Lição 13 – 29 de Setembro de 2013 - CPAD O Sacrifício que Agrada a Deus TEXTO ÁUREO "Eu te oferecerei voluntariament...
Lição 13 – 29 de Setembro de 2013 - CPAD
O Sacrifício que Agrada a Deus
TEXTO ÁUREO
"Eu te oferecerei voluntariamente sacrifícios; louvarei o teu nome, ó Senhor, porque é bom" (Sl 54.6).
VERDADE PRÁTICA
Ajudando os nossos irmãos, contribuímos para a obra de Deus, e, ao Senhor, oferecemos a mais pura ação de graças.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.14-23
14 - Todavia, fizestes bem em tomar parte na minha aflição.
15 - E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente.
16 - Porque também, uma e outra vez, me mandastes o necessário a Tessalônica.
17 - Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que aumente a vossa conta.
18 - Mas bastante tenho recebido e tenho abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus.
19 - O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.
20 - Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória para todo o sempre. Amém!
21 - Saudai a todos os santos em Cristo Jesus. Os irmãos que estão comigo vos saúdam.
22 - Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César.
23 - A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém!
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Um investimento. Paulo considera a oferta missionária dos filipenses um investimento que lhes seria extremamente lucrativo. O verbo "associar" corresponde ao termo "com unhão". Nesse acordo, a igreja deu riquezas materiais a Paulo e recebeu riquezas espirituais do Senhor. É o Senhor quem cuida da contabilidade e jamais sonegará dividendos espirituais. A igreja que não compartilha com outros suas riquezas materiais é uma igreja pobre.
Um sacrifício. Para o apóstolo, a oferta também é um sacrifício espiritual colocado sobre o altar para a glória de Deus. A vida cristã tem certos "sacrifícios espirituais" (ver 1 Pe 2:5). Devemos entregar o nosso corpo como sacrifício espiritual (Rm 12:1, 2) e também o louvor de nossos lábios (Hb 13:1 5). As boas obras são um sacrifício para o Senhor (Hb 13:16), como também o são as almas perdidas que temos o privilégio de ganhar para Cristo (Rm 15:16). Aqui, Paulo vê os cristãos filipenses como sacerdotes, entregando suas ofertas como sacrifícios ao Senhor. Lembrando das palavras de Malaquias 1:6-14, devemos apresentar ao Senhor o que temos de melhor.
No entanto, Paulo não considera essa oferta uma dádiva apenas dos filipenses. Para ele, é o suprimento divino de suas necessidades. O apóstolo depositava sua confiança no Senhor. Há um contraste interessante entre Filipenses 4:18 e 19, e podemos parafrasear a declaração do apóstolo da seguinte maneira: "Vocês supriram a minha necessidade, e Deus suprirá a sua necessidade. Vocês supriram uma das minhas necessidades, mas meu Deus proverá todas as suas necessidades. Vocês contribuíram apesar da sua pobreza, mas Deus suprirá suas necessidades usando das riquezas da glória dele!"
Deus não prometeu suprir nossa ganância. O filho de Deus que vive de acordo com a vontade de Deus, servindo para a glória de Deus, tem todas as necessidades supridas. Hudson Taylor costumava dizer: "Quando a obra de Deus é realizada à maneira de Deus e para a glória de Deus, nunca falta a provisão de Deus".
Um jovem pastor assumiu o ministério em uma igreja acostumada a levantar os fundos necessários para as despesas anuais por meio de jantares, bazares e outros eventos do gênero. Deixou claro para o conselho da igreja que ele não concordava com esse procedimento.
- Vamos orar e pedir que Deus supra todas as necessidades - sugeriu. - No final do mês, paguem todas as contas e deixem meu salário por último. Se não houver dinheiro suficiente para me pagar, ficarei sem salário, mas a igreja não será prejudicada. Creio, porém, que haverá o suficiente e que ninguém passará necessidade.
O conselho imaginou que seria o fim daquele pastor e da igreja. No entanto, todas as contas foram pagas todos os meses e, no final do ano, pela primeira vez em muito tempo, ainda havia dinheiro no caixa.
O contentamento é resultante de recursos adequados. Nossos recursos são a providência de Deus, o poder de Deus e as promessas de Deus. Esses recursos capacitaram Paulo para lidar com tudo o que a vida exigiu dele e podem fazer o mesmo por nós.
Fonte: Comentários Bíblicos Warren W. Wiersbe
INTERAÇÃO
Professor, com a graça de Deus chegamos ao final de mais um trimestre. Durante os encontros dominicais você e seus alunos, com certeza foram edificados, exortados e consolados por intermédio da Epístola aos Filipenses. Paulo foi um homem que colocou sua vida a disposição do Mestre. Seu ministério esteve sempre em primeiro lugar. Muitos foram os sacrifícios que este abnegado servo de Deus teve que fazer para que o Evangelho chegasse até aos confins da terra. Nem mesmo a prisão foi capaz de impedi-lo de levar as boas novas aos perdidos. Ele pregou, ensinou e fez muitos discípulos, mesmo estando no cárcere. Paulo padeceu muito, todavia ele ensinou os crentes de Filipos e a nós também a termos uma vida cristã feliz. Sigamos o seu exemplo!
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Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Compreender como foi a participação da igreja de Filipos nas tribulações de Paulo.
Explicar o ato de reminiscência entre Paulo e os filipenses.
Analisar a oblação e a generosidade dos filipenses.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para o encerramento do trimestre reproduza o quadro abaixo conforme as suas possibilidades. Utilize-o ao concluir a lição. Apresente aos seus alunos alguns temas importantes que encontramos na Epístola aos Filipenses. Conclua perguntando à classe o que eles aprenderam de mais significativo durante o trimestre e o que gostariam de relatar para toda a classe.
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TEMAS IMPORTANTES ENCONTRADOS NA EPÍSTOLA AOS FILIPENSES
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TEMA
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EXPLICAÇÃO
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IMPORTÂNCIA
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Autossacrifício
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Cristo sofreu e morreu para que pudéssemos ganhar a vida eterna. Com coragem e vigor, Paulo se sacrificou por seu ministério.
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Cristo nos dá poder para deixar de lado as nossas necessidades e preocupações pessoais. Não devemos nos atrever a ser egoístas
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Unidade
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Em cada igreja, em cada geração, aparecem influências decisivas (questões de lealdade e conflitos). Paulo encorajou os filipenses a se entenderem, a deixarem de se queixar e a trabalharem em conjunto.
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Sendo crentes, não devemos discutir com nossos companheiros, mas nos unir contra nosso inimigo comum. Quando estamos unidos pelo amor, a força de Cristo se torna mais abundante.
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Vida Cristã
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Paulo nos mostra como viver uma vida cristã feliz. Cristo é, ao mesmo tempo, nossa fonte de poder e o nosso guia.
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O desenvolvimento do nosso caráter começa com a obra que Deus realiza em nós. Mas o crescimento também exige autodisciplina, obediência à Palavra de Deus e concentração de nossa parte.
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Alegria
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Não importa o que venha a acontecer, os crentes podem ter profunda alegria, serenidade e paz. Essa alegria vem do conhecimento pessoal de Cristo e da dependência de sua força, em vez da nossa.
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Podemos sentir alegria mesmo nos infortúnios. A alegria não se origina de circunstâncias exteriores, mas da força interior. Sendo cristãos, não devemos confiar no que temos ou experimentamos, mas no Cristo que está dentro de nós.
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PALAVRAS-CHAVES
Oblação: Oferta sacrificial comestível; na lição é oferta que os filipenses entregaram ao apóstolo Paulo.
Além de apresentar assuntos de ordem doutrinária, a Epístola aos Filipenses destaca a gratidão e a alegria do apóstolo Paulo. Nela, temos uma das mais belas expressões de amor, confiança e contentamento de toda a Bíblia. Na última lição deste trimestre, veremos Paulo apresentando a assistência que recebera dos filipenses como oferta de amor e sacrifício agradável a Deus.
O apóstolo descreve o quanto o seu coração se aqueceu com a demonstração de amor e carinho dos filipenses. No final da epístola, ele revela a sua total confiança na suficiência de Cristo, pois esta lhe concedeu força para desenvolver o seu ardoroso ministério.
I. A PARTICIPAÇÃO DA IGREJA NAS TRIBULAÇÕES DE PAULO (4.14Todavia, fizestes bem em tomar parte na minha aflição.)
1. Os filipenses tomam parte nas aflições do apóstolo. Paulo via a participação dos filipenses em suas tribulações como o agir de Deus para fortalecer o seu coração. A expressão "tomar parte" (v.14) sugere a ideia de "partilhar com, ou coparticipar de". A igreja de Filipos estava participando das aflições e tribulações com o apóstolo. Ela sentia as agruras de sua prisão. Por outro lado, o apóstolo sentia-se abençoado por Deus pelo fato de ser lembrado com tamanho amor e ternura pela comunidade cristã filipense.
2. O exemplo da igreja após o Pentecostes. A igreja de Filipos vivia a mesma dimensão de serviço da comunidade de Jerusalém nos dias de Pentecostes (At 2.45-47). Com o seu exemplo, os filipenses nos ensinam que "tomar parte", ou "associar-se", nas tribulações de nossos irmãos é mostrar-se amorosamente recíproco. Ou seja: devemos nos amar uns aos outros, pois assim também Cristo nos amou.
3. O padrão de amor para a Igreja. O amor dos filipenses para com o apóstolo Paulo mostra-nos que esse deve ser o padrão de nosso cotidiano: a generosidade no repartir constitui-se em "sacrifícios que agradam a Deus" (Hb 13.16).
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
A igreja de Filipos vivia a mesma dimensão de serviço da comunidade de Jerusalém nos dias de Pentecostes.
II. REMINISCÊNCIA: O ATO DE DAR E RECEBER (4.15-17 15 E bem sabeis também vós, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente. 16 Porque também, uma e outra vez, me mandastes o necessário a Tessalônica. 17 Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que aumente a vossa conta.)
1. Paulo relembra o apoio dos filipenses. O versículo 15 destaca a generosidade dos crentes filipenses em relação a Paulo. Mesmo sendo uma igreja iniciante e pobre, assim que tomou conhecimento das necessidades do apóstolo, a comunidade de fé de Filipos o apoiou integralmente (v.16). Com isso, os filipenses tornaram-se cooperadores do apóstolo na expansão do Reino de Deus até aos confins da terra. É por isso que Paulo não podia esquecer do amor que lhe demonstraram os crentes daquela igreja.
2. O necessário para viver. O versículo 16 revela-nos outro grande fato. Enquanto o apóstolo estava em Tessalônica, a igreja em Filipos continuava a enviar-lhe "o necessário" à sua subsistência. No ato de "dar e receber", os filipenses participavam do ministério de Paulo, pois não tinham em mente os seus interesses, mas as urgências do Reino de Deus.
Por outro lado, Paulo não se deixava cair na tentação do dinheiro. As ofertas que ele recebia eram aplicadas integralmente na Obra Missionária. O apóstolo bem sabia da relação perigosa que há entre o dinheiro e a religião (1 Tm 6.10,11). Tal atitude leva-nos a desenvolver uma consciência mais nítida quanto às demandas do Reino. Fujamos, pois, das armadilhas das riquezas deste mundo, pois, como disse o sábio Salomão, "quem ama o dinheiro, jamais dele se farta" (Ec 5.10).
3. "Não procuro dádivas". Para o apóstolo, a oferta que lhe enviara a igreja em Filipos tinha um caráter espiritual, pois ele não andava a procura de "dádivas" (v.17). Quem vive do ministério deve aprender este princípio áureo: o ministro de Deus não pode e não deve permitir que o dinheiro o escravize. No final de tudo, o autêntico despenseiro de Cristo deve falar com verdade: "Não procuro dádivas"! Sua real motivação tem de ser o benefício da igreja de Cristo. Assim agia Paulo. Ele dava oportunidade aos filipenses, a fim de que exercessem a generosidade, tornando-os seus cooperadores na expansão do Reino de Deus (v.17 cf. Hb 13.16).
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
Paulo não caiu na tentação do dinheiro. As ofertas que ele recebia eram aplicadas integralmente na Obra Missionária.
III. A OBLAÇÃO DE AMOR E SAUDAÇÕES FINAIS (4.18-23 18 Mas bastante tenho recebido e tenho abundância; cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus. 19 O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus. 20 Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória para todo o sempre. Amém! 21 Saudai a todos os santos em Cristo Jesus. Os irmãos que estão comigo vos saúdam. 22 Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César. 23 A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém!)
1. A oblação no Antigo Testamento. A palavra "oblação" está relacionada à linguagem proveniente do sistema sacrifical levítico. O termo remete-nos a estas expressões: "cheiro de suavidade" e "sacrifício agradável e aprazível" (v.18). E estas, por sua vez, estão relacionadas às "ofertas de consagração" a Deus identificadas como "holocaustos" (Lv 1.3-17), "oferta de manjares" (Lv 2; 6.14-23), oferta de libação e oferta pacífica (Nm 15.1-10).
Portanto, quando falamos de oblação, referimo-nos a uma oferta sacrifical comestível - azeite, flor de farinha etc. Uma parte era queimada para memorial e a outra direcionada ao consumo dos sacerdotes (Lv 2.1-3).
2. A oblação e a generosidade dos filipenses. Paulo encara como verdadeira oblação a assistência que lhe ofereciam os filipenses. Tais ofertas eram-lhe como um "cheiro suave, como sacrifício agradável a Deus" (v.18). Assim, tendo em vista a generosidade praticada pelos filipenses, Paulo declara com plena convicção: "O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus" (v.19).
A expressão "o meu Deus" aponta para aquEle que haveria de suprir não somente as suas necessidades, como também as dos filipenses e também as nossas. Aleluia!
3. Doxologia. Os versículos 20 a 23 trazem a saudação final do apóstolo à igreja em Filipos. E, como podemos observar, Paulo não poderia concluir a sua carta de forma mais adequada: "A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém!" (v.23).
Ele denota, assim, que todo o enfoque da carta é Cristo, e que nós, seus seguidores, temos de nos lembrar e viver por sua graça, pois "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados" (2 Co 5.19).
O ministro de Deus não pode e não deve permitir que o dinheiro o escravize, pois sua real motivação tem de ser o benefício da igreja de Cristo.
REFLEXÃO
“Ele (Paulo) considerou a oferta do filipenses como mais do que apenas um gesto de obrigação; significou que a igreja realmente o tinha em seu coração (1.17). foram companheiros, participando de suas dificuldades. A palavra ´aflição´ é usada aqui no sentido tipicamente paulino, indicando a privação, a perseguição, ou o sofrimento. Os filipenses verdadeiramente viveram sua fé como membros do corpo de Cristo, pois neste, quando um membro sofre, todos sofrem (1 Co 12.26).” David Demchuk
CONCLUSÃO
Após estudarmos esta tão rica epístola, o nosso desejo é que você ame cada vez mais o Senhor Jesus, e dedique-se a ser uma "oblação de amor" a Ele. O Senhor é o meio providenciado pelo Pai, a fim de reconciliar o mundo com Deus. Exalte o Eterno, pois você foi reconciliado com Ele em Cristo Jesus. A exemplo da igreja em Filipos, não esqueça: "a alegria do Senhor é a vossa força" (Ne 8.10).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOI
Subsídio Teológico
"Saudações Finais de Paulo (4.21-23)
Considerando que as cartas seculares eram frequentemente concluídas com um desejo de boa sorte ou boa saúde, do autor, para o destinatário, Paulo concluiu tipicamente suas cartas oferecendo palavras de saudação (por exemplo, Rm 6.3; 1 Co 16.19; 1 Ts 5.26). A epístola aos filipenses reflete este estilo, pelo fato de o apóstolo concluir esta carta com algumas saudações finais. Esta parte final da carta pode ter sido uma observação realmente escrita pelo próprio Paulo, após seu escriba ter concluído a parte mais formal da carta. Esta parte é destinada a várias pessoas dentro da igreja - possivelmente os líderes mencionados no capítulo 1.1 (daí o uso do plural imperativo: 'Saudai a todos os santos em Cristo Jesus').
No verso 21, Paulo não está somente trazendo uma saudação coletiva à Igreja em Filipos, no mesmo sentido em que uma pessoa hoje pede a alguém que 'cumprimente a todos' em seu nome. Mantendo seu relacionamento afetuoso e sincero com os filipenses, está pedindo que cada um, e todos os cristãos da congregação, recebam a sua saudação
As palavras finais de bênçãos proferidas por Paulo repercutem suas palavras de saudação. Seus seguidores são lembrados da 'graça' que lhes foi estendida, pela obra vicária realizada em seu favor pelo Senhor exaltado (2.6-11)" (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4.ed. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2009. p.511).
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AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICOII
Subsídio Teológico
"A Origem dos Sacrifícios
Em relação à origem dos sacrifícios, existem duas opiniões: (1) que eles têm sua origem nos homens, e que Israel apenas reorganizou e adaptou os costumes de outras religiões, quando inaugurou, seu sistema sacrificial; e (2) que os sacrifícios foram instituídos por Adão e seus descendentes em resposta a uma revelação de Deus.
É possível que o primeiro ato sacrificial em Gênesis tenha ocorrido quando Deus vestiu Adão e Eva com peles para cobrir sua nudez (Gn 3.21). O segundo sacrifício mencionado foi o de Caim, que veio com uma oferta do 'fruto da terra', isto é, daquilo que havia produzido, expressando sua satisfação e orgulho. Entretanto, seu irmão Abel 'trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura' como forma de expressar a contrição de seu coração, o arrependimento e a necessidade da expiação de seus pecados (Gn 4.3,4). [Também é possível que a razão do sacrifício de Abel ter sido agradável a Deus, em contraste com sua rejeição ao sacrifício de Caim, tenha sido o fato de Abel ter trazido o que tinha de melhor ('primogênitos' e 'sua gordura') enquanto Caim simplesmente obedeceu aos procedimentos estabelecidos - Ed.]
Em Romanos 1.21, Paulo refere-se à revelação e ao conhecimento inicial que os patriarcas tinham a respeito de Deus, e explica a apostasia e o pecado dos homens do seguinte modo: 'Tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças'.
Depois do Dilúvio, 'edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de todo animal limpo e de toda ave limpa e ofereceu holocaustos sobre o altar' (Gn 8.20). Muito tempo antes de Moisés, os patriarcas Abrão (Gn 12.8; 13.18; 15.9-17;22.2ss), Isaque (Gn 26.25), e Jacó (Gn 33.20; 35.3) também ofereceram verdadeiros sacrifícios.
Um grande avanço na organização e na diferenciação dos sacrifícios ocorreu com a entrega da lei no Monte Sinai. Um estudo dos diferentes sacrifícios indicados revela seu desenvolvimento final, visando atender às necessidades do indivíduo e da comunidade" (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.1723).. Rio de Janeiro: CPAD, 1998.
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VOCABULÁRIO
Doxologia: Manifestação de louvor e enaltecimento à divindade através de expressões de exaltamentos (Deus seja louvado!) e hinos.
Graça_vicária: O sacrifício de Cristo que nos substituiu.
Reminiscência: Lembrança.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
PEARLMAN, Myer. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1.ed
SAIBA MAIS
Revista Ensinador Cristão
CPAD, nº 55, p.42.
EXERCÍCIOS
1. Como o apóstolo Paulo via a participação dos filipenses em suas tribulações?
R. Paulo via a participação dos filipenses em suas tribulações como o agir de Deus para fortalecer o seu coração.
2. O que sugere a expressão "tomar parte"?
R. A expressão "tomar parte" (v.14) sugere a ideia de "partilhar com, ou coparticipar de"..
3. Qual o conselho do sábio Salomão em relação ao dinheiro?
R. "Quem ama o dinheiro, jamais dele se farta" (Ec 5.10).
4. O que são ofertas de oblação?
R. Oferta sacrifical comestível - azeite, flor de farinha etc. Uma parte era queimada para memorial e a outra direcionada ao consumo dos sacerdotes (Lv 2.1-3).
5. Como Paulo conclui a Carta aos Filipenses?
R. "A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém!" (v.23).
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1º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O pastor Natalino das Neves ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
2º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O AD Londrina ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
3º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O pastor Caramuru ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
4º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O pastor Fábio Segantin ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
5º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O pastor da CPAD ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
6º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O AD Linhares ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
7º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O TV Escola Dominical ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO
BELÉM
ESTUDO PREPARATÓRIO PARA OS PROFESSORES DA ESCOLA
DOMINICAL
BELÉM- SEDE
TERCEIRO TRIMESTRE DE 2013
TEMA – FILIPENSES: a humildade de Cristo como exemplo
para a Igreja
COMENTARISTA : Elienai Cabral
ESBOÇO Nº 13
LIÇÃO
Nº 13 – O SACRIFÍCIO QUE AGRADA A DEUS
A
ajuda aos necessitados é um sacrifício agradável e aprazível a Deus.
INTRODUÇÃO
-
Concluindo o estudo da carta de Paulo aos filipenses, estudaremos os últimos
dez versículos da epístola, quando Paulo mostra como os crentes de Filipos
agradaram a Deus por ajudá-lo durante o seu ministério.
- Na
nova aliança, perduram as chamadas “ofertas pacíficas”, entre os quais se
encontra a ajuda aos necessitados.
I – A AJUDA CONSTANTE DOS CRENTES
FILIPENSES AO APÓSTOLO PAULO
-
Estamos a concluir mais um trimestre letivo da Escola Bíblica Dominical, quando
estudamos a carta de Paulo aos filipenses. Esperamos que, ao estudarmos esta
epístola, que mostra como deve ser a vida cristã, tenhamos tido condições, pelo
Espírito Santo, de fazermos uma autoavaliação e, assim, termos melhorado os
nossos caminhos em nossa jornada rumo à cidade celestial.
- Nesta
última lição, iremos estudar os últimos dez versículos da carta de Paulo aos
filipenses (Fp.4:14-23), onde o apóstolo, após ter demonstrado aos
filipenses sua gratidão pela ajuda que eles sempre lhe haviam dado ao longo do
seu ministério desde o início de sua viagem missionária, quando fundou a
própria igreja de Filipos (At.16:9-40), bem observou que não se prendia às
coisas materiais, pois havia aprendido a se contentar com o que tinha e a
enfrentar todas as coisas fortalecendo-se em Cristo (Fp.4:10-13).
- No
entanto, embora tivesse dito aos filipenses que seu interesse não estava nas
coisas materiais, o que não o impedia de ser agradecido pela ajuda recebida, o
apóstolo vai agora mostrar aos seus amados irmãos, que ele denominava de
“minha alegria e coroa” (Fp.4:1), que o gesto deles não só estava a alegrar
o coração do apóstolo, mas tinha um profundo sentido espiritual, era um
“sacrifício agradável e aprazível a Deus” (Fp.4:18).
-
Embora não possamos nos prender às coisas desta vida e, portanto, não podemos
moldar nossos relacionamentos com o próximo pelo bem que eles nos fazem, pois
isto é fugir do desinteresse que é próprio do amor divino que deve nortear as
nossas ações (I Co.13:5), é inegável que o bem realizado por alguém a nosso
favor não só nos deixa alegres, mas também alegra o coração de Deus.
-
Não é por outro motivo, pois, que o apóstolo, após deixar bem claro que não
se prendia aos benefícios que os filipenses lhe davam, foi bem categórico ao
dizer aos crentes de Filipos que eles tinham feito bem em tomar parte na sua
aflição (Fp.4:14).
- De pronto, com esta expressão de Paulo, vemos que os
crentes de Filipos não apenas mandavam recursos econômico-financeiros para o apóstolo,
mas estavam, também, movidos por compaixão, ou seja, compartilhando,
dividindo as aflições do próprio apóstolo.
-
Eis aqui uma grande diferença entre a mera filantropia e o bem praticado por
aqueles que servem a Cristo Jesus. Muitos dão esmolas, fornecem de seu
patrimônio para saciar as necessidades daqueles que se encontram precisando,
mas o fazem sem qualquer compaixão, ou seja, não estão dispostos a repartir o
seu coração com o necessitado, não têm qualquer intenção de ajudar o outro a
“levar suas cargas” (Gl.6:2).
-
São pessoas que, embora levem alguma ajuda material ao próximo, não estão nem
um pouco interessadas em assumir, também, a função de consolo, de conforto, de
compartilhar os sentimentos e as dores daquele que está a sofrer. Mantêm-se no
seu pedestal, no seu individualismo, não se importando nem um pouco com a dor alheia.
-
Por isso mesmo, no mais das vezes, tais pessoas usam a esmola, a ajuda ao
necessitado como uma forma de autoexaltação, como uma demonstração de sua
“superioridade espiritual”, assim como os fariseus nos dias de Jesus. Tal
comportamento é abominável aos olhos do Senhor, como deixou o Mestre bem
explicado no sermão do monte, que denominou tais pessoas de “hipócritas”,
que querem ser glorificados pelos homens (Mt.6:2).
- O
verdadeiro e genuíno servo de Deus, porém, além de dar sua esmola e ajuda em oculto,
não querendo qualquer publicidade (cfr. Mt.6:4), não se limita a fornecer a
ajuda material, mas, antes mesmo de fornecê-la, resolve “tomar parte na
aflição” do necessitado, quer compartilhar a dor do próximo, põe-se no lugar do
próximo e, desta maneira, está disposto a fornecer-lhe conforto, consolo além
do que é necessário para a superação da carência material.
- É
elucidativo que, na parábola do filho pródigo (Lc.16:11-32), o pai, ao ver o
filho retornando ao lar, primeiramente sentiu por ele íntima compaixão, que o
fez correr até o encontro do filho e a se lançar ao seu pescoço e o beijar
(Lc.16:20), para só depois mandar que suas vestes fossem trocadas, recebesse o
anel e calçado.
-
Por primeiro, temos de sentir compaixão pelo próximo, passar a tomar
parte da sua aflição, da sua necessidade, fazer com que a nossa comunhão se dê
também no sofrimento alheio, para, então, passar a ajudá-lo do ponto-de-vista
material. É assim que procede alguém que esteja a imitar o Senhor Jesus, que
sempre agiu movido por íntima compaixão.
- Os
crentes de Filipos ajudaram constantemente o apóstolo Paulo, desde o “primeiro
dia” (Fp.1:5), mas, em primeiro lugar, o fizeram porque sentiram compaixão pelo
apóstolo.
-
Quando Lídia soube que o apóstolo e seus companheiros nem sequer tinham um
teto, ofereceu-lhes sua casa para que passassem não só a habitar ali, mas a
estabelecer a sede da novel igreja que acabara de surgir. Esta compaixão de
Lídia fica demonstrada pelo fato de o apóstolo ter dito ter sido “constrangido”
a ir para a casa daquela vendedora de púrpura, que, como se vê, muito insistiu
porque “tomou parte na aflição” de Paulo (At.16:15).
- O
mesmo se deu com o carcereiro que, movido de íntima compaixão pelo apóstolo,
levou-o para a sua casa a fim de lavar os vergões decorrentes dos açoites
sofridos por Paulo no dia anterior (At.16:33).
- Os
crentes de Filipos sentiam compaixão por Paulo, ou seja, tinham o mesmo
sentimento do apóstolo, puseram-se no seu lugar e, portanto, estavam também
envolvidos pela paixão das almas que tinha o apóstolo, razão pela qual, desde
Tessalônica, não cessavam de ajudar o apóstolo no tocante ao dar e ao receber
(Fp.4:15,16).
- Foi por causa desta mesma compaixão que os crentes de
Filipos haviam se abalado na fé, visto que, diante da prolongada prisão de
Paulo, entendiam que havia um “desperdício de tempo” e que o apóstolo estava,
assim, impedido de pregar o Evangelho. Como tinham a mesma sensação do
apóstolo, por causa do exercício da compaixão, não podiam compreender o que
estava ocorrendo.
-
Foi por isso mesmo que o apóstolo, no início de sua carta, fez questão de
mostrar aos filipenses que todas as coisas que estavam acontecendo com ele “…contribuíam
para maior proveito do evangelho” (Fp.1:12). Paulo sabia que os filipenses
tinham compaixão por ele e, portanto, ao saber que a evangelização, longe de
ter sido interrompida, estava sendo impulsionada em Roma por causa da prisão do
apóstolo, passariam a sentir a mesma alegria de que desfrutava o apóstolo dos
gentios.
-
Vemos, pois, que a compaixão é uma atitude indispensável que deve estar no
lastro de toda a beneficência que algum servo do Senhor venha a realizar e que
isto é o ponto que nos distingue de toda e qualquer atitude filantrópica que se
venha a desenvolver por aqueles que não servem a Deus.
- O
fato de o homem não servir a Jesus Cristo não o impede de realizar coisas boas.
O próprio Senhor Jesus disse que os homens são maus mas sabem dar boas dádivas
aos seus filhos (Mt.7:11), mas este bem fazer nada representa em termos de
salvação, precisamente porque é desacompanhado do exercício do amor divino, que
somente tem aqueles que tiveram a salvação em Cristo, visto que o amor de Deus
é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm.5:5), Espírito este que
somente possui aqueles que são filhos de Deus (Rm.8:14-16; Jo.14:16,17).
- O
exercício da filantropia sem a compaixão nada mais é que o exercício de um
individualismo, de um egoísmo, na medida em que aquele que ajuda o faz seja
para alcançar uma suposta “evolução espiritual”, e isto faz com que a
pessoa que ajuda se utilize da pessoa ajudada como mero “instrumento” para seu
próprio benefício, ou então, o que é mais grave e abominável ao Senhor, fá-lo
para demonstração de uma “superioridade espiritual”, para sua autoexaltação,
para que seja glorificado pelos homens. Em ambos os casos, pois, o que se vê é uma
indevida prevalência do “eu”, uma atitude diametralmente oposta àquela que deve
ter quem pretende seguir o Senhor Jesus (Mc.8:34; Lc.9:23).
- O
Senhor Jesus andou fazendo bem (At.10:38), mas sempre o fez porque se moveu de
íntima compaixão pelos homens (Mt.9:36; 14:14; 15:32; 20:34; Mc.1:41; 6:34;
8:2; Lc.7:13) e, por isso mesmo, jamais quis ser glorificado pelos homens
em termos humanos e de reconhecimento pelo que havia feito (Jo.5:34,41),
evitando a autopromoção (Jo.6:15), como também nunca quis que Suas obras fossem
tidas como prova de Sua superioridade espiritual, tanto que disse que Seus
discípulos fariam obras maiores que as que Ele tinha feito (Jo.14:12).
-
Assim é que entendemos porque o Senhor Jesus, quando fazia algum milagre, pedia
para que este não fosse divulgado (Mt.8:4; 9:30; 12:16, entre outras
passagens), algo que parece estranho na medida em que Jesus havia vindo ao
mundo para pregar o Evangelho (Mc.1:14), para trazer as boas novas da salvação.
-
Este cuidado do Senhor em que não se divulgasse o bem realizado se entende pelo
fato de que o Senhor não queria que, em absoluto, houvesse a sua autoexaltação,
ou a demonstração de Sua superioridade espiritual. O bem deve ser feito pela
compaixão, jamais para autoexaltação ou demonstração de suposta superioridade
espiritual.
- Os
crentes de Filipos, neste ponto, estavam rigorosamente imitando o Senhor Jesus.
Ajudavam a Paulo “desde o primeiro dia até aquele instante”, sem que isto fosse
alardeado pela Cristandade, nem tampouco sem que isto fosse demonstrado como
prova de uma suposta superioridade espiritual e o apóstolo Paulo o sabia muito
bem, porquanto reconhecia que o que os filipenses estavam a fazer era “tomar
parte nas suas aflições”.
-
Paulo, aliás, já havia dito isto na epístola, quando dissera que os crentes de
Filipos tinham sido “…participantes da sua graça, tanto nas suas prisões como
na sua defesa e confirmação do evangelho” (Fp.1:7).
- A ajuda aos necessitados, quando proveniente da parte de
um servo de Deus, é uma ajuda completa, que abarca tanto o lado material quanto
o espiritual. O salvo em Cristo não ajuda simplesmente suprindo
necessidades materiais, mas é alguém que vai ao encontro do próximo, que quer
ajudá-lo a “levar a carga”, que quer compartilhar seus sentimentos, emoções e
desejos, que, a exemplo do Salvador, “desce” até onde se encontra o
necessitado, querendo reerguê-lo.
- O
salvo em Cristo pratica as chamadas “obras de misericórdia”, que o
Catecismo da Igreja Romana bem define como sendo “…as ações caritativas pelas
quais socorremos o próximo em suas necessidades corporais e espirituais.
Instruir, aconselhar, consolar, confortar são obras de misericórdia espiritual,
como também perdoar e suportar com paciência. As obras de misericórdia corporal
consistem sobretudo em dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem
sede, dar moradia aos desabrigados, vestir os maltrapilhos, visitar os doentes
e prisioneiros, sepultar os mortos.…” (§ 2447 CIC).
-
Quando, movidos pela compaixão, praticamos referidas obras, não o fazemos para
nós mesmos, nem tampouco para o próximo. Na verdade, como ensina o Senhor Jesus
em Seu sermão escatológico, quando fazemos tais obras, estamos fazendo para o
Senhor (Mt.25:31-46).
- Quando
somos movidos pela compaixão, demonstrando o amor de Deus que se encontra em
nossos corações, exercemos tanto o amor a Deus quanto o amor ao próximo.
Exercemos o amor a Deus, porque, em tendo compaixão pelo próximo, cumprimos a
lei de Cristo, visto que passamos a levar a carga do outro (Gl.6:2) e, cumprir
a lei de Cristo é demonstração do amor a Deus (Jo.14:23,24).
-
Mas, também, ao sermos movidos pela compaixão e fazermos o bem ao próximo,
estamos a exercitar o amor ao próximo e, assim, imitamos o que fez o Senhor
Jesus. Em suma: quando fazemos o bem movidos por compaixão, cumprimos o
mandamento de Cristo, visto que nos amamos uns aos outros assim como Jesus
nos amou (Jo.15:12).
II – O SACRIFÍCIO AGRADÁVEL E APRAZÍVEL
A DEUS
-
Paulo dá aos filipenses, portanto, uma outra dimensão de toda a beneficência
que eles estavam a realizar em relação a si. Aquele bem realizado durante todos
aqueles dez anos não tinha sido apenas um bem para o apóstolo, nem tampouco um
bem para os próprios filipenses.
-
Durante toda aquela década, o apóstolo tinha, sim, sido beneficiado com aquelas
dádivas que os filipenses sempre lhe mandavam desde Tessalônica. Paulo não
estava dizendo que não precisara daqueles recursos. Eles lhe foram extremamente
úteis e necessários e ele, do fundo do seu coração, agradecia por tê-los
recebido, pois isto era fonte de alegria para o apóstolo (Fp.4:10).
- No
entanto, ainda que fosse fonte de gratidão, reconhecimento e alegria por parte
do apóstolo, isto era muito pouco para descrever o que os filipenses haviam
feito até então. Isto se dava, inclusive, porque o apóstolo já havia aprendido
a padecer necessidade e, mesmo, a ter fome (Fp.4:11,12), prova de que eventual
falta material por parte dos filipenses não o levaria ao desespero. A ajuda
dos filipenses, portanto, não se resumia a uma superação das privações
materiais de Paulo.
-
Além disso, o bem realizado pelos filipenses não era suficiente para que
eles estivessem contentes e satisfeitos. O próprio abalo experimentado
pelos crentes de Filipos, por causa da prolongada prisão do apóstolo, era uma
prova de que o bem realizado não era suficiente para lhes trazer felicidade e
contentamento. Tratava-se de algo insuficiente para consolidar-lhes a sua vida
espiritual.
-
Tal insuficiência era tão manifesta que o apóstolo teve de escrever esta carta,
não só para transmitir alegria espiritual de que desfrutava aos filipenses,
exercendo, portanto, também, a compaixão para fazer bem aos seus amados irmãos
de Filipos, a indicar, pois, que as “obras de misericórdia” não são apenas
materiais, mas também espirituais, mas também para mostrar-lhes uma outra
dimensão a respeito do que estavam a fazer.
- Assim, Paulo, além de confirmar que, ao receber os recursos
enviados por Epafrodito, tinha abundância e estava cheio (Fp.4:18), também fez
questão de dizer aos filipenses que toda aquela ajuda, mais do que benesses
materiais e até espirituais feitas ao apóstolo, era um “sacrifício agradável e
aprazível a Deus”, um “cheiro de suavidade” ao Senhor (Fp.4:18).
- O
bem realizado pelos filipenses ao apóstolo, portanto, tinha uma dimensão
vertical, um nível espiritual, pois, diante de Deus, era um “cheiro de
suavidade”, um “sacrifício agradável e aprazível a Deus”.
-
Paulo ensina os crentes de Filipos, portanto, que o bem que realizamos neste
mundo ao próximo, quando movido por íntima compaixão, é um “sacrifício
agradável e aprazível a Deus”, um “cheiro de suavidade”.
-
Ora, sabemos que “sacrifício” é uma palavra que vem de duas raízes “sac(r)-“
e “-fício”, que, juntas, dão a ideia de “tornar algo sagrado”, “tornar
algo divino ou favorável do ponto de vista da divindade”. Esta é a mesma
etimologia da palavra grega “thusía” (θυσία) utilizada no texto, que também tem
origem em “théos”, que significa “Deus” e de “ousía” que significa
“propriedade”, indicando, pois, que o “sacrifício” é algo que se torna
propriedade de Deus, algo que se torna divino.
- O
sacrifício é uma oferta que se apresenta a Deus, é algo que se oferece a Deus
com a finalidade de criar um ambiente favorável para o homem da parte de Deus.
O sacrifício tem o objetivo de criar um ambiente amigável entre Deus e o homem.
- Em
virtude do pecado, o homem se encontra separado de Deus (Is.59:2) e, assim, não
tem como ter comunhão com Ele. Para tanto, fazia-se mister um sacrifício, um
ato de reconhecimento de sua indignidade por parte do homem, a fim de que
pudesse receber algum benefício da parte de Deus.
- O
primeiro benefício que Deus fez ao homem após a sua queda demandou um sacrifício,
pois um animal teve de ser morto para que o primeiro casal pudesse ter vestes
decentes para se cobrir (Gn.3:21).
-
Esta realidade advinda com o pecado foi devidamente instruída pelo primeiro
casal a seus filhos, tanto que vemos Caim e Abel oferecendo sacrifícios
a Deus para poder com Ele se relacionar (Gn.4:3,4).
- No
entanto, desde os primeiros sacrifícios na história da humanidade, aprendemos
que não basta o ato do sacrifício em si, mas, sim, a condição de quem o
oferece, pois Deus não é obrigado a aceitar todo e qualquer sacrifício.
-
Deus atentou para o sacrifício de Abel, mas não para o de Caim, porque este
último não o fez bem (cfr. Gn.4:7). O sacrifício tem de ser agradável a Deus,
tem de se submeter aos requisitos estabelecidos por Deus, pois Ele é o Senhor,
nós, apenas, Seus servos.
-
Não basta, portanto, que se apresentem sacrifícios ao Senhor, mas eles precisam
ser-Lhe agradáveis e aprazíveis, precisam ser “cheiro de suavidade” para Deus.
Um exemplo deste tipo de sacrifício é o que foi feito por Noé após o dilúvio.
-
Profundamente agradecido pela sua salvação e de sua família, Noé, assim
que saiu da arca, edificou um altar ao Senhor e tomou de todo animal limpo e de
toda ave limpa e ofereceu holocaustos sobre o altar (Gn.8:20) e este gesto do
patriarca foi agradável a Deus. Diz o texto sagrado que “…o Senhor cheirou o
suave cheiro…” daquela oferenda, porque Lhe foi agradável a aprazível
(Gn.8:21).
-
Qual foi o resultado deste sacrifício agradável a Deus feito por Noé? Foi uma
grande bênção não só para Noé mas para toda a humanidade, pois o Senhor disse
em Seu coração de que não mais tornaria a amaldiçoar a terra por causa do
homem, nem tornaria a ferir todo o vivente como havia feito, mas que, enquanto
a terra durasse, sementeira e sega, frio e calor, verão e inverno, dia e noite
não cessariam (Gn.8:21,22).
- Por causa de um sacrifício agradável a Deus feito por um
servo Seu, toda a humanidade, até hoje, é beneficiada pela sequência das
estações do ano, pela regularidade climática, que permite a subsistência da
vida sobre a Terra e isto apesar de toda a ganância do ser humano que tem
causado enormes transtornos ao meio-ambiente. Eis o valor de um sacrifício
agradável e aprazível a Deus!
- No
entanto, há de se distinguir aqui duas espécies de sacrifício, a saber: os
sacrifícios pelos pecados e as chamadas “ofertas pacíficas”.
-
Como dissemos, o sacrifício é necessário para que se obtenha de Deus alguma
benesse, tendo em vista a ruptura do relacionamento entre Deus e o homem por
causa do pecado. Ora, vemos que, de pronto, um obstáculo a superar-se em nosso
relacionamento com Deus é, precisamente, o pecado que faz divisão entre nós e o
Senhor, já que Deus não ouve a pecadores (Jo.9:31).
- Em
virtude disto, é absolutamente necessário que o primeiro sacrifício que se
faça seja o sacrifício pelo pecado, a fim de que se aplaque a ira divina.
Por isso, na lei de Moisés, os sacrifícios pelo pecado antecediam a quaisquer
outros sacrifícios, pois era preciso “cobrir o pecado” com o sangue dos animais
para que se pudesse entrar em comunhão com o Senhor, mediante este perdão dos
pecados propiciado pela “cobertura” (Sl.32:1).
- Estes
sacrifícios, porém, apenas “cobriam” o pecado. Quando Jesus veio ao
mundo, apresentando-Se como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo
(Jo.1:29), fez o único sacrifício que satisfez a lei divina, de modo que, após
a Sua morte no Calvário, não se faz mais necessário qualquer sacrifício para o
perdão dos pecados (Hb.10:1-18).
-
Agora, portanto, temos pleno acesso a Deus, por intermédio do sacrifício de
Cristo no Calvário, podendo, pois, chegar à presença do Senhor com ousadia, com
verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da
má consciência e o corpo lavado com água limpa, retendo firmes a confissão de
nossa esperança (Hb.10:19-23).
-
Crendo em Jesus Cristo, podemos, então, usufruir dos benefícios do sacrifício
de Cristo no Calvário, obtendo o perdão dos nossos pecados, entrando em
comunhão com Deus. Não precisamos, pois, fazer qualquer sacrifício para
entrarmos em relacionamento com Deus e podermos d’Ele receber benefícios,
podermos ser ouvidos por Ele.
-
Contudo, o fato de não mais ser necessário oferecermos sacrifícios pelos nossos
pecados, ante o perfeito e único sacrifício de Cristo, que deve ser somente
lembrado por nós, através da ceia do Senhor (I Co.11:24-26), lembrança esta que
nos santifica (I Co.11:27-29), não nos isenta da oferta da outra espécie de
sacrifícios, qual seja, as chamadas “ofertas pacíficas”.
- As
“ofertas pacíficas” são sacrifícios que se oferecem não por causa dos pecados,
mas, sim, por causa dos benefícios recebidos (Lv.3;7:1-21). São expressões
de gratidão ao Senhor pelas bênçãos recebidas, são atos de adoração e
reconhecimento da soberania divina e da Sua graça, ou seja, dos favores
imerecidos que d’Ele recebemos apesar de nossa indignidade.
- O
próprio escritor aos hebreus, quando trata do único e perfeito sacrifício de
Cristo, que nos permite ter acesso ao Senhor, mostra que este acesso ao
santuário, pelo sangue de Jesus, leva o servo de Deus a “considerar uns aos
outros para nos estimularmos à caridade e às boas obras” (Hb.10:24).
-
Quando entramos em comunhão com Deus, quando nos tornamos Seus filhos,
revestidos do amor de Deus, não temos como ter outro comportamento senão o de
passarmos a nos considerar uns aos outros, a de darmos ao próximo o seu devido
valor de imagem e semelhança de Deus e de, com isso, sermos estimulados a
praticar o amor (a “caridade” do texto bíblico, que é o amor divino, o amor
“agape”) e, por isso mesmo, a praticar boas obras.
- Ora, esta prática do amor e das boas obras outra coisa
não é senão um sacrifício agradável e aprazível a Deus, como diz o próprio
escritor aos hebreus mais adiante em seu tratado, quando chama a comunicação
(“repartir com os outros” na Nova Versão Internacional) e a beneficência
(“fazer o bem” na Nova Versão Internacional) como sacrifícios de que Deus Se
agrada (Hb.13:16).
- A
expressão do apóstolo, entretanto, vai além de mostrar que o bem realizado por
alguém quando movido de compaixão se torna algo “divino”, um verdadeiro
“sacrifício”, na medida em que o bem realizado não supre apenas as necessidades
daqueles que são ajudados, mas sobe como um “cheiro de suavidade” a Deus,
agrada ao Senhor, pois é algo que é apropriado por Deus, algo que se faz também
para Deus.
-
Paulo já escrevera isto aos coríntios, que não eram tão generosos como os
filipenses. Em II Co.9:12, o apóstolo diz que a administração do serviço em
favor dos irmãos não só supre as necessidades dos santos, mas também abunda em
muitas graças, que se dão a Deus.
-
Esta “abundância em muitas graças”, que a Nova Versão Internacional traduz por
“muitas expressões de gratidão a Deus” e a Bíblia de Jerusalém, por “efusivas
ações de graças a Deus”, é a expressão grega “pollon eukaristion to Théo” (πολλων
ευχαριστιων τω θεω).
-
Nesta expressão grega, vemos que temos aqui o uso da palavra “eucaristia”,
que significa “ação de graças” e que nos remete ao próprio sacrifício de Cristo
no Calvário, pois a celebração da ceia do Senhor se dá mediante uma “ação de
graças”, uma “eucaristia”, como se vê em I Co.11:24.
-
Assim, da mesma maneira que damos graças a Deus pelo sacrifício de Cristo no
Calvário, sacrifício este que nos fez entrar em comunhão com o Senhor, também
damos graças a Deus quando fazemos o bem ao próximo movidos por íntima
compaixão.
- A
nossa comunhão com Deus, pelo sangue de Cristo, faz, então, que sejamos
estimulados a praticar o amor e as boas obras. É neste sentido que as nossas
boas obras servem para a glorificação do Senhor, são feitas para agradar a
Deus, são ofertas que damos a Deus.
-
Talvez os filipenses não tivessem noção de como sua ajuda ao apóstolo era muito
mais que dádivas que supriam as necessidades do apóstolo no campo material, bem
como uma companhia que lhe servia de consolo nos momentos difíceis de seu
ministério, como esta prolongada prisão desde Jerusalém, passando por Cesareia
e agora, em Roma.
- Toda
aquela ajuda espiritual e material fornecida pelos filipenses ao apóstolo eram
“ações de graças” a Deus, eram um “cheiro de suavidade” ao Senhor que, em
virtude disto, estava a dizer em Seu coração grandes benefícios àqueles
crentes, benefícios que somente serão conhecidos naquele dia, quando nos
encontrarmos com Ele no Tribunal de Cristo.
- O
apóstolo Paulo, ao trazer aos crentes de Filipos, esta dimensão espiritual e
vertical dos benefícios feitos, estimula aqueles servos de Deus a prosseguir
servindo a Deus deste mesmo modo, pois o fato do afeto existente entre o
apóstolo e aquela igreja, bem como as próprias necessidades espirituais e
materiais de Paulo pouco significavam diante do que eram as beneficências praticadas
pelos filipenses.
-
Paulo haveria de ser solto, mas não era eterno. A igreja de Filipos haveria
também de prosseguir e novas gerações substituíram a esta primeira geração de
crentes, mas, ante o real sentido da prática de boas obras, os crentes de Filipos
deveriam continuar fazendo bem até o dia de Jesus Cristo (Fp.1:6). E, como a
história nos mostra, continuaram a fazê-lo até a completa destruição da cidade
de Filipos, o que se deu num período indeterminado entre o século XII e o
século XVI (recomendamos a leitura do Apêndice 1 – A eficácia da carta de Paulo
aos filipenses, onde tratamos do assunto).
OBS:
Transcrevemos aqui parte do artigo da
Wikipédia em inglês que dá conta da história final da cidade de Filipos e, por
conseguinte, da igreja naquela cidade.”… Já enfraquecida pelas invasões eslavas
no final do século VI, que arruinaram a economia agrária da Macedônia e,
provavelmente, também pela Praga de Justiniano em 547, a cidade foi quase
totalmente destruída por um terremoto por volta de 619, do qual nunca se
recuperou. Houve uma pequena quantidade de atividade lá no século VII, mas a
cidade quase não passava de uma vila. O Império Bizantino possivelmente manteve
uma guarnição ali, mas, em 838, a cidade foi tomada pelos búlgaros sob o kavhan
Isbul, que celebrou a sua vitória com uma inscrição monumental na plataforma da
Basílica B [o segundo principal templo cristão da cidade, observação nossa],
agora parcialmente em ruínas. O sítio de Filipos era tão estratégico que os
bizantinos tentaram recapturá-lo rapidamente, o que fizeram por volta de 850.
Vários seles de servidores civis e outros oficiais bizantinos, datados da
primeira metade do século IX, provam a presença dos exércitos bizantinos na
cidade. Por volta de 969, o imperador Nicefóro II Focas reconstruiu as
fortificações da acrópole e de parte da cidade. Elas ajudaram gradualmente a
enfraquecer o poder búlgaro e a fortalecer a presença bizantina na área. Em
1077, o bispo Basil Kartzimpoulos reconstruiu parte das defesas dentro da
cidade. A cidade começou a prosperar uma vez mais, como é testemunhado pelo
geógrafo árabe Al Idrisi, que a mencionada como um centro de negócios e de
produção de vinho por volta de 1150. Após uma breve ocupação pelos francos
depois da Quarta Cruzada e da captura de Constantinopla em 1204, a cidade caiu
nas mãos dos sérvios. Ela ainda permaneceu como uma fortificação notável na
rota da antiga Via Egnatia; em 1354, o pretendente do trono bizantino, Mateus
Cantacunezus, foi capturado ali pelos sérvios. A cidade foi abandonada em uma
data desconhecida, mas quando o viajante francês Pierre Belon a visitou no
século XVI, nada mais havia senão ruínas, usadas pelos turcos como uma
pedreira.…” (Philippi. In: WIKIPEDIA. Disponível em:
http://en.wikipedia.org/wiki/Philippi Acesso em 06 ago. 2013) (tradução nossa
de texto em inglês).
- A
prática do amor e das boas obras, portanto, é algo voluntário, resultante da
salvação operada por Cristo Jesus na vida do cristão, algo que nos é
estimulado a realizar por causa de nossa comunhão com Deus. Uma demonstração de
gratidão a Deus pelo que Ele fez por nós e que, dentro da graça maravilhosa de
Deus, ainda nos proporciona bênçãos e benesses.
OBS:
A propósito, em 473, os ostrogodos
sitiaram a cidade de Filipos, que não conseguiram conquistá-la, embora tenham
queimado as vilas ao seu redor. Ora, estes mesmos ostrogodos invadiram Roma e
puseram fim ao Império Romano do Ocidente em 476. Quem sabe não foi um dos
benefícios dados por Deus a esta cidade o ter-se livrado de inimigos que
chegaram a invadir e pôr fim a Roma e a seu Império?
- Paulo,
mostrando a real dimensão do que estavam os filipenses a fazer, ainda fez
questão de dizer aos filipenses que Deus, segundo as Suas riquezas, supriria
todas as necessidades dos filipenses em glória por Cristo Jesus (Fp.4:19).
-
Esta é outra expressão que tem tido seu significado distorcido pelos
triunfalistas e pelos falsos pregadores da prosperidade. O apóstolo está aqui a
mostrar que, como os filipenses estavam oferecendo “sacrifícios agradáveis e
aprazíveis a Deus”, o Senhor, ante este “cheiro de suavidade”, iria trazer
bênçãos aos filipenses, pois, assim como eles procuravam glorificar a Deus
através de suas boas obras, esta mesma glória, por Cristo Jesus, significaria o
suprimento das necessidades aos crentes de Filipos.
- Não
se trata de barganha alguma, como querem fazer crer os “pregadores do falso
evangelho da ganância”. Por primeiro, os crentes de Filipos estavam a ajudar
Paulo sem qualquer intenção de serem “enriquecidos” por Deus. Não, não e
não! Os crentes de Filipos agiam movidos de íntima compaixão pelo apóstolo e,
dado o teor da carta, nem sabiam que isto estava sendo um “cheiro de suavidade”
para o Senhor.
-
Por segundo, o que o apóstolo Paulo está dizendo é que Deus, como estava
agradado pelo gesto dos filipenses, iria dar-lhes bênçãos, pois se trata de
um Deus rico, mas não rico de bens materiais, mas, sim, ricos de bênçãos, de
misericórdia e de benesses.
- As
riquezas mencionadas pelo apóstolo, portanto, não se referem necessariamente a
bens materiais, mas, muito mais do que isto, às excelentes bênçãos
espirituais que tem posto à nossa disposição. Este raciocínio é o mais
plausível para o perfeito entendimento do texto pela própria expressão do
apóstolo, ao falar de suprimento de necessidades “em glória, por Cristo Jesus”.
-
Como temos salientado ao longo deste trimestre, para melhor compreendermos a
carta aos filipenses, é importante também verificarmos as demais “cartas da
prisão”, escritas na mesma época e que traduzem, assim, o mesmo momento de
inspiração do Espírito Santo de que desfrutava o apóstolo.
-
Ora, quando abrimos a carta aos efésios, vemos que, logo no seu início, Paulo
afirma que “o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus nos abençoou com todas as
bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef.1:3).
- Assim,
quando o apóstolo fala em “necessidades em glória por Cristo Jesus” está,
naturalmente, a falar a respeito desta posição que Deus nos pôs por causa de
Seu Filho, nos lugares celestiais (glória), a fim de nos dar todas as bênçãos
espirituais. São, pois, em primeiro plano, as riquezas de Deus que estão à
nossa disposição, é disto que fala o apóstolo, e não de ouro ou de prata, de
bens espirituais. São dos “tesouros celestiais” que devemos ajuntar (Mt.6:20).
- O
que movia os filipenses, como temos visto, era a compaixão para com Paulo, não
o desejo de enriquecimento ou a ganância, como ocorre com aqueles que
correm atrás da “teologia da prosperidade”.
-
Quem faz “sacrifícios” visando o próprio enriquecimento, como uma espécie de
“investimento” para ter benefícios materiais da parte de Deus é, como diz o
próprio Paulo, “o mais miserável de todos os homens” (ICo.15:19), pois espera
em Cristo somente para esta vida. É pior do que aquele que pensa fazer o bem
para “evoluir espiritualmente”, pois este, pelo menos, reconhece que o
espiritual é superior ao material e é também pior do que aquele que busca a
autopromoção, a glorificação por parte dos homens, pois este, pelo menos,
reconhece que a vida se deve dar em sociedade, que eu preciso do outro, pelo
menos para ser exaltado por ele. O ganancioso põe o material sobre o espiritual
e acha que não precisa de ninguém, que pode viver solitária no seu pretendido
regalo.
-
Este mesmo sentido vemos na carta aos colossenses, quando o apóstolo diz que
aquele que está ressuscitado com Cristo busca as “coisas de cima, onde Cristo
está assentado à destra de Deus” (Cl.3:1). Uma vez mais, vemos que Paulo faz
questão de mostrar que onde Cristo está, a “glória”, é lugar de bênçãos
espirituais, não de benesses materiais.
-
Não devemos, por fim, esquecermos que o apóstolo tinha acabado de dizer aos
filipenses que havia aprendido a se contentar com o que tinha e de, inclusive,
aprendido a passar fome e que tudo podia naquele que O fortalecia.
-
Ora, se queria que os filipenses seguissem o seu exemplo (Fp.3:17), é evidente
que não estaria o apóstolo a estimular os crentes de Filipos a terem outro
comportamento senão o contentamento com o que tinham. De sorte que a expressão
de Paulo, em momento algum, estimula os filipenses a buscarem riquezas
materiais junto a Deus.
-
Mas, além disso, o que o apóstolo diz é que Deus está pronto para suprir as
nossas necessidades, não para satisfazer os nossos caprichos. Os benefícios
que Deus nos concede, por conta do “cheiro de suavidade” resultante de nossa
prática de boas obras e de amor são o suprimento do que nos é necessário,
jamais a concessão para nós de uma vida regalada, de luxo e de satisfação de
nossas cobiças e ambições.
-
Não vivemos para nós, mas, sim, para Cristo (Fp.1:21) e, por isso, não devemos
sequer temer a morte (Fp.2:17,18), sendo motivo de alegria para nós a
perspectiva de sofrer pelo Senhor Jesus (Fp.1:29), pois nossa comunhão com o
Mestre também abrange as Suas aflições (Fp.3:10).
- Devemos
glorificar a Deus e o Senhor, deste modo, nada nos dará para que nos
glorifiquemos a nós mesmos, façamos prevalecer o nosso “eu” em detrimento d’Ele.
Por isso mesmo, o apóstolo, após dizer que Deus nos suprirá todas as
necessidades em glória por Cristo Jesus, glorifica ao Deus e Pai para todo o
sempre (Fp.4:20).
- Deus
supre tudo o que necessitamos, para que possamos glorificá-l’O. É este o
real sentido das benesses que receberemos por conta da prática do amor e das
boas obras. E, sendo devidamente supridos pelo Senhor, poderemos prosseguir e
atingir o alvo que é a cidade celestial (Fp.3:14,20).
-
Com este convite à glória de Deus e Pai, o apóstolo Paulo encerra esta
epístola, mandando saudações a todos os santos em Cristo Jesus (Fp.4:21), no
que era acompanhado pelos irmãos que com ele estavam (Fp.4:21), prova de que
não só os filipenses estavam a confortar e a consolar o apóstolo, mas outros
irmãos também, pois o verdadeiro irmão sempre está pronto a levar a carga do
outro, cumprindo, assim, a lei de Cristo.
-
Além daqueles irmãos que estavam com o apóstolo, os demais santos de Roma
também mandavam saudações aos filipenses, em especial os da casa de César, esta
congregação que o apóstolo havia formado em sua prisão em Roma e que sabia que
muito devia aos filipenses, pois eles eram responsáveis por esta evangelização
(Fp.4:22).
- Vemos aqui, nesta saudação especial dos da casa de César,
como havia, também, naquela congregação o mesmo sentimento de gratidão que
havia entre os filipenses. Os da casa de César tinham o mesmo sentimento do
apóstolo para com os crentes de Filipos, a nos mostrar como é bela a “comunhão
dos santos”, este sentimento de parte que cada crente tem, por ser habitação do
Espírito Santo, independentemente até de conhecer pessoal ou fisicamente o
outro servo de Cristo.
- Que este mesmo sentimento possa estar em nós e nos animar a
ter uma verdadeira e genuína vida cristã como a descrita nesta importante carta
que o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, deixou para todos nós.
Amém!
Colaboração para o
Site Pecador Confesso.
- Ev. Dr. Caramuru
Afonso Francisco
- Presbítero Eudes
L Souza
- Ev. Natlino das
Neves
- Luciano de Paula
Lourenço.
Texto Editado e
Postado por Hubner Braz (@PecadorConfesso)
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