Lição 6 – 11 de Agosto de 2013 - CPAD A Fidelidade dos Obreiros do Senhor TEXTO ÁUREO "Espero, porém, no Senhor Jesus,...
Lição 6 – 11 de Agosto de 2013 - CPAD
A Fidelidade dos Obreiros do Senhor
TEXTO ÁUREO
"Espero, porém, no Senhor Jesus, mandar- vos Timóteo, o mais breve possível, a fim de que eu me sinta animado também, tendo conhecimento da vossa situação" (Fp 2.19 - ARA).
VERDADE PRÁTICA
Os obreiros do Senhor devem estar conscientes quanto à sua responsabilidade no santo ministério.
Filipenses 2.19-29
19 - E espero, no Senhor Jesus, que em breve vos mandarei Timóteo, para que também eu esteja de bom ânimo, sabendo dos vossos negócios.
20 - Porque a ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide do vosso estado;
21 - porque todos buscam o que é seu e não o que é de Cristo Jesus.
22 - Mas bem sabeis qual a sua experiência, e que serviu comigo no evangelho, como filho ao pai.
23 - De sorte que espero enviá-lo a vós logo que tenha provido a meus negócios.
24 - Mas confio no Senhor que também eu mesmo, em breve, irei ter convosco.
25 - Julguei, contudo, necessário mandar-vos Epafrodito, meu irmão, e cooperador, e companheiro nos combates, e vosso enviado para prover às minhas necessidades;
26 - porquanto tinha muitas saudades de vós todos e estava muito angustiado de que tivésseis ouvido que ele estivera doente.
27 - E, de fato, esteve doente e quase à morte, mas Deus se apiedou dele e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza.
28 - Por isso, vo-lo enviei mais depressa, para que, vendo-o outra vez, vos regozijeis, e eu tenha menos tristeza.
29 - Recebei-o, pois, no Senhor, com todo o gozo, e tende-o em honra:
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
É provável que Paulo tenha encontrado Timóteo em sua primeira viagem missionária (At 14:6ss) e que o rapaz tenha se convertido nessa ocasião (1 Co 4:17). Tudo indica que a mãe e a avó de Timóteo se converteram antes dele (2 Tm 1:3-5). Ele era filho de mãe judia e de pai gentio, mas Paulo o considerava seu "amado filho" (2 Tm 1:2).
Quando Paulo voltou de Derbe e Listra em sua segunda viagem missionária, chamou o jovem Timóteo para ser um de seus colaboradores (At 16:1-4). Em certo sentido, Timóteo substituiu João Marcos, o qual Paulo havia se recusado a levar consigo nessa viagem por causa de um incidente anterior em que Marcos havia abandonado seu trabalho (At 13:13; 15:36-41).
Aprendemos, pela experiência de Timóteo, que a atitude de submissão não é algo que surge de modo repentino e automático na vida do cristão. Timóteo teve de desenvolver e de cultivar a "mente de Cristo". Não tinha uma inclinação natural para servir, mas, ao longo de sua caminhada com o Senhor e de seu trabalho com Paulo, tornou-se um servo no qual Paulo poderia confiar e que Deus poderia abençoar. Observe algumas características desse rapaz.
Pensava como servo (v. 19-21). Em primeiro lugar, Timóteo demonstrava preocupação natural pelas pessoas e por suas necessidades. Não estava interessado em "fazer amigos e influenciar pessoas"; importava-se sinceramente com o bem-estar físico e espiritual dos outros. Paulo preocupava-se com a igreja de Filipos e desejava enviar alguém para transmitir essa preocupação e descobrir exatamente o que se passava ali. Por certo, havia centenas de cristãos em Roma (Paulo saúda 26 pelo nome em Rm 16); no entanto, nenhum deles se mostrou disposto a fazer essa viagem! "Todos eles buscam que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus" (Fp 2:21). Em certo sentido bastante real, todos vivemos em Filipenses 1:21 ou em Filipenses 2:21!
Mas Timóteo importava-se com o bem-estar de seus semelhantes e pensava como servo. É uma pena que os cristãos de Roma estivessem tão envolvidos com os próprios problemas e desavenças (Fp 1:15,16) a ponto de não ter tempo para a obra importante do Senhor. Essa uma das grandes tragédias causadas pelos problemas internos das igrejas; eles consomem tempo, energia e preocupação que deveriam estar sendo dedicados a coisas mais essenciais. Timóteo não estava interessado em apoiar um partido nem em promover alguma causa que provocasse divisões, mas apenas na situação espiritual do povo de Deus; e essa preocupação lhe ocorria naturalmente. De que maneira essa preocupação espontânea se desenvolveu?
A resposta encontra-se na característica seguinte desse jovem extraordinário.
Havia sido treinado como servo (v. 22). Paulo não colocou Timóteo em sua "equipe" no mesmo dia em que o rapaz se converteu. O apóstolo era sábio demais para cometer um erro desses. Ele o deixou como membro da igreja de Derbe e Listra, uma congregação onde Timóteo cresceu nas coisas espirituais e aprendeu como servir ao Senhor. Quando Paulo voltou à região alguns anos depois, descobriu com grande alegria que "davam bom testemunho [de Timóteo] os irmãos em Listra e Icônio" (At 16:2). Anos depois, Paulo escreveu a Timóteo sobre a importância de permitir que os novos convertidos cresçam antes de coloca-los em cargos de maior responsabilidade no ministério (1 Tm 3:6, 7).
Um cantor famoso de casas noturnas visitou um pastor e anunciou que havia sido salvo e desejava servir ao Senhor.
- O que devo fazer agora? - perguntou o recém-convertido.
- Bem, sugiro que você comece a participar de uma igreja séria e comece a crescer.
- disse o pastor, e, depois, perguntou: - Sua esposa é cristã?
- Não - respondeu o cantor. - Espero ganhá-la para Cristo. Mas será que devo esperar? Gostaria de fazer algo para Deus de imediato.
- Você não precisa esperar para testemunhar de Cristo - explicou o pastor. - Envolva-se com o trabalho da igreja e use seus talentos para Cristo.
- Mas você não sabe quem sou eu? - protestou o homem. - Eu sou um cantor famoso... Todos me conhecem. Quero começar minha própria organização, gravar discos, me apresentar para multidões...
- Se você se precipitar, pode acabar fazendo mal a si mesmo e ao seu testemunho
- disse o pastor. - E o melhor lugar para começar a ganhar almas para Cristo é seu próprio lar. Deus lhe dará oportunidades de servir quando você estiver preparado. Enquanto isso, estude a Palavra e dê a si mesmo a chance de crescer.
O homem não seguiu o conselho do pastor. Em vez disso, criou uma grande organização e começou a trabalhar por conta própria. Seu "sucesso" durou menos de um ano. Não apenas perdeu seu testemunho, porque não teve forças para carregar os fardos pesados da obra que se dispôs a realizar, como também se afastou da esposa e do restante da família por causa de suas viagens frequentes. Acabou ingressando em uma "com unidade alternativa" e, falido e humilhado, desapareceu do ministério público.
- Seus galhos espalharam-se demais enquanto as raízes não eram profundas -, comentou um pastor. - Quando isso acontece, a árvore tomba.
Paulo não cometeu esse erro com Timóteo. Deu-lhe tempo para desenvolver raízes profundas e, depois, chamou o rapaz para acompanhá-lo em suas viagens missionárias. Ensinou a Palavra a Timóteo e deixou que ele observasse como realizava seu ministério apostólico na prática (2 Tm 3:10-1 7). Foi assim que Jesus treinou seus discípulos. Junto com a instrução pessoal, deu-lhes oportunidades práticas de ganhar experiência. A experiência sem instrução pode gerar desânimo, e a instrução sem experiência pode gerar inatividade espiritual. As duas coisas são importantes.
Recebeu a recompensa de servo (vv. 23, 24). Timóteo sabia, por experiência própria, o que significava sacrificar-se e servir (Fp 2:17), mas Deus o recompensou por sua fidelidade. Em primeiro lugar, Timóteo teve a alegria de ajudar a outros. Por certo, houve tribulações e dificuldades, mas também houve bênçãos e vitórias. Pelo fato de Timóteo ser um "servo bom e fiel" (Mt 25:21), teve a alegria de trabalhar com o grande apóstolo Paulo e ajudá-lo em algumas de suas incumbências mais difíceis (1 Co 4:1 7ss; Timóteo é mencionado pelo menos 24 vezes nas epístolas de Paulo).
Mas talvez a maior recompensa que Deus deu a Timóteo foi tê-lo escolhido para ser substituto de Paulo quando o apóstolo foi chamado para junto do Senhor (ver 2 Tm 4:1-11). Paulo desejava ir a Filipos pessoalmente, mas teve de enviar Timóteo em seu lugar. Uma honra e tanto! Timóteo não apenas serviu a Paulo e foi como um filho para ele, mas também assumiu seu lugar! Hoje, cristãos de toda parte o têm em alta consideração, algo que o jovem Timóteo jamais imaginou enquanto estava ocupado servindo a Cristo.
Não é possível gerar uma atitude submissa com uma hora de sermão, uma semana de retiro espiritual ou mesmo um ano de serviço. Como no caso de Timóteo, a submissão desenvolve-se dentro de nós à medida que nos entregamos ao Senhor e procuramos servir aos outros.
- Epafrodito (Fp 2:25-30) Paulo era um "hebreu de hebreus". Timóteo era parte judeu e parte gentio (At 16:1). E, tanto quanto sabemos, Epafrodito era inteiramente gentio; era membro da igreja de Filipos e arriscou a saúde e a vida para levar a oferta missionária dos filipenses ao apóstolo em Roma (Fp 4:18). Seu nome significa "agradável", um adjetivo que condiz com esse cristão!
Era um cristão equilibrado (v. 25). Paulo não se cansa de falar de Epafrodito: "meu irmão, cooperador e companheiro de lutas". Essas descrições são paralelas ao que o apóstolo escreveu sobre o evangelho no primeiro capítulo desta epístola:
"meu irmão" a "cooperação no evangelho" (Fp 1:5);
"cooperador" o "progresso do evangelho" (Fp 1:12);
"companheiro de "fé evangélica" lutas" (Fp 1:27).
Epafrodito era um cristão equilibrado. O equilíbrio é importante para a vida cristã. Alguns enfatizam tanto a "comunhão" que se esquecem do progresso do evangelho. Outros se encontram de tal modo envolvidos com a defesa da "fé evangélica" que não desenvolvem a comunhão com outros cristãos. Epafrodito não caiu nessas armadilhas. Era como Neemias, o homem que reconstruiu os muros de Jerusalém segurando a pá em uma das mãos e a espada na outra (Ne 4:17). Não podemos construir com uma espada nem combater com uma pá! Precisamos desses dois instrumentos para realizar a obra do Senhor.
Era um cristão interessado pelo próximo (v. 26, 27, 30). Como Timóteo, Epafrodito se preocupava com os semelhantes. Em primeiro lugar, demonstrou sua preocupação por Paulo. Quando a notícia de que Paulo era prisioneiro em Rom a chegou a Filipos, Epafrodito se ofereceu para fazer a viagem longa e perigosa até a capital do império, ficar ao lado de Paulo e ajudá-lo. Levou consigo a oferta de amor da igreja, protegendo-a com a própria vida.
As igrejas de hoje precisam de homens e mulheres que se preocupem com as missões em locais mais difíceis do serviço cristão. Nas palavras de um líder missionário: "O maior problema em nossas igrejas é que temos espectadores demais e participantes de menos". Epafrodito não se contentou apenas em contribuir financeiramente. Ofereceu a si mesmo para ajudar a levar a contribuição arrecadada!
Mas Epafrodito também se preocupava com sua congregação local. Depois de chegar a Roma, caiu doente com uma enfermidade grave e quase morreu. Em função disso, teve de adiar a volta a Filipos, deixando apreensivos os membros de sua igreja. Epafrodito não se afligiu com a própria situação, mas com a preocupação dos cristãos de Filipos! Vivia de acordo com Filipenses 1:21, e não de acordo com Filipenses 2:21. Como Timóteo, demonstrava preocupação natural pelo próximo. O termo "angustiado", em Filipenses 2:26, é o mesmo usado para descrever Cristo no Getsêmani (M t 26:37). Como Cristo, Epafrodito sabia o significado do sacrifício e do serviço (Fp 2:30), as duas características marcantes da atitude submissa.
Era um cristão abençoado (w. 28-30). Como seria triste viver uma vida inteira sem ser bênção para alguém! Epafrodito foi uma bênção para Paulo. Ficou com ele na prisão e não permitiu que a própria enfermidade atrapalhasse seu serviço. Ele e Paulo devem ter passado bons momentos juntos! Além disso, foi uma bênção para a própria igreja. Paulo admoestou a igreja a honrá-lo por seu sacrifício e serviço (Cristo recebe a glória, mas não há nada de errado em um servo receber honra; ver 1 Ts 5:12,13). Não há contradição alguma entre Filipenses 2:7 ("a si mesmo se esvaziou") e Filipenses 2:29 ("e honrai sempre a homens como esse"). Cristo "se esvaziou" em seu ato bondoso de humilhação, e Deus o exaltou. Epafrodito sacrificou-se sem visar qualquer recompensa, e Paulo incentivou a igreja a honrá-lo para a glória de Deus.
Epafrodito foi uma bênção para Paulo e para a própria igreja, assim como é uma bênção para nós hoje! Ele é prova de que a vida alegre é uma vida de serviço e de sacrifício e de que a atitude de submissão é eficaz. Juntos, ele e Timóteo são um estímulo para que nos sujeitemos ao Senhor e uns aos outros no Espírito de Cristo. Jesus Cristo é o Exemplo que devemos seguir. Paulo mostra o poder (Fp 4:12-19); Timóteo e Epafrodito são a prova de que essa atitude funciona.
Você está disposto a deixar que ó Espírito reproduza em você "a mente de Cristo"?
INTERAÇÃO
"Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas". É assim que Jesus é apresentado aos seus discípulos pela narrativa do Evangelho de João. O bom Pastor doa a sua vida às ovelhas. Ele não espera receber nada em troca do seu exercício ministerial, a não ser a alegria e a grata satisfação em ver uma vida, outrora em frangalhos, mas agora em perfeito juízo com a mente e o coração imersos no Evangelho. O verdadeiro pastor sabe bem a dimensão profunda daquilo que significa "apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho" (1 Pe 5.2,3).
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Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Reconhecer a preocupação de Paulo com a Igreja.
Pontuar o modelo paulino de liderança.
Inspirar-se à prática cristã com o exemplo de Epafrodito.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para introduzir o primeiro tópico da lição sugerimos a seguinte atividade: (1) Pergunte aos alunos o que é o ministério pastoral para eles. (2) Ouça as diversas respostas com atenção. (3) Em seguida, discorra acerca das principais características que a lição apresenta sobre a liderança de Paulo: (a) O compromisso com o pastorado; (b) mentoria de novos obreiros; (c) um líder que amava a igreja. Ao concluir o tópico I, o prezado professor deverá deixar bem claro que o modelo de liderança do apóstolo Paulo estava pautado no de Jesus, isto é, um ministério de serviço, jamais de domínio
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PALAVRA-CHAVE
Fidelidade: Qualidade de fiel; lealdade.
A preocupação de Paulo com a unidade e a comunhão da igreja filipense era tão intensa que ele desejava estar presente naquela comunidade. Todavia, o apóstolo encontrava-se preso. Impedido de rever aqueles pelos quais estava disposto a "sacrificar-se" (Fp 2.17 E, ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós.), Paulo envia dois obreiros fiéis, Timóteo e Epafrodito, para cuidar daquela igreja até sua chegada (2.19-30).
1. Paulo, um líder comprometido com o pastorado. O versículo do texto áureo revela o coração amoroso de Paulo que, apesar de encarcerado, ansiava por notícias dos irmãos na fé. O apóstolo temia que a igreja filipense ficasse exposta aos "lobos devoradores" que se aproveitam da vulnerabilidade e da fragilidade das "ovelhas" a fim de "devorá-las" (Mt 10.16 Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas.; At 20.29 Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho.). Paulo se preocupava com a segurança espiritual do rebanho de Filipos e esforçava-se ao máximo para atendê-lo.
2. Paulo, o mentor de novos obreiros. O apóstolo apresenta dois obreiros especiais para auxiliar a igreja de Filipos. Primeiramente, Paulo envia Timóteo, dando testemunho de que ele era um obreiro qualificado para ouvir e atender às necessidades espirituais da igreja. Em seguida, o apóstolo valoriza um obreiro da própria igreja filipense, Epafrodito. Este gozava de total confiança de Paulo, pois preservava a pureza do Evangelho recebido. O apóstolo Paulo ainda destaca a integridade desses dois servos de Deus contra a avareza dos falsos obreiros (v.21). Estes são líderes que não zelam pela causa de Cristo, mas se dedicam apenas aos seus próprios interesses.
3. Paulo, um líder que amava a igreja. Ao longo de toda a Carta aos Filipenses, percebemos que a relação do apóstolo Paulo para com esta igreja era estabelecida em amor. Não era uma relação comercial, pois o apóstolo não tratava a igreja como um negócio. Ele não era um gerente e muito menos um patrão. A melhor figura a que Paulo pode ser comparado em seu comportamento em relação à igreja é a de um pai que ama os seus filhos gerados na fé de Cristo. Todas as palavras do apóstolo - admoestações, exortações e deprecações - demonstram um profundo amor para com a igreja de Filipos. Precisamos de obreiros que amem a Igreja do Senhor. Esta é constituída por pessoas necessitadas, carentes, mas, sobretudo, desejosas de serem amadas pelos representantes da igreja (2 Tm 2.1-26).
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
O compromisso pastoral do apóstolo Paulo passava pela mentoria que ele exercia sobre os novos obreiros e por seu amor pela igreja. Ele não era gerente de uma instituição, mas pastor de uma igreja.
REFLEXÃO
“(...) O principal ensino de Paulo aos seus liderados era que o líder é o servidor da Igreja. O apóstolo aprendera de Jesus que o líder cristão deve servir à Igreja e jamais servir-se dela.” Elienai Cabral
1. Paulo dá testemunho por Timóteo. O envio de Timóteo à Filipos tinha a finalidade de fortalecer a liderança local e, consequentemente, todo o Corpo de Cristo. Além de enviar notícias suas à igreja, Paulo também esperava consolar o seu coração com boas informações acerca daquela comunidade de fé. Assim, como Timóteo era uma pessoa de sua inteira confiança, considerado pelo apóstolo como um filho (1 Tm 1.2 a Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da de Cristo Jesus, nosso Senhor.), tratava-se da pessoa indicada para ir a Filipos, pois sua palavra à igreja seria íntegra, leal e no temor de Deus). Paulo estava seguro de que o jovem Timóteo teria a mesma atitude que ele, ou seja, além de ensinar amorosa e abnegadamente, pregaria o evangelho com total comprometimento a Cristo (v.20).
2. O modelo paulino de liderança. Timóteo, Epafrodito e Tito foram obreiros sob a liderança de Paulo. Eles aprenderam que o exercício do santo ministério é delineado pela dedicação, humildade, disposição e amor pela obra de Deus. Qualquer obreiro que queira honrar ao Senhor e sua Igreja precisa levar em conta os sofrimentos enfrentados pelo Corpo de Cristo na esperança de ser galardoado por Deus. Nessa perspectiva, o principal ensino de Paulo aos seus liderados era que o líder é o servidor da Igreja. O apóstolo aprendera com Jesus que o líder cristão deve servir à Igreja e jamais servir-se dela (Mt 20.28 bem como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos.).
3. As qualidades de Timóteo (2.20-22). Timóteo aprendeu muito com Paulo em relação à finalidade da liderança. Ele se solidarizou com o apóstolo e dispôs-se a cuidar dos interesses dos filipenses como um autêntico líder. Paulo declarou aos filipenses que Timóteo, além de "um caráter aprovado", estava devidamente preparado para exercer a liderança, pois tinha uma disposição de "servir" ao Senhor e à igreja. Todo líder cristão precisa desenvolver uma empatia com a igreja, tornando-se um marco referencial para toda a comunidade de fé (1 Tm 4.6-16).
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
O apóstolo desejou enviar Timóteo a igreja de Filipos visando o fortalecimento da liderança local e, consequentemente, de todo o Corpo de Cristo
1. Epafrodito, um mensageiro de confiança. Epafrodito era grego, um obreiro local exemplar e de caráter ilibado. O apóstolo Paulo o elogia como um grande "cooperador e companheiro nos combates". Sua tarefa inicial era a de ajudar o apóstolo enquanto ele estivesse preso, animando-o e fortalecendo-o com boas notícias dos crentes filipenses. Epafrodito também fora encarregado de levar a Paulo uma ajuda financeira da parte da igreja de Filipos, objetivando custear as despesas da prisão domiciliar do apóstolo.
2. Epafrodito, um verdadeiro missionário. Epafrodito não levou apenas boas notícias para o apóstolo, mas também propagou o Evangelho nas adjacências da cidade de Filipos. Em outras palavras, Epafrodito era um autêntico missionário. À semelhança de Silvano e Timóteo (1 Ts 1.1-7), bem como Barnabé, Tito, Áquila e Priscila, ele entendia que, se o alvo era pregar o Evangelho, até mesmo os sofrimentos por causa do nome de Jesus faziam parte de seu galardão.
3. Paulo envia Epafrodito. Filipenses 2.20 relata o desejo de Paulo em mandar alguém para cuidar dos assuntos da igreja em Filipos. O pensamento inicial era enviar Timóteo, pois Epafrodito adoecera vindo quase a falecer. Deus, porém, teve misericórdia desse obreiro e o curou (v.27), dando ao apóstolo a oportunidade de enviá-lo à igreja em Filipos (v.28). Epafrodito possuía condições morais e emocionais para tratar dos problemas daquela igreja. Por isso, o apóstolo pede aos filipenses que o recebam em Cristo, honrando-o como obreiro fiel (vv.29,30). Que os obreiros cuidem da Igreja de Cristo com amor e zelo, e que os membros do Corpo do Senhor reconheçam a maturidade, a fidelidade e a responsabilidade dos obreiros que Deus dá à Igreja (Hb 13.17 Obedecei a vossos pastores e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.).
Epafrodito era um mensageiro de confiança do apóstolo Paulo, um verdadeiro missionário. Foi enviado a Filipos para cuidar de assuntos locais.
REFLEXÃO
“A Igreja pertence a Cristo, e nós, os obreiros, somos os servidores desta grande comunidade espalhada por Deus pela face da terra.” Elienai Cabral
A Igreja pertence a Cristo, e nós, os obreiros, somos os servidores desta grande comunidade espalhada por Deus pela face da terra. Que ouçamos o conselho do apóstolo Pedro, e venhamos apascentar "o rebanho de Deus [...], tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho" (1 Pe 5.2,3).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOI
Subsídio Vida Cristã "
"Quando a Igreja nasceu, no Dia de Pentecoste, Deus começou a chamar 'pastores' para apascentar os rebanhos de fiéis que se levantariam ao redor do mundo. Os pastores devem ser responsáveis pelo cuidado, direção e ensinamentos que uma congregação recebe. Eles são dons para a igreja (Ef 4.11), líderes necessários que devem ter vidas exemplares. Seu chamado ao ministério é de procedência divina (At 20.28); seu exemplo é Jesus Cristo, e o poder para fazerem esta incrível obra vem do Espírito Santo.
Julgo que os pastores têm de ser pentecostais para que apascentem igrejas também pentecostais. Essa é ordem de Deus. Visto que vivemos num dos tempos mais complicados e plenos de avanços tecnológicos que este mundo jamais viu, é crucial que os líderes da Igreja do Senhor sejam não só cheios mas também guiados pelo Espírito Santo. As pessoas são complexas; suas dificuldades e problemas, também. Somente Deus pode capacitar-nos a entendê-las e ajudá-las. À medida que os pastores empenham-se em auxiliar os que se acham nas garras do alcoolismo, das drogas, do divórcio e de outras incontáveis tragédias, precisam urgentemente de poder e discernimento do Espírito para ministrar. Os métodos para se alcançar as pessoas mudam; entretanto, nossa mensagem não pode mudar" (CARLSON, Raymond; TRASK, Thomas (et all.). Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.7).
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VOCABULÁRIO
Empatia: Capacidade de sentir os sentimentos de outra pessoa.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
CARLSON, Raymond; TRASK, Thomas (et all.). Manual Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. 3.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
MACARTHUR JR, John. Ministério Pastoral: Alcançando a excelência no ministério cristão. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 55, p.39.
EXERCÍCIOS
1. Qual era o temor do apóstolo Paulo em relação à igreja filipense?
R. Que ela ficasse exposta aos "lobos devoradores" que se aproveitam da vulnerabilidade e da fragilidade das "ovelhas" a fim de "devorá-las" (Mt 10.16; At 20.29).
2. Cite os nomes dos obreiros apresentados por Paulo para auxiliar a igreja de Filipos.
R. Primeiramente, Paulo envia Timóteo, dando testemunho de que ele era um obreiro qualificado para ouvir e atender às necessidades espirituais da igreja. Em seguida, o apóstolo valoriza um obreiro da própria igreja filipense, Epafrodito.
3. Qual era o principal ensino de Paulo aos seus liderados?
R. O principal ensino de Paulo aos seus liderados era que o líder é o servidor da Igreja.
4. Qual era a tarefa inicial de Epafrodito?
R. Sua tarefa inicial era a de ajudar o apóstolo enquanto ele estivesse preso, animando-o e fortalecendo-o com boas notícias dos crentes filipenses.
5. Para você, quais são as características indispensáveis a um obreiro do Senhor?
R. . Resposta pessoal.
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REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Comentário Bíblico Expositivo – Warrem W. Wiersbe
Antigo e Novo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin
Comentário Esperança - Novo Testamento
Comentário Bíblico Matthew Henry - Novo Testamento
Bíblia – THOMPSON (Digital)
Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital)
Dicionário Teológico – Edição revista e ampliada e um Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores – CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade
AULA MINISTRADA PELO PR. DR. CARAMURU AFONSO FRANCISCO
Aula ministrada pelo teólogo e professor Fábio Segantin
Aula ministrada pelo Pr. Euclides de Olivio, da Assembleia de Deus em Londrina.
Aula ministrada pelo Ev. Natalino das Neves
Aula ministrada pelo teólogo e professor Fábio Segantin
Aula ministrada pelo Pr. Euclides de Olivio, da Assembleia de Deus em Londrina.
Aula ministrada pelo Ev. Natalino das Neves
PORTAL
ESCOLA DOMINICAL
3º
Trimestre de 2013 - CPAD
FILIPENSES:
a humildade de Cristo como exemplo para a Igreja
Comentários
da revista da CPAD: Elienai Cabral
Consultor
Doutrinário e Teológico da CPAD: Pr. Antonio Gilberto
ESBOÇO
Nº 6
LIÇÃO
Nº 6 – A FIDELIDADE DOS OBREIROS DO SENHOR
A
obra de Deus deve ser realizada coletivamente.
INTRODUÇÃO
-
Na continuidade do estudo da carta de Paulo aos filipenses, estudaremos hoje a parte final do
segundo capítulo, em que Paulo relata a cooperação de Timóteo e de Epafrodito.
- A obra de Deus deve ser realizada
coletivamente, pois todos somos membros em particular do corpo de Cristo.
I – A DEPENDÊNCIA DO CRISTÃO EM RELAÇÃO AOS DEMAIS
MEMBROS DA IGREJA
-
Na sequência do estudo da carta de Paulo aos filipenses, estudaremos a parte
final do segundo capítulo (Fp.2:19-30),
ocasião em que o apóstolo, após ter dito qual era o comportamento que esperava
ver nos crentes de Filipos, quando os visse novamente, após ser libertado da
prisão, relata àquela igreja o trabalho e a cooperação de dois obreiros que com
ele estavam em Roma, a saber: Timóteo e Epafrodito.
-
O fato de Paulo mencionar a respeito destes dois amados irmãos e de reconhecer
o grande empenho que estavam a ter naqueles momentos tão difíceis do ministério
do apóstolo, é mais uma evidência de que a
obra de Deus não se realiza solitariamente, de que dependemos todos uns dos
outros.
-
O próprio Paulo já havia ensinado isto à igreja em Corinto quando, ao escrever
a primeira epístola canônica àqueles crentes, que viviam em perigoso estado de
divisão (I Co.1:12,13; 3:3),
demonstrara que a Igreja é o corpo
de Cristo e cada um dos
salvos, seus membros em particular (I
Co.12:27).
-
O apóstolo já ressaltara nesta carta aos filipenses, como já tivemos ocasião de
verificar em lições anteriores, a necessidade de que houvesse unidade na Igreja
para que todos possam ter o mesmo espírito e, por conseguinte, combatam
juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho (Fp.1:27).
-
Ao contrário da igreja que estava em Corinto, a
igreja em Filipos sempre tinha dado demonstração de unidade, tanto que
sempre ajudara o ministério do apóstolo Paulo ao longo dos anos, reconhecendo
também o seu lugar junto à Igreja universal, tanto que o apóstolo, logo no
limiar de sua epístola, faz questão de ressaltar a sua alegria pela cooperação
que tinham eles na evangelização (Fp.1:5).
-
No entanto, como o apóstolo não se cansava de dizer as mesmas coisas, pois isto
era segurança para os crentes (Fp.3:1),
fez questão de falar a respeito da necessidade da unidade que deveria haver
entre os irmãos, como também da própria fidelidade na cooperação, e, para
tanto, faz questão de dar os exemplos concretos de duas pessoas bem conhecidas
pelos filipenses: Timóteo e Epafrodito.
-
Quando de seu ensino aos coríntios, Paulo fez questão de mostrar que o corpo de Cristo é um só, mas os membros,
muitos e que, assim como
ocorre com o organismo humano, cada membro tem uma função específica, que é
exclusiva, mas absolutamente necessária para o bem-estar de todo o corpo.
-
Precisamos, em nossos dias, rememorar este ensino de Paulo, pois, infelizmente,
o individualismo e o egoísmo têm encontrado lugar em muitas igrejas locais,
causando imenso prejuízo a toda a obra de Deus.
-
Cada um dos salvos é, como afirma o apóstolo dos gentios, “batizado em um
Espírito formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres,
e todos temos bebido de um Espírito, porque também o corpo não é um só membro,
mas muitos” (I Co.12:13,14).
-
A partir do momento em que cremos em Jesus como único Senhor e Salvador, somos
“mergulhados” neste corpo, passamos a fazer parte dele, pois nascemos de novo (Jo.3:3), somos “novas criaturas” (II Co.5:17; Gl.6:15), criaturas estas
que passam a ser “partes do corpo de Cristo”, passam a ser “membros em
particular deste corpo” e, como tal,passam a realizar uma determinada função
específica neste corpo, dependendo, pois, dos outros membros para continuar a
sobreviver.
-
Esta analogia que Paulo faz da Igreja como sendo o corpo de Cristo não tem sido
compreendida por muitos. A partir do instante em que ingressamos no corpo de
Cristo, como “novas criaturas”, perdemos a nossa “autonomia”, ou seja,
aquela independência que nos fazia viver dizendo que não precisávamos de Deus,
pois, na ilusão do pecado, na ignorância espiritual, vivíamos como se Deus não
existisse, como se fôssemos iguais a Deus, sabendo o bem e o mal, crendo na
mentira satânica contada desde os primeiros pais (Gn.3:5).
-
Deixamos de ser pessoas autossuficientes para reconhecermos que precisamos de
Jesus, que, sem Ele, nada podemos fazer (Jo.15:5),
d’Ele dependendo para viver, tanto que não mais vivemos, mas é Cristo quem
vive em nós (Gl.2:20), pois Ele é a
vida e a luz dos homens (Jo.1:4; 14:6).
-
Esta dependência não se dá apenas em relação a Cristo, visto que passamos a ser
varas da videira verdadeira (Jo.15:1,4,5),
mas, também, dos demais salvos em Cristo Jesus, visto que, como varas da
videira, como membros em particular do corpo de Cristo, não só dependemos
apenas da cabeça, mas, igualmente, do bem-estar de todos os demais membros.
-
Como “novas criaturas” , como membros em particular do corpo de Cristo, não
podem realizar todas as funções do organismo vivo, mas somente aquela que nos é
determinada pela cabeça e, para que sobrevivamos, dependemos da boa realização
das funções por parte dos outros integrantes do corpo. Somos agora apenas “partes”
deste corpo, que necessitam das outras partes para sobreviver.
-
Assim, não dependemos apenas de Cristo, mas, também, dos demais irmãos, dos
outros salvos, o que nos mostra que não é possível servirmos a Cristo Jesus
senão por meio da Igreja, deste corpo único de Cristo, corpo este que se
apresenta visivelmente através das igrejas locais.
-
Não é por outro motivo que, na vida cristã, há uma série de recomendações para
que o cristão sempre esteja à disposição do outro, que viva na dependência do
outro, a começar do novo mandamento que nos deixou o Senhor Jesus que nos manda
amar uns aos outros como Ele nos amou (Jo.15:12,17),
mandamento este exarado no contexto já mencionado da nossa condição de sermos
varas da videira verdadeira.
-
Mas não se tem apenas a obrigação de amar o cristão ao outro como Cristo o
amou, mas, ao longo das Escrituras, vemos que os
servos de Cristo Jesus devem se amar cordialmente uns aos outros (Rm.12:10; 13:8; I Ts.4:9; I Pe.1:22; I Jo.3:11,23; 4:7,11);
Não
se devem julgar uns aos outros (Rm.14:13);
Receber-se
uns aos outros (Rm.15:7);
Admoestar
uns aos outros (Rm.15:14; Cl.3:16);
Saudar
uns aos outros (Rm.16:16);
Servir-se
uns aos outros pelo amor (Gl.5:13);
Não
morder nem se devorar uns aos outros (Gl.5:15);
Não
se irritar nem invejar uns aos outros (Gl.5:26);
Suportar
uns aos outros em amor (Ef.4:2;
Cl.3:13);
Perdoar
uns aos outros (Ef.4:32; Cl.3:13);
Sujeitar-se
uns aos outros no temor de Deus (Ef.5:21);
Não
mentir uns aos outros (Cl.3:9);
Ensinar
uns aos outros (Cl.3:16);
Consolar
uns aos outros (I Ts.4:18);
Exortar
uns aos outros (I Ts.5:11; Hb.3:13);
Edificar
uns aos outros (I Ts.5:11);
Considerar
uns aos outros (Hb.10:24);
Confessar
as culpas uns aos outros (Tg.5:16);
Orar
uns pelos outros (Tg.5:16).
-
Notamos, pois, que a dependência em relação aos demais irmãos é imensa a partir
do momento em que ingressamos no corpo de Cristo, de modo que não temos como
criar, em nós, se realmente somos salvos, qualquer comportamento de auto-suficiência,
de individualismo, como, infelizmente, temos visto muitos agirem nestes dias
tão difíceis em que vivemos.
- A vida cristã é uma vida
necessariamente comunitária, pois não é bom que o homem esteja só (Gn.2:18), e, por isso, precisamos
estar sempre servindo a Deus em uma igreja local, sendo uma falácia a teoria do
“self-service”, ou seja, do “cultuar a Deus sozinho”, como muitos têm vivido na
atualidade. Precisamos uns dos outros e, por isso, não é possível alcançarmos a
salvação a não ser vivendo na dependência dos demais membros em particular do
corpo de Cristo.
-
Paulo reconhecia esta dependência e, ao longo da epístola aos filipenses, não
cessa de lembrar que os crentes de Filipos eram participantes de seu
ministério, que, apesar de ter sido chamado pelo Senhor para evangelizar os
gentios, nada teria feito sozinho, em tudo era dependente das orações e da
cooperação dos demais salvos, em especial, da igreja em Filipos.
-
Por isso mesmo, quando termina seu relato a respeito do que esperava ver no
comportamento de cada crente filipense, dá dois exemplos concretos de
cooperação de dois obreiros bem conhecidos daqueles irmãos, a fim de que, pelo
exemplo daqueles homens, eles permanecessem não só com uma vida virtuosa, mas
com uma vida virtuosa comunitária, como deve ocorrer em todos os que servem a
Jesus Cristo.
-
Sabendo que seria liberto desta prisão, como o Senhor o havia revelado, o
apóstolo não deixa de considerar o fator tempo, ou seja, embora tivesse
consciência de que o Senhor o libertaria e que, uma vez mais, iria rever os crentes
de Filipos, Paulo entendeu que isto ainda poderia durar um certo tempo (a
justiça já era lenta naquela época…) e o abalo dos filipenses exigia, de
pronto, um tratamento, visto que a “esperança demorada enfraquece o coração” (Pv.13:12).
-
Por isso, resolveu não só
escrever a epístola que estamos a estudar, mas que ela fosse imediatamente levada
aos filipenses por Epafrodito, que havia sido enviado pelos próprios
filipenses para levar uma ajuda financeira ao apóstolo, cuja saúde se
deteriorara e quase morrera, o que aumentou ainda mais a angústia e preocupação
dos crentes de Filipos.
- Mas, além de mandar Epafrodito, com
a sua epístola, Paulo também planejou a ida de Timóteo, que era o co-autor
da epístola (Fp.1:1), antes do
próprio apóstolo, a fim de que os ânimos dos filipenses fossem ainda mais
fortalecidos, antes da chegada do próprio apóstolo àquela colônia romana.
-
Paulo aqui, portanto, demonstra que não se achava o único e exclusivo servo de
Deus, não tendo qualquer sentimento de auto-suficiência ou de superioridade,
bem diferente dos “falsos apóstolos” que estão hoje a infestar o meio
evangélico.
-
Embora o apóstolo soubesse que fosse da vontade de Deus a sua libertação e que
ele ainda mais uma vez veria os crentes de Filipos, nem por isso entendeu que
só a sua presença pessoal seria capaz de dar novo alento à fé daqueles crentes,
mesmo sendo ele o fundador daquela igreja.
-
Como é belo quando os obreiros do Senhor reconhecem que, apesar de toda a honra
que lhes é devida pelo incessante trabalho realizado em prol da seara do
Mestre, não são eles insubstituíveis nem imprescindíveis para a realização
desta mesma obra. Como é belo quando os grandes homens de Deus sabem que têm de
se cercar de pessoas igualmente idôneas que podem, na sua ausência, realizar
esta mesma obra, porque ela é de Deus e não dos homens.
-
Em nossos dias, infelizmente, não são poucos os obreiros que concentram em suas
mãos todas as atividades, que não admitem a cooperação livre e dedicada de
outras pessoas e, como conseqüência, fazem a obra de Deus sofrer grandemente,
pois os homens têm limitações e não podem estar, ao mesmo tempo, em vários
lugares.
Como
se isso fosse pouca, a falta de exercício por parte dos demais obreiros, faz
com que, na falta daquele líder centralizador, a obra de Deus fique acéfalos e
muitos problemas exsurjam daí, visto que os sucessores e auxiliares não foram
devidamente exercitados no desempenho à frente do rebanho do Senhor.
-
Paulo não era destes homens, mas, bem ao contrário, sabendo que não poderia
estar de imediato com os crentes de Filipos, resolve mandar, por primeiro, a
Epafrodito, que inclusive seria o portador da epístola (Fp.2:25) e, em seguida, Timóteo, que, com o próprio Paulo,
estivera no início do trabalho em Filipos (At.16:3,9,10).
II – TIMÓTEO, O FILHO NA FÉ DO APÓSTOLO PAULO
-
Assim, o apóstolo Paulo, em sua carta, anuncia que, em breve, mandaria Timóteo
para que estivesse com os irmãos em Filipos. Timóteo estava junto do apóstolo
em Roma, sendo um cooperador extremamente fiel de Paulo desde o início da
segunda viagem missionária (At.16:1-3).
- Timóteo, cujo nome significa “honrado por Deus”,
era um mestiço, pois sua mãe, Eunice, era judia (II Tm.1:5), mas seu pai, cujo nome ignoramos, era grego (At.16:1), que morava na cidade de
Listra . Vemos, portanto, que, já no lar de Timóteo, tudo contribuiria para que
aquele menino não fosse educado segundo os princípios judaicos, já que se vivia
uma sociedade patriarcal, onde a predominância do homem era evidente.
-
No entanto, Eunice, ajudada por sua mãe e avó de Timóteo, Loide (II Tm.1:5), soube educar Timóteo nos caminhos
do Senhor, sendo certo que Eunice creu em Jesus Cristo como Senhor e Salvador,
tanto que é chamada de “crente” nas Escrituras (At.16:1).
-
Logo vemos que toda a vida
cristã exemplar de Timóteo teve origem em seu lar, um lar espiritualmente dividido,
mas, mesmo assim, Eunice, com todas as dificuldades existentes, pôde transmitir
a seu filho a fé em Cristo Jesus, o que fundamental para que aquele menino se
tornasse um dos maiores cooperadores do apóstolo Paulo e, ele próprio, se
tornasse um grande obreiro, pois tudo indica que Timóteo se tornou o pastor de
Éfeso, uma das principais igrejas do primeiro século.
-
Para que tenhamos bons obreiros na igreja do Senhor, portanto, é mister que os
pais ajam como fez Eunice, ou seja, que doutrinem seus filhos desde a mais
tenra infância, que se dediquem ao ensino da Bíblia Sagrada aos seus filhos,
apesar de todas as dificuldades existentes, que não podem ser consideradas
maiores que as vividas por Eunice.
-
Eunice não tinha o apoio da comunidade judaica, já que havia se casado com um
gentio. Como se isto fosse pouco, seu filho não era circuncidado (pois quem o circuncidaria seria o próprio
Paulo, como se vê de At.16:3), o que fazia com que Eunice fosse considerada
uma verdadeira renegadora do judaísmo pela comunidade judaica de Listra.
-
Eunice, também, não tinha o apoio da comunidade grega, pois era considerada uma
“bárbara”, uma estrangeira que, inclusive, não havia aderido ao paganismo, pois
se mantinha fiel às sagradas letras, à Palavra de Deus.
-
Tudo indica, também, que Eunice não tinha o apoio sequer de seu marido que,
embora tivesse casado com ela, não lhe permitiu que circuncidasse a Timóteo e,
com toda certeza, tentava inculcar na mente do menino os valores e o “modus vivendi” grego, como podemos
verificar das próprias ilustrações dadas pelo apóstolo a seu filho na fé, como
a do atleta, inclusive aconselhando o jovem a que não desse muito valor aos
exercícios físicos (I Tm.3:8), uma
das características da mentalidade grega.
-
Todavia, diante de todas estas dificuldades, Eunice soube seguir o exemplo de
sua mãe, Loide, tendo conseguido superar tudo para instruir Timóteo no caminho
em que ele devia andar e, por isso, quando ele amadureceu, não se esqueceu dele
(Pv.22:6).
-
Temos, também, amados irmãos, agido desta maneira? Muitos criticam a qualidade dos
obreiros na igreja do Senhor em nossos dias, fazendo comparações com os nossos
pioneiros e pais na fé, dizendo haver uma “decadência espiritual” em nosso
meio, mas, indaga-se, fizemos o trabalho que Eunice e Loide fizeram com relação
a Timóteo? Temos feito a nossa parte de dar a educação doutrinária a nossos
filhos que, se Jesus não voltar, estarão sendo os obreiros da próxima geração?
Pensemos nisto!
-
O fato é que, quando Paulo esteve em Listra, acompanhado de Silas, no início da
sua segunda viagem missionária, pôde conhecer a Timóteo e ter tanto dos crentes
de Listra quanto de Icônio relatos a respeito do bom testemunho que tinha
aquele jovem, relatos tão impressionantes e vigorosos, que fizeram com que o apóstolo
decidisse levá-lo em sua companhia para a viagem (At.16:1-3).
-
Vemos, pois, que um obreiro
precisa ser, primeiramente, formado e, depois, dar indicação de que Cristo nele
está para que possa ser levado ao ministério. Timóteo teve formação desde o
berço e esta formação foi tal que apresentou aos crentes um testemunho que o
habilitou para que se tornasse um cooperador do apóstolo.
-
Paulo não levou em consideração a etnia de Timóteo, tampouco a sua situação
financeira ou, mesmo, a sua idade. Paulo levou em conta a vida espiritual
daquele jovem, vendo-o devidamente preparado nas sagradas letras e tendo uma
vida cristã comprovada. Serão estes, aliás, os requisitos que recomendará o
próprio Timóteo verificar para a separação ao ministério (I Tm.3:1-13).
-
Em nossos dias, porém, além de não mais haver o mesmo cuidado da formação dos
filhos nos lares, a separação ao ministério tem sido, muitas vezes, norteada
por interesses outros que não o da vocação pelo Senhor e o da apresentação de
um bom testemunho e o resultado é o que estamos a contemplar, ou seja, centenas
e centenas de obreiros mal preparados, sem qualquer vocação, que tão somente
atendem aos interesses escusos que os levou à separação. Tomemos cuidado,
amados irmãos!
-
Assim que chamado a pertencer à equipe de Paulo, Timóteo foi circuncidado pelo
apóstolo (At.16:3), circunstância
que causa espécie, já que o apóstolo estivera em Jerusalém para defender a
tese, que foi vencedora, de que os cristãos não se encontravam mais debaixo da
lei de Moisés, sendo que Paulo estava a passar por Listra e Icônio exatamente
para dar conhecimento àqueles crentes do que se decidira em Jerusalém.
-
No entanto, esta perplexidade é logo dissipada pois o próprio texto sagrado nos
esclarece que esta circuncisão foi feita por causa dos judeus, pois todos
sabiam que o pai de Timóteo era grego e, como a resistência dos judeus era
muito grande ao trabalho do apóstolo, entendeu Paulo por bem circuncidar a Timóteo
para que não se tivesse um motivo de escândalo.
-
Aqui vemos, mais uma vez, o apóstolo Paulo mostrando que dependemos uns dos
outros e que não podemos nos comportar de modo individualista e egoísta na obra
do Senhor. Não podemos ser
instrumento de escândalo (Mt.18:7) e isto Timóteo aprendeu no
próprio ato em que foi separado para o ministério, submetendo-se à circuncisão,
para que não fosse motivo para fazer outros tropeçar na fé (Rm.14:13-17).
-
O fato é que Timóteo, já incorporado à equipe do apóstolo, com ele esteve na
fundação da igreja em Filipos, de modo que os crentes filipenses bem conheciam
aquele obreiro e também haviam contemplado o seu bom testemunho e o seu zelo
pela obra do Senhor.
- Timóteo era pessoa de confiança do
apóstolo, tanto que iria para Filipos para que o apóstolo tivesse notícia dos
negócios e de como os filipenses estavam, o que daria a Paulo um bom ânimo (Fp.2:19).
-
Isto já nos mostra que Timóteo
era um homem fiel, em cuja
palavra se podia confiar. Paulo tinha absoluta certeza que Timóteo lhe
relataria exatamente o que estava ocorrendo em Filipos, era um homem cujo falar
era sim, sim, não, não (Mt.5:37;
Tg.5:12), como convém a todos os que servem a Jesus.
-
Será que somos pessoas de confiança? Será que sempre falamos a verdade, aquilo
que vemos e ouvimos? Ou já temos nos tornado inventores de males (Rm.1:30), pessoas cujo falar não
inspira confiança, já que são mentirosas e, portanto, comprometidas com o
diabo, que é o pai da mentira (Jo.8:44)?
-
Timóteo, além de ser alguém que falava a verdade e em cuja palavra se podia
confiar, também era alguém que se importava com os outros, que tinha amor
fraternal. O apóstolo diz que “a ninguém tenho de igual sentimento, que
sinceramente cuide do vosso estado” (Fp.2:20).
- Timóteo era um verdadeiro pastor,
alguém que se preocupava com o estado das suas ovelhas, alguém que tinha
por objetivo na vida apascentar o rebanho do Senhor, querendo o seu progresso
espiritual e que estivesse ele caminhando firmemente para o encontro com o
Senhor nos ares no dia do arrebatamento da Igreja.
-
Paulo via como Timóteo tinha preocupação com o estado daqueles crentes, pois se
sentia participante da evangelização daquela colônia romana, a sua primeira
experiência no campo missionário. Certamente, sempre que tinha oportunidade, o
jovem Timóteo era visto pelo apóstolo perguntando a respeito dos irmãos
filipenses,
de
como estavam, não sendo demais imaginar que perguntasse particularmente por
alguns irmãos que havia conhecido quando esteve ali na companhia do apóstolo.
-
Este cuidado de Timóteo pelos irmãos, pelo estado espiritual dos irmãos,
explica porque, vez ou outra, era ele quem o apóstolo enviava para verificar
como estavam os irmãos das igrejas fundadas por ele (At.19:22; I Co.4:17; 16:10; I Ts.3:2,6).
-
Timóteo não era fiel nas palavras, mas também fiel ao Senhor que o chamara para
o santo ministério (I Tm.4:14), pois
o pastor fiel é aquele que procura saber qual é o estado de suas ovelhas , que
põe o coração nelas (Pv.27:23), pois
deve prestar contas delas ao Senhor (Hb.13:17).
-
O Senhor bem observa como os pastores estão a cuidar do rebanho que apascentam,
que não é do pastor, mas, sim, de Deus (I
Pe.5:2), pois para isto foram chamados. Pastores devem cuidar, em primeiro
lugar, do rebanho, do seu estado espiritual e não, como muitas vezes tem
ocorrido, tão somente da administração da organização, sendo meros
administradores, meros gestores.
-
Como bem afirmou o pastor Altair Germano, um dos maiores ensinadores das
Assembleias de Deus na atualidade, “…Gestor cuida de coisas, pastor cuida de
ovelhas. Gestor visita obras, pastor visita ovelhas. Gestor administra os
negócios, pastor alimenta as ovelhas.…” (Pastor
ou gestor. Disponível em:
http://www.altairgermano.net/2010/02/gestor-ou-pastor.html Acesso em 06 jun. 2013).
-
Timóteo dava muito valor ao seu chamado para o ministério e, por isso, cuidava
das pessoas, queria saber de seu estado, sendo este um dos principais aspectos
de sua fidelidade ao Senhor. Que bom seria se todos os obreiros fossem assim…
-
O Senhor está atento para o comportamento dos obreiros com relação às Suas
ovelhas. O profeta Ezequiel é prova disto, quando traz uma duríssima mensagem
aos maus pastores de seu tempo, porque apascentavam a si mesmos, ou seja,
tinham cuidado apenas de si, mas não estavam a cuidar do povo de Israel
(Ez.34:1-6).
- Cuidar das ovelhas, segundo
depreendemos desta mensagem profética, é,
em primeiro lugar, não explorá-las. Os maus pastores do tempo de Ezequiel
comiam a gordura e se vestiam da lã, degolando, ainda, o cevado, mas não
apascentavam as ovelhas (Ez.34:3).
-
Como é triste verificarmos, em nossos dias, centenas e centenas de obreiros que
querem ser servidos pelas ovelhas, que querem tão somente retirar delas o meio
de sobrevivência e, mais do que isto, a partir dos recursos econômico-financeiros
das ovelhas terem uma vida regalada e de luxo, muito superior ao que teriam como
não ostentassem uma posição eclesiástica.
-
Não estamos aqui a dizer que os obreiros não possam ser assalariados, como
alguns chegam a defender, pois a Bíblia Sagrada é clara ao dizer que o obreiro
é digno do seu salário (Lc.10:7; I
Tm.5:18), mas existe uma diferença entre a dignidade do salário e a
exploração desenfreada para que se tenha uma vida regalada e de luxo sem
qualquer preocupação para com os servos do Senhor postos sob seus cuidados.
-
O obreiro é digno do seu salário, mas o salário é o pagamento por um serviço e
o que se tem visto, hodiernamente, é que muitos estão a auferir grandes somas
sem que estejam a trabalhar para que façam jus a este numerário. “Obreiro” é
aquele que trabalha, não aquele que tão somente deseja que outros trabalhem
para si.
-
Mas, ainda nos reportando à mensagem profética, vemos que apascentar as ovelhas é “fortalecer
o fraco”, “curar o doente”, “ligar o quebrado”, “trazer o desgarrado” e “buscar
o perdido” (Ez.34:4).
-
O pastor fiel conhece as ovelhas do Senhor que estão sob seus cuidados e, por
isso, em primeiro lugar, sabe quando alguma delas está fraca, doente e
quebrada, sendo sua função proporcionar meios pelos quais haja fortalecimento,
cura e ligadura.
-
O pastor fiel deve tratar as ovelhas do Senhor, dando-lhes o alimento, que é a
Palavra de Deus, bem como tendo uma vida de oração para que, com sabedoria,
possa promover as necessárias curas e ligaduras nas ovelhas que se encontram
espiritualmente doentes e machucadas pelo cotidiano penoso de aflições que passamos
nesta nossa peregrinação terrena.
-
Para fortalecer a ovelha fraca, curar a doente e ligar a quebrada, torna-se
necessário alimentá-la e isto exige do pastor um tratamento particularizado, a
ministração da Palavra, o aconselhamento, a visita, a oração conjunta, a
demonstração de afeto, enfim, uma comprovação do amor fraternal, o que existia
na vida de Timóteo, que não somente perguntava a respeito dos crentes, mas,
também, ia visitá-los e verificar “in loco” a situação.
-
Agora, para fortalecer o fraco, é mister que o pastor esteja forte, ou seja,
ele próprio tenha se alimentado da Palavra e tenha uma vida de oração que o
permita ter condições de entregar ao rebanho aquilo que ele mesmo recebeu do
Senhor, pois não se pode ensinar algo que não se tenha aprendido, recebido (I Co.11:23).
-
Neste ponto, lamentavelmente, temos visto o fracasso de muitos obreiros, pois
não têm eles qualquer vida de comunhão com Deus, qualquer intimidade com o
Senhor e, portanto, estando fracos e espiritualmente doentes e quebrados, não
têm, mesmo, como fortalecer os fracos, curar os doentes e ligar os quebrados.
-
Mas, além disso, o profeta Ezequiel nos diz que apascentar o rebanho de Deus é
“trazer o desgarrado” e “buscar o perdido” (Ez.34:4).
O próprio Jesus, quando ensinou a parábola da ovelha perdida, mostra que o bom
pastor é aquele que vai atrás da ovelha perdida, sem medir esforços para isto (Mt.18:12,13; Lc.15:4-7).
-
Mas, para trazer a desgarrada e buscar a perdida, torna-se necessário que o
pastor tenha conhecimento de quem são suas ovelhas. O pastor da parábola de
Jesus sabia que tinha cem ovelhas e, ao contá-las, quando entravam elas no
aprisco, notou a falta de uma e foi buscá-la.
-
Hoje em dia, porém, não é difícil encontrarmos pastores que não sabem sequer
quem são os integrantes do rebanho do Senhor que estão sob seus cuidados. As
mega igrejas são locais de um tratamento de massa, totalmente impessoal, onde
não há controle algum dos membros. Muitos se desviam dos caminhos do Senhor e
não são sequer notados como ausentes.
-Na
mensagem profética dada a Ezequiel, o Senhor mostra todo o Seu desagrado com os
pastores que deixam as ovelhas se espalharem e ficarem à mercê das feras do
campo (Ez.34:5). Cuidado, pastores,
o Senhor está vendo esta situação!
-
Mas, apascentar o rebanho é “não dominar sobre elas com rigor e dureza” (Ez.34:4), algo que também é mencionado pelo apóstolo Pedro (I Pe.5:3). O pastor fiel deve saber que
as ovelhas não são suas, mas, sim, do Senhor e que, portanto, como
depositários, devem cuidar delas com todo zelo e carinho, para que elas sejam apresentadas
ao seu dono no momento apropriado, devidamente saudável, forte e no aprisco.
-
Timóteo tinha cuidado em saber do estado das ovelhas, pois bem sabia que elas
precisavam ser apresentadas ao Senhor em bom estado, daí porque não buscava os
seus próprios interesses, mas tão somente os de Cristo Jesus (Fp.2:21).
-
Para que alguém ser um pastor fiel, que não seja repreendido duramente pelo
Senhor, faz-se mister que não busque satisfazer os seus interesses, mas, sim,
que busque servir aos interesses de Cristo Jesus.
-
O amor de Deus que é posto em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm.5:5), é um amor desinteressado (I Co.13:5). Por isso, o servo de Jesus
nunca busca satisfazer o seu ego, ou ser servido, mas, imitando a Cristo, busca
servir aos outros, vive para o serviço (Mt.20:28;
Mc.10:45).
-
Bem se vê, portanto, que aqueles que se utilizam à obra de Deus para satisfazer
os seus interesses, que, mediante a obra do Senhor, estão a angariar algo para
si (dinheiro, fortuna, posição, fama, popularidade, poder etc. etc. etc.), são
pessoas completamente desvirtuadas, que não agradam a Deus e que, por isso mesmo,
não podem ser considerados legítimos obreiros do Senhor, mas são, na verdade,
“inimigos da cruz de Cristo”, como o próprio apóstolo nomeará nesta mesma carta
aos filipenses (Fp.3:18,19).
OBS: Neste aspecto,
interessante aqui mencionar o que disse a respeito o atual chefe da Igreja
Romana, conforme notícia que se transcreve na parte pertinente: “…O Papa
Francisco fez uma dura crítica ao "carreirismo eclesiástico", nesta
manhã, 28/05, durante a tradicional Missa que celebra na Casa Santa Marta. O
Santo Padre disse na sua homilia que"quem acompanha Jesus como um
'projeto cultural', usa esta estrada para subir na vida... o cristão, porém,
segue Jesus por amor". Francisco ainda frisou que o seguimento de
Jesus não implica poder, porque "o seu caminho é o da cruz". Para o
Papa, o anúncio cristão deve ir "aos ossos, ao coração".…” (CHRISTO nihil praeponere. Para Francisco
critica o ‘carreirismo eclesiástico’. Disponível em: http://padrepauloricardo.org/blog/papa-francisco-critica-o-carreirismo-eclesiastico Acesso em 06 jun.2013)
(destaque original). Infelizmente, isto não ocorre apenas na Igreja Romana…
- Timóteo era, também, uma pessoa
experiente. O apóstolo diz que todos os filipenses sabiam da sua experiência.
Esta experiência, naturalmente, não foi percebida pelos filipenses quando
Timóteo esteve com Paulo na fundação daquela igreja, visto que, naquela
oportunidade, Timóteo era um novato.
-
No entanto, ao longo do seu ministério, os crentes de Filipos puderam
acompanhar o crescimento espiritual daquele jovem e como, ao longo de todos
aqueles anos, adquirira ele experiência, de modo que se tornava uma pessoa de
credibilidade e de confiança não só para o apóstolo mas também para os próprios
crentes filipenses.
-
A experiência é algo que precisa ser buscado na vida cristã, máxime daqueles
que são chamados para estar à frente do rebanho do Senhor. E a experiência não
vem senão depois de se ter superado as etapas das tribulações e da paciência.
-
Muitos obreiros, assim que chamados ao ministério, logo desanimam e há até
aqueles que não só param a sua vida ministerial como apostatam até da fé,
precisamente porque não suportam as tribulações que passam a sofrer logo após o
início de sua carreira como obreiros. No entanto, tais tribulações são
absolutamente necessárias, pois, sem elas, não se desenvolverá a paciência de
onde virá a necessária experiência, que dará o devido amadurecimento ao obreiro
na seara do Mestre.
-
Vivemos num tempo em que tudo se entende imediato e instantâneo. É a época do “fast food”, da comunicação imediata
independentemente da distância, mas, nas coisas de Deus, isto não se dá deste
modo. Tudo é gradual e respeita não ao tempo dos homens, mas, sim, ao tempo de
Deus, o chamado “kairós”. Aprendamos
isto, amados irmãos!
-
Timóteo, aos olhos dos filipenses, com quem mantinha estreito contato, ainda
que não estivesse em Filipos durante todo o tempo, mas pelo seu zelo e cuidado
com as ovelhas do Senhor, foi visto como um homem que passou por tribulações e
adquiriu paciência, que nada mais é que é “…uma virtude de manter um controle emocional
equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo.
Consiste
basicamente de tolerância a erros ou fatos indesejados. É a capacidade de
suportar incômodos e dificuldades de toda ordem, de qualquer hora ou em
qualquer lugar. É a capacidade de persistir em uma atividade difícil, tendo
ação tranqüila e acreditando que irá conseguir o que quer, de ser perseverante,
de esperar o momento certo para certas atitudes, de aguardar em paz a
compreensão que ainda não se tenha obtido, capacidade de ouvir alguém, com
calma, com atenção, sem ter pressa, capacidade de se libertar da ansiedade.” (Paciência. In: WIKIPÉDIA. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Paci%C3%AAncia Acesso em 07 jun. 2013).
-
Através desta paciência, Timóteo tornou-se experiente e, em tal experiência,
pôde servir com o apóstolo Paulo no evangelho, como filho ao pai (Fp.2:22).
-
Muito interessante a expressão utilizada pelo apóstolo. Timóteo havia servido
“com o apóstolo”, ou seja, Paulo também servia aos irmãos, também tinha um amor
desinteressado e não procurava ser servido.
Conquanto
fosse apóstolo e, à primeira vista, o líder de toda aquela equipe, não passava
de um servidor, servindo ao lado de seus cooperadores. Temos visto em nossas
lideranças atualmente?
- Timóteo era um pastor fiel porque
serviu com o apóstolo como “um filho ao pai”. Timóteo tinha respeito, honra
e obedecia ao apóstolo. Tinha pelo apóstolo um amor como de um filho ao pai, o
que era correspondido por Paulo, que não titubeava em chamá-lo de “filho na fé”
(I Tm.1:2). Era um relacionamento marcado
pelo amor mútuo, pelo respeito e consideração, em que Timóteo aprendia a sã
doutrina e como ser um bom ministro de Cristo junto a Paulo e Paulo não o
irritava, mas como que “criava” aquele jovem obreiro para servir na igreja do
Senhor.
-
Como é bom que, entre os obreiros, haja este mesmo amor fraternal entre os
obreiros mais antigos e os mais novos, com estes servindo como filhos aos pais
àqueles. O que se vê, entretanto, em nossos dias, é que, não raras vezes, os
obreiros mais velhos são simplesmente descartados, postos à margem, muitas
vezes sem nem condições mínimas de digna sobrevivência, completamente
desprezados pelos obreiros mais novos, muitos dos quais foram levados ao
ministério por estes que hoje são escanteados.
-
Os obreiros mais novos não devem proceder como Roboão, que desprezou o conselho daqueles anciãos que haviam
servido seu pai Salomão e, por causa disso, acabou por perder o reino (I Rs.12:1-25). Nunca nos esqueçamos de
que as cãs são coroa de honra, quando elas se acham no caminho da justiça (Pv.16:31).
-
Paulo não mandava Timóteo de imediato para Filipos porque o jovem obreiro lhe
era muito útil, tanto que estava a cuidar dos negócios do apóstolo (Fp.2:23). Paulo sabia que podia contar
com aquele jovem, pois era como um filho para ele, tendo, pois, absoluta
confiança para com ele.
-
Timóteo era um pastor fiel porque estava sempre a servir o apóstolo, o seu pai
na fé, fosse qual fosse a circunstância. Paulo se encontrava preso e o fato de
Timóteo ser seu homem de confiança certamente traziam problemas para o próprio
Timóteo. Quem gostaria de ser tido como homem de confiança de uma pessoa que se
encontrava presa como era o caso do apóstolo?
-
Timóteo, inclusive, por causa desta estreita ligação com o apóstolo acabou
sendo preso (Hb.13:23), mas, nem por
isso, deixou de servir a Paulo e de lhe ser fiel. Quantos que, na atualidade,
negam, a exemplo de Pedro, não só o Senhor Jesus, mas também os servos de Jesus
que estavam a auxiliar apenas para “escapar com vida” das dificuldades que a
amizade com aqueles homens de Deus poderiam lhe criar na sociedade?
- Timóteo foi fiel a Paulo até a
morte deste, pois é a ele que o apóstolo escreve a sua última carta,
sabendo que iria morrer mas ainda pedindo ao jovem obreiro que fosse ter com
ele, inclusive lhe trazendo os livros, inclusive os pergaminhos, como a capa
que havia deixado em Trôade (II
Tm.4:13), o que, certamente, foi feito por Timóteo. Que exemplo a ser
seguido!
-
Paulo iria mandar Timóteo, assim que ele cuidasse dos negócios do apóstolo, mas
o desejo do apóstolo era ver pessoalmente aos filipenses (Fp.2:24), pois, como pastor fiel que era, também queria ver o
estado de suas ovelhas e não somente ter notícias dela.
III – EPAFRODITO, UM VERDADEIRO PASTOR QUE DÁ A SUA
VIDA PELAS OVELHAS
-
Mas, como Timóteo não poderia ser mandado de imediato, o apóstolo Paulo,
sabendo da urgência de retomar o ânimo dos crentes filipenses, decide que iria
ao encontro daqueles cristãos Epafrodito, ele próprio um dos integrantes da
igreja de Filipos, que tinha sido mandado pela igreja para levar recursos ao
apóstolo em Roma (Fp.2:25).
- Epafrodito era outro homem que
tinha a confiança da igreja em Filipos, assim como Timóteo, tanto que era
tinha o escolhido para ir a Roma e levar os recursos para o apóstolo, prova de
que se tratava de alguém de extrema confiança daqueles irmãos.
-
Normalmente, quem é escolhido para enviar recursos econômico-financeiros a
alguém é uma pessoa que goza da confiança de todos. Alguém que é reputado como
honesto, fiel e cuidadoso, pois, naquele tempo, não se tratava apenas de
encontrar alguém que se sabia que não iria desviar o dinheiro a ser encaminhado
ao apóstolo, mas, também, e alguém que fosse prudente e cauteloso o suficiente
para que não fosse alvo de ladrões ao longo das estradas então existentes.
-
Quanta falta faz para as igrejas, na atualidade, a existência de Epafroditos,
pessoas idôneas, honestas e prudentes, que podem bem conduzir os recursos
econômico-financeiros das igrejas locais, de modo a que a obra de Deus possa
ser realizada e aqueles que vivem da obra sejam devidamente remunerados e
sustentados para que a evangelização seja realizada.
-
Pouco se sabe a respeito da vida de Epafrodito,
cujo nome significa “encantador”,
“belo”. Sabe-se apenas que foi enviado pelos crentes de Filipos para saber
do apóstolo Paulo em Roma, bem como para lhe levar recursos que pudessem suprir
as suas necessidades naquele momento tão angustiante de sua vida.
-
O nome de Epafrodito é de origem gentílica, pois significa “pertencente a
Vênus”, o que certamente indica que era filho de pais que não eram cristãos,
pelo menos na época em que ele nasceu. Era, portanto, um filipense que havia
sido ganho para Jesus por força da pregação do apóstolo e da que desencadeou
depois da evangelização daquela colônia romana.
-
Muitos querem dizer que se trata da mesma pessoa de Epafras, mencionada em Cl.1:17 e 4:12, aquele obreiro que foi
responsável pela evangelização de Colossos, mas não há qualquer evidência
disto, sendo, pois, mera conjectura que não deve ser tida como verdadeira, até
porque não faria muito sentido que Epafrodito tivesse deixado os crentes de
Colossos para atender a um pedido dos crentes de Filipos para ir a Roma levar
ajuda para o apóstolo.
- Epafrodito também era um obreiro
experimentado. O apóstolo o chama de “meu irmão, cooperador e companheiros
nos combates” (Fp.2:25).
-
Isto nos mostra que Epafrodito,
a exemplo de Timóteo, também era alguém que estava acostumado a servir e a
enfrentar todas as dificuldades. Nunca havia deixado o apóstolo sozinho,
seja em Filipos, seja agora em Roma. Era uma pessoa que tinha aprendido a
servir e que o estava a fazer, mesmo diante das circunstâncias adversas. Não
tinha tido medo de, como filipense e, portanto, como alguém que gozava da cidadania
romana, ser tido como um ajudador de um prisioneiro na capital do Império.
-
Será que podemos ser assim chamados pelos que conosco labutam na obra do
Senhor? Será que temos sido “irmãos, cooperadores e companheiros nos combates”
daqueles que servem a Deus conosco? Ou temos sido omissos, pessoas que sabem
muito criticar o que os outros estão fazendo para Jesus, mas que não ajudam
neste embate, preferindo nos esconder diante dos incrédulos, amando mais a
glória dos homens do que a glória de Deus (cfr.
Jo.12:43)? Tomemos cuidado, amados irmãos!
-
O fato é que, em chegando a Roma, Epafrodito
cumpriu fielmente o encargo que lhe fora dado pelos crentes de Filipos. Foi
ao encontro do apóstolo e lhe deu aquilo que a igreja de Filipos lhe havia
mandado, sem se importar com o que a guarda pretoriana pudesse achar, nem o que
poderia advir deste seu gesto. Seu compromisso era com Deus, com o apóstolo e
com a igreja de Filipos tão somente. Que exemplo a ser seguido!
-
Entretanto, quando Epafrodito chegou, pôde ver a real situação do apóstolo.
Verificou que os recursos que haviam sido enviados ao apóstolo não eram
abundantes e que a necessidade era grande. Assim, num gesto de amor e
desprendimento, o próprio Epafrodito abriu mão daquilo que lhe fora dado para
seus próprios gastos e
manutenção
em favor do apóstolo (Fp.2:30).
-
Com efeito, como bem ensinava o saudoso pastor Walter Marques de Melo (1933-2012), quando o texto sagrado diz que
Epafrodito não fez caso de sua vida para suprir para com o apóstolo a falta do
serviço dos filipenses (Fp.2:30),
indica que Epafrodito, ao perceber a circunstância por que vivia Paulo, abriu
mão daquilo que lhe fora dado para sua própria subsistência em favor de Paulo,
o que teria sido uma das causas de sua doença, que quase o levou à morte (Fp.2:27).
- Epafrodito era um obreiro fiel,
porque não fez caso de sua vida para servir e,
como nos ensina o Senhor Jesus, o bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas (Jo.10:11). Epafrodito expôs-se à morte
para poder dar o necessário ao apóstolo e, assim, não descumprir o compromisso
que assumira junto aos filipenses.
-
O contexto da passagem bíblica permite-nos inferir que Epafrodito não foi o
único que foi enviado pelos filipenses para suprir as necessidades do apóstolo,
pois Paulo afirma que tinha conhecimento de que os crentes de Filipos tinham
sabido da doença de Epafrodito, o que lhes aumentou a angústia e tristeza,
prova de que outras pessoas tinham vindo depois de Epafrodito por ordem da
igreja de Filipos e, assim, terem tido notícia da doença do mesmo, que o
impedia, inclusive, de regressar a Filipos, embora fosse este o seu grande
desejo (Fp.2:26).
-
Que lindo gesto de amor este de Epafrodito! Um obreiro que não se preocupava em
satisfazer a si mesmo, nem em cumprir tão somente aquilo que fora combinado com
os filipenses, mas de realmente agradar a Deus e, deste modo, dar o necessário
para o bem-estar do apóstolo, que era o objetivo de sua viagem a Roma.
-
Temos nós agido deste modo, amados irmãos? Será que temos sido “bons pastores”,
imitando, assim, a Jesus, que deu a Sua vida em resgate de muitos (Mt.20:28; Mc.10:45)?
-
Já vimos, na lição anterior, que o apóstolo Paulo era dotado deste mesmo
sentimento, tanto que não temia ser oferecido em libação sobre o sacrifício e
serviço da fé dos filipenses (Fp.2:17).
Temos tal disposição ou, diante de uma perseguição, negaremos o nome do Senhor
e d’Ele teremos vergonha. Se nos envergonharmos d’Ele e de Seu nome, Ele também
Se envergonhará de nós naquele dia (Mc.8:38).
Tomemos cuidado!
OBS: Recentemente, em mensagem
profética proferida na ceia do Senhor, na igreja sede do Ministério do Belém,
em São Paulo/SP, precisamente no dia 2 de junho de 2013, o Senhor advertiu que,
brevemente, em nosso país, criarão leis para perseguir o povo de Deus e, então,
o Senhor verá quem Lhe será fiel ou quem se envergonhará do Seu nome. De que
lado estaremos, amados irmãos?
-
Epafrodito, ao ver a situação do apóstolo, não pensou duas vezes: abriu mão de
seu próprio sustento em prol das necessidades do apóstolo. O resultado disto
foi que adoeceu e esteve à beira da morte, causando assim angústia e tristeza a
todos, tanto ao apóstolo quanto aos crentes de Filipos.
-
A este gesto de Epafrodito, correspondeu tanto o amor de Paulo quanto dos
crentes de Filipos. Epafrodito era muito amado e, a começar do apóstolo, esta
sua doença e proximidade da morte trouxe ao apóstolo uma profunda angústia e
tristeza. Os crentes de Filipos, ao saberem da notícia, angustiaram-se também,
e todos foram aos pés de Jesus. Como é bom quando os crentes oram em favor dos seus
irmãos, pois a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tg.5:16).
-
A oração da fé salvará o doente (Tg.5:15)
e o apóstolo diz que Deus Se apiedou de Epafrodito, do apóstolo e dos
crentes de Filipos e, como resultado disto, Epafrodito sarou, de modo que o
apóstolo pôde mandá-lo depressa, de volta ao convívio dos filipenses, como
portador da epistola, afim de que houvesse menos tristeza por parte de Paulo e
regozijo e alegria por parte dos filipenses (Fp.2:28).
-
Vemos aqui mais uma demonstração do desapego e do amor desinteressado do
apóstolo Paulo. A partida de Epafrodito para Filipos lhe traria “menos
tristeza” mas “regozijo” por parte dos filipenses. Paulo queria a companhia de
Epafrodito, amava-o muito e seu gesto de amor certamente havia aumentado ainda
mais a afeição do apóstolo, mas Paulo se contentava em ter “menos tristeza”
para que os filipenses tivessem “alegria”.
- Paulo abriu mão da companhia de
Epafrodito, resolveu ficar num estado de “menos tristeza” (já que Epafrodito
havia sarado) para que os crentes de Filipos tivessem “alegria”. Temos agido
assim, amados irmãos? Ou será que não abrimos mão de nossas satisfações, mesmo
que isto represente o mal-estar daqueles que nos cercam? Somos altruístas como
foi o apóstolo Paulo neste episódio?
-
Temos aqui, aliás, a sexta
alegria da carta de Paulo aos filipenses, a “alegria de receber um amado servo
de Deus”. “…Epafrodito viera a Roma, enviado pelos irmãos filipenses, para
servir a Paulo. I
sso
ele tinha feito com todo empenho. Adoecera, e tinha estado às portas da morte.
Deus, porém, o poupou para alegria sua, alegria de Paulo e alegria dos irmãos
filipenses. O processo contra Paulo estava na véspera de ser resolvido, e, por
isso, Paulo espera em breve dispensar com os serviços de Epafrodito, e mandá-lo
de volta para Filipos. Paulo pensa na alegria com que esse fiel servo de Cristo
será recebido pela Igreja, e de como será honrado pelos irmãos. A alegria de
receber e honrar um servo amado de Cristo.…” (SENA NETO, José Barbosa. Carta aos filipenses, a carta da alegria! Disponível
em: http://prbarbosaneto.blogspot.com.br/2008/01/carta-aos-filipenses-carta-da-alegria.html Acesso em 07 jun. 2016).
-
Temos também alegria em receber um amado servo de Jesus entre nós? Hoje em dia,
infelizmente, não são poucas as igrejas locais que demonstram desagrado em
receber um servo do Senhor no seu meio.
Preferem
pessoas que não sirvam a Deus mas que lhes digam coisas que são agradáveis,
correm atrás de doutores conforme as suas próprias concupiscências (II Tm.4:3,4), mas devemos ter alegria
quando recebemos um amado servo do Senhor, alguém que esteja comprometido com
Cristo Jesus e mais ninguém.
-
O apóstolo Paulo, então, manda aos filipenses que recebessem Epafrodito com
todo o gozo e que o tivessem em honra (Fp.2:29),
pois havia provado a sua fidelidade e o seu amor para com Deus, para com o
apóstolo e para com toda a igreja de Filipos. Será que poderemos ser assim
recebidos em nossa igreja local?
-
Esta expressão do apóstolo, por fim, ensina-nos que a honra que devemos dar aos
nossos irmãos é decorrente das atitudes concretas que fizeram, do testemunho
que deram, não por causa de títulos, posições ou laços de parentesco. Devemos
dar honra a quem tem honra (Rm.13:7),
mas a honra é um reconhecimento pelos atos praticados, pelo testemunho
demonstrado. Pensemos nisto!
Colaboração para o Site Pecador Confesso - Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco
Colaboração para o Site Pecador Confesso - Presbítero Eudes L Souza
Colaboração para o Site Pecador Confesso - Ev. Natlino das Neves
Colaboração para o Site Pecador Confesso - Pastor Alexandre Coelho
Texto Editado e Postado por Hubner Braz (@PecadorConfesso)
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