TEXTO ÁUREO “Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-...
TEXTO ÁUREO
“Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia. ” (Hc 3.2)
VERDADE PRÁTICA
E vontade de Deus avivar a sua obra nestes últimos dias até que o Senhor Jesus volte.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Mt 24.12 A multiplicação da iniquidade e a falta de amor
Terça – 1 Tm 4.1 A Apostasia religiosa dos fins dos tempos
Quarta – Lc 17.26-30 O aumento da corrupção antes da vinda do Senhor Jesus
Quinta – Hc 1.4 A injustiça humana e o aumento da impunidade
Sexta – Hc 2.14 A Terra será cheia do conhecimento da glória do Senhor
Sábado – Lm 3.22 Por causa das misericórdias do Senhor não somos consumidos
Hinos Sugeridos: 83, 131, 341 da Harpa Cristã
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Habacuque 3.1-2, 16-19
1- Oração do profeta Habacuque sob a forma de canto.
2- Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia.
16- Ouvindo-o eu, o meu ventre se comoveu, ‘à sua voz tremeram os meus lábios; entrou a podridão nos meus ossos, e estremeci dentro de mim; descanse eu no dia da angústia, quando ele vier contra o povo que nos destruirá.
17- Porquanto, ainda que a figueira não floresce; e, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas,
18- todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação.
19- Jeová, o Senhor, é minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas. […]
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Chegamos a última lição deste trimestre. Nossa oração é que você, juntamente com a sua classe, tenha encontrado edificação espiritual mediante a exposição de um assunto tão necessário à saúde espiritual da igreja local. Nesta última aula, estudaremos a clássica oração do profeta Habacuque.
Conhecido como o profeta do avivamento, Habacuque traz lições preciosas quanto à realidade do avivamento espiritual. Com ele aprendemos que o avivamento traz a urgência de um tempo de angústia pelos pecados, de compromisso com a Palavra de Deus e de oração incessante, rogando a presença de Deus. Aviva, ó Senhor, a tua obra!
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Apresentar o clamor pelo avivamento do profeta Habacuque;
II) Enfatizar a Palavra de Deus como elemento fundamental do avivamento;
III) Conscientizar a respeito da necessidade de um verdadeiro avivamento.
B) Motivação: Imagine se você estivesse se afogando em alto-mar. Se alguém jogasse para você alguma coisa em que pudesse se agarrar para ser salvo, certamente se agarraria a ela com todas as forças. A respeito do avivamento, precisamos ter a mesma motivação. Ele é essencial para a nossa sobrevivência espiritual num mundo cada vez mais longe de Deus.
C) Sugestão de Método: Antes de introduzir esta lição, faça uma pequena revisão de todo o trimestre, destacando os pontos mais relevantes para a classe e para você. Relembre os momentos marcantes desse estudo e, finalmente, entre na última lição deste trimestre.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Conscientize a classe, mostrando que estamos num tempo em que a igreja local precisa estar avivada. A nossa vida pessoal deve ser avivada na presença de Deus. É tempo de olhar para Jesus e fazer a sua vontade neste mundo carente de salvação.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio a Lições Bíblicas Adultos. Na edição 92, p. 42, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:
1) Para aprofundar o segundo tópico, o texto que tem como título “Submeta-se a Palavra de Deus” trata de uma exposição a respeito do papel da Palavra de Deus no contexto do avivamento;
2) Para aprofundar o terceiro tópico, o texto “Seja Você essa Pessoa” diz respeito a responsabilidade pessoal com o processo de avivamento na igreja local.
INTRODUÇÃO COMENTÁRIOS
Encerraremos este trimestre com o clássico texto do profeta Habacuque. Nele, o avivamento indispensável à Igreja do Senhor Jesus está revelado. O clamor do profeta por um avivamento para seu povo deve ser o clamor da Igreja nestes últimos dias.
Nunca houve uma necessidade tão premente de a Igreja Visível ser poderosamente avivada por Deus. As forças do mal tentaram para-la, mas não prevaleceram porque Jesus é o dono da Igreja.
COMENTÁRIOS
Neste capítulo, tomamos como base para discorrer sobre o tema do avivamento espiritual — indispensável para a Igreja do Senhor Jesus Cristo neste tempo em que vivemos — o texto de Habacuque, 3.1-2,16-19, em que o profeta clamou ao Senhor por um avivamento para o seu povo, tendo em vista a situação deplorável em termos espirituais que se encontrava Israel. O tempo presente é chamado desde 1950 de período da Pós-Modernidade pelas análises da sociologia, sendo denominado na Palavra de Deus de “o fim” (Dn 9.26; 11.27; Lc 21.9), “tempos trabalhosos” (2Tm 3.1) e “últimos dias” (At 2.17; 2Tm 3.1; Tg 5.3; 2 Pe 3.3). Todas essas expressões bíblicas apontam para a realidade histórica e espiritual em que se encontrará o mundo antes da segunda vinda de Jesus.
Os discípulos de Jesus tiveram a curiosidade de indagar-lhe sobre quando ocorreria a “sua vinda e o fim do mundo” e que sinal seria visto (Mt 24.3). Jesus respondeu-lhes indicando vários sinais que marcariam de forma evidente quando ocorreria a sua vinda e o fim do mundo, ou seja, das chamadas “ordens mundiais”, que haveriam de ser estabelecidas até a consumação dos séculos. Dentre esses sinais, Jesus falou sobre o surgimento de falsos cristos e da eclosão de “guerras e rumores de guerras”. Ele falou de “fomes, e pestes, e terremotos em vários lugares” e alertou-os de que tais sinais não seriam “o fim”, mas “o princípio das dores”. Após mostrar mais sinais, Ele concluiu, dizendo:
E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim. (Mt 24.4-14 – grifo acrescido).
Além dos eventos de ordem espiritual, dos falsos cristos e falsos profetas, dos sinais de ordem política, prevendo os conflitos entre as nações, e os eventos de ordem social, como fomes, pestes e outras catástrofes, Jesus acrescentou dois dos maiores sinais, indicadores dos prenúncios da sua vinda para buscar a sua Igreja, que foram a multiplicação da iniquidade e o esfriamento do amor entre muitos.
Esse aumento da iniquidade ou da pecaminosidade humana na terra foi citado por Jesus em outra ocasião, quando Ele disse que a sua vinda seria como nos dias de Noé, quando a corrupção tornou-se global, e resolveu destruir toda a humanidade de então (Mt 24.37; Gn 6.11-13). E Deus enviou a catástrofe hídrica do Dilúvio, que eliminou todos os seres vivos que havia sobre a terra, exceto Noé e a sua família (Gn 7.17-24).
De igual modo, Jesus alertou que a sua vinda seria como “nos dias de Ló”, em que a depravação moral era tanta que não mais havia sequer casamentos. O que prevalecia era a prática abominável da homossexualidade: Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam. Mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, consumindo a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se há de manifestar. (Lc 17.28-30)
Foi com essa antevisão que Jesus declarou, antes da sua volta, que com o aumento da iniquidade, da depravação, do materialismo e da iniquidade, tal estado de coisas afetariam até mesmo os crentes. Paulo, como profeta de Deus, recebeu a revelação do que haveria de acontecer nos últimos tempos:
Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência. (1 Tm 4.1)
Nos dias que antecedem o arrebatamento, haverá grande ocorrência da apostasia, que é o desvio ou abandono da fé cristã, da sã doutrina.
Assim, no tempo do profeta Habacuque, este teve que clamar a Deus por um avivamento na sua obra diante da terrível iniquidade que assolava Israel e Judá por volta dos anos 605–597 a.C. Com angústia na alma, Habacuque clamou ao Senhor e pediu a sua intervenção na caótica situação espiritual da nação eleita. Parece uma cópia do que está ocorrendo hoje no Brasil e no mundo em termos espirituais e morais, incluindo as instituições do país. O profeta clamou:
Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: Violência! E não salvarás? Por que razão me fazes ver a iniquidade e ver a vexação? Porque a destruição e a violência estão diante de mim; há também quem suscite a contenda e o litígio. Por esta causa, a lei se afrouxa, e a sentença nunca sai; porque o ímpio cerca o justo, e sai o juízo pervertido. (Hc 1.2-4)
Deus não deixou Habacuque sem resposta. Ele prometeu que enviaria uma grande nação, a Babilônia, para servir de juízo contra a desobediência geral do seu povo. Essa decisão deixou o profeta muito confuso. Como poderia Deus, o Senhor, usar uma nação mais ímpia que Judá para exercer os seus juízos? Mas Deus sabe o que faz. Naquelas circunstâncias, Ele quis usar uma nação ímpia, cruel e violenta para corrigir os graves desvios espirituais e morais de Judá (1.5-11). O profeta argumentou com o Senhor e resolveu confiar nEle, que tudo sabe e que tem o controle de tudo.
Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.
O livro de Habacuque é o oitavo dos profetas menores. Embora ele esteja distante de nós mais de 2.500 anos, sua mensagem é atual, e sua pertinência, insofismável. Os tempos mudaram, mas o homem é o mesmo. Ele ainda é prisioneiro das mesmas ambições, dos mesmos descalabros morais, da mesma loucura.
Habacuque profetiza num tempo em que sua nação, o reino de Judá, estava à beira de um colapso. Porque retardou o seu arrependimento e não aprendeu com os erros de seus irmãos do Reino do Norte, que foram levados cativos pela» Assíria em 722 a.C., entrariam, também, inevitavelmente no corredor escuro do juízo. As tempestades já se formavam sobre a cidade orgulhosa de Jerusalém. O tempo da oportunidade havia passado. Porque não escutaram a trombeta do arrependimento, sofreriam inevitavelmente o chicote da disciplina.
O princípio de Deus é: “Arrepender e viver”, ou: “Não se arrepender e sofrer”. O cálice da ira de Deus pode demorar a encher-se, mas, quando transborda, o juízo é iminente e inevitável. E impossível escapar das mãos de Deus. O homem pode burlar as leis e corromper os tribunais da terra, mas jamais enganar Aquele que se assenta no alto e sublime trono. O homem pode esconder seus crimes e sair ileso dos julgamentos humanos, porém jamais o culpado será inocentado diante dAquele que sonda os corações (Ex 34.7).
Os temas levantados por Habacuque são manchetes dos grandes jornais ainda hoje. Habacuque está nas ruas.
Sua voz altissonante ainda se faz ouvir. Seus dilemas são as nossas mais profundas inquietações. Suas perguntas penetrantes são aquelas que ainda ecoam do nosso coração.
Por isso, estudar Habacuque é diagnosticar o nosso tempo, é abrir as entranhas da nossa própria alma, é buscar uma resposta para as nossas próprias inquietações.
LOPES. Hernandes Dias. HABACUQUE: Como transformar o desespero em Cântico de vitória. Editora Hagnos. pag. 11-12.
A profecia deste livro é uma mistura do que o profeta rogou a Deus em nome do povo e ao povo em nome de Deus; porque é o ofício do profeta levar mensagens em ambos os sentidos. Temos nele uma vívida representação do relacionamento e comunhão entre um Deus misericordioso e uma alma misericordiosa.
O conjunto da narrativa se refere particularmente à invasão da terra de Judá pelos caldeus, que trouxe o despojo contra o povo de Deus, um justo castigo entre eles pelo despojo de que haviam sido culpados; mas ele é de uso geral, especialmente para nos ajudar a atravessar a grande tentação com a qual os homens têm sido afligidos em todas as gerações, e que surge do poder e da prosperidade dos ímpios e dos sofrimentos dos justos por causa dela.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pag. 1119.
PALAVRA-CHAVE: AVIVA
I- O CLAMOR PELO AVIVAMENTO
1- A intercessão angustiada do profeta.
Habacuque sofreu diante da iniquidade avassaladora em Judá. Como mensageiro de Deus, o que podia fazer era clamar ao Senhor de todo o coração. Além disso, o que mais angustiava o profeta era o fato de perceber que Deus aparentemente não havia agido prontamente contra a corrupção espiritual e moral de seu povo.
O profeta clamou a Deus, indagando-lhe o porquê de não haver resposta ao seu clamor diante da violência, da iniquidade, da destruição, da contenda e do litígio que via diante de seus olhos (Hc 1.2-4).
COMENTÁRIOS
O profeta Habacuque foi considerado um “profeta filósofo” por conta das suas expressões eloquentes no seu relacionamento com Deus. O livro, que tem o seu nome, deve ter sido escrito entre os anos 605 e 597 a.C., quando o Senhor interveio contra o povo eleito em meio à terrível pecaminosidade que dominava o reino de Judá.
Incrivelmente, os povos de Israel e de Judá foram os que mais receberam as bênçãos de Deus na sua história. O seu livramento da escravidão egípcia, que durou mais de 400 anos, por intervenção divina seria suficiente para jamais aquele povo esquecer-se da grande bondade e misericórdia de Deus para com ele, em cumprimento às promessas feitas pelo Senhor a Abraão, a Isaque e a Jacó. No entanto, ao longo dos livros do Antigo Testamento, sobretudo os livros proféticos, vemos que Israel foi o povo mais ingrato ao seu Deus. Desde o livro de Juízes, a Bíblia registra que o Senhor considerou Israel como “povo obstinado” (Êx 32.9; 33.3; Dt 9.6,13).
O profeta Habacuque registrou parte dessa história de falta de gratidão a Deus e de temor ao seu santo nome. Diante da gravíssima iniquidade de Judá e a aparente inação dos céus, o profeta dirige-se a Deus, clamando pela sua justiça. Era tremendamente urgente a necessidade de um avivamento espiritual para o povo que estava em total decadência, abusando da bondade e da misericórdia de Deus. Os dias atuais não são diferentes. São piores, em termos de iniquidade e desprezo pela Palavra de Deus.
Nos carnavais, os homens debocham de Deus, de Cristo e da sua Igreja e são aplaudidos de pé por multidões dominadas pelo Diabo, mas o seu fim já está previsto na Lei de Deus.
Habacuque muito sofreu diante da iniquidade avassaladora que havia em Judá. E ele, como mensageiro de Deus, nada podia fazer além de orar e clamar ao Senhor. O que mais o angustiava era o fato de perceber que Deus não agira prontamente contra a corrupção espiritual e moral do seu povo. No seu clamor pela intervenção divina, podemos ver alguns aspectos da situação deplorável do povo.
Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.
A oração do profeta nos fala sobre algumas coisas importantes:
a) A oração de Habacuque foi fruto de uma reação à desoladora situação do seu povo (1.2-4). O profeta não podia ficar passivo diante da corrida desenfreada do mal em sua nação. Ele não se contentava em ser um pregador; ele precisava também ser um intercessor. Ele não apenas bombardeava o povo com sua voz, mas também bombardeava os céus com suas orações. Henrietta Mears diz que Habacuque estava confuso e atônito. Parecia-lhe que Deus não estava fazendo nada para corrigir as condições do mundo. Ele vivera durante os dias da grande reforma sob o bom rei Josias.
Tinha visto a Assíria descer em seu poderio, e a Babilônia, sob Nabucodonosor, ascender a uma posição de supremacia. O mundo achava-se em confusão. A violência campeava, e Deus não tomava providência alguma. Pior do que tudo, porém, era a sua própria terra, Judá, sem lei e cheia de tirania.
Os justos eram oprimidos (1.4,13). O povo vivia em pecado aberto (1.3; 2.4,5,15,16). Adoravam ídolos (2.18,19). Oprimiam os pobres (1.4,14,15). Habacuque sabia que o dia era tenebroso. Sabia que esse pecado estava levando Jerusalém a sofrer uma invasão por um inimigo forte.
b) A oração de Habacuque foi de grande emergência (1.2). O profeta clama e grita. Ele tem urgência na sua voz e p/essa em receber uma resposta. Ele vê o mal galopando rapidamente, levando seu povo para a destruição, e não pode entender como Deus não freia essa corrida para a Warren Wiersbe, comentando sobre esse clamor de Habacuque, escreve:
Habacuque orou pedindo a Deus que tomasse uma providência quanto à violência, às contendas e às injustiças na terra, mas Deus pareceu não ouvir. No versículo 2, o profeta começa usando o verbo “clamar”, que significa simplesmente “pedir socorro”, mas em seguida diz: “gritar-te-ei” , que no original significa “clamar com um coração perturbado”. Ao orar sobre a perversidade em sua nação, Habacuque foi ficando cada vez mais aflito e se perguntou por que Deus parecia tão indiferente.
David Baker afirma que a compreensão teológica que Habacuque tinha de Deus como alguém justo e reto não se encaixava com sua experiência. Muitas vezes, ainda hoje, ficamos aturdidos com a questão do sofrimento do justo.
Ficamos perplexos com a arrogância dos maus e como eles, por tão longo tempo, tentam Deus e escapam.
A oração de Habacuque se esbarra no silêncio de Deus (1.2a). O profeta clama: “Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás?…”. Keil e Delitzsch dizem que “não ouvir” é equivalente a “não ajudar”. Daí, concluímos que a conduta dos ímpios continuou por um longo tempo, sem que Deus agisse para lhe colocar um ponto final. Isso parecia irreconciliável com a santidade de Deus. J. Sidlow Baxter diz que o problema de Habacuque era o silêncio, a inatividade e o aparente desinteresse de Deus. Dionísio Pape afirma que o profeta contemplava o desmoronamento da pátria amada. O Governador moral do mundo deveria preocupar-se com as infrações à sua santa lei. No entanto, em meio aos cuidados de uma situação perigosa e violenta, o profeta afirmava que Deus nem ouvia nem salvava.
A voz do profeta parece não alcançar os céus. Os ouvidos de Deus parecem fechados ao clamor do profeta. Os céus continuam em silêncio diante do seu grito desesperador. Muitas vezes, o silêncio de Deus é mais perturbador do que as circunstâncias mais ruidosas.
A Bíblia fala de Jó. Ele era um homem justo, íntegro e temente a Deus, que se desviava do mal (Jó 1.1). Contudo, uma avalancha vem sobre ele como catadupas. Ele perdeu todos os seus bens, perdeu todos os seus filhos, perdeu toda a sua saúde, perdeu todo o apoio da sua mulher e toda a solidariedade dos seus amigos. Foi ao fundo do poço. Na extrema agonia da sua dor, ergueu ao céu dezesseis vezes a pergunta: “Por quê?” Por que estou sofrendo? Por que a minha dor não cessa? Por que eu perdi os meus filhos? Por que eu não morri no ventre da minha mãe? Por que eu não morri ao nascer? Por que o Senhor não me mata de uma vez? A única resposta, porém, que Jó teve de seu lamento foi o total silêncio de Deus.
Não são apenas os homens ímpios como Saul (ISm 28.6) e os rebeldes filhos de Judá nos dias de Isaías (1.15) e de Jeremias (11.14) que têm suas orações não respondidas por Deus, mas, também, homens piedosos como Jó (Jó 30.20) e Davi (SI 22.2) não encontram resposta para suas orações. Como a mulher siro-fenícia clamou a Jesus (Mt 15.23) e nenhuma palavra lhe foi dada a princípio, assim muitas orações ascendem do coração do povo de Deus sem encontrarem resposta imediata.51 Ainda hoje, o silêncio de Deus perturba a nossa alma inquieta. Charles Feinberg diz que sempre foi difícil, tanto quanto agora, entender o silêncio de Deus nos assuntos humanos. Esse silêncio não significa, porém; que não há resposta e que a sabedoria divina é incapaz de enfrentar com êxito a situação. Tudo está sob Seus olhos perscrutadores, e tudo se acha sob o controle de Sua mão poderosa.
Isaltino Gomes Coelho Filho diz que o silêncio de Deus não era omissão, pois nas Escrituras o silêncio de Deus sempre precede Seu juízo (Ap 8.1). A Habacuque, Deus parecia apático porque não estava falando. Estava em silêncio.
Mas Ele saiu do silêncio. Saiu para efetuar juízo. Ele nos parece silencioso em nossos dias? Presumimo-lo como apático? Lembremo-nos disto: o seu silêncio precede o seu juízo. Sim, Deus está em silêncio. E porque vem juízo por aí.
A oração de Habacuque se esbarra na demora de Deus (1.2b). O profeta prossegue: “…Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás?” Habacuque, à semelhança de Jó, não hesita em erguer ao céu sua pergunta, uma vez que seu entendimento teológico acerca de Deus e Seus caminhos não corresponde à realidade da sua experiência.54 O rei Davi, de igual forma, ergueu sua voz para questionar a demora de Deus em atender à sua oração diante das circunstâncias adversas em que estava vivendo (SI 13.1,2). Nós, ainda hoje, fazemos o mesmo!
A demora de Deus em responder à sua oração aflige mais o profeta do que o avanço do mal entre seu povo. Não é fácil lidar com a demora de Deus. Marta e Maria enviaram uma mensagem a Jesus, informando-lhe que Lázaro estava enfermo. Jesus, em vez de partir imediatamente em direção ao seu amigo, na aldeia a Betânia, demorou-se ainda mais dois dias para sair do local onde estava (Jo 11.6). Quando Jesus chegou em Betânia, Lázaro já estava morto e sepultado havia quatro dias. Marta ficou engasgada com a demora de Jesus e expressou a ele toda a sua dor e frustração (Jo 11.21). Ainda hoje, deixamos vazar do nosso peito, cheio de dor, os gemidos da nossa alma, dizendo: “Até quando, Senhor?”
[…] o drama de ver sua geração atolando-se num pântano de corrupção (1.3). Habacuque sente que Deus está inativo quando se trata de retardar a resposta de sua oração, mas está ativo em lhe mostrar a iniquidade e a opressão do Seu povo. Ele levanta a sua voz e diz: “Por que me mostras a iniquidade e me fazes ver a opressão? Pois a destruição e a violência estão diante de mim; há contendas, e o litígio se suscita” (1.3). Não há resposta de Deus para os seus ouvidos, mas há grandes tragédias humanas diante dos seus olhos.
Habacuque viu sua nação cavando a própria sepultura.
Ele viu seu povo atolado num pântano de corrupção, violência e impunidade. Ele faz um diagnóstico da sociedade, e o resultado que vê é sombrio. Não se tratava de uma doença qualquer, mas de uma enfermidade mortal. A violência vista por Habacuque era tão vasta quanto aquela descrita por Moisés nos dias que precederam o dilúvio (Gn 6. 11).
Isaltino Gomes Coelho Filho afirma que aquilo que Habacuque está presenciando é o oposto do que Balaão viu no passado: “Não se observa iniquidade em Jacó, nem se vê maldade em Israel; o Senhor, seu Deus, é com ele; no meio dele se ouve a aclamação de um rei” (Nm 23.21). Mas o que o profeta vê é iniquidade e maldade. E o que ele ouve não é propriamente a aclamação de um rei, mas o clamor de um povo. E não vê, como Balaão viu, o Senhor no meio do povo.
LOPES. Hernandes Dias. HABACUQUE: Como transformar o desespero em Cântico de vitória. Editora Hagnos. pag.37-41.
Primeira Série de Perguntas (1.2-4)
Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Encontramos aqui um apelo tipo declaração de salmo, dirigida a Deus para explicar como tantos males podem estar acontecendo no mundo, e coisa alguma ocorre aos perpetradores de um mal espalhafatoso. O livro de Jó trata longamente desse problema. Ver também Jer. 12.1. Ver no Dicionário o artigo Problema do Mal. Cf. também Sal. 13.1; 74.10; 79.5; 89.46 e 94.3. Destruição, violência, ultraje, conflito, contenção e atos brutais, insensatos e sem misericórdia eram as palavras do dia.
O Profeta que Buscava. Yahweh havia desgastado Habacuque. O profeta buscara o Senhor por longo tempo, tentando obter respostas sobre como o homem ímpio e desvairado, o réprobo, em todo o sentido da palavra, pode continuar vivendo na impunidade. O profeta continuou buscando, sem receber resposta do céu. Yahweh parecia indiferente (ver as notas expositivas sobre Sal. 10.1; 28.1; 59.4; 82.1; 143.7 quanto à indiferença divina). Yahweh parecia não ouvir as orações dele, e as coisas ficavam cada vez piores. Ver Sal. 64.1 quanto a “ouvir”; e ver Sal. 143.1 quanto a “dá ouvidos”. A palavra “violência” é usada aqui para sumariar o tipo de mundo que o profeta estava observando. Por quanto tempo essas coisas podiam continuar sem que acontecesse alguma coisa que parasse o processo todo? A palavra se repete nos vss. 3, 9 e Hab. 2.17. E cai como gotas de sangue sobre a página.
Eis que clamo: Violência! mas não sou ouvido; grito: Socorro! porém não há justiça. (Jó 19.7)
Por que me mostras a iniquidade, e me fazes ver a opressão? “O profeta estava perplexo. A iniquidade e a violência pareciam continuar sem nenhum freio. Não haveria fim na maré visitante do pecado? Habacuque levou a Deus sua queixa? Deus respondeu; ‘Estou fazendo algo. Judá será castigado pela Babilônia’. Então o profeta ficou ainda mais perplexo. A agonia de Habacuque se aprofundou e se tornou um profundo dilema. Portanto, ele continuou sua conversa com Deus.
‘Por que usarias aqueles miseráveis bárbaros babilônios para castigar a Judá?’” (J. Ronald Blue, in loc). Ver as notas expositivas sob o subtítulo “O Problema do Mal”, sob “Ao Leitor”, que antecede uma breve declaração sobre o problema que estava sendo enfrentado no livro. E, naturalmente, uma declaração mais completa é dada na Introdução. A maldade praticada pela nação de Judá atrairia o inimigo do norte, a Babilônia (vs. 6), a fim de aplicar o castigo apropriado em consonância com a Lei Moral da Colheita segundo a Semeadura (ver a respeito no Dicionário).
Mas isso é apenas parte da razão que explica o sofrimento humano. Há muitas facetas nessa razão, e também há mistérios. Existem enigmas, como; “Por que os homens sofrem, e por que sofrem como sofrem?”. Ver no Dicionário o artigo chamado Problema do Mal. Devemos lembrar que Judá, por meio de sua declarada idolatria-adultério-apostasia, tornou-se tão má ou pior do que os povos pagãos, e jogou fora, definitivamente a lei de Moisés, que era o guia deles (ver Deu. 6.4. ss.).
Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta. “As pessoas não são forçadas a obedecer aos ensinamentos. Ninguém é julgado de forma equitativa. Pessoas más ganham, e pessoas boas perdem. Os juízes não mais tomam decisões justas” (NCV). O profeta apresentou uma lista muito parcial e representativa dos pecados de Judá. A lei, que fornecera os ensinamentos morais, tinha sido abandonada. A nação de Judá tornou-se “destituída de lei”. A justiça nos tribunais era uma piada, porquanto o dinheiro, e não a justiça, determinava o resultado dos julgamentos e os decretos dos reis. Trasímaco pensou sobre esse tipo de situação e decidiu que “o poder é direito”.
Aquele que tem o poder faz o que melhor lhe parece. Ele chega a estabelecer leis em favor de seu próprio interesse e, visto que é rico e poderoso, não há homem que possa chamá-lo à atenção. Em outras palavras, o certo é produto de homens maus. O que opera, para eles, é a verdade. Não há tal coisa como a verdade objetiva e final. Todas as verdades são pragmáticas e funcionais. Os judeus da época de Habacuque tinham-se tornado ateus práticos. Provavelmente professariam ter crença em Deus ou nos deuses, mas viviam em consonância com seus interesses próprios, que eram o seu deus real.
A lei se afrouxa. Literalmente, conforme diz a NIV, a “lei é paralisada”, “esfriada”, ou seja, é ineficaz, não produzindo nenhum resultado positivo. A lei tinha sofrido um golpe de nocaute, e a iniquidade era o vitorioso incontestável. A justiça estava “pervertida”, ou seja, “distorcida”, com base no termo hebraico, ‘aqal, “dobrar ou torcer a forma”.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3615.
2- A aparente indiferença de Deus.
Não há diferença de Deus na impiedade do homem. Na verdade, por causa de sua misericórdia e longanimidade para com os transgressores, Ele não age com juízo agora. Por isso, Deus enviou Jesus com uma mensagem de amor para salvar o homem.
Mas infelizmente, a maioria dá as costas para Deus. Entretanto, haverá um dia em que Ele responderá a todos os que desprezam sua Palavra, conforme está escrito: “Os ímpios serão lançados no inferno, e todas as gentes que se esquecem de Deus” (Sl 9.17).
COMENTÁRIOS
O profeta clamou ao Senhor e indagou por que o seu clamor não tinha resposta diante da violência, da iniquidade, da destruição, da contenda e do litígio que ele via diante dos seus olhos (Hc 1.2-3). A aparente demora de Deus em agir contra a impiedade não é uma atitude injusta da sua parte. Na verdade, é expressão da sua misericórdia e da sua longanimidade para com os transgressores.
Ao longo de mais de dois mil anos, desde que Jesus trouxe ao mundo a mensagem do evangelho, das Boas Novas de salvação, a humanidade, na sua maioria, tem dado as costas para Deus. Assim como no tempo de Habacuque, os ímpios agem cada vez mais com desrespeito aos princípios de Deus; todavia, Ele não está morto. No seu tempo, já está programada a sua resposta a todos os que desprezam a sua palavra. Está escrito: “Os ímpios serão lançados no inferno e todas as nações que se esquecem de Deus” (Sl 9.17).
É uma questão de tempo.
Havia destruição e violência
Ele clamou com angústia na alma: “Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: Violência! E não salvarás?” (Hc 1.2). O profeta levantava o clamor a Deus contra a violência em Judá, um reino que fazia parte da nação israelita. Ele esperava uma ação mais imediata da parte de Deus, mas, na sua longanimidade, Deus só agiria no seu tempo. O Senhor esperou séculos para mandar o castigo do Dilúvio, quando a terra estava cheia de violência (Gn 6.11-13). A violência humana é pior do que a dos animais. Estes agem por instinto.
O homem age conscientemente, com violência contra o seu semelhante, por motivos carnais, de desejo de poder, de subjugar os mais fracos, de obter bens sem trabalhar, de querer dominar o próximo. As guerras são a expressão mais emblemática da violência como consequência do pecado, que passou a todos os homens (Rm 5.12).
A morte de Abel foi o início da prática da violência na sua expressão mais cruel, na eliminação da vida, que é dom de Deus e direito natural. A violência também se demonstra quando seres humanos são eliminados de maneira covarde e cruel no recôndito sagrado do ventre materno. Homens e mulheres ímpios, quando governam, proclamam que “o aborto é questão de saúde pública”, que “é direito reprodutivo da mulher”, etc. Satanás consegue inverter valores ao ponto de levar os ímpios a concluir que o extermínio violento de seres humanos é “questão de saúde pública”. Segundo a Lei de Deus, porém, tais criminosos já receberam a sua sentença para o Juízo Final.
A justiça era corrompida
No seu clamor, Habacuque disse a Deus: “Por esta causa, a lei se afrouxa, e a sentença nunca sai; porque o ímpio cerca o justo, e sai o juízo pervertido” (Hc 1.4). Pode haver representação tipológica mais realista do que essa, dos tempos em que vivemos, especialmente em nosso país? Nunca a lei foi tão frouxa para coibir os delitos, as transgressões e os crimes. O Poder Judiciário brasileiro tornou-se um verdadeiro patronato de apoio e defesa dos que cometem perversidades e corrupção. Habacuque pareceu um repórter ou jornalista investigativo.
Ele disse: “A sentença nunca sai”! Por acaso não é o que ocorre nas supremas cortes de nosso país? São tantos os chamados “embargos declaratórios” e “embargos dos embargos” que criminosos são livres das suas penas sem serem sequer julgados, pois os seus crimes prescrevem pelo tempo decorrido. A morosidade da Justiça é tão séria que muitos dizem que “o crime compensa” e que a impunidade é comum em nosso país. Havia uma situação em que os ímpios pressionavam os justos, certamente usando advogados poderosos, e o juízo saía pervertido. Habacuque não se conformava com aquela situação e clamava com todas as suas forças para que Deus ouvisse a sua oração.
Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.
[…] uma sociedade decadente é onde a impunidade prevalece (1.4a). Habacuque diz: “Por esta causa, a lei se afrouxa…” (1.4). Delitzsch diz que a palavra “lei” aqui é a Torah, ou seja, a lei revelada em toda a sua substância, que tinha o propósito de ser a alma e o coração de toda a vida política, religiosa e doméstica. A. R. Crabtree, por sua vez, entende que Habacuque não está falando aqui simplesmente da lei no sentido da revelação divina, mas da lei orgânica ou estatutária, baseada no Pentateuco e administrada pelos anciãos ou juízes.
Essa lei já não tinha mais autoridade nem respeito em Judá. Ela era paralisada e ineficaz, não produzindo nenhum resultado positivo. A lei tinha sofrido um golpe de nocaute, e a iniquidade era o vitorioso incontestável. David Baker afirma que o resultado dessas injustiças sem fim é que a lei (a principal força que deveria tê-los sob controle) se afrouxa. A lei deveria ser o alicerce da ordem divina para a sociedade (Ex 18.16,20; Is 2.3; Jr 32.23), mas esta estava sem vigor. Concordo com Isaltino Gomes Coelho Filho quando afirma que a palavra “lei”, torah, neste contexto não se trata da lei revelada. Esta não afrouxa nunca (Is 40.8). O termo está sendo aplicado à lei jurídica. Ela brota da lei revelada, e, por isso, é chamada de torah.
A lei não passava de uma mera peça de decoração a enfeitar o leito de uma sociedade em estado terminal. A lei existia, mas não era cumprida. A lei estabelecia limites, mas estes não eram respeitados. Os infratores tinham plena consciência de que seus crimes não seriam apanhados ou jamais seriam punidos exemplarmente. Onde a impunidade prevalece, a lei fica frouxa, e o povo amarga desilusão. Em Judá, as pessoas más ganhavam, e as pessoas boas perdiam.
Os juízes não mais tomavam decisões justas. A lei, que fornecia os ensinamentos morais, tinha sido abandonada.
A nação de Judá tornou-se destituída de lei.
Em sétimo lugar, uma sociedade decadente é marcada por um poder judiciário impotente ou corrompido (1.4b).
Habacuque diz: “[…] a justiça nunca se manifesta…” (1.4).
A justiça nos tribunais era uma piada, porquanto o dinheiro, e não a justiça, determinava o resultado dos julgamentos e os decretos dos reis. A justiça não se manifestava por duas razoes: por fraqueza dos magistrados ou por conivência deles com os esquemas de opressão. Naquele tempo, Judá estava sendo governada por homens maus. A liderança da nação estava rendida aos crimes mais execráveis. Quando a liderança se corrompe, o povo geme.
Warren Wiersbe diz que os problemas de Judá eram causados por líderes que não obedeciam à lei. Os ricos exploravam os pobres e escapavam do castigo subornando os oficiais. A lei era ignorada ou distorcida, e ninguém parecia se importar. Os tribunais eram corruptos, os oficiais só se interessavam em ganhar dinheiro, e a admoestação de Êxodo 23.6-8 era completamente desconsiderada.
A certeza da impunidade é um poderoso estímulo para o transgressor. E esta a razão moral pela qual o crime deve ser punido. Além de ser transgressão, é estímulo. E é por essa razão que um cristão não se compactua com o mal. Ser conivente é estimular o erro. “A justiça nunca se manifesta” é a consequência da impunidade e da corrupção, diz Isaltino Gomes Coelho Filho.
Russell Champlin diz que não havia mais verdade objetiva e final em Judá. O pragmatismo e o utilitarismo prevaleciam.
Os injustos eram peritos no seu poder de enganar e roubar os justos e inocentes. Os judeus da época tinham se tornado em ateus práticos (Tt 1.16). Provavelmente, professavam crença em Deus, mas viviam em consonância com seus interesses próprios, que eram o seu deus real.
LOPES. Hernandes Dias. HABACUQUE: Como transformar o desespero em Cântico de vitória. Editora Hagnos. pag. 47-48.
Nesta situação, a posse da lei não estava sendo de valia alguma para Israel. A lei de Deus se afrouxa. Sua sensibilidade à causa do direito tem sido sufocada. A melhor lei do mundo de nada aproveita se seus estatutos não são mantidos. O perverso é mais numeroso do que o justo, o cerca e impõe sua própria vontade sobre o povo. Ajustiça não é exercida, ela é pervertida. A pior coisa que uma pessoa Justa poderia fazer seria apelar para o tribunal da terra a fim de Julgar sua causa. Pois com toda certeza a decisão seria contra tal pessoa.
Então o profeta apresenta sua queixa. E ela é de fato procedente. Ele não consegue encontrar justiça entre o próprio povo de Deus. Em vez disso, uma perversão brutal da lei de Deus impera sobre a terra. O povo justo do Senhor sofre abusos intermináveis. As orações dos devotos ficam sem resposta. Como o Senhor explicaria essa terrível circunstância e a ausência de resposta ao clamor do profeta mediador?
Palmer Robertson; Comentário do Antigo Testamento. Naum, Habacuque e Sofonias. Editora Cultura Cristã. pag. 181-182.
3- A resposta pronta de Deus.
A resposta de Deus veio de forma bem diferente daquilo que o profeta esperava. Ele, o Soberano, resolveu convocar os caldeus, ou os babilônios, para contrapor-se aos pecados e iniquidades de Judá (Hb 1.5-8).
Os caldeus seriam a espada de Deus, o chicote dos céus, para fazer Judá repensar seus maus caminhos e se converter de suas impiedades que já ultrapassaram os limites da tolerância divina (Hb 1.8-11,13).
Ainda que parecesse inerte, na verdade, Deus estava dando tempo para que a nação judaica se lembrasse dos alertas divinos, mas seu povo não se lembrou. Deus mandou o profeta escrever a visão de maneira bem legível para que pudesse ser vista até por quem passasse correndo (Hb 2.2-3)
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Deus tem os seus planos e os seus desígnios segundo a sua soberania e a sua vontade divina. Habacuque esperava que o Senhor agisse contra as iniquidades de Judá, talvez usando um povo nobre e de grande reputação. No entanto, na sua resposta, Deus causou estranheza no coração do profeta, mas as providências dEle, ainda que estranhas, eram o meio para a correção dos desvios do povo e para despertá-los em busca do avivamento.
Deus usou um povo ímpio
A resposta de Deus veio de forma bem diferente do que o profeta esperava. Ele, o Soberano, resolveu convocar os caldeus, ou os babilônios para contrapor-se aos pecados e iniquidades de Judá.
Ele chamou a Babilônia, o seu instrumento de correção, de “nação amarga e apressada”; uma nação “horrível e terrível”, cujos cavalos eram “mais ligeiros que os leopardos e mais perspicazes que os lobos à tarde”. (1.5-8). Os caldeus seriam a espada de Deus, o chicote dos céus, para fazer Judá repensar os seus maus caminhos e converter-se das suas impiedades, que já ultrapassavam os limites da tolerância de Deus. Ainda que parecesse inerte, Deus, na verdade, estava dando tempo para que a nação judaica lembrasse-se dos alertas divinos, mas o seu povo não se lembrou de Deus.
Na sua resposta, que foi dura e incisiva, o Senhor falou que a nação que Ele usaria para colocar Judá no seu devido lugar, diante dEle, não era uma nação qualquer, mas, sim, uma poderosa nação, em termos bélicos, com tantos cavaleiros que se espalhariam por toda a parte e seriam tão ligeiros “como águias que se apressam à comida” e que seriam tão violentos que tomariam tantos cativos “como areia”. Os invasores, trazidos por Deus, não teriam piedade dos dominados; haveriam de escarnecer dos reis e dos príncipes e usariam a estratégia de ajustar areia junto às muralhas para tomarem-nas e invadirem as cidades. E fariam tudo isso “em nome de seu deus” (1.8-11).
Habacuque questiona Deus
Após ouvir a resposta de Deus de que o juízo estava para cair sobre o povo rebelde e pecaminoso, o profeta questiona o Senhor, indagando como Ele, sendo santo, ficaria em silêncio, usando uma nação mais ímpia que Judá para fazer o seu juízo (1.13).
Certamente, o profeta ficou muito mais angustiado. Já estava clamando ao Senhor para que houvesse uma providência contra a corrupção generalizada na sua terra; entretanto, ao ouvir que Deus usaria os babilônios para exercer o seu juízo, ele não entendeu tal medida. Por isso, em desespero, no capítulo 2, vemos ele dizer que se refugiaria na sua “guarda”, na fortaleza, para ver o que falava com ele daquela forma tão estranha a fim de saber responder quando fosse arguido (2.1).
A resposta de Deus
Sendo Ele o Altíssimo, soberano e Rei supremo, Deus mostra a sua grandeza e bondade para com as fraquezas e ignorância do homem. Em lugar de repreender o profeta pela sua altercação, o Senhor respondeu a Habacuque de forma bem detalhada, mostrando-lhe que Ele estava a par de tudo o que estava ocorrendo em Judá. Na sua resposta, Deus mostrou o que o profeta deveria anotar, revelando aspectos muito significativos não apenas para aquele povo, mas também para todos os homens, principalmente para o seu povo e a sua Igreja.
a) A visão bem legível. Deus disse para o profeta: “Então, o Senhor me respondeu e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa” (2.2). Podemos dizer que Deus já antevira o uso de outdoors há quase 3 mil anos. A mensagem, dada em visão, deveria ser escrita sobre tábuas grandes e em letras bem grandes para que, mesmo que alguém passasse correndo, deveria lê-la com grande visibilidade. Deus quis tranquilizar o profeta mostrando que, mesmo usando os ímpios caldeus como instrumento do seu juízo, haveria de castigá-los no seu tempo. O Senhor declarou: “Porque a visão é ainda para o tempo determinado, e até ao fim falará, e não mentirá; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará” (2.3).
b) Lições da resposta dada por Deus. Na sua resposta, Deus faz afirmações importantíssimas para a situação de Judá e para todos os que nEle creem. Ele diz que aquele a quem Ele haveria de usar tinha a alma inchada e não era reta, mas “o justo, pela sua fé, viverá” (2.4). O apóstolo Paulo, séculos depois, usou essa afirmação para mostrar que ninguém seria justificado pela Lei, mas pela fé em Cristo (Gl 3.11).
Deus mostra que o que é dominado pelo vinho ou pela bebida alcóolica torna-se desleal e soberbo, buscando cercar-se de apoios humanos para os seus intentos. Ele também mostra que tais pessoas acabam-se enchendo de dívidas, que lhes trarão muitos dissabores (2.5-8). Disse ainda Deus na sua resposta: “Ai daquele que ajunta em sua casa bens mal adquiridos” (2.9); Deus condena aquele “que edifica a cidade com sangue e que funda a cidade com iniquidade” (2.12). Em meio a essas palavras de reprovação e condenação, o Senhor inseriu uma promessa maravilhosa, que só se cumprirá no Milênio: “Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (2.14); e Ele prossegue com as suas condenações:
Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro! Tu, que lhe chegas o teu odre e o embebedas, para ver a sua nudez, serás farto de ignomínia em lugar de honra; bebe tu também e sê como um incircunciso; o cálice da mão direita do Senhor se voltará sobre ti, e vômito ignominioso cairá sobre a tua glória. 2.15-16
Deus prometeu que os caldeus receberão de volta a violência que cometeram contra o Líbano e que até mesmo os animais ferozes voltar-se-ão contra eles (2.17). Deus reverbera contra a idolatria, ante obra dos artífices que confiam na mentira e nos ídolos mudos; são falsos deuses de ouro e de prata, no meio dos quais “não há espírito algum” (2.19).
O Senhor conclui a sua sentença contra os babilônios, dizendo que, diante de todas essas referências negativas e afrontosas de um povo idólatra e que não o conhece, Deus declara sobre si mesmo: “Mas o Senhor está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra” (2.20).
Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.
Habacuque estava perplexo como que via na terra; agora, está perturbado com o que ouve do céu.
O profeta estava inquieto com o silêncio de Deus; mas ficou mais desesperado quando Deus começou a falar.
A resposta de Deus não era exatamente o que Habacuque queria, mas Deus não subordina Seus projetos ao querer humano.
Deus cumpre a Sua Palavra não apenas quando esta é a nosso favor, mas também quando ela é contra nós.
Destacamos três pontos:
Em primeiro lugar, a voz de Deus pode ser mais perturbadora do que seu silêncio. Habacuque estava inconformado com o silêncio de Deus ao seu clamor (1.2). Ele apresentou a Deus em oração uma causa urgente, mas a resposta imediata não veio. Às vezes, temos pressa de ouvir uma resposta, mas nenhuma voz ecoa do trono de Deus para acalmar o nosso coração. Quando Deus respondeu à oração de Habacuque, ele ficou ainda mais aflito, pois a resposta veio de forma jamais imaginada pelo profeta. Deus não está sujeito ao nosso programa. Ele não obedece às nossas agendas. Seus caminhos são mais elevados do que os nossos.
Warren Wiersbe diz que Deus deu a Habacuque uma revelação, e não uma explicação. Dionísio Pape diz que a resposta de Deus parecia inacreditável, pois Deus advertiu a Habacuque que a verdade sobre a situação de Judá era pior do que ele pensava, e dava para ele desmaiar!
Em segundo lugar, a ação de Deus pode ser mais perturbadora do que Sua inação. Habacuque se queixa de que Deus não ouve nem salva (1.2). O profeta, em vez de ouvir uma resposta de Deus ao seu clamor, via apenas a iniquidade e a opressão do seu povo avançando para um juízo inevitável (1.3). Quando Deus estendeu Seu braço para agir, porém, trouxe não a restauração de imediato, mas a disciplina. A ação de Deus veio na contramão da expectativa e da vontade do profeta. Deus trouxe os caldeus para serem a vara da Sua disciplina sobre Judá. Habacuque se queixava da apatia de Javé e do Seu silêncio nos negócios de Judá. Porém, se o que o profeta queria era ação divina, ele a teve. O Deus que trabalha em silêncio nunca deixou de agir.
Warren Wiersbe diz que Deus havia advertido Seu povo repetidamente sem que este desse ouvidos. Vários profetas haviam proclamado a Palavra (2Cr 36.14-21), só para serem rejeitados. Deus enviará calamidades naturais,
como secas e pragas, bem como diversas derrotas militares, mas o povo não se abalou. Em vez de se arrependerem, as pessoas endureceram o coração ainda mais e buscaram a ajuda dos deuses das nações ao redor. Haviam tentado a longanimidade de Deus tempo suficiente, e era chegada a hora de o Senhor agir.
Whitelaw descreve o caráter desse julgamento de Deus como segue:
a) seu sujeito: a terra e o povo de Judá (1.6). Judá era o povo do pacto, e estava escrito que, se o povo se apartasse da aliança, a disciplina de Deus o alcançaria (Dt 28.14,15,25; SI 89.30-37);
b) seu autor: o Deus Javé. Os olhos de Deus estão não apenas sobre o Seu povo, mas sobre todos os homens, em toda a terra (SI 11.4). O Deus supremo está por trás das causas secundárias. Ele levanta e dispersa as nações (Jó 12.23). Quando a Assíria invadiu Israel, foi a mão de Deus que acionou a vara da disciplina (Is 10.5). Agora, é Deus quem está trazendo a Babilônia para disciplinar Judá (1.6);
c) sua certeza: é Deus quem suscita os caldeus (1.6). Assim como Deus levantou Babilônia como império mundial e a trouxe contra Judá e entregou Jerusalém nas mãos de Nabucodonosor, assim também é certo o julgamento futuro (Ml 3.5; At 17.31);
d) sua iminência: o julgamento se daria nos dias do profeta (1.5). Da mesma forma, o julgamento do último dia está às portas (Tg 5.9; lPe 4.7; Ap.22.12);
e) sua estranheza: a obra de Deus não seria acreditada quando fosse contada (1.5). Deus é livre e soberano para agir, e, muitas vezes, Sua ação provoca espanto e surpresa.
Judá jamais poderia imaginar que o próprio Deus o entregaria nas mãos da perversa Babilônia; Em terceiro lugar, o pecado do povo de Deus é mais terrível do que o pecado do ímpio. O profeta Habacuque ficou muito confuso com o fato de Deus usar os caldeus, um povo mais perverso, para disciplinar a sua nação. Contudo, quando o povo de Deus peca, seu pecado é mais grave do que o pecado do ímpio, pois o povo de Deus peca contra um maior conhecimento, contra um maior amor e contra maiores advertências.
Isaltino Gomes Coelho Filho afirma corretamente que Israel e Judá foram punidos não apenas por pecados litúrgicos, alusivos ao culto e à doutrina; muito mais do que isso, foram punidos por causa da desordem social e moral, da exploração do pobre e pela ganância sem medida dos poderosos.
A justiça tendenciosa é abominação ao Senhor.
LOPES. Hernandes Dias. HABACUQUE: Como transformar o desespero em Cântico de vitória. Editora Hagnos. pag. 55-58.
Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos, e desvanecei. A resposta para a inquirição do profeta viria a ele de maneira surpreendente. A corrupta nação de Judá seria severamente corrigida através da agência de um poder estrangeiro, a saber, a briguenta Babilônia, uma nação muito mais corrupta do que Judá, se isso fosse possível.
“Dentre os pagãos” virá o terror que corrige, o látego de Yahweh. Essa será uma maravilha espantosa. E deve ter parecido um ponto de admiração para o profeta, que não teria imaginado que tal instrumento corretivo seria usado. Outros- sim, esse fenômeno viria na própria época do profeta. Ele seria uma testemunha do profeta.
Embora houvesse uma divina revelação do fato, não era do tipo em que Habacuque teria crido. As ordens estão no plural, para incluir a observação do povo em geral, que ficaria surpreso diante do ataque que tinha por propósito curar, mas que seria realmente severo. Ver a citação paulina deste versículo em Atos 13.41. Mas ele aplicou essas palavras, como uma acomodação à missão do Messias entre os gentios. Acomodação significa que as palavras são aplicadas a uma ideia diferente do que o contexto original pretendia.
Pois eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa. Os caldeus são os mesmos babilônios. Ver no Dicionário o artigo chamado Caldéia. Essa palavra refere-se a um distrito do sul da Babilônia que fez parte do território da Babilônia em uma época posterior. Seu nome acabou referindo-se ao país inteiro. Ver também sobre a Babilônia. O povo é aqui descrito como “cruel e poderoso” (NCV). A NIV diz: “brutal e impetuoso”.
Eles eram opressores da primeira ordem e totalmente destituídos de restrições morais. As palavras hebraicas envolvidas são mar (amargo, brutal) e mahar (rápido, apressado, impetuoso). Ezequiel chamou esse povo de ‘aris, “que lança o terror”. Ver Eze. 28.7; 30.11; 31.12 e 32.12. Em harmonia com sua natureza vil, eles estavam efetuando ataques generalizados (internacionais) contra povos vizinhos, matando e saqueando, apossando-se de territórios de não lhes pertenciam. “Judá era apenas uma partícula de poeira para o gigantesco aspirador de pó” (J. Ronald Blue, in loc).
Ela é pavorosa e terrível. A Babilônia não se incomodava com a opinião pública ou as leis internacionais. “Cria, ela mesma, o seu direito e a sua lei” (NIV).
Eles promoviam sua própria honra e auto-engrandecimento, e não se importavam com a simpatia humana. “Eles faziam o que bem queriam fazer. Eram bondosos somente consigo mesmos” (NCV). Eram modelos de atos brutais e interesseiros, que deixavam espantados a outros pagãos. Foi um fato histórico interessante que Abraão tinha migrado de Ur da Caldéia, pelo que a história remota de Israel estava associada a esses povos.
Mas agora os caldeus e os babilônios tinham entrado em erupção, e a lava deles fluía por todo o mundo conhecido na época. Era inútil esperar qualquer misericórdia. Eles eram um machado perfeito para decepar a nação de Judá. E o profeta Habacuque se admirava de que Deus usasse um instrumento de tão aviltado caráter para castigar o povo de Judá. Mas o teísmo bíblico (ver a respeito no Dicionário) comumente pinta Yahweh a usar qualquer tipo de látego em suas intervenções entre as nações e os indivíduos. Isso levanta questões morais do ponto de vista mais iluminado do cristianismo.
Os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos. Mais Descrições sobre os Babilônios. Eles tinham os melhores cavalos de combate, tão velozes que pareciam correr mais do que os leopardos. O leopardo não é o mais rápidos dos grandes felinos, mas é muito mais veloz do que um cavalo. Além disso, o leopardo é animal de presa, que não tem misericórdia com as suas vítimas. E os babilônios eram mais ferozes do que os lobos que atacam ao escurecer do dia quando estão famintos, caçando vítimas para comer.
Os babilônios eram vorazes e estavam sempre à procura de novas vítimas. De fato, eram como abutres sobrevoando a carniça, ou como águias que voavam à espera de encontrar uma presa, sobre a qual se precipitavam como uma flecha. Cf. Jer. 4.13; 5.17 e Lam. 4.19. Os réprobos babilônios devoravam tudo quanto podiam e ainda cativavam as poucas vítimas sobreviventes. Eram especialistas no genocídio. este versículo também com Deu. 28.49; Jer. 48.40; 49.22 e Eze. 17.5.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3615-3616.
SINOPSE I
O clamor por avivamento passa por um momento de angústia diante de Deus que não se mostra indiferente para responder.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
*DEUS NÃO FICA INDIFERENTE
“Escreve a visão. No capítulo 21 Deus responde a Habacuque acerca da predominância do mal no mundo, e do possível aniquilamento dos justos. O Senhor declara que viria um tempo em que todos os ímpios haveriam de ser destruídos, e que os únicos a ficarem firmes seriam os justos – os que se relacionam com Deus através da fé”. Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, p.1337.
II- O AVIVAMENTO PELA PALAVRA
1- Ouvir a Palavra de Deus.
Em sua oração, Habacuque disse: “Ouvi, Senhor, a tua palavra” (3.1a). Ele ouviu a Palavra de Deus, ou seja, a resposta dEle quanto ao objeto de sua oração. Deus falou e Habacuque o ouviu atentamente.
É preciso ouvir a voz de Deus com atenção para viver um período de avivamento espiritual. Quando Deus fala, nós precisamos ouvi-lo.
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Habacuque, na sua oração, disse com profundo sentimento: “Ouvi, Senhor, a tua palavra” (3.1a). No capítulo primeiro do seu livro, ele expressa toda a sua angústia por imaginar que o silêncio de Deus ante a pecaminosidade do povo era a sua indiferença ante a tão grave situação espiritual e moral de Judá. Contudo, diante da sua angustiosa súplica, Deus respondeu-lhe não como ele queria, mas pela sua vontade soberana. Ainda que o profeta não entendesse a princípio como Deus iria usar um povo mais ímpio que o de Judá para exercer o seu juízo sobre a desobediência nacional daquele povo, o Senhor fê-lo ciente de todas as medidas divinas que já estavam definidas contra Judá e contra os caldeus, a vara da correção de Deus.
Assim, no capítulo 3, Habacuque começa a sua oração dizendo que ouvira a Palavra de Deus. Ela tem virtudes que ultrapassam a compreensão limitada do ser humano, marcado pelo pecado. A Palavra de Deus purifica os caminhos (Sl 119.9); dá condições para o crente não pecar contra Deus (Sl 119.11); alegra o coração de quem se lembra dela (119.16); vivifica o coração (119.25); fortalece a alma (119.28); traz salvação (119.41); produz a piedade de Deus (119.58); consola o aflito (119.76); veio do céu e permanece no céu (119.89); é lâmpada e luz para o caminho da vida (119.105); a Palavra de Deus sustenta (119.116); ordena os passos (119.133); é muito pura (119.140); a Palavra de Deus é a verdade desde o princípio (119.160); ela dá entendimento (119.169); é gozo e alegria no coração (Jr 15.16); a Palavra de Deus é a verdade (Jo 17.17).
Com todas essas maravilhosas características reveladas na Bíblia, a Palavra de Deus deve ser a base de qualquer movimento na igreja cristã. Além do rol de atributos que a Palavra tem, ela produz mudanças profundas na vida do crente. Diz o autor aos Hebreus:
Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. (Hb 4.12) Desse modo, Habacuque soube colocar-se diante de Deus na busca pelo avivamento espiritual, dispondo-se a ouvir a Palavra de Deus.
Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.
A Palavra e a oração nos colocam no caminho da restauração (3.1,2)
A Palavra de Deus e a oração são os dois grandes instrumentos que nos levam à vitória. Ouvir Deus por meio da Palavra e falar com Deus por meio da oração são a receita para uma vida vitoriosa. Destacamos três importantes verdades:
a) Ouvir a Palavra de Deus é a única maneira de enfrentarmos vitoriosamente a crise (3.2). O profeta Habacuque ouviu Deus falando que disciplinaria Judá pelas mãos dos caldeus, e isso encheu o seu coração de espanto. Entretanto, agora, Deus fala ao profeta que vai julgar a Babilônia e derramar sobre os pecadores impenitentes cinco “ais” de juízo. A opulenta e megalomaníaca Babilônia seria banida do mapa, e suas glórias seriam apenas peças decorativas dos museus.
O profeta escuta sobre a disciplina de Judá e acerca do juízo sobre a Babilônia, e isso o deixa alarmado. A Palavra de Deus trouxe impacto ao coração de Habacuque. Ele ficou alarmado ao perceber que o Deus santo e soberano não deixaria de julgar o pecado, seja na vida do seu povo, seja na vida daqueles que se prostram diante dos ídolos. A revelação de Deus transformou o Habacuque questionador no Habacuque adorador. Tirou-o do vale do medo para a montanha da fé.
Isaltino Gomes Coelho Filho afirma que o fato de Habacuque ter ouvido a Palavra de Deus lhe trouxe segurança.
O mesmo escritor recomenda: E por essa razão que precisamos ouvir a Palavra divina, quer por meio do estudo pessoal das Escrituras, quer por meio da nossa participação nos cultos, ouvindo mensagens bíblicas. A Palavra de Deus, quando ouvida com sinceridade, produz em nós uma visão muito mais clara de quem é Deus e de como Ele age, além de nos proporcionar segurança.
b) Ouvir a Palavra de Deus deve nos levar à oração fervorosa (3.2). Palavra e oração precisam andar de mãos dadas.
Não podemos separar aquilo que Deus uniu. Habacuque ouve e Habacuque ora. A Palavra de Deus produz em nós dependência de Deus. A voz de Deus nos põe de joelhos.
Os apóstolos entenderam que precisavam dar primazia à oração e ao ministério da Palavra (At 6.4). Ao longo da História, a Igreja triunfou quando deu primazia à Palavra e prioridade à oração. De outro lado, sempre que a Igreja abandonou a trincheira da fidelidade à Palavra e o zelo pela oração fervorosa, ela se desviou e se perdeu.
c) A oração que honra ao Senhor deve caminhar da humilhação do homem para a exaltação de Deus (3.2). O profeta começou a orar ao Senhor, e não discutir com o Senhor, e sua oração logo se transformou em louvor e adoração.
LOPES. Hernandes Dias. HABACUQUE: Como transformar o desespero em Cântico de vitória. Editora Hagnos. pag. 140-141.
Este capítulo é intitulado a oração de Habacuque. E uma meditação consigo mesmo, uma intercessão pela igreja. Os profetas eram homens que oravam; este profeta era assim (profeta é e rogará por ti, Gênesis 20.7); e às vezes eles oravam até mesmo por aqueles contra quem profetizavam.
Aqueles que estavam intimamente familiarizados com a mente de Deus com relação aos acontecimentos futuros, sabiam melhor que os outros como ordenar as suas orações, e pelo que orar; e, na previsão de tempos aflitivos, podiam acumular uma provisão de orações que poderia então receber uma resposta misericordiosa, e assim estar servindo à igreja com suas orações quando a sua profecia estivesse concluída. Este profeta havia encontrado a Deus pronto para responder aos seus pedidos e queixas anteriormente; e agora, portanto, ele repete as suas súplicas ao precioso e bendito Senhor.
Pelo fato de Deus ter inclinado o seu ouvido a nós, devemos decidir que o invocaremos enquanto vivermos. 1. O profeta reconhece o recebimento da resposta de Deus à sua petição anterior, e a impressão que isto causou nele (v. 2): “O Senhor! Eu ouvi a tua palavra, o teu discurso” (assim alguns leem), “aquilo que tu queres que ouçamos, o decreto que saiu para a aflição do teu povo. Eu recebi o que é teu, e está diante de mim.
Note que aqueles que querem ordenar corretamente a sua palavra a Deus devem observar cuidadosamente, e colocar diante dele, a palavra que Ele lhes enviou. Ela tinha dito (cap. 2.1), Vigiarei para ver o que fala comigo; e agora ele reconhece: Senhor, eu ouvi a tua palavra; porque, se fizermos surdos os nossos ouvidos à palavra de Deus, não poderemos esperar nada além de que Ele também faça surdos os seus ouvidos às nossas orações, Provérbios 28.9.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pag. 1131.
2- Temer a Deus.
Ao ouvir a Palavra de Deus, Habacuque temeu ao Senhor (3.2). É preciso ouvir a Deus e teme-lo. Não pode haver avivamento sem temor ao Senhor: ”O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que lhe obedecem; o seu louvor permanece para sempre” (Sl 111.10).
Precisamos ressaltar, porém, que o temor ao Senhor nada tem a ver com o medo, pavor ou terror. A expressão remete a reverência a Deus em todas as esferas da vida, um sentimento de profundo respeito diante do Criador. Logo, ter um estilo de vida que reverencie ao Senhor e “o princípio da sabedoria” do crente.
COMENTÁRIOS
Ao ouvir a Palavra de Deus, Habacuque diz na sua oração que ele temeu ao Senhor. Não pode haver avivamento se não houver temor a Deus. O tempo de Deus é a base da sabedoria que é indispensável para que um avivamento seja genuíno e seguro diante dEle. O salmista escreveu: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que lhe obedecem; o seu louvor permanece para sempre” (Sl 111.10).
O temor de Deus não pode ser confundido com sentimento de medo, de pavor ou terror. Significa ter profunda reverência a Ele em todos os aspectos da vida. Por isso, é a base ou “o princípio da sabedoria”. Com essa visão, Habacuque, ao ouvir a Palavra do Senhor, temeu. Ele viu que a Palavra de Deus tinha um tom muito grave, até mesmo assustador, diante da lógica humana. Deus haveria de usar um povo mais ímpio do que Judá para ensinar a sua vontade, e logo depois haveria de castigar o povo estranho, usado como justiça de Deus.
Por isso, o profeta exclamou: “Ouvi, Senhor, a tua palavra, e temi” (3.2).
Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.
Finalmente, o profeta roga: em (o tempo de) tremor, lembra-te da misericórdia. O temio traduzido por tremor {wgez) não significa essencialmente “ira”, como é costumeiramente traduzido (“Na ira, lembra-te de misericórdia” — AV, NASB, NIV). Em vez disso, a palavra indica um estado de agitação, excitação ou perturbação. O termo na forma do verbo “tremer” é preeminente em todo o poema, ocorrendo nada menos que quatro vezes (v. 2,7,16).
Neste versículo, posto em paralelo com a frase em (o) meio de (os) anos, caracteriza o tempo em que esta oração de Habacuque deveria funcionar. É um tempo de perturbação e agitação, um tempo em que os fundamentos devem ser sacudidos. O próprio povo de Deus iria para o exílio. Tremor deveria caracterizar inclusive as instituições humanas mais estáveis.
Palmer Robertson; Comentário do Antigo Testamento. Naum, Habacuque e Sofonias. Editora Cultura Cristã. pag. 277.
Eu ouvi, e temi. As mensagens que procedem imediatamente do céu normalmente causam consternação até mesmo aos melhores homens, sim, até mesmo aos mais corajosos; Moisés, Isaías e Daniel temeram e se abalaram grandemente.
Mas, além disso, o assunto desta mensagem fez o profeta ficar com medo, quando ele ouviu como o povo de Deus seria abatido, debaixo do poder opressor dos caldeus, e por quanto tempo eles iriam continuar debaixo dele; ele estava com medo que os ânimos deles esmorecessem, e desejava que a igreja não fosse totalmente arrancada e destruída; e, sendo abatida por tanto tempo, não acabasse se perdendo.
Ele ora vigorosamente para que por causa dos eleitos estes dias de angústia pudessem ser abreviados, ou que a aflição destes dias pudesse ser mitigada e moderada, ou que o povo de Deus a suportasse e se consolasse debaixo dela.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pag. 1131.
3- O clamor pelo avivamento.
Habacuque roga a Deus que avive a sua obra: “Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia” (Hb 3.2). Depois que o profeta entendeu que o juízo de Deus seria inevitável ao povo desobediente, ouviu sua Palavra com temor e clamou a Deus pelo avivamento espiritual de Judá. O profeta fez três pedidos a Deus em favor da restauração espiritual do seu povo:
1) ele pediu o avivamento para a “sua obra”;
2) pediu para que Deus notificasse a sua obra;
3) pediu para que Deus lembrasse da misericórdia na sua ira. Finalmente, o profeta Habacuque demonstra um sentimento de muita esperança, fé e otimismo (He 3.17-19).
COMENTÁRIOS
Na sua oração e no seu clamor, Habacuque roga a Deus que avive a sua obra “no meio dos anos”: “Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia” (3.2). Depois que o profeta entendeu que o juízo de Deus seria tremendo sobre o povo desobediente e ouviu a sua palavra com temor, ele clamou a Deus pelo avivamento espiritual de Judá. Três pedidos ele fez a Deus em favor da restauração espiritual do seu povo.
Ele pediu o avivamento para a “sua obra”
Por causa da desobediência e da iniquidade nacional, Judá estava destinada à destruição, pois sem a presença e o poder de Deus, a nação não sobreviveria, não só em termos espirituais, mas também em termos humanos. Ela sucumbiria ao cativeiro e perderia a sua identidade nacional. Compreendendo essa trágica realidade, Habacuque clama a Deus para que avive a sua obra, ou seja, a sua ação poderosa, no relacionamento com a nação eleita, que estava sendo destruída pelo pecado da transgressão, da apostasia, da idolatria e de tantos outros males a que dera lugar. Ele pedia a Deus que avivasse “a sua obra” “no meio dos anos”. No seu entender, Judá estava vivendo um período intermediário na sua história.
Se o profeta vivesse hoje, provavelmente a sua oração teria outro teor. Diante da situação de decadência espiritual que tem dominado as igrejas em muitos lugares, como na Europa, nos Estados Unidos e em outras partes do mundo, ele clamaria a Deus pedindo pelo avivamento “nos fins dos anos” ou “nos fins dos tempos”. Essa oração deveria ser feita nos dias presentes em todas as igrejas chamadas cristãs. Assim como as igrejas históricas — as que resultaram da Reforma do século XVI —, tornaram-se formalistas, dominadas por uma teologia academicista, caracterizada por “palavras persuasivas de sabedoria humana”, em que não há lugar para “demonstração do Espírito e de poder” (1 Co 2.4), grande parte das igrejas evangélicas passa por uma frieza espiritual tão grande que já chega a ser uma mornidão, tipificada pela igreja de Laodicéia, a quem se dirigiu Jesus, dizendo:
Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente. Tomara que foras frio ou quente! Assim, porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca. Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta (e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu. (Ap 3.15-17)
Nos dias atuais, com a chamada — e falsa — “teologia da prosperidade”, segundo a qual todo crente tem que ser rico e nunca adoecer, e com a presunçosa e pretensa “confissão positiva”, segundo a qual os crentes podem “exigir”, “determinar” e “decretar” bênçãos “e Deus tem que fazer”, muitas igrejas estão acomodadas em termos espirituais, não buscando mais o batismo no Espírito Santo e nem os dons espirituais. Propalam um triunfalismo dito espiritual, cheio de soberba e presunção. Em consequência, há uma falsa espiritualidade e um falso avivamento, marcados pelo emocionalismo e pelo exibicionismo, que produzem louvor e glória para certos pregadores que se aproveitam desse clima humanista triunfalista para ganharem muito dinheiro.
Tais pregadores promovem um verdadeiro mercantilismo, em que as bênçãos são compradas, vendidas ou trocadas por dinheiro.
Paulo bem definiu esse tipo de evangelho e de pregadores: “O fim deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles é para confusão deles mesmos, que só pensam nas coisas terrenas” (Fp 3.19). Ele também disse: “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo” (2 Co 11.13). Lamentavelmente, muitas pessoas, por causa das suas carências e necessidades, correm atrás desse tipo de evangelho.
São obreiros desonestos sobre quem Paulo advertiu: “[…] aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras, ensinando o que não convém, por torpe ganância” (Tt 1.11). É tempo de clamarmos a Deus: “Aviva, Senhor, a tua obra” nestes tempos trabalhosos.
Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.
O clamor pelo avivamento nos leva de volta ao favor do Senhor (3.1,2)
Avivamento é um dos temas mais falados e mais distorcidos na igreja evangélica da atualidade. Muitos confundem avivamento com dons espirituais, com estilo litúrgico ou com a presença de sinais e milagres. Outros pensam que o avivamento pode ser administrado pela igreja e que ela pode determinar o tempo da sua chegada. Há aqueles que confundem entusiasmo humano com o mover do Espírito e grandes multidões com abundantes conversões.
O avivamento verdadeiro vem do céu. E de Deus. E obra soberana do Espírito Santo. O avivamento sempre está centrado na Palavra de Deus. Onde prospera a heresia, não existe avivamento, pois o Espírito não honra aqueles que desonram a verdade. O avivamento sempre leva a igreja à oração, à santidade e ao trabalho. Vamos destacar alguns pontos desse clamor de Habacuque:
a) O tempo em que a igreja deve buscar o avivamento (3.2). Habacuque pede que Deus avive sua obra no decorrer dos anos. Ele não pensa apenas nele e na sua geração. Sua preocupação é com a manifestação da glória de Deus ao longo da História. O avivamento está focado em Deus, e não no homem; na glória de Deus, e não nos direitos do homem; na Salvação dos povos, e não na prosperidade deles.
O avivamento deve ser o anseio da igreja em todos os tempos, em todos os lugares. As vitórias do passado não são suficientes para a igreja avançar hoje. Os derramamentos do Espírito no passado não são suficientes para encher a igreja do Espírito Santo hoje. Devemos orar pelo avivamento sempre. Devemos nos preparar para o avivamento sempre.
Devemos desejar ansiosamente por ele sempre. Nossa oração deve ser a mesma de Habacuque: “Aviva a tua obra no decorrer dos anos”.
b) A base em que a igreja deve buscar o avivamento (3.2). Habacuque pede o avivamento a Deus não confiante na justiça própria ou confiado nos merecimentos do povo de Judá. Ao contrário, ele diz: “[…] na tua ira, lembra-te da misericórdia” (3.2). Habacuque sabe que Deus é santo e justo. Ele sabe que o pecado provoca a ira de Deus. Sabe que o pecado merece o juízo divino. Contudo, ao mesmo tempo, ele reconhece que Deus é misericordioso e capaz de amar infinitamente os objetos da sua ira. Por isso, pede clemência, e não justiça. Ele sabe que é das entranhas da misericórdia divina que fluem os rios caudalosos do avivamento.
O avivamento vem quando Deus se volta da Sua ira para a misericórdia. O avivamento acontece quando Deus volta Sua face para o Seu povo em favor misericordioso. O avivamento não é merecimento da igreja; é favor de Deus.
c) O autor do avivamento que a igreja deve buscar (3.2).
O avivamento é obra de Deus, e não do homem. Ele não é promovido pela igreja; é concedido pelo Espírito Santo. A igreja não agenda avivamento; ela pode apenas buscá-lo.
A igreja não produz o vento do Espírito; ela pode apenas içar suas velas na sua direção. A igreja não é dona da agenda do Espírito Santo. Este sopra onde quer, como quer, e ninguém pode detê-lo ou administrá-lo. O avivamento é obra soberana de Deus. Só o Senhor pode fender os céus e derramar o Seu Espírito. Habacuque não marca a data do avivamento; ele, humilde, o pede a Deus.
d) A urgente necessidade que a igreja tem do avivamento (3.2). O profeta Habacuque pede avivamento, e não ausência de sofrimento. Pede a manifestação poderosa de Deus no meio do seu povo, e não prosperidade econômica e política para o seu povo. Ele quer Deus, mais do que as bênçãos de Deus. O avivamento é a expressa vontade de Deus e a vital necessidade da igreja. Destacamos quatro pontos importantes sobre o avivamento:
– a necessidade imperativa do avivamento. Vivemos hoje a crise das polarizações. Há igrejas que têm doutrina, mas não crescem; há igrejas que crescem, mas não têm doutrina nem ética. Há aqueles que são ortodoxos na doutrina, mas são liberais na ética. São ortodoxos de cabeça e hereges de conduta. Uns têm caráter, mas não têm carisma; outros têm carisma, mas não têm caráter. Os que sabem não fazem; os que fazem não sabem. Vivemos hoje a polarização entre a aridez espiritual e o emocionalismo. Há aqueles que pensam que, se uma pessoa não chora no culto, ela é seca; outros pensam que os que choram são vazios. Estou certo de que uma mente invadida pela verdade produz um coração quebrantado e olhos molhados. A vinha de Deus está murcha, e a figueira está sem frutos. Por isso, precisamos clamar por um avivamento espiritual.
– a confusão sobre o avivamento. Muitos confundem avivamento com cacoetes pentecostais, com modismos heterodoxos, com danças litúrgicas, com coreografias pirotécnicas, com cifltôs encharcados de emocionalismo e propagandas de milagres. Outros confundem avivamento com ajuntamento. Nem sempre uma multidão reunida é sinal de avivamento. O avivamento não é fabricado na terra, mas agendado no céu. A igreja não produz as chuvas do Espírito; ela pode apenas dobrar os joelhos e clamar para que elas venham regar a terra. O avivamento é obra do Espírito Santo, que traz restauração para a igreja, salvação para o mundo e glória para Deus.
– o conteúdo do avivamento. O avivamento é concebido no útero do quebrantamento e nasce com o choro do arrependimento.
O avivamento é marcado por oração abundante.
Assim como a chuva cai sobre a terra seca, as torrentes do Espírito vêm apenas sobre os sedentos (Is 44.3). Não há derramamento do Espírito sem que a igreja tenha sede de Deus. Hoje, a igreja está substituindo o Deus das bênçãos pelas bênçãos de Deus. A igreja quer a dádiva, mais do que o Doador; quer a bênção, mais do que o Abençoador; quer as riquezas do mundo, mais do que as riquezas do céu. Essa atitude está na contramão do verdadeiro avivamento. O verdadeiro avivamento também traz revestimento de poder para uma igreja que está impotente. Hoje, a igreja tem ricos templos, mas não a glória de Deus em seus santuários. Tem crentes influentes na sociedade, mas não pessoas influentes no céu. Tem influência política, mas não poder espiritual.
Tem poder econômico, mas não autoridade espiritual.
– o resultado do avivamento. Quando o avivamento chega, a igreja se torna ousada para pregar a Palavra. Cada crente se torna um embaixador, um ministro da reconciliação.
Quando o avivamento vem, a igreja cresce em graça, em conhecimento e em número. Nunca a igreja avançou com tanta pujança como quando Deus visitou o Seu povo com generosos derramamentos do Seu Espírito! No século 18, o avivamento na Inglaterra tirou a igreja das cinzas do desânimo para um estupendo crescimento numérico.
Multidões se acotovelavam nas praças para ouvir os servos de Deus. Nos Estados Unidos, cerca de dois milhões de pessoas converteram-se a Cristo no avivamento que varreu esse país nos idos de 1857 a 1859. No avivamento do País de Gales, em 1904, em apenas seis meses, cerca de cem mil pessoas converteram-se ao evangelho e foram agregadas às igrejas. Na Coréia do Sul, ainda hoje os ventos do avivamento enchem igrejas com dezenas de milhares de membros comprometidos com a santidade e com o trabalho. Sempre que o avivamento vem, a igreja se fortalece, e multidões são atraídas e transformadas pelo evangelho.
LOPES. Hernandes Dias. HABACUQUE: Como transformar o desespero em Cântico de vitória. Editora Hagnos. pag. 143-147.
Aviva. Embora as versões inglesas traduzam o hebraico para reaviva ou renova, o profeta não está pedindo a Deus que repita o que já fez nos grandes dias de outrora. O verbo foi usado em outras passagens com força cansativa, como, por exemplo, em Gn. 7:3; 19:32; Dt. 32:39, onde o significado é preservar com vida, ou chamar à vida. Pede-se a Deus que ponha em operação as Suas obras, isto é, Seu programa exposto, para que se torne uma ação viva. Que esse é o caso está confirmado pelo paralelismo: “no decurso dos anos faze-a conhecida”. A tua obra é então o propósito anunciado em 1:5, junto com os juízos enunciados no capítulo 2.
No decorrer dos anos. Bengel, um comentarista mais antigo, declara que este versículo aponta para o nascimento de Cristo e a era cristã. A obra de Deus tem de ser feita em um período que divide a história, o Velho Testamento do Novo. Esta proposição não tem encontrado boa aceitação. Habacuque está pedindo que no correr dos anos futuros Deus possa castigar e curar.
Charles F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody. Habacuque. Editora Batista Regular. pag. 20-21.
SINOPSE II
O Avivamento pela Palavra de Deus produz temor ao Senhor. Pela sua Palavra, o povo de Deus deve clamar por avivamento.
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
“SUBMETA-SE A PALAVRA DE DEUS
Sejamos bem claros. A Bíblia não é acidental no que tange ao avivamento. Sendo a Palavra eterna de Deus, ela é a autoridade objetiva em tudo quanto cremos e praticamos. Não fosse sua verdade imutável, os padrões de justiça e santidade acabariam degenerando em pouco mais que caprichos de opinião pública. Até nosso conhecimento de Cristo, a Palavra viva de Deus estaria perdida em confusão e incertezas, não fosse o testemunho firme das Escrituras. A Bíblia, e somente a Bíblia, é a nossa base para determinar aquilo em que devemos crer.
Ela é o instrumento de toda benção divina, o meio pelo qual o Espírito Santo ministra a graça de Deus aos nossos corações sedentos. A submissão à autoridade da Bíblia é a primeira condição para o avivamento. Deus nos enviou sua Palavra. Diante dEle, todo joelho deve dobrar-se (Is 45.23). Quando Deus fala, temos de ouvir. Não nos cabe mudar ou desconsiderar a mensagem. Nem somos chamados para defender o que Deus diz.
A Bíblia não está sendo julgada; nós estamos. Nosso dever é apenas crer e obedecer. Uma vez conscientes dessa responsabilidade, nosso coração se abre a instrução espiritual” (COLEMAN, Robert. A Chegada do Avivamento Mundial. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.39)
III- AVIVAMENTO: QUESTÃO DE VIDA OU DE MORTE
1- O clamor pela misericórdia de Deus.
Além de clamar por avivamento, Habacuque clamou pela misericórdia do Senhor diante das terríveis consequências do juízo divino sobre a nação impenitente. Era uma questão de vida ou de morte. Por isso, ele suplicou: “na ira lembra-te da misericórdia” (Hb 3.2).
O profeta sabia que, diante da decadência espiritual e moral do povo, se Deus não tivesse misericórdia, todo esse povo pereceria ante ao peso da mão do Senhor sobre suas maldades.
COMENTÁRIOS
No seu clamor a Deus pelo avivamento da sua obra, Habacuque incluiu o clamor pela misericórdia do Senhor diante das terríveis consequências do juízo de Deus sobre a nação impenitente, que se comportava de modo leviano, irresponsável e até agressivo contra o Senhor. Era uma questão de vida ou de morte. Ele suplicou: “[…] na ira lembra-te da misericórdia” (3.2). O profeta percebeu a ira de Deus sobre a situação de descalabro espiritual e moral da nação e sabia que, se Deus não tivesse misericórdia, certamente o povo haveria de perecer ante o peso da mão do Senhor. O profeta sabia que o Senhor é misericordioso para com quem o teme e terrivelmente severo durante gerações para com os que o desobedecem. No texto que fala dos Dez Mandamentos, Deus diz sobre a não adoração a imagens de escultura:
Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos. (Êx 20.5-6)
Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.
Em tal circunstância, o profeta ora para que o Senhor se lembre de ser misericordioso. Pois nada, a não ser a misericórdia imerecida de Deus. poderá garantir o sustento do povo sob esses estresses.
E assim as petições do profeta têm três objetivos: que o Senhor preserve a vida, que o Senhor proveja entendimento e que o Senhor se lembre da misericórdia. Somente a iniciativa da graça divina se provará suficiente sob circunstâncias calamitosas que o crente há de enfrentar.
Palmer Robertson; Comentário do Antigo Testamento. Naum, Habacuque e Sofonias. Editora Cultura Cristã. pag. 277.
“Faze algo para a consolação do teu povo: Na ira lembra-te da misericórdia, e a notifica. Mostre a tua misericórdia, ó Senhor!” Salmos 85.7. Eles veem o desprazer de Deus contra si mesmos em suas aflições, e isto os torna realmente angustiados. Há ira no cálice amargo; então eles protestam, e estão ansiosos por rogar que o precioso e bendito Senhor seja um Deus misericordioso e que eles sejam vasos da sua misericórdia. Note que nem mesmo aqueles que estão sob os sinais da ira de Deus devem perder a esperança da sua misericórdia; e a misericórdia é aquilo para o que devemos fugir em busca de refúgio; devemos confiar nela como o nosso único recurso. Ele não diz, Lembra-te do nosso mérito, mas, Senhor, lembra-te da tua própria misericórdia.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. 1 Ed. 2010. pag. 1131.
2- Deus é misericordioso.
O profeta Habacuque sabia que Deus ouve as Orações de pessoas que pecam, mas que se arrependem sinceramente de seus pecados e buscam a face do Senhor. Deus é misericordioso! A Bíblia relata o episódio de Davi, que preferiu cair nas mãos de Deus por causa de suas misericórdias: “caia eu, pois, nas mãos do Senhor, porque são muitíssimas as suas misericórdias; mas que eu não caia nas mãos dos homens” (1Cr 21.13).
Maior percepção a respeito do caráter misericordioso de Deus teve o profeta Jeremias, quando declarou: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim” (Lm 3.22).
COMENTÁRIOS
Habacuque sabia que o Senhor é Deus misericordioso, que ouve as orações dos que, mesmo sendo transgressores, arrependem-se dos seus pecados e buscam a sua face e o seu perdão. Quando Davi desobedeceu ao Senhor, teve de escolher uma entre três coisas dificílimas: três anos de fome para o seu povo, três meses de perseguição pela espada dos inimigos, ou três dias de peste sobre Israel, como castigo do Senhor.
Davi ficou em sério aperto para decidir. Depois de pensar sobre as consequências de cada proposta de Deus, concluiu: “Então, disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; caia eu, pois, nas mãos do Senhor, porque são muitíssimas as suas misericórdias; mas que eu não caia nas mãos dos homens” (1 Cr 21.13 – grifo acrescido). Davi preferiu cair nas mãos de Deus para não cair nas mãos dos homens. Ele sabia que o Senhor é justo e severo contra os ímpios, mas também que “são muitíssimas as suas misericórdias”. Deus ouviu o seu servo e castigou o povo, mas mandou o anjo suspender o castigo, e Davi ofereceu sacrifício ao Senhor em gratidão pela sua misericórdia.
Maior percepção teve o profeta Jeremias quando declarou: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim” (Lm 3.22).
Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.
Palavra Envolvida
A palavra portuguesa misericórdia vem do latim merces, mercedis, «pagamento», «recompensa», que veio a ser associada às recompensas divinas, ou seja, aos atos de compaixão celeste.
No Antigo Testamento temos três palavras que devem ser consideradas:
Hesed, que aponta para a ideia da sede física da compaixão, e que leva o indivíduo a sentir e exprimir compaixão. Ver Sal. 23:5; Jos. 2:12-14; Jer. 3:13, para exemplificar. Essa sede da compaixão eram as entranhas (modernamente atribuímos isso ao «coração») ou o ventre (ver Gên. 43:30; I Reis 3:26). E daí que se originam o amor e a misericórdia naturais, que se podem achar nos membros de uma mesma família, uns pelos outros, e que o homem espiritual é capaz de ampliar, envolvendo seus parentes distantes e outras pessoas. Deus estende a sua misericórdia a todas as criaturas vivas, sendo esse o alvo mesmo da espiritualidade, no tocante a esse aspecto. Uma mãe sente compaixão por seu bebê (ver Isa. 49:15); um pai por seu füho (ver Jer. 31:20); um amante por seu objeto amado (ver Osé. 2:19); um irmão por seu irmão (ver Amós 1:11).
Rhm, uma raiz hebraica que descreve as atitudes de Deus em relação à miséria e desgraça de seu povo, ou seja, a compaixão que isso provoca nele. O vínculo que une Deus às suas criaturas, leva-o a expressar compaixão para com todos os seres vivos. Até mesmo aqueles que nada merecem da parte dele recebem misericórdia (ver Isa. 13:18; Jer. 6:23; 21:7; 42:12; I Reis 8:50). — Um aumentativo plural dessa raiz, rachamim, fala sobre a piedade, a compaixão, o amor e as emoções associadas (ver Sal. 103:4). Na verdade, hesed e rachamim são sinônimos virtuais.
A raiz hebraica chnn é usada para indicar a exibição de favor e misericórdia, de alguém mostrar-se gracioso para com outrem. Ver Deu. 7:2; Sal. 57:1; 123:2,3. A forma substantivada dessa raiz é chen, «favor», «sucesso», «aceitação», «fortuna». Essa palavra também aponta para a idéia de sentir compaixão, de poupar à pessoa favorecida, de não aplicar nenhum castigo a ela. O trecho de Deu. 7:2 diz que Israel não deveria poupar seus adversários; não obstante, Deus poupa a todos nós, pois os resultados da aplicação de sua justiça seriam desastrosos para com todos nós. Ver Lam. 3:22.
No Novo Testamento também precisamos considerar três vocábulos, a saber:
Êleos, «misericórdia», «compaixão». Essa palavra grega ocorre por vinte e sete vezes: Mat. 9:13 (citando Osé. 6:6); 12:7; 28:23; Luc. 1:50,54,58,72,78; 10:37; Rom. 9:23; 11:31; 15:9; Gál. 6:16; Efé. 2:4; I Tim. 1:2; II Tim. 1:2,16,18; Tito3:5; Heb. 4:16; Tia. 2:13; 3.17; I Ped. 1:3; II João 3; Jud. 2,21. A forma eleemosúne aparece por treze vezes: Mat. 6:2-4; Luc. 11:41; 12:33; Atos 3:2,3,10; 9:36; 10:2,4,31; 24:17. O verbo, eleéo, figura por vinte e nove vezes: Mat. 5:7; 9:27; 15:22; 17:15; 18:33; 20:30,31; Mar. 5:19; 10:47,48; Luc. 16:24; 17:13; 18:38,39; Rom. 9:15 (citando Êxo. 33:19); 9:16,18; 11:30-32; 12:8; I Cor. 7:25; II Cor. 4:1; FU. 2:27; I Tim. 1:13,16; I Ped. 2:10; Jud. 22,23. O adjetivo eleémon ocorre por duas vezes: Mat. 5:7 e Heb. 2:17. A ideia de misericórdia está sempre relacionada à ideia de «graça» (no grego, cháris).
Oiktirmós, «simpatia», «compaixão». Essa palavra grega, que se refere às simpatias e interesses coletivos de Deus pelos homens, aparece por cinco vezes: Rom. 12:1; II Cor. 1:3; Fil. 2:1; Col. 3:12; Heb. 10:28. Sua forma adjetivada, oiktirmon, foi usada por duas vezes: Luc. 6:36 e Tia. 5:11. O verbo, oikteíro, aparece só por duas vezes: Rom. 9:15 (dtando Êxo. 33:19).
Splágchna, «entranhas», está metaforicamente envolvida à ideia de misericórdia. Essa palavra grega aparece por onze vezes: Luc. 1:78; Atos 1:18; II Cor. 6:12; 7:15; Fil. 1:8; 2:1; Col. 3:12; File. 7,12,20; I João 3:17. O verbo, splagchnízomai, aparece por doze vezes: Mat. 9:36; 14:14; 15:32; 18:27; 20:34; Mar. 1:41; 6:34; 8:2; 9:22; Luc. 7:13; 10:33; 15:20.
Definições
A misericórdia é o ato de tratar um ofensor com menor rigor do que ele merece. Trata-se do ato de não aplicar um castigo merecido, mas também envolve a ideia de dar a alguém algo que não merece. Pode referir-se a atos de caridade ou de cura. Também aponta para o ato de aliviar o sofrimento, inteiramente à parte da questão de mérito pessoal. Quando chega à ideia de favor desmerecido, então, já se toma um sinônimo da palavra «graça». Alguém já declarou que a misericórdia retém o julgamento que um homem merece; que a graça outorga alguma bênção que esse homem não merece. De fato, algumas vezes pode ser feita essa distinção, mas, na maior parte dos casos, os dois conceitos justapõem-se. Por conseguinte, a misericórdia pode indicar benevolência, benignidade, bênção, clemência, compaixão e favor.
A misericórdia é uma «atitude de compaixão e de beneficência ativa e graciosa expressa mediante o perdão calorosamente conferido a um malfeitor Apesar de ser uma atitude apropriada somente a um superior ético, não denota condescendência, e, sim, amor, desejando restaurar o ofensor e mitigar, se não mesmo omitir, o castigo que esse ofensor merece. Na Bíblia, a misericórdia de Deus é oferecida gratuitamente, uma expressão não-constrangida de amor, sem qualquer mácula de preconceito, aberta a todos os homens, dignos e indignos igualmente. A teologia cristã não considera a misericórdia divina como incompatível com os seus justos julgamentos, mas considera ambas as coisas como expressões vivas de seu amor, conforme o mesmo é revelado em Cristo, cuja morte expiatória reconcilia as exigências da justiça divina com as misericórdias divinas» (E).
«É evidente que a misericórdia combina um forte elemento emocional, usualmente identificado com a compaixão, a piedade ou o amor, com alguma demonstração prática de gentileza ou bondade, em resposta à condição ou às necessidades do objeto da misericórdia» (Z)
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 3. 11 ed. 2013. pag. 298-299.
Definição. O uso atual identifica misericórdia com compaixão, no sentido de boa vontade em perdoar um ofensor ou adversário e, mais genericamente, simplesmente como uma disposição de tratar com indulgência ou ajudar o próximo. Esta disposição, embora sentida internamente, manifesta-se exteriormente por algum tipo de ação. É evidente que a misericórdia combina um elemento emocional forte, normalmente identificado como piedade, compaixão, ou amor, com alguma demonstração prática de bondade, em resposta à condição ou necessidade do objeto da clemência. Veja Compaixão.
Definindo a palavra misericórdia, da forma empregada por várias VSS, tem-se que considerar uma variedade de terminologias em grego e hebraico. Uma consideração deste tipo não somente iluminará a riqueza do vocabulário sobre misericórdia, mas demonstrará algo da dificuldade experimentada por tradutores, em tentativas passadas, de uniformização no trato com o assunto.
Misericórdia no AT. a. am. Este é o mais comum dos conceitos-raiz utilizados por tradutores modernos para “misericórdia”. Tem o sentido original de um registro físico da compaixão sentido um pelo outro, quer seja identificado com os intestinos (equivalente moderno: coração) ou o útero (Gn 43.30; l Rs 3.26). Esta emoção com base física obviamente se expressa no contexto de família ou ligações fraternais. E a reação esperada de uma mãe para com seu recém-nascido (Is 49.15), de um pai para com seu querido filho (Jr 31.20), de um amante para com sua noiva (Os 2.19), e de um irmão para com seu irmão (Am 1.11).
Como verbo denominativo Piei, rhm pode descrever a atitude de Deus com respeito à miséria do seu povo (2Rs 13.23, onde é baseado tanto na condição deles e na recordação de Deus a respeito da sua aliança), como na atitude soberana de Deus com respeito à sua vontade (Ex 33.19, cp. Rm 9.15). Quando o homem é o sujeito, rhm é visto como uma resposta natural onde já haja alguma ligação familiar (u.s.). Onde não há nenhuma ligação deste tipo, como no caso de um conquistador que mostra compaixão para com os conquistados, a Bíblia uniformemente atribui a real motivação a Deus, cuja ação atrás da cena cria compaixão num indivíduo que, caso contrário, não a teria (cp. Is 13.18; Jr 6.23; 21.7 com lRs 8.50 e Jr 42.12).
Como substantivo, rachamím (um plural de intensidade) é simplesmente aquela emoção de piedade, compaixão, ou amor que é ativada em cada um dos relacionamentos citados acima. No Salmo 103.4 rachamím é uma qualidade estendida aos redimidos como um dos benefícios de Yahweh. Daniel 9.9 mostras isto como uma característica de Deus, à luz da qual o rebelde pode fazer o seu pleito. É a misericórdia que proporciona esperança ao homem da aliança, pela contínua relação com seu Deus e, na realidade, é nesta qualidade que o crente tem por mandamento de ser exemplo no seu relacionamento com outros, particularmente aqueles que possam por necessidade especial (Zc7.9,10). Este mandamento profético aponta para a verdadeira causa da misericórdia, i.e., a condição lastimável de um necessitado.
Uma segunda palavra hebraica, hesed, é traduzida como “misericórdia” pela KJV, ARA, ARC, mas, com exceção do Salmo 23.6, a tradução não aparece na RSV. Na última versão, “amor constante” é o substituto habitual, uma mudança que reflete aceitação difundida do trabalho de Nelson Glueck, cuja dissertação de 1927 demonstrou a ligação de hesedcom a terminologia da aliança. Foi mostrada a inclusão, pelo menos em material mais antigo, do elemento de lealdade, devoção, ou fidelidade para as demandas de uma aliança (Êx 20.6; Js 2.12-14). Nos escritos posteriores, contudo, ela vai além deste sentido de obrigação e traz um conteúdo indefinível, mas claramente emocional. Esta manifestação de benevolência e bondade, compaixão e condolência, tanto como manifestado por Deus (Jr 3.13) como quanto à forma exigida do homem (Zc 7.9, onde hesed e rachamim são paralelos), deixa hesed quase indistinguível de rachamim.
Uma terceira nuance do significado vinculado ao conceito de misericórdia é visto no verbo hebraico chnn e seus derivados. A forma verbal normalmente é traduzida pela ARC como “ter piedade” nos Salmos, e como “ser propício” ou “ter misericórdia” em outras passagens. A RSV, mais consistentemente, segue a tradução “ser gracioso” mas faz exceções (Dt 7.2; Si 57.1; 123.2,3).
A ideia de raiz é encontrada no substantivo chên frequentemente usado, significando favor, sucesso, aceitação, ou até, em termos modernos, boa sorte (Gn 39.4; Nm 32.5) e geralmente incorporada na expressão, “encontrar graça nos olhos de…”. Embora ainda seja a condição do suplicante que apela por si mesmo (cp. Jó 19.21 onde chnn é traduzida “compadecei-vos de mim”), a ênfase está no sucesso concedido ao necessitado.
Tal resposta não é limitada a Deus, como é demonstrado no conselho dado ao homem para mostrar favor ou ser bondoso, para com o pobre, o necessitado, as viúvas e os órfãos (SI 37.21,26; 112.5; Pv 14.21,31; 19.17; 28.8, tudo num contexto de sabedoria). O sentido de compadecer-se ou ser misericordioso o objeto de chnn é até mais explícito em Deuteronômio 7.2, onde é ordenado aos israelitas: “não farás com eles aliança, nem terás piedade delas [ou poupá-las]”.
As duas últimas palavras hebraicas formam a parte menor do vocabulário sobre misericórdia. Cada uma na sua forma verbal pode ser traduzida como “mostrar compaixão”, “compadecer-se”, ou “tratar com indulgência”. Se a ação se origina da situação difícil de quem é alvo da mesma, ou da mente do autor da ação, é determinado a partir do contexto.
MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura Cristã. Vol. 1. pag. 296-297.
3- Clamemos a Deus.
Atualmente, podemos afirmar que a depravação moral no mundo se tornou endêmica. Em grande parte, não há mais o menor sentimento de vergonha e pudor. A iniquidade não é apenas praticada individualmente ou por grupos, mas está institucionalizada, com apoio legal. Há poucos anos governos culturalmente autoritários incluíram em suas agendas a institucionaliza ao do aborto, do falso “casamento gay” e da ideologia de gênero.
Ainda mais, há “igrejas” que, dizendo-se cristãs, aprovam essas abominações. A pretexto de serem “igrejas inclusivas”, aceitam a depravação moral como norma e realidade posta, alegando que “Deus é amor e, por isso, não exclui ninguém”. A Bíblia, porém, diz: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Certamente, o juízo de Deus não tardará (Sl 9.17). Portanto, devemos fazer a mesma oração do profeta Habacuque: “na ira, lembra-te da misericórdia” (Hb 3.2).
COMENTÁRIOS
Nos tempos difíceis em que vivemos, quando a frieza espiritual tem dominado muitas igrejas, com a aceitação das influências do modernismo e do liberalismo teológico, que é condescendente com o mundo e o pecado, já infiltrado no seio dos evangélicos, precisamos clamar a Deus pelo avivamento espiritual e pela sua misericórdia para que, na Vinda de Jesus, o número dos que hão de ficar para a Grande Tribulação seja reduzido. Sem dúvida alguma, o Senhor não está satisfeito com o estado espiritual de muitos que se dizem cristãos.
Nos dias atuais, ao que tudo indica, a depravação moral no mundo tornou-se endêmica. Em grande parte da humanidade, não há mais o menor sentimento de vergonha e pudor. A iniquidade não é apenas praticada individualmente ou por grupos, mas está institucionalizada e com apoio legal, como ocorreu no Brasil há poucos anos, em que os governos de esquerda incluíram nos seus planos a institucionalização do crime cruel e covarde do aborto e o falso “casamento gay”, com declarado e total apoio daqueles governantes e políticos. Além disso, há “igrejas” que se dizem cristãs que aprovam essas abominações. Com o pretexto de serem “igrejas inclusivas”, aceitam a depravação moral como sendo normal, alegando que “Deus é amor e não exclui ninguém”.
Esquecem o que diz a Bíblia: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).
Por isso, Jesus também declarou que a situação do mundo tempos antes da sua vinda seria semelhante à do tempo do patriarca Ló, quando a pecaminosidade de Sodoma, Gomorra e cidades vizinhas era tão grande — com destaque para a homossexualidade — que o Senhor resolveu destruir todas aquelas comunidades (Gn 18.20; 19.24,28). Ele deve estar irado e já baixou a sua sentença contra os ímpios: “Os ímpios serão lançados no inferno, e todas as nações que se esquecem de Deus” (Sl 9.17).
Devemos repetir a oração de Habacuque: “[…] na ira lembra-te da misericórdia” (3.2).
Renovato. Elinaldo,. Aviva a Tua Obra. O chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023.
A oração, em si mesma, é um excelente meio para o crescimento do espírito. A interação consciente com Deus é essencial para a excelência moral e espiritual. A verdadeira oração é o meio de nos tornarmos cada vez mais semelhantes a Cristo. A aquiescência à vontade divina frequentemente é exigida antes que uma solicitação seja atendida. Reiteradas vezes não sabemos bem o que havemos de orar, e é um favor divino que nossas orações não sejam todas respondidas de pronto.
Há determinadas ocasiões em que nossa vontade egoísta deve ceder diante da vontade divina. Jesus orou para que o cálice fosse afastado dEle, mas isso não aconteceu e Ele se rendeu à vontade divina superior: “Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42). Não há razões para nos mostrarmos ansiosos pela ausência de respostas imediatas à oração. Deus, em sua fidelidade, testifica em nossos espíritos que Ele está realizando uma obra — e não importa que ela pareça demorada!
Robert L. Brandt e Zenas J. Bicket. Teologia Bíblica da Oração. Editora CPAD. pag. 159.
SINOPSE III
O Avivamento é questão de sobrevivência espiritual do cristão.
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
“SEJA VOCÊ ESSA PESSOA
Não é esse o serviço lógico de todo cristão? É claro, o lógico é esperar que os oficiais da igreja liderem o processo [de avivamento]. Mas a responsabilidade pelo avivamento não deve repousar apenas sobre esses líderes, nem se deve achar necessário trazer líderes de fora. Cada membro da congregação deve encarar o avivamento como uma responsabilidade pessoal e procurar a área de atuação mais adequada aos seus talentos e personalidade.
É tempo de parar de jogar o problema para outras pessoas da igreja. Que tal você? Não importa sua posição na igreja nem os dons que você possui; você está completamente aberto para a direção do Espírito? Seu coração já foi purificado de todos os desejos maus e objetivos egoístas? Simples interesse no avivamento não é suficiente. Seu coração, sua casa, seus negócios são testemunhas do amor transbordante de Deus? ” (COLEMAN, Robert. A Chegada do Avivamento Mundial. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.72).
CONCLUSÃO
Assim como Habacuque orou a Deus, clamando por um avivamento a sua obra, devemos também clamar ao Senhor por um avivamento genuíno e poderoso nas igrejas locais. A situação espiritual e moral do mundo está semelhante ou, até mesmo pior, que nos tempos do profeta.
Devemos clamar pela misericórdia de Deus pelos que estão se apostando na fé e, em muitas igrejas, aprovando todas as abominações contra Deus. Clamemos solenemente: “Aviva, Senhor, a tua Obra”.
REVISANDO O CONTEÚDO
1- O que mais angustiava o profeta Habacuque?
O que mais angustiava o profeta era o fato de perceber que Deus não havia agido prontamente contra a corrupção espiritual e moral de seu povo.
2- Qual foi a resposta de Deus a Habacuque?
A resposta de Deus veio de forma bem diferente daquilo que o profeta esperava. Ele, o Soberano, resolveu convocar os caldeus, ou os babilônios, para contrapor-se aos pecados e iniquidades de Judá (Hb 1.5-8).
3- O que Habacuque fez ao ouvir a Palavra de Deus?
Ao ouvir a Palavra de Deus, Habacuque temeu ao Senhor (3.2).
4- Segundo a lição, a que a expressão “temor ao Senhor” remete?
A expressão remete a reverência a Deus em todas as esferas da vida, um sentimento de profundo respeito diante do Criador.
5- Qual oração devemos fazer nesta geração?
Devemos fazer a mesma oração do profeta Habacuque: “na ira, lembra-te da misericórdia” (Hb 3.2).
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Descrição
O currículo de Escola Dominical CPAD é um aprendizado que acompanha toda a família. A cada trimestre, um reforço espiritual para aqueles que desejam edificar suas vidas na Palavra de Deus.
Neste 1º trimestre de 2023, estudaremos:
Tema: Aviva a Tua Obra
O Chamado das Escrituras ao quebrantamento e ao poder de Deus
Comentarista: Elinaldo Renovato
1- O Avivamento Espiritual
2- O Avivamento no Antigo Testamento
3- O Avivamento no Novo Testamento
4- O Ministério Avivado de Jesus
5- O Avivamento na Vida da Igreja
6- O Avivamento no Ministério de Pedro
7- Estêvão – Um Mártir Avivado
8- O Avivamento Espiritual no Mundo
9- O Avivamento Pentecostal no Brasil
10- O Avivamento na Vida Pessoal
11- O Avivamento e a Missão da Igreja
12- Vivendo no Espírito
13- Aviva, Ó Senhor, a tua Obra
Características
ISBN | 1678-6823 |
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Altura | 21 |
Largura | 13,5 |
Acabamento | Grampeado |
Periodicidade | Trimestral |
Faixa Etária | Adultos |
Tipo | Escola Dominical |
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“Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. (Lucas 6:38)
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