. Existiam também, guardas, porteiros, padeiros, administradores, escribas, juízes, supervisores de construções, incluindo os que louvavam o Senhor com instrumentos musicais, como está escrito no livro primeiro das Crônicas, no capítulo 23. A função primária do sacerdócio levítico, consequentemente, era manter, assegurar e restabelecer a santidade do povo escolhido de Deus (Êx 28.38; Lv 10.7; Nm 18.1). O sacerdócio mediava a aliança de Deus com Israel (Ml 2.4ss.; Nm 18.19; Jr 33.20-26).
2. Atividades santificadoras. A reivindicação mais urgente e importante do Livro de Levi é a santificação de Israel como herança particular do Senhor: “Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 20.7). Os sacerdotes, por conseguinte, deveriam, em primeiro lugar, cuidar de sua própria santificação para terem condições de zelar pela santidade de todo o povo (Lv 16.1-11). Recomendação semelhante faz o apóstolo Paulo aos obreiros de Cristo (1Tm 4.16). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 1, 1º Jul 18)
Levítico consiste na maior parte em escrita legislativa, grande parte dela sendo também profética. Apresenta as instruções de Deus para o povo de Israel sobre como deveria se aproximar dEle, ter comunhão com ele, cultuá-Lo e viver na Terra Prometida. Sua mensagem central é santidade (Lv 19.2). Estabelece a forma de culto e o comportamento dos sacerdotes através das normas e preceitos, ritos e ofertas.
“As cerimônias ligadas com a consagração dos sacerdotes estão descritas em Êxodo 29 e Levítico 8. Elas incluíam um banho de consagração, unção, vestimenta e sacrifícios. A lavagem simbolizava a limpeza do coração para as obrigações ligadas à pureza da nação perante Deus. A unção (Lv 8.10,11) envolvia o derramar óleo na cabeça do sumo sacerdote e respingá-lo nas vestimentas dos outros sacerdotes (vv. 22-24). As vestimentas dos sacerdotes e especialmente a do sumo sacerdote eram caras e bonitas (Êx 28.3-5; Lv 8.7-9). Os sacrifícios de consagração incluíam a oferta pelo pecado (8.14-17), oferta queimada (vv. 18-21) uma oferta de consagração especial (vv. 22-32). O sangue do carneiro era aplicado na orelha, no dedo polegar e no dedo do pé direitos de Arão e de seus filhos, para simbolizar consagração física completa ao Senhor”. (SACERDOTES E LEVITAS. Disponível em: http://antigotestamento-shemaisrael.blogspot.com/2017/11/sacerdotes-e-levitas-historia-funcoes-e.html. Acesso em: 25 Jun, 2018)
3. Atividades intercessoras. A principal atividade do sacerdote era, sem dúvida, fazer a intermediação entre o pecador arrependido e o Deus Santo, Único e Verdadeiro (Lv 9.7), haja vista o gesto de Arão quando da apostasia de Core e seu bando. Naquele momento, o povo de Israel esteve prestes a ser destruído, mas o gesto do sumo sacerdote tornou a nação propícia a Deus (Nm 16.46).
Hoje, em virtude do sacrifício de Cristo, não mais necessitamos de intermediários humanos para nos achegarmos a Deus (1 Jo 4.10). Jesus é o nosso sublime e perfeito Sumo Sacerdote (Hb 7.26,27). Todavia, a santidade continua a ser exigida daqueles que oram e intercedem; que o façam “levantando mãos santas” (1 Tm 2.1,8). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 1, 1º Jul 18)
De modo geral as principais funções do sumo sacerdote eram ensinar a lei de DEUS e interceder pelo povo.
a) Oferecer dons e sacrifícios pelos pecados (v.1b). Na Antiga Aliança os oferentes não podiam dirigir-se diretamente a DEUS. Traziam suas dádivas e ofertas e as apresentavam ao sacerdote. Segundo estudiosos do Antigo Testamento, os dons eram ofertas de cereais e os sacrifícios eram “ofertas de sangue”. No Novo Testamento, Jesus , nosso Sumo Sacerdote quanto a nossa salvação, é tanto o oferente como a própria oferta vicária: “ofereceu-se a si mesmo [por nós] a Deus”.
b) “Compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados” (v.2). O sumo sacerdote deveria ter simpatia, ou seja, capacidade para compartilhar as alegrias ou as tristezas das pessoas que lhe procuravam e, ao mesmo tempo, ter empatia, capacidade para se colocar na situação do outro. Só quem tem essas qualidades pode de fato ser um intercessor. Da mesma forma devem proceder os obreiros do Senhor no trato com os que erram por ignorância ou por fraqueza.
CONCLUSÃO
A principal lição que extraímos do livro de Levítico é que o Deus santo requer duas coisas básicas de cada um de seus filhos: que nos separemos do mundo e que nos dediquemos, em pureza e santidade, ao seu serviço. Este é o nosso culto racional (Rm 12.1-3). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 1, 1º Jul 18)
O livro de Levítico apresenta as leis do Senhor e como o culto a Deus deveria ser oferecido. Levítico é o livro da lei de Deus e apresenta os preceitos que Israel teria de que cumprir para viver segundo o padrão de santidade exigido por Deus. Como discutido acima, este padrão deveria ser obedecido à risca para que a adoração fosse aceita. É importante que o cristão entenda os sacrifícios levíticos e como eles se cumpriram no nascimento, ministério, morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo. Naqueles sacrifícios e em todos os demais ensinamentos, encontramos vários aspectos da obra de Jesus e de como o homem deve se conduzir neste mundo de modo que agrade a Deus. Levítico tem o propósito de ajudar aqueles que amam a bendita Palavra de Deus.
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16), Francisco Barbosa Campina Grande-PB Junho de 2018
PARA REFLETIR
A respeito de “Levítico, Adoração e Serviço ao Senhor”, responda:
Como podemos resumir o tema do livro de Levítico?
O tema pode ser resumido nesta simples, mas enérgica ordenança divina: “… portanto vós vos santificareis, e sereis santos, porque eu sou santo” (Lv 11.44).
Quem é o seu autor e quando foi escrito?
Moisés. Moisés teria escrito Levítico, aproximadamente, entre 1446 a.C. (uma possível data do êxodo) e 1406 a.C. (ano da morte de Moisés).
Por que o Levítico foi escrito?
O livro de Levítico foi escrito, tendo em vista estes objetivos: purificar Israel das abominações do Egito, preservá-lo das iniquidades de Canaã e transformá-lo num povo santo, obreiro e adorador.
Quais as atividades do sacerdote?
Atividades culturais, santificadoras e intercessoras. Mas, a principal atividade do sacerdote era, sem dúvida, fazer a intermediação entre o pecador arrependido e o Deus Santo, Único e Verdadeiro (Lv 9.7).
Hoje, quem é o nosso Sumo Sacerdote?
Jesus é o nosso sublime e perfeito sumo sacerdote (Hb 7.26,27). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 1, 1º Jul 18)
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