Lição 10 – 08 de Setembro de 2013 - CPAD A Alegria do Salvo em Cristo TEXTO ÁUREO "Regozijai-vos, sempre, no Se...
Lição
10 – 08
de Setembro de 2013
- CPAD
A Alegria do Salvo em
Cristo
TEXTO
ÁUREO
"Regozijai-vos, sempre, no Senhor;
outra vez digo: regozijai-vos" (Fp
4.4).
VERDADE
PRÁTICA
Em tempos trabalhosos e difíceis,
somente a alegria do Senhor pode apaziguar a nossa alma.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Deuteronômio
11.18-21
18 - Ponde, pois, estas
minhas palavras no vosso coração e na vossa alma, e atai-as por sinal na vossa
mão, para que estejam por testeiras entre os vossos
olhos,
19 - e ensinai-as a
vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e
deitando-te, e levantando-te;
20 - e escreve-as nos
umbrais de tua casa e nas tuas portas,
21 - para que se
multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos na terra que o SENHOR
jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos céus sobre a
terra.
2 Timóteo
3.14-17
14 - Tu, porém,
permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o
tens aprendido.
15 - E que, desde a tua
meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação,
pela fé que há em Cristo Jesus.
16 - Toda Escritura
divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir,
para instruir em justiça,
17 - para que o homem
de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa
obra.
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
A bênção ou
a maldição (11.8-32).
O tema que percorre todo o livro é proeminente ao final desta subdivisão: a
obediência traz bênção, e a desobediência traz maldição (cf. cap. 28). Aqui,
este tema está especialmente relacionado com a terra. Se os mandamentos forem
observados, Israel possuirá a terra (8) e ali prolongará seus dias (9).
O Egito
é notoriamente uma terra seca onde a irrigação é um grande problema. E a regavas
com o teu pé (10) se refere à formação de sulcos de água com o pé, ou ao uso do
pé para fazer funcionar o mecanismo de irrigação. Canaã, com seus montes (11),
em contraste com as planícies do Egito, tem chuvas abundantes.
A chuva temporã
(“as primeiras” chuvas, ARA) cai em outubro e novembro, logo depois da plantação
das sementes. A chuva serôdia (“as últimas” chuvas, ARA) ocorre em março e abril
para fazer crescer os grãos (11,12,14,15).
Temos um esboço sobre “A Terra de
Canaã”: 1) Terra de abundância, 9; 2) Terra com uma diferença, 10; 3) Terra sob
o favor dos céus, 11,12.
A declaração de que as chuvas são
condicionais à obediência (13-17) causa certa dificuldade. Em primeiro lugar,
Jesus declarou que Deus envia o sol e a chuva sobre justos e injustos (Mt 5.45).
Há também o fato de que bons fazendeiros cristãos sofrem por causa da seca.
Talvez Deus tenha usado métodos especiais na educação da raça eleita.
A maioria
dos estudiosos admite que a obediência e o bem-estar têm relação entre si, e que
até a natureza trabalha a favor de propósitos morais. A fé afirma que a bênção
vem depois da obediência, e se a prosperidade material é detida, serve somente
para que a bênção seja dada de forma mais profunda e duradoura (cf. comentários
em 7.12-15).
Pela razão de as leis de Deus serem as
leis da sobrevivência, todos os meios devem ser envidados para garantir que não
sejam esquecidas (18-20; cf. comentários em 6.7-9). Se fossem obedecidas, onde
quer que os israelitas colocassem os pés seria possessão deles, e as fronteiras
seriam suficientemente amplas para desafiar a fé (24; cf. comentários em
1.7).
Nos versículos 22 a 25, vemos o tema
“Tomar Posse da Terra”. 1) A condição para a conquista bem-sucedida é a
obediência a Deus, 22,23; 2) Obediência incessante significa posse permanente,
24; 3) Aqueles que se identificam com Deus são o terror dos inimigos. A
resistência se derrete na presença divina, 25 (G. B.
Williamson).
Para fazer cumprir a alternativa de
bênção e maldição, tinha de ser encenada uma peça dramática nacional, com o
monte Gerizim representando a bênção e o monte Ebal, a maldição (29; cf.
comentários em 27.11-26). Estes montes seriam bem visíveis de onde Moisés
falava. Eles ocupavam uma posição central na terra defronte de
Gilgal
(30; claro que não a Gilgal perto de
Jericó, mas a Gilgal nas proximidades de Siquém) junto aos carvalhais de Moré.
Foi aqui que Deus disse a Abraão: “A tua semente darei esta terra” (Gn 12.7). A
campina seria uma região plana e aberta (cf. ARA;
NTLH).
Fonte:
Comentários Bíblicos Beacon
2 Timóteo
3.14-17
Permanece
na Palavra de Deus (2 Tm
3:13-17)
A única maneira de derrotar as mentiras
de Satanás é por meio da verdade de Deus. "Assim diz o Senhor!" é a resposta
conclusiva a todas as controvérsias. Os homens perversos e os enganadores se
tornarão cada vez piores. Enganarão cada vez mais, pois estão sendo enganados
por Satanás. Nos últimos dias, haverá mais dissimulação e imitação, e o cristão
só poderá discernir entre o verdadeiro e o falso por meio da Palavra de
Deus.
Timóteo havia aprendido a Palavra de
Deus desde a infância. A tendência de algumas pessoas é pensar que precisavam da
Bíblia quando eram mais jovens, mas que, depois de adquirirem certa maturidade,
são capazes de viver sem ela. Q u e grande engano! Os adultos precisam muito
mais da orientação da Palavra do que as crianças, pois os adultos enfrentam
muito mais tentações e tomam mais decisões.
A avó e a mãe de Timóteo lhe
ensinaram fielmente as Escrituras do Antigo Testamento (o pronome "quem", em 2
Tm 3:14, é plural, referindo-se a essas duas mulheres; ver 2 Tm 1:5). Timóteo
deveria permanecer no que havia sido ensinado. Não devemos nos considerar
maduros demais para precisar da Palavra de Deus.
Esta é uma boa ocasião para admoestar
os pais cristãos a ensinar a Bíblia a seus filhos. Felizmente, nossa escola
dominical oferecia um programa de memorização da Bíblia. Assim que nossos filhos
nasciam, nós os cercávamos com a Palavra de Deus e de orações. Depois que os
filhos crescem não temos mais esse tipo de
oportunidade.
Neste parágrafo, Paulo faz algumas
declarações importantes acerca das Escrituras:
As
Escrituras são sagradas (v. 15a).
A expressão "As sagradas letras" é uma tradução literal. Fica subentendido que
Timóteo aprendeu o alfabeto hebraico por meio das Escrituras do Antigo
Testamento. O termo "sagrado" significa "dedicado para uso santificado". A
Bíblia é diferente de todos os outros livros - inclusive dos livros sobre a Bíblia pois foi separada por Deus para
um uso sagrado especial. A Bíblia é um livro extraordinário e deve ser tratada
com o tal.
A maneira de tratarmos a Bíblia mostra
aos outros quanto a respeitam os ou não. Não quero parecer esquisito, mas devo
confessar que detesto ver uma Bíblia jogada no chão. Quando estamos carregando a
Bíblia com outros livros, ela deve ficar em cima dos demais. Há uma diferença
entre marcar a Bíblia de modo apropriado, enquanto a estudamos, e borrá-la com
marcas descuidadas. Vi pessoas usarem a Bíblia como apoio para uma xícara de
café! Paulo mostra a atitude correta em relação à Palavra de Deus (1 Ts
2:13).
As
Escrituras nos conduzem à salvação (v. 15b).
Não somos salvos por crer na Bíblia (ver Jo 5:39), mas sim pela fé no Cristo que
é revelado na Bíblia. Satanás conhece a Bíblia, mas não é salvo. Timóteo foi
educado nas Sagradas Escrituras em um lar piedoso. No entanto, só foi salvo
quando Paulo o levou a Cristo.
Qual é a relação entre a Bíblia e a
salvação? Em primeiro lugar, a Bíblia revela a necessidade de salvação. É um
espelho que mostra como somos imundos aos olhos de Deus. A Bíblia explica que
todo pecador perdido é condenado agora (Jo 3:18-21) e precisa de um Salvador
agora. Também deixa claro que o pecador não pode salvar a si
mesmo.
Mas a Bíblia também revela o plano
maravilhoso de Deus para a salvação: Cristo morreu por nossos pecados! Se
crermos nele, ele nos salvará (Jo 3:16-18). A Bíblia também ajuda a ter a
certeza da salvação (ver 1 Jo 5:9-13). Assim, ela se torna o alimento espiritual
que nutre nossa vida, a fim de crescermos na graça e de servirmos a Cristo. É
nossa espada na luta contra Satanás e na vitória contra a
tentação.
As
Escrituras são verdadeiras e confiáveis (v. 16a).
"Toda a Escritura é inspirada por Deus." A doutrina da inspiração das Escrituras
é de importância vital e também é uma doutrina que Satanás tem atacado desde o
princípio ("É assim que Deus disse...?" [Gn 3:1]). É inconcebível que Deus desse
a seu povo um livro no qual não pudessem confiar. Ele é o Deus da verdade (Dt
32:4); Jesus Cristo é "a verdade" (Jo 14:6); e "o Espírito é a verdade" (1 Jo
5:6). Jesus afirmou acerca das Escrituras: "a tua palavra é a verdade" (Jo
17:17).
O Espírito Santo de Deus usou homens de
Deus para escrever a Palavra de Deus (2 Pe 1:20, 21). O Espírito não apagou as
características naturais dos escritores. Antes, em sua providência, Deus
preparou escritores para a tarefa de redigir as Escrituras. Cada um deles tem
seu estilo e vocabulário próprios. Cada livro da Bíblia originou-se de um
conjunto específico de circunstâncias. Ao preparar os homens, ao conduzir a
história e ao operar por meio do Espírito, Deus realizou o milagre das
Escrituras.
Não se deve pensar no termo
"inspiração" da forma que o mundo o entende hoje, quando diz: "sem dúvida,
Shakespeare foi um escritor inspirado". A inspiração bíblica refere-se à
influência sobrenatural do Espírito Santo sobre os escritores, garantindo que as
palavras que escreveram seriam precisas e fidedignas. A revelação é a
comunicação da verdade ao ser humano por Deus; a inspiração é relacionada ao
registro dessa comunicação de maneira confiável.
Tudo o que a Bíblia afirma a respeito
de si mesma, do ser humano, de Deus, da vida, da morte, da história, da ciência
e de qualquer outro assunto é verdade. Isso não significa que todas as
declarações encontradas na Bíblia sejam verdadeiras, pois ela registra as
mentiras dos homens e de Satanás. Mas o registro é
verdadeiro.
As
Escrituras são úteis (v. 16b).
São úteis para o ensino (aquilo que é certo), para a repreensão (aquilo que é
errado), para a correção (como fazer o que é certo) e para a educação na justiça
(como permanecer no caminho certo). O cristão que estuda a Bíblia e que aplica o
que aprende cresce em santidade e evita muitas ciladas deste
mundo.
As
Escrituras capacitam-nos para o serviço (v. 17).
Em uma passagem anterior, Paulo chama Timóteo de "homem de Deus" (1 Tm 6:11);
mas aqui o apóstolo diz que qualquer cristão pode tornar-se uma pessoa "de
Deus". De que maneira? Estudando a Palavra de Deus, obedecendo ao que ela diz e
deixando que controle sua vida. Convém observar que todos os "homens de Deus"
citados nas Escrituras - inclusive Moisés, Samuel, Elias, Eliseu, Davi e Timóteo
- foram homens que se dedicaram à Palavra de
Deus.
Duas palavras neste versículo são
especialmente importantes: perfeito e habilitado.
O termo traduzido por "perfeito"
significa completo, em boa forma ou bom estado. Não sugere, de modo algum, uma
perfeição impecável. Antes, implica a adequação para o
uso.
O adjetivo "habilitado" tem um
significado parecido: "preparado para o serviço", ou seja, a Palavra de Deus
equipa e capacita o cristão para que viva de maneira agradável a Deus e realize
a obra da qual Deus o incumbiu. Quanto melhor conhecermos a Palavra de Deus,
mais capazes seremos de viver e de trabalhar para
Deus.
O objeto do estudo bíblico é apenas
compreender as doutrinas nem ser capaz de defender a fé, por mais importantes
que essas coisas sejam. O objetivo maior é equipar o cristão que lê a Bíblia. É
a Palavra de Deus que prepara o povo de Deus para realizar a obra de
Deus.
As coisas não vão melhorar, mas nós,
cristãos, podemos nos tornar pessoas melhores, mesmo em tempos difíceis. Devemos
nos separar do que é falso, dedicar-nos ao que é verdadeiro e prosseguir no
estudo da Palavra de Deus, Então, Deus vai nos equipar para o ministério nestes
tempos difíceis, e teremos a alegria de ver outros conhecerem a
verdade.
Fonte:
Comentários Bíblicos Warren W. Wiersbe
INTERAÇÃO
Paulo enfrentou muitas dificuldades e
humilhações no serviço do Mestre. Em 2 Coríntios 11.23-29 ele faz uma pequena relação de
algumas das dores e perigos que teve que encarar por amor a Cristo. Todavia, o
apóstolo não se deixou abater pelas dificuldades. Ele não permitiu que as
aflições roubassem sua alegria. O contentamento de Paulo não dependia das
circunstâncias, pois advinha da sua comunhão com Cristo. Quem tem a Jesus tem a
alegria da salvação e pode se regozijar em toda e qualquer situação. Na obra do
Senhor enfrentamos momentos ruins, mas a alegria concedida pelo Eterno nos dá
forças para seguirmos em frente. Talvez professor, você esteja enfrentando
momentos difíceis em seu ministério de ensino ou em sua família, porém não perca
a força nem o ânimo. Confie no Senhor e permita que a alegria dEle inunde sua
alma trazendo paz e esperança.
|
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
Exortar
a respeito da alegria e firmeza da fé.
Compreender que a alegria divina
sustenta a vida cristã.
Conscientizar-se a respeito da
singularidade da paz de Deus.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor para introduzir a lição
reproduza o quadro abaixo de maneira que cada aluno tenha uma cópia. Em classe,
leia juntamente com os alunos, o texto bíblico de 2 Coríntios 11.23-29. Enfatize as muitas provações
enfrentadas por Paulo. Depois faça a seguinte indagação: "Como ter alegria em
meio à tribulação?" Ouça os alunos com atenção e explique que a nossa alegria
independe das circunstâncias externas. Ela é fruto de Cristo em nós, faz parte
da nossa salvação. Em seguida leia o quadro com os alunos explicando os ensinos
bíblicos a respeito da
alegria.
|
OS ENSINOS BÍBLICOS A RESPEITO DA
ALEGRIA INCLUEM
|
(1) A alegria está
associada à salvação que Deus concede em Cristo (1 Pe 1.3-6; cf. Sl 5.11; Is
35.10).
|
(2) A alegria flui de
Deus como um dos aspectos do fruto do Espírito (Sl 16.11; Rm
15.13; Gl 5.22). Logo, ela
não nos vem automaticamente. Nós a experimentamos somente à medida que
permanecemos em Cristo (Jo 15.1-11).
Nossa alegria se torna maior quando o Espírito Santo nos transmite um profundo
senso da presença e do contato de Deus em nossa vida (cf. Jo
14.15-21).
|
(3) A alegria, como
deleite na presença de Deus e nas bênçãos da redenção, não pode ser destruída
pela dor, pelo sofrimento, pela fraqueza nem por circunstâncias difíceis
(Mt 5.12; 2 Co
12.9).
|
PALAVRA-CHAVE
Alegria:
Estado de viva satisfação, de vivo contentamento; regozijo,
júbilo.
Alegria, regozijo e contentamento são
expressões comuns ao longo da Epístola de Paulo aos Filipenses. Paradoxalmente,
elas revelam o coração do apóstolo na prisão de Roma. Paulo não se desesperou
com o seu cativeiro, mas alegrou-se no Senhor. Ele sabia que estava nas mãos de
Deus e contentava-se com as notícias de que a igreja de Filipos, fruto do seu
árduo ministério, caminhava muito bem. O apóstolo não deixou se abater com as
tribulações do seu ministério, pois nelas, ele via a providência amorosa do
Altíssimo.
I.
EXORTAÇÃO À ALEGRIA E FIRMEZA DA FÉ (4.1-3
Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa, estai assim
firmes no Senhor, amados. Rogo a Evódia e rogo a Síntique que sintam o mesmo no
Senhor. E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas
mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros
cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.)
1. A alegria de
Paulo. O primeiro versículo do capítulo 4 de
Filipenses inicia-se com um "portanto", justamente por ser continuação do
capítulo 3, quando o apóstolo tratara do perigo dos "inimigos da cruz". Aqui,
Paulo diz que os crentes de Filipos são a sua "alegria e coroa" e aconselha-os a
continuarem firmes no Senhor (v.1 Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa,
estai assim firmes no Senhor, amados.). A
permanência dos filipenses em Cristo bastava para encher o coração do apóstolo
de alegria. Por isso, ele manifestou o seu orgulho e os mais íntimos sentimentos
de amor e carinho para com os irmãos de Filipos.
2. A alegria nas
relações fraternas. Nem tudo, porém, era
maravilhoso e perfeito na igreja de Filipos. Ali, estava ocorrendo um grande
problema de relacionamento entre duas importantes mulheres que cooperaram na
implantação da igreja filipense: Evódia e Síntique (v.2 Rogo
a Evódia e rogo a Síntique que sintam o mesmo no Senhor.). Esse problema estava perturbando a comunhão da igreja e expondo a
saúde espiritual do rebanho.
A fim de resolver a questão, Paulo se
dirige a um obreiro local (Timóteo ou Tito, não sabemos) que, com Clemente e os
demais cooperadores, procuraria despertar e restabelecer o relacionamento
harmônico e fraterno entre Evódia e Síntique. Como verdadeiro pastor, o apóstolo
tratou as duas mulheres com o devido cuidado e respeito, pois as tinha em grande
estima pelo fato de ambas terem contribuído muito para o seu apostolado.
3. A alegria de
ter os nomes escritos no Livro da Vida. O versículo
3 demonstra algo muito precioso para
o cristão: a alegria de ter o nome escrito no livro da vida. Paulo menciona tal
certeza, objetivando reafirmar a felicidade e a glória de se pertencer
exclusivamente ao Reino de Deus.
Os filipenses tinham
cidadania romana porque eram originários de uma colônia do império. Mas quando o
apóstolo escreve sobre cidadania refere-se a uma muito mais importante que a de
Roma. Nossa verdadeira cidadania vem do céu, e o "mesmo Espírito testifica com o
nosso espírito que somos filhos de Deus" (Rm
8.16 O
mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de
Deus.). Você tem convicção de que o seu nome está
arrolado no Livro da Vida? Você compreende o valor
disso?
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
O apóstolo não deixou se abater com as
tribulações do seu ministério, antes procurou servir ao Senhor com alegria.
II. A
ALEGRIA DIVINA SUSTENTA A VIDA CRISTÃ (4.4,5 Regozijai-vos,
sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos. Seja a vossa equidade notória
a todos os homens. Perto está o Senhor.)
1. Alegria
permanente no Senhor. A versão bíblica ARC emprega
a palavra "regozijar" no lugar de "alegria" (v.4 Regozijai-vos,
sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos.).
O que é regozijar-se? É alegrar-se plenamente. A declaração paulina afirma que a
fonte da alegria cristã é o Senhor Jesus, que promoveu a nossa reconciliação com
Deus (Rm 5.1,11 1
Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus
Cristo; 11 E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor
Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.). Através dEle somos estimulados a permanecer firmes na fé (Rm 5.2 pelo
qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos
gloriamos na esperança da glória de Deus.). Que
alegria!
É a presença viva do
Espírito Santo em nós que produz essa certeza (Jo
16.7 Todavia,
digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for, o
Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei.; Rm 14.17; 15.13). Nada neste mundo é capaz de superar as
vicissitudes da vida como a alegria produzida em nosso coração pelo Senhor
(Tg 1.2-4
Meus
irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, sabendo que a
prova da vossa fé produz a paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra
perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa
alguma.; Rm
5.3). O apóstolo sabia da batalha que os filipenses enfrentavam
contra os falsos mestres. Estes fomentavam heresias capazes de criar dúvidas
quanto à fé. E, por isso, Paulo imperativamente reitera aos filipenses:
"Regozijai-vos sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos".
2. Uma alegria
cuja fonte é Cristo. A alegria cristã tem como
fonte a pessoa bendita do Senhor Jesus. É por isso que, mesmo em meio às
adversidades sofridas em Filipos, o apóstolo teve grandes experiências de
alegrias espirituais (At 16; cf.
1 Ts 2.2
mas,
havendo primeiro padecido e sido agravados em Filipos, como sabeis, tornamo-nos
ousados em nosso Deus, para vos falar o evangelho de Deus com grande
combate.). Isso só foi possível pelo fato de ele
conhecer pessoalmente Jesus de Nazaré. Quando o apóstolo foi confrontado
interiormente e pediu a Deus para que fosse tirado o "espinho de sua carne", o
Senhor lhe respondeu: "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa
na fraqueza" (2 Co 12.9a E
disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na
fraqueza.). Após esse episódio, Paulo então pôde
afirmar: "De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em
mim habite o poder de Cristo" (2 Co
12.9b De
boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o
poder de Cristo.).
3. Uma alegria que
produz moderação. O texto bíblico recomenda que a
nossa "equidade [deve ser] notória a todos os homens", pois "perto está o
Senhor" (v.5
Seja
a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.). Na versão ARA, o termo "equidade" é traduzido como "moderação".
Ambas as palavras são sinônimas porque dizem respeito à amabilidade, benignidade
e brandura. Levando em conta o contexto de Filipenses, os termos referem-se à
pessoa que nunca usa de retaliação quando é provada ou ameaçada por causa de sua
fé.
O apóstolo Paulo espera dos filipenses
autocontrole e não um comportamento explosivo, próprio de pessoas destemperadas
ou sem domínio próprio. Ele assim o faz, por saber que, aquele que tem a alegria
do Senhor no coração, possui uma disposição amável e honesta para com outras
pessoas, particularmente em relação àquelas inamistosas e más. William Barcklay
escreve que "o homem que tem moderação é aquele que sabe quando não deve aplicar
a letra estrita da lei, quando deve deixar a justiça e introduzir a
misericórdia".
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
Nada neste mundo é capaz de superar as
vicissitudes da vida como a alegria produzida em nosso coração pelo Senhor.
III. A
SINGULARIDADE DA PAZ DE DEUS (4.6,7 Não
estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo
conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. 7 E a
paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os
vossos sentimentos em Cristo Jesus.)
1. A alegria
desfaz a ansiedade e produz a paz. Além de gerar
equidade, a alegria do Senhor desfaz a ansiedade, pois esta contraria a
confiança que afirmamos ter em Deus. Nada pode tirar a nossa paz,
perturbando-nos a mente e o coração. As nossas petições devem ser feitas
humildemente, com ação de graças em reconhecimento à misericórdia do Senhor
(v.6
Não
estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo
conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de
graças.), ao mesmo tempo em que confiamos na
providência do Pai Celeste.
2. Uma paz que
excede todo o entendimento. No versículo 7, o apóstolo fala acerca da "paz de Deus, que
excede todo o entendimento". Ficando claro que a alegria e a paz são recíprocas
entre si. Não há alegria sem paz interior. Esta é decorrência daquela. Essa paz
vem do próprio Jesus: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como
o mundo a dá" (Jo 14.27 Deixo-vos
a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o
vosso coração, nem se atemorize.).
Em síntese, a paz de Deus transcende
qualquer compreensão humana, pois não há como discuti- la filosófica ou
psicologicamente. Há casos em que somente a paz de Deus acalma os corações
perturbados. É a paz divina que excede - ultrapassa ou transcende - a todo o
entendimento, pois não depende das
circunstâncias.
3. Uma paz que
guarda o coração e os sentimentos do crente. Ainda
no versículo 7, lemos que essa paz, dada por Cristo, "guardará os vossos
corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus". O texto fala de "coração e
sentimento", cidadelas dos pensamentos e das emoções que experimentamos no
cotidiano.
A paz de Deus é uma
espécie de muro em torno de uma casa, objetivando protegê-la dos perigos
externos. Ela torna-se um guarda fiel para o crente. Que saibamos, em Cristo,
ouvir o belo conselho do sábio: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu
coração, porque dele procedem as saídas da vida" (Pv 4.23 Sobre
tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas
da vida.).
A paz divina que o
Senhor nos concede excede a todo o entendimento, pois não depende das
circunstâncias.
REFLEXÃO
“Em questões que sejam dispensáveis, os
crentes filipenses não devem ir a extremos, mas evitar o fanatismo e a
hostilidade, julgando uns aos outros com indulgência. (...) Qual é o propósito
das rivalidades? Sedes tolerantes uns com os outros para que Deus seja tolerante
convosco quando o Senhor vier.” John A. Knight
A Carta aos
Filipenses, em sua completude, destaca a alegria do Senhor como uma virtude de
sustentação da vida cristã. Não se trata de alegria passageira ou meramente
emocional. A alegria do Senhor alimenta a nossa alma e produz paz e segurança,
porque essa "paz é como uma sentinela celestial" que nos guarda do mal. Ora, a
alegria também é "fruto do Espírito" (Gl 5.22
Mas
o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fé, mansidão, temperança.), pois a presença dela em
nós produz uma vida interior que supera todas as nossas
vicissitudes.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
I
Subsídio
Teológico
"Seja a vossa equidade notória a todos
os homens. Perto está o Senhor. O termo grego epieikes, equidade,
descreve restrição de paixões, sobriedade ou aquilo que é apropriado. Pode
significar boa disposição para com as pessoas (cf. Rm 14). Em 1 Timóteo 3.3 e Tito 3.2, a palavra é usada com um adjetivo que
significa 'não propenso a brigar'. A ideia é de ser tolerante, não insistindo em
direitos próprios, mas agindo com consideração uns com os outros. Em questões
que sejam dispensáveis, os crentes filipenses não devem ir a extremos, mas
evitar o fanatismo e a hostilidade, julgando uns aos outros com indulgência.
Perto está o Senhor pode ser aviso que a igreja primitiva costumava usar. Neste
caso, Paulo está dizendo: 'Qual é o propósito das rivalidades? Sede tolerantes
uns com os outros para que Deus seja tolerante convosco quando o Senhor vier'. A
frase também era entendida como promessa da proximidade do Senhor, e
interpretada com relação ao versículo seguinte. Não estejais inquietos por coisa
alguma [...] Embora possamos planejar o futuro (1 Tm 5.8), não devemos ficar ansiosos quanto a
nada (Mt 6.25). O segredo desta
qualidade de vida é a oração e as súplicas. 'Cuidado e oração [...] são mais
opostos entre si que fogo e água'. Oração é geral e baseia-se nas promessas
divinas, envolvendo devoção ou adoração. Súplicas são rogos especiais em tempos
de necessidade pessoal e apelam para a misericórdia de Deus" (Comentário
Bíblico Beacon.1.ed. Vol. 9. Rio de Janeiro: CPAD, 2006,
p.277).
|
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
II
Subsídio
Teológico
"Pessoal (4.2,3)
A advertência de Paulo nestes dois
versos marca uma ocorrência incomum em suas cartas. É comum o apóstolo enfrentar
os problemas, as objeções ou as falsas doutrinas dentro de suas igrejas. Porém,
esta é uma das poucas ocasiões onde ele realmente nomeia as pessoas envolvidas
(1 Tm 1.20). Na maioria das vezes,
Paulo prefere manter os envolvidos em controvérsias no anonimato. O fato de
mencionar aqui estes indivíduos reflete a seriedade da situação, seu
relacionamento íntimo com os filipenses e sua alta consideração para com as duas
irmãs a quem fez este sincero apelo. Obviamente ele considera estas mulheres,
bem como o restante da congregação, como suficientemente maduros para lidarem
com este assunto publicamente.
Paulo propõe um sério apelo às duas
mulheres na congregação em Filipos, Evódia e Síntique (possivelmente diaconisas
naquela igreja). As mulheres desempenharam um papel muito importante na fundação
daquela igreja na macedônia (veja At
16.14).
[...] Paulo fala com cada uma das
mulheres separadamente, possivelmente para mostrar sua imparcialidade na
situação.
[...] Estas mulheres, juntamente com
Clemente e outros cooperadores, têm combatido com Paulo como se estivessem em um
combate de gladiadores (1.27), por amor ao evangelho. Agora, nestas ocasiões em
que existem relacionamentos hostis, Paulo pede a este 'verdadeiro companheiro'
que seja um parceiro para estas duas senhoras, a fim de trazer uma solução. É
significativo que os termos 'cooperadores', 'contender' e 'ajudar' contenham a
preposição 'com' (syn), enfatizando o papel vital da comunidade cristã e do
trabalho em equipe, no pensamento de Paulo" (Comentário Bíblico Pentecostal
Novo Testamento. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009,
p.505).
|
VOCABULÁRIO
Arrolado:
Relacionado em
listagem.
ARC:
Almeida Revista e
Corrigida.
Vicissitude:
Instabilidade dos acontecimentos. Eventualidade,
revés.
Inamistosas:
Hostis, adversárias.
Cidadela:
Local seguro.
BIBLIOGRAFIA
SUGERIDA
ZUCK, Roy B. Teologia do Novo
Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2007.
SAIBA
MAIS
Revista Ensinador
Cristão
CPAD, nº 55,
p.41.
EXERCÍCIOS
1. A quem o apóstolo Paulo se refere
como sua "alegria e coroa"?
R. Os crentes de
Filipos.
2. Entre quais mulheres estava
ocorrendo um problema de relacionamento na igreja de
Filipos?
R. Evódia e
Síntique.
3. Qual era a cidadania dos filipenses?
Mas a qual devemos valorizar?
R. Os filipenses tinham cidadania
romana. A cidadania que vem do céu.
4. Em sua completude, o que a Carta aos
Filipenses destaca sobre a alegria?
R. A alegria divina sustenta a vida
cristã.
5. De acordo com a lição o que a
alegria divina é capaz de desfazer e produzir?
R. A alegria desfaz a ansiedade e
produz a paz.
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REFERÊCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
Comentário Bíblico Expositivo – Warrem
W. Wiersbe
Antigo e Novo Testamento Interpretado
Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin
Comentário Esperança - Novo Testamento
Comentário Bíblico Matthew Henry - Novo
Testamento
Bíblia – THOMPSON
(Digital)
Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP
(Digital)
Dicionário Teológico – Edição revista e
ampliada e um Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores – CPAD -
Claudionor Corrêa de Andrade
1º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O pastor Natalino das Neves ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
2º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O pastor Luis Henrique de Almeida Silva ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
3º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O pastor Caramuru ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
4º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O pastor Fábio Segantin ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
5º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O pastor Sidney Pereira ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
6º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O pastor Sergio Siervi ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
7º Vídeo Pré-Aula - Dicas da CPAD para que o professor possa dar uma boa aula: O pastor Claudio ajuda você na preparação da sua aula de Escola Dominical.
Em breve mais vídeos...
IGREJA
EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM
ESTUDO
PREPARATÓRIO PARA OS PROFESSORES DA ESCOLA DOMINICAL
BELÉM-
SEDE
TERCEIRO
TRIMESTRE DE 2013
TEMA
– FILIPENSES: a humildade de Cristo como exemplo para a Igreja
COMENTARISTA
: Elienai Cabral
ESBOÇO
Nº 10
LIÇÃO
Nº 10 – A ALEGRIA DO SALVO EM CRISTO
O cristão tem uma alegria
espiritual que as dificuldades desta vida não podem suprimir.
INTRODUÇÃO
- Prosseguindo o estudo da
carta de Paulo aos filipenses, iniciamos o estudo do seu último capítulo, o
capítulo 4.
- O cristão tem uma alegria
espiritual que as dificuldades desta vida não podem suprimir.
I – A
ALEGRIA RESULTANTE DA SALVAÇÃO EM CRISTO
- O apóstolo Paulo havia
acabado de mostrar aos crentes de Filipos, em sua epístola, que nossa
esperança, nosso alvo era a cidade celestial, de onde virá o Salvador, o Senhor
Jesus Cristo, a quem ele e os crentes estavam esperando, a fim de que ocorresse
a glorificação, a última etapa do processo de salvação (Fp.3:20,21).
- O verdadeiro cristão é,
portanto, aquele que tem como alvo e propósito atingir o estágio final do
processo de salvação, que é a glorificação, o instante em que seu corpo abatido
se transformará em corpo glorioso e ele passará a viver para sempre com o
Senhor na Jerusalém celestial.
- Diante deste quadro maravilhoso
que aguarda todo e qualquer cristão, e no qual o apóstolo faz a diferença entre
os verdadeiros e genuínos cristãos e os falsos crentes, que ele chama de
“inimigos da cruz de Cristo”, os quais pensam apenas em si mesmos, no seu
bem-estar imediato, que não têm o céu como seu objetivo de vida.
- Diante de um quadro quetal,
o apóstolo não tem a dizer aos filipenses senão que eles ficassem firmes no
Senhor (Fp.4:1).
- O que está reservado para os
crentes é extraordinário, maravilhoso, de modo que vale a pena sofrermos tudo
quanto estamos a sofrer neste mundo, pois, como disse o próprio apóstolo, as
aflições do tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de
ser revelada (Rm.8:18).
- O inimigo de nossas almas
tem procurado, de todas as formas, promover a cegueira espiritual dos cristãos,
a fim de que eles não possam contemplar, pelos olhos da fé, a glória que nos
está prometida e que o Senhor Jesus fez questão de deixar como última imagem na
Bíblia Sagrada, ao trazer a revelação ao apóstolo João na ilha de Patmos.
- Muitos, infelizmente, têm
sido vencidos pelo inimigo e somente conseguem enxergar as benesses, as
vantagens que são propagandeadas por este mundo, as ilusões deste mundo
passageiro e enganoso e, por isso mesmo, deixam o caminho do Senhor e não mais
têm a esperança da cidade celestial, da glória que nos está reservada. Mas,
amados irmãos, prossigamos como o apóstolo Paulo, pensando no céu, esperando o
céu, sabendo que tudo quanto aqui existe irá passar, mas o que o Senhor Jesus
foi nos preparar é eterno e verdadeiro.
- Não são poucos aqueles que
veem nesta atitude do apóstolo Paulo e que é de todo cristão uma “alienação”. Aliás,
é isto mesmo que ensinam os marxistas, que, ao contrário do que muitos pensam,
não saíram de cena com a derrocada dos regimes comunistas no final do século
XX, mas estão mais atuantes do que nunca em nossos dias, visto que boa parte da
mentalidade anticristã que hoje vigora no mundo advém dos pensamentos do
chamado “marxismo cultural”, que tem, inclusive, feito adeptos entre os que
cristãos se dizem ser.
- Muitos chegam mesmo a dizer
que o verdadeiro cristão não é aquele que “pensa no céu”, mas, sim, aquele que
“se envolve com as coisas terrenas para aqui fazer valer a doutrina cristã,
para aqui estabelecer o reino de Deus”, como se costuma dizer entre os adeptos
de teologias que se dizem “sociais” e “promotoras do verdadeiro amor cristão”.
- Não resta dúvida de que o
verdadeiro cristão, enquanto se encontra neste mundo, a exemplo do seu Salvador
e Senhor, é alguém que faz o bem e cura a todos os oprimidos do diabo
(At.10:38), sendo, portanto, uma pessoa comprometida com a libertação do mundo
do pecado e com a retirada das estruturas opressivas e injustas das sociedades
construídas sob o jugo do pecado. No entanto, sabe muito bem que a verdadeira
justiça somente se implantará nos novos céus e nova terra (II Pe.3:13), quando
for extirpado o pecado e que, portanto, a maior luta contra a injustiça se dá
através da pregação e vivência do Evangelho.
- No entanto, nossa esperança
não está depositada nas coisas desta vida, pois, caso contrário, seremos os
mais miseráveis de todos os homens (I Co.15:19), de sorte que é impossível, ao
verdadeiro cristão, deixar de almejar e de ter como alvo e propósito a sua
glorificação e o seu traslado para a cidade celestial.
- Para tanto, é absolutamente
necessário que sejamos firmes no Senhor, como o apóstolo já havia alertado aos
crentes de Corinto (I Co.15:58). A firmeza significa aqui a manutenção dos
objetivos traçados no início da caminhada com Cristo. Como dizia um saudoso
irmão, que serviu ao Senhor mais de 70 anos, é fundamental que mantenhamos o
mesmo objetivo de ir para o céu que abraçamos quando recebemos a Jesus como
único Senhor e Salvador de nossas vidas.
- A firmeza, ou seja, esta
disposição de não mudar de foco, não modificar seu alvo, nem alterar o seu
objetivo de ser fiel ao Senhor até o fim, deve ser feita “no Senhor”, ou seja,
não podemos confiar em nós mesmos, pois maldito o homem que confia no homem
(Jr.17:5), mas devemos estar firmes “no Senhor”, ou seja, buscar estar próximos
d’Ele, dependermos sempre d’Ele, pois sabemos que aquele que se encontra na
dependência e orientação do Senhor jamais poderá ser abalado em sua fé, jamais
poderá ser derrotado pelo inimigo de nossas almas, pois ninguém pode arrebatar
uma vida que se encontra nas mãos do Senhor (Jo.10:27,28).
- Por isso, a firmeza no Senhor
exige um contínuo e incessante processo de santificação, a chamada
“santificação progressiva”, de que algumas vezes já se falou durante este
trimestre no estudo desta carta aos filipenses. Somente através da
santificação, deste processo de continuada separação do pecado, é que nos
colocaremos nas mãos do Senhor Jesus e, deste modo, conseguiremos forças para
permanecer fiéis até o dia do arrebatamento da Igreja ou de nossa morte física.
- Paulo desejava que os
filipenses estivessem firmes no Senhor como ele mesmo estava, apesar de todas
as dificuldades que enfrentava. A certeza de que lhe aguardava um destino
glorioso era suficiente para manter o apóstolo focado, inalterado em seus
propósitos e objetivos estabelecidos no instante em que, no caminho de Damasco,
se rendera ao Senhor Jesus.
- Esta firmeza, resultante do
processo de santificação continuada, era a responsável pela geração, no
apóstolo, como, aliás, em todo e qualquer crente que assim proceder, da geração
do fruto do Espírito Santo. O Senhor Jesus foi enfático ao afirmar que quando
escolhe alguém, escolhe para que este vá e dê fruto, e fruto permanente
(Jo.15:16).
- Ora, como o próprio apóstolo
irá mencionar na carta que escreveu aos gálatas 9Gl.5:22), este fruto do
Espírito é dotado de nove qualidades, que distinguem o servo do Senhor dos
demais seres humanos, qualidades estas que são, também, menconadas pelo Senhor
Jesus como sendo as bem-aventuranças dos Seus discípulos (Mt.5:3-12).
- A primeira destas
qualidades, considerada como sendo a qualidade primordial da qual as demais
seriam meros desdobramentos, é o amor “agape”, o amor divino, que é derramado
pelo Espírito Santo em nossos corações (Rm.5:5).
- A segunda das qualidades
mencionada pelo apóstolo é, precisamente, a alegria (ou gozo), que surge,
segundo alguns estudiosos, como o primeiro desdobramento do amor. Assim, o
apóstolo dá-nos a entender que a alegria espiritual é a primeira qualidade que
exsurge do cristão após ter ele recebido o amor divino em seu coração. Mas o
que é a alegria segundo a Bíblia?
OBS: “…uma das maneiras
mais autênticas pelas quais o verdadeiro amor se manifesta é através da
alegria. Não é uma verdade facilmente reconhecida que nós sentimos alegria em
estar com as pessoas que amamos? Com efeito, uma das provas mais evidentes do
amor que dizemos sentir pelos nossos irmãos é o prazer que temos em nosso
íntimo cada vez em que nos lembramos deles ou em que temos a oportunidade de
estar juntos com eles.…” (PIMENTEL,
Vinicius S. Meditações em Filipenses-II: graças a Deus! Disponível em:
preciosocristo.wordpress.com/2012/04/08/meditacoes-em-filipenses-ii-gracas-a-deus/
Acesso em 05 jul. 2013).
- A Bíblia apresenta como
sendo “gozo” ou “alegria” a segunda qualidade do fruto do Espírito em Gl.5:22,
palavra que, no original grego, é “chara” (χαρά), palavra que vem da mesma raiz
de “charis” (χάρις), que significa “graça”, ou seja, “favor imerecido”. Já pela
origem da palavra, vemos, portanto, que a alegria é resultante da graça, ou
seja, é consequência do favor de Deus ao homem, favor este que nos permitiu
retornar a ter comunhão com Ele, por meio de Jesus Cristo (Ef.2:8).
- A palavra “alegria” vem de
“alegre”, que os dicionaristas de nossa língua dizem ser uma palavra que vem do
latim “alacer”, cujo significado primeiro era “vivo, animado, feliz,
bem-disposto”. “Feliz”, por sua vez, tem sua origem em “felix”, palavra latina
que vem de “foecus”, que significa “fecundo, fértil”. Observamos, portanto,
que, pela própria origem da palavra, notamos que a alegria está vinculada a uma
fecundação, que nada mais é que a figura do novo nascimento, do nascimento espiritual
mediante a aceitação de Cristo como nosso único e suficiente Salvador.
- Uma pessoa alegre é uma
pessoa que está em um estado de viva satisfação, de vivo contentamento, dizem
os dicionaristas. É a forte impressão de prazer causada pela posse de um bem,
ou seja, é a consequência de alguém ter recebido a salvação, a vida eterna,
quando aceita a Cristo como seu único e suficiente Salvador. Por isso, Jesus
mesmo disse aos discípulos, quando eles voltavam alegres pela bem sucedida
missão de pregação nas aldeias judias, que eles deveriam estar alegres ao saber
que seus nomes estavam escritos nos céus (Lc.10:20).
- A palavra “alegria” surge,
pela primeira vez nas Escrituras (Versão Almeida Revista e Corrigida), quando
Labão indaga Jacó sobre a sua saída oculta de Padã-Arã, quando o sogro
enganador de Israel afirmou que, caso Jacó lhe tivesse avisado que iria embora,
isto seria motivo para comemoração, para celebração, demonstrando, assim, que
também era seu desejo a separação de seu genro (Gn.31:27). Desde logo, pois,
vemos que a “alegria” a que se referia Labão era muito mais um “contentamento”,
ou seja, uma situação cujos desejos são atendidos ou realizados, algo que
depende das circunstâncias, daquilo que está à nossa volta, pois é a
convergência entre os nossos desejos e a realidade que nos cerca. Labão queria
que Jacó fosse embora, pois achava que estava sendo trapaceado pelo genro e que
o genro era a causa de seu empobrecimento e, como Jacó decidira partir (o que,
efetivamente, foi feito), isto era a concretização do desejo secreto de Labão,
razão pela qual a despedida se faria com “alegria”, ou seja, com contentamento,
pois os fatos vinham de encontro ao desejo do coração.
- Notamos, pois, de pronto,
que existem duas “alegrias”: aquela que vem de fora para dentro, ou seja,
aquela manifestada como reação pela ocorrência de fatos que eram desejados
pelas pessoas, que causam um sentimento de satisfação, que, no rigor da
palavra, é chamada de “contentamento”. O “contentamento” é um estado
passageiro, momentâneo, pois resulta da realização de um desejo, realização
esta que é marcada no tempo e, como tudo que depende do tempo, passa, não sendo
mais do que simples lembrança, agradável lembrança muitas vezes, mas não mais
do que lembrança. Não é este “contentamento” de que tratamos neste estudo, pois
este “contentamento” não é originário de Deus, mas resultado da conformidade
entre os desejos humanos e a ocorrência dos fatos.
- Este “contentamento” é o que
se chama de “momentos felizes”. É a conformidade dos fatos aos nossos desejos,
e é a isso que o mundo sem Deus e sem salvação chama de “felicidade”, de
“alegria”. São estes momentos de satisfação e de realização que são
freneticamente procurados pelos homens nos nossos dias e que explicam toda a
ânsia, toda a corrida por fama, posição social, dinheiro e prazer que tanto
caracteriza os dias que vivemos. O apóstolo Paulo, mesmo, disse que, nos
últimos dias, haveria homens amantes de si mesmos, que seriam mais amigos dos
deleites, ou seja, dos prazeres, do que amigos de Deus (II Tm.3:1-4).
- A psicologia, mesmo, tem
definido o homem como um “ser que deseja” e entende que todas as ações dos
homens são resultantes desta busca, desta procura de concretização dos desejos
que nascem no coração do homem. Vemos, aliás, que isto já era anotado nas
Escrituras, que confirma esta “natureza desejante” do ser humano, tanto que
Tiago afirma que o homem peca quando atraído e engodado pela sua própria
concupiscência, que nada mais é que a cobiça, ou seja, o desejo imoderado de
possuir. Quando não refreamos os nossos desejos, quando não submetemos a nossa
vontade a Deus, trasbordamos os limites da equidade e da justiça e pecamos,
enganados que somos pela nossa própria concupiscência, como, aliás, fizeram os
nossos pais no Éden, que, desejando ser iguais a Deus, desobedeceram e pecaram
(Gn.3:6). Por isso, adverte-nos o profeta de que o coração do homem é
extremamente enganoso (Jr.17:9).
- Esta conformidade dos fatos
com os nossos desejos ocorre mesmo quando os desejos do homem não estão de
acordo com a vontade de Deus. Há contentamento por parte do ímpio, embora este
contentamento, diz-nos a Palavra, seja breve e momentâneo (Jó 20:4,5). A
alegria que brota do coração do homem tem fim e se converte em tristeza
(Pv.14:13), algo passageiro, que o próprio Salomão considerou como também sendo
vaidade (Ec.2:1,2). Não nos surpreendemos, então, com o aumento da chamada
“indústria do entretenimento”, que cresce assustadoramente, já que há uma
grande procura no mundo de algo que promova divertimento, que promova alegria,
entendida esta alegria como o “contentamento”, ou seja, a conformação dos
desejos com fatos que ocorram e tragam satisfação. Muitos têm buscado estas
“casas da alegria”, esquecendo-se, porém, que, como disse o pregador, são casas
reservadas aos tolos (Ec.7:4), pois tudo não passa de ilusão, de engano, que
não conseguirá esconder a realidade da eternidade na vida de cada um, que não
resistirá ao juízo divino (Is.32:13).
- A segunda “alegria” é a que
não tem origem no coração do homem, que não é a conformidade entre os desejos
humanos e os fatos da realidade, mas a “alegria” que provém de Deus, pois, como
disse o apóstolo Paulo, “…o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça,
e paz, e alegria no Espírito Santo”. (Rm.14:17). Esta alegria é um estado de
viva satisfação, é a forte impressão de prazer, é demonstração de vida
espiritual, vida esta que só é possível no instante em que deixamos de estar
separados de Deus, mediante o perdão dos nossos pecados por Deus, por causa do
sangue de Jesus Cristo derramado na cruz do Calvário.
- Quando aceitamos a Cristo
como nosso único e suficiente Salvador, nossos pecados são perdoados e passamos
a ter comunhão com Deus. Esta restauração da comunicação de Deus conosco é a
vivificação do nosso espírito pelo Espírito de Deus (I Co.15:22). Passamos da
morte para a vida (I Jo.3:14a), passamos a pertencer à videira verdadeira e,
por conseguinte, a dar fruto (Jo.15:4), fruto este que tem como uma de suas
qualidades a alegria ou gozo (Gl.5:22).
OBS: Estamos usando
indistintamente, neste estudo, as palavras “alegria” e “gozo”. A palavra “gozo”
é usada na Versão Almeida Revista e Corrigida para traduzir “chara” em Gl.5:22,
palavra, aliás, que foi substituída por “alegria” na Versão Almeida Revista e
Atualizada. A palavra “gozo” vem de “gaudium” que, em latim, significava,
também, alegria. Vemos, pois, que, etimologicamente, as palavras não têm
significados distintos, embora à palavra “gozo” esteja associada, modernamente,
a idéia de “prazer extremo que provém da posse de alguma coisa”, de “satisfação
de uma atividade física, moral ou intelectual”.
- A alegria que é uma das
qualidades do fruto do Espírito, portanto, é um sentimento que somente o salvo
pode sentir, pois é o resultado da salvação. É a alegria mencionada pelo
salmista no Sl.4, Aqui o salmista Davi está angustiado, mostra todo um
sentimento de inconformismo com a triste realidade espiritual da humanidade,
que rejeita a verdade e procura a mentira. Mas, em meio a este estado, o
salmista revela que não está triste, porque Deus o separou do pecado e lhe deu
condições de servi-lO, o que é possível porque o próprio Deus pôs alegria no
coração, alegria esta que é maior do que nos instantes felizes da vida, que
foram figurados como sendo os momentos da colheita (Sl.4:7).
- A alegria que é fruto do
Espírito Santo tem sua origem em Deus, é Deus quem a coloca em nosso coração e,
por isso, não depende dos fatos que ocorrem à nossa volta, das circunstâncias.
É uma alegria que foi derramada em nossos corações, pois é um verdadeiro óleo
com o qual somos ungidos pelo Senhor (Sl.45:7). Jesus veio trazer esta alegria,
este óleo de gozo para substituir a nossa tristeza do tempo em que vivíamos em
pecado (Is.61:3). A alegria que sentimos não depende de nada que está ao nosso
redor, nem se abala com o que pode acontecer conosco, pois esta alegria é o
próprio Deus que habita em nós (Sl.43:4).
OBS: “…A alegria
resulta da influência celestial sobre nosso homem interior. Jamais poderá ser
equiparada com aquilo que o mundo chama erroneamente de felicidade. A
felicidade depende das circunstâncias, e estas são instáveis. A alegria
verdadeira consiste em um sentimento constante de bem-estar no íntimo, causado
pelo ministério do Espírito de Deus, que transmite à alma o bem-estar de
Cristo. E isso é para nós um tesouro inestimável.…” (SILVA, Osmar José da. Lições bíblicas dinâmicas, v.3, p.6).
- Esta alegria é resultado
imediato do perdão dos nossos pecados e da restauração da nossa comunhão com
Deus. Davi tinha plena compreensão a respeito disto, tanto que, quando pecou,
quando sentiu que não mais tinha comunicação com Deus, pediu ao Senhor que lhe
tornasse a dar “a alegria da salvação” (Sl.51:12). A alegria verdadeira,
permanente é consequência da salvação, da vida de comunhão com Deus por
intermédio de Cristo Jesus.
- Esta alegria não é de todos
os homens, portanto, mas é restrita aos justos (Sl.68:3), para os retos de
coração (Sl.97:11), para os que aconselham a paz (Pv.12:20). Quem é justo?
Justo é aquele que crê em Jesus e tem, por isso, é justificado pela fé, tendo
paz com Deus (Rm.5:1). Quem é reto de coração? É aquele que é direito, que é
correto, cujo coração está de acordo com a Palavra de Deus, que ouve e pratica
as palavras do Senhor, seguindo o caminho reto, ainda que estreito
(Mt.7:13,14,24,25). Daí porque a lei do Senhor ser chamada de alegria do homem
(Sl.119:92). Quem aconselha a paz? Quem aconselha a paz é o pacificador e o
pacificador é o filho de Deus (Mt.5:9), ou seja, aquele em quem o Espírito
Santo habita (Rm.8:9).
II –
A ALEGRIA DO APÓSTOLO PAULO EM GANHAR ALMAS PARA CRISTO
- É esta a alegria que Paulo
tinha e que queria que os crentes de Filipos também tivessem. Mas, além desta
alegria espiritual, que os mantinha e os manteria firmes no Senhor, o apóstolo
diz que os filipenses eram “sua alegria e coroa” (Fp.4:1).
- O apóstolo diz que os seus
“amados e queridos irmãos” em Filipos eram a “sua alegria e coroa”, a
demonstrar, portanto, que a simples existência da igreja em Filipos já era
motivo de alegria para o apóstolo.
- Temos aqui a oitava alegria
da epístola de Paulo aos Filipenses, a “alegria de quem ganha almas para
Cristo”. “…Nenhuma igreja local que Paulo conseguiu fundar dava-lhe maior
alegria do que a dos filipenses. Foi as primícias de Cristo na Europa, e foi
fundada em muita tribulação. Era igreja leal ao seu fundador, uma lealdade
provada através dos tempos, mas que nunca falhava. Não é de admirar que Paulo
se alegra na igreja: ‘...meus amados e mui saudosos irmãos, minha alegria e
coroa, estai assim firmes no Senhor, amados’! Ah! meus irmãos, que alegria
quando encontramos os nossos filhos na fé ‘...andando na verdade, assim como
recebemos o mandamento do Pai’!(II João v.4).…” (SENA NETO, José Barbosa de. Filipenses: a carta da alegria! Disponível
em: http://prbarbosaneto.blogspot.com.br/2008/01/carta-aos-filipenses-carta-da-alegria.html
Acesso em 03 jul. 2013).
- Temos tido esta alegria?
Desejamos ver as almas se rendendo aos pés do Senhor Jesus e alcançando a
salvação, a vida eterna? Tem sido esta uma fonte de satisfação em nossas vidas?
Ou pouco nos importamos com a conversão das almas?
- O apóstolo Paulo tinha
imenso prazer em ver que seus filhos na fé prosseguiam sua jornada rumo ao céu,
que seu trabalho não tinha sido em vão e que a igreja de Filipos, por mais que
lhe ajudasse no seu ministério, não tinha outra intenção senão ir para o céu.
- Como seria bom que os
cristãos tivessem este mesmo sentimento, que buscassem verdadeiramente a
salvação das almas, que tivessem como fonte de satisfação ver as vidas se
rendendo a Jesus Cristo!
- Salomão disse que quem ganha
almas, sábio é (Pv.11:30) e, dentro do chamado “paralelismo hebraico”, que traduz
a mesma ideia por duas expressões distintas, vemos que esta sabedoria que leva
a pessoa a ganhar almas nada mais é que “o fruto do justo”, que é “árvore de
vida”.
- Ora, nós sabemos que a
“árvore da vida” era a árvore que ficava no centro do jardim plantado por Deus
no Éden, que levava o homem à eternidade, tanto que teve seu caminho proibido
ao homem após o pecado (Gn.3:22-24). Ganhar almas, portanto, nada mais é que
levar a comunhão, a eternidade aos demais homens, e isto é o verdadeiro “fruto
do justo”.
- Por isso, há quem entenda
que os “frutos dignos do arrependimento” de que falava João Batista como
condição de submissão para o seu batismo (Mt.3:8) era, precisamente, o de levar
alguém para também ser batizado pelo profeta às margens do rio Jordão.
- Paulo alegrava-se por ver a
igreja de Filipos, resultado do início da sua evangelização na sua segunda
viagem missionária, servindo a Deus intensamente, não só ajudando o ministério
do apóstolo, mas, também, se esforçando para ganhar almas para o reino de Deus.
Eram, por isso, a sua “coroa”, ou seja, o seu prêmio, a sua recompensa pelo
esforço despendido durante todos aqueles dez anos, mais ou menos, em que estava
sendo sustentado por aqueles crentes.
- Paulo não se preocupava em
ter uma posição social, uma posição privilegiada depois de tantos anos de
trabalho para o Senhor. Sua alegria não era a obtenção de um bem-estar material
que traduzisse todo o seu esforço na obra do Senhor, mas, sim, ver que seus
filhos na fé se esforçavam, tanto quanto ele, para ganhar almas para o reino de
Deus.
- Que diferença para muitos
obreiros da atualidade que, tendo se esforçado sobremaneira na obra de Deus,
acham que estão a merecer uma vida regalada no presente, como “recompensa”,
“galardão” pelo esforço despendido no início de seus ministérios. Nada mais
antibíblico, pois ninguém milita na seara de Cristo para ter vantagens e
recompensas neste mundo, mas, sim, para alcançar a cidade celestial.
- Paulo, depois de um esforço
imenso para o trabalho do Senhor, encontrava-se preso em Roma, numa casa
alugada, dependendo da ajuda financeira dos filipenses, mas isto, em momento
algum, diminuiu-lhe a alegria espiritual. O apóstolo não desejava bem-estar
neste mundo, mas, sim, que os crentes tivessem o mesmo amor pelas almas perdidas
que ele mesmo possuía.
- Muitos, na atualidade, não
têm qualquer preocupação com a estagnação espiritual em que se encontra a
grande maioria das igrejas locais, onde não há conversões, não há operação do
Espírito Santo. Estão contentes apenas com a “manutenção da membresia”, com a
“alegria” decorrente das inúmeras festividades. Já há até mesmo igrejas onde
nem sequer um apelo é feito ao final do culto, pois já se sabe, de antemão, que
não há qualquer pessoa incrédula a assistir-lhe. Onde está a alegria em ganhar
almas para Cristo?
III –
O APELO DO APÓSTOLO PAULO EM FAVOR DE DUAS MULHERES DA IGREJA DE FILIPOS
- Depois de desejar que os
crentes de Filipos tivessem o mesmo foco pelo céu que ele mesmo possuía, Paulo,
após revelar que tinha alegria espiritual pelos seus filhos na fé, faz um
pedido inusitado ao seu “verdadeiro companheiro”, que a epístola não identifica
quem seja, achando uns que se trataria do próprio Epafrodito, que seria o
portador da carta, ou, mesmo, o pastor da igreja em Filipos, cuja identidade
seja desconhecida (Fp.4:3).
- Este pedido, endereçado a
este “verdadeiro companheiro”, que, no texto original grego, significa
“companheiro de jugo”, expressão que denota, uma vez mais, a humildade do
apóstolo, que não se considerava superior a pessoa alguma, apesar de sua
posição de apóstolo e fundador da igreja em Filipos, era no sentido de que
intercedesse junto a Evódia e a Síntique para que elas “sentissem o mesmo no
Senhor” (Fp.4:2).
- Vemos aqui o cuidado
pastoral do apóstolo Paulo. Certamente, dentre as muitas notícias recebidas de
Epafrodito e dos outros crentes de Filipos que vinham visitá-lo, o apóstolo
soube que as pessoas que mais se angustiavam e estavam abaladas por causa de
sua prisão eram as irmãs Evódia e Síntique. Daí porque o cuidado especial de
Paulo para que elas também se alegrassem no Senhor e deixassem de lado esta
tristeza que estava a comprometer-lhe a própria continuidade da vida cristã.
- Este cuidado do apóstolo
Paulo para com estas duas irmãs filipenses, que são especificamente nomeadas
por ele na epístola, mostra-nos, claramente, que o tratamento pastoral, o
relacionamento com os irmãos deve ser um relacionamento pessoal, afetivo e
direto.
- Vivemos dias onde as igrejas
locais têm se tornado impessoais, distantes, onde o tratamento que se dá é um
“tratamento de massa”, onde não contato interpessoal, onde não há um efetivo e
verdadeiro relacionamento, onde as pessoas se sentem sós e isoladas, onde se
está numa multidão e não em um grupo social.
- Tal circunstância é
frontalmente contrária ao modelo bíblico estabelecido para a igreja, pois, como
vemos em Atos dos Apóstolos, a igreja primitiva era um grupo social primário,
ou seja, um grupo onde as pessoas compartilham suas vidas e seus sentimentos,
tendo uma unidade que permite que todos se ajudem mutuamente para chegarem aos
céus (At.2:42-47).
- Nos dias em que vivemos,
porém, as igrejas locais nem grupos sociais têm sido. Como define o filósofo
brasileiro Mário Ferreira dos Santos, “…o grupo social é uma sociedade composta
de indivíduos unidos entre si e distintos de outros indivíduos por relações
sociais positivas e complementares. Para que um grupo surja, necessita de
relações sociais positivas e complementares, a fim de ligar indivíduos
isolados, Indivíduos isolados, quando seus interesses entram em jogo, unem-se
para tomar uma atitude em defesa dos mesmos.…” (Sociologia fundamental e ética fundamental, p.40).
- Ora, muitas das igrejas
locais, em nossos dias, não retiram sequer a condição de indivíduos isolados
dos seus membros, que apenas se reúnem nos cultos, sem ter qualquer interação
com os demais crentes, o que faz com que haja, na verdade, uma “multidão”, que,
na Bíblia Sagrada, é um grupo totalmente distinto do dos discípulos de Jesus
(cfr. Mt.13:3,10). Negam, portanto, no seu dia-a-dia, o serem parcela do corpo
de Cristo.
- Paulo, porém, não partilhava
desta “filosofia da massa” que se vive em muitos lugares em nossos dias. Ele
conhecia os crentes que havia ganhado para Cristo e, ao saber de que Evódia e
Síntique estavam particularmente deprimidas com a sua situação, faz um pedido
especial ao seu “verdadeiro companheiro”, que, como era “companheiro de jugo”
do apóstolo, tinha o mesmo sentimento daquele, para que fizesse com que a
alegria voltasse à vida daquelas duas irmãs.
- É fundamental que o pastor,
aquele que apascenta as ovelhas do rebanho do Senhor, conheça as suas ovelhas,
saiba identificá-las, conheça-as por nome. Quando uma igreja local passa a ter
um grande número de membros, é fundamental que haja uma estrutura interna que
permita que haja esta interação e este contato pessoal entre os membros e
alguns membros do ministério, sem o que não se poderá cumprir o papel destinado
pelo Senhor, que é o de fazer o da igreja local um lugar de comunhão.
- Evódia, cujo nome significa
“fragante, cheirosa” e Síntique, cujo nome significa “afortunada”, eram irmãs
que estavam precisando de estímulo, incentivo, que desfrutassem da alegria
espiritual que todos os demais crentes possuíam, a despeito do sofrimento que
tinham por ver a situação do apóstolo. Para tanto, era preciso que fossem
conscientizadas da glória que lhes estava reservada e que tudo o que estava
acontecendo com o apóstolo era da vontade do Senhor e para o cumprimento de seu
ministério.
- Este cuidado pessoal e específico
com cada ovelha do rebanho do Senhor não é uma opção para o pastor, é um dever,
tanto que, como vimos em lições anteriores, o Senhor tratará duramente com
aqueles que não tiverem tal zelo em seu ministério (Ez.34).
- Outro ponto importante que
vemos nesta passagem é que aqui se tem mais uma demonstração bíblica de que o
apóstolo Paulo não era machista, como tem sido acusado ultimamente, inclusive
por alguns que cristãos se dizem ser. Paulo demonstrou toda a sua preocupação
com duas mulheres, a provar que tratava igualmente tanto homens quanto
mulheres, pois, como ele próprio escreveu aos coríntios, “…nem o varão é sem a
mulher, nem a mulher sem o varão, no Senhor, porque, como a mulher provém do
varão, assim também o varão provém da mulher, mas tudo vem de Deus” (I
Co.11:11,12).
- Evódia e Síntique haviam
trabalhado com o apóstolo no evangelho, o que significa que tinham atividade na
obra do Senhor. Há lugar na obra do Senhor tanto para homens como para
mulheres, mas como homem e mulher são diferentes, as atividades de um e de
outro também são distintas na igreja local.
- Percebamos que Evódia e
Síntique trabalharam com o apóstolo no evangelho, mas não eram “ministras” nem
tampouco “pastoras”, tanto que Paulo pede a que seu “verdadeiro companheiro” as
ajudasse. Isto mostra claramente que não há lugar, na igreja estabelecida por
Cristo Jesus, para o “ministério feminino da palavra”, lugar ocupado
exclusivamente por homens, pois para isto o Senhor criou o varão.
- Evódia e Síntique, no
entanto, eram consideradas como cooperadoras no evangelho, tanto quanto
Clemente e outros homens que haviam trabalhado junto com o apóstolo. Todos
devem trabalhar na obra do Senhor, todos devem ter funções na igreja local, mas
cada um segundo a vocação que lhes foi dada pelo Senhor, Senhor este que
destinou exclusivamente aos homens o episcopado ou o diaconato.
- Nos dias em que vivemos,
lamentavelmente se tem adotado uma mentalidade “feminista” que é antibíblica,
vez que fundada num “igualitarismo” que pretende desfazer as diferenças entre
homem e mulher, comportamento que é antibíblico e contrário à vontade de Deus,
pois tal distinção não é fruto de uma “cultura”, como defendem as feministas,
mas algo que advém do próprio Deus, da própria natureza.
- Evódia e Síntique, sem serem
“ministras”, eram cooperadoras na obra de Deus, trabalharam muito com o
apóstolo Paulo e, por isso mesmo, encontravam-se desestimuladas e abaladas com
a prolongada prisão daquele a quem tanto tinham ajudado na evangelização. Por
isso, o apóstolo queria que elas tivessem, de novo, a mesma alegria espiritual
que Paulo estava a desfrutar.
- Por isso, o apóstolo foi bem
enfático ao terminar este seu pedido a seu “verdadeiro companheiro”:
“regozijai-vos no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos” (Fp.4:4).
- A alegria espiritual seria
alcançada por Evódia e Síntique, como também o será por todos os cristãos, se
eles se voltarem para o Senhor Jesus Cristo. Somente “no Senhor” podemos nos
alegrar. Somente há alegria se estivermos em Cristo, ou seja, se O contemplarmos
como nosso alvo, como nosso exemplo, como nosso princípio e fim. Se olharmos
para os problemas e dificuldades, não teremos como desfrutar a alegria
espiritual. Ele precisa ser uma alegria “no Senhor”. Temos nos voltado a Cristo
em meio às cada vez maiores dificuldades de servi-l”o neste mundo? Pensemos
nisto!
- Como afirma Russell Norman
Champlin, “…temos aqui o chamamento não apenas para o regozijo, mas também para
um desenvolvimento espiritual superior, o que nos confere confiança, alegria e
o senso de bem-estar, a despeito de nossas circunstâncias externas…” (Novo Testamento interpretado versículo por
versículo, com, Fp.4:4, v.5, p.61).
- O cristão, como Evódia, é
“cheiroso”, ou seja, tem o “bom cheiro de Cristo” (II Co.2:15); como Síntique,
o cristão é “afortunado”. Por isso, em meio às muitas tribulações, que são
indispensáveis para quem deseja chegar aos céus (At.14:22), não podemos deixar
de ter consciência de que nada do que ocorre pode alterar a nossa condição de
sermos portadores do “bom cheiro de Cristo” e de termos a “fortuna” de estarmos
caminhando para o céu. Como diz o pastor e poeta sacro Samuel Nyström: “Para o
céu eu vou, embora for nublado, o caminho, às vezes, espinhosos está. Por
Jesus, meu Mestre, sempre bem fuiado, em Seus passos, sigo, até que chegue lá.
Aleluia! Pro céu vou caminhando, nada me desanimará! Para o céu eu me vou
aproximando, sempre meu Jesus me guiará!“ (primeira
estrofe e refrão do hino 332 a Harpa Cristã).
- Esta alegria, ademais, não é
passageira, nem aparece ou desaparece conforme as circunstâncias, como já vimos
supra. Por isso, o apóstolo insiste que tal alegria deveria se dar “sempre”.
Como afirma Champlin, “…há aqui um volver de olhos para o futuro, quando as
tribulações se tornavam muito severas. Não somente agora, em período de calma
relativa, mas também no futuro, quando os testes mais difíceis atingissem os
crentes filipenses, eles precisavam de ‘alegria’ produzida pelo desenvolvimento
espiritual. De fato, não há nenhuma ocasião em que nossa ocasião com Cristo venha
a ser maculada de modo a remover de nós a alegria.…” (ibid.)
IV –
A ALEGRIA RESULTA EM EQUIDADE E PAZ
- Mas, o apóstolo não queria
apenas que os filipenses sentissem a alegria no Senhor de forma perene e
permanente, sabendo a glória que lhes estaria reservada na eternidade, mas,
também, que esta alegria espiritual produzisse nos seus filhos na fé duas
coisas importantíssimas: equidade e paz.
- Como temos consciência de
que está nos reservado um futuro glorioso, temos de mostrar que temos o amor de
Deus, que somos diferentes dos demais homens, que estamos a caminhar para o
céu. E como se manifesta esta nossa filiação divina, esta nossa distinção em
relação aos demais seres humanos? Através da “equidade”, ou seja, da justiça,
da graciosidade, gentileza, clemência e tolerância, que é o significado de
“epiekeis” (επιεικές), que é o termo original grego utilizado aqui pelo
apóstolo (Fp.4:5).
- Uma vez mais o apóstolo
Paulo mostra não estar a trazer qualquer inovação, mas a aplicar exclusivamente
o que o Senhor Jesus havia ensinado. Quando elencou as qualidades de Seus
discípulos no sermão do monte, o Senhor foi claríssimo ao afirmar que a justiça
deles deveria exceder a dos escribas e fariseus, se quisessem entrar no reino
dos céus (Mt.5:20).
- Vemos, portanto, que sentido
algum tem aqueles que consideram que os crentes serão “alienados” se tiverem
como foco o seu futuro glorioso, o arrebatamento da Igreja, a glorificação.
Quando um cristão tem este objetivo, quando persegue vencer todas as
dificuldades terrenas para chegar ao futuro glorioso que lhe está reservado,
ele passa a ter uma vida justa, ele passa a praticar a justiça nesta Terra, de
tal modo que sua equidade seja notória a todos os homens.
- O crente que real e
sinceramente pensa no céu é uma pessoa que vive neste século sóbria, pia e
justamente (Tt.2:12), procurando ter uma maneira de viver separada do pecado e
que agrade ao Senhor Jesus.
- Ora, se o cristão vive
justamente neste século, é evidente que não compactuará com as estruturas
injustas existentes na sociedade pecaminosa, de sorte que sempre trará mais
justiça para o ambiente social, como também lutará para que esta justiça ocorra
cada vez mais. Não é à toa que todo o desenvolvimento da ética na história da
humanidade e uma maior justiça entre os homens esteja sempre vinculada à
atuação da Igreja entre os homens.
- O cristão tem ainda um
motivo a mais para ser justo e ter uma vida que o caracteriza como uma pessoa
correta entre todos os homens. É o fato de que o Senhor está perto (Fp.4:5). A
proximidade da volta de Cristo, o cumprimento dos sinais que Ele mesmo indicou
em Seu sermão escatológico são um fator a mais para termos uma vida justa, uma
vida que não dê margem a escândalo nem aos judeus, nem aos gentios, nem à
igreja de Deus (I Co.10:32).
- A vida com “equidade” faz
com que sejamos moderados, nem justos demais, nem injustos demais (Ec.7:16,17).
É por isso que o filósofo Aristóteles, ao usar o termo empregado aqui pelo
apóstolo Paulo, contrasta esta virtude com o “julgamento severo” em sua conhecida
obra “Ética a Nicômaco”.
- Seguindo as palavras do
sábio Salomão, percebemos que, em nossa jornada terrena, sabendo que o Senhor
está próximo, temos de ser tolerantes e não podemos fazer um julgamento severo,
rígido, nem misericórdia, pois, se assim agirmos, estaremos abrindo mão do amor
divino que nos foi concedido pela graça.
- Esta tolerância, clemência e
complacência, entendamos, deve ser dirigida ao pecador, jamais ao pecado. Não
se trata de compactuar com a injustiça, pois isto não seria agir justamente,
mas, sim, agir de tal maneira a que nos apiedemos daqueles que estão caminhando
para a perdição, possibilitando-lhes alcançar a salvação na pessoa de Jesus
Cristo.
- Mas a alegria espiritual
também tem outra consequência, que é a “paz de Deus”. Quem é alegre no Senhor,
tem a paz de Deus e é por isso que Paulo deseja que esta paz de Deus, que
excede todo o entendimento, guarde os corações e os sentimentos dos crentes de
Filipos (Fp.4:7).
- Quando temos a alegria
espiritual, o primeiro dos desdobramentos do amor divino em nosso ser, em nossa
conduta, logo recebemos a terceira qualidade do fruto do Espírito, que é a paz
(Gl.5:22).
- Paz, na língua hebraica
(língua em que se escreveu a quase totalidade do Antigo Testamento), é
“shalom”(שלם ), que, muito provavelmente, é a palavra hebraica mais conhecida
no mundo. A ideia israelita de “shalom” é diferente da ideia que se disseminou
posteriormente entre os povos, mormente entre os gregos. “…As palavras
hebraicas se formam a partir de radicais. A raiz da palavra shalom é formada
pelas letras shim(ש), lâmed (ל) e mem(ם). A palavra shalem, que significa
quitar, tem a mesma raiz de shalom. Podemos, então, entender que, quando não
temos dívidas, sejam elas da espécie que forem - financeiras, promessas,
compromissos, deveres religiosos, morais - conseguimos estar em paz; shalem
significa também - completo, íntegro, o que indica que paz significa
integridade - a pessoa alcança a paz ao se tornar completa, íntegra.…” (MALCA, José Schorr e COELHO, Antonio
Carlos. Shalom é mais do que paz. Jornal de ciência e de fé. dez. 2002.
http://www.google.com/search?q=cache:6N7CLr58BLYJ:www.cienciaefe.org.br/jornal/dez02/mt06.htm+paz,+Talmude&hl=pt-BR
Acesso em 18 dez.2004). “…Basicamente, o vocábulo empregado no Antigo
Testamento com o sentido de ‘paz’, shãlôm, significa ‘algo completo’, ‘saúde’,
‘bem estar’.…” (DOUGLAS, J.D. (org.). Paz. In: O Novo Dicionário da Bíblia.
v.2, p.1233).
- A paz de Deus é,
propriamente, a paz que é mencionada como uma das qualidades do fruto do
Espírito em Gl.5:22. No Antigo Testamento, uma das figuras que se dá à paz é a
do rio, que mantém o curso de suas águas de forma clama e tranquila, sem
qualquer sobressalto, quando não se está em época de cheias ou de qualquer
intempérie (Is.48:18; 66:12). Isto nos mostra, claramente, que a paz de Deus é
consequência direta e inevitável da paz com Deus. Quem tem paz com Deus,
transmite aos outros homens e a si mesmo a paz de Deus, ou seja, um sentimento de
tranquilidade e confiança que é gerado em nós pelo Espírito Santo, mediante o
qual, mesmo nas maiores aflições e dificuldades, não somos abalados, não
perdemos a nossa confiança em Deus, nem muito menos a direção que devemos
seguir.
- A paz de Deus excede todo o
nosso entendimento, ou seja, não é resultado de um controle sobre a nossa
mente, não é fruto de “exercícios espirituais”, de “meditação” ou “técnicas de
relaxamento”, mas é obra do Espírito Santo na vida do crente. A finalidade da
paz, dizem-nos as Escrituras, é guardar os nossos sentimentos e os nossos
corações em Cristo Jesus. Foi por isso que Jesus, ao Se apresentar aos
discípulos na tarde do dia da Sua ressurreição, logo os saudou com a “paz”.
“Paz seja convosco”, disse Jesus, pois o que os discípulos mais precisavam
naquele instante era da paz de Deus, da paz de Cristo que dá alento ao crente e
que o permite conservar-se santo e irrepreensível aguardando o Senhor. A
Bíblia, 365 vezes, contém a expressão “Não temais”, uma para cada dia do ano, precisamente
para que os salvos não tenham medo, não se deixem abalar, mas desfrutem da paz
de Deus.
OBS: “…A paz de Cristo
é a própria presença do Senhor em nossa vida, e como Cristo é eterno, logo a
paz que Ele dá é permanente, duradoura. A paz de Jesus ultrapassa qualquer
coisa que possa ser alcançada pela disciplina mental, como aquela que é frisada
pelos filósofos. A paz do Senhor é um presente celestial, é um contacto com o
próprio Deus com a alma, por meio do Espírito Santo.…” (SILVA, Osmar José da. Lições bíblicas dinâmicas, v.3, p.92).
- A paz de Deus é o alvo de
todo o cotidiano da vida cristã, é a base da continuidade e da perseverança que
nos levará ao estágio final da salvação (Mt.24:13), salvação que é o objetivo
de toda vida espiritual (I Pe.1:9). Devemos seguir a paz (Hb.12:14a), porque é
esta paz que tem de dominar os nossos corações, dando-se condição para
prosseguirmos na vida com Cristo. Não podemos viver sem paz, pois a falta de
paz em nossas vidas gerará ansiedade que nos trará, como disse Martinho Lutero,
a desconfiança e “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb.11:6a). Pedro
desfrutou desta experiência e manda que lancemos toda a nossa ansiedade sobre o
Senhor, porque Ele tem cuidado de nós (I Pe.5:7). Ao lermos esta passagem, não
temos como deixar de lembrar que Pedro quase morreu afogado porque se deixou
abalar pelas circunstâncias do vento, das ondas e da tempestade, ao invés de
desfrutar da paz de Deus que emanava da pessoa de Cristo e mediante a qual ele
estava andando sobre as águas. Naquela oportunidade, foi chamado de homem de
pouca fé, porque se deixou apavorar, perdeu a paz de Deus na sua vida.
- O apóstolo Paulo sabia que a
alegria espiritual decorrente da esperança do futuro glorioso gerava paz nos
crentes, que, assim, apesar de todas as aflições e dificuldades, continuariam a
ter uma tranquilidade que tem como fonte o seu próprio interior, sabendo que
nada os pode tirar da glória que lhes está reservada.
- Esta paz faz com que
tenhamos o nosso interior (corações) e as nossas emoções (sentimentos)
devidamente controladas pelo Senhor Jesus, por meio do Espírito Santo.
- É precisamente por isso que
não podemos nos inquietar quando nos assolam as aflições e dificuldades, não
podemos nos deixar vencer pelo desânimo e pela desconfiança, crendo que o
Senhor está no controle de todas as coisas. Devemos lançar sobre o Senhor as
nossas ansiedades e apresentar a Ele as nossas petições pela oração e súplicas,
com ação de graças (Fp.4:6).
- Mais uma vez vemos que uma
etapa necessária para que haja comunhão com Deus é a comunicação. A paz, que é
esta completude com Deus, é o fruto e a demonstração desta comunhão com o
Senhor , dá-se através de uma vida de oração, de uma intensa comunicação com o
Senhor por intermédio da oração e das súplicas, com ação de graças. Como afirma
o pasotr chinês Vincent Cheung, “…A oração e a ação de graças volta a mente
ansiosa da pessoa para uma direção totalmente diferente, orientando-a para
adotar um diferente conjunto de pensamentos…” (Comentário a Filipenses. Trad. Claudino Batista Marra Júnior, p.51.
Versão eletrônica. Disponível em:
http://www.cheung.com.br/wp-content/uploads/comentario-filipenses_livro_cheung.pdf
Acesso em 23 jan. 2008).
- Quando o crente tem
consciência de que o Senhor está perto de voltar, de que seu destino é o céu,
além de praticar a justiça de forma notória a todos os homens, passa a ser uma
pessoa envolvida com a oração, que não cessa de clamar ao Senhor e também de
render graças pelas bênçãos que são continuadamente recebidas.
- Sejamos francos, amados
irmãos! Temos tido esta paz de Deus em nossos corações e sentimentos? Se não a
temos, é precisamente porque não estamos a ter uma vida notória de equidade e
porque não temos tido uma vida de oração.
- Muitos crentes estão vivendo
na contramão daquilo que o apóstolo desejava para os crentes filipenses. São
pessoas inquietas, inseguras, desconfiadas, que não têm sossego e que
apresentam, por causa disso, uma série de enfermidades psicossomáticas, com
elevado nível de estresse.
- Envolvidos pelas tempestades
e ondas que assolam o “mar da vida”, esquecem-se de seu futuro glorioso, de que
nos está prometida a cidade celestial e estão mesmo despercebidos de que os
sinais anunciados pelo Senhor Jesus como indicadores de Seu retorno já estão
todos se cumprindo.
- Em meio a tanta agitação,
esquecem-se de ter uma vida de oração e de súplicas com ação de graças,
correndo de uma parte para outra, querendo sempre garantir a “sua porção”, o
que, inevitavelmente, os leva a uma vida de injustiças e de parcialidades.
Podemos dizer que tal pessoa está entre os que caminham para a glória? Mudemos
nossa conduta enquanto é tempo, pois perto está o Senhor. Amém!
Aula
10 – A ALEGRIA DO SALVO EM CRISTO
3º Trimestre/2013
Texto Básico: Filipenses 4:1-7
“Alegrai-vos, sempre, no
Senhor; outra vez digo: alegrai-vos” (Fp 4:4)
INTRODUÇÃO
Nesta Aula, iniciaremos o
estudo do último capítulo da Carta aos Filipenses. Trataremos acerca das
recomendações finais de Paulo à igreja filipense, que era considerada por ele
como a alegria e coroa do seu ministério. A alta estima que Paulo tinha a essa
igreja fazia com que ele não economizasse no vocabulário, riquíssimo de nobres
sentimentos – “ meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa”. Essa
igreja nasceu num cenário de muita dificuldade, mas lhe trouxe muitas alegrias.
Essa igreja associou-se a Paulo desde o início para socorrê-lo em suas
necessidades. Era uma igreja sempre presente e solidária. Paulo agora está
fazendo suas últimas recomendações a essa igreja querida, a quem ele chama de
"minha alegria e coroa”. É como se Paulo dissesse que os filipenses são a
coroa de todas as suas fadigas, esforços e empenhos. Ele era o atleta de
Cristo, e eles, a sua coroa.
I.
EXORTAÇÃO À ALEGRIA E FIRMEZA DA FÉ (Fp 4:1-3)
“Portanto, meus amados e mui
queridos irmãos, minha alegria e coroa, estai assim firmes no Senhor, amados.
Rogo a Evódia e rogo a Síntique que sintam o mesmo no Senhor. E peço-te também
a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam
comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes
estão no livro da vida”.
1. A alegria de Paulo.
“Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa, estai
assim firmes no Senhor, amados”.
Paulo referia-se aos
filipenses como sua alegria e coroa, querendo dizer que eles eram sua alegria
no tempo presente e serão sua coroa perante o Tribunal de Cristo. Por causa das
promessas extraordinárias e certas, exaradas no capítulo anterior, nos
versículos 20 e 21, Paulo exorta-os a continuarem “firmes no Senhor”, opondo-se
à falsa doutrina e à divisão interna. A igreja estava sendo atacada por falsos
mestres e por falta de comunhão. A heresia e a desarmonia atacavam a igreja.
Existiam problemas que vinham de dentro e problemas que vinham de fora;
problemas doutrinários e relacionais. A igreja estava sendo atacada por fora e
por dentro. Diante desses perigos, Paulo exorta a igreja a permanecer firme no
Senhor. Paulo encerra o versículo supra com a expressão “amados”. Ele ama de
fato os crentes de Filipos, e esse é um dos segredos de sua eficácia na obra do
Senhor.
2. A alegria nas relações fraternas. “Rogo a
Evódia e rogo a Síntique que sintam o mesmo no Senhor”.
Nem tudo era maravilhoso e
perfeito na igreja de Filipos. Ali estava acontecendo algo que é muito comum
nestes últimos dias da Igreja – a dissensão, oriunda de problemas de
relacionamentos. Evódia e Síntique, eram duas irmãs que ocupavam posição de
liderança na igreja, que haviam se esforçado com Paulo no evangelho, mas,
agora, estavam em discórdia na igreja. Elas tinham nomes bonitos (Evódia
significa “doce fragrância”, e Síntique “boa sorte”), mas estavam vivendo de
maneira repreensível. O relacionamento interrompido delas não era um problema
pequeno: muitos havia se tornados crentes através de seus esforços (cf Fp 4:3),
mas a sua briga estava causando uma dissensão na igreja. Não temos detalhes da
causa de sua discórdia (talvez seja bom assim!), mas Paulo rogou a elas que
resolvessem a situação. O apóstolo emprega a palavra “rogo” duas vezes, para
mostrar que essa exortação é dirigida a uma e outra. Paulo as incentiva que
“sintam o mesmo no Senhor”.
É impossível sermos unidos em
todas as coisas da vida diária, mas quanto às coisas “no Senhor” é possível
reprimir pequenas diferenças a fim de que o Senhor possa ser magnificado e para
que sua obra avance.
A fim de resolver a questão,
Paulo solicita ajuda de um líder da igreja, que ele não nomeia, para auxiliar
essas duas diaconisas da igreja de Filipos, a fim de construírem pontes, em vez
de cavar abismos. Precisamos exercer na igreja o ministério da reconciliação,
em vez de jogar uma pessoa contra a outra. Precisamos aproximar as pessoas, em
vez de afastá-las. A igreja é um corpo, e cada membro desse corpo deve
trabalhar em harmonia com os demais para a edificação de todos.
É válido ressaltar que na vida
cristã não há comunhão vertical sem comunhão horizontal. Não podemos estar
unidos a Cristo e desunidos com os irmãos. A lealdade mútua é fruto da lealdade
a Cristo. A irmandade humana é impossível sem o senhorio de Cristo. Ninguém
pode estar em paz com Deus e em desavença com os seus irmãos. Por isso, a
desunião dos crentes num mundo fragmentado é um escândalo. Devemos ser um povo
diferente do mundo ímpio, senão, nossa evangelização é inócua.
3. A alegria de ter os nomes
escritos no Livro da Vida. “... cujos nomes estão no livro da vida”.
Há uma realidade celestial
acerca da igreja: os nomes de todos os crentes salvos estão registrados no
Livro da Vida, e lá no Céu não há divisão. O “Livro” simboliza o conhecimento
que Deus tem daqueles que lhe pertencem (cf Lc 10:17-20; 12:8,9; Hb 12:22,23;
Ap 3:5; 20:11-15). No Antigo Testamento, ter seu nome escrito no livro da vida
se referia ao registro do povo da aliança de Deus (cf Ex 32:32,33; Sl 69:28;
139:16).
É bom conscientizar-nos que a
igreja na terra deve ser uma réplica da igreja do Céu. A igreja que seremos
deve ensinar a igreja que somos. É contrária à natureza da igreja confessar a
unidade no Céu e praticar a desunião na terra. Todos os crentes, lavados no
sangue do Cordeiro, têm seus nomes escritos no Livro da Vida e serão
introduzidos na cidade. O fato de irmos morar juntos no Céu deveria nos ensinar
a viver em harmonia na terra. Pense nisso!
II. A
ALEGRIA DIVINA SUSTENTA A VIDA CRISTÃ (Fp 4:4,5)
“Regozijai-vos, sempre, no
Senhor; outra vez digo: regozijai-vos. Seja a vossa equidade notória a todos os
homens. Perto está o Senhor”.
1. Alegria permanente no
Senhor. “Alegrai-vos, sempre...”.
Paulo diz que devemos nos
alegrar sempre. Parece estranho que um homem na prisão estivesse dizendo à
igreja para continuar a se alegrar. Mas a atitude de Paulo nos ensina uma lição
importante: as nossas atitudes interiores não tem que refletir as nossas
circunstâncias exteriores. Paulo estava cheio de alegria porque sabia que, a
despeito daquilo que lhe acontecesse, Jesus Cristo permaneceria com ele.
Portanto, a alegria do cristão não pode depender das circunstâncias, ou seja,
ela é ultracircunstancial. Na verdade, nossa alegria não é ausência de
problemas. Não é algo que depende do que está fora de nós. Neste mundo,
passamos por muitas aflições, cruzamos vales escuros, atravessamos desertos
esbraseados, singramos águas profundas, mas a alegria verdadeira jamais nos
falta. Embora os crentes frequentemente enfrentem situações nas quais não podem
estar felizes, eles sempre podem se alegrar e se deleitar no Senhor. Temos uma
linda promessa: a vida eterna (1João 2:25); isto nos basta!
2. Uma alegria cuja fonte é
Cristo. “Alegrai-vos, sempre, no Senhor”.
Nossa alegria é uma Pessoa, o
Senhor, e não ausência de problemas. Nossa alegria está centrada em Cristo, ou
seja, nossa alegria é cristocêntrica. Quem tem Jesus, experimenta essa
verdadeira alegria; quem não tem Jesus, pode ter momentos de alegria, mas não a
alegria verdadeira. Quem tem Jesus, tem a alegria; quem não O tem, jamais a
experimentou.
3. Uma alegria que produz
moderação. “Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o
Senhor”.
Aqui, Paulo incentiva os
filipenses a fazer conhecida de todos os homens sua moderação. Entendendo
melhor, o apóstolo Paulo fala à igreja sobre a necessidade de cuidarmos das
nossas atitudes internas e das nossas reações externas. A alegria nem sempre é
visível aos outros, mas as ações em relação aos outros são prontamente vistas.
Assim, Paulo encorajou os filipenses a deixarem que todos vissem que eles eram
atenciosos. Eles deveriam ter um espírito que fosse justo e caridoso. Eles são
motivados à alegria e à consideração aos outros, lembrando-se de que o Senhor voltará
em breve. A promessa da segunda vinda do Senhor encoraja a conduta cuidadosa de
seus seguidores.
Segundo o rev. Hernandes Dias
Lopes, a moderação tem que ver com o controle do temperamento. Um crente não
pode ser uma pessoa explosiva, destemperada e sem domínio próprio. Suas
palavras precisam ser temperadas com sal, as suas atitudes precisam edificar as
pessoas, e a sua moderação precisa refletir o caráter de Cristo.
III.
A SINGULARIDADE DA PAZ DE DEUS (Fp 4:6,7)
“Não estejais inquietos por
coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de
Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede
todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em
Cristo Jesus”.
1. A alegria desfaz a
ansiedade e produz a paz. “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as
vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e
súplicas, com ação de graças “.
A ansiedade é a maior doença
do século. Ela atinge adultos e crianças, doutores e analfabetos, religiosos e
ateus.
Será possível ao crente não
andar ansioso de coisa alguma? Sim, é possível, visto que temos o recurso da
oração da fé. A oração combate a preocupação, permitindo que purguemos aquilo
que estiver nos preocupando. A oração é um antídoto à preocupação. A oração e a
preocupação não podem coexistir. Disse Paulo: “Antes, as vossas petições sejam
em tudo conhecidas diante de Deus”. “Tudo” significa tudo mesmo. Não há nada
que seja pequeno demais ou grande demais para o amoroso cuidado de nosso Deus.
Todavia, os crentes não devem
colocar de lado as responsabilidades da vida, de forma a não se preocuparem com
elas; Paulo estava enfocando as atitudes dos crentes na vida cotidiana e ao
enfrentarem oposições e perseguições. Os crentes devem ser responsáveis por
suas necessidades, por suas famílias, por cuidar dos outros e se interessar por
estes, mas não devem permitir que as preocupações os dominem (Mt 6:25-34).
Preocupar-se é ruim, porque é
uma forma sutil de não confiar em Deus. Quando os crentes se preocupam, eles
estão dizendo que não confiam que Deus proverá aquilo de que necessitam e
duvidam que Ele se importa ou que pode controlar a situação. Veja o caso dos
espias (Nm 13:25-30), somente dois confiaram em Deus; os demais não confiaram,
por isso, pereceram no deserto juntamente com aqueles que os seguiram. Lembre-se,
o deserto é a trajetória do povo de Deus rumo à Canaã. Se não pormos a nossa
confiança no Senhor, certamente, sucumbiremos.
Concordo com o rev. Hernandes
Dias Lopes quando diz que:
A ansiedade é o resultado de
olharmos para os problemas, em vez de olharmos para Deus. Os crentes de Filipos
não estavam vivendo em um paraíso existencial, mas num mundo cercado de
perseguições (Fp 1:28). O próprio Paulo estava preso, na antessala do martírio,
com os pés na sepultura. Nuvens pardacentas se formavam sobre sua cabeça.
Quando olhamos as circunstâncias e os perigos à nossa volta, em vez de olharmos
para o Deus que governa as circunstâncias, ficamos ansiosos.
A ansiedade é o resultado de
uma exagerada preocupação com as coisas materiais (Fp 3:19). Aqueles que só se
preocupam com as coisas materiais vivem inquietos e desassossegados. Aqueles
que põem a sua confiança no dinheiro, em vez de pô-la em Deus, descobrem que a
ansiedade, e não a segurança, é a sua parceira.
2. Uma paz que excede todo o
entendimento. “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento...”.
A “paz de Deus” é muito mais
maravilhosa do que a mente humana pode entender. Se os filipenses levassem ao
coração as palavras de Paulo em Fp 4:4-6, então eles transformariam a ansiedade
em oração e seriam cheios com a “paz de Deus”. A oração aquieta o nosso
interior e muda o mundo ao nosso redor. Por meio dela, nos elevamos a Deus e
trazemos o céu à terra.
A ansiedade é um pensamento
errado e um sentimento errado, por isso a paz de Deus guarda mente e coração. O
mesmo coração que estava cheio de ansiedade, pela oração agora está cheio da
“paz de Deus”. Esta paz é diferente da paz do mundo. É a paz que Jesus prometeu
aos seus discípulos e a todos aqueles que o seguissem (João 14:27). A
verdadeira paz não é encontrada no pensamento positivo, na ausência de
conflitos, ou em bons sentimentos; ela vem do conhecimento de que Deus está no
controle. Os crentes recebem a paz com Deus quando creem (Rm 5:1), e tem a
tranquilidade interior da paz de deus quando andam diariamente com Ele.
3. Uma paz que guarda o
coração e os sentimentos do crente. ”... guardará os vossos corações e os
vossos sentimentos em Cristo Jesus”.
A palavra grega para “guardar”
é um termo militar que significa cercar e proteger uma guarnição militar ou uma
cidade. Os filipenses, vivendo em uma cidade de guarnição, estavam
familiarizados com os guardas romanos que mantinham vigília, guardando a cidade
de qualquer ataque externo. A “paz de Deus” é como soldados cercando o coração
e a mente de cada crente (isto é, as emoções e os pensamentos), guardando-os
contra as forças externas ameaçadoras e destruidoras. Portanto, a “paz de Deus”
protege o coração e o pensar. Que tônico maravilhoso para estes dias de
neuroses, crises nervosas, tranquilizantes e aflições mentais!
CONCLUSÃO
Com base no que foi exposto
nesta Aula, afirmo que alegria do Senhor é uma ordenança, e não uma opção. Ser
alegre é um mandamento, e não uma recomendação. Deixar de ser alegre é uma
inobediência a uma expressa ordem de Deus. O evangelho trouxe alegria, o Reino
de Deus é alegria, o fruto do Espírito é alegria, e a ordem de Deus é
"alegrai-vos". Quem tem Jesus tem a alegria da salvação e pode se
regozijar em toda e qualquer situação. Na nossa jornada rumo à pátria celestial
enfrentamos momentos ruins, mas a alegria concedida pelo Eterno nos dá forças
para seguirmos em frente. Talvez você esteja enfrentando momentos difíceis em
sua família, no seu trabalho, na sua igreja, no seu ministério; talvez você
esteja encarando um luto traumático ou um divórcio ameaçador ou uma dívida
inquietante e amedrontadora, mas saiba de uma coisa, Deus nunca abandonou o seu
povo no deserto, Ele sempre esteve e está presente. “Perto está o Senhor”.
Portanto, não perca a força nem o ânimo, confie no Senhor e permita que a
alegria dEle inunde sua alma trazendo paz e esperança.
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Elaboração: Luciano de Paula
Lourenço – Prof. EBD – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista.
Referências Bibliográficas:
Comentário Bíblico popular
(Novo Testamento) - William Macdonald.
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação
Pessoal.
O Novo Dicionário da Bíblia –
J.D.DOUGLAS.
Comentário Bíblico NVI –
EDITORA VIDA.
Revista Ensinador Cristão – nº
55 – CPAD.
Comentário do Novo Testamento
– Aplicação Pessoal.
Filipenses – A alegria
triunfante no meio das provas – Rev. Hernandes Dias Lopes.
Colaboração para o Site
Pecador Confesso.
- Ev. Dr. Caramuru Afonso
Francisco
- Presbítero Eudes L Souza
- Ev. Natlino das Neves
- Luciano de Paula Lourenço.
Texto Editado e Postado por
Hubner Braz (@PecadorConfesso)
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