TEXTO ÁUREO “Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o he...
TEXTO ÁUREO
“Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher.” (2 Sm 12.10)
VERDADE PRÁTICA
O pecado é destruidor. O seu alvo é sempre desviar o homem da comunhão com Deus, levando-o a um estado de depravação espiritual e moral.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Rm 6.23
O pecado gera morte
Terça – Hc 1.13
Deus não tolera o pecado
Quarta – 1 Jo 1.7
O pecado só pode ser apagado pelo sangue de Jesus
Quinta – 1Tm 6.10
O pecado é a transgressão da lei divina
Sexta – 1 Jo 5.18.19
O pecado ofende a Deus
Sábado – Ez 33.12
Quem peca pagará pelos seus pecados
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Samuel 12.1-15
1 - E o SENHOR enviou Natã a Davi; e, entrando ele a Davi, disse-lhe: Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre.
2 - O rico tinha muitíssimas ovelhas e vacas;
3 - mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma pequena cordeira que
comprara e criara; e ela havia crescido com ele e com seus filhos igualmente; do seu bocado comia, e do seu copo bebia, e dormia em seu regaço, e a tinha como filha.
4 - E, vindo um viajante ao homem rico, deixou este de tomar das suas ovelhas e das suas vacas para guisar para o viajante que viera a ele; e tomou a cordeira do homem pobre e a preparou para o homem que viera a ele.
5 - Então, o furor de Davi se acendeu em grande maneira contra aquele homem, e disse a Natã: Vive o SENHOR, que digno de morte é o homem que fez isso.
6 - E pela cordeira tornará a dar o quadruplicado, porque fez tal coisa e porque não se compadeceu.
7 - Então, disse Natã a Davi: Tu és este homem. Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel e eu te livrei das mãos de Saul;
8 - e te dei a casa de teu senhor e as mulheres de teu senhor em teu seio e também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se isto é pouco, mais te acrescentaria tais e tais coisas.
9 - Por que, pois, desprezaste a palavra do SENHOR, fazendo o mal diante de seus olhos? A Urias, o heteu, feriste à espada, e a sua mulher tomaste por tua mulher; e a ele mataste com a espada dos filhos de Amom.
10 - Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher.
11 - Assim diz o SENHOR: Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com tuas mulheres perante este sol.
12 - Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei este negócio perante todo o Israel e perante o sol.
13 - Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. E disse Natã a Davi: Também o SENHOR traspassou o teu pecado; não morrerás.
14 - Todavia, porquanto com este feito deste lugar sobremaneira a que os inimigos do SENHOR blasfemem, também o filho que te nasceu certamente morrerá.
15 - Então, Natã foi para sua casa. E o SENHOR feriu a criança que a mulher de Urias dera a Davi; e a criança adoeceu gravemente.
OBJETIVO GERAL
Esclarecer que o pecado tem o alvo de desviar o homem da comunhão com Deus e levá-lo a um estado de depravação espiritual e moral.
HINOS SUGERIDOS: 73, 373, 443 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Conceituar o pecado no Antigo e no Novo Testamento;
Mostrar a repreensão do profeta Natã ao rei Davi;
Elencar as consequências do pecado de Davi.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
O pecado é uma violação à lei de Deus. Sua consequência imediata na vida da pessoa que o pratica é culpa, bem como o castigo quanto a consequência direta do ato iníquo. A doutrina bíblica do pecado é muito bem vinda num contexto de relativismo moral que predomina no mundo atual. É importante trazermos o ensino bíblico acerca da gravidade e das consequências do pecado, mas ao mesmo tempo, ressaltar a misericórdia e a iniciativa de Deus em perdoar ao pecador que se arrepende e deixa a prática pecaminosa. Só em Cristo podemos vencer o poder do pecado!
INTRODUÇÃO
O assunto desta lição mostrará o alto preço que Davi pagou e as consequências que sofreu por causa dos pecados cometidos. A história de Davi nos ensina a não brincar com o pecado. Não podemos arriscar ou desafiar o pecado, pois ele é destruidor e seus resultados são trágicos. Por isso, o mais importante é viver em santidade e confiar no sacrifício perfeito de Cristo, lembrando permanentemente que Deus não tolera o pecado de quem quer que seja (Hc 1.13).
- Como introdução, é bom discorrermos um pouco sobre a teologia do pecado – na Teologia Cristã, a doutrina do pecado recebe o nome de Harmatiologia – formado por duas palavras gregas: ‘hamartia’ e ‘logos’, significando ‘estudo acerca do pecado’. E porque estudarmos essa doutrina? No cristianismo, o homem está num estado de pecado, desviado do Criador, logo, na Teologia Cristã, a doutrina do pecado ganha espaço porque a história da Redenção é a possibilidade de mudança do estado pecaminoso para um estado de união outra vez com o Criador, através de Cristo Jesus. Juntamente com a Doutrina de Deus e a Doutrina da Redenção, são o centro da nossa Teologia. A fonte da Redenção é Deus, que é ‘puro de olhos’ e ‘não pode’ contemplar o mal. Importante ainda, salientar que o pecado é um ato livre e voluntário do homem, porque ele é um ser moral, dotado da capacidade de perceber o certo e o errado. O homem é um agente moral livre para decidir o que fazer da sua vida (Ec 11.9). Neste estudo trataremos do pecado de Davi com Bate-Seba, seu inicio foi um flerte, Davi viu algo “agradável aos olhos e desejável” (Gn 3.6). No decorrer do texto vemos que Deus retrata o pecado como uma força tentadora que de modo semelhante à um inimigo em espreita, está pronto ao ataque voraz. Não obstante isso, o Senhor nos dá a oportunidade de escape mediante à obediência e observância de sua palavra. Paulo afirma em Rm 6 que a decisão de ceder é nossa, essa condição nos dá confiança quando entrarmos em combate contra a tentação. Aproveite esta aula para, mediante a experiência deste rei, demonstrar aos alunos a importância de andarmos em Espírito para que não venhamos satisfazer os desejos da carne.. Bom estudo e crescimento maduro na fé cristã!
PONTO CENTRAL
O pecado tem o alvo de levar o homem ao estado de depravação espiritual e moral.
I – O CONCEITO DE PECADO NO ANTIGO E NOVO TESTAMENTO
1. No Antigo Testamento.
No Antigo Testamento, a palavra pecado tem diversos significados:
a) errar o alvo, prática de imoralidade e idolatria (Êx 20.20; Jz 16.20; Pv 19.2);
b) malignidade, perversidade (Gn 3.5; Jz 11.27);
c) revolta, rebelião (2 Rs 3.5; Sl 51.13);
d) iniquidade e culpa (Nm 15.30; 1 Sm 3.13);
e) transgressão consciente (Lv 4.2);
f) culpabilidade diante de Deus (Lv 4.13; 1 Jo 1.7);
g) desviar-se do bom caminho (Nm 15.22; Sl 58.3).
- “No Antigo Testamento, o vocábulo hebraico “chata’th” aparece cerca de 522 vezes. O seu termo correlato no Novo Testamento é “hamartia”, e ambos sugerem a idéia de “errar o alvo” ou “desviar-se do rumo”, como o arqueiro antigo que atira suas flechas e erra o alvo. Os termos sugerem e indicam também alguém que erra o alvo propositadamente, ou seja, que atinge outro alvo intencionalmente. Não se trata de uma idéia passiva de erro, mas implica numa ação propositada. Significa que cada ser humano foi criado com um alvo definido diante de si para alcançá-lo. Denota tanto a disposição de pecar como o ato resultante. Em síntese, o homem não foi criado para o pecado e, se pecou, foi por seu livre-arbítrio, sua livre escolha (Lv 16.21; Sl 1.1; 51.4; 103.10; Is 1.18; Dn 9.16; Os 12.8; Rm 5.12; Hb 3.13).” (Pr Elienai Cabral - cpadnews).
“Segundo o dicionário Aurélio o termo Pecado significa: Transgressão de preceito religioso, Falta, erro; culpa, vício; Em Hebraico temos muitas palavras para dizer estes erros cometidos que chamamos de pecados são eles:
- חטא “chet” ; עוון “Avon”; עבירה “Aveirá”; פשע “Pesha” .
- חטא “chet” = errar o alvo, pecado sem a intenção daquele que comete o erro, por não saber, por não ter lembrado, por distração, por engano, tropeço.
- עוון “Avon” = perversidade, depravação, iniquidade, culpa, pecado cometido com intenção pois se sabia o que estava fazendo, mas foi incitado por seu - “Ietzer Hara.” – inclinação do mal, carnalidade aflorada por impulso, paixões carnais que cegam o entendimento momentaneamente.
- עבירה “Aveirá” = Ofensa, transgressão de um limite moral, pecadoesporádico ocorrido com a intenção de pecar deliberadamente, premeditação,sabendo das consequências da transgressão mas que ainda aceita a soberania de Deus.
- פשע “Pesha” = rebelião, crime; ofensa; transgressão, pecado constante, no qual o pecador rejeita a soberania de Deus.” (cafecomhebraico)
2. No Novo Testamento.
Quem lê o Novo Testamento depara-se com diversos vocábulos usados pelos escritores para definir a palavra pecado, que pode ser descrito da seguinte forma:
a) mal moral (Mt 21.41; Rm 12.17; 1 Tm 6.10);
b) impiedade, incredulidade, herege ou apóstata (Rm 4.5; 1 Tm 1.9; 1 Pe 4.18);
c) culpa (Mt 5.21,22; Tg 2.10);
d) pecado propriamente dito, derivado da palavra grega hamartia (Rm 5.12; At 2.38; Jo 1.29; 1 Co 15.3);
e) conduta comprometedora (Rm 1.18; Rm 6.13);
f) vida sem lei, referindo-se aos transgressores (Mt 13.41; 1 Tm 1.9);
g) adoração falsa (At 17.23);
h) engano (1 Pe 2.25; Mt 24.5,6; Ap 12.9);
i) pecado deliberado (Rm 5.15,20);
j) induzir os outros errarem por meio de falsos ensinos (Gl 2.11,21; 1 Tm 4.2).
Assim, podemos perceber que o pecado é sempre maléfico. Suas ações são destruidoras em todos os aspectos, principalmente em relação ao bom relacionamento com Deus. Por isso, ao homem é melhor procurar, em Cristo, o perdão de todos os seus pecados, a fim de estar sempre em comunhão com Deus.
- “A palavra “hamartia”, no grego do Novo Testamento, já foi citada em correlação com “chata’a” do Antigo Testamento. Entretanto, ambas as palavras, cujo sentido é “errar o alvo”, “perder o rumo ou fracassar”, indicam que o primeiro homem, no princípio, perdeu o rumo de sua vida e fracassou em não atingir o padrão divino estabelecido para a sua vida. Na linguagem do Novo Testamento, a palavra “hamartia” tem ainda um sentido mais forte que a ideia de “fracasso” ou de “transgressão”. A palavra tem o sentido de “poder de engano do pecado”, como em Romanos 5.12 e Hebreus 3.13. Portanto, pecado é mais que um fracasso; é uma condição responsável que implica culpabilidade” (Pr Elienai Cabral - cpadnews).
“No novo testamento no Novo Testamento aparece 14 vezes na Revista e Atualizada e 20 vezes na Revista e Corrigida. Em ambas é tradução das palavras gregas anomia 8 vezes, adikia 4 vezes, adikema 1 vez, e apenas uma vez é associada a hamartia. As três últimas já eram usadas pela Septuaginta. Já a primeira, a mais freqüente no Novo Testamento, é um substantivo feminino cujo radical é a palavra grega anomos, um adjetivo que traduzi-se por “destituído da lei (mosaica)”, ou gentios, ou que se desvia da lei, que desrespeita lei, ilegal. Logo o substantivo anomia significa: a condição daquele que não cumpre a lei, porque não conhece a lei ou porque não quer, pode ser também o desprezo e violação da lei, maldade. Nos evangelhos apenas em Mateus anomia é traduzido por iniqüidade, 4 vezes, na versão RA a palavra iniqüidade não aparece fora de Mateus. já nas cartas e em Atos, iniqüidade é a tradução tanto de anomia como adikia ou adikema alem de hamartia que só é associada a iniqüidade em 2 Tessalonicenses 2.3.” (ultimato)
SÍNTESE DO TÓPICO I
Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento demonstram que o pecado é a violação da Lei de Deus.
SUBSÍDIO DIDÁTICO - PEDAGÓGICO
Para reforçar o ensino a respeito do conceito do pecado nas Escrituras, ao introduzir o assunto em sua classe, leve em consideração a seguinte definição: “Talvez a melhor definição do pecado seja encontrada em 1 João 3.4: ‘O pecado é iniquidade’. Seja o que mais o pecado for, ele é, no seu âmago, uma violação da lei de Deus. E, já que ‘toda a iniquidade [gr. adikia, literalmente ‘injustiça’] é pecado’ (1 Jo 5.17), toda injustiça quebra a lei de Deus. Por isso, Davi confessa: ‘Contra ti, contra ti somente pequei’ (Sl 51.4; cf. Lc 15.18,21)” (HORTON; Stanley (Ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.281).
II – A REPREENSÃO DO PROFETA NATÃ AO REI DAVI
1. Uma consciência morta.
Tudo nos leva a crer que Davi não iria confessar seus pecados. Havia se passado um ano, e para ele todas as coisas estavam normais, mas Deus não o deixaria impune. Note o quanto a Bíblia é maravilhosa: ela não esconde o pecado de ninguém. Esse procedimento, além de revelar a justiça divina, mostra que o compromisso do Senhor é para com os que andam em sinceridade, não importando a posição que exerçam, pois se pecarem, pagarão pelos seus pecados (Ez 33.12).
A consciência do rei Davi estava morta. Foi necessária uma alegoria do profeta Natã, relatando a ação de um homem rico, que, pela força, se apropriara da cordeirinha única e amada de um pobre. O rico, apesar de possuir um grande rebanho, recusou-se a lançar mão de suas muitas ovelhas. Davi se mostrou irado com o procedimento do rico e, prontamente, queria condená-lo à morte.
- Note que, do mesmo modo que Joabe enviara um mensageiro a Davi (2Sm 11.18-19), o Senhor agora envia seu mensageiro a Davi. Note ainda que, Davi não procurou racionalizar nem justificar o seu pecado. Quando foi confrontado pelos fatos sua confissão foi imediata. As confissões completas de Davi podem ser encontradas nos SaImos 32 e 51.
- Quando Davi achava que, morto o esposo da mulher com quem adulterara, o seu problema estava resolvido, Deus envia o profeta Natã para confrontá-lo (2 Sm 12.1-25). Como na viração do dia o próprio Deus vem confrontar a Adão, assim o fez com Davi enviando a
Natã, que narra a parábola do camponês, que possuía uma única ovelha, e do fazendeiro, que tinha muitas ovelhas. O fazendeiro rico toma a única ovelha do camponês e oferece aos seus visitantes. Ao ouvir tal fato, Davi ficou tão irado e furioso com o fazendeiro - uma característica de quem vive com pecado acobertado - que exige a morte de tal homem e ainda a restituição quatro vezes mais ao camponês (2 Sm 12.5,6). Ao tentar esconder seu pecado, Davi o agravou ainda mais, levando Deus a expô-lo por meio do profeta Natã.
- Curiosidade: No oriente, quando um rei tiinha interesse por uma mulher, enviava um oficial para que anunciasse a vontade do rei de conduzi-la ao palácio e se fosse escolhida para ser esposa um anuncio era feito segundo o costume. No caso em apreço, haveria concordância da mulher, já que era casada, isso denota a culpa de Bate-Seba, que apesar de ser a ovelha da parábola, não está totalmente isenta de culpa, não está escrito nada que ela tenha relutado em ser levada ao palácio bem como não há nenhuma evidencia de que Davi a tenha forçado, portanto, culpada!
- No desenrolar da história fica evidente sua astúcia através dos indícios de sua influencia sobre Davi. Suponho, não afirmo que as Escrituras dizem, que ela foi conivente, agiu astutamente, premeditou e agiu eficazmente para tornar seu filho o sucessor no trono.
2. Mostrando a gravidade do seu pecado.
À semelhança de Samuel e Elias, Natã age com energia e coragem para com Davi, denunciando-lhes os gravíssimos pecados. Aliás, o indicativo “Tu és este homem” foi como uma espada traspassando o coração do rei. Não poderia ser de outra forma, pois Davi, além do adultério, cometera o crime de homicídio, envolvendo outras vidas. Ele violou o Decálogo, que imperativamente diz para não adulterar e não matar (Êx 20.13,14).
O adultério é um tipo de relação sexual ilícita; é um pecado contra a família; acontece primeiramente no coração (Mt 5.28), evidenciando a falta de pureza na vida. Toda relação sexual antes e fora do casamento é proibida terminantemente pela Bíblia. Não poderia haver suavidade para o pecado de Davi em relação ao adultério, pois ele atingira uma família; e, no tocante à morte de Urias, tirou injustamente a vida de um soldado honrado, leal e valente. Natã, portanto, anunciou a desaprovação de Deus e a sentença de juízo que viria sobre o rei.
- Natã foi ousado ao confrontar o rei, exemplo a ser seguido! Corajosamente esse profeta explanou o problema e obteve do próprio réu a sentença! Qando guiados pelo Espírito Santo somos capazes de proezas como essa, do contrário, somo naturalmente capazes de incorrer no mesmo erro de Davi: cegueira e apostasia. O duro juízo recaiu sobe a casa real - reino e família. Os resultados são mostrados na sequencia, quantas lágrimas derramadas? Sofrimento pelos filhos rebeldes... Davi chorou quando Tamar, sua filha foi violentada (2 Sm 13), e quando seus filhos Amnon e Absalão foram mortos prematuramente (2 Sm 13.33; 18.14).
- É bom salientar que, o Senhor graciosamente perdoou o pecado de Davi, mas as inevitáveis conseqüências temporais do pecado foram vivenciadas por ele. O perdão nem sempre elimina as conseqüências do pecado nesta vida, apenas na vida porvir. O profeta Natã ainda tranqüilizou o rei: ‘não morrerás’ (2Sm 12.13). Embora legalmente o pecado de Davi exigisse a sua morte, o Senhor graciosamente livrou Davi dessa pena. No Antigo Testamento há o registro de acontecimentos nos quais Deus condena à morte e outros em que ele demonstra a sua graça e poupa o pecador. Isso é consistente com a sua justiça e graça. Aqueles que morreram são exemplos do que os pecadores merecem. Os que foram poupados servem como prova e exemplo da graça de Deus!
3. Traindo a generosidade divina.
Natã, como porta-voz de Deus, disse tudo quanto Ele havia feito com relação a Davi, citando cada benefício, um por um:
a) livramento das mãos de Saul;
b) o reinado sobre Judá e Israel;
c) dentre muitos outros privilégios (2 Sm 12.8). Mas Davi, o homem segundo o coração de Deus, desprezara a generosidade de Deus (2 Sm 12.9).
Entretanto, Davi reconheceu sua transgressão; sabia que havia pecado contra o Senhor. Alguns de seus salmos revelam o sofrimento que ele passou por ter ocultado o seu pecado, entristecendo profundamente o Espírito de Deus (Sl 32.3-5; 51.12). Pela misericórdia divina, Davi foi perdoado, mas teve de arcar com as consequências de seus pecados.
- Desprezar a palavra do Senhor era como violar os seus mandamentos, portanto passível de castigo (Nm 15.31). Ao resumir as violações de Davi, a sua culpa foi divinamente afirmada.
“Davi era o protagonista da alegoria contada pelo profeta Natã, mas não ficou só nisso, Deus foi lançando em rosto tudo o que Ele tinha feito por Davi: o livramento das mãos de Saul, o trono de Israel, as vitórias sobre seus inimigos, as mulheres, o reino unificado, tudo e ao final perguntou o Senhor a Davi: “Por que, pois, desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante de seus olhos? A Urias, o heteu, feriste à espada, e a sua mulher tomaste por tua mulher; e a ele mataste com a espada dos filhos de Amom.” (2 Samuel 12:9).” (sombradoonipotente)
SÍNTESE DO TÓPICO II
Diante de uma consciência morta do rei Davi, o profeta Natã mostrou-lhe a gravidade do seu pecado.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“As Escrituras descrevem muitas categorias de pecados. Podem ser cometidos por incrédulos ou por crentes, sendo que estes dois grupos são lesados pelos pecados e precisam da graça. Os pecados podem ser cometidos contra Deus, contra o próximo, contra o próprio-eu ou contra alguma combinação destes. Em última análise, porém, todo o pecado é contra Deus (Sl 51.4; cf. Lc 15.18,21). O pecado pode ser confessado e perdoado. Não sendo perdoado, continuará exercendo o seu domínio sobre a pessoa. A Bíblia ensina que uma atitude pode ser tão pecaminosa quanto um ato. Por exemplo, a fúria contra alguém pode ser tão pecaminosa quanto o assassinato, e um olhar de concupiscência, tão pecaminoso quanto o adultério (Mt 5.21,22,27,28; Tg 3.14-16). A atitude pecaminosa inutiliza a oração (Sl 66.18). O pecado pode ser ativo ou passivo, ou seja, a prática do mal ou a negligência à prática do bem (Lc 10.30-37; Tg 4.17). Os pecados sexuais físicos são lastimáveis para os cristãos, porque abusam o corpo do Senhor na pessoa do crente e porque o corpo é o templo do Espírito Santo (1 Co 6.12-20)” (HORTON; Stanley (Ed). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp.289,90).
III – AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO DE DAVI
1. As consequências pelos pecados cometidos.
Paulo afirmou que o que semeia na carne colherá corrupção (Gl 6.8). Foi o que ocorreu com Davi. Podemos enumerar alguns pontos dos males que vieram como consequência de seus pecados: o primeiro, a perda do filho; o segundo, o escândalo sexual de seu filho Amnon com a sua filha Tamar; o terceiro, o assassinato de Amnon; o quarto, a tentativa de usurpação do trono, por Absalão, e o abuso público das concubinas reais por este.
Davi foi perdoado pela graça e pela misericórdia divinas, mas teve de arcar com as consequências de seus pecados pelo restante de sua vida. É imperioso ao cristão evitar o pecado, pois este traz sofrimento e deixa marcas indeléveis, naqueles que o praticam, atingindo direta e indiretamente outras pessoas.
- Esse deslize de Davi causou prejuízos físicos, mas não somente isso e principalmente prejuízos na esfera espiritual. "Por causa disso [do pecado], há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem" (1 Co 11.30). Defere-se que aquilo que é espiritual num primeiro plano, tem consequências físicas num segundo. Os especialistas advertem que há muitas doenças psicossomáticas, isto é, doenças da alma ou de origem psicológica que afetam o corpo físico. A Bíblia nos mostra que há também doenças de origem espiritual. A Palavra de Deus adverte: "Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos" (Tg 5.16). Davi pôs em prática isso e clamou ao Senhor: "[...] Tem piedade de mim; sara a minha alma, porque pequei contra ti" (Sl 41.4).
- “A história do adultério de Davi nos ensina como é necessário cuidarmos de nossa vida espiritual, mantendo constante vigilância, para não fazermos escolhas erradas. Davi subestimou a sua natureza pecaminosa, esquecendo-se de que ainda era um pecador e precisava vigiar sempre. Se tivesse agido diferente, não teria tomado a decisão de olhar pelo terraço e mandar buscar para si a mulher que não era sua esposa. Ainda hoje, muitos caem em tentações, como Davi caiu, por subestimarem os perigos espirituais. Quantos são aqueles que fazem escolhas erradas, escolhendo o adultério, a fornicação, simplesmente porque olharam “pelo terraço”, acessaram aquela página na internet com imagens impróprias, que não deveriam acessar, cederam à tentação de dar uma olhadinha apenas, e isto desencadeou outras atitudes e escolhas que resultaram em ruína. O que Jesus ensina em Mateus 5.27-32 deve ser levado em conta, para não fazermos escolhas semelhantes as escolhas de Davi. Vigiemos para não cairmos em tentação, fazendo escolhas que nos conduzam à ruína.” (ultimato)
2. Davi, o rei fraco no seu próprio lar.
Davi foi um grande líder para Israel, mas um péssimo pai de família. Ele teve doze esposas, dez concubinas, vinte e um filhos e uma filha (2 Sm 3.2-5; 5.13-16; 1 Cr 3.1-9; 14.3-7; 2 Cr 11.18). Observe que os três filhos de Davi que morreram tragicamente − Amnom, Absalão e Adonias – eram seus sucessores imediatos. Lendo 1 Reis 1.6, pode-se compreender que parte da desestruturação da família de Davi, segundo o texto, era culpa dele mesmo, pela maneira como conduzia os filhos. A falta de aconselhamento e de disciplina fizeram com que os filhos dos três nomes de destaque dos livros que ora estudamos − Eli, Samuel e Davi −, tivessem grandes prejuízos morais e espirituais.
Nas palavras de Paulo, o que governa bem a própria casa está preparado para assumir grandes responsabilidades na Obra do Senhor, daí ser essa uma premissa primordial para a vida do obreiro (1 Tm 3.4). Não adianta realizarmos grandes conquistas eclesiásticas, ou financeiras, tendo um lar desestruturado.
- O trágico castigo de Davi seria prolongado. Como Urias fora morto violentamente, a casa de Davi seria afligida continuamente pela violência. Essas palavras prenunciaram as mortes violentas de Amnom, Absalão e Adonias. Davi havia feito mal à família de outro homem, portanto, ele receberia o mal em sua própria família, como a violação de Tamar por Amnom, o assassinato de Amnom por Absalão e a revolta de Absalão contra Davi. També houve a previsão de que ‘...e domarei tuas mulheres à tua própria vista, e as darei a teu próximo, o qual se deitará com elas, em plena luz deste sol.’, realizada pela apropriação pública de Absalão das concubinas reais de Davi durante sua revolta (2Sm 16.21-22) - Aquilo que o rei havia feito as escondidas, agora seria realizado as claras.
“Nas palavras do Senhor por intermédio do profeta Natã, as ações pecaminosas de Davi e as suas escolhas erradas, teriam consequências que afetariam tanto ele como a Bate-Seba e a sua família, por um longo período da vida deles. Situações surgiriam como resultado do pecado deles, mas também como manifestação do juízo de Deus por causa de suas transgressões. Davi demonstrou-se arrependimento pelo que fez, foi perdoado (2Sm 12.13), mas ainda assim teve de enfrentar as consequências das suas escolhas.” (ultimato)
SÍNTESE DO TÓPICO III
O rei Davi sofreu consequências de seus pecados tanto em sua vida familiar quanto em seu reinado.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O estudo das consequências do pecado devem considerar a culpa e o castigo. Há vários tipos de culpa (heb. ’asham, Gn 26.10; gr. enochos, Tg 2.10). A culpa individual ou pessoal pode ser distinguida da comunitária, que pesa sobre as sociedades. A culpa objetiva refere-se à transgressão real, quer posta em prática pelo culpado, quer não. A culpa subjetiva refere-se à sensação de culpa numa pessoa, que pode ser sincera e levar ao arrependimento (Sl 51; At 2.40-47; cf. Jo 16.7-11). Pode, também, ser insincera (com a aparência externa de sinceridade), mas ou desconhece a realidade do pecado (e só corresponde quando apanhada em flagrante e exposta à vergonha e castigada, etc.) ou evidencia uma mera mudança temporária e externa, sem uma reorientação real, duradoura e interna (por exemplo, Faraó). A culpa subjetiva pode ser puramente psicológica na sua origem e provocar muitas aflições sem, porém, fundamentar-se em qualquer pecado real (1 Jo 3.19,20)” (HORTON; Stanley (Ed). Teologia Sistemática:Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.294).
CONCLUSÃO
Evitemos o pecado a qualquer custo, pois ainda que aparentemente seja inofensivo, ele sempre trará consequências gravíssimas. O adultério de Davi marcaria sua vida para sempre, mesmo depois de perdoado. Isso porque o preço do pecado é demasiado alto; seus frutos geram a morte. A desobediência a Deus e a crueldade para com Urias seriam pagas por meio da dor e do sofrimento da própria família do rei.
- A história de Davi e Bate-Seba, de suas escolhas erradas e consequências trágicas, permanece por todos os tempos, como um alerta para todo crente na hora de fazer suas escolhas. Davi aprofundou-se espontaneamente no pecado, preferiu o ócio em detrimento de suas funções como rei, demonstrou total egoísmo preocupando-se apenas consigo mesmo, não resisti à tentação, ao contrário, desejou-a, caiu conscientemente e tentou ocultar chegando a assassinar um inocente... foi o fundo do poço. Para todas escolhas erradas existe um preço a ser pago. Dependendo das escolhas erradas que fizermos, o preço poderá ser alto demais, como foi o preço pago por Davi e Bate-Seba. Portanto, sabendo que não podemos ser inconsequentes em nossas escolhas, procuremos fazer escolhas acertadas, sempre fundamentadas na Palavra de Deus.
PARA REFLETIR
A respeito de “As Consequências do pecado de Davi”, responda:
1. Qual o conceito do pecado em nosso vocabulário?
Culpa, transgressão, vício, maldade, crueldade, erro, pena são palavras que podem ser entendidas como pecado em nosso vocabulário.
2. Cite pelo menos três conceitos do pecado no Antigo Testamento?
a) Pecado no sentido de errar o alvo, prática de imoralidade e idolatria (Êx 20.20; Jz 16.20; Pv 19.2); b) Pecado no sentido de malignidade, perversidade (Gn 3.5; Jz 11.27); c) Pecado no sentido de revolta, rebelião (2 Rs 3.5; Sl 51.13).
3. Cite pelo menos três conceitos do pecado no Novo Testamento?
a) Pecado como mal moral (Mt 21.41; Rm 12.17; 1 Tm 6.10); b) pecado como impiedade, sem fé, herege ou apóstata (Rm 4.5; 1 Tm 1.9; 1 Pe 4.18); c) pecado como culpa (Mt 5.21,22; Tg 2.10).
4. O que fez o profeta Natã para despertar a consciência morta do rei Davi?
Foi necessária uma alegoria do profeta Natã relatando a ação injusta do rico em que se apropriou da cordeirinha do pobre, que tanto a amava, tendo o rico um grande rebanho que manteve intacto.
5. O que é imperioso para o cristão?
É imperioso ao cristão evitar o pecado, pois ele traz sofrimento e deixa marcas indeléveis naqueles que o praticam, atingindo assim, outras pessoas.
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