TEXTO ÁUREO “E entendeu Davi que o SENHOR o confirmava rei sobre Israel e que exaltara o seu reino por amor do seu povo.”(2 Sm 5.12...
TEXTO ÁUREO
“E entendeu Davi que o SENHOR o confirmava rei sobre Israel e que exaltara o seu reino por amor do seu povo.”(2 Sm 5.12)
VERDADE PRÁTICA
A glória do reinado de Davi deve-se, antes de tudo, à boa mão de Deus que estava sobre ele.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – 1 Co 15.57
Nossas vitórias vêm de Deus
Terça – Dt 31.23
Ministérios e cargos têm de provir de Deus
Quarta – Is 40.11
Deus é o grande pastor da nossa vida
Quinta – 1 Pe 5.3
Os pastores devem ser modelo para o rebanho
Sexta – 2 Sm 6.21
A certeza da vontade divina traz-nos confiança na Obra
Sábado – Mc 12.30,31
O cristão deve adorar a Deus com todo o seu ser
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Samuel 5.1-12
1 - Então, todas as tribos de Israel vieram a Davi, a Hebrom, e falaram, dizendo: Eis-nos aqui, teus ossos e tua carne somos.
2 - E também dantes, sendo Saul ainda rei sobre nós, eras tu o que saías e entravas com Israel; e também o SENHOR te disse: Tu apascentarás o meu povo de Israel e tu serás chefe sobre Israel.
3 - Assim, pois, todos os anciãos de Israel vieram ao rei, a Hebrom; e o rei Davi fez com eles aliança em Hebrom, perante o SENHOR; e ungiram Davi rei sobre Israel.
4 - Da idade de trinta anos era Davi quando começou a reinar; quarenta anos reinou.
5 - Em Hebrom reinou sobre Judá sete anos e seis meses; e em Jerusalém reinou trinta e três anos sobre todo o Israel e Judá.
6- E partiu o rei com os seus homens para Jerusalém, contra os jebuseus que habitavam naquela terra e que falaram a Davi, dizendo: Não entrarás aqui, a menos que lances fora os cegos e os coxos; querendo dizer: Não entrará Davi aqui.
7 - Porém Davi tomou a fortaleza de Sião; esta é a Cidade de Davi.
8 - Porque Davi disse naquele dia: Qualquer que ferir os jebuseus e chegar ao canal, e aos coxos, e aos cegos, que a alma de Davi aborrece, será cabeça e capitão. Por isso, se diz: Nem cego nem coxo entrará nesta casa.
9 - Assim, habitou Davi na fortaleza e lhe chamou a Cidade de Davi; e Davi foi edificando em redor, desde Milo até dentro.
10 - E Davi se ia cada vez mais aumentando e crescendo, porque o SENHOR, Deus dos Exércitos, era com ele.
11 - E Hirão, rei de Tiro, enviou mensageiros a Davi, e madeira de cedro, e carpinteiros, e pedreiros, que edificaram a Davi uma casa
12- E entendeu Davi que o SENHOR o confirmava rei sobre Israel e que exaltara o seu reino por amor do seu povo.
OBJETIVO GERAL
Demonstrar que o reinado de Davi foi bem-sucedido por causa da boa mão de Deus que estava sobre ele.
HINOS SUGERIDOS: 250, 312, 365 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Apresentar a constituição de Davi como rei;
Evidenciar a consolidação do reino de Davi;
Atestar a grandeza política do reinado de Davi.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A ideia central desta lição é que tudo o que fizermos só pode ter um bom desfecho se a mão de Deus for conosco. A pujança do reino de Davi não foi porque ele era uma pessoa competente para a guerra, ou simplesmente por causa de uma razão circunstancial, mas porque Deus era com ele em tudo o que fazia. Ter essa percepção espiritual é essencial para que a nossa vida espiritual seja mais vigorosa e abençoada. Não podemos deixar de pedir a Deus que o seu Santo Espírito guie-nos em tudo o que fazemos. Nós temos a mente de Cristo e o Espírito Santo habita em nós.
INTRODUÇÃO
O pujante reinado Davi não foi circunstancial, aleatório ou por causa de habilidades natas para guerra. No próprio texto bíblico, é dito que suas vitórias e fortalecimento se originavam em Deus (2 Sm 8.6). Os 33 anos que ele reinou em Jerusalém e os sete anos e seis meses que reinou em Hebrom revelam um rei protótipo do Messias que viria. Por isso, Davi é considerado um tipo do Messias. Isso está confirmado pela profecia de Miqueias (5.2), mencionada pelos escribas nos dias de Herodes, pelo texto de 2 Samuel 5.2 e pela profecia de Gênesis 49.10 em relação a Jesus Cristo.
- O texto de Atos 13.36 na versão atualizada traz a seguinte redação: "Porque, na verdade, tendo Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de Deus, adormeceu, foi para junto de seus pais e viu corrupção". Paulo faz uma importante afirmação sobre Davi quando diz que ele viveu para servir. O modelo bíblico de liderança é aquele centralizado no caráter, ao contrario do que ensinava Maquiavel que era preferível ao rei ser temido do que ser amado. Elementos do caráter cristão como o temor de Deus, a coragem, a virtude, o altruísmo, a honestidade, etc., são postos em relevo. As técnicas mudam, mas os princípios do caráter não. O sucesso da admirável liderança de Davi veio dos princípios bíblicos observados por ele. Um dos primeiros passos para que possamos entender a questão da liderança cristã é adotarmos a perspectiva correta sobre Deus, Sua Palavra e Sua Obra. O segundo monarca de Israel foi um ajudador do povo, e não o contrário. O modelo de Jesus para a liderança é justamente esse: "servir". Servir foi a missão do filho de Deus (Mt 20.28) e também a de seu ancestral humano, Davi. Há outro fato sobre Davi registrado no texto de Atos 13.22 que merece a nossa reflexão: "Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade". Essa frase pode ser interpretada como 'um homem de sua própria escolha' ressaltando a escolha soberana da parte de Deus bem como, à guisa de textos bíblicos tais como 1Sm 2.35; 16.7, entendemos que Davi, o escolhido do Senhor, 'era segundo o coração de Deus' no sentido de estar dedicado à sua vontade e aos seus propósitos. Davi viveu para o Eterno e, consequentemente, viveu também para os outros. A vontade de Deus aparece aqui como "o que se tem determinado e que será feito". Este homem, com seu coração de servo, realizou aquilo que o Senhor esperava. Davi viveu para o Eterno e, consequentemente, viveu também para os outros. Bom estudo e crescimento maduro na fé cristã!
PONTO CENTRAL
A boa mão de Deus estava sobre o reinado de Davi, por isso, ele foi bem-sucedido
I – DAVI É CONSTITUÍDO REI
1. Três motivos para sua escolha.
Ninguém é colocado em uma posição apenas por acaso; tem de haver algum mérito para isso. Davi foi aclamado por toda a tribo de Israel (norte) e ungido rei por três razões. Primeiramente, ele preenchia todas as condições da realeza, o que prontamente excluía a possibilidade de uma liderança estrangeira (Dt 17.15), pois era irmão da nação (1 Cr 11.1). O segundo motivo para escolher Davi foi devido à sua liderança militar (1 Sm 18.16). O terceiro motivo estava pautado em uma promessa da parte de Deus, de que o trono entregue a Davi seria levantado tanto sobre Israel quanto sobre Judá (2 Sm 3.10).
- O rei foi escolhido e provido por Deus (Dt 17.1 S), que ordena todas as coisas de acordo com o conselho do sua própria vontade (Is 40.14), e não de acordo com o desejo dos homens (8.5-6; 2Sm 2.8-9). Assim, não é correto afirmar que por três motivos Davi foi aclamado rei. Então, por que Deus escolheu Davi para ser rei? Porque viu algo no seu coração. Deus diz a Samuel: “É em Davi que está o coração que eu procuro”. Aos olhos humanos, saltava essas qualidades listadas em Davi; Davi lutou em nome do Senhor e para a glória do Senhor, cujo nome e glória se estenderão até os confins da terra, em todas as nações, Davi sabia que do SENHOR é a guerra (Dt 31.6; jz 7.18). Davi entendia totalmente a questão principal, ou seja, ao desafiar o povo do Senhor, os filisteus na verdade estavam desafiando o Senhor. Parte do reinado de Saul já havia sido transferida para Davi; a saber, Judá; entretanto, Abner jurou que completaria o processo ajudando Davi a obter o restante do reinado - desde Dã até Berseba - essa era uma expressão que representava todo o país (Jz 20.1), ou seja, de Dã, no norte, até Berseba, no sul.
“Davi tinha algumas qualidades e características que fizeram com que fosse escolhido por Deus para liderar o Seu povo.
Demonstrava respeito pela autoridade estabelecida por Deus, pois mesmo quando teve oportunidade de matar Saul (que era seu inimigo e estava determinado a matá-lo), não o fez.
Tinha desejo de aprender e se sujeitava à vontade de Deus;
Era um verdadeiro adorador e tinha um coração grato;
Possuía uma fé absoluta em Deus;
Era responsável;
Tinha um profundo amor pela Lei de Deus;
Revelava coragem e valentia, e não tinha medo de enfrentar gigantes e participar em guerras;
Era um homem de integridade;
2. Davi como pastor e chefe.
Na Bíblia, a figura do pastor de ovelhas serve para descrever os governantes de Israel. Está escrito que Davi deveria agir como chefe e pastor do rebanho. Na qualidade de chefe (heb. nagid), ele seria um capitão, príncipe, líder; como pastor (heb. ro`eh), ele cuidaria, apascentaria; ele se revelaria um amigo especial (do heb piel). Assim, Deus zelava pelo seu povo (Sl 23; 77.20).
Estava claro que para Davi ter um reinado consolidado bastava apenas ser um líder, um pastor amoroso, não um déspota ou um tirano. O apóstolo Pedro diz que o pastor deve pastorear o rebanho sem qualquer exibição de domínio, mas sendo o exemplo do rebanho (1 Pe 5.3). Paulo disse que não queria dominar a fé de ninguém, antes, desejava ser cooperador da alegria de cada cristão (2 Co 1.24).
- “Quando lemos a Bíblia, encontramos Davi primeiramente como pastor. Ele era o mais novo de seus irmãos e não foi incluído no sacrifício especial organizado por Samuel. No entanto, era ele que Deus havia escolhido, o homem segundo o coração de Deus, e assim ele foi convocado do campo onde estava cuidando do rebanho para ser ungido rei. Deus o chamou para pastorear um rebanho diferente, seu povo de Israel (1Sm 16.1-13; 2Sm 5.2, Sl 78.70-71). O pastorear é uma das ocupações mais antigas. Assim, não é de surpreender que o cuidado de um pastor e seu relacionamento com seu rebanho fosse uma metáfora comum, no antigo Oriente Próximo, para a liderança de pessoas, especialmente a realeza. Além disso, vários deuses das nações eram ocasionalmente mencionados como pastores. Na Bíblia, os líderes civis e religiosos são chamados de pastores, e as imagens estão ligadas à realeza (por exemplo, 1Rs 22.17), especialmente com Davi. Deus é chamado de pastor (por exemplo: Gn 48.15; Sl 23.1; 80.1), e elementos da vida de um pastor ocorrem várias vezes para descrever a atividade de Deus (por exemplo: Sl 31.3; Is 40.11; Mq 7.14). Mesmo depois de deixar as pastagens Davi continuou, em sua vida, a desempenhar a função de pastor. Muito do que ele aprendeu conduzindo ovelhas ele aplicou como líder de homens. É famosa a forma como ele apelou para suas façanhas em guardar o rebanho, e em como ele dependia de Deus, para demonstrar sua capacidade de lutar contra Golias (1Sm 17. 34-37). As experiências de Davi como pastor também são vistas na forma de suas poesias, fornecendo imagens ricas para muitos de seus mais queridos salmos, incluindo o Salmo 23. Davi conhecia o constante cuidado necessário para ser um bom pastor e o aplicou como uma rica metáfora para o constante cuidado de Deus por ele no Salmo 23.” (voltemosaoevangelho)
3. Entrando em aliança com o povo.
Ninguém consegue fazer alguma coisa sozinho. Tendo qualidades de bom guerreiro e de bom líder, Davi não poderia governar sem o povo, portanto precisava fazer aliança com todos para ter um reino bem fortalecido. Observe que a aliança que ele firma tem características pastorais, não monárquicas; por isso, foi ungido rei sobre Israel e todos prometeram lealdade ao novo rei (2 Sm 8.10-18; 2 Rs 11.17; 1 Cr 11.3).
- Davi governou o seu reino de maneira justa, e no futuro o "Messias" irá governar de maneira semelhante (Is 9.7; Jr 23.3; 33.15). Ao testemunhar as bênçãos de Deus em sua vida, Davi reconheceu o papel do Senhor no estabelecimento do seu reinado. Davi se comprometeu formalmente a cumprir certas obrigações perante os israelitas, inclusive fazer cumprir seus direitos e responsabilidades, tanto de uns para com os outros como para com o Senhor (2Rs 1-1.17). Independentemente da excelência dessa aliança, ela não acabou com o sentimento básico de uma identidade separada sentida por Israel e Judá como a sedição de Seba (2Sm 20.1) e a dissolução do reino unido sob Roboão (1Rs 12.16) demonstrariam mais tarde.
SÍNTESE DO TÓPICO I
A constituição de Davi como rei se deu porque, primeiro, ele preenchia as condições da realeza; segundo, tinha liderança militar; terceiro, estava pautado numa promessa de Deus.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Neste primeiro tópico é possível trabalhar melhor as habilidades pessoais que Davi tinha e que foram determinantes em seu reinado. Destaque para a classe as características pessoais que o faziam ter condições de ocupar o reinado (ora, Davi não era estrangeiro, mas da tribo de Judá); ele apresentou uma liderança militar ao recrutar soltados para o seu apoio, principalmente, na Caverna de Adulão; era uma pessoa contrita diante de Deus, pois não tardava em buscá-lo; seu estilo fez com que fosse visto como um pastor do povo, um chefe muito próximo. Além disso, ele fez aliança com o povo de Israel para garantir a unidade do seu reinado.
Assim, trace um pouco do perfil do rei Davi conforme a exposição do primeiro ponto deste tópico.
II. A CONSOLIDAÇÃO DO REINO DE DAVI
1. A edificação de Jerusalém.
Tão logo é ungido rei, Davi se lança ao trabalho. O primeiro intento é tornar sua capital forte e bela. Sua corte e família tornaram-se grandes e notáveis (2 Sm 3.2,5; 5.13-16).
Davi trouxe grandes mudanças ao povo israelita. Quanto a Jerusalém, ele a considerava algo particularmente seu, pois fora conquistada sob a sua liderança. Nesse caso, ela era vista como um espólio próprio. Davi entra logo em luta contra os filisteus para expulsá-los. Sendo ele um líder bem preparado, conhecedor das táticas dos seus opositores, busca a orientação divina e parte para a batalha, ferindo por duas vezes os filisteus. Com a presença de Deus na vida, Davi consegue derrotar seus inimigos e controlar suas fronteiras, mantendo-os sob seu poder.
- Na Bíblia, Jerusalém é citada mais do que qualquer outra (de Gn 14.18 a Ap 21.10). A cidade ficava no território de Benjamim, perto da fronteira norte de Judá e era muito bem fortificada por causa de sua altitude e dos vales profundos que a cercavam, que a tornavam naturalmente defensável em três lados. Além disso, possuía uma reserva de água abundante, a fonte de Giom, além de ficar perto das rotas comerciais. A cidade havia sido conquistada anteriormente por Judá (Jz 1.8), mas nem Judá nem Benjamim tinham tido sucesso em desalojar permanentemente os habitantes jebuseus (Jz 1.21). Ao tomar Jerusalém, Davi conseguiu eliminar essa cunha estrangeira entre as tribos do norte e as tribos do sul e estabelecer a sua capital. Tanto a cidade de Belém, o local de nascimento de Davi (Lc 2.4), como Jerusalém, o local do governo de Davi, receberam o título de ‘Cidade de Davi’.
2. As reformas religiosas.
O capítulo 6 de 2 Samuel trata da ação de Davi em busca da Arca para Jerusalém. O sentimento que o envolve revela grande respeito pelas coisas de Deus, enquanto o rei Saul era insensível para com o sacerdócio. Dentre outras coisas, Davi valorizava tudo aquilo que estava relacionado às ordenanças divinas. Ele respeitava o sacerdócio, a Arca, e procurava preservar toda essa herança espiritual, inclusive elevá-la.
É bom levar em consideração que Davi não tencionava apenas fazer de Jerusalém uma capital religiosa para manter o povo leal a si; não se tratava de estratégia política. Davi era um homem que amava as coisas de Deus. Nas cerimônias religiosas, ele se entregava para adorar ao Senhor, o que por vezes, para alguns, causava escândalo, como o foi para Mical (2 Sm 6.20). Mas procedia assim porque desejava exaltar o seu Deus.
- A arca não havia apenas sido roubada e profanada pelos filisteus (1Sm 5-6), mas quando foi revolvida, Saul se recusou a seguir a orientação de Deus quanto ela. A Escritura registra uma única ocasião em que Saul buscou a arca do Senhor depois do seu retorno: 1Sm 14.18. Uma das diferenças básicas entre Davi e Saul é que este não demonstrava muita preocupação com o culto ao Senhor e com os ministros do culto, enquanto aquele comprova um zelo especial pela adoração a Deus (Leia os capítulos 6 e 7 de 2 Samuel). Não se pode governar, reinar ou fazer qualquer outra coisa com êxito se há negligência no culto a Deus. Quando Saul lembrou-se de levantar um altar a Deus, já estava todo complicado por causa de suas transgressões às ordens do Senhor. Não esqueçamos esse fato, pois o Eterno considera primeiramente, e antes de qualquer coisa, a obediência (1 Sm 15.22). Davi foi coroado rei de todo o Israel pelos próprios anciãos do povo que reconheceram a unção real sobre sua vida, que zelava pela adoração a Deus acima de tudo. Veja como age um homem que tem seu coração voltado para Deus: Davi, mediante a sua aliança com Hirão e a ajuda deste (1Cr 18.1), pôde construir um palácio para si e casas separadas para as suas esposas e seus filhos. Enquanto a arca permaneceu perto de Jerusalém, na casa de Obede-Edom, durante três meses (1Cr 13.13-14), Davi construiu um novo tabernáculo em Jerusalém a fim do cumprir a palavra do Senhor em Deuteronômio 12.5-7 de uma habitação permanente para esta. Depois deste intervalo de três meses, Davi seguiu as orientações mosaicas para movimentar a arca (Nm 4.1-49; Dt 10.8; 18.5). Essas orientações tinham sido violadas quando a arca foi transportada de Quiriate-Jearim até Obede-Edom, tendo custado a vida de Uzá (1Cr 13.6-11).
- Quanto ao fato de Davi vir à frente do cortejo, dançando despido das vestes reais, demonstra que os hebreus, como outros povos antigos e modernos, possuíam suas maneiras físicas de expressar a alegria religiosa enquanto louvavam à Deus. O desprezo de Mical por Davi é explicado pelo seu comentário sarcástico no versículo 20; Ela considerou a dança alegre e desenfreada de Davi como conduta inadequada com a dignidade e seriedade de um rei, pois o expunha de muitas maneiras.
3. A suprema aliança davídica.
Quem profetizou sobre a aliança davídica foi Natã. Assim como Deus falara que abençoaria a família de Abraão, não seria diferente com Davi; ele e sua família teriam um grande nome (2 Sm 7.1-15). Podemos ver que três coisas importantes iriam caracterizar a aliança davídica:
a) a firmeza da sua família na terra;
b) seus sucessores teriam a presença de Deus; e
c) uma dinastia eterna (2 Sm 7.11-16).
- 2 Samuel 7.1-17, assim como 1Cr 17.1-15, registram o estabelecimento da aliança davídica, a promessa incondicional do Senhor a Davi e sua posteridade. Embora não seja chamada de aliança aqui, mas somente em 2Sm 23.5. Essa promessa é de vital importância para o entendimento da promessa irrevogável de Deus em que um rei da linhagem de Davi governará para sempre. É estimado que mais de 40 passagens bíblicas individuais estejam diretamente relacionadas a esses versículos (SI 89; 110; 132); portanto, essa passagem é de especial importância no Antigo Testamento. Seu cumprimento definitivo acontecerá na segunda vinda de Cristo, quando ele estabelecer o reino do milênio na terra (Ez 37; Zc 14; Ap 19). Essa é a quarta das cinco alianças irrevogáveis e incondicionais feitas por Deus. As primeiras três são:
1) A aliança noaica (Gn 9.8-17);
2) A aliança abraâmica (Gn 15.12-21) e
3) a aliança levítica ou sacerdotal (Nm 3.1-18; 18.1-20; 25.10-13).
A nova aliança, que realmente proveu a redenção, foi revelada mais tarde por intermédio de Jeremias (Jr 31.31-34) e foi cumprida pela morte e ressurreição de Jesus Cristo (Mt 26.28) - “tua casa... teu reino... teu trono” (2Sm 7.16) - esses 3 termos foram cumpridos em Jesus (Lc 1.32b-33).
SÍNTESE DO TÓPICO II
A consolidação do reinado de Davi passa pela edificação de Jerusalém, pelas reformas religiosas e de sua aliança com todo o povo.
SUBSÍDIO HISTÓRICO - CULTURAL
Um pouco da monarquia antes do reinado de Davi: “O surgimento da monarquia sob Saul fez pouco para curar a crescente brecha entre Judá e as tribos do norte. Durante o seu reinado, o abismo entre as tribos tomava proporções consideravelmente grandes. Por exemplo, o historiador aponta que, quando Saul fez uma convocação geral para livrar Jabes-Gileade de Amom, trezentos mil homens vieram de Israel, mas apenas trinta mil de Judá (1 Sm 11.8). Quando realizou a campanha contra os amalequitas, Saul contou ‘duzentos mil homens de pé, e dez mil homens de Judá” (1 Sm 15.4). Os números são reveladores, mostrando que Judá proveu um número bastante reduzido de soldados em comparação com Israel, um fato comprometedor para a própria Judá, uma vez que os amalequitas viveram por muitos anos em sua fronteira ao sul. Estaria Judá mostrando sinais de uma postura anti-Saul? Além disso, depois de Davi ter matado o gigante Golias, ‘os homens de Israel e Judá’ perseguiram os filisteu (1 Sm 17.52) e, quando Davi foi colocado na corte de Saul, ‘todo o Israel e Judá amava a Davi’ (1 Sm 18.16). Está claro que Israel e Judá eram tidos como duas entidades particulares que seguiam seus interesses separadamente” (MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento:O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp.239,40). Com o reinado de Davi essa realidade mudou.
III. A GRANDEZA POLÍTICA DO REINADO DE DAVI
1. As realizações militares.
Nas Escrituras, há registros das diversas ações militares de Davi (2 Sm 8.1-14). Muitos denominam esse texto de “o Davi que ataca”. Note que a tônica dos versículos é sobre os verbos “feriu”, “sujeitou”, “matou”, “tomou”. Sua ação começa com o desbaratamento dos filisteus, mas vai se alastrando até fazer fronteira com outros povos, já nos limites de Israel. A lista de povos vencidos inclui: filisteus, moabitas, sírios, edomitas.
Não demorou para que importantes possessões gentílicas estivessem sob o controle de Davi. Como é maravilhoso ter um líder cujo coração e força são dominados pelo Senhor! Deus deseja levantar líderes segundo o seu coração!
- 2Sm 8.1 -14 esboçam a expansão do reino de Davi sob a mão do Senhor – “e o Senhor dava vitórias a Davi, por onde quer que ia” (v.6 e 14). Os maiores inimigos de Israel foram todos derrotados à medida que o reino de Davi foi se expandindo ao norte, sul, leste e oeste (1Cr 18.1-13). É interessante notar que essas conquistas ocorreram antes do acontecimento narrados no capítulo 7. “Um dos pontos fortes de Davi era sua convicção de que a ajuda e a direção de Deus eram absolutamente essenciais para o sucesso na batalha. Por isso, sua prática regular era consultar ao Senhor. Para cumprirmos o propósito de Deus para nossa vida também devemos buscar a direção de Deus, por meio da oração e do Espírito Santo que em nós habita (Rm 8.1-17). Era preocupação de Davi retirar de Israel toda idolatria, tudo o que não fosse da aceitação de Deus. Era preciso destruir os inimigos, os povos pagãos deveriam ser extinguidos do meio de Israel e as Terras dadas pelo Senhor a Israel deveriam ser possuídas e levadas a serem santificadas a Deus” (Lição 07 - A Expansão do Reino - Lições Bíblicas Jovens e Adultos - 4º trimestre de 2009; Davi - As vitórias e as derrotas de um homem de Deus)
2. As administrações de Davi.
Foram muitas as mudanças realizadas por Davi, que o fizeram destacar-se no campo militar, político, administrativo e religioso. Lendo o capítulo 8.15-18 e 20.23-26, observamos como Davi fez importantes mudanças na área administrativa.
No comando de suas tropas, estava à frente Joabe; havia uma guarda real, um superintendente da corveia, que lidava com os estrangeiros. No campo religioso, Davi tinha dois sacerdotes: Zadoque e Aimeleque (2 Sm 8.17); um cronista, um escrivão (1 Cr 24.3), os quais eram responsáveis pelos registros e documentos do Estado, dentre outras nuanças administrativas.
Esse corpo administrativo não era autônomo; todos agiam com a permissão do rei e, por ele, eram supervisionados; cada setor só poderia agir ou fazer algo com a anuência dele. Davi procurou montar um setor administrativo que o pudesse auxiliar no seu reinado.
O sucesso de um obreiro depende de oração, pregação, ensino, mas também de saber administrar com eficiência as coisas de Deus; para isso são chamados (Tt 1.5). Paulo diz que dois tipos de obreiro precisam ser bem remunerados: os que se afadigam na Palavra e os que administram bem (1 Tm 5.17).
- Davi governou o seu reino de maneira justa, e não poderia ser de outra forma, já que ele é um tipo do Messias que viria; No futuro o "Messias" irá governar de maneira semelhante {Is 9.7; Jr 23.3; 33.15). Joabe era o Capitão do exército de Davi, era seu ‘ministro da Defesa’ e ‘Comandante das Forças Armadas’ do reino; Josafá era o cronista, o responsável por manter os registros do Estado e era possivelmente o mensageiro real (1 Rs 4.3). Zadoque, filho de Aitube, era um sacerdote levita descendente de Arão por meio de Eleazar (1 Cr 6.3-8.50-53) que, junto com a sua casa, foi o cumprimento do oráculo do homem de Deus em 1Sm 2.35. Mais tarde, ele se tornou o único sumo sacerdote do reino de Salomão, cumprindo a promessa de Deus a Fineias (Nm 25.10-13). Abiatar foi sacerdote de Davi junto com Zadoque, traçava sua linhagem de Eli {1Rs 2.27) até Itamar (1Cr 24.3). Com a remoção de Abiatar (1Rs 2.26-27), a maldição de Deus sobre Eli foi concluída (1Sm 2.33), e a promessa de Deus a Fineias, da linhagem de Eleazar, foi cumprida (Nm 25.10-13; 1Sm 2.35). Seraías servia como escrivão oficial de Davi. Benaia serviu como comandante da guarda pessoal de Davi. No reinado de Salomão ele foi elevado ao posto de Comandante do Exército (1Rs 2.34-35; 4.4), depois de ter matado Joabe. comandante de Davi. Esta guarda real era um grupo formado por mercenários (1Sm 30.14). Embora o texto hebraico fizesse referência aos filhos de Davi como sacerdotes, a Septuaginta refere-se a eles como "príncipes da corte". Esta última interpretação é sustentada por 1Cr 18.17, que se refere aos filhos de Davi como "primeiros ao lado do rei", eram então, os ministros do rei.
3. O culto público.
Davi fez consideráveis mudanças no culto público. Os sacerdotes eram Zadoque e Aimeleque (2 Sm 8.17). Crê-se que Abiatar já estivesse aposentado (2 Sm 15.24). Historicamente, pode-se entender que, no aspecto religioso, as cerimônias desenvolveram-se com a família sacerdotal de Arão. Davi faz tais mudança, porque tinha interesse pelo culto; ele o faz com todo cuidado, amor e reverência, tendo sempre como objetivo a maior glória de Deus. Veja o relato completo das realizações litúrgicas de Davi em 1 Crônicas 23.1-30.
A organização do culto é algo que deve ser pensado com todo cuidado, pois os que o fazem de qualquer jeito, por vontade própria, sem a prescrição das normas divinas, poderão sofrer consequências da parte de Deus. Foi o que aconteceu com Nadabe e Abiú, que, querendo fazer culto por conta própria, foram fulminados pelo fogo do Senhor (Lv 10.1,2).
- Davi trouxe a Arca para Jerusalém, estando ainda, o tabernáculo em Gibeon (ou Gabaon; ou Gibeão), com o intuito de reunir tanto a Arca quanto o Tabernáculo em um único templo na novisssíma capital do reino e em breve, o centro cultual de Israel. Não coube a Davi a honra de construir uma casa para o Senhor, e nesse intervalo, Israel contou com dois lugares de adoração e dois sumo-sacerdotes, um em Gibeon e outro na capital (1Cr 15.11). O cronista toma em consideração essa situação e justifica dizendo que a Tenda do Deserto tinha ficado erguida lá (21.29; 2Cr 1.3), em consequencia, ele reparte o efetivo levitico entre o santuário de Gibeon e o novo santuário da Arca, em Jerusalém. O traslado foi marcado pela beleza ritual, pela separação (santificação) de um efetivo de 862 sacerdotes e levitas. Davi revigora nesse ato o que a nação esqueceu ou desprezou. É com Davi que observamos os primeiros passos rumo ao retorno da verdadeira adoração a Jeová. A liturgia judaica era complexa e inflexível. O que é liturgia? A história do termo começa com uma palavra composta: ‘Leitourgia’ de ‘ergón’ (obra) e ‘leitos’ (adjetivo derivado de ‘leos’ ou ‘laos’ - povo). Este termo significava ou indicava nas democracias gregas (segundo o grego clássico e helênico): ‘a prestação de um serviço por parte dos cidadãos de classe média no benefício da coletividade’. A Septuaginta emprega o termo ‘leitourgía’ e seus derivados para designar o serviço do templo por parte dos sacerdotes e levitas, enquanto que os termos correspondentes em hebraico são usados também para serviços que não sejam de culto. Segundo um enfoque puramente semântico, literalmente pode significar festa, celebração, e ainda culto (Latreia). No Antigo Testamento, o equivalente para liturgia é festa (‘Hag’: dança e ‘Saret’: serviço) e ‘Aboda’ (obra, serviço) que também se usa para atos litúrgicos. Na maioria dos casos a liturgia se interpreta como “forma de culto” e é obvio que a forma em si não assegura a realidade espiritual do culto, mas a falta de forma tampouco. A forma deveria servir como ajuda aos fiéis na adoração a Deus. De forma geral, quando pensamos em nossa relação com o culto, fazemo-lo em termos de receber, de obter algo. Mas da perspectiva da liturgia, o culto tem muito mais a ver com dar e oferecer do que com receber ou obter. Liturgia é o que podemos oferecer a Deus no culto aceitável, genuinamente autêntico e que expressa nossa submissão, dependência e serviço a Ele.
SÍNTESE DO TÓPICO III
As realizações militares, as administrações de Davi e as mudanças no culto público demonstram a grandeza política do reinado davídico.
SUBSÍDIO HISTÓRICO - CULTURAL
“É quase certo que durante esse período (980-976) Davi tenha dado início ao seu programa de construções (2 Sm 5.9-12), o que incluiria, depois de tudo pronto, os planos para edificação do templo. É óbvio que no reino de Davi houve construções, palácios e edifícios públicos; porém, os envolvimentos com a expansão do império e os acontecimentos que assolavam sua família impediram a infra-estrutura impressiva característica de um monarca de sua estatura. A reconciliação com Absalão deu-lhe a oportunidade esperada, que era transformar a cidade de Jerusalém no centro religioso e político” (MERRIL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento:O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.277).
CONCLUSÃO
O reinado de Davi, e de seu filho, Salomão, ficou conhecido como a era de ouro de Israel. Mas na verdade, o rei Davi sabia que a fonte verdadeira de toda a grandeza do reino vinha de Deus: “Porque quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos” (1 Cr 29.14).
- Davi responde à oferta fenomenal registrada em 1 Crônicas 29.6-9 expressando sacrifícios surpreendentes de riqueza com louvores em que ele reconhece que todas as coisas pertencem a Deus e dele vêm. Ele concluiu que Deus é tudo e que o homem é nada, como está no Sl 8. Essa oração magnífica de agradecimento dá a Deus todo o crédito, até mesmo pela generosidade do povo.
PARA REFLETIR
A respeito de “O Grande Reinado de Davi”, responda:
1. Por quais razões Davi foi aclamado rei?
Davi foi aclamado por toda a tribo de Israel (norte) e ungido rei por três razões. A primeira, ele preenchia todas as condições da realeza; a segunda, sua liderança militar; a terceira, uma promessa da parte de Deus de que o trono seria entregue a Davi.
2. O que estava claro para Davi?
Estava claro que para Davi ter um reinado consolidado bastava apenas ser um líder, um pastor amigo, não um déspota ou um tirano.
3. Qual o primeiro intento de Davi após ser ungido rei?
O primeiro intento é tornar sua capital forte e bonita.
4. Dentre outras coisas, o que Davi valorizava?
Dentre outras coisas, Davi valorizava tudo aquilo que estava relacionado às ordenanças divinas.
5. Quais os sacerdotes que serviriam no reinado de Davi?
Os sacerdotes que estarão servindo são Zadoque e Aimeleque (2 Sm 8.17).
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