Texto Áureo “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofe...
Texto Áureo
“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo [...].” (Ef 2.4,5)
VERDADE PRÁTICA
Por meio da maravilhosa graça divina fomos libertos do pecado, perdoados e salvos da condenação e, ainda, recebemos o direito à vida eterna.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Rm 3.21-23
Todos pecaram e encontravam-se longe de Deus
Terça - Is 59.1,2
Os pecados nos afastam de Deus e impedem as nossas orações
Quarta - Tg 1.15
A consequência do pecado é a morte
Quinta - Rm 11.30-32
A compaixão divina alcança toda a humanidade
Sexta - Rm 3.24-26
Fomos alcançados pelo favor imerecido de nosso Deus
Sábado - Mt 5.13-16
Resgatados por Cristo, devemos ser sal da terra e luz do mundo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 2.1-10
1 - E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados,
2 - em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência;
3 - entre os quais todos nós também, antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.
4 - Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
5 - estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),
6 - e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;
7 - para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus.
8 - Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus.
9 - Não vem das obras, para que ninguém se glorie.
10 - Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.
HINOS SUGERIDOS: 117, 291, 351 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Revelar que a graça salvadora de Cristo nos garante a vida eterna.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I - Refletir sobre nossa natureza pecaminosa;
II - Explicar que fomos vivificados pela graça de Deus;
III - Informar que nossa salvação vem de Deus e não das obras.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A Palavra de Deus revela que formos libertos do pecado por meio da maravilhosa graça divina. Por ela, fomos perdoados e salvos da condenação eterna. Assim, em Cristo Jesus, recebemos o direito à vida eterna. Na presente lição, você deve mostrar os relevantes aspectos doutrinários que estão revelados em Efésios 2.1-10. Nessa seção da epístola, o apóstolo Paulo amplia o conceito de libertação do pecado descrevendo-o como um favor imerecido dado por Deus aos salvos a fim de que a nova criatura em Jesus desfrute de uma nova vida com o Salvador.
INTRODUÇÃO
A presente seção da Epístola aos Efésios apresenta relevantes aspectos doutrinários da salvação (2.1-10). Nela, o apóstolo descreve a libertação dos pecados como um favor imerecido dado por Deus aos salvos, a fim de que eles desfrutassem de uma nova vida em Cristo.
- Paulo escreveu a respeito de nossa antiga natureza pecaminosa. Aqui ele está insistindo que não
precisamos mais viver sob o poder do pecado. A morte de Cristo na cruz eliminou milagrosamente o
castigo, fruto do pecado. Pela fé fomos declarados inocentes, não culpados, perante Deus. Deus não
nos afasta do mundo ou nos transforma em “robôs" — ainda sentimos a inclinação para pecar e. às
vezes, realmente pecamos. A diferença é que antes de nos tornarmos cristãos estávamos mortos no
pecado e éramos escravos de nossa natureza iníqua. Mas agora somos novas criaturas em Cristo.
- Essas coisas não têm o nosso envolvimento, e, portanto, todo orgulho está excluído. Aquele que se gloria não deve se gloriar em si mesmo, mas no Senhor. Não há espaço para a jactância do homem em relação à sua própria habilidade e poder, como se tivesse feito alguma coisa que pudesse merecer favores tão impressionantes de Deus. Positivamente: “Mas Deus, que é riquíssimo...”.
- Essas coisas não têm o nosso envolvimento, e, portanto, todo orgulho está excluído. Aquele que se gloria não deve se gloriar em si mesmo, mas no Senhor. Não há espaço para a jactância do homem em relação à sua própria habilidade e poder, como se tivesse feito alguma coisa que pudesse merecer favores tão impressionantes de Deus. Positivamente: “Mas Deus, que é riquíssimo...”.
PONTO CENTRAL
A graça salvadora de Cristo nos garante a vida eterna.
I – A ANTIGA NATUREZA MORTA EM OFENSAS E PECADOS
No início da Epístola, o apóstolo Paulo lembra que antes da regeneração estávamos mortos em ofensas, pecados e éramos por natureza “filhos da ira” (2.1-3).
1. Nossa condição anterior.
“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados” diz o primeiro versículo. A palavra “ofensa”, do grego paraptoma, tem o sentido de “passo em falso de forma deliberada”. O termo para pecado é “hamartia”, o qual descreve como “aquele que erra o alvo”. Em vista disso, o homem em sua natureza decaída é diagnosticado como “morto” (2.1), ou seja, uma declaração da real condição das pessoas sem Deus. O conceito é de morte moral e espiritual provocada pelo pecado, que inevitavelmente separa o homem de Deus (Is 59.2; Tg 1.15). Tal qual um corpo inerte, a natureza pecaminosa impede o homem de ouvir e obedecer à voz de Deus. Quem assim vive está morto enquanto “vive” (1 Tm 5.6).
A condição miserável dos efésios por natureza é descrita em parte aqui. Observe: 1. Almas não
regeneradas estão mortas em “...ofensas e pecados”. Todos que estão em pecados estão mortos em
pecados; sim, em ofensas e pecados, o que pode significar todo tipo de pecado, habitual e vigente,
pecados do coração e da vida. O pecado é a morte da alma. Sempre que o pecado prevalece, há uma
privação de toda a vida espiritual. Os pecadores estão mortos, sendo destituídos dos princípios e
poderes da vida espiritual; estão separados de Deus, a fonte da vida. E eles estão mortos de acordo
com a lei, como um malfeitor condenado que era considerado um homem morto.
2. Nossas ofensas e pecados.
A má conduta “em que, noutro tempo, andastes” é descrita por Paulo por meio da metáfora do ato de “andar” (2.2a). Refere-se às atitudes erradas adotadas na vida passada do salvo antes da regeneração:
2.1. “Andastes, segundo o curso deste mundo” (2.2b).
Os costumes eram praticados conforme o sistema mundano da época, tais como: a imoralidade, o furto e a mentira (4.22-32). Uma constatação de que o salvo não deve tomar a forma do mundo, relativizar o pecado e muito menos ajustar-se à maneira de viver de seu tempo (Rm 12.2).
-“O príncipe das potestades doar" é Satanás. Os leitores de Paulo acreditavam que Satanás e as forças espirituais do mal habitavam uma região que ficava entre o céu e a terra. Dessa forma. Satanás é
retratado como rei do domínio espiritual do pecado — dos demônios e dos que estão contra Cristo.
Satanás significa “acusador” e também é chamado de demônio. Na ressurreição, Cristo venceu
Satanás e seu poder. Portanto. Jesus Cristo tornou-se o Imperador permanente de todo o mundo:
Satanás é apenas o rei temporário da parte do mundo que prefere obedecer-lhe.
2.2. “Andastes, [...] segundo o príncipe da potestade do ar” (2.2c). Uma alusão a Satanás que exerce autoridade sobre os poderes do mal (Jo 12.31). Indica que os agentes malignos têm a capacidade de influenciar os homens desobedientes e incrédulos (2 Co 4.4). Mais adiante na Carta, Paulo alerta que a nossa luta é contra tais seres do mal (6.12). Contudo, não é necessário temer, pois Deus exaltou Cristo acima de todos eles (1.21).
Deus não se mostra apenas misericordioso, mas “abundante em misericórdia”.
- Efésios revela uma razão por que o cristão deve ter grande compaixão e misericórdia dos que ainda
vivem em ofensas e pecados. Todo aquele que está sem Cristo é controlado pelo "príncipe das
potestades do ar", i.e., Satanás. Sua mente é obscurecida por Satanás, para que não veja a verdade de
Deus. Tais pessoas estão escravizadas pelo pecado e concupiscências da carne. A pessoa irregenerada,
por causa de sua condição espiritual não poderá compreender, nem aceitar a verdade à parte da graça
deDeus. O cristão deve ver a todos do ponto de vista bíblico. Quem vive na imoralidade e no orgulho
deve ser alvo da nossa compaixão, por causa da sua escravidão ao pecado e a Satanás A pessoa sem
Cristo é responsável pelo seu pecado, pois Deus dá a cada ser humano uma medida de luz e graça,
com a qual possa buscar a Deus e escapar da escravidão do pecado, mediante a fé em Cristo.
2.3. “Andávamos fazendo a vontade da carne e dos pensamentos” (2.3).
Refere-se à inclinação para fazer o mal, algo inerente à natureza humana (Gn 6.5). Estão incluídos aqui os pensamentos pervertidos e a prática de todos os desejos desordenados da carne. Como resultado, éramos “filhos da ira”, isto é, condenados e desprovidos do favor divino. Paulo sublinha que essa era a nossa condição (4.18). Entretanto, aprouve ao Pai nos eleger e nos predestinar para “filhos de adoção” (1.5).
- Um estado de pecado é um estado de conformidade com este mundo. No primeiro versículo, ele fala
do seu estado interior; no segundo, fala das suas relações exteriores: “...em que (em cujas ofensas e
pecados), noutro tempo, andastes”. Vocês viviam e se comportavam como os homens do mundo.
- Fato de todas as pessoas, sem exceção, cometerem pecados prova que sem Cristo temos uma natureza má. Estamos perdidos no mal e não podemos nos salvar. Será que isso significa que apenas os cristãos são bons? É claro que não — muitas pessoas fazem o bem ao próximo. Em uma escala relativa, muitas são integras, boas e respeitadoras da lei. Comparando essas pessoas a criminosos, poderíamos dizer que são realmente boas. Porém, segundo a escala absoluta de Deus. nenhuma está pronta para alcançar a salvação (“estando vós mortos em ofensas e pecados". Somente unidos a uma perfeita vida em Cristo poderemos nos tornar agradáveis aos olhos de Deus. A frase “sob a ira de Deus" ou “filhos da ira" estão se referindo àqueles que deverão receber a ira divina por causa de sua rejeição a Cristo.
- Fato de todas as pessoas, sem exceção, cometerem pecados prova que sem Cristo temos uma natureza má. Estamos perdidos no mal e não podemos nos salvar. Será que isso significa que apenas os cristãos são bons? É claro que não — muitas pessoas fazem o bem ao próximo. Em uma escala relativa, muitas são integras, boas e respeitadoras da lei. Comparando essas pessoas a criminosos, poderíamos dizer que são realmente boas. Porém, segundo a escala absoluta de Deus. nenhuma está pronta para alcançar a salvação (“estando vós mortos em ofensas e pecados". Somente unidos a uma perfeita vida em Cristo poderemos nos tornar agradáveis aos olhos de Deus. A frase “sob a ira de Deus" ou “filhos da ira" estão se referindo àqueles que deverão receber a ira divina por causa de sua rejeição a Cristo.
SÍNTESE DO TÓPICO I
A nossa condição diante de Deus era caótica, éramos escravos e estávamos condenados à perdição e morte eterna.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Ao expor este tópico, faça uma reflexão a respeito da necessidade do novo nascimento como substituição à velha natureza. Para isso, tome por base o seguinte fragmento textual: “O pecado não consiste apenas de ações isoladas, mas também é uma realidade, ou natureza, dentro da pessoa (ver Ef 2.3). O pecado, como natureza, indica a ‘sede’ ou a sua ‘localização’ no interior da pessoa, como a origem imediata dos pecados. Inversamente, é visto na necessidade do novo nascimento, de uma nova natureza a substituir a velha, pecaminosa (Jo 3.3-7; At 3.19; 1 Pe 1.23). Esse fato é revelado na ideia de que regeneração só pode acontecer de fora para dentro da pessoa (Jr 24.7; Ez 11.19; 36.26,27; 37.1-14; 1 Pe 1.3)” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.286).
II – VIVIFICADOS PELA GRAÇA
Por ato de bondade e misericórdia, estando nós ainda mortos em pecados, Deus imensamente nos amou e, por isso, nos vivificou por meio de sua graça.
- Somos, por natureza (Ef.2.3), escravos do pecado e de Satanás. Aqueles que andam em ofensas e pecados,
e de acordo com o “...curso deste mundo”, andam “...segundo o príncipe das potestades do ar”, ou
seja, o Diabo, ou o príncipe dos demónios. As legiões de anjos apóstatas são um grande poder unido
debaixo de um chefe. E, portanto, o que é chamado de o poder das trevas é aqui mencionado no
singular. O ar representa a base do seu reino. Judeus e gentios acreditavam que o ar estava cheio de
espíritos, onde se exercitavam e se manifestavam. O diabo parece ter algum poder (pela permissão de
Deus) na região mais baixa do ar. Lá ele está pronto a tentar os homens e causar o maior dano possível
a este mundo. Mas o consolo e a alegria do povo de Deus são que aquele que está sobre todas as
coisas, e é o cabeça da igreja, venceu o Diabo e o mantém em correntes. Mas os ímpios são escravos
de Satanás, porque andam de acordo com ele. Eles sujeitam suas vidas e ações à vontade e prazer
desse grande usurpador. O curso e sentido da vida deles estão de acordo com as sugestões dele e em
complacência com as suas tentações. Eles são submissos a ele, e são levados cativos por ele de acordo
com sua vontade. Por isso, ele é chamado de o deus deste mundo e o “...espírito que, agora, opera nos
filhos da desobediência”. Os filhos da desobediência são aqueles que escolhem desobedecer a Deus
e servir ao Diabo. Nisso ele é poderoso e eficaz. O bom Espírito opera aquilo que é bom em almas
obedientes, enquanto esse espírito mau opera aquilo que é mau nos ímpios. O Diabo opera agora, não
somente agora, mas desde que o mundo foi abençoado com a luz do glorioso evangelho. 0 apóstolo acrescenta: “...entre os quais todos
nós também, antes, andávamos” etc. Paulo aqui se refere aos judeus, que tinham estado na mesma
condição triste e miserável dos gentios não regenerados, cujo estado natural ele descreve nas palavras
dos versículos seguintes.
1. Alcançados pela misericórdia e pelo amor divino.
Após constatar a situação da humanidade “sob a ira de Deus” (2.3), Paulo passa a descrever os atos divinos de amor e de misericórdia que alteraram o quadro caótico da raça humana. Começando com uma conjunção adversativa, o apóstolo declara exultante: “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou” (2.4). O ato de misericórdia implica compaixão e simpatia para com os indignos (Rm 11.30-32). A Carta aos Efésios ensina que, ao prover à humanidade o meio de escape da merecida ira (cf.1.7), Deus não se mostra apenas misericordioso, mas “abundante em misericórdia”. E essa riquíssima misericórdia procede do “seu muito amor com que nos amou”. A Bíblia enfatiza que foi a magnitude desse amor que motivou a nossa salvação (Jo 3.16; 1 Jo 4.9).
- Paulo escreveu a respeito de nossa antiga natureza pecaminosa. Aqui ele está insistindo que não
precisamos mais viver sob o poder do pecado. A morte de Cristo na cruz eliminou milagrosamente o
castigo, fruto do pecado. Pela fé fomos declarados inocentes, não culpados, perante Deus. Deus não
nos afasta do mundo ou nos transforma em “robôs" — ainda sentimos a inclinação para pecar e. às
vezes, realmente pecamos. A diferença é que antes de nos tornarmos cristãos estávamos mortos no
pecado e éramos escravos de nossa natureza iníqua. Mas agora somos novas criaturas em Cristo.
2. Vivificados por sua graça.
Descrevendo as dádivas divinamente concedidas aos salvos, o apóstolo enfatiza que o amor de Deus nos alcançou “estando nós ainda mortos em nossas ofensas” (2.5a). Isso significa que não éramos merecedores desse amor, mas que, mesmo assim, Deus “nos vivificou juntamente com Cristo” (2.5b). Essa frase quer dizer que nascemos de novo (Jo 3.3). Não estamos mais mortos, pois Cristo nos deu vida outra vez. Fomos vivificados sem mérito algum, tudo foi efetivado por meio da sua graça, o favor imerecido (2.8,9).
- Somos por natureza escravos da carne e das nossas paixões corrompidas. Ao fazerem “...a vontade
da carne e dos pensamento.s”, os homens contraem a imundícia da carne e do
espírito, da qual o apóstolo exorta os cristãos a se purificarem. Fazer a vontade da carne e dos pensamentos inclui todo pecado e maldade que ocorrem tanto nos poderes inferiores como nos poderes superiores ou nobreis da alma. Cometíamos todos esses pecados por causa da nossa natureza corrompida. A mente carnal torna o homem um escravo perfeito desses apetites viciosos, “...fazendo a vontade da carne” denota a eficácia desses desejos e o poder que eles têm naqueles que se rendem a eles.
espírito, da qual o apóstolo exorta os cristãos a se purificarem. Fazer a vontade da carne e dos pensamentos inclui todo pecado e maldade que ocorrem tanto nos poderes inferiores como nos poderes superiores ou nobreis da alma. Cometíamos todos esses pecados por causa da nossa natureza corrompida. A mente carnal torna o homem um escravo perfeito desses apetites viciosos, “...fazendo a vontade da carne” denota a eficácia desses desejos e o poder que eles têm naqueles que se rendem a eles.
3. Exaltados por sua graça.
O apóstolo dos gentios ainda destaca que o poder de Deus “nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo” (2.6). Observe que a palavra “juntamente” indica que Deus concede ao homem os mesmos benefícios alcançados por Cristo: a ressurreição, a vida eterna e o galardão nos céus (1 Co 15.3-8,20-25). Assim, ao conceder tais bênçãos aos homens, Deus mostrou as “abundantes riquezas da sua graça” (2.7). Desse modo, ratificamos que a salvação e seus privilégios são conferidos pela imensurável graça de Deus, o favor divino imerecido.
- Por causa de ressurreição de Cristo, sabemos que nosso corpo também ressuscitará dos mortos e que
agora recebemos o poder de viver como cristãos. Essas ideias estão de acordo com a imagem de Paulo
de nos sentarmos ao lado de Cristo nos “lugares celestiais". Podemos estar certos de nossa vida eterna
com Cristo porque fomos unidos a Ele em sua poderosa vitória.
SÍNTESE DO TÓPICO II
O pecador passou da morte para a vida por meio da graça divina, concedida por obra da misericórdia e do grande amor de Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Somos salvos pela graça mediante a fé (Ef 2.8). Crer no Filho de Deus leva à vida eterna (Jo 3.16). Sem fé, não poderemos agradar a Deus (Hb 11.6). A fé, portanto, é a atitude da nossa dependência confiante e obediente em Deus e na sua fidelidade. Essa fé caracteriza todo filho de Deus fiel. É o nosso sangue espiritual (Gl 2.20).
Pode-se argumentar que a fé salvífica é um dom de Deus, até mesmo dizer que a presença de anseios religiosos, inclusive entre os pagãos, nada tem a ver com a presença ou exercício da fé. A maioria dos evangélicos, no entanto, afirma semelhantes anseios, universalmente presentes, constituem-se evidências favoráveis à existência de um Deus, a quem se dirigem. Seriam tais anseios inválidos em si mesmos, à parte da atividade divina direta?” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.370).
III – A SALVAÇÃO NÃO VEM DAS OBRAS
Em Efésios 2.8-10, Paulo revela que a salvação não depende de obras humanas, “porque pela graça sois salvos, por meio da fé” (2.8a). Porém, uma vez salvo, o crente deve praticar as boas obras.
- Será que quando alguém nos dá um presente dizemos “Que bonito! Quanto lhe devo?" É claro que
não. “Obrigado" é a resposta adequada. No entanto, quantas vezes os cristãos, mesmo depois de
receberem a dádiva da salvação, ainda sentem-se obrigados a ter uma vida de comunhão com Deus.
Como a nossa salvação e até mesmo a nossa fé representam dádivas recebidas, devemos servir ao
Senhor com gratidão, louvor e alegria.
1. Graça como meio de salvação.
A “salvação” inclui a libertação da morte, da escravidão do pecado e da ira vindoura; ao mesmo tempo permite ao salvo desfrutar de todas as bênçãos espirituais descritas em Efésios 2.1-7. Portanto, a salvação é o livramento do poder da maldição do pecado e da morte; e a restituição do homem à comunhão com Deus, uma bênção concedida a todos que recebem Cristo como Salvador (Hb 2.15; 2 Co 5.19).
A palavra “graça” é a tradução do grego charis, que significa “favor imerecido” (Rm 3.24). Ela mostra que a iniciativa para tornar possível a salvação veio da parte Deus. É por meio da graça que Deus ativa o livre-arbítrio e capacita o pecador para que responda com fé ao chamado do Evangelho (Rm 11.6). Todavia, ainda assim o ser humano é livre para escolher entre dois caminhos (salvação e perdição); sua liberdade não foi eliminada e a graça pode ser resistida (Jo 7.17).
A “fé” deve ser considerada como a aceitação da obra realizada por Cristo em nosso favor. Ela é a resposta à graça de Deus através da qual recebemos a salvação.
- Tornamo-nos cristãos pelo favor não merecido que recebemos de Deus, e não pelo resultado de
qualquer esforço, capacidade, inteligência, ato ou serviço oferecido por nós. Entretanto, como prova
de gratidão por essa dádiva tão graciosamente recebida, devemos ajudar nosso próximo com bondade.
amor e carinho, sem a intenção de meramente fazer um favor. Embora nenhuma obra ou trabalho
possa nos ajudar a alcançar a salvação, o propósito de Deus é que ela resulte em atos de prestação de
serviço. Não somos salvos simplesmente para ter um benefício, mas para servir a Cristo e edificar a
Igreja.
2. Obras como evidência de salvação.
Aqui Paulo usa duas negações para endossar a origem da salvação: a primeira expressão “isso não vem de vós” (2.8b) trata da salvação pela graça que provém de Deus; a segunda ratifica que a salvação “não vem das obras”, o que indica não se tratar de recompensa de algum ato humano. Essas afirmações excluem a possibilidade de alguém ser salvo por esforço pessoal.
Como a salvação é uma realização divina, agora “somos feitura sua, criados em Cristo para as boas obras” (2.10). Uma transformação ocorreu: Agora em Cristo somos uma nova criatura e as coisas velhas passaram (2 Co 5.17). Por isso, se antes o apóstolo usou a metáfora do andar numa perspectiva negativa – “outrora andávamos fazendo obras más” (2.2-3) – agora, por meio de uma perspectiva positiva, somos instados a “andar fazendo boas obras”, não como meio para ser salvo, mas como a evidência da salvação (2.10c).
- Ninguém poderá ser salvo pelas obras e boas ações, ou por tentar guardar os mandamentos de Deus.
Seguem-se as razões: Todos os não-salvos estão espiritualmente mortos, sob o domínio de Satanás,
escravizados pelo pecado e sujeitos à condenação divina. Para sermos salvos precisamos receber a
provisão divina da salvação, ser perdoados do pecado, ser espiritualmente vivificados, ser feitos novas
criaturas e receber o Espírito Santo. Nenhum esforço da nossa parte poderá realizar essas coisas. O
que opera a salvação é a graça de Deus mediante a fé. O dom salvífico de Deus inclui os seguintes
passos: (a), a chamada ao arrependimento e à fé. Com essa chamada vem a obra do Espírito Santo na
pessoa, dando-lhe poder e capacidade de voltar-se para Deus. (b) Aqueles que respondem com fé e
arrependimento e aceitam a Cristo como Senhor e Salvador, recebem graça adicional para sua
regeneração, ou novo nascimento, pelo Espírito e ser cheios do Espírito. (c) Aqueles que se tornam
novas criaturas em Cristo, recebem graça contínua para viver a vida cristã, resistir ao pecado e servir
a Deus. O crente se esforça em viver para Deus, mediante a graça que nele opera. A graça divina
opera no crente dedicado, tanto para ele querer, como para cumprir a boa vontade de Deus. Do começo
ao fim, a salvação é pela graça de Deus.
- A expressão “somos feitura sua” significa que somos uma obra-prima de Deus. uma obra de arte. a obra de um artesão. Nossa salvação é algo que somente Deus pode fazer: ela é o resultado de sua obra criativa em nós. Se Deus nos considera sua obra-prima, não devemos nos atrever a nos tratar, ou aos semelhantes. com desrespeito ou como se fôssemos uma obra de qualidade inferior.
- A expressão “somos feitura sua” significa que somos uma obra-prima de Deus. uma obra de arte. a obra de um artesão. Nossa salvação é algo que somente Deus pode fazer: ela é o resultado de sua obra criativa em nós. Se Deus nos considera sua obra-prima, não devemos nos atrever a nos tratar, ou aos semelhantes. com desrespeito ou como se fôssemos uma obra de qualidade inferior.
SÍNTESE DO TÓPICO III
A salvação é graça divina por meio da fé. As obras não são o meio, mas o resultado de nossa salvação.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Nenhuma medida de esforço próprio ou de devoção religiosa pode realizar o que está descrito acima. Pelo contrário, ‘pela graça sois salvos por meio da fé – e isso não vem de vós; é dom de Deus’ (2.8). A ação da graça de Deus está centrada em seu Filho – sua morte, ressurreição e entronização no céu como Senhor. Em relação à demonstração de sua graça, primeiramente vem o chamado ao arrependimento e à fé (At 2.38). Através dessa convocação, o Espírito Santo torna a pessoa capaz de responder à graça de Deus através da fé. Aqueles que por meio da fé respondem ao Senhor Jesus Cristo ‘são vivificados juntamente com Cristo’ (2.5). São regenerados ou nascidos de novo por obra do Espírito Santo (Jo 3.3-8). São ressuscitados e assentados com Cristo no reino celestial e continuam a receber a graça por sua união com Ele, que é a fonte do poder. Isso os torna capazes de resistir ao pecado e de viver de acordo com o Espírito Santo (Rm 8.13,14). Os crentes, então, passam a servir a Deus e praticar ‘boas obras’ (Ef 2.10; cf. 2 Co 9.8) por causa da graça que opera em cada um (1 Co 15.10)” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.413).
CONCLUSÃO
Antes da regeneração éramos “filhos da ira” e condenados à perdição eterna. Por ato do amor divino, por meio de sua maravilhosa graça, nos tornamos “filhos por adoção”. Essa gloriosa salvação nos foi concedida independente de nossas obras. A partir da salvação passamos a praticar boas obras que glorificam a Deus nosso Pai (Mt 5.16).
O próprio Deus é o autor dessa grande e feliz mudança, e seu grande amor é a fonte e causa disso.
Por isso, Ele resolveu mostrar sua misericórdia. O amor é sua inclinação de fazer bem a nós como
suas criaturas. A misericórdia nos respeita como apóstatas e criaturas miseráveis. Observe: O amor
eterno ou a benevolência de Deus em relação às suas criaturas são a fonte de onde todas as suas
misericórdias procedem para nós. Esse amor de Deus é um amor magnífico, e a sua misericórdia é
rica, inexprimivelmente grande e rica. E então “pela graça sois salvos, e “...pela graça sois salvos, por
meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus”. Observe: Cada pecador convertido é um pecador
salvo. Ele é liberto do pecado e da ira. Ele é levado a um estado de salvação e tem o direito, concedido
pela graça, da felicidade eterna. A graça que o salva é a bondade e o favor livre e imerecido de Deus.
E Ele o salva, não pelas obras da lei, mas por meio da fé em Cristo Jesus; dessa forma, Ele permite
que todos os convertidos participem das grandes bênçãos do evangelho. Tanto a fé quanto a salvação,
sobre a qual ela tem tão grande influência, são dons de Deus. Os grandes objetivos da fé são
conhecidos pela revelação divina e se tornaram dignos de confiança pelo testemunho e evidência que
Deus nos deu. E o fato de crermos na salvação e obtermos a salvação por meio da fé é devido ao
auxílio e à graça divina. Deus ordenou tudo de tal forma que ficou evidente a necessidade da graça.
PARA REFLETIR
A respeito de “Libertos do Pecado para uma Nova Vida em Cristo”, responda:
• Segundo a lição, qual o conceito de morto em Efésios 2.1?
O conceito é de morte moral e espiritual provocada pelo pecado, que inevitavelmente separa o homem de Deus (Is 59.2; Tg 1.15).
• Cite as atitudes erradas adotadas na vida passada antes da regeneração do salvo conforme a lição.
“Andastes, segundo o curso deste mundo” (2.2b); “andastes, [...] segundo o príncipe da potestade do ar” (2.2c); “Andávamos fazendo a vontade da carne e dos pensamentos” (2.3).
• Após constatar a situação da humanidade “sob a ira de Deus” (2.3), o que Paulo passa a descrever?
Paulo passa a descrever os atos divinos de amor e de misericórdia que alteraram o quadro caótico da raça humana.
• Segundo a lição, o que significa a frase “nos vivificou juntamente com Cristo” (2.5b)?
Essa frase quer dizer que nascemos de novo (Jo 3.3). Não estamos mais mortos, pois Cristo nos deu vida outra vez.
• Que transformação ocorreu nos salvos?
Agora em Cristo somos uma nova criatura e as coisas velhas passaram (2 Co 5.17).
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