TEXTO ÁUREO “Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a ...
TEXTO ÁUREO
“Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei.”
(1 Sm 15.23)
VERDADE PRÁTICA
Ao cristão nascido de novo não cabe praticar o pecado da rebeldia, pois fazê-lo é reviver a velha natureza.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Rm 10.21: É sempre perigoso trilhar o caminho da rebeldia
Terça – 1 Pe 1.23: O pecado da rebeldia não é coisa de quem nasceu de novo
Quarta – 1 Co 10.5: Andar na rebeldia é perder os privilégios divinos
Quinta – Pv 17.11: Evitemos proceder como os rebeldes
Sexta – Js 1.8: O cristão deve ter o cuidado de proceder conforme o que está na Palavra
Sábado – Sl 40.1: O servo de Deus deve esperar sempre com paciência
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Samuel 15.17-28
17 - E disse Samuel: Porventura, sendo tu pequeno aos teus olhos, não foste por cabeça das tribos de Israel? E o SENHOR te ungiu rei sobre Israel.
18- E enviou-te o SENHOR a este caminho e disse: Vai, e destrói totalmente a estes pecadores, os amalequitas, e peleja contra eles, até que os aniquiles.
19 - Por que, pois, não deste ouvidos à voz do SENHOR? Antes, voaste ao despojo e fizeste o que era mal aos olhos do SENHOR.
20 - Então, disse Saul a Samuel: Antes, dei ouvidos à voz do SENHOR e caminhei no caminho pelo qual o SENHOR me enviou; e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e os amalequitas destruí totalmente;
21 - mas o povo tomou do despojo ovelhas e vacas, o melhor do interdito, para oferecer ao SENHOR, teu Deus, em Gilgal.
22- Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros.
23 - Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei.
24 - Então, disse Saul a Samuel: Pequei, porquanto tenho traspassado o dito do SENHOR e as tuas palavras; porque temi o povo e dei ouvidos à sua voz.
25 - Agora, pois, te rogo, perdoa-me o meu pecado e volta comigo, para que adore o SENHOR.
26 - Porém Samuel disse a Saul: Não tornarei contigo; porquanto rejeitaste a palavra do SENHOR, já te rejeitou o SENHOR, para que não sejas rei sobre Israel.
27- E, virando-se Samuel para se ir, ele lhe pegou pela borda da capa e a rasgou.
28 - Então, Samuel lhe disse: O SENHOR tem rasgado de ti hoje o reino de Israel e o tem dado ao teu próximo, melhor do que tu.
OBJETIVO GERAL
Ressaltar que ao crente nascido de novo não cabe praticar o pecado da rebeldia.
HINOS SUGERIDOS: 28, 270, 305 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Definir rebeldia;
Explicar a rebeldia de Saul;
Caracterizar a liderança sem critérios de Saul.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
O orgulho é um fator determinante para o pecado de rebelião. Geralmente, a ausência de humildade, a disponibilidade para o serviço altruísta, leva o ser humano a desenvolver uma personalidade egoísta e orgulhosa. Quando se permite ao orgulho dominar o coração, o processo de rebelião está preste a ser instalado. Cultivar a submissão, a humildade e a obediência é o antídoto necessário para remover o “espírito da rebelião”, “porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria” (1 Sm 15.23).
INTRODUÇÃO
Nesta lição trataremos sobre a rebeldia de Saul e de sua rejeição por parte de Deus. Figuradamente, Israel foi comparado a uma vaca rebelde que se rebelou contra Deus (Os 4.16). A Bíblia mostra que há castigo divino para quem trilha o caminho da rebeldia (Nm 17.10; 20.24; Rm 10.21; 1 Tm 1.9). É isso o que estudaremos aqui, tomando como exemplo Saul, o primeiro rei de Israel.
- Sobre a rebeldia de Saul, veremos que ele “escolhia o que obedecer” das ordens de Deus emanadas através de Samuel. Depois de repetir o erro, Samuel reprova Saul e rompe totalmente com o rei (1Sm 15.35). “Saul tinha tudo para ser um homem de sucesso e foi um fracasso. Começou bem e terminou mal. Suas decisões foram desastradas. Ele tropeçou nas suas próprias pernas. Foi derrotado não pelos inimigos nem pelas circunstâncias, mas por si mesmo.
• A vida de Saul é uma trombeta a alertar-nos para o perigo de começar bem a carreira e perder-se na caminhada. O perigo de transigir-se com os absolutos de Deus e praticar o que um dia se condenou.
• A vida de Saul nos ensina que podemos desperdiçar as oportunidades da vida. Ela nos ensina o que não devemos fazer. Ela nos aponta para o perigo de receber em si mesmo a merecida punição do seu erro.” (hernandesdiaslopes). Bom estudo e crescimento maduro na fé cristã!
PONTO CENTRAL
O crente nascido de novo não deve praticar o pecado de rebelião.
I – DEFINIÇÃO DE REBELDIA
1. Conceito.
A rebeldia é caracterizada como um ato de resistência; é opor-se a uma autoridade; por vezes se trata de uma obstinação em excesso. Na Bíblia, há exigências constantes para que o servo de Deus evite a rebelião, quer seja contra Deus, quer seja contra os pais, os líderes e as autoridades.
- “Característica de rebelde; qualidade da pessoa que não obedece ou que se opõe a uma autoridade: foi demitido por rebeldia.Resistência; força, convicção, vontade contrária ou oposta a: a rebeldia dos manifestantes.Teimosia; excesso de obstinação ou birra” (dicio.com)
“Rebelde é um adjetivo para qualificar alguém que não obedece ninguém e nem escuta conselhos, que acredita que possui uma autoridade legítima. Também pode ser usado para qualificar uma pessoa que se rebela, que se revolta.” (significados)
“Definição de Rebelião - de rebellione - insurreição; acto de se rebelar; revolta; rebeldia, indisciplina. "Pesha" - Palavra hebraica que significa "rebelião deliberada e premeditada contra DEUS (Ez 21.24 Portanto, assim diz o Senhor Jeová: Visto que me fazeis lembrar da vossa maldade, descobrindo-se as vossas prevaricações, aparecendo os vossos pecados em todos os vossos atos, e visto que viestes em memória, sereis apanhados na mão)” (apazdosenhor)
- 1 Samuel 15.23 afirma que rebeldia é pecado, é pecar contra Deus de propósito, com a intenção de desobedecer. A rebeldia afasta de Deus e causa muitos problemas. A rebeldia é escolher o pecado, conhecendo o que é certo.
2. O aspecto bíblico.
Algumas passagens do Antigo Testamento, como por exemplo, Jeremias 3.23 e 31.22, apontam a nação de Israel como filhos e filhas rebeldes, que escolheram o mal para desenvolver uma vida de pecado. No livro de Oseias, Israel é comparado a uma vaca rebelde (Os 4.16), uma linguagem campestre em que o fazendeiro realça a rebeldia do animal. Portanto, o real significado de rebeldia no Antigo Testamento é uma ênfase ao retorno de um “servo de Deus” às mais horríveis práticas pecaminosas, incluindo também a adoração aos ídolos.
O cristão não pode viver na prática da rebeldia, visto que no seu ser há uma nova natureza implantada por Cristo Jesus (2 Co 5.17; 1 Pe 1.23); praticá-la é o mesmo que chamar a natureza velha para que reine outra vez − e a ordem de Paulo é que ela não reine (Rm 6.12).
- Como definido no ponto anterior, rebelião é ação ou procedimento para seguir o que se quer em vez do que Deus quer. Rebeldia é insolência, desobediência ou oposição aberta à autoridade ou controle por parte de Deus. Em Oséias 4.16, como Israel era como um bezerro teimoso, Deus não tentaria mais mantê-lo no curral, mas o abandonaria como uma ovelha no vasto deserto. Alguns pecados são cometidos em ignorância mas o rebelde sabe que está agindo contra a vontade de Deus. A rebeldia é uma afronta direta a Deus, rejeitando Sua autoridade (At 7.51). A maior forma de rebeldia é conhecer a verdade do Evangelho mas rejeitar Jesus como salvador.
- Em Romanos 6.12 Paulo não fala em Rebeldia mas em ‘corpo mortal’ - o único depósito restante onde o pecado encontra o cristão vulnerável. A mente e seus processos do pensamento são parte do corpo, e assim, tentam a nossa alma com seus desejos pecaminosos (Rm 8.22-23; 1 Co 15.53; 1 Pe 2.9-11). Seremos tentados sempre a ceder ao pecado. Enquanto vivermos nesse mundo, a natureza pecaminosa que há em nós sempre tentará se alimentar. No entanto, O salvo por Cristo Jesus não tem mais como hábito mentir, cobiçar, roubar, fofocas e nem cometer qualquer outro pecado (Rm 6.14,15).
3. O cristão e a rebelião.
A Bíblia ensina ao cristão respeitar todas as autoridades, inclusive os líderes da igreja; jamais ser insubmisso, rebelar-se (Rm 13.1), mas tendo como dever orar por elas (1 Tm 2.1,2). Entretanto, segundo as Escrituras, o cristão não deve sujeitar-se a uma autoridade quando a prioridade da justiça está em risco e quando há violação aos princípios bíblicos (At 5.29); mesmo assim, o ato de não submeter-se ao erro não significa liberdade para usar de ataques com palavras indecorosas, motins e exposições em redes sociais. O Antigo Testamento mostra os três amigos de Daniel que não se sujeitaram à ordem do rei, sendo preparados para serem lançados no fogo; entretanto, ainda assim, demonstraram respeito para com o monarca, não pronunciando palavras ofensivas (Dn 3.16,17). O verdadeiro cristão mede bem as palavras, pois sabe que disso depende também a sua vida espiritual (Mt 12.37).
- “Rebeldia também é desobedecer e se opor a uma autoridade legítima. Não é o mesmo que se opor por motivos de consciência a alguma coisa que você acha errado. Isso pode ser feito de maneira respeitosa e justa. Rebeldia é querer fazer as coisas do seu jeito, mesmo quando a autoridade tem razão. O rebelde não tem bons motivos para se opor à autoridade. Ele acha que sua vontade é mais importante. O rebelde não tem respeito pela autoridade nem tenta ter. Sua atitude é acusatória e fala mal da autoridade, em vez de tentar negociar e entender as outras opiniões (Jeremias 6:28).” (RESPOSTAS)
- Em Daniel 3.16,17, os três homens não tinham intenção de desrespeitar o rei. Eles não tinham qualquer defesa não tinham a necessidade de reconsiderar o seu comprometimento, urna vez que se apegaram firmemente ao seu Deus como o único e verdadeiro Deus. A vida deles estava nas mãos dele, como indicado nos vs. 17-18 (Is 43.1-2).
SÍNTESE DO TÓPICO I
A rebeldia é caracterizada como um ato de resistência; é opor-se a uma autoridade; por vezes se trata de uma obstinação em excesso.
SUBSÍDIO DIDÁTICO - PEDAGÓGICO
Para ajudá-lo a elaborar a introdução de sua aula, reflita sobre o seguinte texto: “O rei de todos os pecados é o orgulho. Nenhum outro pecado é maior que ele. Além do orgulho ou presunção, todos os outros vícios – embriaguez, pecados sexuais, cobiça, mau gênio, violência – não passam de insignificâncias comparados à montanha do orgulho. O orgulho é o pecado que transformou Lúcifer em inimigo de Deus. Satanás se recusou a submeter-se a Deus; ele quer ser líder. John Milton comenta, em seu Paraíso Perdido: ‘Satanás decidiu que era melhor reinar no inferno do que servir no céu’. O orgulho nos torna independente de Deus, e a independência está diametralmente oposto à adoração. É por isso que devemos nos submeter a Deus e resistir ao Diabo” (DORTCH, Richard W. Orgulho Fatal: Um ousado desafio a este mundo faminto de poder. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.161).
II – A REBELDIA DE SAUL
1. Não cumpria com a ordem divina.
Por ordem expressa de Deus, Samuel ordenou a Saul que matasse os amalequitas porque a medida dos seus pecados estava completa (Êx 17.8-13; Dt 25.17,18). Tudo deveria ser destruído e banido, pois os amalequitas estavam sob o julgamento divino. Essa ação divina era para evitar que o mal deles se espalhasse cada vez mais. Entretanto, nada dos amalequitas deveria ser saqueado ou roubado, pois não tratava-se de uma guerra qualquer. O que não poderiam ser queimado, como o ouro, a prata e o ferro, seriam objetos solenes de consagração a Deus.
Mas Saul não obedeceu à ordem divina. Juntamente com duzentos mil homens de onze tribos e outros dez mil de Judá, lançou-se à batalha, não destruiu o rebanho do inimigo e ainda preservou a vida do rei Agague. O mal que Saul poupou não tardaria de lhe atingir. Note que foi um amalequita que afirmou ter matado Saul (2 Sm 1.1-10).
- Os amalequitas eram um povo nômade do deserto, descendentes de Esaú (Gn 36.12), tornaram-se um povo marcado quando atacaram Israel no deserto depois de este ter saído do Egito (Êx 17.8-16; Nm 24.20; Dt 25.17-19; Is 6.3-3). Deus deu uma oportunidade a Saul para se redimir mediante a obediência. O castigo deveria ser a destruição completa e total de qualquer ser que respirasse. O castigo de Deus era rigoroso para aqueles que destruíam o seu povo. Era igualmente rigoroso para aqueles que desobedeciam a ele (Js 7.10-26). Motivados pela cobiça, Saul e o povo gananciosamente pouparam o melhor do despojo da terra, desobedecendo à palavra de Deus, demonstrando sua infidelidade.
2. Deus se “arrependeu” em relação a Saul.
Foram duas as razões para isso: Saul deixou de seguir e de executar a vontade de Deus. A Palavra “arrepender-se”, oriunda do hebraico nacham, significa “sentir profundamente, lamentar”. Referindo à pessoa de Deus, essa expressão pode ser compreendida como mudança em relação à pessoa de Saul. Deus não tolera o pecado e, dessa forma, não poderia deixar que Saul continuasse dirigindo o Seu povo. Por isso, por meio de Samuel, Ele o rejeitou. A desobediência, a teimosia e a rebelião do primeiro rei de Israel atraíram a ira de Deus.
O prazer de Deus não está em sacrifícios, mas na obediência do ser humano à sua Palavra. Mais do que um belo sermão, ou de grandiosas construções, Deus requer de seu povo a obediência (Sl 50.13-14).
- “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele dito, não o fará? ou, havendo falado, não o cumprirá?”. (Nm 23.19 “Nacham” não pode ser entendido como arrependimento ou reconhecimento de erro da parte de Deus.
“A palavra “naham” (arrepender) tem o significado básico de “ter compaixão” ou “lamentar”. Por isso, o estudioso judeu Martin Buber traduziu o versículo desta forma: “Lamentou-se ele de ter feito o homem sobre a terra, e angustiou-se em seu coração”. O sentido geral é que Deus sofre junto conosco quando precisa nos castigar. O Todo-Poderoso não gosta de punir, isto o angustia, Ele o lamenta, mas precisa agir assim por causa de Sua santidade e justiça. Por isso, o arrependimento de Deus deve ser entendido como misericórdia, como indicação da impossibilidade de suportar a situação pecaminosa gerada pelo homem, que exige a retirada do Seu favor. Portanto, o texto não expressa que Deus esteja descrevendo sua ação como um erro, pois Ele continua tendo razão em tudo o que faz (Jr 12.1). Na verdade, Ele lamenta que o homem se feche ao propósito do Seu amor. É dessa forma que esse “arrependimento de Deus” nos permite ver o que passa em seu coração. (Norbert Lieth)” (chamada)
- Saul demonstrou-se igual aos reis das outras nações, ou seja, egoísta, voluntarioso e totalmente desobediente no que dizia respeito às coisas de Deus. Ele precisava entender que o culto verdadeiro era indicado pelo seu comportamento e não pelos seus sacrifícios. Ele demonstrou ser um idólatra cujo ídolo era ele mesmo. Saul havia falhado no cumprimento das condições que teriam abençoado a nação (1Sm 12.13-15). ‘Visto que rejeitaste... ele também te rejeitou’ – aqui temos um princípio universal, em que aqueles que rejeitam a Deus continuamente um dia serão também rejeitados por ele. Os pecados de Saul levaram Deus a imediatamente destituí-lo e a seus descendentes do trono de Israel para sempre. O que levou Saul a ser recusado por Deus foi sua arrogância e rebeldia. A desobediência era apenas a manifestação do mal que se escondia no interior do coração de Saul: “Samuel, porém, respondeu: Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros. Pois a rebeldia é como o pecado da feitiçaria, e a arrogância como o mal da idolatria. Assim como você rejeitou a palavra do Senhor, ele o rejeitou como rei”. (NVI)
3. “A rebelião como pecado de feitiçaria”.
Essa expressão traz a ideia de “uma decisão por meio de adivinhação ou de lançamento de sorte”, uma atitude obstinada e teimosa. E a expressão “porfiar é como iniquidade e idolatria” refere-se ao engano de um ídolo, demonstrado na arrogância de quem pratica a idolatria. No texto está claro que as expressões falam de apostasias. A primeira, a respeito da negação da autoridade divina; a segunda, a de reconhecer outros poderes acima de Deus. Nesse contexto, o profeta Samuel afirma que não há valor em sacrifícios a Deus quando se quebra um de seus mandamentos por desobediência deliberada. Quem age assim coloca a sua vontade no lugar da de Deus. Por isso a rebelião é tão maléfica quanto à adivinhação, pois ela rouba o lugar da glória de Deus.
A insolência e a arrogância de Saul revelam a tentativa de ele se impor no lugar de Deus. Era como se as regras da guerra fossem dele, esquecendo-se de que Deus não dá a sua glória a ninguém (Is 42.8). De fato, Lutero estava certo quando disse: “diante da Palavra eu é que tenho que me render; nenhum de nós jamais pode e deve querer impor nossa vontade perante as ordens do Senhor”.
- Sua desobediência estava no mesmo patamar que a feitiçaria e a idolatria, pecados esses passíveis da pena de morte. Desde que era o próprio Deus falando através do profeta, a desobediência à Samuel era desobediência à Deus, Saul rejeitou o próprio Deus quando se rebela contra Samuel, na verdade, rebelou-se contra Deus em sua palavra manifesta por meio de Samuel. Referente à feitiçaria, o mal está no resultado da ação: o coração se endurece. Como no caso dos feiticeiros de Faraó quando Moisés se apresentou diante desta e aqueles imitaram os milagres operados por meio de Moisés; A palavra foi transmitida a Faraó, no entanto, seus feiticeiros com suas artes mágicas endureceram o coração do monarca em relação `palavra de Deus através de Moisés. Saul se fez como os feiticeiros de faraó, tirou o valor da Palavra de Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO II
A rebeldia de Saul era caracterizada pela sua desobediência à ordem divina.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
“Todos os que fomos acusados podemos arranjar álibis e racionalizar o que fizemos, mas sei em meu íntimo onde erramos. Achávamos difícil, senão impossível, submeter-nos a outros que não concordavam com a nossa maneira de agir. Várias pessoas nos disseram o que não queríamos ouvir, mas nos recusamos a escutá-las. Esse foi o nosso maior pecado. Há segurança na submissão. Mas aprendi a lição tarde demais. O que é submissão? Submissão é a disposição para afrouxar as rédeas. Um líder forte deve estar disposto a submeter-se. Políticos e empresários devem louvar essa qualidade. Os ministros devem possuí-la. O líder submisso diz: Não preciso estar no controle. Estou comprometido até o ponto em que posso deixar de lado a autoridade. Vou submeter a mim mesmo e o que faço a outros. A submissão é auto imposta. Não fazemos isso por nossa própria causa. Por que a submissão é tão importante na vida do crente? Porque ela nos protege da natureza perversa e inata oculta dentro de nós” (DORTCH, Richard W. Orgulho Fatal: Um ousado desafio a este mundo faminto de poder. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp.153-54).
III. SAUL: UM LÍDER SEM CRITÉRIOS
1. Não sabia esperar.
Uma das provas de que Saul não tinha critérios para a liderança era a sua impaciência. Ele não sabia esperar. Samuel já havia dito para Saul esperar até a sua chegada (1 Sm 10.8). Infelizmente, o rei de Israel não o fez (1 Sm 13.8-13). Essa ordem era para que Saul esperasse, antes de começar qualquer invasão, pois ele deveria colocar tudo diante de Deus, apresentando sacrifícios, como havia feito antes (1 Sm 7).
A falha principal de Saul não foi ter oferecido sacrifício, mesmo ele não sendo sacerdote, mas foi não esperar o profeta Samuel para receber a bênção de Deus.
Na obra de Deus é preciso capacidade para esperar. O salmista esperou com paciência (Sl 40.1). Deus age no momento certo em nosso favor. Esperemos no Senhor!
- Fora ordenado a Saul que esperasse sete dias para ir ter com Samuel em Gilgal. É preciso destacar aqui que o pecado de Saul não foi especificamente ter feito um sacrifício (2Sm 24.25; TRs 8.62-64), mas não ter esperado pela assislência sacerdolal de Samuel (1Sm 10.8). Ele queria governar como um autocrata, que possuísse poder absoluto em questões civis e sagradas. Samuel havia pedido que esperasse sete dias para testar o caráter e a obediência de Saul a Deus, mas Saul falhou no teste ao se apossar do ofício sacerdotal.
2. Saul: o rei rejeitado.
Destacamos a rejeição de Saul por causa do pecado de não atentar à voz de Deus (1 Sm 13.13). Foram muitas as características que marcaram a rebelião de Saul: irreverência com a ordem de Deus, voto tolo, infidelidade na guerra contra os amalequitas e desobediência às palavras do Senhor. Assim, Deus rejeitou a Saul!
Essa história nos mostra que devemos, irrestritamente, obedecer aos desígnios de Deus e servi-lo de todo o coração. O Pai deseja que andemos todos num só propósito!
- A desobediência de Saul era uma violação direta da ordem de Samuel em 10.8. Saul reagiu com desobediência baseado naquilo que via e não na fé. Com o passar dos dias de espera, o povo que estava com Saul para a batalha, o abandonaram por causa da ansiedade e do medo da batalha iminente. Ele temia perder seus homens e não considerou adequadamente o que Deus queria que ele fizesse. Essa falta de visão espiritual levou o primeiro monarca de Israel à desobediência e em conseqüência, sua rejeição por Deus.
“Não há coisa pior para o crente do que deixar de obedecer a Palavra de Deus. Vejam a advertência de Samuel a Saul, Vs. 19-23, "19 Por que, pois, não deste ouvidos à voz do SENHOR, antes te lançaste ao despojo, e fizeste o que parecia mau aos olhos do SENHOR? 20 Então disse Saul a Samuel: Antes dei ouvidos à voz do SENHOR, e caminhei no caminho pelo qual o SENHOR me enviou; e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e os amalequitas destruí totalmente; 21 Mas o povo tomou do despojo ovelhas e vacas, o melhor do interdito, para oferecer ao SENHOR teu Deus em Gilgal. 22 Porém Samuel disse: Tem porventura o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros. 23 Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniqüidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei":
a) A desobediência nos leva a tropeçar na Palavra, 1 Pe 2.8, "E uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados".
b) A desobediência atrai sobre nós a ira de Deus, Ef 5.6, "Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência".
c) A desobediência é uma característica do ímpio e não do filho de Deus, Tt 1.16, "Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra".” (ibvir)
SÍNTESE DO TÓPICO III
Saul não sabia esperar, assim, esta característica contribuiu para a sua rejeição.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
“A coroa da Submissão. O Antigo Testamento oferece um contraste nos estilos de liderança. Saul representa a rebeldia; Davi personifica a submissão. Dois reis, duas coroas, dois estilos: um é exaltado, o outro, extinto. O rei Saul é rejeitado e esquecido no pó da história. Porém Davi, três mil anos mais tarde, continua nas manchetes. Ainda chamamos Jerusalém ‘Cidade de Davi’, a cidade do rei. A rebelião reflete insegurança. Quando nos submetemos, porém, damos uma firme impressão de calma e força. Howard Butt também escreve: ‘A coroa da liderança cristã é uma coroa de espinhos brilhantes. A coroa da revolução se desintegra. A coroa da submissão é exaltada” (DORTCH, Richard W. Orgulho Fatal: Um ousado desafio a este mundo faminto de poder. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.160).
CONCLUSÃO
O que é ter sucesso no ministério? É ter agenda concorrida? Um estilo de vida confortável? Não. O sucesso do ministério não está somente em ser separado para um cargo, mas sim na obediência completa ao Deus da Palavra. Assim, Salomão escreveu: “é melhor o fim das coisas, do que seu princípio” (Ec 7.8). Que Deus nos ajude a obedecer e a viver para sua glória!
- Notemos três erros cometido por Sal que o levaram à rejeição por Deus:
(1) deixou de cumprir a palavra de deus (1Sm 15.1-9);
(2) lançou sobre os outros a sua responsabilidade (1Sm 15.14-21), e
(3) faltou sinceridade para um verdadeiro arrependimento (1Sm 15.24-31).
Com Saul notamos que tão rápida quanto sua subida, foi a sua descida e sua queda; menosprezou a Palavra do Senhor. Se quisermos manter a nossa posição e galgar novos degraus, devemos estar atentos à Palavra de Deus ((Js 1.7-8). Nas palavras do Rev Hernandes Dias Lopes: “O que distinguiu Saul de seu sucessor Davi, não foi o pecado. Ambos pecaram contra Deus. A diferença é que Davi quando foi confrontado, arrependeu-se; Saul tornou-se mais endurecido”.
PARA REFLETIR
A respeito de “A Rebeldia de Saul e a Rejeição de Deus”, responda:
1. Defina rebeldia.
A rebeldia é caracterizada como um ato de resistência; é opor-se a uma autoridade; por vezes se trata de uma obstinação em excesso.
2. Por que o cristão não pode viver na prática da rebeldia?
O cristão não pode viver na prática da rebeldia, visto que no seu ser há uma nova natureza implantada por Cristo Jesus (2 Co 5.17; 1 Pe 1.23).
3. Por que tudo dos amalequitas deveria ser destruído?
Tudo deveria ser destruído e banido, pois os amalequitas estavam sob o julgamento divino.
4. Qual o sentido da palavra “arrepender-se”?
A Palavra “arrepender-se”, oriunda do hebraico nacham, significa “sentir profundamente, lamentar”.
5. O que nos mostra a história de Saul?
Essa história nos mostra que devemos, irrestritamente, obedecer aos desígnios de Deus e servi-lo de todo o coração
Muito rica
ResponderExcluirGostei muito da história de Saul rica mesmo como pode uma pessoa sendo rei e ao mesmo tempo precisava das instruções do senhor
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