TEXTO ÁUREO “E desta maneira fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo; assim, furtava Absalão o coração dos homens...
TEXTO ÁUREO
“E desta maneira fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo; assim, furtava Absalão o coração dos homens de Israel.” (2 Sm 15.6)
VERDADE PRÁTICA
A rebelião revela uma natureza depravada e apóstata contra Deus, visando apenas propósitos que contrariam a perfeita vontade divina.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Ef 6.1
Os filhos devem obedecer aos pais
Terça – Ef 6.4
Os pais não podem provocar seus filhos
Quarta – 1 Tm 3.2
O servo de Deus deve ser irrepreensível
Quinta – 1 Pe 5.8
Devemos fechar as portas às obras do Inimigo
Sexta – Mt 12.33
Pelo fruto se conhece a árvore
Sábado – Fp 2.19,20,21
É bom contar com pessoas nobres e fiéis a Deus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Samuel 15.1-18
1 - E aconteceu, depois disso, que Absalão fez aparelhar carros, e cavalos, e cinquenta homens que corressem adiante dele.
2 - Também Absalão se levantou pela manhã e parava a uma banda do caminho da porta. E sucedia que a todo o homem que tinha alguma demanda para vir ao rei a juízo, o chamava Absalão a si e lhe dizia: De que cidade és tu? E dizendo ele: De uma das tribos de Israel é teu servo;
3 - então, Absalão lhe dizia: Olha, os teus negócios são bons e retos, porém não tens quem te ouça da parte do rei.
4 - Dizia mais Absalão: Ah! Quem me dera ser juiz na terra, para que viesse a mim todo o homem que tivesse demanda ou questão, para que lhe fizesse justiça!
5 - Sucedia também que, quando alguém se chegava a ele para se inclinar diante dele, ele estendia a sua mão, e pegava dele, e o beijava.
6- desta maneira fazia Absalão a todo o Israel que vinha ao rei para juízo; assim, furtava Absalão o coração dos homens de Israel.
7 - E aconteceu, pois, ao cabo de quarenta anos, que Absalão disse ao rei: Deixa-me ir pagar em Hebrom o meu voto que votei ao SENHOR.
8 - Porque morando eu em Gesur, na Síria, votou o teu servo um voto, dizendo: Se o SENHOR outra vez me fizer tornar a Jerusalém, servirei ao SENHOR.
9 - Então, lhe disse o rei: Vai em paz. Levantou-se, pois, e foi para Hebrom.
10 - E enviou Absalão espias por todas as tribos de Israel, dizendo: Quando ouvirdes o som das trombetas, direis: Absalão reina em Hebrom.
11- E de Jerusalém foram com Absalão duzentos homens convidados, porém iam na sua simplicidade, porque nada sabiam daquele negócio.
12 - Também Absalão mandou vir Aitofel, o gilonita, do conselho de Davi, à sua cidade de Gilo, estando ele sacrificando os seus sacrifícios; e a conjuração se fortificava, e vinha o povo e se aumentava com Absalão.
13 - Então, veio um mensageiro a Davi, dizendo: O coração de cada um em Israel segue a Absalão.
14 - Disse, pois, Davi a todos os seus servos que estavam com ele em Jerusalém: Levantai-vos, e fujamos, porque não poderíamos escapar diante de Absalão. Dai-vos pressa a caminhar, para que porventura não se apresse ele, e nos alcance, e lance sobre nós algum mal, e fira a cidade a fio de espada.
15 - Então, os servos do rei disseram ao rei: Eis aqui os teus servos, para tudo quanto determinar o rei, nosso senhor.
16- E saiu o rei, com toda a sua casa, a pé; deixou, porém, o rei dez mulheres concubinas, para guardarem a casa.
17 - Tendo, pois, saído o rei com todo o povo a pé, pararam num lugar distante.
18 - E todos os seus servos iam a seu lado, como também todos os quereteus e todos os peleteus; e todos os geteus, seiscentos homens que vieram de Gate a pé, caminhavam diante do rei.
OBJETIVO GERAL
Expor que a rebelião revela uma natureza depravada e apóstata contra Deus, visando apenas propósitos que contrariam a sua vontade.
HINOS SUGERIDOS: 88,117, 530 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Descrever o homem Absalão;
Destacar a revolta de Absalão;
Apontar a morte de Absalão.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A lição desta semana aborda sobre a rebelião do filho de Davi. O rei de Israel não poderia imaginar uma traição dessa proporção vinda da própria casa. Uma rebelião vinda de uma pessoa em que lhe é depositada toda a confiança é dolorosa e, num primeiro momento, inimaginável. O relato da rebelião de Absalão mostra o quanto tal atitude pode ser avassaladora. Absalão perdeu a vida; o rei Davi saiu arrasado; e milhares de vidas do exército foram dizimadas. Numa rebelião, todos perdem. Seja na família, na amizade ou nas instituições: ninguém sai ileso desse processo. Que Deus nos livre desse pecado! Que a paz e a unidade marquem a vida do povo de Deus!
INTRODUÇÃO
Nesta lição, discorreremos sobre a rebelião de Absalão; não se tratava apenas de uma oposição ou resistência à autoridade, mas da síndrome do poder. O assassinato de seu irmão, Amnom, não foi apenas um feito vingativo, mas a oportunidade de excluir um rival que estava na linha de sucessão ao trono (2 Sm 13.20-39). Absalão era oportunista, perspicaz. Valendo-se de sua beleza física e carisma incomum, procurou derrubar o próprio pai, na esteira das falhas governamentais, buscando apoio nos descontentes, para reinar, prometendo que julgaria a todos com equidade e rapidez.
- A história de Absalão é uma das mais tristes e comoventes do Antigo Testamento. Ele era um jovem bonito, cheio de vida e de sonhos. Criado no palácio real, conheceu e experimentou tudo o que há de bom e de ruim no mundo restrito dos poderosos. Mas os atos pecaminosos da família real foram decisivos para que o jovem Absalão se transformasse, aos poucos, num homem astucioso, vingativo e traidor.Neste artigo, veremos como é danoso o pecado numa família. Quando não é enfrentado e combatido com severidade, suas conseqüências são imensamente terríveis. Na casa de Davi, por um período, o pecado esteve presente de forma tão intensa que a vida do jovem Absalão foi tragada prematuramente. Que a história desse jovem nos ajude a lidar corretamente com os perigos que a vida nos impõe (abiografiadoshomessdabiblia). Bom estudo e crescimento maduro na fé cristã!
PONTO CENTRAL
A rebelião revela uma natureza depravada e apóstata contra Deus.
I – O HOMEM ABSALÃO
1. Descrição.
Absalão era o terceiro filho de Davi com Maacá, filha de Talmai, rei de Gesur, que nascera em Hebrom (2 Sm 3.2,3) – Davi teve seu primeiro filho com Ainoã, Amnon, o primogênito; o segundo com Abigail, Quileabe. Do hebraico, o nome Absalão significa “o pai é da paz” (2 Sm 3.3). Duas coisas o distinguem: seus longos cabelos e sua aparência física, que era sem defeito (2 Sm 14.25).
Absalão era o filho predileto de Davi. Tinha uma vida de luxo, pois estavam a seu dispor um carro e 50 homens que corriam adiante dele. Tinha uma personalidade forte e capacidade para furtar o coração do povo (2 Sm 15.1.6). Biograficamente, há muitos detalhes sobre o homem Absalão, em especial quanto à beleza física, mas nenhum destaque para sua vida espiritual.
- Como no caso de Saul (ISm 9.1-2), Absalão tinha o porte de um rei. Sua extraordinária popularidade aumentou por causa da sua aparência. No seu corte de cabelo anual, foi determinado que a cabeça de Absalão produzira cerca de 2 quilos de cabelo que teria de ser cortado. Depois que Absalão reconciliou-se com a família, tomou posse de carros e cavalos e cinqüenta homens, símbolos da realeza (1Sm 8.11). O registro de que ‘furtava o coração dos homens’, aponta para a resolução de pequenas circunstâncias, tratadas com cuidado, pessoalmente, caso a caso. As audiências públicas a aconteciam sempre pela manhã num tribunal presidido do lado de fora, à porta da cidade. Absalão ali se colocava para obter favorecimento. Como o rei estava ocupado com outras questões ou com as guerras, além de estar envelhecendo, muitas questões ali ficavam sem solução, o que acabava criando um profundo sentimento de ressentimento entre o povo. Absalão se aproveitava dessa situação para minar seu pai, concedendo a todos que podia acordos favoráveis e demonstrando a todos a sua cordialidade. Desse modo, ele obtinha a afeição das pessoas sem que elas percebessem sua ambição maligna.
“Absalão foi o terceiro filho do rei Davi. A mãe de Absalão era Maaca, a filha de Talmai, rei de Gesur. A história de Absalão está registrada na Bíblia no livro de 2 Samuel no Antigo Testamento (2 Samuel 13-19). A Bíblia diz que Absalão era um homem muito bonito. Ele teve três filhos e uma filha, que herdou sua beleza (2 Samuel 14:25-27). O nome Absalão significa “pai é de paz”, mas a paz não foi algo notável em sua biografia. Absalão ficou conhecido na narrativa bíblica de uma forma muito negativa. Dois eventos principais marcaram sua vida: o assassinato de seu meio-irmão Amnom por vingança; e a conspiração e rebelião contra seu próprio pai, o rei Davi. Esses conhecidos eventos da vida de Absalão também estavam relacionados ao castigo do Senhor a Davi por causa de seu adultério com Bate-Seba e o assassinato de Urias. Através do profeta Natã, Deus anunciou três punições ao monarca: 1) seu filho com Bate-Seba iria morrer (2 Samuel 11:27; 12:14); 2) a espada não se apartaria de sua casa (2 Samuel 12:10); e 3) alguém de sua própria família iria possuir suas concubinas e esse escândalo se tornaria público em Israel (2 Samuel 12:11,12). Os dois últimos castigos tiveram participação direta de Absalão.” (estiloadoracao)
2. Em que consistia a causa da revolta de Absalão?
Podemos asseverar que Davi é o grande responsável pelo desastre que aconteceu no seio de sua família, devido às suas faltas. Sua queda enfraqueceu espiritual e moralmente sua família. Assim, primeiramente vem o estupro de Tamar por Amnom, depois a morte deste por Absalão, que teve de fugir e ficar distante do pai por três anos. O retorno de Absalão, por parte da estratégia de Joabe, não foi muito bom, pois, ao retornar, Davi fica sem falar com Absalão por aproximadamente dois anos. Isso resultou em grande ódio e amargura no seu coração para com o pai.
Nada justifica o procedimento errado dos filhos, mas, por vezes, os pais contribuem para que eles tomem o caminho da rebeldia deliberada (cf. Ef 6.4).
- As Escrituras registram que o ocorrido foi uma conseqüência do adultério de Davi e do assassinato de Urias (2Sm 11-12).
“Absalão saiu do palácio do pai, disposto a armar uma conspiração contra ele. Durante quatro anos, furtou o coração do povo e preparou uma revolta armada contra seu pai. Ao todo, foram nove anos de pendências entre pai e filho. Foram nove anos em que se fez vistas grossas a uma situação insustentável de mágoas e ressentimentos. Chegou a um ponto em que Absalão não queria mais diálogo com o pai, mas decidiu conspirar contra o pai. Absalão não queria mais o perdão do pai, mas queria matar o pai. Absalão não queria mais reconciliação com o pai, mas decidiu tomar o trono do pai. Nessa inglória empreitada, Absalão é assassinado por Joabe, comandante do exército Davi. O rei se desmancha em lágrimas num choro amargo, dizendo: "Absalão meu filho, meu filho Absalão". Davi declara seu acendrado amor pelo seu filho tarde demais, quando ele não podia mais ver suas lágrimas, ouvir sua voz nem sentir o calor do seu abraço. O pai da paz perdeu sua vida numa decisão infeliz de conspiração contra seu próprio pai. Absalão negou seu nome e fechou as cortinas da vida de maneira triste e dolorosa. Sua história é um alerta para todos nós. Não podemos adiar a solução dos problemas de relacionamento dentro da nossa casa. O perdão, o diálogo e a lealdade devem reger nossos relacionamentos!” (hernandesdiaslopes)
Esse período de quatro anos teve início ou no retorno dc Absalão de Gesur (2Sm 14.23) ou com a sua reconciliação com Davi (2Sm14.33). A cidade natal de Absalão, Hebrom, lugar onde Davi foi ungido pela primeira vez como rei de Judá e sobre todo o Israel. Absalão disse que quando estivera em Gesur havia feito o voto de que, se fosse restaurado a Jerusalém, ofereceria um sacrifício de ações de graças em Hebrom, onde os sacrifícios eram costumeiramente feitos antes da construção do templo. Davi, que sempre incentivava a devoção religiosa, deu o seu consentimento. Absalão tramou uma conspiração, que incluía levar alguns dos líderes para dar a impressão de que o rei apoiava a ação, e que, por causa da sua idade avançada, estava compartilhando o reinado. Tudo isso era um disfarce sutil para Absalão ter a liberdade para planejar a sua revolta. Absalão conseguiu fazer tudo isso não pela sua esperteza, mas pela negligência de seu pai (1Rs 1.6).
SÍNTESE DO TÓPICO I
Absalão era um homem de aparência “sem defeito”, dotado de personalidade forte e sagacidade para roubar o “coração do povo”.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Ao introduzir a aula desta semana, leve em conta alguns dados biográficos de Abasalão que descrevem um pouco de suas ações, pois eles nos permite conhecer um pouco da personalidade do filho de Davi: “Cinco anos se passaram [após Absalão matar Amnom, seu irmão] até que Davi o [Absalão] reintegrasse totalmente. Mas, Absalão movimentou-se rapidamente para conseguir o trono. Adotando costumes pagãos (que lhe foram ensinados por Talmai?) ele apareceu em público em uma carrugem escoltada por um cortejo de corredores. Ele assegurou a simpatia das dez tribos do norte fazendo-se passar por seu defensor. Dentro de quatro anos [...], sob o pretexto de cumprir um voto, Absalão foi a Hebrom e reclamou o título de ‘rei’ (2 Sm 15.10); em seguida, apoderou-se de Jerusalém para ser sua capital” (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p.15).
II. A REVOLTA DE ABSALÃO
1. A fraqueza do reinado de Davi.
O que se desenrola nesse capítulo ainda é resquício do pecado cometido por Davi; como falou Natã, sua vida seria marcada por inúmeros problemas (2 Sm 12.10,12). Davi, ao ocultar seu duplo pecado, pôs-se a levar uma vida relaxada tanto espiritual quanto publicamente; ele não estava mais julgando as causas como deveria; os problemas do reino acumulavam-se, aumentando grandemente a insatisfação do povo.
O servo de Deus deve fazer de tudo para proceder corretamente perante Deus e o povo, pois a fragmentação de sua vida moral e espiritual pode abrir portas a uma tempestade incontrolável, levando-o a significativas perdas, daí a exigência de Paulo: “sejamos irrepreensíveis” (1 Tm 3.2).
- No contexto da revolta de Absalão mais uma parte da profecia de Natã se cumpriu. Aconselhado por Aitofel, Absalão possuiu as concubinas de Davi numa tenda no terraço perante os olhos de todo o Israel (2Sm 16.22). Esse ato abominável perante Deus também deixou clara a reivindicação de Absalão pelo trono de Israel. Nossos pecados não ficarão para sempre escondidos; Colheremos o resultado de nossa maldade, ainda que mais tarde nos arrependamos. Por estas razões, vamos viver uma vida digna do Deus a quem servimos! Vamos praticar o verdadeiro arrependimento, que implica numa mudança completa de vida. Como dizia Lewis W. Dillwyn: "Arrependimento sem mudança de vida é como ficar bombeando sem consertar o vazamento". Cada um de nós tem a sua fraqueza e não estamos isentos de pecar; A Bíblia nos manda “vigiar e orar” para não entrar em tentação. Os pecados de Davi foram causa de graves acontecimentos na sua vida, mas nele se via um homem que se humilhou em grande arrependimento na convicção de haver pecado.
2. O Absalão político.
Há o registro do plano da insurreição de Absalão em 2 Samuel 15.1-12. Ele trabalhou incansavelmente durante quatro anos para pôr seu plano em prática – a revolta contra seu pai. De duas maneiras Absalão procura impressionar o povo: primeira, se exibindo com carros, cavalos e homens que corriam adiante dele; segunda, a lisonja.
O Absalão político agia da seguinte maneira: demonstrava o espírito de grandeza. Era comum aos reis do Oriente terem servos que iam adiante de seus carros, que, por vezes, variavam de três a quatro homens. Mas Absalão apresentava-se com cinquenta (2 Sm 15.1). Ainda, exercia uma função que não era sua. Ele sentava-se à porta da cidade como juiz, mas não o era. Apresentava as falhas no setor administrativo do rei, dizendo que não havia pessoas capazes indicadas pelo rei para atender ao povo. Depois, fazia falsa bajulação. Ele dispensava algo que era digno a todo filho de rei: reverência, antes demonstrava falsa humildade; tudo não passava de dissimulação. Ainda, falsa devoção a Deus. Dizia que havia feito um voto a Deus, mas tudo era apenas uma ação mentirosa para enganar o rei. Finalmente, habilidade em ser sagaz. As pessoas se deixaram levar por toda essa ação sagaz sem que percebesse seu real significado.
- O conflito não resolvido entre pai e filho afligia o rei, e a despeito da séria ameaça que Absalão representava ao seu governo, Davi se relutava em reconhecer que sua autoridade estava seriamente ameaçada.
- Aqueles que governam de maneira carnal e destituída dos valores cristãos, utiliza todo tipo de artifícios e dissimulações. Absalão levou 4 anos, desde a concepção até a realização de seu intento. Partiu para Hebrom, cidade real que ficava no coração das terras de Judá. Nessa tribo, ele se achava influente. Note, ainda, a astúcia de Absalão: nessa empreitada de ir até Hebram, se fez acompanhar de 200 homens, leais a Davi, os quais inocentemente aceitaram o convite, e foram usados como propaganda – quem visse aquele cortejo naturalmente entenderiam que eles estavam do lado dele e que Davi havia sido desertado por alguns dos seus melhores amigos. Não algo novo vermos boas pessoas sendo usadas por outros para encobrir suas práticas perversas. É útil aqui a recomendação bíblica: não vamos nos apressar em crer em cada espírito; mas em provar os espíritos.
- Mas um político não se faz sozinho, Absalão corteja um assessor eficaz e encontrou em Aitofel as qualidades necessárias para levar a diante seu intento. Um político sábio e alguém que tinha a mente clara, conselheiro de Davi e seu guia e amigo íntimo (Sl 5.13; 41.9), que por causa de alguma aversão da parte de Davi em relação a ele, ou dele em relação a Davi, ele foi banido da vida pública. A política bem-sucedida de Absalão se vê quando o povo ia se unindo a ele continuamente, o que tornou a conspiração forte e temível; todos aqueles que foram beneficiados nos julgamentos por Absalão, não somente vinham eles próprios, mas buscavam influenciar outros, de maneira tal que Absalão não precisava de pessoas para apoiá-lo.
3. Proclamando-se rei.
Absalão foi para Hebrom com permissão de seu pai, mas ele o fez com falso pretexto, para comandar, de lá, seus emissários. Ele preparou esses homens e, ao seu sinal, ao som de trombetas, deveria ser proclamado a todo o Israel: “Absalão reina em Hebrom!”.
Por que Hebrom? Esse jovem sabia que, no seu histórico, Hebrom estava ligada com a monarquia de Israel; foi nela que seu pai fora coroado rei (2 Sm 2.4; 5.3) e que seu reinado durou ali sete anos e meio. Absalão tinha consciência de que havia da parte de Judá um sentimento muito especial por esse lugar; estrategicamente, buscava apoio naquela região. Ele fez um convite especial para duzentas pessoas escolhidas a dedo, que eram de influência, mas não sabiam de nada, e levou também um dos conselheiros do rei Davi, Aitofel. Desse modo, estava montado todo o projeto para a conspiração de Absalão.
- Hebrom foi a cidade escolhida para o encontro de sua facção. Ali ele havia nascido e também foi lá que Davi começou a reinar, era portanto uma cidade real e sua posição estratégica no centro de Judá e Absalão teria ali muitos velhos amigos para lhe dar apoio ao rebelar-se contra o pai.
4. A lealdade dos servos de Davi.
Ao tomar conhecimento da ação de seu filho Absalão, Davi apronta para fugir. Sem dúvida isso era a consequência da espada que viria sobre sua casa, como fora profetizado.
Ao sair Davi de Jerusalém com seus amigos, a primeira parada que faz é em frente ao Monte das Oliveiras, que tem ligação com a Via Dolorosa (Lc 22.39). Junto com Davi, vai muita gente, mas o texto faz um destaque à lealdade de um estrangeiro de Gate, cujo nome era Itai. Davi insistentemente solicita que ele volte a ter com o rei, Abasalão, o que não o faz, mas se coloca à sua inteira disposição com toda fidelidade, afirmando que ficaria ao seu lado, quer fosse para vida quer para a morte (2 Sm 15.21).
Isso tocou profundamente o coração de Davi, pois tal posicionamento deveria partir, isto sim, do seu filho.
- Ao ouvir que o povo preferia Absalão, Davi decidiu fugir levando consigo os homens que lhe eram fiéis em Jerusalém. Notadamente Davi não reuniu um conselho para decidir que atitude tomar, mas, consultando a Deus em seu coração, decidiu deixar Jerusalém imediatamente (v. 14). Esta decisão tão contrária ao seu caráter mostra o quão corajoso era – colocou-se como penitente submetendo-se ao castigo e debaixo da mão corretora do Senhor. Talvez lembrou-se do seu encontro com Natã, do seu pecado, e da palavra dita pelo profeta e acatou os desígnios divinos.
“O principal motivo de sua fuga deve ter sido o seu reconhecimento, que aquela tribulação estava vindo sobre ele por permissão do Senhor, em razão do cumprimento da profecia que lhe fora transmitida por Natã, e assim, não estava se submetendo às forças que se encontravam com Absalão, mas ao potente braço do Senhor, que não era com ele naquela hora difícil, quanto a impedir tudo aquilo que estava ocorrendo. E na fuga, deixou dez de suas concubinas em Jerusalém, para cuidarem da casa (v. 16) e foram estas mulheres que viriam a ser abusadas por Absalão, seguindo o conselho que lhe fora dado por Aitofel (v. 20 a 23), não por motivações lascivas, senão políticas, de maneira que manifestasse a todo Israel até que ponto estava decidido em tomar o lugar do seu pai, e que não recuaria na decisão de matá-lo.” (livrosbiblia)
SÍNTESE DO TÓPICO II
A revolta de Absalão escondia um espírito de grandeza, bajulação, falsa devoção a Deus e sagacidade.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Após um apelo especial a Itai, que parece ser o comandante dos 600 homens, [Davi] liberou-o de qualquer obrigação e rogou a ele e as seus homens que retornassem ao palácio, Davi recebeu a promessa de lealdade de vida e morte de seus guardas. O uso do nome do Deus de Israel na aliança, Yahweh, o Senhor, indicaria que ele era um prosélito da religião hebraica, bem como um leal súdito da coroa. Com esta garantia, e em meio a um luto geral por parte do povo em Jerusalém e suas vizinhanças, Davi e sua companhia atravessaram o Cedrom, o vale que margeava Jerusalém a leste, e se encaminharam para o oriente através do deserto em direção ao Jordão” (Comentário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.252).
III. A MORTE DE ABSALÃO
1. Coração de pai.
Davi teve de montar seu exército para lutar contra o próprio filho, dividindo-o em três companhias, uma sob a liderança de Joabe, outra, de Abisai, e a última de Itai. Ele se propõe a ir para o combate, mas o povo não permite. Duas coisas importantes devem ser entendidas aqui: a primeira é o valor que o povo via em Davi; sendo ele um grande guerreiro, uma pessoa capaz, ainda que estivesse pagando um alto preço, as pessoas sabiam do seu valor (2 Sm 18.3;1 Sm 18.7; 29.5), e que por causa disso ele era o alvo principal. A segunda é que o povo queria evitar que o próprio pai tivesse que confrontar o filho. Todos viam a dor que Davi sentia ao formar aquele exército, para lutar contra seu filho; por isso, pediu que se tratasse o jovem com brandura.
- O experiente general de guerra resolve fazer um ataque em três frentes, uma estratégia militar comum naquele tempo (veja Jz 7.16; 1Sm 11.11; 13.17). Como caberia aos reis de então, Davi queria liderar os seus homens na batalha; entretanto, o povo reconheceu que a morte de Davi seria a derrota certa e Absalão teria a garantia do trono. As palavras do povo ecoavam o que Aitofel havia dito antes a Absalão (17.2-3). Então Davi foi persuadido a permanecer em Maanaim. Davi ordenou que seus três comandantes não ferissem a Absalão, que o tratassem com brandura. As quatro vezes em que foi usada a expressão "o jovem Absalão" (vs. 5 ,12,29,32) sugerem que Davi via Absalão de modo sentimental, como um jovem rebelde que podia ser perdoado.
2. O preço da rebelião de Absalão.
A batalha de Absalão pelo trono, ou seja, sua rebeldia em troca do poder, custar-lhe-ia a vida. Os homens de Davi entraram em combate. A vitória facilitou a vitória de Davi, pelo fato de a floresta, na qual os homens de Absalão embrenharam-se, ser traiçoeira.
Em alguns relatos bíblicos, forças naturais contribuíram para que o povo do Senhor fosse vitorioso, como lama, insetos, doenças, o que prova que Deus age como Ele quer. Vinte mil homens de Absalão foram abatidos (2 Sm 18.7,8). Vendo que estava perdendo a batalha, fugiu sobre um mulo, mas acabou preso nos ramos de um grande carvalho, suspenso pelos cabelos entre o céu e a terra.
Joabe tomou conhecimento da situação de Absalão, irando-se, porque o homem que lhe trouxe a notícia não o matara. O mensageiro lhe disse que não poderia ter feito isso, ainda que fosse para ganhar mil moedas de prata, pois tinha ouvido o pedido do rei. Joabe, então, foi até Absalão e traspassa-o com dardos. Depois disso, o combate termina. O fim de Absalão foi trágico, porque ele agira como usurpador, rebelde; pela lei, deveria morrer (Dt 21.18,21,23; 2 Sm 17.2,4).
Toda rebeldia tem seu preço; por isso o melhor é sempre evitá-la.
- A batalha se deus no bosque de Efraim, assim chamado por causa de algum feito dos efraimitas, embora ficasse em Gade. Surpreendentemente, em razão da densidade das árvores e da natureza acidentada do terreno, a perseguição dentro do bosque resultou em mais mortes do que o combate em si (veja v. 9), de fato, era o próprio Deus aplicando sua justiça, os perseguia e não permitia que vivessem. Isso esclarece como Absalão ficou preso pela cabeça, com o seu longo cabelo, que tinha sido o seu orgulho, enrascado num emaranhado de galhos mais grossos. Um dos soldados de Davi, que se recusou a desobedecer à ordem do rei registrada no versículo 5 de tratar Absalão "com brandura", não havia feito nada pelo príncipe suspenso, deixando-o vulnerável. A lança de Joabe matou Absalão enquanto os escudeiros de Joabe o golpearam para terem certeza de que estava mesmo morto. Nessa ação, Joabe desobedeceu a uma ordem direta de Davi.Foi desentranhado dos galhos e esquartejado, como ocorre com os traidores; mutilado impiedosamente, recebe sua morte em terror, sentindo toda a sua dor. Absalão foi sepultado numa cova profunda coberta por pedras, talvez num simbolismo de apedrejamento, que era o que a lei prescrevia para um filho rebelde. Muitas vezes, um montão de pedras demonstrava que o cadáver ali sepultado era de um criminoso ou inimigo (Js 7.26; 8.29). Absalão havia eternizado a si mesmo ao edificar um monumento em sua própria honra. Nos dias de hoje, existe ali um monumento, um túmulo, chamado de túmulo de Absalão (talvez no mesmo local) onde judeus ortodoxos cospem ao passarem.
SÍNTESE DO TÓPICO III
A rebelião de Absalão contra o seu pai custou-lhe a vida.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Davi, portanto, se pôs da banda porta (4) de Maanaim enquanto seu povo marchava, e fez seu exército ouvir a ordem que dava aos seus capitães: brandamente tratai por amor de mim ao jovem, a Absalão (5). Da descrição da batalha, somos levados a entender que esta não foi uma ação defensiva da parte de Davi, mas uma investida forte e provavelmente inesperada que fez recuar as forças de Absalão, as quais atravessaram o Jordão para dentro do bosque de Efraim (6), onde ocorreu o combate decisivo. A luta foi sangrenta, e 20.000 homens morreram – talvez de ambos os lados – mais gente perdeu a vida nas gargantas e desfiladeiros das montanhas repletas de bosques do que pela espada” (Comentário Bíblico Beacon: 2 Josué a Ester. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.254).
CONCLUSÃO
Com este episódio, aprendemos que a rebelião aborrece a Deus. Evitemos, pois, o pecado da rebeldia; busquemos a sabedoria e a prudência divinas, para que não experimentemos a ira do Deus justo e verdadeiro. Sejamos fiéis e santos.
- Rebeldia é pecar contra Deus de propósito, com a intenção de desobedecer; é escolher o pecado, conhecendo o que é certo. 1Jo 1.0 diz “Se afirmarmos que não temos cometido pecado, nós o fazemos mentiroso, e sua Palavra não está em nós”, no entanto, o pecado de rebelião não é para aqueles que experimentaram a salvação, isso por que a rebeldia é uma afronta direta a Deus, rejeitando Sua autoridade (At 7.51). A maior forma de rebeldia é conhecer a verdade do Evangelho mas rejeitar Jesus como salvador.
PARA REFLETIR
A respeito da lição “A Rebelião de Absalão”, responda:
1. Qual o significado do nome Absalão?
Do hebraico, seu nome é “o pai é da paz”.
2. Qual destaque a Bíblia faz sobre Absalão?
Biograficamente há muitos detalhes sobre a pessoa de Absalão, em especial no quesito físico, mas nenhum destaque para sua vida espiritual.
3. O que a fragmentação moral na vida moral e espiritual pode fazer?
O servo de Deus deve fazer de tudo para proceder corretamente perante Deus e o povo, pois a fragmentação na sua vida moral e espiritual pode abrir portas para uma tempestade incontrolável, levando-o a significativas perdas, daí a exigência de Paulo: “sejamos irrepreensíveis” (1 Tm 3.2).
4. Como político, o que Absalão fazia?
O Absalão político agia da seguinte maneira: demonstrava o espírito de grandeza, exercia uma função que não era sua, fazia falsa bajulação, falsa devoção a Deus e tinha a habilidade em ser sagaz.
5. Se toda rebeldia tem o seu preço, o que é melhor fazer?
Toda rebeldia tem seu preço, por isso o melhor é sempre evitá-la.
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