TEXTO ÁUREO “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados.”(Ef 4.1). VERDADE PRÁTICA A ...
TEXTO ÁUREO
“Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados.”(Ef 4.1).
VERDADE PRÁTICA
A unidade na Igreja depende de que os crentes evidenciem no cotidiano a humildade, a mansidão e a longanimidade.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Ef 4.1,2
A unidade da igreja é a consequência de um viver humildade, manso e longânimo
Terça - Fp 2.5-8
Jesus Cristo, a maior expressão de humildade
Quarta - Mt 11.29
Jesus Cristo, manso e humildade de coração
Quinta - Gl 2.20
A mansidão se revela quando Cristo vive em nós
Sexta - Sl 86.15; Na 1.3
Se não fosse a longanimidade do Senhor, o que seria de seu povo?
Sábado - 1 Co 1.10
A unidade dos cristãos leva a um mesmo pensamento e parecer
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 4.1-4; Colossenses 1.9-12
Efésios 4
1 - Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,
2 - Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
3 - Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.
4 - Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação.
Colossenses 1
9 - Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual;
10 - Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus;
11 - Corroborados em toda a fortaleza, segundo a força da sua glória, em toda a paciência, e longanimidade com gozo;
12 - Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz.
HINOS SUGERIDOS: 173, 290, 482 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Mostrar que a unidade na Igreja de Cristo é o resultado da humildade, mansidão e longanimidade na vida dos crentes.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I - Explicar que a humildade é uma virtude indispensável para a comunhão;
II - Enfatizar que a mansidão produz crentes que promovem a paz e a conciliação;
III - Frisar que a longanimidade capacita o crente a ser tolerante com as falhas alheias.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Independente do tempo de caminhada cristã é imprescindível rememorar que, além da importância dos dons espirituais e ministeriais para a edificação da Igreja, está o fruto do Espírito Santo manifesto por cada crente. Os dons, por mais relevantes que sejam, necessitam estar acompanhados de um caráter transformado, impregnado das características do Mestre Jesus Cristo. Dentre as quais, enfocaremos nesta lição a humildade, a mansidão e a longanimidade. Além de tais virtudes na individualidade evidenciarem uma genuína comunhão com o Salvador, na coletividade reverberam uma convivência madura, pacífica e com legítima unidade do seu Corpo.
INTRODUÇÃO
Após concluir a oração intercessória em favor da Igreja e, ao mesmo tempo, estimular os cristãos a viverem para a glória de Deus (3.16-21), o apóstolo passa a enfatizar a necessidade da unidade dos crentes (4.1-16). Assim, nesta lição, estudaremos as virtudes fundamentais – humildade, mansidão e longanimidade – que levam a igreja a viver uma perfeita unidade conforme a Palavra de Deus.
- Hernandes Dias Lopes citando Warren Wiersbe, em Comentário bíblico expositivo (p. 44), diz: “Todas as cartas de Paulo contêm equilíbrio entre teologia e vida, doutrina e dever. Essa carta não é diferente. Os três primeiros capítulos lidam com doutrina, nossas riquezas em Cristo, enquanto os últimos três explanam o dever, nossas responsabilidades em Cristo. A palavra- chave nesses últimos três capítulos é andar: 1) andar em unidade (4.1-16); 2) andar em pureza (4.17—5.17); 3) andar em harmonia (5.18—6.9); 4) andar em vitória (6.10-24).” (Lopes, Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo / Hernandes Dias Lopes. — São Paulo: Hagnos, 2009. Pág. 99). William Barcklay escreve poeticamente sobre esta passagem de Efésios: “Quando alguém ingressa em uma sociedade ou fraternidade assume a obrigação de viver certo tipo de vida: e se não o faz, obstaculiza os fins da sociedade e traz descrédito ao nome da mesma. Paulo pinta aqui o quadro da vida que deve que viver o membro da Igreja cristã.” (Efésios - William Barclay, Pág. 85). Existem cinco grandes conceitos da fé cristã (humildade, mansidão, longanimidade, amor e unidade), nesta lição, ateve-se a três destas virtudes fundamentais – humildade, mansidão e longanimidade. Vamos pensar maduramente a nossa fé cristã?
PONTO CENTRAL
A genuína unidade da Igreja é o resultado da humildade, mansidão e longanimidade de cada crente.
I – PARA HAVER UNIDADE É PRECISO HUMILDADE
A humildade é uma virtude imprescindível para o fortalecimento da comunhão cristã. Espera-se que os crentes sejam humildes não somente diante de Deus, mas também entre eles.
1. O modo digno do viver cristão.
A conduta geral do crente é o destaque dessa seção da Carta. O apelo apostólico é para que os crentes “andem de modo digno da vocação” (4.1), ou seja, a nossa conduta diária deve corresponder à chamada recebida para ser um membro do Corpo de Cristo, a Igreja. Isso pressupõe que o andar do cristão está diretamente relacionado com o nível de unidade que ele tem com Deus e com os irmãos. Nesse sentido, a fim de desenvolver essa unidade, o apóstolo Paulo apresenta três virtudes essenciais: a humildade, a mansidão e a longanimidade (4.2).
- “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados” (Ef 4.1) - Paulo fala também sobre a necessidade de se preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. A unidade é orgânica, mas precisa ser preservada. Frequentemente, "andar" é usado no Novo Testamento para se referir à conduta diária. Ele estabelece o tema para os três capítulos finais. "Digno" tem a ideia de viver de modo compatível com a posição que a pessoa tem em Cristo. Paulo estimula seus leitores a ser tudo aquilo que o Senhor quer e lhes concede que sejam. Como sempre nas epístolas, chamados diz respeito ao chamado soberano para a salvação (Rm 1.7). O chamado efetivo que salva é mencionado em no capítulo 1.18 da Carta ( Rm 11.29; ICo 1.26; Fp 3.14; 2Ts 1.11; 2Tm 1.9; Hb 3.1).
2. A humildade.
Para os povos pagãos a humildade não era uma virtude; pelo contrário, era considerada uma atitude negativa, fraqueza de caráter e falta de amor próprio. Na vida de Cristo é que a humildade aparece como virtude, pois Ele “não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” (Fp 2.6,7). No Evangelho de João, nosso Senhor lavou os pés dos apóstolos dando o exemplo de humildade (Jo 13.13-15), mas não de uma humildade movida pela falsa aparência (Is 32.6; Mt 23.28), e sim de uma ação que reconhece a importância e o valor do outro (Fp 2.3).
Não há quem possa desenvolver tal conduta sem que o Espírito Santo o transforme.
- O termo para humildade é ταπεινοφροσυνη - tapeinofrosyne, e é uma palavra que em realidade foi cunhada pela fé cristã. No grego daqueles dias, a palavra remetia à baixeza. Foi Basílio, bispo de Cesaréia, quem descreveu a humildade como "o cofre adornado de pedras preciosas de todas as virtudes". “O mundo antigo considerava a humildade como algo abjeto, abominável, baixo, rasteiro, que deve ser desprezado, ao invés de ser buscado. Humildade, no conceito da antiguidade greco-romana, foi sempre usada com adjetivos de depreciação, tais como: sem reputação, escravo, servo, baixo e ignóbil” (Andar de Modo Digno da Vocação. Publicado em 5 de novembro de 2014 por IPSW. Disponível em: http://www.ipsw.org.br/andar-de-modo-digno-da-vocacao/. Acesso em: 9, Junho 2020). No Cristianismo, a humildade, tão desprezada como virtude pelos pagãos, colocou justamente em primeiro plano entre todas as virtudes cristãs; da humildade dependem e provêm todas as demais virtudes, e, importante, nossa humildade provém do nosso autoconhecimento. Ebehard Hahn, em sua obra “Cartas aos Eíésios, Filipenscs e Colossenses” (Editora Esperança), define humildade como “a renúncia à imposição de interesses pessoais” (Hahn, Ebehard. Cartas aos Efésios, Filipenses e Colossenses. Curitiba; Editora Esperança, 2006, p 77). É em Jesus Cristo que a humildade toma forma de virtude estrutural (que fundamenta todas as demais): Sua vida e morte foram serviço e sacrifício sem qualquer preocupação quanto à reputação (Fp 2.6).
3. A verdadeira humildade.
O que fica claro em Jesus e no ensino do apóstolo Paulo é que a pessoa humilde expressa a modéstia, em oposição ao orgulho e a arrogância (2 Co 12.20). Trata-se de uma postura que favorece o bem da coletividade no lugar do egoísmo (Jo 17.21-23). Assim, a verdadeira humildade coopera para a harmonia nos relacionamentos e promove a unidade no Corpo de Cristo (1 Co 12.25). Entretanto, é importante ressaltar que esta, e as demais virtudes, são produzidas pelo Espírito Santo que habita no crente (3.16). Não há quem possa desenvolver tal conduta sem que o Espírito Santo o transforme (Gl 5.16).
- É importante ressaltar que a primeira bem-aventurança cristã é justamente ‘ser humilde de espírito’ (Mt 5.3). Não é apenas ‘modéstia’ e ‘interesse pelo bem do próximo’ como expresso no comentário, mas remete ao espiritual, produzido pelo Espírito Santo. Humildade é o oposto da autossuficiência. Fala da profunda humildade de reconhecer a total falência espiritual daquele que se afasta de Deus e descreve aqueles que estão profundamente conscientes de sua própria perdição e desesperança à parte da graça divina (Mt 9.12; Lc 18.13). Jesus, introduzindo o maravilhoso Sermão do Monte, afirma que é daqueles que apresentam essa virtude, é deles é o reino dos céus! Jesus estava ensinando que o reino é um presente gracioso àqueles que reconhecem sua própria pobreza de espírito – esta é a verdadeira humildade! William Barclay diz que a humildade provém: “1) do conhecimento que temos de nós mesmos. Quem sabe que veio do pó, é pó e voltará ao pó não pode ser orgulhoso; 2) do confronto da própria vida com a vida de Cristo à luz das exigências de Deus. Quando reconhecemos que Cristo é santo e puro e somos desafiados a imitá-lo, então precisamos ser humildes; 3) da consciência de que somos criaturas totalmente dependentes de Deus. Não podemos viver um minuto sequer sem o cuidado de Cristo. Nosso dinheiro, saúde e amigos não podem nos valer. Não podemos pensar a respeito de nós mesmos além do que convém nem aquém (Rm 12.3). Cristo é o exemplo máximo de humildade: ele a si mesmo se esvaziou” (Barclay, William. Galatas e Efésios, p. 142,143).
SÍNTESE DO TÓPICO I
A virtude da humildade é produzida no crente por obra do Espírito Santo. Os humildes se portam com simplicidade e cooperam com a unidade da Igreja.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Um dos fatores imprescindíveis para um efetivo processo de ensino-aprendizagem é transmitir o conhecimento não apenas na teoria, mas também de forma prática. Assim o Mestre ensinava a Palavra, acompanhada de atitudes. Pergunte aos alunos se eles o enxergam como um exemplo de humildade, mansidão e longanimidade. Faça essa reflexão para concluir a aula na classe. Afirme que, evidentemente, até ao dia de nossa partida para a Eternidade necessitaremos melhorar. E esse é um dos propósitos de nos reunirmos na Escola Dominical. Que juntos possamos nos acolher e aprimorarmo-nos mutuamente, sem um ambiente de competições ou julgamentos.
II – PARA HAVER UNIDADE É PRECISO MANSIDÃO
A virtude da mansidão produz crentes capacitados a bem gerir os conflitos, promovendo paz e conciliação na igreja local.
- A mansidão é um aspecto do fruto do Espírito que parece esquecido em nossa cultura agressiva e egocêntrica. A mansidão é mal compreendida e subestimada na sociedade de extremos de hoje - onde muitas vezes as pessoas tendem a reagir com raiva ou a reagir passivamente. Talvez por ser associada equivocadamente à fraqueza, hoje a maioria não admira os outros por serem "mansos". O Dicionário Online de Português PRIBERAM define assim: 1. Qualidade de manso. 2. Brandura de .gênio. 3. Quietação. 4. Lentidão, vagar (no .atuar). ("mansidão", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/mansid%C3%A3o. Consultado em 27-02-2017). Nem uma só destas palavras se aplica a Jesus Cristo ou mesmo a Moisés, que a Bíblia afirma que " E era o homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra." (Nm 12.3). Esses termos descrevem o rei guerreiro Davi, um homem muito amado por Deus? Ou Paulo, o apóstolo incansável, que corajosamente enfrentou perseguições perigosas e dolorosas? Não, porém, uma vez que compreendemos o que é a mansidão bíblica, podemos facilmente ver que esses homens eram de fato mansos. A mansidão, sendo um aspecto do fruto do Espírito, é um atributo do próprio Deus Todo-Poderoso e importante para o nosso ser conformado à Sua imagem e um verdadeiro testemunho de nossa regeneração. De fato, essa característica determinará em grande parte quanta paz e satisfação estão em nossas vidas e quão bem nós fazemos durante as provações.
1. Mansidão: um fruto do Espírito.
A palavra “mansidão” transmite o conceito de “ternura”, “gentileza”, “cortesia” e “paciência” (1 Co 4.21; 2 Co 10.1; 2 Tm 2.25). Essa qualidade é listada nas Escrituras como um dos aspectos do fruto do Espírito (Gl 5.22). A mansidão é um estado que deriva da humildade. O termo indica moderação nas ações, bom trato para com o semelhante e ausência de precipitação. A expressão retrata o caráter de Cristo conforme o Senhor mesmo disse: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29).
- Seguindo-se a humildade, vem a mansidão, segunda das grandes virtudes cristãs, do grego prautes, traz a ideia de controle, manso é aquele cuja força está sob controle. É a qualidade de uma personalidade forte que, mesmo assim, é senhora de si mesma e serva de outras pessoas. É a mansidão e que nós traduzimos por "doçura". William Barclay afirma: “Aqui temos, pois a segunda grande virtude cristã e a segunda característica importante do verdadeiro membro da Igreja. É o homem tão dominado por Deus que se ira sempre no momento oportuno e jamais fora de tempo; é o homem em quem morreu o eu e para quem toda a vida está dirigida e dominada por Deus; é o cavalheiro de Deus. (Efésios William Barclay. Pág 89)
2. Grandes exemplos de mansidão: Moisés e Jesus Cristo.
Moisés foi reconhecido como o homem mais manso que havia sobre a terra (Nm 12.3). Essa reputação se deu em virtude de o legislador, entre outros aspectos, não revidar nem guardar rancor quando foi atacado pessoalmente (Nm 12.1,2). Nessa mesma perspectiva, Jesus Cristo manteve o autocontrole enquanto era injustamente caluniado (Mt 12.14-21). E, durante seu julgamento, não pronunciou qualquer palavra contra seus acusadores (Mc 15.4,5). Assim, temos o exemplo da mansidão diante das mais difíceis circunstâncias.
- Como diz a Escritura, o fruto do Espírito é gerado pelo próprio Espírito Santo em cada crente, moldando-lhe para que seja semelhante a Cristo, o nosso exemplo perfeito. O Ver Hernandes Dias Lopes escreve: “Abraão é um exemplo de mansidão. Ele deixou Ló fazer a melhor escolha (Gn 13.7-18). A mansidão é poder sob controle. E a virtude daqueles que não perdem o controle. Moisés era manso e, no entanto, veja quão tremendo poder ele exerceu. Jesus era manso e virou a mesa dos cambistas” (Efésios — Igreja, a noiva gloriosa de Cristo, pág 103).
3. A verdadeira mansidão.
Pessoas com essa virtude são disciplinadas e capacitadas a perseverar na perseguição (Rm 12.12-14), não revidam os maus-tratos sofridos, não se apressam a emitir juízo (Rm 12.17-19), não cedem às provocações nem dão espaço para ressentimentos (Hb 12.15). Essa virtude não significa fraqueza ou inferioridade; pelo contrário, indica o mais seguro controle emocional. Assim, mansidão trata da submissão do homem para com Deus e sua Palavra (Tg 1.21). É a presença do Espírito Santo propiciando suavidade e domínio próprio (Rm 8.10).
- A palavra grega prautes era usada no grego clássico com o bom sentido de suavidade de tratamento ou docilidade de caráter. Uma pessoa mansa é aquela que não insiste em seus direitos nem reivindica sua própria importância ou autoridade. Na verdade, uma pessoa mansa renuncia a seus direitos. Uma pessoa mansa prefere, antes, sofrer o agravo do que o infligir (1Co 6.7). O propósito de Deus é que sejamos modelados à semelhança de Cristo, para que sejamos perfeitos. Ninguém jamais foi amável, longânimo, bondoso, temperado, humilde e manso como o Senhor Jesus Cristo. O verdadeiro manso mantém a sua postura, orquestrada pelo Espírito Santo, em toda e qualquer situação. Não há nada que tire o manso de sua postura, pois quanto maiores forem os insultos, maior será o testemunho de mansidão e humildade refletido na vida do verdadeiro cristão.
4. Mansidão pressupõe conciliação.
O comportamento conciliador é a demonstração prática da conduta de quem possui mansidão por meio de uma postura equilibrada diante de circunstâncias adversas (1 Pe 2.23). Ele transmite a ideia de pacificação, um meio harmonioso de administrar os conflitos (2 Co 2.10). Se todos os crentes de cada igreja desenvolvessem a virtude da mansidão o espírito conflituoso desapareceria. Em lugar de sentimento faccioso, eles apresentariam um espírito manso e conciliador (1 Co 1.10).
- Mansidão, um produto inevitável da humildade, diz respeito àquele que é manso de espírito e que tem domínio próprio (Mt 5.5; 11.29; Gl 5.23; Cl 3.12). Jesus era simples, humilde e dócil (Mt 11.29). As pessoas tinham prazer em estar ao seu lado. É muito difícil estar ao lado de pessoas altivas. Em geral, os altivos gostam de pelejas, pois acreditam que estão sempre com a razão e que são os donos da verdade. Você conhece alguém assim? Então, ore por ele(a) para que venha a se arrepender, ser cheio do Espírito Santo e desenvolver o fruto do Espírito.
- É perfeitamente apropriado que na Bíblia o Espírito Santo seja simbolizado pela pomba, Jesus pelo cordeiro e os Seus seguidores sejam simbolizados pela ovelha. Todos esses são símbolos que falam de mansidão – o fruto espiritual da mansidão. De todos os atributos que estamos analisando, provavelmente esse é o mais difícil de definir, porque estamos falando de uma atitude interior e não de algum ato externo. Mansidão ou o Amor Humilde é a característica que se opõe ao orgulho e tem a ver com humildade, mas não com passividade. Como já dito, consiste em moderação, paz e submissão, sem qualquer ideia de fraqueza ou sentimento de inferioridade. Nada há de covardia na mansidão. Na Bíblia vemos que ela está relacionada com coragem, fortaleza moral e resolução. Moisés era homem muito manso; mas, ao mesmo tempo estava sempre pronto a agir em momentos difíceis. É o Espírito Santo que age permitindo que os crentes sejam muito mais mansos e gentis do que jamais poderiam ser, como Paulo mostra em sua carta às igrejas da Galácia. Paulo sabia que os crentes haviam retrocedido e demonstravam atitudes hostis e conflitos pessoais. Ele escreveu: "Mas se vocês se mordem e se devoram uns aos outros, cuidado para não se destruírem mutuamente" (Gl 5.15). Ele os exortou a "por meio do amor, servirem uns aos outros" (Gl 5.13), lembrando-lhes: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Gl 5.14). Somos instruídos a vestir-nos com mansidão. Isto é algo que devemos buscar ativamente (1Tm 6.11), e usar como uma vestimenta divina. Paulo disse à igreja Colossense para “Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência”. (Cl 3.12); A mansidão produzida pelo Espírito Santo não é uma característica natural da personalidade, nem é ser omisso ou passivo diante dos problemas, tampouco ser uma pessoa que não tem opinião própria ou vive em cima do muro. Esse amor humilde, que só o Espírito pode gerar em nós por meio da Sua graça, é manifesto na nossa vida quando somos completamente submissos à Palavra de Deus (Tg 1.21,22).
SÍNTESE DO TÓPICO II
A mansidão também é virtude produzida pelo Espírito Santo. Os mansos são pacíficos e impedem a proliferação de conflitos na Igreja.
CONHEÇA MAIS
*A Mansidão de Jesus
“E. Stanley Jones descreve este aspecto do ministério de Jesus nos termos de ‘o terrível manso’, que tem grande poder e determinação e serviço compassivo. Os mansos são terríveis porque não podem ser comprados ou vendidos; seu serviço aos outros dura mais que o tirano valentão”. Para saber mais leia: Comentário Bíblico Pentecostal NT, CPAD, p.38.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
Neste tópico é válido refletir que podemos observar nas Sagradas Escrituras exemplos de homens e mulheres de Deus com personalidades e temperamentos distintos, contudo, com a submissão ao Senhor como um fator comum entre eles. Assim, conscientize os alunos que, da mesma maneira, há hoje na igreja pessoas mais sanguíneas, outras mais fleumáticas, coléricas ou melancólicas. Mas todas elas têm o compromisso comum de crucificarem a carne e andarem no Espírito. Portanto, ainda que para alguns a mansidão pareça um desafio maior que para outros, todos temos de buscar incessantemente esta virtude produzida pelo Espírito Santo naqueles que o recebem.
III – PARA HAVER UNIDADE É PRECISO LONGANIMIDADE PARA O EXERCÍCIO DO PERDÃO
A virtude da longanimidade capacita o crente a ser tolerante com os erros alheios, e assim liberar o perdão aos ofensores.
1. Longanimidade: um fruto do Espírito.
Longanimidade tem o sentido de “paciência”, “tolerância” e “constância” (1 Pe 3.20; 2 Pe 3.9; Cl 3.12,13). É mais um dos aspectos do fruto do Espírito desenvolvido no crente (Gl 5.22). Em termos gerais essa virtude significa tolerar pacientemente a má conduta dos outros (1 Co 6.1-6), tanto que a Bíblia nos ensina a ser “pacientes na tribulação” (Rm 12.12). Assim, suportar os erros dos outros e as adversidades da vida são o lado prático da paciência, pois o próprio Deus é descrito como “longânimo” e “tardio em irar-se” (Sl 86.15; Na 1.3). Contudo, o exercício da paciência requer a virtude do amor, que é o princípio basilar de todas as ações do crente salvo por Cristo (1 Co 13.1-7).
[...] O exercício da paciência requer a virtude do amor, que é o princípio basilar de todas as ações [...].
- A terceira grande qualidade do cristão é a paciência. O termo grego é makrothymia. A palavra grega significa, literalmente, resistência, e refere-se à uma paciência resoluta que é uma consequência natural da humildade e da mansidão (1Ts 5.14; Tg 5.10). William Barclay afirma que este substantivo grego juntamente com o verbo makro- thymein são palavras tipicamente cristãs por descreverem uma virtude que, para os gregos daqueles dias, não era considerada uma virtude. Paciência é a atitude de nunca revidar, aguentar com paciência pessoas provocadoras. Crisóstomo dizia que paciência é o espírito que tem o poder de vingar-se, mas nunca o faz. É a pessoa que aguenta o insulto sem amargura nem lamento. O amor tudo suporta!
2. Suportando uns aos outros.
Durante a nossa jornada cristã nos depararemos com múltiplas situações de hostilidade (At 14.22). São nesses momentos conflituosos na igreja que devemos “suportar uns aos outros em amor” (4.2). A expressão indica que, infelizmente, teremos de enfrentar excessos cometidos em nosso meio, como as provocações alheias e atitudes carnais. Estas são comparadas a um “fardo” que devemos suportar por meio da prática do amor.
- Humildade, mansidão e longanimidade refletem-se no amor paciente pelos outros, o qual é contínuo e incondicional (1Pe 4.8). “Paulo estava preso em Roma, mas seu coração estava livre de mágoa. Em vez de extravasar ressentimento, exorta os crentes a viverem de modo digno de sua vocação, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando uns aos outros em amor. Dentre as várias exortações do apóstolo, uma merece destaque: devemos suportar uns aos outros em amor. O que isso significa? Não significa apenas que devemos tolerar pacientemente aqueles que se opõem a nós. Não significa que devemos ser passivos e aguentar calados as injustiças sofridas. Significa mais do que isso. Significa que devemos servir de suporte para os nossos irmãos em suas fraquezas. Significa que devemos servir de coluna de sustentação para aqueles que, além de fracos, nos hostilizam. Nossa atitude não deve ser só passiva, deixar de pagar o mal com o mal. Nossa postura precisa ser positiva e proativa. Devemos abençoar quem nos persegue, orar pelos nossos inimigos e servir de amparo para os que estão sem vigor. Esse suporte, porém, não deve ser dado com murmuração ou indiferença, mas em amor. Assim como Deus nos assiste em nossas fraquezas, devemos, também, ser mourões de sustentação para os fracos. Assim como Deus nos ampara com seus braços eternos, devemos, também, servir de suporte para os que caminham trôpegos”. (Fonte: Devocionário Cada Dia - Hernandes Dias Lopes).
3. O perdão como premissa do amor.
O amor é um atributo divino (1 Jo 4.8), o principal aspecto do fruto do Espírito (Gl 5.22). É uma virtude altruísta que nos conduz a tratar aos outros como gostaríamos de ser tratados (Mt 7.12). Desse modo, a tolerância entre irmãos em Cristo deve ser mútua, isto é, amando “ardentemente uns aos outros, com um coração puro” (1 Pe 1.22), perdoando e sendo perdoado. Quando esse estilo de vida é adotado pelos crentes, acabam-se as disputas na igreja.
- Uma das diversas palavras gregas para amor, ágape, é o amor voluntário, referindo-se não à afeição emocional, atração física, ou laço familiar, mas ao respeito, devoção e afeição que conduz ao serviço voluntário e altruísta (Jo 15.13; Rm 5.8; 1Jo 3.16-17). Esse tipo de amor exige que o cristão coloque o bem espiritual do outro acima de seus próprios desejos, a despeito de ser tratado de maneira indelicada e desagradável ou até com hostilidade (1C o 13.4-7; Fp 2.1-4).
SÍNTESE DO TÓPICO III
A longanimidade é qualidade produzida pelo Espírito que capacita o crente a suportar as ofensas sofridas e ainda perdoar o ofensor.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
Neste tópico podemos refletir que muito melhor é o homem paciente que o guerreiro, mais vale controlar as emoções e os ímpetos do que conquistar toda uma cidade (cf. Pv 16.32). Sábio é o homem que consegue controlar seu gênio, e sua grandeza está em ser generoso e perdoador com quem o ofende (cf. Pv. 19.11). É o que se amplia no seguinte texto: “O autocontrole é superior à conquista. O sucesso nos negócios, nos estudos, ministério e na vida familiar pode ser arruinado por uma pessoa que perde o controle de seu temperamento. Assim sendo, o autocontrole é uma grande vitória pessoal. Quando sentir que está prestes a explodir, lembre-se que o descontrole pode ocasionar a perda daquilo que você mais deseja” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, pp.853-54).
CONCLUSÃO
Vimos o convite de Paulo aos crentes para um viver digno de uma perfeita unidade. Para garanti-la, mostramos que algumas virtudes são essenciais: a humildade, que fortalece a unidade; a mansidão, que gere os conflitos; a longanimidade, que suporta os erros alheios. Quando os crentes vivem essas virtudes, as dissensões desaparecem e o nome de Jesus Cristo é glorificado (Mt 5.16; 1 Co 1.10).
- Neste texto estudado é importante concluir afirmando que, o apóstolo Paulo está falando de unidade, não de uniformidade. Não custa lembrar que, esta unidade vem do interior, é uma graça espiritual, enquanto uniformidade é resultado de pressão exterior. Como uma corda que junta estas importantes virtudes cristãs, esta unidade, que não é imposta por força exterior, senão que, pela virtude do poder do Espírito Santo que habita o crente, procede de dentro do organismo da igreja.
PARA REFLETIR
A respeito de “Atributos da Unidade da Fé: Humildade, Mansidão e Longanimidade”, responda:
• Qual é o apelo apostólico?
O apelo apostólico é para que os crentes “andem de modo digno da vocação” (Ef 4.1).
• Onde que a humildade aparece como virtude?
Na vida de Cristo que a humildade aparece como virtude, pois Ele “não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo” (Fp 2.6,7).
• Que conceitos a palavra “mansidão” transmite?
A palavra “mansidão” transmite os conceitos de “ternura”, “gentileza”, “cortesia” e “paciência”.
• Cite os dois grandes exemplos de mansidão na Bíblia.
Moisés e Jesus Cristo.
• Qual é o sentido de longanimidade?
Longanimidade tem o sentido de “paciência”, “tolerância” e “constância”.
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