No capítulo anterior de Vagabundo Confesso: Eric e Carla estavam na Avenida Paulista para comemorar a passagem de ano e por causa de uma ...
No capítulo anterior de Vagabundo Confesso: Eric e Carla estavam na Avenida Paulista para comemorar a passagem de ano e por causa de uma briguinha Carla solta à mão do Eric e se perdeu no meio da multidão. Eric desesperado vai procurar a Carla. Logo em seguida Eric é atacado por um grupo de Skinheads e só acorda no hospital com amnésia. O Doutor relembra Eric aos poucos do ocorrido. Chega uma carta misteriosa ao Eric anunciando o sumiço de Carla.
Vagabundo Confesso
Capítulo 2: Batom Vermelho
Autor: O Varão
Escritura e revisão gramatical: Hubner Braz
Colaborador: O Divino
Fiquei divinamente assustado, tudo era muito estranho pra mim. E não era por acaso, imagine uma pessoa sumir e não dar noticia. Imagine desmaiar na Av. Paulista e só acordar no paraíso. Imagine que este paraíso não é um paraíso e sim um hospital. Imagine você receber uma carta misteriosa que vá partir o seu coração. Imagine o doutor se despedir com uma piscadinha de olhos desejando melhoras. Realmente era tudo estranho.
Depois que o Doctor se foi, só havia silêncio naquele quarto que somente era interrompido pelos gritos e gemidos vindos de fora. A noite foi longa, demorei de pegar no sono, as lembranças me atormentaram e fiquei com medo de alguém querer me matar.
Não demorou muito para amanhecer. Passei a noite em claro #Fato. Eram 6 horas da manhã quando meus olhos caiam de sono. O inicio da madorna era evidente, mas era tarde demais...
O inesperado aconteceu, a porta abriu devagarzinho, oh my god (oh meu deus em inglês) quem será agora... Mil coisas passavam em minha mente... Uffa, que alivio, era a enfermeira trazendo o café da manhã.
- Bom dia Eric Chiristian Olsen, eu trouxe seu Café da Manhã.
- Obrigado, mas como você sabe o meu nome? (Assustado!)
- Eu li no papel de identificação do soro, Thirdyck* (Risos desconcertantes de ambos).
- Verdade!? Kkkk... (A essa altura as minhas bochechas estavam vermelhinhas de vergonha)
- Não... Rsrsrs. Na verdade Eric, eu te conheço há tempo... Não lembra de mim? Sou a Suzana Werner.
- Noouuuussssaaaa... Lembro sim (Falei divinamente surpreso porque eu realmente não lembrava), como você mudou. (Pausa Insano)
Flashback do Eric Chiristian Olsen.
Era noite de verão no orfanato GAAME*. Foi dentro dos muros que conheci a Susana Werner. Ela tinha costume de trepar nas mangueiras para comer manga verde e se esconder das freiras malvadas. Nós construímos uma bela amizade. Daquelas que até santa suspeita. Pois partilhávamos tudo, tudo mesmo. Desde sentimentos, as caricias.
E foi numa bela noite que planejamos fugir da “prisão” em conquista a liberdade. Esperamos todos dormir. Ela foi primeiro, conseguiu trepar no muro como nunca outrora tivesse conseguido em outro lugar e pulou. Já eu... Fui pego pelo calcanhar e puxado de tal maneira que machuquei o ***, Maldita freira Maria da Conceição, ela me levou para solitária* e lá me deu um banho de surra e água fria. Pensei, “pra ela está acordada a essas horas, ela Mariôôô* completamente.
Depois, a freira fez de tudo para entregar a pessoa que pulou antes de mim, ela aplicou todo tipo de martírio. Mesmo assim, eu não falei porque eu e a Susana Werner, tínhamos feito um pacto de sangue dois dias atrás. Nós cortamos nossos pulsos com o estilete que a freira Maria da Conceição usava para aparar as sobranceiras, após o corte, misturamos o nosso sangue um no outro.
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(Continuação Insana)
- É Eric, mudei sim. Depois que fugi da “prisão” aconteceu tanta coisa em minha vida. (Ela diz esboçando um ar de felicidade)
- O que aconteceu Suh, me conta, estou curioso.
- Bem, tudo começou assim...
(Pausa Insano)
Flashback Divino da Suzana Werner.
Depois que pulei o muro da “prisão”, não tinha para onde ir, estava desesperada.
Sentei no banco do terminal da Barra Funda, chorei baldes de água por não saber suportar a sua ausência. Meu coração doía mais do que a alma suportava. Chorava e chorava em meio à multidão apresada que passava sem dar menor atenção pra mim.
Derrepente alguém encostou ao meu ombro, olhei para trás apreensiva, mais ao olhar, meu mundo caiu. Senti borboletas no meu estomago. Minhas mãos estavam tremula e suada, minhas pernas bambeando. Não sei que sentimento era esse, nunca tinha sentido algo assim, mais sabia que sentia por causa da presença dele. Este homem tão bonito, elegante no vestir, com voz branda e encantadora. Foi este homem que soube me dominar, me dominar por completo.
Foi ai que começamos a papear. Era uma papeação diferente, eu não queria parar.
- Oi moça... Qual é seu nome?
- Su su su susana Wer er er ner. (Falei assim porque estava a soluçar de tanto chorar)
- Prazer Susana, eu me chamo Reynaldo Giony King e faço parte da Capelânia. Foi Deus que me trouxe aqui e falou pra mim que minha futura esposa estaria sentada e chorando. E disse ainda mais, falou que ela viria de um orfanato. E que além de eu ama-la a primeira vista, ela iria corresponder as minhas expectativas... Venha comigo minha flor, darei para ti, todo amor e sem reservas.
Depois destas palavras, fiquei tranquila, me senti segura e fui aos seus braços rumo ao desconhecido. Ele me ensinou a arte de ser capelã, e tudo mais que me prometera. Eu sendo ingênua peguei gosto muito rápido das coisas, e amei, mais amei tanto que fiz curso de enfermagem para cuidar dos fracos e doentes.
O meu amor me mostrou que o verdadeiro sentido da vida não é pra ser descoberto, porque ele já foi descoberto, o verdadeiro sentido da vida está em nós, somos nós e quem faz acontecer somos nós mesmos. Com este sentimento capelão, de cuidar e salvar o que se havia perdido é que eu trabalho em um dos hospitais mais conceituado do Brasil. O Hospital Albert Einstein.
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(Continuação Insana)
- Susana, você teve muita sorte nesta vida. Eu, por exemplo, tive muito azar. Quando fez uma semana que você fugiu, eu fui adotado e passado alguns meses, meus pais adotivos morreram. Com isso, veio uma tempestade em minha vida, começando com a casa dos meus pais que a hipoteca tomou e outras coisas infinitamente cruéis. Agora sou morador de rua, como dizem por ai, sou um vagabundo confesso em busca do verdadeiro passado.
- Você ainda está atrás do passado Eric (Diz Susana ao balançar a cabeça), esqueça isso, olhe pra frente e construa o seu mundo. O meu passado, por exemplo, foi jogado no mar do esquecimento e hoje estou muito bem em Cristo.
- Susana. É difícil viver quando não se sabe a verdadeira paternidade e quando se sabe que a única pessoa que dar razão para viver foi raptada. O que tem de misterioso nisso, é que você foi salva por um capelão, e o médico me disse que fui salvo também por um grupo de capelães.
- E vero (verdade em italiano) Eric. Não tinha pensado nisso. Você descobriu porque o Dr. Fritz te contou como você chegou aqui.
- Sim Suh. Ele é muito simpático e ao mesmo tempo estranho.
- Eric, ele é um dos melhores médicos daqui e antes de ele deixar o plantão, ele me revelou uma coisa sobre você...
- Eric, ele é um dos melhores médicos daqui e antes de ele deixar o plantão, ele me revelou uma coisa sobre você...
Ela nem terminou as palavras, e a luz do quarto se apagou literalmente, tirando toda a chance de saber mais sobre o misterioso Doctor (doutor em inglês). Meu coração queria sair do meu peito. Eu ouvi gritos de desespero por toda parte. Tentei segurar em alguma parte corpo da Susana, mas não consegui alcançá-la em meio à escuridão. Misteriosamente ela foi puxada. No quarto não tinha janela e a cada segundo que passava o desespero aumentava. Passados 15 minutos o eletricista Gilmar conseguiu restabelecer a força do hospital.
Gilmar foi ao meu quarto e perguntou se estava tudo bem? Falei que comigo sim, mais a Susana tinha sumido. Ele tentou acalmar o meu coração dizendo que muitas pessoas saíram do hospital correndo, talvez ela tivesse saído também. Perguntei o porquê de sair correndo. Ele me disse que existe um sistema elétrico de aviso especifico no hospital, e que quando a luz azul acendia era para todos se retirarem do hospital o mais rápido possível.
Balancei a cabeça, não acreditava no que estava acontecendo. Gilmar continuou dizendo que o motivo real do apagão, está diretamente ligado à bomba caseira que colocaram na parte elétrica do hospital onde tiveram que chamar o GATE* para desarmar o artefato.
Não fiquei satisfeito, tudo era estranho, muito estranho pra mim. Pensava na Carla, na carta, na Susana, no doutor, na revelação não revelada. Até que quando olho a parede do quarto... Que susto... Algo estranho estava escrito e de batom vermelho forte em letras garrafas. “Não queira saber do seu passado e nem do seu amor, senão irei matar ela, você e seus amigos... meu vagabundo confesso”.
Será que Eric descobrirá o passado? Qual era o segredo do Dr. Fritz que a Susana iria revelar? Porque a Susana sumiu? Quem colocou uma bomba no hospital? Quem escreveu na parede com o batom vermelho? Onde está Carla? Não perca o próximo capitulo do Vagabundo Confesso, será no dia 7 de março ou o quanto antes.
Glossário Divino:
#Solitária: Pessoa levada ao total isolamento. Lugar reservado para uma pessoa. Escuridão. Sem contato com o ser humano.
#GATE: O Grupo de Ações Táticas Especiais, GATE, é um grupamento policial de operações especiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo, no Brasil.
Criado em 1988, o GATE da Polícia Militar de São Paulo, está subordinado ao 4º Batalhão de Polícia de Choque. O seu surgimento deu-se através de ex-integrantes da ROTA.
O GATE é um dos mais modernos grupos de Táticas Especiais do país, focando a sua atuação em situações de alto risco, como resgate de reféns, Incursões em Favelas e desarmamento de bombas.
Atualmente possui cerca de 120 policiais divididos em 6 equipes táticas de serviço, mais os quadros de apoio.
#GAAME: (Ginásio de Amparo e Assistência ao Menor) Depoimento de um órfão: “Lembro que as meninas dormiam de um lado do corredor, e os meninos do outro. Aqui a gente fazia tudo juntos e aprendia um bocado de coisas. Muitos esperavam serem adotados, ou que seus pais e familiares viessem buscá-los. Eu nunca esperei isso. Tinha apenas cinco anos quando o orfanato foi fechado, e fui o único que continuei aqui deste dia em diante”
#Hospital Albert Einstein: O Hospital Israelita Albert Einstein é um dos mais importantes hospitais brasileiros, localizado no distrito do Morumbi, zona oeste da cidade brasileira São Paulo.
Foi fundado pela comunidade judaica da cidade de São Paulo, em 4 de junho de 1955. É uma das unidades de saúde mais conhecidas do Brasil pela qualidade do atendimento e pelos equipamentos e especialidades médicas de que dispõe para tratar os principais tipos de patologias existentes. Possui um programa de assistência social na comunidade de Paraisópolis, próxima ao hospital.
Tem cerca de 4.500 médicos cadastrados, é também o hospital privado mais moderno da América Latina. Em 1999 foi a primeira instituição de saúde fora dos Estados Unidos, reconhecida pela Joint Comission International (a certificadora de serviços de saúde mais importantes do mundo).
#Thirdyck: Pessoa que não pensa. Gíria entre estudantes. O que está obvio não é sabido.
#Mariô: Significa, quando uma pessoa não entende nada, tipo assim, você conta uma piada, todo mundo esta rindo e a pessoa fala: “não entendi...” ai você explica de novo e a pessoa diz: “Não entendi de novo”.
Que ótimo pessoal,
ResponderExcluirAi está o segundo capítulo da BlogNovela que está dando o que falar. "Vagabundo Confesso".
Antes do tempo, foi postado para que tenha tempo de ler neste fim de semana. Afinal, as aulas começaram.
Bjs confesso.
Olá Hubner
ResponderExcluirAdorei seu blog e já estou seguindo. Vou aguardar a sua visita e ficarei feliz se me seguir também.
Post de Domingo "AS VIAGENS DA KINHA"... até amanhã...
Bjoooooooooooooooo...............
http://amigadamoda.blogspot.com
O próximo capítulo será dia 7 de março... acompanhe....
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