SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o ...
SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
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OBJETIVOS
PARA COMEÇAR A AULA
Caro mestre, como mostra o nosso esboço, inicie esta aula evidenciando que o estar em trevas faz com que produzamos obras da carne. Antes de expor os tópicos sobre ser cheio do Espírito e relacionamento familiar, fale sobre um ponto chave acerca da luz, a respeito do qual Paulo disse: “Tudo isso é revelado pela luz”. A partir dessa afirmação, compreendemos que o poder da luz de Cristo desvenda qualquer coisa que está em trevas. Não há um ser que consiga se esconder diante Dele, pelo contrário, tudo está patente aos Seus olhos, e um dia as contas disso serão prestadas.
DINAMICA EXTRA
Comentário de Hubner Braz
🎯 DINÂMICA: “ESPELHO DA CONDUTA CRISTÔ
Objetivo:
Levar os alunos a refletirem sobre como sua conduta diária (no mundo e no lar) reflete ou distorce a imagem de Cristo, especialmente em relação à vida cheia do Espírito, gratidão, submissão e amor no lar.
🧩 Material necessário:
- Um espelho grande (ou espelhos pequenos para grupos).
- Tiras de papel com situações cotidianas (positivas e negativas) escritas (veja sugestões abaixo).
- Fita adesiva ou prendedor.
- Cartaz com a frase:
“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados.” (Ef 5.1)
📜 Desenvolvimento:
- Introdução (3 minutos):
Mostre o espelho aos alunos e diga:
"O espelho reflete quem somos. Mas e se ele refletisse nossa conduta espiritual? O que ele mostraria sobre nossa vida cristã no mundo e no lar?"
- Leitura base (Ef 5.1-2, 18, 21, 25, 33):
Leia em voz alta os principais versículos que tratam da conduta cristã e relacione com o reflexo no espelho. - Atividade (10-15 minutos):
- Divida a turma em grupos pequenos (ou faça individualmente).
- Distribua uma tira de papel para cada grupo com uma situação prática.
- Os grupos devem ler em voz alta a situação e dizer se essa atitude reflete a imagem de Cristo ou precisa ser transformada à luz de Efésios 5.
- Exemplos de situações:
- "Um marido que escuta sua esposa e ora com ela diariamente."
- "Um jovem que vive murmurando sobre sua família e trabalho."
- "Uma esposa que honra seu marido mesmo quando discordam."
- "Um crente que adora a Deus apenas na igreja, mas grita com os filhos em casa."
- "Alguém que expressa gratidão a Deus em meio à escassez financeira."
- Após cada grupo compartilhar, peça que colem ou prendam a tira no espelho com uma seta:
- 🔼 Se reflete Cristo, aponte para o espelho.
- 🔽 Se contraria a conduta cristã, aponte para fora do espelho.
- Reflexão final (5 minutos):
Diga:
“Paulo nos ensina que andar em amor, viver cheios do Espírito e sermos submissos uns aos outros deve ser a marca da vida cristã — tanto fora quanto dentro do lar. O reflexo da nossa conduta deve ser a imagem de Cristo. O que você vê quando olha no espelho da Palavra?”
- Aplicação pessoal e oração:
Incentive os alunos a orar pedindo que o Espírito Santo molde neles a imagem de Cristo no dia a dia — em palavras, ações, no casamento, na juventude, nos relacionamentos e na Igreja.
🪞Frase para encerramento:
“Quando o Espírito de Deus habita em nós, nosso lar se torna um reflexo do céu na terra.”
🎯 DINÂMICA: “ESPELHO DA CONDUTA CRISTÔ
Objetivo:
Levar os alunos a refletirem sobre como sua conduta diária (no mundo e no lar) reflete ou distorce a imagem de Cristo, especialmente em relação à vida cheia do Espírito, gratidão, submissão e amor no lar.
🧩 Material necessário:
- Um espelho grande (ou espelhos pequenos para grupos).
- Tiras de papel com situações cotidianas (positivas e negativas) escritas (veja sugestões abaixo).
- Fita adesiva ou prendedor.
- Cartaz com a frase:
“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados.” (Ef 5.1)
📜 Desenvolvimento:
- Introdução (3 minutos):
Mostre o espelho aos alunos e diga:
"O espelho reflete quem somos. Mas e se ele refletisse nossa conduta espiritual? O que ele mostraria sobre nossa vida cristã no mundo e no lar?" - Leitura base (Ef 5.1-2, 18, 21, 25, 33):
Leia em voz alta os principais versículos que tratam da conduta cristã e relacione com o reflexo no espelho. - Atividade (10-15 minutos):
- Divida a turma em grupos pequenos (ou faça individualmente).
- Distribua uma tira de papel para cada grupo com uma situação prática.
- Os grupos devem ler em voz alta a situação e dizer se essa atitude reflete a imagem de Cristo ou precisa ser transformada à luz de Efésios 5.
- Exemplos de situações:
- "Um marido que escuta sua esposa e ora com ela diariamente."
- "Um jovem que vive murmurando sobre sua família e trabalho."
- "Uma esposa que honra seu marido mesmo quando discordam."
- "Um crente que adora a Deus apenas na igreja, mas grita com os filhos em casa."
- "Alguém que expressa gratidão a Deus em meio à escassez financeira."
- Após cada grupo compartilhar, peça que colem ou prendam a tira no espelho com uma seta:
- 🔼 Se reflete Cristo, aponte para o espelho.
- 🔽 Se contraria a conduta cristã, aponte para fora do espelho.
- Reflexão final (5 minutos):
Diga:
“Paulo nos ensina que andar em amor, viver cheios do Espírito e sermos submissos uns aos outros deve ser a marca da vida cristã — tanto fora quanto dentro do lar. O reflexo da nossa conduta deve ser a imagem de Cristo. O que você vê quando olha no espelho da Palavra?” - Aplicação pessoal e oração:
Incentive os alunos a orar pedindo que o Espírito Santo molde neles a imagem de Cristo no dia a dia — em palavras, ações, no casamento, na juventude, nos relacionamentos e na Igreja.
🪞Frase para encerramento:
“Quando o Espírito de Deus habita em nós, nosso lar se torna um reflexo do céu na terra.”
LEITURA ADICIONAL
Texto Áureo
“Pois, outrora éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor, andai como filhos da luz” Ef. 5.8
Verdade Prática
A condição de servos de Cristo deve influenciar todas as áreas de nossa vida, inclusive o convívio familiar.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Efésios 5:1-33 — Comentário Bíblico-Teológico Detalhado
I. FILHOS DAS TREVAS E FILHOS DA LUZ (Ef 5:1-17)
Efésios 5:1
Versículo:
“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados.”
Descrição:
Paulo exorta os cristãos a imitarem a Deus, agindo como Seus filhos amados, refletindo Seu caráter e amor.
Análise:
- Imitadores (grego mimētai): indica um comportamento intencional e consciente para copiar o exemplo divino.
- A ênfase está no relacionamento filial, indicando que o fundamento da imitação é o amor recebido do Pai.
Aplicação pessoal: Devemos refletir o caráter de Deus em nossas atitudes, vivendo em amor e santidade diariamente.
Efésios 5:2
Versículo:
“Andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.”
Descrição:
O crente deve viver uma vida marcada pelo amor sacrificial, seguindo o exemplo de Cristo que se entregou por nós.
Análise:
- Andai (grego peripateō): ação contínua e cotidiana.
- Cristo é o modelo supremo de amor, dando-se em sacrifício como uma oferta aceitável a Deus.
Aplicação pessoal: Nossa vida deve expressar amor sacrificial, buscando o bem do próximo em tudo.
Efésios 5:3-7
Versículos:
Paulo adverte contra a imoralidade (porneia), impureza, cobiça e outras práticas contrárias à santidade, pois tais coisas não combinam com os filhos de Deus.
Descrição:
Paulo condena comportamentos que pertencem às “trevas” e reforça a necessidade de uma vida transformada e santa.
Análise:
- Porneia (imoralidade sexual): uma palavra abrangente para práticas sexuais ilícitas.
- Essas ações são incompatíveis com a nova identidade dos cristãos como “filhos da luz”.
Aplicação pessoal: Devemos afastar-nos de práticas pecaminosas e viver uma vida santa e pura diante de Deus.
Efésios 5:8-10
Versículos:
“Porque outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (pois o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade), provando o que é agradável ao Senhor.”
Descrição:
Paulo ressalta a transformação do crente de um estado de trevas para a luz, que deve ser evidenciada pelo comportamento.
Análise:
- Luz simboliza pureza, verdade e vida em Deus.
- O fruto da luz é evidência prática da santidade: bondade, justiça e verdade.
Aplicação pessoal: Devemos viver de modo a refletir a luz de Cristo em nossas ações e decisões diárias.
Efésios 5:11-14
Versículos:
“E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-nas. Porque o que deles se manifesta em público, é repreendido pela luz; pois tudo o que se manifesta é luz.”
Descrição:
O crente é chamado a não participar dos pecados ocultos, mas a expô-los e repreendê-los com a luz do evangelho.
Análise:
- A luz revela o pecado oculto, trazendo-o à exposição para arrependimento.
- Ser luz é confrontar o erro e influenciar positivamente o ambiente ao redor.
Aplicação pessoal: Devemos ser vigilantes e ativos na luta contra o pecado, tanto em nossas vidas quanto na comunidade.
Efésios 5:15-17
Versículos:
“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.”
Descrição:
Paulo chama à prudência e sabedoria na maneira de viver, aproveitando bem o tempo para fazer a vontade de Deus.
Análise:
- Remindo o tempo (grego exagorazō): usar bem as oportunidades, como alguém que compra de volta o tempo perdido.
- O contexto dos “dias maus” ressalta a urgência da vida piedosa.
Aplicação pessoal: Devemos buscar sabedoria espiritual para discernir a vontade de Deus e viver de acordo com ela, com urgência e seriedade.
II. ENCHEI-VOS DO ESPÍRITO (Ef 5:18-21)
Efésios 5:18
Versículo:
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito.”
Descrição:
Paulo faz um contraste entre a embriaguez, que leva à desordem, e o enchimento do Espírito Santo, que conduz à vida reta.
Análise:
- Enchei-vos (grego plēróthēte): estado contínuo de ser cheio, uma ação recorrente.
- O Espírito Santo produz controle, não desordem.
Aplicação pessoal: Devemos buscar diariamente a plenitude do Espírito para guiar nossa vida e evitar excessos que nos desviem do propósito divino.
Efésios 5:19-21
Versículos:
“Falando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando ao Senhor no vosso coração, dando sempre graças por tudo a Deus Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus.”
Descrição:
O enchimento do Espírito é evidenciado por uma vida de adoração, gratidão e submissão mútua entre os irmãos na igreja.
Análise:
- A adoração é comunitária e pessoal, expressa em cânticos e louvores.
- A submissão (hypotassō) aqui é uma atitude voluntária de humildade e respeito mútuo.
Aplicação pessoal: Nossa vida espiritual deve ser marcada por louvor constante e relações harmoniosas, pautadas pelo amor e respeito cristão.
III. FAMÍLIA CRISTÃ (Ef 5:22-33)
Efésios 5:22-24
Versículos:
“As mulheres sejam submissas a seus próprios maridos, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja...”
Descrição:
Paulo apresenta o papel da esposa como de submissão voluntária e respeitosa ao marido, segundo o modelo do relacionamento entre Cristo e a igreja.
Análise:
- Submissão (grego hypotassō): não uma escravidão, mas um reconhecimento respeitoso da liderança no lar.
- A analogia com Cristo e a igreja reforça a natureza sagrada e amorosa da relação.
Aplicação pessoal: No lar, a esposa deve respeitar e apoiar seu marido como líder espiritual, num contexto de amor e respeito mútuo.
Efésios 5:25-30
Versículos:
“Maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja e se entregou por ela... porque somos membros do seu corpo.”
Descrição:
O marido é chamado a amar sacrificialmente a esposa, cuidando dela como Cristo cuida da igreja, seu corpo.
Análise:
- O amor do marido deve ser ativo, protetor e abnegado, refletindo o sacrifício de Cristo.
- A união do casal é uma expressão do relacionamento entre Cristo e os crentes.
Aplicação pessoal: O marido deve assumir uma liderança amorosa, sempre disposto a se sacrificar pelo bem da esposa e da família.
Efésios 5:31-33
Versículos:
“Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa carne. Grande é este mistério; mas eu falo de Cristo e da igreja.”
Descrição:
Paulo reforça o princípio bíblico da união matrimonial, enfatizando que o casamento é um mistério que reflete a união entre Cristo e a Igreja.
Análise:
- A expressão “dois numa carne” (hen sarx) indica uma união profunda e inseparável.
- O casamento é uma figura do relacionamento espiritual entre Cristo e o povo redimido.
Aplicação pessoal: O casamento deve ser valorizado como uma união sagrada, pautada pelo amor, respeito e compromisso mútuo, refletindo a comunhão espiritual entre Cristo e a Igreja.
Tabela Expositiva Resumo
Seção
Versículos
Tema Central
Palavra-chave (grega)
Aplicação Prática
Filhos das Trevas e Luz
5:1-17
Vida transformada e santa
Mimētai (imitadores), Porneia (imoralidade)
Viver em amor, santidade, e luz
Enchei-vos do Espírito
5:18-21
Plenitude do Espírito Santo
Plēróthēte (enchei-vos), Hypotassō (submissão)
Vida guiada pelo Espírito e harmoniosa
Família Cristã
5:22-33
Relações matrimoniais
Hypotassō (submissão), Hen Sarx (uma carne)
Amor sacrificial e respeito no casamento
Efésios 5:1-33 — Comentário Bíblico-Teológico Detalhado
I. FILHOS DAS TREVAS E FILHOS DA LUZ (Ef 5:1-17)
Efésios 5:1
Versículo:
“Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados.”
Descrição:
Paulo exorta os cristãos a imitarem a Deus, agindo como Seus filhos amados, refletindo Seu caráter e amor.
Análise:
- Imitadores (grego mimētai): indica um comportamento intencional e consciente para copiar o exemplo divino.
- A ênfase está no relacionamento filial, indicando que o fundamento da imitação é o amor recebido do Pai.
Aplicação pessoal: Devemos refletir o caráter de Deus em nossas atitudes, vivendo em amor e santidade diariamente.
Efésios 5:2
Versículo:
“Andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.”
Descrição:
O crente deve viver uma vida marcada pelo amor sacrificial, seguindo o exemplo de Cristo que se entregou por nós.
Análise:
- Andai (grego peripateō): ação contínua e cotidiana.
- Cristo é o modelo supremo de amor, dando-se em sacrifício como uma oferta aceitável a Deus.
Aplicação pessoal: Nossa vida deve expressar amor sacrificial, buscando o bem do próximo em tudo.
Efésios 5:3-7
Versículos:
Paulo adverte contra a imoralidade (porneia), impureza, cobiça e outras práticas contrárias à santidade, pois tais coisas não combinam com os filhos de Deus.
Descrição:
Paulo condena comportamentos que pertencem às “trevas” e reforça a necessidade de uma vida transformada e santa.
Análise:
- Porneia (imoralidade sexual): uma palavra abrangente para práticas sexuais ilícitas.
- Essas ações são incompatíveis com a nova identidade dos cristãos como “filhos da luz”.
Aplicação pessoal: Devemos afastar-nos de práticas pecaminosas e viver uma vida santa e pura diante de Deus.
Efésios 5:8-10
Versículos:
“Porque outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (pois o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade), provando o que é agradável ao Senhor.”
Descrição:
Paulo ressalta a transformação do crente de um estado de trevas para a luz, que deve ser evidenciada pelo comportamento.
Análise:
- Luz simboliza pureza, verdade e vida em Deus.
- O fruto da luz é evidência prática da santidade: bondade, justiça e verdade.
Aplicação pessoal: Devemos viver de modo a refletir a luz de Cristo em nossas ações e decisões diárias.
Efésios 5:11-14
Versículos:
“E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-nas. Porque o que deles se manifesta em público, é repreendido pela luz; pois tudo o que se manifesta é luz.”
Descrição:
O crente é chamado a não participar dos pecados ocultos, mas a expô-los e repreendê-los com a luz do evangelho.
Análise:
- A luz revela o pecado oculto, trazendo-o à exposição para arrependimento.
- Ser luz é confrontar o erro e influenciar positivamente o ambiente ao redor.
Aplicação pessoal: Devemos ser vigilantes e ativos na luta contra o pecado, tanto em nossas vidas quanto na comunidade.
Efésios 5:15-17
Versículos:
“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.”
Descrição:
Paulo chama à prudência e sabedoria na maneira de viver, aproveitando bem o tempo para fazer a vontade de Deus.
Análise:
- Remindo o tempo (grego exagorazō): usar bem as oportunidades, como alguém que compra de volta o tempo perdido.
- O contexto dos “dias maus” ressalta a urgência da vida piedosa.
Aplicação pessoal: Devemos buscar sabedoria espiritual para discernir a vontade de Deus e viver de acordo com ela, com urgência e seriedade.
II. ENCHEI-VOS DO ESPÍRITO (Ef 5:18-21)
Efésios 5:18
Versículo:
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito.”
Descrição:
Paulo faz um contraste entre a embriaguez, que leva à desordem, e o enchimento do Espírito Santo, que conduz à vida reta.
Análise:
- Enchei-vos (grego plēróthēte): estado contínuo de ser cheio, uma ação recorrente.
- O Espírito Santo produz controle, não desordem.
Aplicação pessoal: Devemos buscar diariamente a plenitude do Espírito para guiar nossa vida e evitar excessos que nos desviem do propósito divino.
Efésios 5:19-21
Versículos:
“Falando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando ao Senhor no vosso coração, dando sempre graças por tudo a Deus Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus.”
Descrição:
O enchimento do Espírito é evidenciado por uma vida de adoração, gratidão e submissão mútua entre os irmãos na igreja.
Análise:
- A adoração é comunitária e pessoal, expressa em cânticos e louvores.
- A submissão (hypotassō) aqui é uma atitude voluntária de humildade e respeito mútuo.
Aplicação pessoal: Nossa vida espiritual deve ser marcada por louvor constante e relações harmoniosas, pautadas pelo amor e respeito cristão.
III. FAMÍLIA CRISTÃ (Ef 5:22-33)
Efésios 5:22-24
Versículos:
“As mulheres sejam submissas a seus próprios maridos, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja...”
Descrição:
Paulo apresenta o papel da esposa como de submissão voluntária e respeitosa ao marido, segundo o modelo do relacionamento entre Cristo e a igreja.
Análise:
- Submissão (grego hypotassō): não uma escravidão, mas um reconhecimento respeitoso da liderança no lar.
- A analogia com Cristo e a igreja reforça a natureza sagrada e amorosa da relação.
Aplicação pessoal: No lar, a esposa deve respeitar e apoiar seu marido como líder espiritual, num contexto de amor e respeito mútuo.
Efésios 5:25-30
Versículos:
“Maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja e se entregou por ela... porque somos membros do seu corpo.”
Descrição:
O marido é chamado a amar sacrificialmente a esposa, cuidando dela como Cristo cuida da igreja, seu corpo.
Análise:
- O amor do marido deve ser ativo, protetor e abnegado, refletindo o sacrifício de Cristo.
- A união do casal é uma expressão do relacionamento entre Cristo e os crentes.
Aplicação pessoal: O marido deve assumir uma liderança amorosa, sempre disposto a se sacrificar pelo bem da esposa e da família.
Efésios 5:31-33
Versículos:
“Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa carne. Grande é este mistério; mas eu falo de Cristo e da igreja.”
Descrição:
Paulo reforça o princípio bíblico da união matrimonial, enfatizando que o casamento é um mistério que reflete a união entre Cristo e a Igreja.
Análise:
- A expressão “dois numa carne” (hen sarx) indica uma união profunda e inseparável.
- O casamento é uma figura do relacionamento espiritual entre Cristo e o povo redimido.
Aplicação pessoal: O casamento deve ser valorizado como uma união sagrada, pautada pelo amor, respeito e compromisso mútuo, refletindo a comunhão espiritual entre Cristo e a Igreja.
Tabela Expositiva Resumo
Seção | Versículos | Tema Central | Palavra-chave (grega) | Aplicação Prática |
Filhos das Trevas e Luz | 5:1-17 | Vida transformada e santa | Mimētai (imitadores), Porneia (imoralidade) | Viver em amor, santidade, e luz |
Enchei-vos do Espírito | 5:18-21 | Plenitude do Espírito Santo | Plēróthēte (enchei-vos), Hypotassō (submissão) | Vida guiada pelo Espírito e harmoniosa |
Família Cristã | 5:22-33 | Relações matrimoniais | Hypotassō (submissão), Hen Sarx (uma carne) | Amor sacrificial e respeito no casamento |
INTRODUÇÃO
No capítulo 5 de Efésios, o apóstolo Paulo volta a falar sobre a ideal maneira de viver dos cristãos. Ele faz um contraste entre luz e trevas, além de fazer importantes considerações sobre a vida no círculo familiar.
I- FILHOS DAS TREVAS E FILHOS DA LUZ (5.1-17)
Paulo faz um contraste entre a luz e as trevas com o objetivo de conduzir os cristãos a refletir sobre a responsabilidade que têm quanto ao testemunho de vida. O ideal é que cada crente seja um imitador de Cristo. O princípio aqui defendido é que o cristão seja uma reprodução do modo de vida de Cristo. Ele deve fazer jus ao nobre título de “cristão”. O nosso padrão de vida é Cristo, mas podemos também nos espelhar em pessoas que apresentam bom testemunho da fé, a exemplo de Paulo.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
No capítulo 5 de Efésios, Paulo retoma o tema da vida cristã prática, destacando a transformação que ocorre na vida do crente e a responsabilidade que ele tem diante do mundo. Ele estabelece um contraste fundamental entre "trevas" e "luz", uma dicotomia que remete a toda a teologia paulina e ao Novo Testamento em geral (cf. João 1.5; 8.12; Romanos 13.12). Este contraste é mais do que simbólico: expressa uma realidade espiritual e moral concreta, que deve refletir-se no testemunho diário do cristão.
Além disso, Paulo dedica parte significativa do capítulo para tratar da vida familiar, ressaltando o padrão de amor, respeito e submissão que deve reger as relações domésticas, conforme o modelo de Cristo para a Igreja.
I. FILHOS DAS TREVAS E FILHOS DA LUZ (Efésios 5:1-17)
Comentário e Análise Bíblico-Teológica
1. Contraste Luz vs. Trevas
Paulo utiliza o contraste luz e trevas para apresentar a mudança radical que o cristão experimenta: ele deixa a vida em "trevas" (ἀσέβεια, pecado, ignorância) e passa a andar como "filho da luz" (φῶς). A luz simboliza não apenas a moralidade, mas a presença ativa de Deus na vida do crente.
- "Andai como filhos da luz" (v. 8):
A palavra grega περιπατέω (peripateō) significa “andar”, referindo-se ao modo de vida, à conduta diária. É uma metáfora comum na literatura paulina para a vida cristã (Romanos 13.13; Gálatas 5.16). O andar dos "filhos da luz" implica refletir o caráter e a ética de Deus. - Fruto da luz (v. 9):
Paulo destaca “toda bondade, justiça e verdade” como o fruto que deve crescer na vida do cristão. A palavra καρπός (karpos) indica o resultado visível da ação da luz em nossas vidas. A bondade (ἀγαθωσύνη), justiça (δικαιοσύνη) e verdade (ἀλήθεια) são características da vida divina que devem ser manifestas nos crentes.
2. Imitadores de Cristo (v.1)
- A palavra grega μιμηταί (mimētai), “imitadores”, implica um padrão a ser seguido. O crente é chamado a espelhar o caráter de Deus, especialmente o amor demonstrado em Cristo.
- Paulo reforça que somos “filhos amados” (τέκνα ἀγαπητά) de Deus, o que sublinha a base relacional da vida cristã: a imitação é motivada pelo amor filial.
3. Responsabilidade do Testemunho Cristão
- Paulo adverte sobre a responsabilidade ética e moral dos crentes. Eles não devem participar das “obras infrutuosas das trevas” (ἔργα τῶν σκοτίων), mas sim expô-las.
- A palavra ἐξευρίσκω (exheuriskō), “provar” ou “discernir” (v.10), remete ao julgamento e discernimento espiritual que cada cristão deve exercer para identificar o que agrada a Deus.
4. Convite ao Despertar (v.14)
- Paulo exorta os crentes a despertarem da letargia espiritual: “Desperta tu que dormes...” (Ἐγέρθητι ὁ καθεύδων). Este apelo é uma chamada à vigilância e à prontidão espiritual.
- O versículo remete a Isaías 60.1, ligando a luz da revelação cristã ao cumprimento das promessas do Antigo Testamento.
Análise das Palavras Gregas Principais
Palavra Grega
Tradução
Significado e Implicações Teológicas
μιμηταί (mimētai)
Imitadores
Reflete a ideia de copiar ativamente o caráter e o exemplo divino.
περιπατέω (peripateō)
Andar (viver)
Vida diária, conduta; expressão de como o cristão deve viver.
φῶς (phōs)
Luz
Simboliza a verdade, santidade e presença divina.
καρπός (karpos)
Fruto
Evidência prática e moral da vida espiritual.
ὑποταγή (hypotagē)
Submissão
Relaciona-se a ordem e respeito mútuo, importante para a vida comunitária.
ἐξευρίσκω (exheuriskō)
Provar, discernir
Envolve julgamento moral e espiritual para viver conforme Deus.
Referências Acadêmicas Cristãs
- F. F. Bruce (The Epistle to the Ephesians, 1984): Destaca que o chamado para “andar como filhos da luz” é um convite à transformação ética que distingue o cristão do mundo pagão.
- Peter T. O’Brien (The Letter to the Ephesians, 1999): Observa que o “fruto da luz” não é apenas moralismo, mas a manifestação da vida nova em Cristo sob o poder do Espírito.
- John Stott (The Message of Ephesians, 1979): Ressalta que a imitação de Deus é uma resposta ao amor e à graça, não uma tentativa de ganhar merecimento.
Aplicação Pessoal
- Somos chamados a refletir Cristo em nosso dia a dia, vivendo de maneira transparente, ética e responsável.
- O cristão não deve se conformar com padrões mundanos, mas buscar discernir o que agrada a Deus e rejeitar práticas pecaminosas.
- Devemos estar despertos para o chamado da santidade, evitando a passividade espiritual.
- Imitar Cristo implica amar, perdoar e sacrificar-se, reproduzindo Seu caráter.
Tabela Expositiva Resumo
Seção
Versículos
Tema Central
Palavra-chave (grega)
Aplicação Prática
Filhos das Trevas e Luz
5:1-17
Vida cristã como imitação de Deus
μιμηταί (imitadores), φῶς (luz)
Viver como reflexo da luz de Cristo
Fruto da Luz
5:8-10
Características da vida nova
καρπός (fruto)
Praticar bondade, justiça e verdade
Discernimento e Despertar
5:11-17
Responsabilidade ética e vigilância
ἐξευρίσκω (provar), ἐγείρω (despertar)
Evitar o pecado, viver sabiamente
No capítulo 5 de Efésios, Paulo retoma o tema da vida cristã prática, destacando a transformação que ocorre na vida do crente e a responsabilidade que ele tem diante do mundo. Ele estabelece um contraste fundamental entre "trevas" e "luz", uma dicotomia que remete a toda a teologia paulina e ao Novo Testamento em geral (cf. João 1.5; 8.12; Romanos 13.12). Este contraste é mais do que simbólico: expressa uma realidade espiritual e moral concreta, que deve refletir-se no testemunho diário do cristão.
Além disso, Paulo dedica parte significativa do capítulo para tratar da vida familiar, ressaltando o padrão de amor, respeito e submissão que deve reger as relações domésticas, conforme o modelo de Cristo para a Igreja.
I. FILHOS DAS TREVAS E FILHOS DA LUZ (Efésios 5:1-17)
Comentário e Análise Bíblico-Teológica
1. Contraste Luz vs. Trevas
Paulo utiliza o contraste luz e trevas para apresentar a mudança radical que o cristão experimenta: ele deixa a vida em "trevas" (ἀσέβεια, pecado, ignorância) e passa a andar como "filho da luz" (φῶς). A luz simboliza não apenas a moralidade, mas a presença ativa de Deus na vida do crente.
- "Andai como filhos da luz" (v. 8):
A palavra grega περιπατέω (peripateō) significa “andar”, referindo-se ao modo de vida, à conduta diária. É uma metáfora comum na literatura paulina para a vida cristã (Romanos 13.13; Gálatas 5.16). O andar dos "filhos da luz" implica refletir o caráter e a ética de Deus. - Fruto da luz (v. 9):
Paulo destaca “toda bondade, justiça e verdade” como o fruto que deve crescer na vida do cristão. A palavra καρπός (karpos) indica o resultado visível da ação da luz em nossas vidas. A bondade (ἀγαθωσύνη), justiça (δικαιοσύνη) e verdade (ἀλήθεια) são características da vida divina que devem ser manifestas nos crentes.
2. Imitadores de Cristo (v.1)
- A palavra grega μιμηταί (mimētai), “imitadores”, implica um padrão a ser seguido. O crente é chamado a espelhar o caráter de Deus, especialmente o amor demonstrado em Cristo.
- Paulo reforça que somos “filhos amados” (τέκνα ἀγαπητά) de Deus, o que sublinha a base relacional da vida cristã: a imitação é motivada pelo amor filial.
3. Responsabilidade do Testemunho Cristão
- Paulo adverte sobre a responsabilidade ética e moral dos crentes. Eles não devem participar das “obras infrutuosas das trevas” (ἔργα τῶν σκοτίων), mas sim expô-las.
- A palavra ἐξευρίσκω (exheuriskō), “provar” ou “discernir” (v.10), remete ao julgamento e discernimento espiritual que cada cristão deve exercer para identificar o que agrada a Deus.
4. Convite ao Despertar (v.14)
- Paulo exorta os crentes a despertarem da letargia espiritual: “Desperta tu que dormes...” (Ἐγέρθητι ὁ καθεύδων). Este apelo é uma chamada à vigilância e à prontidão espiritual.
- O versículo remete a Isaías 60.1, ligando a luz da revelação cristã ao cumprimento das promessas do Antigo Testamento.
Análise das Palavras Gregas Principais
Palavra Grega | Tradução | Significado e Implicações Teológicas |
μιμηταί (mimētai) | Imitadores | Reflete a ideia de copiar ativamente o caráter e o exemplo divino. |
περιπατέω (peripateō) | Andar (viver) | Vida diária, conduta; expressão de como o cristão deve viver. |
φῶς (phōs) | Luz | Simboliza a verdade, santidade e presença divina. |
καρπός (karpos) | Fruto | Evidência prática e moral da vida espiritual. |
ὑποταγή (hypotagē) | Submissão | Relaciona-se a ordem e respeito mútuo, importante para a vida comunitária. |
ἐξευρίσκω (exheuriskō) | Provar, discernir | Envolve julgamento moral e espiritual para viver conforme Deus. |
Referências Acadêmicas Cristãs
- F. F. Bruce (The Epistle to the Ephesians, 1984): Destaca que o chamado para “andar como filhos da luz” é um convite à transformação ética que distingue o cristão do mundo pagão.
- Peter T. O’Brien (The Letter to the Ephesians, 1999): Observa que o “fruto da luz” não é apenas moralismo, mas a manifestação da vida nova em Cristo sob o poder do Espírito.
- John Stott (The Message of Ephesians, 1979): Ressalta que a imitação de Deus é uma resposta ao amor e à graça, não uma tentativa de ganhar merecimento.
Aplicação Pessoal
- Somos chamados a refletir Cristo em nosso dia a dia, vivendo de maneira transparente, ética e responsável.
- O cristão não deve se conformar com padrões mundanos, mas buscar discernir o que agrada a Deus e rejeitar práticas pecaminosas.
- Devemos estar despertos para o chamado da santidade, evitando a passividade espiritual.
- Imitar Cristo implica amar, perdoar e sacrificar-se, reproduzindo Seu caráter.
Tabela Expositiva Resumo
Seção | Versículos | Tema Central | Palavra-chave (grega) | Aplicação Prática |
Filhos das Trevas e Luz | 5:1-17 | Vida cristã como imitação de Deus | μιμηταί (imitadores), φῶς (luz) | Viver como reflexo da luz de Cristo |
Fruto da Luz | 5:8-10 | Características da vida nova | καρπός (fruto) | Praticar bondade, justiça e verdade |
Discernimento e Despertar | 5:11-17 | Responsabilidade ética e vigilância | ἐξευρίσκω (provar), ἐγείρω (despertar) | Evitar o pecado, viver sabiamente |
1- Nosso tempo nas trevas (5.8) Pois, outrora, éreis trevas….
Todo cristão tem dois estágios em sua jornada terrena: o antes e o depois de Cristo. O “outrora” aqui é uma alusão direta ao tempo em que os gentios viviam mergulhados no paganismo. Assim, antes de sua conversão, aqueles irmãos viviam nas trevas espirituais, sem nenhum conhecimento de Deus. Em Atos 17.30, Paulo faz referência a esse primeiro estágio usando a expressão “tempos da ignorância”. Nesse tempo os gentios não tinham nenhum conhecimento acerca de Deus e de Seus propósitos em suas vidas. Em João 8.12 Jesus diz: “Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará em trevas”. Jesus tinha plena convicção acerca do estado espiritual daqueles pelos quais morreria na cruz. Seu sacrifício na cruz quebrou o domínio das trevas sobre a criação.
2- Nosso tempo na luz (5.8) …Porém, agora, sois luz no Senhor, andai como filhos da luz.
Esse, “porém, agora” é uma direta referência à nossa nova vida em Cristo. É o nosso presente, após termos sido alcançados pelo Evangelho da graça. Antes da conversão vivíamos nas trevas, mas após nosso encontro com Cristo, nos tornamos filhos da luz, a luz do Senhor. Por que nos tornamos luz? Quando reconhecemos Cristo como Senhor, passamos a refletir a luz que vem de Cristo, pois Ele é a Luz do mundo (Jo. 8.12). Sendo assim, nos tornamos como autênticos “luzeiros” que apontam em direção ao Senhor! Como se reconhece um filho da luz? Pela forma de vida que leva. Pelos frutos que produz. Pelos valores que defende. Pelo Deus que adora. Pelo testemunho que apresenta diante dos seus irmãos de fé e do mundo que ainda está em trevas. Paulo mostra aos crentes que Deus espera condutas que demonstrem que a luz de Cristo os havia alcançado. Essas atitudes fazem parte do fruto do Espírito já estudados em Gálatas 5: a) Bondade (generosidade para com o outro); b) Justiça (dar a Deus e ao próximo o que é justo e devido) e c) Verdade (oposição à mentira; vida íntegra). Às obras das trevas Paulo dá o nome de “Obras infrutíferas”. Essa expressão é a tradução do grego acarpos, isto é, “infrutífero”, palavra que tem o sentido figurado de “estéril”, “improdutivo” e “inútil para qualquer propósito”. Isso tudo tem o sentido de “más obras” em contraste com o princípio bíblico de que a obra de Deus consiste em fazer de nós “feitura sua”, criados para as boas obras (Ef 2.10).
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Efésios 5:8 – "Nosso tempo nas trevas" e "Nosso tempo na luz"
1. Nosso tempo nas trevas (Efésios 5:8a)
Texto:
“Pois, outrora, éreis trevas…”
Comentário e análise bíblico-teológica
Paulo apresenta a vida do cristão em um claro contraste temporal e espiritual: antes e depois da conversão. A expressão grega πάλαι (palai), traduzida por “outrora”, indica um tempo passado e claramente distinto do presente. Refere-se especificamente ao estado espiritual anterior dos gentios — uma condição caracterizada pela ausência da revelação divina, pela alienação de Deus e pela imersão no pecado e na ignorância.
A palavra σκότος (skotos), “trevas”, é uma metáfora bíblica para a separação de Deus e a prática do pecado. No Antigo e Novo Testamento, “trevas” simbolizam o mal, a ignorância espiritual e a escravidão ao pecado (Isaías 9:2; João 1:5; 12:46; 1 João 1:5-6).
Paulo associa este estado anterior à condição dos gentios descrita em Atos 17:30 como “tempos da ignorância”. A ignorância aqui não é apenas falta de informação, mas uma condição de cegueira espiritual e ausência de conhecimento verdadeiro de Deus.
Jesus mesmo declarou:
“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas” (João 8:12).
Este ensino reforça a ideia de que a transição das “trevas” para a “luz” acontece pelo encontro com Cristo e sua obra redentora. A cruz de Cristo representa a vitória sobre as trevas e a possibilidade de renovação espiritual.
2. Nosso tempo na luz (Efésios 5:8b)
Texto:
“…porém, agora, sois luz no Senhor, andai como filhos da luz.”
Comentário e análise bíblico-teológica
A expressão νῦν δὲ (nun de) — “porém, agora” — aponta para a transformação presente na vida do crente, que ocorre no momento em que ele é reconciliado com Deus por meio de Cristo. A nova identidade em Cristo é a de “luz no Senhor” (φῶς ἐν Κυρίῳ).
Φῶς (phōs) significa “luz” e, no contexto bíblico, é símbolo da revelação divina, santidade e vida (Salmo 27:1; João 1:4-9). A luz vem do Senhor, que é a fonte verdadeira da vida e da verdade.
Paulo conclama os cristãos a “andarem como filhos da luz” (v.8), usando o verbo grego περιπατέω (peripateō), que significa “andar” ou “viver” — referindo-se à conduta diária, o modo de vida característico de quem pertence a Deus.
Ser “filhos da luz” implica manifestar uma vida transformada, que produz frutos que refletem a natureza divina:
- Bondade (ἀγαθωσύνη, agathōsynē): Refere-se à benevolência e generosidade para com o próximo. É um fruto do Espírito (Gálatas 5:22).
- Justiça (δικαιοσύνη, dikaiosynē): Implica retidão e a prática do que é justo diante de Deus e do homem.
- Verdade (ἀλήθεια, alētheia): Não apenas veracidade, mas viver com integridade e transparência.
Paulo contrasta estas “obras da luz” com as “obras infrutíferas das trevas”, do grego ἄκαρπος (akarpos) — literalmente “sem fruto”, estéril, inútil. Isso ressalta que a antiga vida de pecado não produz resultados espirituais positivos e está em oposição à nova vida destinada às boas obras (Efésios 2:10).
Análise das Palavras Gregas
Palavra Grega
Tradução
Significado Teológico
Referência Bíblica
πάλαι (palai)
Outrora, antigamente
Indica um tempo passado distinto da nova vida
Ef 5:8, At 17:30
σκότος (skotos)
Trevas
Separação de Deus, pecado, ignorância espiritual
Jo 1:5; Ef 5:8
νῦν δὲ (nun de)
Porém, agora
Indica a nova condição presente em Cristo
Ef 5:8
φῶς (phōs)
Luz
Revelação divina, santidade, vida
Jo 8:12; Ef 5:8
περιπατέω (peripateō)
Andar, viver
Modo de vida do cristão
Ef 5:8, Rm 13:13
ἀγαθωσύνη (agathōsynē)
Bondade
Benevolência e amor prático
Gl 5:22
δικαιοσύνη (dikaiosynē)
Justiça
Retidão diante de Deus e homens
Ef 5:9; Mt 6:33
ἀλήθεια (alētheia)
Verdade
Integridade, sinceridade, vida em conformidade com Deus
Jo 14:6
ἄκαρπος (akarpos)
Infrutífero
Sem frutos espirituais, estéril, inútil
Ef 5:11
Referências Acadêmicas Cristãs
- F. F. Bruce (The Epistle to the Ephesians): Ressalta que a linguagem de Paulo acerca das trevas e da luz reflete a transformação espiritual que define o cristão, motivando-o a viver de forma consistente com sua nova identidade.
- Peter T. O’Brien (The Letter to the Ephesians): Destaca que “andar como filhos da luz” é um chamado à ética cristã fundamentada na santidade, fruto da obra do Espírito Santo.
- John Stott (The Message of Ephesians): Aponta que as “obras infrutíferas” revelam a esterilidade espiritual da antiga vida, em contraste com a vida rica e frutífera que Deus planejou para o crente.
Aplicação Pessoal
- Reconhecer nosso estado “nas trevas” antes de Cristo nos ajuda a valorizar nossa nova vida e a não regressar a práticas antigas.
- Devemos viver conscientemente como “filhos da luz”, permitindo que o caráter de Cristo seja refletido em nossas atitudes, escolhas e relacionamentos.
- O fruto da luz (bondade, justiça, verdade) deve ser visível em nossa vida, mostrando que o Evangelho está ativo em nós.
- Evitar as “obras infrutíferas das trevas” implica uma vigilância constante contra o pecado e uma busca diária pela santificação.
Tabela Expositiva Resumo
Tema
Versículo
Palavra-chave (grega)
Comentário Bíblico
Aplicação Prática
Nosso tempo nas trevas
5:8a
πάλαι (palai), σκότος (skotos)
Estado anterior de ignorância e pecado
Reconhecer a condição passada antes de Cristo
Nosso tempo na luz
5:8b
νῦν δὲ (nun de), φῶς (phōs), περιπατέω (peripateō)
Nova vida em Cristo, viver como filhos da luz
Refletir Cristo em nossas atitudes diárias
Fruto da luz
5:9
ἀγαθωσύνη (agathōsynē), δικαιοσύνη (dikaiosynē), ἀλήθεια (alētheia)
Manifestação prática da nova vida
Produzir bondade, justiça e verdade em tudo
Obras infrutíferas
5:11
ἄκαρπος (akarpos)
Obras estéreis, inúteis espiritualmente
Evitar práticas que não produzem frutos espirituais
Efésios 5:8 – "Nosso tempo nas trevas" e "Nosso tempo na luz"
1. Nosso tempo nas trevas (Efésios 5:8a)
Texto:
“Pois, outrora, éreis trevas…”
Comentário e análise bíblico-teológica
Paulo apresenta a vida do cristão em um claro contraste temporal e espiritual: antes e depois da conversão. A expressão grega πάλαι (palai), traduzida por “outrora”, indica um tempo passado e claramente distinto do presente. Refere-se especificamente ao estado espiritual anterior dos gentios — uma condição caracterizada pela ausência da revelação divina, pela alienação de Deus e pela imersão no pecado e na ignorância.
A palavra σκότος (skotos), “trevas”, é uma metáfora bíblica para a separação de Deus e a prática do pecado. No Antigo e Novo Testamento, “trevas” simbolizam o mal, a ignorância espiritual e a escravidão ao pecado (Isaías 9:2; João 1:5; 12:46; 1 João 1:5-6).
Paulo associa este estado anterior à condição dos gentios descrita em Atos 17:30 como “tempos da ignorância”. A ignorância aqui não é apenas falta de informação, mas uma condição de cegueira espiritual e ausência de conhecimento verdadeiro de Deus.
Jesus mesmo declarou:
“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas” (João 8:12).
Este ensino reforça a ideia de que a transição das “trevas” para a “luz” acontece pelo encontro com Cristo e sua obra redentora. A cruz de Cristo representa a vitória sobre as trevas e a possibilidade de renovação espiritual.
2. Nosso tempo na luz (Efésios 5:8b)
Texto:
“…porém, agora, sois luz no Senhor, andai como filhos da luz.”
Comentário e análise bíblico-teológica
A expressão νῦν δὲ (nun de) — “porém, agora” — aponta para a transformação presente na vida do crente, que ocorre no momento em que ele é reconciliado com Deus por meio de Cristo. A nova identidade em Cristo é a de “luz no Senhor” (φῶς ἐν Κυρίῳ).
Φῶς (phōs) significa “luz” e, no contexto bíblico, é símbolo da revelação divina, santidade e vida (Salmo 27:1; João 1:4-9). A luz vem do Senhor, que é a fonte verdadeira da vida e da verdade.
Paulo conclama os cristãos a “andarem como filhos da luz” (v.8), usando o verbo grego περιπατέω (peripateō), que significa “andar” ou “viver” — referindo-se à conduta diária, o modo de vida característico de quem pertence a Deus.
Ser “filhos da luz” implica manifestar uma vida transformada, que produz frutos que refletem a natureza divina:
- Bondade (ἀγαθωσύνη, agathōsynē): Refere-se à benevolência e generosidade para com o próximo. É um fruto do Espírito (Gálatas 5:22).
- Justiça (δικαιοσύνη, dikaiosynē): Implica retidão e a prática do que é justo diante de Deus e do homem.
- Verdade (ἀλήθεια, alētheia): Não apenas veracidade, mas viver com integridade e transparência.
Paulo contrasta estas “obras da luz” com as “obras infrutíferas das trevas”, do grego ἄκαρπος (akarpos) — literalmente “sem fruto”, estéril, inútil. Isso ressalta que a antiga vida de pecado não produz resultados espirituais positivos e está em oposição à nova vida destinada às boas obras (Efésios 2:10).
Análise das Palavras Gregas
Palavra Grega | Tradução | Significado Teológico | Referência Bíblica |
πάλαι (palai) | Outrora, antigamente | Indica um tempo passado distinto da nova vida | Ef 5:8, At 17:30 |
σκότος (skotos) | Trevas | Separação de Deus, pecado, ignorância espiritual | Jo 1:5; Ef 5:8 |
νῦν δὲ (nun de) | Porém, agora | Indica a nova condição presente em Cristo | Ef 5:8 |
φῶς (phōs) | Luz | Revelação divina, santidade, vida | Jo 8:12; Ef 5:8 |
περιπατέω (peripateō) | Andar, viver | Modo de vida do cristão | Ef 5:8, Rm 13:13 |
ἀγαθωσύνη (agathōsynē) | Bondade | Benevolência e amor prático | Gl 5:22 |
δικαιοσύνη (dikaiosynē) | Justiça | Retidão diante de Deus e homens | Ef 5:9; Mt 6:33 |
ἀλήθεια (alētheia) | Verdade | Integridade, sinceridade, vida em conformidade com Deus | Jo 14:6 |
ἄκαρπος (akarpos) | Infrutífero | Sem frutos espirituais, estéril, inútil | Ef 5:11 |
Referências Acadêmicas Cristãs
- F. F. Bruce (The Epistle to the Ephesians): Ressalta que a linguagem de Paulo acerca das trevas e da luz reflete a transformação espiritual que define o cristão, motivando-o a viver de forma consistente com sua nova identidade.
- Peter T. O’Brien (The Letter to the Ephesians): Destaca que “andar como filhos da luz” é um chamado à ética cristã fundamentada na santidade, fruto da obra do Espírito Santo.
- John Stott (The Message of Ephesians): Aponta que as “obras infrutíferas” revelam a esterilidade espiritual da antiga vida, em contraste com a vida rica e frutífera que Deus planejou para o crente.
Aplicação Pessoal
- Reconhecer nosso estado “nas trevas” antes de Cristo nos ajuda a valorizar nossa nova vida e a não regressar a práticas antigas.
- Devemos viver conscientemente como “filhos da luz”, permitindo que o caráter de Cristo seja refletido em nossas atitudes, escolhas e relacionamentos.
- O fruto da luz (bondade, justiça, verdade) deve ser visível em nossa vida, mostrando que o Evangelho está ativo em nós.
- Evitar as “obras infrutíferas das trevas” implica uma vigilância constante contra o pecado e uma busca diária pela santificação.
Tabela Expositiva Resumo
Tema | Versículo | Palavra-chave (grega) | Comentário Bíblico | Aplicação Prática |
Nosso tempo nas trevas | 5:8a | πάλαι (palai), σκότος (skotos) | Estado anterior de ignorância e pecado | Reconhecer a condição passada antes de Cristo |
Nosso tempo na luz | 5:8b | νῦν δὲ (nun de), φῶς (phōs), περιπατέω (peripateō) | Nova vida em Cristo, viver como filhos da luz | Refletir Cristo em nossas atitudes diárias |
Fruto da luz | 5:9 | ἀγαθωσύνη (agathōsynē), δικαιοσύνη (dikaiosynē), ἀλήθεια (alētheia) | Manifestação prática da nova vida | Produzir bondade, justiça e verdade em tudo |
Obras infrutíferas | 5:11 | ἄκαρπος (akarpos) | Obras estéreis, inúteis espiritualmente | Evitar práticas que não produzem frutos espirituais |
3- Desperta tu que dormes (5.14) Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará.
Este verso nos desperta para o fato de que estávamos dormindo ou mortos, mas recebemos a iluminação de Cristo. Somados a este, os três versos seguintes preparam-nos para viver no espírito e para andar prudentemente, remindo o tempo, que significa aproveitar todas as oportunidades que recebemos do Senhor para fazer a Sua vontade, porque os dias são maus: “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurei compreender qual a vontade do Senhor ” (5.15-17).
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Efésios 5:14-17 – "Desperta tu que dormes"
Texto:
“Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará.” (v.14)
“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurei compreender qual a vontade do Senhor.” (vv.15-17)
Comentário e Análise Bíblico-Teológica
1. Contexto e significado do “Desperta, ó tu que dormes” (v.14)
Paulo aqui cita um provérbio ou um cântico litúrgico que circulava entre os cristãos, cujo autor exato é incerto, mas que serve para chamar os crentes à ação espiritual e moral.
- A palavra grega γρηγορᾷ (grēgoráō), “desperta” ou “vigia”, é usada aqui no imperativo, chamando para uma atitude ativa de alerta e vigilância espiritual. A raiz está ligada à ideia de estar acordado, consciente, contrário ao estado de sono espiritual.
- A expressão “ó tu que dormes” (ὁ καθεύδων, ho katheudōn) indica uma condição de inércia, inconsciência espiritual, ou até morte espiritual. Essa metáfora do sono é comum nas Escrituras para indicar ignorância ou indiferença para com as realidades espirituais (Romanos 13:11; 1 Tessalonicenses 5:6; 1 Coríntios 15:34).
- “Levanta-te de entre os mortos” reforça essa ideia. A palavra grega para “levanta-te” é ἐγείρου (egeirou), imperativo de erguer-se, acordar, e é também a mesma palavra usada para a ressurreição. “Entre os mortos” (ἐκ τῶν νεκρῶν, ek tōn nekrōn) significa sair da condição de morte espiritual.
- A promessa “Cristo te iluminará” aponta para o resultado do despertar espiritual — a iluminação dada por Cristo, que traz discernimento, vida e comunhão com Deus. A palavra “iluminará” vem do verbo grego φαίνω (phainō), que significa “fazer brilhar”, “manifestar luz”.
Este chamado é, portanto, uma exortação para abandonar a letargia espiritual e assumir o compromisso ativo de viver na luz de Cristo.
2. Andar prudentemente: “remindo o tempo” (vv.15-17)
- O termo “vede prudentemente” vem do verbo βλέπετε (blepete), que aqui sugere uma observação cuidadosa e vigilante da forma de vida.
- Paulo exorta a viver não como néscios (ἀφρόνως, aphrónōs), que é ser insensato, sem entendimento, mas como sábios (φρόνιμοι, phrónimoi), que implica discernimento, sensatez e conhecimento espiritual.
- A expressão “remindo o tempo” é uma tradução do grego ἐξαγοραζόμενοι τὸν καιρόν (exagorazomenoi ton kairon), que literalmente significa “resgatando o tempo oportuno”. A palavra καιρός (kairos) refere-se a um tempo oportuno, favorável, o momento certo para agir. Paulo está enfatizando a importância de aproveitar bem as oportunidades que Deus concede para viver segundo a Sua vontade.
- “Porque os dias são maus” (ὅτι αἱ ἡμέραι πονηραί εἰσιν, hoti hai hēmerai ponērai eisin) indica que o mundo está cheio de perigos, tentações e desafios espirituais, reforçando a necessidade da vigilância e sabedoria.
- O apóstolo conclui com um chamado para não ser insensato, mas entender e buscar a vontade do Senhor (ζητεῖτε τί τὸ θέλημα τοῦ Κυρίου ἔστιν, zēteite ti to thelēma tou Kyriou estin), que implica uma vida dedicada à obediência e alinhada com os propósitos divinos.
Análise das Palavras Gregas
Palavra Grega
Tradução
Significado Teológico
Referência Bíblica
γρηγορᾷ (grēgoráō)
Desperta, vigia
Estado de vigilância espiritual, alerta
Rm 13:11; 1 Ts 5:6
καθεύδων (katheudōn)
Dorme
Estado de inconsciência ou morte espiritual
1 Co 15:34
ἐγείρου (egeirou)
Levanta-te
Chamada à ressurreição e despertar espiritual
Jo 5:28-29; Ef 5:14
φαίνω (phainō)
Iluminará
Trazer luz, revelar, vida em Cristo
Jo 8:12; Ef 5:14
βλέπετε (blepete)
Vede, observai
Vigiar, ter discernimento
Ef 5:15
ἀφρόνως (aphrónōs)
Néscios, insensatos
Falta de sabedoria espiritual
Ef 5:15
φρόνιμοι (phrónimoi)
Sábios
Pessoas que têm prudência e entendimento espiritual
Ef 5:15
ἐξαγοραζόμενοι (exagorazomenoi)
Remindo, resgatando
Aproveitando, valorizando as oportunidades
Ef 5:16
καιρός (kairos)
Tempo, oportunidade
Momento oportuno, favorável para agir
Ef 5:16
θέλημα (thélēma)
Vontade
Desejo ou propósito de Deus
Ef 5:17
Referências Acadêmicas Cristãs
- F. F. Bruce destaca que o chamado para despertar é uma metáfora comum na literatura paulina para exortar os crentes à vigilância e ação (Bruce, The Epistle to the Ephesians).
- Peter T. O’Brien comenta que o “remir o tempo” é uma exortação para maximizar o uso de cada oportunidade para cumprir a vontade de Deus, reconhecendo o contexto de dificuldade moral dos “dias maus” (O’Brien, The Letter to the Ephesians).
- John Stott interpreta o chamado para viver sabiamente como uma instrução prática para os cristãos que enfrentam a tentação de se conformar ao padrão deste mundo (Stott, The Message of Ephesians).
Aplicação Pessoal
- Este texto nos chama a avaliar nossa vida espiritual, reconhecer se estamos “dormindo” espiritualmente, e a despertar para a realidade da nova vida em Cristo.
- Devemos buscar estar alertas e vigilantes para não sermos surpreendidos pelas armadilhas do pecado e das tentações.
- Aproveitar o “kairos”, o tempo que Deus nos dá, para fazer Sua vontade em todas as áreas da vida, com sabedoria e prudência.
- O chamado para entender e praticar a vontade do Senhor deve ser constante, guiando nossas decisões diárias e nosso testemunho cristão.
Tabela Expositiva Resumo
Versículo
Palavra-chave (grega)
Tema
Comentário Bíblico
Aplicação Prática
5:14
γρηγορᾷ (grēgoráō), καθεύδων (katheudōn), ἐγείρου (egeirou), φαίνω (phainō)
Chamada ao despertar espiritual
Convite para sair da letargia e receber luz de Cristo
Avaliar e despertar para a nova vida em Cristo
5:15-17
βλέπετε (blepete), ἀφρόνως (aphrónōs), φρόνιμοι (phrónimoi), ἐξαγοραζόμενοι (exagorazomenoi), καιρός (kairos), θέλημα (thélēma)
Viver sabiamente e aproveitar o tempo
Andar com prudência, não como insensatos, buscando entender a vontade de Deus
Viver com sabedoria e diligência, buscando fazer a vontade de Deus
Efésios 5:14-17 – "Desperta tu que dormes"
Texto:
“Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará.” (v.14)
“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurei compreender qual a vontade do Senhor.” (vv.15-17)
Comentário e Análise Bíblico-Teológica
1. Contexto e significado do “Desperta, ó tu que dormes” (v.14)
Paulo aqui cita um provérbio ou um cântico litúrgico que circulava entre os cristãos, cujo autor exato é incerto, mas que serve para chamar os crentes à ação espiritual e moral.
- A palavra grega γρηγορᾷ (grēgoráō), “desperta” ou “vigia”, é usada aqui no imperativo, chamando para uma atitude ativa de alerta e vigilância espiritual. A raiz está ligada à ideia de estar acordado, consciente, contrário ao estado de sono espiritual.
- A expressão “ó tu que dormes” (ὁ καθεύδων, ho katheudōn) indica uma condição de inércia, inconsciência espiritual, ou até morte espiritual. Essa metáfora do sono é comum nas Escrituras para indicar ignorância ou indiferença para com as realidades espirituais (Romanos 13:11; 1 Tessalonicenses 5:6; 1 Coríntios 15:34).
- “Levanta-te de entre os mortos” reforça essa ideia. A palavra grega para “levanta-te” é ἐγείρου (egeirou), imperativo de erguer-se, acordar, e é também a mesma palavra usada para a ressurreição. “Entre os mortos” (ἐκ τῶν νεκρῶν, ek tōn nekrōn) significa sair da condição de morte espiritual.
- A promessa “Cristo te iluminará” aponta para o resultado do despertar espiritual — a iluminação dada por Cristo, que traz discernimento, vida e comunhão com Deus. A palavra “iluminará” vem do verbo grego φαίνω (phainō), que significa “fazer brilhar”, “manifestar luz”.
Este chamado é, portanto, uma exortação para abandonar a letargia espiritual e assumir o compromisso ativo de viver na luz de Cristo.
2. Andar prudentemente: “remindo o tempo” (vv.15-17)
- O termo “vede prudentemente” vem do verbo βλέπετε (blepete), que aqui sugere uma observação cuidadosa e vigilante da forma de vida.
- Paulo exorta a viver não como néscios (ἀφρόνως, aphrónōs), que é ser insensato, sem entendimento, mas como sábios (φρόνιμοι, phrónimoi), que implica discernimento, sensatez e conhecimento espiritual.
- A expressão “remindo o tempo” é uma tradução do grego ἐξαγοραζόμενοι τὸν καιρόν (exagorazomenoi ton kairon), que literalmente significa “resgatando o tempo oportuno”. A palavra καιρός (kairos) refere-se a um tempo oportuno, favorável, o momento certo para agir. Paulo está enfatizando a importância de aproveitar bem as oportunidades que Deus concede para viver segundo a Sua vontade.
- “Porque os dias são maus” (ὅτι αἱ ἡμέραι πονηραί εἰσιν, hoti hai hēmerai ponērai eisin) indica que o mundo está cheio de perigos, tentações e desafios espirituais, reforçando a necessidade da vigilância e sabedoria.
- O apóstolo conclui com um chamado para não ser insensato, mas entender e buscar a vontade do Senhor (ζητεῖτε τί τὸ θέλημα τοῦ Κυρίου ἔστιν, zēteite ti to thelēma tou Kyriou estin), que implica uma vida dedicada à obediência e alinhada com os propósitos divinos.
Análise das Palavras Gregas
Palavra Grega | Tradução | Significado Teológico | Referência Bíblica |
γρηγορᾷ (grēgoráō) | Desperta, vigia | Estado de vigilância espiritual, alerta | Rm 13:11; 1 Ts 5:6 |
καθεύδων (katheudōn) | Dorme | Estado de inconsciência ou morte espiritual | 1 Co 15:34 |
ἐγείρου (egeirou) | Levanta-te | Chamada à ressurreição e despertar espiritual | Jo 5:28-29; Ef 5:14 |
φαίνω (phainō) | Iluminará | Trazer luz, revelar, vida em Cristo | Jo 8:12; Ef 5:14 |
βλέπετε (blepete) | Vede, observai | Vigiar, ter discernimento | Ef 5:15 |
ἀφρόνως (aphrónōs) | Néscios, insensatos | Falta de sabedoria espiritual | Ef 5:15 |
φρόνιμοι (phrónimoi) | Sábios | Pessoas que têm prudência e entendimento espiritual | Ef 5:15 |
ἐξαγοραζόμενοι (exagorazomenoi) | Remindo, resgatando | Aproveitando, valorizando as oportunidades | Ef 5:16 |
καιρός (kairos) | Tempo, oportunidade | Momento oportuno, favorável para agir | Ef 5:16 |
θέλημα (thélēma) | Vontade | Desejo ou propósito de Deus | Ef 5:17 |
Referências Acadêmicas Cristãs
- F. F. Bruce destaca que o chamado para despertar é uma metáfora comum na literatura paulina para exortar os crentes à vigilância e ação (Bruce, The Epistle to the Ephesians).
- Peter T. O’Brien comenta que o “remir o tempo” é uma exortação para maximizar o uso de cada oportunidade para cumprir a vontade de Deus, reconhecendo o contexto de dificuldade moral dos “dias maus” (O’Brien, The Letter to the Ephesians).
- John Stott interpreta o chamado para viver sabiamente como uma instrução prática para os cristãos que enfrentam a tentação de se conformar ao padrão deste mundo (Stott, The Message of Ephesians).
Aplicação Pessoal
- Este texto nos chama a avaliar nossa vida espiritual, reconhecer se estamos “dormindo” espiritualmente, e a despertar para a realidade da nova vida em Cristo.
- Devemos buscar estar alertas e vigilantes para não sermos surpreendidos pelas armadilhas do pecado e das tentações.
- Aproveitar o “kairos”, o tempo que Deus nos dá, para fazer Sua vontade em todas as áreas da vida, com sabedoria e prudência.
- O chamado para entender e praticar a vontade do Senhor deve ser constante, guiando nossas decisões diárias e nosso testemunho cristão.
Tabela Expositiva Resumo
Versículo | Palavra-chave (grega) | Tema | Comentário Bíblico | Aplicação Prática |
5:14 | γρηγορᾷ (grēgoráō), καθεύδων (katheudōn), ἐγείρου (egeirou), φαίνω (phainō) | Chamada ao despertar espiritual | Convite para sair da letargia e receber luz de Cristo | Avaliar e despertar para a nova vida em Cristo |
5:15-17 | βλέπετε (blepete), ἀφρόνως (aphrónōs), φρόνιμοι (phrónimoi), ἐξαγοραζόμενοι (exagorazomenoi), καιρός (kairos), θέλημα (thélēma) | Viver sabiamente e aproveitar o tempo | Andar com prudência, não como insensatos, buscando entender a vontade de Deus | Viver com sabedoria e diligência, buscando fazer a vontade de Deus |
II- ENCHEI-VOS DO ESPÍRITO (5.18-21)
Aqui, Paulo mostra aos Efésios um caminho sobremodo excelente para aqueles que querem vencer o pecado e cultivar um frutífero relacionamento com Deus.
1- Não vos embriagueis (5.18) E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei–vos do Espírito.
Em vários textos bíblicos encontramos advertências contra o uso demasiado de bebidas alcoólicas, tendo em vista que a ingestão prejudica a sobriedade da pessoa. Pesquisas científicas demonstram que mesmo pequenas quantidades de álcool podem ter impacto negativo no cérebro de uma pessoa. Alguns pesquisadores chegam a afirmar que os danos causados pelo álcool são superiores ao eventual benefício que o seu uso medicinal traria. A dissolução está diretamente relacionada com a embriaguez e com a devassidão. O consumo de bebidas alcoólicas é estimulante para todo tipo de libertinagem, ações desenfreadas, dissolutas e descontroladas. Perde-se o pudor e a vergonha.
2- O encher-se do Espírito (5.18) E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei–vos do Espírito.
Se tem algo com que o cristão deve encher-se à vontade, e sem limites, é do Espírito Santo. No original grego, temos o tempo presente desse verbo (enchei-vos), em sentido progressivo, como se Paulo tivesse escrito “ide vos enchendo”, em um processo contínuo e crescente de enchimento. Esta á e vontade do Senhor! Seria impossível exagerar a importância que o Espírito Santo exerce em nossa vida. Paulo falou que somos selados pelo Espírito (1.13,14); e que não devemos entristecer o Espírito (4.30). Agora, ele “ordena” que sejamos cheios do Espírito (5.18). É o Espírito Santo quem nos convence do pecado, quando pecamos. É Ele quem opera em nós o novo nascimento. É Ele quem nos ilumina a mente para entendermos as Escrituras. É Ele quem nos consola e intercede por nós com gemidos inexprimíveis. É Ele quem nos batiza no corpo de Cristo. É Ele quem testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. É Ele quem habita em nós. Todavia, é possível ser nascido do Espírito, ser batizado com o Espírito, selado pelo Espírito e, ainda assim, estar sem a plenitude do Espírito. Nós, que já temos o Espírito, que somos batizados no Espírito, devemos viver em processo contínuo e crescente de enchimento do Espírito.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Efésios 5:18 – “Não vos embriagueis... mas enchei-vos do Espírito”
Texto
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito.” (Ef 5:18, ARC)
Comentário e Análise Bíblico-Teológica
1. A proibição da embriaguez
Paulo exorta os cristãos a não se embriagarem com vinho (μὴ μεθύσκεσθε οἴνῳ, mē methýskesthe oínō), onde o verbo μεθύσκεσθε (methýskesthe) está no imperativo negativo e voz média/passiva, indicando uma ação voluntária de se entregar à embriaguez. A palavra οἶνος (oínos) refere-se genericamente ao vinho fermentado, bebida comum na cultura greco-romana.
- O motivo da proibição é claro: o vinho causa dissolução (ἀσωτία, asōtía), que do grego significa “libertinagem”, “devassidão” ou “falta de controle”. Essa dissolução envolve perda da sobriedade moral, descontrole, libertinagem e comportamentos que contradizem a vida santa.
- Outras passagens do Novo Testamento também alertam contra a embriaguez (Romanos 13:13; 1 Pedro 4:3; Provérbios 20:1), porque ela impede o cristão de viver com sobriedade e autocontrole.
- A ciência contemporânea confirma que mesmo pequenas doses de álcool podem afetar funções cerebrais, reforçando a prudência do mandamento paulino.
2. O mandamento positivo: encher-se do Espírito
Ao contrário da embriaguez, Paulo ordena que os crentes “enchem-se do Espírito” (πληροῦσθε ἐν πνεύματι, plērousthe en pneumati).
- O verbo πληρόω (plēróō), aqui no imperativo voz média/passiva no presente (πληροῦσθε, plērousthe), tem um sentido de “encher plenamente”, “estar cheio” ou “estar saturado”. O tempo presente sugere um processo contínuo e progressivo: “ide vos enchendo”, uma prática constante e renovada.
- O complemento “do Espírito” refere-se ao Espírito Santo, a terceira pessoa da Trindade, que habita no crente (Romanos 8:9-11), concede poder para santidade (Gálatas 5:16-25), e guia na vida cristã (João 16:13).
- Estar cheio do Espírito implica estar sob a influência contínua do Espírito Santo, que resulta em frutos do Espírito (Gálatas 5:22-23), dons espirituais, renovação da mente e capacitação para o testemunho e a santidade.
3. Teologia do Espírito Santo em Efésios
- Paulo já havia afirmado que os cristãos são selados pelo Espírito Santo (Efésios 1:13-14), o que garante a segurança da salvação. Contudo, o enchimento do Espírito é uma experiência dinâmica que se repete ao longo da vida cristã, e está ligada à submissão voluntária e à comunhão diária com Deus.
- Ser cheio do Espírito implica uma vida marcada por transformação contínua, crescimento espiritual, e resistência ao pecado, pois o Espírito atua no convencimento do pecado e na renovação da mente.
Análise das Palavras Gregas
Palavra Grega
Tradução
Análise Teológica
Referência Bíblica
μεθύσκεσθε (methýskesthe)
Embriagueis
Entregar-se à embriaguez, estado voluntário de intoxicação
Rm 13:13; 1 Pd 4:3
οἶνος (oínos)
Vinho
Bebida alcoólica fermentada, comum culturalmente
Mt 9:17; 1 Tm 5:23
ἀσωτία (asōtía)
Dissolução, devassidão
Conduta libertina, falta de domínio próprio
Lc 15:13; Rm 13:13
πληροῦσθε (plērousthe)
Enchei-vos
Processo contínuo de ser cheio, saturado do Espírito
At 2:4; Ef 5:18
πνεῦμα (pneuma)
Espírito (Santo)
Terceira Pessoa da Trindade, agente de santificação e poder
Rm 8:9; Gl 5:22-23
Referências Acadêmicas Cristãs
- F. F. Bruce explica que o enchimento do Espírito é um estado progressivo que implica submissão e comunhão diária com Deus, e se opõe diretamente à vida dissoluta causada pela embriaguez (Bruce, The Epistle to the Ephesians).
- John Stott ressalta que a embriaguez era um problema social e moral do mundo greco-romano, e Paulo usa isso para contrastar com a vida de plenitude no Espírito, que transforma o caráter e as ações do crente (Stott, The Message of Ephesians).
- Gordon D. Fee destaca o contraste literário de Paulo para mostrar que a vida cristã é marcada por um novo tipo de “intoxicação”: a do Espírito Santo, que conduz à santidade e poder para o testemunho (Fee, Paul’s Letter to the Ephesians).
Aplicação Pessoal
- O apelo de Paulo é para evitarmos tudo que causa perda do controle, da sobriedade e da dignidade cristã, incluindo o abuso do álcool.
- Ao invés disso, somos chamados a um processo contínuo e consciente de enchimento do Espírito, que deve ser buscado por meio da oração, meditação na Palavra, comunhão com outros crentes, e submissão à vontade de Deus.
- O enchimento do Espírito é fonte de transformação interior, capacitação para vencer o pecado e para produzir frutos espirituais evidentes na vida diária.
- Portanto, a vida cristã autêntica se caracteriza por esse enchimento progressivo, e não por uma experiência pontual ou esporádica.
Tabela Expositiva Resumo
Aspecto
Palavra Grega
Comentário Bíblico
Aplicação Prática
Proibição da embriaguez
μεθύσκεσθε (methýskesthe)
Evitar perda de controle e libertinagem
Evitar consumo excessivo e comportamentos desordenados
Consequência da embriaguez
ἀσωτία (asōtía)
Liberdade para a devassidão e descontrole
Cultivar sobriedade e autocontrole
Mandamento positivo
πληροῦσθε (plērousthe)
Processo contínuo de enchimento pelo Espírito
Buscar enchimento diário do Espírito Santo
Agente do enchimento
πνεῦμα (pneuma)
Espírito Santo como fonte de poder e santidade
Cultivar comunhão com o Espírito Santo
Efésios 5:18 – “Não vos embriagueis... mas enchei-vos do Espírito”
Texto
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito.” (Ef 5:18, ARC)
Comentário e Análise Bíblico-Teológica
1. A proibição da embriaguez
Paulo exorta os cristãos a não se embriagarem com vinho (μὴ μεθύσκεσθε οἴνῳ, mē methýskesthe oínō), onde o verbo μεθύσκεσθε (methýskesthe) está no imperativo negativo e voz média/passiva, indicando uma ação voluntária de se entregar à embriaguez. A palavra οἶνος (oínos) refere-se genericamente ao vinho fermentado, bebida comum na cultura greco-romana.
- O motivo da proibição é claro: o vinho causa dissolução (ἀσωτία, asōtía), que do grego significa “libertinagem”, “devassidão” ou “falta de controle”. Essa dissolução envolve perda da sobriedade moral, descontrole, libertinagem e comportamentos que contradizem a vida santa.
- Outras passagens do Novo Testamento também alertam contra a embriaguez (Romanos 13:13; 1 Pedro 4:3; Provérbios 20:1), porque ela impede o cristão de viver com sobriedade e autocontrole.
- A ciência contemporânea confirma que mesmo pequenas doses de álcool podem afetar funções cerebrais, reforçando a prudência do mandamento paulino.
2. O mandamento positivo: encher-se do Espírito
Ao contrário da embriaguez, Paulo ordena que os crentes “enchem-se do Espírito” (πληροῦσθε ἐν πνεύματι, plērousthe en pneumati).
- O verbo πληρόω (plēróō), aqui no imperativo voz média/passiva no presente (πληροῦσθε, plērousthe), tem um sentido de “encher plenamente”, “estar cheio” ou “estar saturado”. O tempo presente sugere um processo contínuo e progressivo: “ide vos enchendo”, uma prática constante e renovada.
- O complemento “do Espírito” refere-se ao Espírito Santo, a terceira pessoa da Trindade, que habita no crente (Romanos 8:9-11), concede poder para santidade (Gálatas 5:16-25), e guia na vida cristã (João 16:13).
- Estar cheio do Espírito implica estar sob a influência contínua do Espírito Santo, que resulta em frutos do Espírito (Gálatas 5:22-23), dons espirituais, renovação da mente e capacitação para o testemunho e a santidade.
3. Teologia do Espírito Santo em Efésios
- Paulo já havia afirmado que os cristãos são selados pelo Espírito Santo (Efésios 1:13-14), o que garante a segurança da salvação. Contudo, o enchimento do Espírito é uma experiência dinâmica que se repete ao longo da vida cristã, e está ligada à submissão voluntária e à comunhão diária com Deus.
- Ser cheio do Espírito implica uma vida marcada por transformação contínua, crescimento espiritual, e resistência ao pecado, pois o Espírito atua no convencimento do pecado e na renovação da mente.
Análise das Palavras Gregas
Palavra Grega | Tradução | Análise Teológica | Referência Bíblica |
μεθύσκεσθε (methýskesthe) | Embriagueis | Entregar-se à embriaguez, estado voluntário de intoxicação | Rm 13:13; 1 Pd 4:3 |
οἶνος (oínos) | Vinho | Bebida alcoólica fermentada, comum culturalmente | Mt 9:17; 1 Tm 5:23 |
ἀσωτία (asōtía) | Dissolução, devassidão | Conduta libertina, falta de domínio próprio | Lc 15:13; Rm 13:13 |
πληροῦσθε (plērousthe) | Enchei-vos | Processo contínuo de ser cheio, saturado do Espírito | At 2:4; Ef 5:18 |
πνεῦμα (pneuma) | Espírito (Santo) | Terceira Pessoa da Trindade, agente de santificação e poder | Rm 8:9; Gl 5:22-23 |
Referências Acadêmicas Cristãs
- F. F. Bruce explica que o enchimento do Espírito é um estado progressivo que implica submissão e comunhão diária com Deus, e se opõe diretamente à vida dissoluta causada pela embriaguez (Bruce, The Epistle to the Ephesians).
- John Stott ressalta que a embriaguez era um problema social e moral do mundo greco-romano, e Paulo usa isso para contrastar com a vida de plenitude no Espírito, que transforma o caráter e as ações do crente (Stott, The Message of Ephesians).
- Gordon D. Fee destaca o contraste literário de Paulo para mostrar que a vida cristã é marcada por um novo tipo de “intoxicação”: a do Espírito Santo, que conduz à santidade e poder para o testemunho (Fee, Paul’s Letter to the Ephesians).
Aplicação Pessoal
- O apelo de Paulo é para evitarmos tudo que causa perda do controle, da sobriedade e da dignidade cristã, incluindo o abuso do álcool.
- Ao invés disso, somos chamados a um processo contínuo e consciente de enchimento do Espírito, que deve ser buscado por meio da oração, meditação na Palavra, comunhão com outros crentes, e submissão à vontade de Deus.
- O enchimento do Espírito é fonte de transformação interior, capacitação para vencer o pecado e para produzir frutos espirituais evidentes na vida diária.
- Portanto, a vida cristã autêntica se caracteriza por esse enchimento progressivo, e não por uma experiência pontual ou esporádica.
Tabela Expositiva Resumo
Aspecto | Palavra Grega | Comentário Bíblico | Aplicação Prática |
Proibição da embriaguez | μεθύσκεσθε (methýskesthe) | Evitar perda de controle e libertinagem | Evitar consumo excessivo e comportamentos desordenados |
Consequência da embriaguez | ἀσωτία (asōtía) | Liberdade para a devassidão e descontrole | Cultivar sobriedade e autocontrole |
Mandamento positivo | πληροῦσθε (plērousthe) | Processo contínuo de enchimento pelo Espírito | Buscar enchimento diário do Espírito Santo |
Agente do enchimento | πνεῦμα (pneuma) | Espírito Santo como fonte de poder e santidade | Cultivar comunhão com o Espírito Santo |
3- Graças a Deus em tudo (5.20) Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
O crente cheio do Espírito não vive resmungando, reclamando da vida, criando intrigas, cheio de amargura e ressentimento; sua comunicação é de enlevo espiritual com salmos, louvores e cânticos espirituais. Vive dando graças por tudo a Deus. Por fim, o apóstolo Paulo diz: “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo” (Ef 5.21). Uma pessoa cheia do Espírito não pode ser altiva, arrogante nem soberba. Em Cristo, devemos ser submissos uns aos outros.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Efésios 5:20-21 – “Graças a Deus em tudo” e “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”
Texto
“Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.” (Ef 5:20-21, ARC)
Comentário e Análise Bíblico-Teológica
1. “Dando sempre graças por tudo” (εὐχαριστοῦντες ἀεί ἐν πᾶσιν, eucharistountes aei en pasin)
- O verbo εὐχαριστέω (eucharisteō) significa “dar graças”, “agradecer”. No particípio presente ativo (εὐχαριστοῦντες, eucharistountes), indica uma atitude contínua e ativa de gratidão, não ocasional, mas constante.
- A expressão ἀεί (aei) reforça essa constância — “sempre”, “perpetuamente”, sugerindo que a gratidão deve ser uma característica permanente do crente cheio do Espírito.
- Paulo enfatiza que a gratidão é por tudo (ἐν πᾶσιν, en pasin), não apenas pelas bênçãos evidentes, mas também nas dificuldades, provações e circunstâncias aparentemente negativas (ver 1 Tessalonicenses 5:18).
- A ação de dar graças é dirigida a nosso Deus e Pai, ressaltando o relacionamento íntimo e pessoal com Deus na Trindade, mediado em nome de nosso Senhor Jesus Cristo — uma fórmula típica que indica autoridade e reconhecimento do papel mediador de Cristo (João 14:13-14).
- A gratidão é, assim, uma expressão do coração transformado pelo Espírito, que reconhece a soberania de Deus mesmo em meio às adversidades, refletindo a paz e a alegria do Espírito (Romanos 8:28; Filipenses 4:6-7).
2. “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo” (ὑποτασσόμενοι ἀλλήλοις ἐν φόβῳ Χριστοῦ, hypotassomenoi allēlois en phobō Christou)
- O verbo ὑποτάσσω (hypotassō), no particípio presente médio/passivo (ὑποτασσόμενοι, hypotassomenoi), significa “submeter-se”, “estar sujeito a”. O presente indica uma atitude contínua de submissão mútua entre os crentes.
- A expressão ἀλλήλοις (allēlois) significa “uns aos outros”, reforçando que a submissão não é unilateral, mas uma relação recíproca de humildade e respeito mútuo.
- O fundamento dessa submissão é o “temor de Cristo” (ἐν φόβῳ Χριστοῦ, en phobō Christou). O “temor” aqui não é pavor, mas um profundo respeito reverente e temor santo diante de Cristo, que motiva a submissão sincera e voluntária.
- Essa submissão mútua é expressão prática do amor e da unidade cristã, evitando atitudes de soberba, altivez ou arrogância (Filipenses 2:3-4; Romanos 12:10).
- No contexto do Espírito Santo enchendo os crentes (v.18), essa atitude evidencia o fruto do Espírito, em especial a mansidão, humildade e amor.
Análise das Palavras Gregas
Palavra Grega
Tradução
Análise Teológica
Referência Bíblica
εὐχαριστοῦντες (eucharistountes)
Dando graças
Gratidão contínua e ativa do crente cheio do Espírito
1 Ts 5:18; Col 3:17
ἀεί (aei)
Sempre, constantemente
Expressa a constância e permanência da gratidão
Salmo 34:1; Lc 18:1
ἐν πᾶσιν (en pasin)
Por tudo, em todas as coisas
Gratidão abrangente, mesmo nas provações
Rm 8:28; Tg 1:2-4
ὑποτασσόμενοι (hypotassomenoi)
Sujeitando-vos, submetendo-se
Atitude contínua e voluntária de submissão mútua
Hb 13:17; 1 Pd 5:5
ἀλλήλοις (allēlois)
Uns aos outros
Relação recíproca, mútuo respeito e humildade
Rm 12:10; Gl 5:13
φόβῳ Χριστοῦ (phobō Christou)
Temor reverente a Cristo
Respeito santo, reverência que motiva submissão
Pv 9:10; Hb 12:28; Tg 4:7
Referências Acadêmicas Cristãs
- F. F. Bruce destaca que o “dar graças em tudo” é fruto da experiência de plenitude do Espírito, que renova o coração para uma gratidão permanente e madura, mesmo diante das adversidades (The Epistle to the Ephesians).
- John Stott comenta que a submissão mútua no temor de Cristo é o antídoto para a arrogância e divisão na igreja, refletindo a unidade do corpo de Cristo (The Message of Ephesians).
- Gordon D. Fee observa que a gratidão e a submissão mútua são expressões concretas do andar no Espírito, evidenciando a transformação ética e relacional do crente (Paul’s Letter to the Ephesians).
Aplicação Pessoal
- Devemos cultivar uma atitude de gratitude constante em todas as circunstâncias, reconhecendo que Deus governa soberanamente e que tudo coopera para o nosso bem (Romanos 8:28).
- O hábito de agradecer diariamente fortalece a fé, promove alegria e evita o desânimo, o que contribui para a saúde espiritual e emocional.
- A submissão mútua no temor de Cristo nos ajuda a viver em harmonia com os irmãos, promovendo humildade, respeito e amor, essenciais para a vida comunitária cristã.
- Precisamos cultivar essas atitudes como evidências reais do enchimento do Espírito Santo, lembrando que a graça e a humildade caminham juntas.
Tabela Expositiva Resumo
Aspecto
Palavra Grega
Comentário Bíblico
Aplicação Prática
Gratidão contínua
εὐχαριστοῦντες (eucharistountes)
Expressa uma gratidão permanente, fruto do Espírito
Cultivar agradecimento em todas as situações
Gratidão por todas as coisas
ἐν πᾶσιν (en pasin)
Gratidão abrangente, mesmo nas dificuldades
Reconhecer o controle soberano de Deus
Submissão mútua
ὑποτασσόμενοι (hypotassomenoi)
Submissão voluntária, contínua, entre irmãos
Praticar humildade e respeito recíproco
Motivo da submissão
φόβῳ Χριστοῦ (phobō Christou)
Temor reverente e santo a Cristo
Viver em reverência e obediência a Cristo
Efésios 5:20-21 – “Graças a Deus em tudo” e “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”
Texto
“Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.” (Ef 5:20-21, ARC)
Comentário e Análise Bíblico-Teológica
1. “Dando sempre graças por tudo” (εὐχαριστοῦντες ἀεί ἐν πᾶσιν, eucharistountes aei en pasin)
- O verbo εὐχαριστέω (eucharisteō) significa “dar graças”, “agradecer”. No particípio presente ativo (εὐχαριστοῦντες, eucharistountes), indica uma atitude contínua e ativa de gratidão, não ocasional, mas constante.
- A expressão ἀεί (aei) reforça essa constância — “sempre”, “perpetuamente”, sugerindo que a gratidão deve ser uma característica permanente do crente cheio do Espírito.
- Paulo enfatiza que a gratidão é por tudo (ἐν πᾶσιν, en pasin), não apenas pelas bênçãos evidentes, mas também nas dificuldades, provações e circunstâncias aparentemente negativas (ver 1 Tessalonicenses 5:18).
- A ação de dar graças é dirigida a nosso Deus e Pai, ressaltando o relacionamento íntimo e pessoal com Deus na Trindade, mediado em nome de nosso Senhor Jesus Cristo — uma fórmula típica que indica autoridade e reconhecimento do papel mediador de Cristo (João 14:13-14).
- A gratidão é, assim, uma expressão do coração transformado pelo Espírito, que reconhece a soberania de Deus mesmo em meio às adversidades, refletindo a paz e a alegria do Espírito (Romanos 8:28; Filipenses 4:6-7).
2. “Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo” (ὑποτασσόμενοι ἀλλήλοις ἐν φόβῳ Χριστοῦ, hypotassomenoi allēlois en phobō Christou)
- O verbo ὑποτάσσω (hypotassō), no particípio presente médio/passivo (ὑποτασσόμενοι, hypotassomenoi), significa “submeter-se”, “estar sujeito a”. O presente indica uma atitude contínua de submissão mútua entre os crentes.
- A expressão ἀλλήλοις (allēlois) significa “uns aos outros”, reforçando que a submissão não é unilateral, mas uma relação recíproca de humildade e respeito mútuo.
- O fundamento dessa submissão é o “temor de Cristo” (ἐν φόβῳ Χριστοῦ, en phobō Christou). O “temor” aqui não é pavor, mas um profundo respeito reverente e temor santo diante de Cristo, que motiva a submissão sincera e voluntária.
- Essa submissão mútua é expressão prática do amor e da unidade cristã, evitando atitudes de soberba, altivez ou arrogância (Filipenses 2:3-4; Romanos 12:10).
- No contexto do Espírito Santo enchendo os crentes (v.18), essa atitude evidencia o fruto do Espírito, em especial a mansidão, humildade e amor.
Análise das Palavras Gregas
Palavra Grega | Tradução | Análise Teológica | Referência Bíblica |
εὐχαριστοῦντες (eucharistountes) | Dando graças | Gratidão contínua e ativa do crente cheio do Espírito | 1 Ts 5:18; Col 3:17 |
ἀεί (aei) | Sempre, constantemente | Expressa a constância e permanência da gratidão | Salmo 34:1; Lc 18:1 |
ἐν πᾶσιν (en pasin) | Por tudo, em todas as coisas | Gratidão abrangente, mesmo nas provações | Rm 8:28; Tg 1:2-4 |
ὑποτασσόμενοι (hypotassomenoi) | Sujeitando-vos, submetendo-se | Atitude contínua e voluntária de submissão mútua | Hb 13:17; 1 Pd 5:5 |
ἀλλήλοις (allēlois) | Uns aos outros | Relação recíproca, mútuo respeito e humildade | Rm 12:10; Gl 5:13 |
φόβῳ Χριστοῦ (phobō Christou) | Temor reverente a Cristo | Respeito santo, reverência que motiva submissão | Pv 9:10; Hb 12:28; Tg 4:7 |
Referências Acadêmicas Cristãs
- F. F. Bruce destaca que o “dar graças em tudo” é fruto da experiência de plenitude do Espírito, que renova o coração para uma gratidão permanente e madura, mesmo diante das adversidades (The Epistle to the Ephesians).
- John Stott comenta que a submissão mútua no temor de Cristo é o antídoto para a arrogância e divisão na igreja, refletindo a unidade do corpo de Cristo (The Message of Ephesians).
- Gordon D. Fee observa que a gratidão e a submissão mútua são expressões concretas do andar no Espírito, evidenciando a transformação ética e relacional do crente (Paul’s Letter to the Ephesians).
Aplicação Pessoal
- Devemos cultivar uma atitude de gratitude constante em todas as circunstâncias, reconhecendo que Deus governa soberanamente e que tudo coopera para o nosso bem (Romanos 8:28).
- O hábito de agradecer diariamente fortalece a fé, promove alegria e evita o desânimo, o que contribui para a saúde espiritual e emocional.
- A submissão mútua no temor de Cristo nos ajuda a viver em harmonia com os irmãos, promovendo humildade, respeito e amor, essenciais para a vida comunitária cristã.
- Precisamos cultivar essas atitudes como evidências reais do enchimento do Espírito Santo, lembrando que a graça e a humildade caminham juntas.
Tabela Expositiva Resumo
Aspecto | Palavra Grega | Comentário Bíblico | Aplicação Prática |
Gratidão contínua | εὐχαριστοῦντες (eucharistountes) | Expressa uma gratidão permanente, fruto do Espírito | Cultivar agradecimento em todas as situações |
Gratidão por todas as coisas | ἐν πᾶσιν (en pasin) | Gratidão abrangente, mesmo nas dificuldades | Reconhecer o controle soberano de Deus |
Submissão mútua | ὑποτασσόμενοι (hypotassomenoi) | Submissão voluntária, contínua, entre irmãos | Praticar humildade e respeito recíproco |
Motivo da submissão | φόβῳ Χριστοῦ (phobō Christou) | Temor reverente e santo a Cristo | Viver em reverência e obediência a Cristo |
III- A FAMÍLIA CRISTÃ (5.22-33)
Nesta última parte do capítulo 5, Paulo foca no círculo familiar, analisando o papel de cada ator nessa divina instituição que é a família. Ele sai da família espiritual fundada na paternidade divina e adentra na família terrena.
1- A missão da esposa (5.22) As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor.
A expressão “mulheres sujeitas em tudo” está fundamentada no princípio espiritual de que Cristo é o “cabeça da Igreja em tudo”. Paulo quer dizer que o marido deve exercer liderança em tudo quanto pertence à relação matrimonial. Todavia, a “submissão” aqui não significa inferioridade ou não ter voz na relação, visto que a relação do casal deve ser de complementaridade. Nas culturas antigas, no geral, a mulher não era reconhecida como uma pessoa sujeita a direitos. A título de exemplo, a elas não era permitida a leitura das Escrituras na sinagoga. Submissão é pôr-se debaixo da missão de outra pessoa, tem o sentido de “ajudadora” ou mesmo “aliada” em traduções mais atuais. (Gn 2.18). A relação familiar deve ser como uma via de mão dupla, onde a esposa respeita o marido, e o marido deve merecer o respeito dela.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
📖 Efésios 5.22 — A Missão da Esposa na Família Cristã
Texto:
“As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor.” (Ef 5.22, ARA)
1. Comentário Bíblico-Teológico
Nesta seção de Efésios, o apóstolo Paulo passa da vida comunitária no corpo de Cristo (5.1–21) para a aplicação prática no lar cristão (5.22–6.9), partindo do princípio maior da submissão mútua no temor de Cristo (v.21). O versículo 22 deve ser lido à luz desse princípio e da influência do Espírito (v.18).
A. O verbo "sejam submissas"
O verbo ὑποτάσσω (hypotássō), usado aqui no sentido médio/passivo (ὑποτάσσεσθε, presente imperativo médio/passivo), pode ser traduzido como “colocar-se sob”, “ordenar sob” ou “submeter-se voluntariamente”. No contexto militar grego, significava colocar-se sob a ordem de um comandante, mas no ambiente doméstico e eclesiástico assume um tom relacional e voluntário.
Paulo não está ordenando uma subserviência forçada ou hierarquia opressiva. A submissão aqui tem o mesmo espírito de serviço e humildade que Jesus demonstrou (cf. Fp 2.5-8). Como destaca John Stott:
“Submissão não é sinônimo de inferioridade, mas de uma atitude cristã de amor, humildade e serviço.”
— The Message of Ephesians
B. “Ao seu próprio marido”
A expressão τοῖς ἰδίοις ἀνδράσιν (tois idiois andrasin) enfatiza que a submissão da esposa é dirigida ao seu próprio marido, e não a todos os homens. O termo ἴδιος (idios), “próprio”, ressalta a especificidade e exclusividade do relacionamento conjugal.
C. “Como ao Senhor” (ὡς τῷ Κυρίῳ, hōs tō Kyriō)
Esta expressão tem sido interpretada de duas formas complementares:
- Compara-se à submissão da Igreja a Cristo (v.23-24), ou seja, a esposa honra a liderança do marido como uma forma de obediência a Cristo.
- Motiva-se no Senhor: a submissão da esposa não é baseada no merecimento do marido, mas em sua relação com Cristo — um ato de adoração e fidelidade ao Senhor.
Isso afasta qualquer entendimento de que a submissão seria absoluta ou acrítica. Cristo é o padrão, não o marido.
2. Fundamento Cultural e Redentor
No mundo greco-romano, como aponta o teólogo Clinton Arnold, a mulher era geralmente considerada inferior ao homem, tanto em capacidade intelectual quanto em valor legal. No entanto, Paulo cristianiza as relações familiares, introduzindo:
- Dignidade espiritual da mulher, como coerdeira da graça (cf. 1Pe 3.7),
- Responsabilidade espiritual do marido, que não deve governar com tirania, mas com amor sacrificial (v.25).
Em Gênesis 2.18, a mulher é chamada de “ajudadora” (hebraico: ezer kenegdô), termo que não implica inferioridade, pois é o mesmo termo usado para Deus como “ajudador” de Israel (Sl 33.20; 70.5). A ideia é de uma colaboração complementar e essencial.
3. Aplicação Pessoal
- A esposa cristã é chamada a se submeter voluntária e inteligentemente, motivada por sua devoção a Cristo.
- Essa submissão não exclui diálogo, dignidade, liberdade ou discernimento espiritual; antes, é uma expressão de maturidade cristã e de confiança no plano divino para a família.
- A verdadeira liderança do marido deve ser fundamentada no amor sacrificial de Cristo (v.25), e não em autoritarismo ou egoísmo. Quando esse modelo é seguido, a submissão não é um fardo, mas uma expressão de parceria harmoniosa.
4. Tabela Expositiva Resumo
Elemento
Palavra/Expressão Grega
Significado
Implicações Teológicas e Práticas
Submissão
ὑποτάσσω (hypotássō)
Submeter-se voluntariamente
Submissão cristã, como serviço humilde e obediente a Cristo
Seu próprio marido
τοῖς ἰδίοις ἀνδράσιν (tois idiois andrasin)
Esposo específico
Submissão é pessoal e exclusiva ao esposo, não generalizada
Como ao Senhor
ὡς τῷ Κυρίῳ (hōs tō Kyriō)
Motivada por Cristo
Submissão como expressão de adoração e fidelidade ao Senhor
Relação de ajuda
עֵזֶר כְּנֶגְדּוֹ (ʿēzer kenegdô) (Gn 2.18)
Auxiliadora à altura
Mulher é parceira essencial, com igual valor diante de Deus
Fundamento espiritual
Ef 5.21
Submissão mútua
A relação conjugal se fundamenta no temor de Cristo e no amor mútuo
5. Referências Acadêmicas Cristãs
- Gordon Fee: “O princípio da submissão deve ser entendido como parte da ética do Espírito. É o fruto de uma vida cheia do Espírito.” (Paul, the Spirit, and the People of God)
- Craig Keener: “Paulo inverte as expectativas culturais ao elevar a esposa e regular a autoridade do marido segundo o padrão de Cristo.” (IVP Bible Background Commentary: New Testament)
- F. F. Bruce: “O casamento cristão é moldado pela relação entre Cristo e a Igreja — uma relação de amor e sacrifício.” (The Epistles to the Colossians, to Philemon, and to the Ephesians)
📖 Efésios 5.22 — A Missão da Esposa na Família Cristã
Texto:
“As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor.” (Ef 5.22, ARA)
1. Comentário Bíblico-Teológico
Nesta seção de Efésios, o apóstolo Paulo passa da vida comunitária no corpo de Cristo (5.1–21) para a aplicação prática no lar cristão (5.22–6.9), partindo do princípio maior da submissão mútua no temor de Cristo (v.21). O versículo 22 deve ser lido à luz desse princípio e da influência do Espírito (v.18).
A. O verbo "sejam submissas"
O verbo ὑποτάσσω (hypotássō), usado aqui no sentido médio/passivo (ὑποτάσσεσθε, presente imperativo médio/passivo), pode ser traduzido como “colocar-se sob”, “ordenar sob” ou “submeter-se voluntariamente”. No contexto militar grego, significava colocar-se sob a ordem de um comandante, mas no ambiente doméstico e eclesiástico assume um tom relacional e voluntário.
Paulo não está ordenando uma subserviência forçada ou hierarquia opressiva. A submissão aqui tem o mesmo espírito de serviço e humildade que Jesus demonstrou (cf. Fp 2.5-8). Como destaca John Stott:
“Submissão não é sinônimo de inferioridade, mas de uma atitude cristã de amor, humildade e serviço.”
— The Message of Ephesians
B. “Ao seu próprio marido”
A expressão τοῖς ἰδίοις ἀνδράσιν (tois idiois andrasin) enfatiza que a submissão da esposa é dirigida ao seu próprio marido, e não a todos os homens. O termo ἴδιος (idios), “próprio”, ressalta a especificidade e exclusividade do relacionamento conjugal.
C. “Como ao Senhor” (ὡς τῷ Κυρίῳ, hōs tō Kyriō)
Esta expressão tem sido interpretada de duas formas complementares:
- Compara-se à submissão da Igreja a Cristo (v.23-24), ou seja, a esposa honra a liderança do marido como uma forma de obediência a Cristo.
- Motiva-se no Senhor: a submissão da esposa não é baseada no merecimento do marido, mas em sua relação com Cristo — um ato de adoração e fidelidade ao Senhor.
Isso afasta qualquer entendimento de que a submissão seria absoluta ou acrítica. Cristo é o padrão, não o marido.
2. Fundamento Cultural e Redentor
No mundo greco-romano, como aponta o teólogo Clinton Arnold, a mulher era geralmente considerada inferior ao homem, tanto em capacidade intelectual quanto em valor legal. No entanto, Paulo cristianiza as relações familiares, introduzindo:
- Dignidade espiritual da mulher, como coerdeira da graça (cf. 1Pe 3.7),
- Responsabilidade espiritual do marido, que não deve governar com tirania, mas com amor sacrificial (v.25).
Em Gênesis 2.18, a mulher é chamada de “ajudadora” (hebraico: ezer kenegdô), termo que não implica inferioridade, pois é o mesmo termo usado para Deus como “ajudador” de Israel (Sl 33.20; 70.5). A ideia é de uma colaboração complementar e essencial.
3. Aplicação Pessoal
- A esposa cristã é chamada a se submeter voluntária e inteligentemente, motivada por sua devoção a Cristo.
- Essa submissão não exclui diálogo, dignidade, liberdade ou discernimento espiritual; antes, é uma expressão de maturidade cristã e de confiança no plano divino para a família.
- A verdadeira liderança do marido deve ser fundamentada no amor sacrificial de Cristo (v.25), e não em autoritarismo ou egoísmo. Quando esse modelo é seguido, a submissão não é um fardo, mas uma expressão de parceria harmoniosa.
4. Tabela Expositiva Resumo
Elemento | Palavra/Expressão Grega | Significado | Implicações Teológicas e Práticas |
Submissão | ὑποτάσσω (hypotássō) | Submeter-se voluntariamente | Submissão cristã, como serviço humilde e obediente a Cristo |
Seu próprio marido | τοῖς ἰδίοις ἀνδράσιν (tois idiois andrasin) | Esposo específico | Submissão é pessoal e exclusiva ao esposo, não generalizada |
Como ao Senhor | ὡς τῷ Κυρίῳ (hōs tō Kyriō) | Motivada por Cristo | Submissão como expressão de adoração e fidelidade ao Senhor |
Relação de ajuda | עֵזֶר כְּנֶגְדּוֹ (ʿēzer kenegdô) (Gn 2.18) | Auxiliadora à altura | Mulher é parceira essencial, com igual valor diante de Deus |
Fundamento espiritual | Ef 5.21 | Submissão mútua | A relação conjugal se fundamenta no temor de Cristo e no amor mútuo |
5. Referências Acadêmicas Cristãs
- Gordon Fee: “O princípio da submissão deve ser entendido como parte da ética do Espírito. É o fruto de uma vida cheia do Espírito.” (Paul, the Spirit, and the People of God)
- Craig Keener: “Paulo inverte as expectativas culturais ao elevar a esposa e regular a autoridade do marido segundo o padrão de Cristo.” (IVP Bible Background Commentary: New Testament)
- F. F. Bruce: “O casamento cristão é moldado pela relação entre Cristo e a Igreja — uma relação de amor e sacrifício.” (The Epistles to the Colossians, to Philemon, and to the Ephesians)
2- A missão do marido (5.25) Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.
Quando Paulo fala sobre o bom relacionamento entre marido e esposa, ele usa a figura da Igreja como exemplo. A marca de Cristo na Igreja é o amor, e é esse sentimento que deve ser a tônica no trato que o marido dá à sua esposa. Tudo o que Cristo fez pela Igreja, o marido deve praticar em relação à esposa. A comparação com Cristo como o cabeça da Igreja (Ef 1.22; 4.15; Cl 1.18) revela em que sentido o marido é o cabeça da mulher. A liderança masculina deve se restringir ao casamento e deve ser de forma servidora e sacrificial, ou seja, sempre visando o bem-estar de sua esposa e do seu lar.
3- O fundamento é o amor (5.33) Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido. AMA
O melhor paralelo da vida a dois é a relação entre Cristo e a Igreja. Esse princípio bíblico não é o controle do homem sobre a mulher, mas sim o amor que os une. O amor permanente, que cresce ao longo do tempo. O amor maduro, responsável, decidido (1 Co 13.1-8). O amor é a razão que leva o homem a deixar sua família original a fim de dividir a vida com uma mulher, formando assim uma nova família. O “tornar-se uma só carne” não anula a individualidade. O amor que une é o mesmo que deve suportar as diferenças. Como você entende a expressão “não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda” (Gn 2.18)? É daqui que muitos tiram a “teologia da inferioridade da mulher”, mas o texto não fundamenta isso. Quando lemos esse texto em seu original hebraico, encontramos no final do versículo as palavras ezer kenegui-dó, cujo sentido é “ajuda oposta”. Então, a melhor mulher para se ter como esposa é aquela que vai nos fazer “oposição”; isso não se trata de uma apologia à mulher como “dona da verdade” ou controladora, mas aquela que, com sua forma única de ver o mundo, vai enriquecer o relacionamento. O lar cristão deve ser mais que uma casa. Casa se faz com tijolo e cimento; um lar se constrói com valores e princípios. No lar, pais e filhos contracenam, sem ensaios, as relações em família.
APLICAÇÃO PESSOAL
O nosso relacionamento com Cristo serve de reflexo para iluminar o nosso relacionamento matrimonial e familiar, orientando-nos em amor e respeito mútuos, segundo o modelo de Cristo e da Igreja.
COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
📖 Efésios 5.25, 33 — A Missão do Marido: Amor Sacrificial
Textos:
“Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.” (Ef 5.25)
“Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.” (Ef 5.33)
1. Comentário Bíblico-Teológico
Paulo oferece, no Novo Testamento, a mais elevada teologia do casamento, especialmente para os maridos. Em uma sociedade patriarcal onde a autoridade masculina era inquestionável, o apóstolo radicaliza o papel do homem, exigindo dele amor sacrificial segundo o padrão de Cristo.
A. "Amai vossa mulher" (Ef 5.25)
O verbo ἀγαπάω (agapaō), no tempo presente do modo imperativo (ἀγαπᾶτε), refere-se ao amor intencional, incondicional e sacrificial. Não é o amor eros (desejo) ou philia (amizade), mas o amor que busca o bem do outro mesmo à custa de si mesmo.
Esse amor é o mesmo com que:
- Deus amou o mundo (Jo 3.16)
- Cristo amou a Igreja e se entregou por ela (Ef 5.2)
Ou seja, o marido cristão deve amar sua esposa com a disposição de se doar, se sacrificar e renunciar ao próprio egoísmo, exatamente como Cristo fez por Sua noiva, a Igreja.
B. “Como também Cristo amou a Igreja”
Paulo aponta Cristo como modelo definitivo do amor conjugal. Observe que Cristo:
- Amou primeiro (Rm 5.8),
- Amou com intenção redentora (Jo 15.13),
- Amou de maneira contínua (Jo 13.1).
A liderança do marido deve seguir esse padrão de autoridade que se expressa pelo serviço e abnegação, e não pela imposição.
C. “E a si mesmo se entregou por ela”
A expressão παρέδωκεν ἑαυτὸν (paredōken heauton) significa “entregar-se a si mesmo”. É o mesmo termo usado para a entrega de Cristo à morte (cf. Gl 2.20; Ef 5.2). Assim, o amor do marido é sacrificial até o extremo, colocando o bem-estar espiritual, emocional e físico da esposa acima dos próprios interesses.
D. “Ame a própria esposa como a si mesmo” (Ef 5.33)
O amor próprio saudável é a medida para o amor conjugal. Paulo assume que o homem cuida naturalmente de si (Ef 5.28-29) e deve agir do mesmo modo com sua esposa. Essa comparação ecoa o mandamento de Lv 19.18 e a regra de ouro do amor ao próximo (Mt 22.39).
E. “E a esposa respeite ao marido” — φόβῳ (phóbō)
O termo grego φόβος (phobos), traduzido aqui por “respeito”, não significa medo, mas reverência, admiração, apreço (cf. 1Pe 3.2). Trata-se de uma resposta à liderança amorosa do marido.
2. Fundamento Bíblico e Cultural
Paulo parte de Gênesis 2.24, onde o homem “deixa pai e mãe” e se une à mulher para ser “uma só carne”. A expressão hebraica עֵזֶר כְּנֶגְדּוֹ (ʿēzer kenegdô) de Gn 2.18 mostra que a mulher é uma ajudadora correspondente — nem superior, nem inferior, mas uma parceira que enriquece, complementa e contrapõe quando necessário, sendo um "ajuda face a face", segundo o texto hebraico.
Como destaca Christopher Wright, Deus modelou o casamento de forma que a mutualidade, respeito e amor profundo refletissem a própria aliança entre Deus e seu povo. Assim, o lar se torna o primeiro ambiente de discipulado e manifestação do Evangelho.
3. Aplicação Pessoal
- O marido é chamado a ser um servo-líder, que não exige submissão, mas conquista respeito pelo amor e sacrifício diário.
- O amor conjugal deve ser ativo, responsável e constante, mesmo nas crises.
- O respeito mútuo cria um ambiente onde a dignidade da mulher é preservada e o homem cumpre sua missão com humildade.
- Um lar cristão saudável espelha a relação entre Cristo e a Igreja, sendo um testemunho poderoso do Reino de Deus na terra.
4. Tabela Expositiva Resumo
Elemento
Termo Grego / Hebraico
Significado
Implicações Teológicas e Práticas
Amar (Ef 5.25)
ἀγαπάω (agapaō)
Amor sacrificial, incondicional
O marido ama com a disposição de morrer por sua esposa
Se entregou (Ef 5.25)
παρέδωκεν ἑαυτόν (paredōken heauton)
Se dar totalmente por alguém
Amor que se doa como Cristo se entregou na cruz
Ame como a si mesmo (v.33)
ἑαυτὸν (heauton)
A si próprio
A medida do amor é o cuidado próprio refletido na esposa
Respeito (Ef 5.33)
φόβος (phobos)
Reverência, honra, estima
A esposa responde ao amor do marido com admiração e respeito
Ajudadora (Gn 2.18)
עֵזֶר כְּנֶגְדּוֹ (ʿēzer kenegdô)
Auxiliadora correspondente
A mulher complementa e enriquece o marido com sua singularidade
5. Referências Acadêmicas Cristãs
- John Stott:
“O marido deve amar com a totalidade de si mesmo, refletindo a autodoação de Cristo. Liderança, para o cristão, significa carregar a cruz.”
(The Message of Ephesians)
- Craig Keener:
“Paulo chama os maridos a um padrão radical — amar como Cristo amou. Isso inverte a cultura patriarcal e exige sacrifício pessoal.”
(IVP Bible Background Commentary)
- Gordon Fee:
“A ética matrimonial de Paulo está enraizada na ética do Espírito. O amor é fruto do Espírito que governa toda a casa cristã.”
(God’s Empowering Presence)
- F. F. Bruce:
“A autoridade do marido cristão é modelada na humildade e entrega do próprio Cristo. Nada de domínio; tudo de dedicação.”
(The Epistle to the Ephesians)
📖 Efésios 5.25, 33 — A Missão do Marido: Amor Sacrificial
Textos:
“Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.” (Ef 5.25)
“Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.” (Ef 5.33)
1. Comentário Bíblico-Teológico
Paulo oferece, no Novo Testamento, a mais elevada teologia do casamento, especialmente para os maridos. Em uma sociedade patriarcal onde a autoridade masculina era inquestionável, o apóstolo radicaliza o papel do homem, exigindo dele amor sacrificial segundo o padrão de Cristo.
A. "Amai vossa mulher" (Ef 5.25)
O verbo ἀγαπάω (agapaō), no tempo presente do modo imperativo (ἀγαπᾶτε), refere-se ao amor intencional, incondicional e sacrificial. Não é o amor eros (desejo) ou philia (amizade), mas o amor que busca o bem do outro mesmo à custa de si mesmo.
Esse amor é o mesmo com que:
- Deus amou o mundo (Jo 3.16)
- Cristo amou a Igreja e se entregou por ela (Ef 5.2)
Ou seja, o marido cristão deve amar sua esposa com a disposição de se doar, se sacrificar e renunciar ao próprio egoísmo, exatamente como Cristo fez por Sua noiva, a Igreja.
B. “Como também Cristo amou a Igreja”
Paulo aponta Cristo como modelo definitivo do amor conjugal. Observe que Cristo:
- Amou primeiro (Rm 5.8),
- Amou com intenção redentora (Jo 15.13),
- Amou de maneira contínua (Jo 13.1).
A liderança do marido deve seguir esse padrão de autoridade que se expressa pelo serviço e abnegação, e não pela imposição.
C. “E a si mesmo se entregou por ela”
A expressão παρέδωκεν ἑαυτὸν (paredōken heauton) significa “entregar-se a si mesmo”. É o mesmo termo usado para a entrega de Cristo à morte (cf. Gl 2.20; Ef 5.2). Assim, o amor do marido é sacrificial até o extremo, colocando o bem-estar espiritual, emocional e físico da esposa acima dos próprios interesses.
D. “Ame a própria esposa como a si mesmo” (Ef 5.33)
O amor próprio saudável é a medida para o amor conjugal. Paulo assume que o homem cuida naturalmente de si (Ef 5.28-29) e deve agir do mesmo modo com sua esposa. Essa comparação ecoa o mandamento de Lv 19.18 e a regra de ouro do amor ao próximo (Mt 22.39).
E. “E a esposa respeite ao marido” — φόβῳ (phóbō)
O termo grego φόβος (phobos), traduzido aqui por “respeito”, não significa medo, mas reverência, admiração, apreço (cf. 1Pe 3.2). Trata-se de uma resposta à liderança amorosa do marido.
2. Fundamento Bíblico e Cultural
Paulo parte de Gênesis 2.24, onde o homem “deixa pai e mãe” e se une à mulher para ser “uma só carne”. A expressão hebraica עֵזֶר כְּנֶגְדּוֹ (ʿēzer kenegdô) de Gn 2.18 mostra que a mulher é uma ajudadora correspondente — nem superior, nem inferior, mas uma parceira que enriquece, complementa e contrapõe quando necessário, sendo um "ajuda face a face", segundo o texto hebraico.
Como destaca Christopher Wright, Deus modelou o casamento de forma que a mutualidade, respeito e amor profundo refletissem a própria aliança entre Deus e seu povo. Assim, o lar se torna o primeiro ambiente de discipulado e manifestação do Evangelho.
3. Aplicação Pessoal
- O marido é chamado a ser um servo-líder, que não exige submissão, mas conquista respeito pelo amor e sacrifício diário.
- O amor conjugal deve ser ativo, responsável e constante, mesmo nas crises.
- O respeito mútuo cria um ambiente onde a dignidade da mulher é preservada e o homem cumpre sua missão com humildade.
- Um lar cristão saudável espelha a relação entre Cristo e a Igreja, sendo um testemunho poderoso do Reino de Deus na terra.
4. Tabela Expositiva Resumo
Elemento | Termo Grego / Hebraico | Significado | Implicações Teológicas e Práticas |
Amar (Ef 5.25) | ἀγαπάω (agapaō) | Amor sacrificial, incondicional | O marido ama com a disposição de morrer por sua esposa |
Se entregou (Ef 5.25) | παρέδωκεν ἑαυτόν (paredōken heauton) | Se dar totalmente por alguém | Amor que se doa como Cristo se entregou na cruz |
Ame como a si mesmo (v.33) | ἑαυτὸν (heauton) | A si próprio | A medida do amor é o cuidado próprio refletido na esposa |
Respeito (Ef 5.33) | φόβος (phobos) | Reverência, honra, estima | A esposa responde ao amor do marido com admiração e respeito |
Ajudadora (Gn 2.18) | עֵזֶר כְּנֶגְדּוֹ (ʿēzer kenegdô) | Auxiliadora correspondente | A mulher complementa e enriquece o marido com sua singularidade |
5. Referências Acadêmicas Cristãs
- John Stott:
“O marido deve amar com a totalidade de si mesmo, refletindo a autodoação de Cristo. Liderança, para o cristão, significa carregar a cruz.”
(The Message of Ephesians)
- Craig Keener:
“Paulo chama os maridos a um padrão radical — amar como Cristo amou. Isso inverte a cultura patriarcal e exige sacrifício pessoal.”
(IVP Bible Background Commentary)
- Gordon Fee:
“A ética matrimonial de Paulo está enraizada na ética do Espírito. O amor é fruto do Espírito que governa toda a casa cristã.”
(God’s Empowering Presence)
- F. F. Bruce:
“A autoridade do marido cristão é modelada na humildade e entrega do próprio Cristo. Nada de domínio; tudo de dedicação.”
(The Epistle to the Ephesians)
RESPONDA
1) Em que consiste o fruto da luz?
R. Em toda bondade, e justiça, e verdade
2) Quem é o nosso Consolador?
R. O Espírito Santo.
3) O que é submissão à luz, na Bíblia?
R. É pôr-se debaixo da missão de outra pessoa.
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SAIBA TUDO SOBRE A ESCOLA DOMINICAL:
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COMENTARIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
EM BREVE
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- EBD 2° Trimestre De 2025 | CPAD ADULTOS – TEMA: GÁLATAS E EFÉSIOS – A Verdadeira Liberdade e a Unidade do Corpo de Cristo || Escola Biblica Dominical || Lição 09: Efésios 3 – O Mistério da Igreja e do Amor de Deus
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