TEXTO ÁUREO “Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer qu...
TEXTO ÁUREO
“Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.” (Rt 1.16)
VERDADE PRÁTICA
A fé cristã exalta o amor familiar e, mais especificamente, o respeito e a honra entre nora e sogra, bem como genro e sogro.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Lv 26.18-20 – A disciplina de Deus para com o seu povo
Terça – Rm 8.28 – Os acontecimentos contribuem para o bem
Quarta – Rm 8.31 – Deus está a favor do seu povo
Quinta – Hc 2.4; Rm 1.17 – Na família é preciso viver pela fé
Sexta – 2 Co 8.9 – A pobreza nos legou riquezas gloriosas
Sábado – Mt 1.3-6 – Rute encontra-se na genealogia de Jesus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Rute 1.1-5,8, 12-14
1 – E sucedeu que nos dias em que os juízes julgavam, houve uma fome na terra; pelo que um homem de Belém de Judá saiu a peregrinar nos campos de Moabe, ele, e sua mulher, e seus dois filhos.
2 – E era o nome deste homem Elimeleque, e o nome de sua mulher, Noemi, e os nomes de seus dois filhos, Malom e Quiliom, efrateus, de Belém de Judá; e vieram aos campos de Moabe e ficaram ali.
3 – E morreu Elimeleque, marido de Noemi; e ficou ela com os seus dois filhos,
4 – Os quais tomaram para si mulheres moabitas; e era o nome de uma Orfa, e o nome da outra, Rute; e ficaram ali quase dez anos.
5 – E morreram também ambos, Malom e Quiliom, ficando assim esta mulher desamparada dos seus dois filhos e de seu marido.
8 – E disse Noemi às suas duas noras: Ide, voltai cada uma à casa de sua mãe; e o Senhor use de benevolência, como usastes com os falecidos e comigo.
12 – Tornai, filhas minhas, ide-vos embora, que já mui velha sou para ter marido; ainda quando eu dissesse: Tenho esperança, ou ainda que esta noite tivesse marido, e ainda tivesse filhos,
13 – esperá-los-íeis até que viessem a ser grandes? Deter-vos-íeis por eles, sem tomardes marido? Não, filhas minhas, que mais amargo é a mim do que a vós mesmas; porquanto a mão do Senhor se descarregou contra mim.
14 – Então, levantaram a sua voz e tornaram a chorar; E Orfa beijou a sua sogra; porém Rute se apegou a ela.
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
I) Apresentar o contexto de crise socioeconômica na Judeia, somado ao drama familiar causado pelo luto de Noemi e Rute
II) Identificar que a união de fé entre nora e sogra foram cruciais para a superação das adversidades inerentes à vida;
III) Refletir sobre como, ao honrar sua sogra, Rute gerou bons frutos para toda a família, repercutindo até mesmo na linhagem do Messias;
Após conjecturas, diga: Essa pessoa é a sua sogra – quem gerou, criou e nos confiou o nosso cônjuge, nossa própria carne (Mc 10.8) – presente que já foi tão sonhado por nós quando orávamos para construir uma família. Frise que, a despeito das discordâncias, o motivo que nos une às nossas sogras sempre será maior para nos impulsionar a relevar, perdoar, entrar em acordo e fazer todo o possível para construir uma relação respeitosa, em benefício daqueles a quem mais amamos.
Honrar sogras (e noras) é, portanto, uma forma de demonstrar gratidão a Deus e zelo pela família inteira que Ele nos concedeu. E, assim como nos mostra o exemplo de Rute e Noemi, Deus honra a quem sabe honrar.
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
Por meio da união de fé entre nora e sogra, adversidades intransponíveis são, em Deus, superadas. E não apenas isso, tal comunhão, sobretudo em meio às crises, pode repercutir em bênçãos espirituais derramadas sobre toda a nossa família. Como muito bem nos mostra o exemplo de Rute e Noemi, Deus honra a quem sabe honrar.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
1) O texto “ O cuidado de Deus em tempos de aflição ”, localizado ao final do primeiro tópico, mostra que o crente fiel também passa por adversidades. Contudo, o Senhor faz todas elas cooperarem para o bem e o cumprimento de seus gloriosos propósitos;
HINOS SUGERIDOS: 83, 400, 546 da Harpa Cristã
INTRODUÇÃO COMENTÁRIO
Nesta lição, estudaremos uma das mais belas histórias bíblicas em que se exalta o amor e a virtude da mulher moabita chamada Rute. É a história de um drama familiar que envolve o luto, a subsistência e a desesperança.
Trata-se de uma crise generalizada de pobreza, doença, viuvez e morte. Contudo, nesse drama familiar, a obstinação de Rute se destaca, pois, ela foi capaz de superar as dificuldades com atitudes de fé, inteligência, lealdade, persistência e esperança.
É a narrativa bíblica de uma nora que cultivava um verdadeiro amor no coração pela sua sogra e, por isso, foi capaz de enfrentar a crise da escassez numa terra inóspita, longe de seu povo original. Temos muito o que aprender com o relato bíblico do relacionamento entre Rute e sua sogra Noemi.
COMENTÁRIO
Ainda no tempo dos juízes de Israel, surge a história de uma família que sobreviveu num tempo sombrio e deprimente em Israel e em Moabe. Essa história se passa “nos dias em que os juízes julgavam” (Rt 1.1), quando as famílias de Israel se dispersaram e “cada um fazia o que parecia direito aos seus olhos” (Jz 17.6).
Dessa história, duas mulheres se destacam depois da perda de seus maridos e filhos. Noemi e Rute são as personagens com as quais a fé e o amor se tornam virtudes que lhes dá forças para superar dificuldades. Temos nessa passagem das Escrituras uma das mais belas histórias bíblicas em que exalta o amor e a virtude de mulher moabita chamada Rute. É a história de um drama familiar de luto, subsistência e desesperança. É a história de uma crise generalizada de pobreza, doença, morte e viuvez.
Nesse drama se destaca a tenacidade de Rute, nora de Noemi, que foi capaz de superar as dificuldades com atitudes de fé, inteligência, lealdade, persistência e esperança. As atitudes de Rute são um exemplo para o relacionamento sadio e amoroso dentro da família. Sua história exemplifica a perseverança para o trabalho em busca do suprimento das necessidades básicas de subsistência física, mas, acima de tudo, uma mulher que aprendeu a confiar no Deus de sua sogra, Noemi, mesmo sendo uma estrangeira. É a história de uma nora cujo coração não só respeitava a sua sogra, mas que foi capaz de enfrentar a crise da escassez de alimentos com inteligência e disposição.
A outra nora, Orfa, voltou para os familiares depois que ficou viúva, mas Rute decidiu cuidar da sogra naquela terra inóspita e comer com ela o pão de cada dia. Ao acompanhar sua sogra de volta a Belém, Rute tinha no coração um grande amor por Noemi e não a desamparou.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 120-121.
A narrativa começa de maneira sombria. A escassez de alimentos tinha forçado uma família a sair da cidade de Belém a fim de refugiar-se no território de Moabe. Após dez anos, a morte tinha obrigado aquela família (agora já sem o chefe da casa e sem os dois filhos, pois os três homens haviam morrido) a retornar a Israel. Mas a graça e a providência de Deus estavam atuando. Um plano mais amplo estava sendo desenvolvido em meio à tristeza, à necessidade e à dor.
O próprio livro situa as ações no tempo dos juízes de Israel; mas isso não determina nenhuma data exata de sua escrita. Surtos de fome eram comuns, pelo que essa circunstância não pode ser usada para determinar um período histórico.
Uma maneira antiga de introduzir livros foi exatamente a que encontramos no livro de Rute: são dados os nomes das principais personagens, e então são esclarecidas as circunstâncias em que o drama se desenrolou. Em seguida, havia uma designação acerca de quando as ações ocorreram.
A fome era um dos instrumentos de julgamento nas mãos de Deus; e os eventos, tanto gerais quanto pessoais, com frequência são determinados por algum modo de julgamento do pecado. Mas, a despeito dessa verdade, há sempre graça divina abundante para reverter as circunstâncias e “fazer virar a maré”. Portanto, o teísmo ficou assim, mais uma vez, ilustrado: o homem não vive sozinho; Deus criou, mas também faz-se presente para julgar, recompensar e intervir na história humana. Isso deve ser contrastado com o deísmo, que ensina que, apesar de talvez haver alguma força criativa (pessoal ou impessoal), essa força ou pessoa abandonou a sua criação, deixando-a entregue ao sabor das leis naturais. Ver no Dicionário os artigos Teísmo e Deísmo.
“O controle divino das colheitas foi sempre um fator importante no desenvolvimento dos eventos do livro de Rute” (John W. Reed, in loc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1097.
O livro mostra como o Senhor sustentou duas viúvas necessitadas, Noemi e Rute. Noemi tinha perdido seu marido e ambos os filhos quando vivia em Moabe. Quando voltou a Belém, era uma mulher amargurada e empobrecida, com pouca esperança, se é que tinha alguma. Mas o Senhor mudou a situação dela e tirou-a da aflição.
Ele realizou essa obra por intermédio de duas pessoas, Rute e Boaz, que desejavam seguir os princípios divinos de fidelidade e bondade. Assim, ao nos mostrar a preocupação de Deus com os que necessitam de socorro, o livro também nos lembra de que, em muitos casos, Deus supre as necessidades dessas pessoas por meio daqueles que desejam fazer o que é justo e querem se sacrificar pelo bem de outros.
Um segundo tema importante do livro poderia ser expresso da seguinte maneira: Deus recompensa a fidelidade daqueles que se comprometeram em relacionamentos concedidos por ele. O salmo 18.25 diz: “Para com o benigno, benigno te (referindo-se ao Senhor) mostras; com o íntegro, também íntegro”.
O livro de Rute ilustra essa verdade. Por duas vezes, a palavra hebraica bondade, amor fiel, devoção, compromisso, fidelidade”, é usada no livro de Rute. Em Rute 1.8, Noemi diz às suas noras: “… o Senhor use convosco de benevolência, como vós usastes com os que morreram e comigo”. Rute já tinha se dedicado a Noemi e sua família quando estavam em Moabe, mesmo antes de fazer o voto solene que está registrado em 1.16-17. Mais tarde, Boaz diz a Rute em 3.10: “Bendita sejas tu do Senhor, minha filha; melhor fizeste a tua última benevolência que a primeira”. Amor é também uma palavra que caracteriza Rute. Em 4.15, as mulheres da cidade, comovidas com o nascimento de Obede, disseram a Noemi: “pois tua nora, que te ama, o deu à luz, e ela é melhor do que sete filhos”. Deus mostrou a Rute o mesmo compromisso e devoção que ela tinha mostrado a outros. Ele lhe deu um marido, a capacidade de gerar um filho e um descendente notável.
Chisholm Jr., Robert B. Interpretação dos livros históricos. Editora Cultura Cristã. 1 Ed. 2011. pag. 77-78.
PALAVRA-CHAVE: Honra
I – A CRISE ECONÔMICA NA TERRA DA JUDEIA
1. A escassez que provocou fome na “casa de pão” (Rt 1.1).
O alimento básico das famílias que viviam na região da Judeia estava escasso por causa do mau governo dos últimos juízes de Israel, que abandonaram o Senhor. A cidade de Belém, de onde Noemi saiu com seu marido Elimeleque, era o lugar que, anteriormente, sofreu de sequidão e escassez.
Ora, a palavra Belém significa “casa de pão”, mas a “cidade do pão” estava sem o pão que representava o sustento material do povo. A cidade deixou de ser um celeiro de grãos para ser um lugar de escassez e fome, carestia e seca por toda a parte da terra de Canaã.
Na Bíblia, às vezes, a fome é um modo de Deus disciplinar o povo que pecou contra Ele (Lv 26.18-20). Naquele tempo, Israel havia se afastado da comunhão com Deus e chegado ao ponto de cultuar os ídolos pagãos. A bem da verdade, nem todos agiam do mesmo modo, mas a disciplina era para todos.
COMENTÁRIO
O texto declara que a terra da Judeia passava por uma sequidão e não produzia nenhuma semente. A terra ficou escassa, não só de alimentos básicos de subsistência das famílias que viviam na região, mas era uma terra sem chuvas, nem orvalho. Toda a terra da Judeia parecia um deserto desolado. Era a mão de Deus agindo para punir um povo que havia abandonado ao Senhor e “fazia o que bem lhe parecia”. O mau governo dos últimos juízes de Israel que abandonaram Deus propiciou essa situação de fome e escassez.
Belém, cujo nome significa “casa do pão”, ou seja, “celeiro”, não estava produzindo trigo suficiente para suprir as necessidades primárias do seu povo; estava vazia, sem o pão que representava o sustento físico e material daquela nação.
Belém, a terra de origem de onde Noemi saíra com seu marido Elimeleque, era o lugar que anteriormente estivera seca e escassa.
A cidade deixou de ser um celeiro de grãos para ser um lugar de desprovimento e fome. Carestia e seca por toda a parte da terra de Canaã. Subentende-se, às vezes, que a fome era um modo da disciplina de Deus por seu povo haver pecado contra Ele (Lv 26.18-20; Dt 15,23,24). Deus não é um carrasco que pune sem misericórdia aqueles que não querem servi-lo. Naqueles tempos, quando ainda Elimeleque e sua família viviam em Belém da Judeia, o povo de Israel havia se afastado da comunhão com Deus, chegando a aderir aos cultos aos ídolos pagãos.
A mão misericordiosa de Deus não se afastou totalmente da vida do seu povo, mas o Senhor permitiu que aquela geração sofresse as consequências de sua rebelião contra Deus. Nem todos agiam do mesmo modo, mas a disciplina era para todos.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 121-122.
Um tempo em que a fome castigou a cidade de Belém (1.1)
Belém, a terra que manava leite e mel, está desolada.
O livro de Rute fala da saga de uma família que vivia na cidade de Belém (Beth = casa, lehem = pão), a Casa do Pão, onde um dia faltou pão. A cidade deixou de ser um celeiro para ser um lugar de desespero e fome. A Casa do Pão estava com as prateleiras vazias, com os fornos frios e sem nenhuma provisão. Belém era uma mentira, um engano, uma negação de si mesma.
Quando a crise chega, ela atinge a todos, pobres e ricos, homens e mulheres. Elimeleque era um homem abastado, tinha terras e bens. Contudo, a crise o atingiu, a fome também chegou a sua casa.
A fome não era apenas uma casualidade, nem mesmo resultado de uma tragédia natural. A seca que devastou os campos, que fez mirrar a semente no ventre da terra, que cortou das despensas a provisão e levou para as mesas o espectro da fome, era um juízo de Deus à desobediência (Lv 26.19,20; Dt 28.23,24; 2Sm 24.13,14; Ez 5.16; Am 4.6,7).
O tempo dos juízes experimentou o juízo de Deus. Os inimigos que vinham e devastavam os campos e saqueavam seus bens e riquezas eram instrumentos do juízo de Deus ao Seu povo rebelde. A aliança de Deus encerrava bênçãos e maldições. A obediência produz vida, mas a rebeldia gera a morte. A fome era a vara da disciplina de Deus. A fome foi também a causa que levou Elimeleque a descer a Moabe, foi a causa que levou Abraão e Jacó ao Egito, foi a causa que levou Isaque a Gerar e o próprio Jesus a ser tentado no deserto.
Walter Baxendale diz que o pecado tirou os anjos do céu Adão do paraíso e privou milhares de israelitas da Terra Prometida. Agora, priva Israel de pão. Porque o povo apartou-se da Sua lei, Deus suspendeu a provisão. O juízo nacional enviado sobre a nação afetou a história individual dessa família.
Um tempo em que a fuga pareceu o único recurso para a crise (1.1)
A crise é uma encruzilhada, onde precisamos inevitavelmente tomar uma decisão. Uns colocam os pés na estrada na vitória, outros avançam pelos atalhos da fuga e do fracasso.
Elimeleque, Noemi, Malom e Quiliom escolheram fugir, em vez de enfrentar a crise. Eles apostaram que a crise era irremediável e que o caminho da fuga era a única rota de escape. Contudo, fugir nem sempre é a alternativa mais segura e sensata. Na hora da crise, devemos olhar para Deus, em vez de mirarmos apenas as circunstâncias.
Quando somos encurralados pelas circunstâncias adversas, precisamos acreditar que Deus está acima e no controle delas.
Em um tempo de fome, Abraão fugiu para o Egito e ali quase acabou com o seu casamento. Na mesma situação, Isaque foi tentado a descer ao Egito, mas Deus lhe ordenou: “Não desças ao Egito”. O enfrentamento da crise é melhor do que a fuga. Fugir não é uma escolha segura. Na crise, precisamos buscar o abrigo das asas do Onipotente, em vez de buscar falsos refúgios.
LOPES. Hernandes Dias. Rute, Uma perfeita história de amor. Editora Hagnos. pag. 17-18.
Nos dias em que julgavam os juízes. Temos aí o elemento tempo da narrativa de Rute. Os “juízes” talvez tenha sido, especificamente, Gideão. Mas é impossível determinar isso com algum grau de certeza.
Circunstâncias. A família de Elimeleque precisou abandonar seu lar, em Belém, onde a fome ameaçava extinguir a todos, e fugiram para o território de Moabe, onde, segundo é de presumir, havia razoável suprimento para as necessidades básicas da vida.
Personagens do Drama. São apresentadas nos versículos 1 e 2. Portanto, temos aqui uma típica maneira antiga de introduzir um relato, conforme já disse na Introdução.
Fome. Uma das armas divinas, comumente usadas contra o pecado era a fome, quando os homens são humilhados ao ponto em que nem ao menos podem encontrar o bastante para comer. Cf. I Reis 16.30-17.1; 18.21,37; 19.10, onde é dito especificamente que a fome foi usada por Deus como modo de juigar um povo desobediente.
A leitura do livro de Juízes (ao qual o livro de Rute está associado) mostra-nos claramente muitas áreas de julgamento divino.
Belém. Ela ficava cerca de oito quilômetros ao sul de Jerusalém. O marido hebreu de Rute nascera ali. Posteriormente, Obede, filho de Boaz e Rute, também nasceu em Belém. Um neto de Obede foi Davi, o rei (ver Rute 4.18-21; I Sam. 17.58), o qual também nasceu ali. Belém foi ainda o lugar do nascimento de Jesus, o Cristo, o Filho maior de Davi (Luc. 2.4-7).
A viagem de Belém a Moabe cobriu somente cerca de oitenta quilômetros para o leste, no lado oposto do mar Morto, não somos informados sobre a razão pela qual a família para lá se dirigiu; mas a proximidade, sem dúvida, foi um fator favorável. É óbvio que ali havia alimentos, e “alimento próximo” era a grande necessidade do momento. Ver no Dicionário o artigo denominado Moabe.
Os Targuns sobre essa passagem listam, laboriosamente, dez períodos conspícuos de fome que Deus impôs contra um povo pecaminoso. E o sexto desses períodos foi precisamente aquele que envolveu Rute. Naturalmente, houve muito mais do que dez períodos de fome, mas esses foram escolhidos seletivamente, dentre muitas possibilidades, e todos eles com base nas narrativas bíblicas. Os Targuns também procuram afirmar, laboriosamente, qual juiz esteve relacionado à história prestes a ser relatada, mas com muitas sugestões variantes. John Gill (in loc.) listou todas as sugestões e acabou falando sobre “a incerteza que cerca toda essa questão”.
Amigos entre Inimigos. Os moabitas eram inimigos tradicionais de Israel. É possível que o livro tenha tido o propósito de aliviar “as relações tensas” entre esses dois povos, ou então mostrar como a providência de Deus predomina sobre todas as situações, fazendo o bem proceder do mal.
Belém de Judá. Vários significados circundam essa cidade, a saber: 1. A aldeia da cortesia (Rute 2.1-23); 2. a aldeia de Davi, o rei, e, portanto, a aldeia da consagração (I Sam. 16.1-13); 3. a aldeia de três heróis e da dedicação (II Sam. 23.13-17); 4. a aldeia de Miquéias e da esperança (Miq. 5.2); 5. a aldeia de Jesus, e, portanto, da esperança e do triunfo (Luc. 2.1-20).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1097.
2. A crise de uma família (Rt 1.1-3).
A família do livro de Rute era constituída por Elimeleque, Noemi, os filhos Malom e Quilim enquanto estavam na Judeia. A crise econômica obrigou Elimeleque a tomar uma decisão em busca de solução para a subsistência da família em outro lugar. Em vez de ficar parado, ele tomou o caminho que parecia mais racional, o caminho das terras planas de Moabe.
Elimeleque conhecia o Senhor, mas não o buscou para tomar aquela importante decisão. Ao chegarem a Moabe, a experiência não foi fácil. Ali, em Moabe, a família encontrou a morte, o luto e a viuvez que envolveram a vida dessa família quando Elimeleque faleceu e Noemi ficou viúva e com seus dois filhos (Rt 1.3a).
O casamento de seus dois filhos com duas moabitas trouxe a esperança de volta ao coração de Noemi (Rt 1.3b). Mas, de repente, os dois filhos falecem, deixando as esposas viúvas (Rt 1.5). Agora eram três viúvas que, no contexto da época, teriam enormes dificuldades de sobrevivência. Essa história nos mostra que uma família pode estar no centro de um profundo sofrimento, e que isso pode afetar o relacionamento de pessoas muito próximas como a nora e a sogra, o genro e o sogro. Como se comportar diante dessas circunstâncias?
COMENTÁRIO
A família era constituída por Elimeleque, Noemi e os filhos Malom e Quiliom enquanto estavam na Judeia. A crise da escassez de grãos na terra instigou a Elimeleque tomar uma decisão em busca de solução para a subsistência da família em outro lugar. Buscaram a solução que lhes parecia mais racional e resolveram tomar o caminho das terras planas de Moabe que ficava no outro lado do mar Morto.
Elimeleque não procurou orientação do Senhor para a decisão de mudar-se para Moabe. Buscar refúgio fora da vontade de Deus é sempre uma ameaça à nossa fé. Ao chegarem a Moabe, a experiência não foi fácil. Em vez de encontrar pão, encontraram doença e morte. Por alguma razão não falada na Bíblia, a família de Elimeleque se deparou com problemas de enfermidades das quais não puderam evitar a morte e não conseguiram escapar de outras crises. Enfermidade, morte e viuvez envolveram a vida dessa família, e só restaram Noemi, a mãe, e seus dois filhos, Malom e Quiliom.
Essa crise desenvolveu na alma de Noemi uma amargura enorme. Logo após a morte de seu marido, os dois filhos se enamoraram de duas moabitas, Orfa e Rute, e se casaram com elas. Porém não demorou muito para que os dois filhos de Noemi fossem acometidos por algum tipo de enfermidade e logo morreram, deixando as esposas viúvas. Não bastava o sofrimento e amargura pela perda do marido, os dois filhos também morreram. Ficaram três viúvas que, no contexto da época, teriam enormes dificuldades de sobrevivência.
A lição que aprendermos nessa história é que, quando vivemos pelas aparências, e não pela fé, podemos sofrer consequências graves. Nós nos revoltamos com Deus e o culpamos pelos nossos próprios pecados.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 123-124.
Um tempo em que as crises se agigantaram (1.3-5)
A fuga de Belém para Moabe foi marcada por muitos desastres na família de Elimeleque. Buscar refúgio fora da vontade de Deus é um consumado engano. Eles foram para Moabe em busca de sobrevivência e encontraram a morte. Eles foram buscar pão e encontraram a doença. Eles foram buscar vida e encontraram uma sepultura. A terra estrangeira não lhes deu segurança, mas um enterro.
Que tipo de crise aquela família enfrentou em Moabe?
Em primeiro lugar, a enfermidade. A doença é pior do que a escassez de pao. Eles saíram por causa da fome, mas não puderam fugir da doença. Elimeleque liderou sua família rumo a Moabe para fugir da fome, mas não conseguiu livrar sua família dos tentáculos da enfermidade.
Em segundo lugar, a morte. Elimeleque tombou em terra estrangeira. Ele morreu e deixou sua família órfã em terra estranha. A dor do luto é mais aguda do que a dor da pobreza. A escassez é menos dolorosa do que a morte. Dez anos se passaram. Malom e Quiliom casam-se em Moabe, e novamente uma luz de esperança volta a brilhar no caminho daquela família imigrante. A morte, porém, volta a rondar aquela família já marcada pelo sofrimento. De súbito, sem qualquer explicação, a vida jovem de Malom e Quiliom é ceifada em terra estrangeira. Noemi perdeu tudo: sua terra, seu marido, seus filhos, seus sonhos. Ela está velha, viúva, pobre, sem filhos, em terra estrangeira.
Ela não tem filhos nem descendentes. Sua semente vai ser cortada da terra. Sua memória vai se apagar, e ela, então, passa a alimentar-se de absinto. Ela introjeta uma amargura existencial assoladora na alma. Chega mesmo a mudar de nome. Não quer mais ser chamada de Noemi, mas de Mara, que significa amargura (1.20).
Em terceiro lugar, a viuvez. O livro de Rute é um drama que fala da história de três mulheres que ficaram viúvas, pobres, desamparadas e sem filhos. A matriarca Noemi perdeu não apenas o marido, mas também os filhos, e isso em terra estrangeira. Para ela, o futuro havia fechado as cortinas. A esperança fora enterrada na cova dos seus próprios mortos.
Em quarto lugar, a revolta contra Deus. Noemi, embora fosse uma mulher crente, cuja fé foi mantida intacta no Deus de Israel em terra paga, desenvolveu uma teologia errada acerca da providência divina. Ela passou a olhar para a vida com os óculos do pessimismo. Ela não acreditava no acaso nem no determinismo cego. Sua teologia, porém, estava errada, pois pensou que Deus estava descarregando sobre ela o Seu juízo. Ela deixou de ver um plano mais elevado e um propósito mais sublime no meio da tragédia (1.20,21).
LOPES. Hernandes Dias. Rute, Uma perfeita história de amor. Editora Hagnos. pag. 18-20.
Elimeleque… Noemi… Malom… Qulllom. Essas são as quatro personagens iniciais da história. Listar as personagens principais de uma narrativa fazia parte de um antigo modo de introduzir livros, na antiguidade.
Significados dos Quatro Nomes:
Elimeleque: Deus é meu Rei.
Noemi: Bela, amigável.
Malom: Enfermidade.
Quiliom: Completo, perfeito.
Esses nomes e seus significados têm sugerido, para alguns estudiosos, que a história prestes a ser relatada é apenas uma novela religiosa, e não uma narrativa histórica; mas isso apenas exagera a questão dos nomes e seus significados. Não obstante, esses significados são instrutivos no que diz respeito ao relato propriamente dito.
“Visto que se trata de um conto popular, o ponto de vista que devemos salientar na análise deve ser a perspectiva de um poeta ou de um contador de histórias, ou seja, a abordagem usada por John Bunyan (autor de O Peregrino), e não a abordagem de escritores como João Calvino… As parabolas de Jesus deveriam ser uma leitura obrigatória antes de o livro de Rute ser exposto e aplicado” (Louise P. Smith, in loc.). Assim expressou-se uma autora que não crê na historicidade do livro de Rute. Por outro lado, não há razão alguma para duvidarmos da historicidade desse relato bíblico, meramente por ser um lindo épico. Todos os estudiosos concordam que o livro é um notável exemplo antigo de épicos e idílios, uma gema entre as histórias breves de todas as épocas.
Efrateus. Esse era outro nome aplicado à aldeia de Belém. Ver Rute 4.11; Gên. 35.19; 48.7 e Miq. 5.2.
O nome Elimeleque (“Deus é Rei”), pode ser achado nas cartas de Tell Ell- Amarna (século XIII A. C.), embora não no período pós-exílico, quando já haviam desaparecidos nomes compostos com melech, “rei”. A Septuaginta alterou o nome dele para Abimeleque, sem nenhuma autoridade. O uso dos nomes antigos confirma a antiguidade da narrativa.
Morreu… morreram também ambos. Não nos é dito quanto tempo se passou entre a chegada da familia em Moabe e a morte de Elimeleque. Mas parece que a decisão de Noemi voltar a Belém ocorreu muito depois da morte de seu marido, visto que seus filhos cresceram e se casaram com mulheres moabitas, o que indica que a vida continuou normalmente, por algum tempo. E foi então que acabaram morrendo, igualmente, ambos os filhos de Noemi (vs. 5). Agora havia três viúvas morando na mesma casa: Noemi e suas duas noras, Rute e Orfa. E, finalmente, Noemi resolveu voltar a Judá e Rute preferiu acompanhá-la, ao passo que Orfa escolheu ficar em Moabe. Ao todo, cerca de dez anos se tinham passado, desde que Elimeleque e seus familiares haviam feito a viagem de Belém a Moabe (vs. 4).
O texto não dá a entender nenhum conflito em torno do fato de que os filhos de Elimeleque se casaram com jovens moabitas, uma das quais era Rute. Isso quebrou a tradição dos hebreus acerca de casamentos mistos com pagãos; mas provavelmente devemos entender que as mulheres se tinham convertido ao yahwismo, a fé dos hebreus. O trecho de Rute 1.16,17 sem dúvida subentende isso. Alguns eruditos têm pensado que o livro, tal como o de Jonas, é um tipo de João 3.16 do Antigo Testamento, tendo assumido uma abordagem mais universalista da fé religiosa e deixando cair por terra proibições e restrições inerentes ao antigo yahwismo.
[…] Rute se tornou a bisavó de Davi, o rei, e, por conseguinte, antepassada de Jesus, o Cristo.
Orfa… Rute.
Parece que o nome Orfa significa “teimosa”; mas dificilmente isso tem algo que ver com o alegado fato de que ela se mostrou rebelde e não acompanhou Noemi até Belém. Isso poderia ser verdade se o livro fosse mesmo uma novela religiosa, onde os nomes tivessem sido cuidadosamente escolhidos para retratar o caráter geral das personagens. O nome Rute quer dizer “amiga”, e, como é lógico, ela se mostrou grande amiga de Noemi. Outras derivações têm sido sugeridas, dizendo, por exemplo, que poderia significar “chuva”. Nesse caso, Orfa teria sido uma nuvem, e Rute teria sido uma chuva na vida de Noemi. Porém, a menos que o relato tivesse tido a intenção de ser uma representação poética do caráter e dos atos humanos, provavelmente isso é querer extrair demais do sentido dos nomes. O trecho de Rute 1.9 ss. sem dúvida não soa uma nota azeda no que toca a Orfa, embora, afinal, ela tenha preferido ficar em Moabe.
Casamentos Mistos. Ver em Deuteronômio 7.3 a lei que bania esse tipo de casamento, e onde ofereço comentários suficientes. Ver também I Reis 11.1-6 e Mal. 2.11 quanto aos maléficos resultados dos casamentos mistos religiosos. Através desse tipo de casamento, por muitas vezes a idolatria encontrava penetração em Israel.
Os dois casamentos mistos (com Orfa e Rute) não produziram filhos. E isso facilitou, até certo ponto, a decisão de Rute acompanhar Noemi, quando esta resolveu voltar a Belém.
O Targum sobre este texto faz de Rute a filha de Eglom, rei de Moabe; mas isso é uma exaltação desnecessária, sem nenhuma base em fatos históricos.
Os versículos 3 a 5 não fornecem detalhes sobre a morte de Elimeleque e seus dois filhos. No caso dos dois filhos, que se casaram “fora” de Israel, os comentadores judeus anelam por encontrar alguma forma de julgamento divino em operação. Alguma enfermidade ou acidente fatal sobrevieram aos homens, por causa desse e de outros pecados; mas o próprio texto sagrado não nos fornece indícios nessa direção.
Uma Tragédia. Cumpre-nos observar que a tragédia armou o palco para coisas maiores à frente. Os casamentos não resultaram em filhos, o que também representava uma calamidade, de acordo com a mentalidade dos antigos. Além disso, as duas mulheres tiveram de viajar sozinhas. No entanto, lá em Judá, Boaz estava esperando a chegada de Rute, um acontecimento que já havia sido determinado pela Providência divina, desde todos os tempos. “Muitas são as aflições do justo” (John Gill, in loc.), mas de todas elas o Senhor nos livra, e, finalmente, nos concede graça e glória.
Por enquanto, ainda não havia um herdeiro. Uma nova linhagem haveria de ter início. Davi estava esperando, Três gerações adiante, depois de Rute. E Jesus, muitas gerações mais tarde, estava esperando, pois Ele foi um descendente de Rute.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1097-1098.
SINÓPSE I
A crise econômica na Judeia e as fatalidades no seio familiar de Noemi e Rute tornaram a aliança entre elas ainda mais forte.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
“Noemi e Rute: Uma história de bênçãos
A história de Noemi e Rute é marcada por uma série de bênçãos. Primeiro Rute abençoa Noemi ficando com ela. Então Noemi abençoa Rute, ajudando-a a encontrar um marido.
Boaz subsequentemente abençoa Rute com um lar, e Deus os abençoa com um filho. Depois, as mulheres de Belém dizem a Noemi que ela é abençoada com uma nora que vale mais do que sete filhos.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo Mulheres Marcantes da Bíblia, editada pela CPAD, pp.89-96.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
O CUIDADO DE DEUS EM TEMPOS DE AFLIÇÃO
“A história de Rute desenrola-se durante o período dos juízes. Ela revela que durante a deplorável apostasia moral e espiritual daqueles dias, havia um remanescente fiel que continuava a amar e obedecer a Deus.
O livro salienta o fato de que Deus opera na vida daqueles que permanecem fiéis a Ele e à sua Palavra. Embora Noemi fosse uma fiel seguidora do Senhor, experimentou grande adversidade. Ela e a sua família sofreram os efeitos da fome, e tiveram que abandonar sua própria casa. Além disso, ela perdeu seu marido e seus dois filhos. Parecia que o Senhor a abandonara e até mesmo se voltara contra ela.
A história de Rute, no entanto, revela que Deus continuava cuidando dela, inclusive agindo através de terceiros, para socorrê-la em suas necessidades.
Como no caso de Noemi, o crente fiel e leal a Cristo pode experimentar grandes adversidades na sua vida. Tal fato não significa que Deus o abandonou ou que está castigando. As Escrituras frisam, repetidas vezes, que Deus continua, com todo o amor, a fazer todas as coisas cooperarem para o nosso bem em tempos de aflição” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.422).
II – SUPERANDO AS CRISES EXISTENCIAIS
1. Noemi decide voltar à sua terra (Rt 1.6-8).
Viúva com suas duas noras moabitas, Orfa e Rute, também viúvas, Noemi resolve voltar à sua terra na Judeia depois de 10 anos longe (Rt 1.4). Era uma mulher envelhecida e, por isso, resolveu liberar suas noras Orfa e Rute para que voltassem às suas famílias de origem em Moabe.
Orfa aceitou a liberação de sua sogra e voltou para sua família, mas Rute resolveu ficar com Noemi (Rt 1.15-18). Provavelmente, Noemi pensou que Deus a estivesse castigando com todos os sofrimentos experimentados, e não imaginava o plano divino em todas aquelas circunstâncias.
Na decisão de Rute, nascia uma amizade profunda entre nora e sogra, entre duas mulheres que seriam experimentadas pelo sofrimento. Aprendemos com o apóstolo Paulo que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28 – NAA).
COMENTÁRIO
Noemi, viúva com suas duas noras moabitas, Orfa e Rute, também viúvas, resolve voltar à sua terra na Judeia. Noemi tivera notícias de que a sua Belém Efrata e toda a terra da Judeia estavam outra vez produzindo grãos em abundância. Depois de dez anos de luta e escassez, Noemi toma o caminho de volta à sua terra de Judeia. Sentindo-se uma mulher envelhecida, conversou com suas noras viúvas, Orfa e Rute, e as liberou para que voltassem às suas famílias de origem em Moabe. Orfa aceitou a liberação de Noemi e voltou para sua família, mas Rute resolveu ficar com sua sogra.
Imaginemos o estado de espírito de Noemi, que deve ter pensado que Deus a estivesse castigando com todos os sofrimentos experimentados, mas não podia imaginar o plano presciente do Senhor em todas aquelas circunstâncias. Aprendemos com o apóstolo Paulo que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28, NAA).
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 126-127.
Espalharam-se as notícias de que a fome terminara em Belém de Judá. E assim, nada tendo em Moabe, não havia razão para Noemi não retornar à sua terra natal. Suas raízes a estavam chamando. São necessárias razões muito poderosas para ‘uma pessoa não dar ouvidos a esse tipo de chamado. Noemi estava ouvindo e obedeceu. Outrossim, ela não gostava muito de Moabe e de sua crassa idolatria. Acresça-se que Moabe se tinha tornado para ela um lugar de retrocesso e tragédia, ao passo que Belém representava memórias muito agradáveis e gratas.
Então. A introdução havia terminado. E agora a narrativa propriamente dita começava. E isso com outra viagem de Noemi, de volta a Belém de Judá. Voltar para casa estava em seu coração, e logo ela passaria a agir nesse sentido. Deus tinha “visitado” Belém com um período de fome, que os antigos geralmente tomavam como prova de que havia em andamento um juízo divino; mas agora Ele também havia “visitado” o Seu povo com abundância de víveres, um ato benévolo da Providência divina. Ver em Êxo. 20.5 e Amós 3.2 a fome como uma expressão de julgamento divino; e ver em Êxo. 4.31; Jer. 29.10 e Sal. 84 a abundância de alimentos como uma expressão de bênção divina.
Diante de nós temos uma narrativa. De fato, trata-se de uma das mais belas histórias breves de todos os tempos. Cinquenta e nove dos oitenta e quatro versículos do livro contêm diálogos, a começar pelo oitavo versículo. A narrativa na terceira pessoa muda para conversação. As chuvas tinham preparado o caminho para a abundância, e Noemi agora se encaminhava para a abundância, em todos os sentidos da palavra.
De volta para a terra de Judá. “Retornar” é a ideia-chave aqui. Deus sempre abre diante de nós boas reversões, por meio das quais podemos prosperar. Falamos em reversões da sorte. Na realidade, porém, a vontade divina manifesta- se nas boas reversões. Nada acontece por mero acaso. Ver no Dicionário os artigos chamados Providência de Deus e Teísmo.
Parecia que o retorno aplicar-se-ia somente a Noemi, mas a vontade de Deus promoveu um plano mais amplo. Na verdade, o que estava prestes a ocorrer era a viagem de Rute para Belém, que teria repercussões históricas e proféticas. Algumas vezes, o arrependimento é um retorno; mas nesse caso o retorno consistiu em seguir ativamente a vontade de Deus. Vamos e voltamos, sempre de acordo com a vontade de Deus. Parece que tanto Orfa quanto Rute acompanharam Noemi por alguma distância. Mas parecia que a acompanhariam somente por uma parle do caminho. Rute, entretanto, continuou a acompanhá-la, o que constituiu uma surpresa para Noemi, uma reversão da decisão inicial. Oh, Senhor, concede-nos tal graça! Orfa só foi até a fronteira que separava os territórios de Moabe e Judá. Mas o destino de Rute ficava para além daquela fronteira.
Noemi, uma boa sogra, tinha obtido o afeto leal de suas duas noras. Como é óbvio (ver o décimo versiculo), até mesmo Orfa tencionava ir para Judá; mas Noemi convenceu-a a ficar em Moabe, juntamente com seu povo. Por sua parte, Rute não conseguiu ser convencida a voltar para seu povo. Seu coração já lhe estava falando sobre um Novo Dia, que esperava por ela na estrangeira terra de Judá.
Voltai cada uma à casa de sua mãe. Seria apenas natural pensar que uma “mãe” estava esperando por Orfa, e outra “mãe” estava esperando por Rute. Ambas, sem dúvida, seriam bem acolhidas na casa de seus pais. Ali teriam um suprimento natural de tudo o que poderiam precisar, e não sofreriam necessidade alguma. O Senhor (Yahweh) sem dúvida abençoaria a ambas, cada qual na casa de seu pai; e Noemi seria abençoada em Belém. As localizações geográficas não podem impedir as Bênçãos de Deus, embora, algumas vezes, possam facilitá-las. Noemi estava pensando “racionalmente”. No caso de Orfa, Noemi estava certa. No caso de Rute, porém, a vontade de Deus tinha algo diferente em vista, que as racionalizações de Noemi não poderiam perscrutar. O trecho de Rute 2.11 mos-tra-nos que pelo menos ainda vivia o pai de Rute. Sem dúvida ele gostaria muito de acolher em sua casa a filha viúva. Por outro lado, Deus é o Pai Supremo, que cuida das pessoas melhor do que os mortais. Rute, pois, dirigiu-se com passos firmes ao seu destino.
“O amor de Noemi não era egoísta. A companhia de Rute e de Orfa, sem dúvida alguma, teria sido um grande consolo para ela. Contudo, não queria que elas se sacrificassem por sua causa. Ambas tinham Mãe e um lar. Talvez Noemi não conseguisse garantir um lar para elas em Belém” (Ellicott, in loc.). Noemi estava pensando em termos de um novo casamento para as duas mulheres moabitas; e, naturalmente, as duas mulheres moabitas teriam melhores chances de casarem-se de novo em Moabe, e não em Israel, onde esse casamento misto seria desencorajado, se não mesmo abertamente condenado.
O Senhor use convosco de benevolência. A vontade de Deus, segundo se esperava, era benévola (no hebraico, hesed), porquanto “Deus amou o mundo de tal maneira” (João 3.16). As duas noras de Noemi sem dúvida eram merecedoras da benevolência divina. E, assim sendo, Noemi garantiu que ELAS deveriam procurar essa benevolência entre a sua própria gente. A bondade de Deus não se limita a fronteiras nacionais. O Pacto Abraâmico envolve todos os povos, especialmente depois que foi universalizado em Cristo. Quanto ao Pacto Abraâmico, ver as notas expositivas em Gên. 15.18.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1098.
2. Rute conhece o Deus de sua sogra (Rt 1.16).
Rute declarou de coração sincero à sua sogra Noemi: “o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rt 1.16). Ela teve um gesto de amor exemplar para com Noemi. A convivência com a sogra levou Rute a conhecer o Deus de Noemi. A despeito dos sofrimentos e necessidades vividos dentro daquela família, a moabita descobriu que o Deus de sua sogra era o Deus verdadeiro, que supre as nossas necessidades (Fp 4.19).
Rute apegou-se à Noemi, não só pelos laços familiares, mas também pela fé no Deus de Israel porque a sua sogra dava o exemplo de uma mulher temente a Deus. Quando sogra e nora estão unidas na presença de Deus é uma bênção para toda a família. Por intermédio dessa união, Deus traz provisões extraordinárias para as necessidades familiares.
COMENTÁRIO
A devoção e a lealdade de Rute para com Noemi foram juradas em nome do Deus de Israel: cuidar da sogra e ter total lealdade com ela, reconhecendo, por esse modo, que o Deus de Noemi seria também o seu Deus. E Rute declarou a Noemi: “o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus” (Rt 1.16). Rute recusa-se a deixá-la e reafirma sua determinação de ir aonde Noemi for e de permanecer onde Noemi permanecer. No mesmo texto, ela diz a Noemi: “onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu”.
Essa declaração de Rute para sua sogra era mais que um gesto de amor; era a sua alma apegada com a alma de Noemi. Sua convivência com Noemi a levou a conhecer o Deus de Noemi. A despeito de todos os sofrimentos e necessidades vividos dentro daquela família, Rute descobriu que o Deus de sua sogra era o Deus que é Espírito e Verdade e que supre as necessidades dos seus servos.
Rute se apegou à sua sogra Noemi não só pelos laços familiares, mas também pela fé que Noemi ainda tinha para com o seu Deus. Noemi dava o exemplo de uma mulher temente a Deus que confiava no seu poder de providência.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 127.
O relacionamento marcado pelo amor está disposto a assumir novos compromissos (1.16b). Rute diz a Noemi: “ […] o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus”. Rute está pronta a começar novos relacionamentos com os homens e com Deus. Ela está disposta a fazer rompimentos com o passado e novas alianças com o futuro. Ela está disposta a deixar sua terra e seus deuses para abraçar o povo de Deus e o Deus desse povo. Rute não apenas ama a sua sogra, mas se converte ao Deus de sua sogra e adota o povo de sua sogra como o seu povo.
LOPES. Hernandes Dias. Rute, Uma perfeita história de amor. Editora Hagnos. pag. 41.
Não me instes para que te deixe. É provável que esses dois versículos sejam a passagem mais conhecida do livro de Rute, pois têm sido citados incessantemente por todos os séculos. Têm sido usados nas cerimônias de casamento e fazem parte dos votos tomados.
Uma forma dessa adivinhação consiste em prender uma tesoura dentro de uma Bíblia, de modo que fiquem de fora, pelo lado de cima da Bíblia, as orelhas da tesoura, de forma a poderem ser usadas como pontos de apoio onde a pessoa põe seus dedos indicadores. A Bíblia, assim elevada, serve de eixo em torno do qual a tesoura gira. Perguntas são feitas. As respostas “sim” ou “não” são dadas de acordo com o giro da Bíblia para a direita ou para a esquerda. É fácil, porém, demonstrar que qualquer livro assim preso por um fio, com a tesoura estendendo-se acima, dará respostas pelo mesmo método. As experiências com essa estranha forma de adivinhação mostram que o que está em operação é a psicocinese, ou seja, o poder da mente para mover objetos. As experiências também têm demonstrado que a Bíblia ou outros livros que girem assim não dão respostas desconhecidas para as pessoas presentes, ou que estejam experimentando o jogo, pois tudo não passa de uma brincadeira, sem mais nem menos. Não é algo nem divino nem diabólico. É algo humano, dependendo do poder da mente para mover objetos, sem que haja contato físico.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1099-1100.
📜𝐑𝐄𝐋𝐀ÇÃ𝐎 𝐒𝐎𝐆𝐑𝐎 𝐗 𝐆𝐄𝐍𝐑𝐎 𝐍𝐀 𝐁Í𝐁𝐋𝐈𝐀
❤🔥 𝑴𝒊𝒏𝒉𝒂 𝑨𝒎𝒂𝒅𝒂 𝑬𝑩𝑫 𝒏𝒐 𝑰𝒏𝒔𝒕𝒂𝒈𝒓𝒂𝒎
🟠 𝐋𝐚𝐛ã𝐨 𝐱 𝐉𝐚𝐜ó (𝐆𝐧 𝟐𝟗 – 𝟑𝟏)
Labão se aproveitou de Jacó e Jacó se Sentiu injustiçado pelo Sogro. O problema se deu porque se confundiu relação de trabalho com relação familiar.
🟠 𝐒𝐚𝐮𝐥 𝐱 𝐃𝐚𝐯𝐢 (𝟏 𝐒𝐦 𝟏𝟖)
No começo foi benção, porém Saul invejou o sucesso de Davi e se sentiu ameaçado. O problema aqui é o do sogro que não percebe que o sucesso do genro é o sucesso da sua família. Porém as atitudes de Davi foram sempre de respeito e submissão.
🟠 𝐎 𝐓𝐢𝐦í𝐧𝐢𝐭𝐚 𝐱 𝐒𝐚𝐧𝐬ã𝐨 (𝐉𝐳 𝟏𝟓:𝟏-𝟔)
Sansão fui um genro que só trouxe confusão para casa de seu sogro devido a seu gênio explosivo. O problema aqui é o do genro mimado (Jz 15:1) que permite que seus problemas reverberem até a casa do seu sogro (Jz 15:6).
🟠 𝐏𝐨𝐭í𝐟𝐞𝐫𝐚 𝐱 𝐉𝐨𝐬é (𝐆𝐧 𝟒𝟏:𝟒𝟓)
Potífera foi um sacerdote pagão (Gn 41:45); Apesar da Bíblia não relatar sua relação com José, podemos entender, pelo caráter de José, que a relação entre os dois foi amistosa apesar de terem fés distintas.
🟠 𝐉𝐞𝐭𝐫𝐨 𝐱 𝐌𝐨𝐢𝐬é𝐬 (𝐄𝐱 𝟏𝟖)
Era uma relação muito boa, saudável e exemplar. Moisés foi um exemplo de fé para Jetro (Gn 18:10-12) e Jetro foi um conselheiro para Moisés (Gn 18:14-27). Essa relação é o modelo Bíblico para relação Sogro x Genro.
❤🔥 𝑴𝒊𝒏𝒉𝒂 𝑨𝒎𝒂𝒅𝒂 𝑬𝑩𝑫 𝒏𝒐 𝑰𝒏𝒔𝒕𝒂𝒈𝒓𝒂𝒎
3. Unidas contra a crise.
Toda família pode passar um período em que parece que não há perspectiva de mudança diante de uma situação difícil. Como no caso de Noemi, às vezes, a família parece chegar a “um beco sem saída” para a vida material, emocional e, até mesmo, espiritual.
Até certo ponto isso é natural, pois quando nos deparamos com determinadas crises, nossa visão tende a ficar embaçada e limitada. Entretanto, a Palavra de Deus diz: “Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31).
Deus é pelo seu povo. Isso não é diferente com a nossa casa. A providência de Deus pode começar no relacionamento entre os membros da família. Ora, no momento de uma crise familiar, a última coisa que pode acontecer é uma “guerra” entre seus membros. Já imaginou como ficaria muito mais pesada a carga de Noemi e Rute se elas não estivessem unidas? Sim, Rute, a nora de Noemi, foi capaz de superar as crises de sua casa, e da sua sogra, com uma visão de esperança, paciência e tenacidade para superar todas as dificuldades da família. Sua perspectiva de fé animou sua sogra e, juntas, contemplaram o agir de Deus em favor de sua família.
COMENTÁRIO
Então se pergunta: O que são crises existenciais? Geralmente a crise existencial surge quando nos questionamos acerca de vários aspectos da nossa vida, como a própria existência, o lugar no mundo, o propósito da vida e o motivo de estar aqui. Alguns sentimentos de medo, de ansiedade e de culpa, provocados por descontentamento com a vida, são elementos condutores para a depressão. Temos outra história de um grande homem de Deus que, depois de grande sucesso ministerial, acossado pelo inimigo, quis deixar tudo. Esse foi o caso do profeta Elias (1 Rs 19.4,10).
O que levou Noemi a ter uma crise existencial? De repente, morrem o marido e os dois filhos. Tudo isso provocou em Noemi uma crise existencial enorme com a qual se vitimou e entrou num estado de desânimo em continuar viva. Noemi chegou a declarar para suas noras: “Não, filhas minhas, que mais amargo é a mim do que a vós mesmas; porquanto a mão do Senhor se descarregou contra mim” ou como está na Bíblia Nova Versão Internacional “a mão do Senhor voltou-se contra mim” (Rt 1.13). A sua sensação era a de ter contribuído com seu marido para tomarem decisões erradas quando saíram de Belém e foram para Moabe. Assim que Noemi chegou à sua terra em Belém da Judeia, os antigos se lembraram dela e a receberam, mas ela, dominada ainda por um sentimento de humilhação, pediu ao povo da cidade que não a chamasse pelo nome Noemi, mas a chamassem “Mara”, porque grande era a sua amargura (Rt 1.20).
Noemi chegou a um ponto de sua vida pessoal em que não via nenhuma saída racional para solucionar seu dilema. Ela estava vivendo a falta de perspectiva na vida e achava que nada podia mudar aquela situação. A sensação que Noemi tinha era de que havia chegado a “um beco sem saída” para sua vida física, emocional e até mesmo espiritual, porque havia perdido a esperança.
Nossa visão da vida quando nos deparamos com crises se torna embaçada e limitada. Mas sabemos que podemos superar esses problemas com uma atitude de fé no Deus de toda provisão e declarar como o apóstolo Paulo ao dizer aos romanos perseguidos em Roma: “Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31).
Noemi fora dominada por uma crise existencial de tal modo que via a Deus apenas como aquEle que a abandonou. Seus sentimentos tornaram-se amargos e Noemi não esperava mais nada, senão a morte. Porém, sua nora Rute foi capaz de superar as crises de sua casa e da sua sogra com uma visão de esperança, paciência e tenacidade.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 124-127.
O relacionamento marcado pelo amor está disposto a fazer novas caminhadas (1.16). Rute disse: “ […] porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu…”. O amor não faz exigências. Ele tem disposição para enfrentar novos desafios. Ele se sacrifica a favor da pessoa amada. Rute está pronta a deixar sua terra, sua parentela, sua religião, para caminhar na companhia de sua sogra, sem garantias do amanhã.
LOPES. Hernandes Dias. Rute, Uma perfeita história de amor. Editora Hagnos. pag. 41.
Dedicação Total: Rute não conseguia separar-se de Noemi. Esse impulso vinha de dentro dela, de sua própria alma, visto que o destino dela estava em jogo, e esse destino dependia de sua ida para Belém de Judá. Ela estava destinada a tornar-se a bisavó do rei Davi, e uma das antepassadas de Jesus, o Cristo. Isso não poderia tornar-se uma realidade se ela voltasse, juntamente com Orfa, para a terra dos moabitas.
Elementos da Dedicação:
Insistências contrárias ao destino que começava a descortinar-se tinham de parar imediatamente, antes que impedissem Rute de cumprir o propósito que a estava chamando desde o fundo do coração. Algumas vezes é melhor confiar no coração do que na mente.
Rute tinha de seguir Noemi, a qual estava avançando na direção em que o destino dela a guiava. Continuamos a avançar quando não parece haver outra saída senão continuar avançando.
Similaridade de localização geográfica precisava ser conseguida, para que o propósito tivesse cumprimento. Havia um “lugar certo” para que o drama futuro começasse a acontecer.
O povo de Noemi teria de ser o povo de Rute. Como Rute poderia vir a ser a bisavó de Davi, o rei, se não fosse viver em Belém? Somente ali ela poderia participar da comunidade que haveria de produzir, finalmente, o rei, e então, o Rei Messias.
Embora a morte haveria de separar as duas, chegado o tempo de Noemi morrer, o propósito já teria operado na vida de Rute, quando isso acontecesse. Não fica claro se Rute já tinha recebido ou não a noção da imortalidade. Esse conceito, de modo geral, só começou a ser aceito em Israel quando do período intermediário entre o Antigo e o Novo Testamento. Mas figura com clareza nos Salmos e nos Profetas, pois foi então que o conceito passou a crescer em Israel. O trecho de Ezequiel 32.21-30 dá a entender que cada nação tem o seu próprio lugar no sheol, e, nesse caso, mesmo naquele lugar espiritual continuaria a identificação de Rute com Israel. Porém, é duvidoso que a declaração feita aqui por Rute queira dar a entender qualquer coisa dessa natureza.
Invocação de alguma espécie de juízo se o intuito divino não se cumprisse. “A decisão de Rute era tão definitiva que incluía referência à morte e ao sepultamento. Ela ficaria com Noemi até a morte e mais além. A fim de selar a qualidade de sua decisão, Rute invocou o julgamento, da parte do Deus de Israel, se ela viesse a trair seu compromisso de lealdade para com a sua sogra” (John W. Reed, in loc).
Uma nova fé religiosa, com o consequente abandono dos antigos caminhos e sua idolatria, tornaria possível o cumprimento de todas as provisões do compromisso assumido.
“Nunca antes se fizera uma tão perfeita rendição de sentimentos amigáveis para com um amigo” (Adam Clarke, in loc). Rute não abandonou Noemi; antes, continuou a segui-la; alegremente abandonou seu próprio país e seu próprio povo, e com idêntico júbilo adotou um novo povo. A resolução dela foi mais forte do que a própria morte.
Uma Lição Inesquecível. Um elemento conspícuo desses dois versículos não deveria jamais ser negligenciado. Rute sabia, lá em sua própria alma, o que o seu destino requeria dela. Essa convicção interior e esse conhecimento foram capazes de derrotar os argumentos de sua sogra, que insistia em que ela seguisse um curso “lógico”, o qual, contudo, lhe era prejudicial.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1100.
SINÓPSE II
A lealdade entre Noemi e Rute é evidenciada na decisão de ambas, uma indo e a outra ficando, a fim de superarem juntas, em Deus, todas as dificuldades.
AUXÍLIO VIDA CRISTÃ
DEUS HONRA AOS QUE PERMANECEM FIÉIS
“No mundo antigo, não havia quase nada pior do que ser uma viúva. Muitas pessoas tiravam vantagem das viúvas ou as ignoravam. Elas eram quase sempre atingidas pela pobreza. Portanto, a Lei de Deus ordenava que o parente mais próximo do marido falecido cuidasse da viúva. Mas Noemi não tinha parentes em Moabe, e não sabia se algum dos parentes do marido estavam vivos em Israel.
Mesmo em uma situação desesperadora, Noemi teve uma atitude altruísta. Embora ela tenha decidido voltar para Israel, encorajou Rute e Orfa a permanecerem em Moabe e recomeçarem suas vidas, mesmo que isto trouxesse dificuldades para ela. Belém ficava a aproximadamente oito quilômetros a sudoeste de Jerusalém. A cidade era cercada por oliveiras e campos verdejantes. Suas colheitas eram abundantes.
Certamente, o retorno de Rute e Noemi a Belém foi parte do plano de Deus, porque nesta cidade nasceria Davi (1Sm 16.1). Como previsto pelo profeta Miqueias (Mq 5.2), Jesus Cristo também nasceria neste lugar. Portanto, esta mudança foi mais do que mera conveniência para Rute e Noemi. Ela propiciou o cumprimento das Escrituras” (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p.422).
III – FÉ E TRABALHO NUMA NOVA PERSPECTIVA
1. A chegada à terra do pão (Rt 1.19).
A chegada das duas mulheres viúvas à Judeia, mais especificamente a Belém, depois de 10 anos, causou alvoroço na cidade (Rt 1.19). Os antigos conhecidos de Noemi queriam saber o que havia acontecido com sua família. Ela ainda era uma mulher amargurada com as duras experiências passadas em Moabe e preferia ser chamada de “Mara” cujo significado no hebraico é “amarga” (Êx 15.23). Sua queixa se resumia a declarar que Deus parecia tê-la abandonado.
Entretanto, o Senhor estava no comando da sua vida para um propósito maior do que ela poderia imaginar. Sua humilhação e tristeza começaram a ser transformadas em alegria.
Assim, quando Noemi e Rute empreenderam a viagem para a Judeia, havia uma nova esperança em seus corações. Rute se tornara uma mulher de fé disposta a superar a crise de subsistência, confiando inteiramente no Deus de sua sogra. Então, sogra e nora agora estão juntas vivendo da fé, como a Bíblia diz: “o justo viverá da sua fé” (Hc 2.4; Rm 1.17).
COMENTÁRIO
A chegada das duas mulheres viúvas depois de dez anos alvoroçou a cidade de Belém, e os antigos conhecidos de Noemi queriam saber o que havia acontecido com sua família.
Noemi ainda era uma mulher amarga com as duras experiências passadas em Moabe e preferia ser chamada “Mara”, cujo significado no hebraico é “amarga” (cp. Êx 5.23). Noemi se considerava uma pessoa de vida amarga que havia saído com recursos financeiros, mas volta completamente pobre. Sua queixa se resumia a declarar que o Todo-Poderoso, o El-Elyon ou El-Shadday, o Deus Onipotente, parecia tê-la abandonado.
Entretanto, Deus estava no comando da sua vida para um propósito maior do que ela poderia imaginar. Sua humilhação e tristeza foi transformada em alegria e recuperação das perdas até então.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 128-129.
[…] uma comoção geral (1.19). A chegada de Noemi e Rute a Belém chamou a atenção de toda a cidade.
Elas ganharam notoriedade não pelo sucesso alcançado em Moabe, mas pelas tragédias colhidas naquelas plagas. Toda a cidade se comoveu ao ver aquela que saíra ditosa e voltara pobre. Saíra casada e voltara viúva. Saíra com dois filhos e voltara apenas com o atestado de óbito de ambos.
O que provoca espanto e comoção em Belém é o retorno de Noemi depois de tantas perdas, de tantas tragédias, de tantos desastres.
LOPES. Hernandes Dias. Rute, Uma perfeita história de amor. Editora Hagnos. pag. 42.
Não é esta Noemi? Todos se surpreenderam ao ver Noemi de volta a Israel. A chegada dela fez a cidade inteira comentar, como se fossem um enxame de abelhas, o que é sugerido pela palavra onomatopéica que aparece no texto hebraico. Cf. I Sam. 4.5; I Reis 1.45; Miq. 2.12 quanto a outros usos dessa mesma palavra. O som da palavra hebraica é hoom, muito parecida com o vocábulo inglês hum, “zumbido”. Essa palavra veio a ser empregada para indicar qualquer tipo de ruído, clamor ou agitação.
A viagem era de apenas oitenta quilômetros; mas era necessário vadear ou de outro modo atravessar os rios Amom e Jordão. Os judaítas não tinham certeza se a mulher que viam era mesmo Noemi. Os anos e a viagem a tinham abatido, em suas forças e em sua aparência. As mulheres judias é que fizeram as observações registradas neste versículo, visto que, no original hebraico, o verbo é feminino, uma característica bastante rara nas linguagens.
Sem dúvida, Belém era uma minúscula aldeia, pelo que todos conheciam Noemi. Aben Ezra observou que tanto Elimeleque quanto Noemi tinham sido cidadãos destacados de Belém; mas o próprio texto sagrado não diz isso, e o ponto é impossível de determinar.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1100.
2. Recuperando a autoestima (Rt 1.15-18).
Rute deu uma demonstração de carinho e amor por Noemi que a fez entender que ainda havia esperança. Elas haviam chegado à Belém no “princípio da colheita das cevadas” (Rt 1.22). Se em Moabe a situação era precária, em Belém havia esperança de “não faltar nada” para ambas.
Rute usou sua perspicácia para suprir a necessidade da casa (Rt 2.2). Essa atitude contribuiu para que Noemi levantasse seu estado de espírito e sua autoestima. É muito importante que, na família, haja pessoas dispostas animar às outras.
COMENTÁRIO
Ao chegarem a Belém, na Judeia, toda a cidade se comoveu pela pobreza de Noemi e Rute, mas também pelo rosto triste de Noemi.
Sua autoestima estava baixa. Sabemos que a autoestima pode ser construída a partir de experiências pessoais no campo das emoções. Porém, Rute, a nora amável e dedicada à sua sogra, foi capaz de levantar a autoestima de Noemi instilando esperança e confiança, para que, pelo amor e carinho demonstrado, ela erguesse a cabeça.
Noemi custou a deixar de andar cabisbaixa e com sinais de amargura, culpando a Deus pelo seu estado físico e material de pobreza. O Senhor permitiu que a nora estrangeira se convertesse ao Deus de Israel e se tornasse o canal da bênção de recuperação da vida de Noemi.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 129-130.
A devoção de Rute, 1.15-18
Noemi pediu mais uma vez para que Rute voltasse, mas a jovem permaneceu firme.
Sua resposta é uma das mais memoráveis promessas de devoção e amor encontradas em toda a literatura: Não me instes para que te deixe e me afaste de ti; porque, aonde quer que tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e ali serei sepultada; me faça assim o Senhor e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti (16,17).
Esta terna amizade humana é similar à de Davi e Jônatas (1 Sm 20.17,41) e à de Cristo e os apóstolos (Jo 15.9,15). Além disso, é o reflexo de uma firme decisão religiosa. Rute estava determinada a abandonar os deuses de Moabe e tornar-se seguidora do Deus de Israel juntamente com Noemi. Ela viu alguma coisa nas vidas e na fé daqueles israelitas que fez com que ela se aproximasse não apenas deles, mas também do Senhor Jeová.
O fato de Rute ser recebida na situação em que estava pode indicar que as restrições divinas contra os descendentes de Moabe haviam sido removidas (Dt 23.3) ou que tais restrições se aplicavam apenas aos moabitas do sexo masculino.
“A grande escolha de Rute” é resumida nos versículos 14 a 18 num retrato preciso da opção que uma pessoa faz quando se torna um cristão. Ela foi (1) uma escolha de convicção, e não de emoção, conforme se vê no contraste com Orfa (v. 14); (2) uma escolha feita apesar de todas as dificuldades (veja w. 11-13); (3) a escolha em favor de um povo (v. 16); (4) a escolha de um objeto supremo de devoção (v. 16); (5) uma escolha sem opção de voltar atrás (w. 17,18).
Clyde Ridall. Comentário Bíblico Beacon. Rute. Editora CPAD. pag. 163.
3. A honra do trabalho no campo de Boaz (Rt 2.8-17).
Havia um campo que pertencia a um parente de Elimeleque, chamado Boaz (Rt 2.1). Rute foi para esse campo de cevada a fim de ajuntar as espigas que os segadores abandonavam, prática permitida e concedida aos pobres pela lei mosaica (Dt 24.19-21). Assim, Rute se dispôs a trabalhar pelo seu sustento e de sua sogra, Noemi (Rt 2.7).
Ela teve iniciativa e persistência, não teve medo de correr riscos (Rt 2.2), estava determinada e disposta para alcançar o objetivo desejado. Mais adiante, ao descobrir a generosidade dessa estrangeira para com sua sogra, Boaz ofereceu seu campo, sua proteção e se tornou o provedor de Noemi e Rute.
COMENTÁRIO
Rute deu uma demonstração de amor por Noemi quando vai para um campo de cevada que pertencia a um parente de Elimeleque e ajunta as espigas que os segadores deixavam para traz, prática permitida e concedida aos pobres pela Lei mosaica (Dt 24.19-21).
Rute não cruzou os braços esperando que o trabalho lhe viesse às mãos. Ela saiu em busca de trabalho durante todo o dia até juntar um tanto suficiente para si mesma e para sua sogra. Sua diligência no trabalho e sua perseverança em ajuntar espigas e grãos chamou a atenção do senhor do campo, chamado Boaz. Ela não estava furtando grãos nem fazendo qualquer ato ilegal. Com atitude correta e com fé, Rute conseguiu colher restolhos de espigas deixadas para trás pelos trabalhadores de Boaz. O trabalho dignifica o trabalhador, e Rute demonstrou sua lealdade e beneficência para com sua sogra.
Rute deu uma demonstração de carinho e amor por Noemi que a fez entender que ainda havia esperança. Elas haviam chegado a Belém “no princípio da sega das cevadas” (Rt 1.22), ou seja, quando a colheita de cevada estava começando. Se em Moabe a situação era precária, agora em Belém havia esperança de “não faltar pão em sua mesa”. Rute usou sua perspicácia feminina para suprir a necessidade da casa, sem praticar qualquer ato ilegal.
Ao ser notada pelos trabalhadores do campo e por Boaz, Rute foi alvo da simpatia desse homem. Rute acreditava na força do trabalho, por isso, não teve medo de correr riscos (Rt 2.2), mas foi determinada e disposta para usar o máximo de suas forças mentais e físicas pelo seu sustento e da sua sogra, Noemi (Rt 2.7).
Boaz, ao descobrir essa estrangeira simpática e bondosa, tendo conhecimento da generosidade dela para com sua sogra, ofereceu seu campo, sua proteção e se tornou o provedor de Noemi e Rute.
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 130-131.
Boaz conversa com Rute, 2.8-13
Boaz conversou com Rute e a instruiu para que ficasse perto das moças cujo trabalho era juntar o feixe de espigas depois de os segadores terem tirado os grãos. A expressão: não ouves, filha minha? (8) sugere que Boaz era mais velho que Rute. Ele ordenara aos rapazes que não a molestassem. Ela recebeu permissão para beber água dos vasos trazidos pelos próprios servos de Boaz.
Quando Rute expressou sua surpresa por ser tratada tão generosamente, apesar de sua condição de estrangeira, Boaz respondeu que ele já fora informado da bondade com que Rute tratara sua sogra Noemi desde a morte de seu marido e que, naquele momento, ela deixara seus pais e sua terra natal para habitar entre estrangeiros. Lealdade e fé religiosa sincera são companheiras de toda pessoa de bom raciocínio. O Senhor galardoe o teu feito, disse Boaz, e seja cumprido o teu galardão do Senhor, Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar (12) – outra indicação do caráter religioso da grande escolha de Rute (cf. comentário de 1.16,17). Ela se tornou uma prosélita judaica.
Rute come com Boaz, 2.14-16
Na hora da refeição do meio do dia, Rute foi convidada por Boaz para comer com ele e seus segadores. A refeição consistiu de trigo tostado e pão molhado no vinagre (14), que pode ter sido vinho amargo ou vinagre de vinho. Levantando-se ela a colher (15) indica que Rute deixou o grupo e voltou à sua tarefa antes de os trabalhadores retornarem ao trabalho. Então Boaz instruiu seus servos para que favorecessem Rute e não fizessem algo que a embaraçasse.
Clyde Ridall. Comentário Bíblico Beacon. Rute. Editora CPAD. pag. 164-165.
SINÓPSE III
A chegada a Belém, o trabalho de Rute e a descoberta de um possível remidor reacenderam a esperança e autoestima em Noemi.
IV – RUTE ENCONTRA O REMIDOR DA FAMÍLIA
1. Rute descobre o remidor de Noemi (Rt 4.1-9).
Ao se dispor a apanhar restos das espigas deixadas pelos empregados de Boaz, Rute descobre que ele era parente de Elimeleque e, por isso, segundo a lei, Boaz podia redimir essa herança para que ficasse dentro da família e a viúva não ficasse mais desamparada.
Ele fez todo o procedimento a respeito da propriedade conforme orientava a lei. Aqui, podemos perceber que Boaz é um tipo de Cristo, o nosso Redentor que, sendo rico se fez pobre para nos fazer herdeiros das suas riquezas espirituais (2 Co 8.9). Há riquezas de Cristo para a nossa família.
COMENTÁRIO
A história de Rute e sua sogra diz que Boaz era um parente do falecido Elimeleque, marido de Noemi. Era um homem íntegro, influente e rico na comunidade. Possivelmente, seria um forte fazendeiro na região. Rute, ao dispor-se a apanhar restos das espigas deixadas pelos empregados de Boaz, descobre que Boaz era parente de Elimeleque e, por Lei, ele podia redimir a herança de Elimeleque à esposa viva, Noemi.
Por esse modo, a viúva não ficaria desamparada. Boaz fez a transação da propriedade conforme orientava a Lei. Ele é um tipo de Cristo, o nosso Redentor, que sendo rico se fez pobre para nos fazer ricos e herdeiros das suas riquezas (2 Co 8.9).
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 131-132.
Um resgate (4.1-9)
Boaz afeiçoou-se a Rute desde o primeiro momento que a encontrou. Ele era um homem rico, piedoso e legalmente qualificado para ser o resgatador da família. Boaz já dera abundantes provas do seu amor por Rute, e ela sabia disso.
Por sua vez, Rute já fizera o pedido formal de casamento a Boaz, e ele estava empenhado em resolver a questão, pois na lista dos parentes próximos havia um homem que tinha preferência para resgatá-la e casar-se com ela. Boaz demonstra grande empenho no processo de ser o resgatador de Noemi, com vistas ao seu casamento com Rute.
LOPES. Hernandes Dias. Rute, Uma perfeita história de amor. Editora Hagnos. pag. 115-116.
O Parente Mais Chegado Nega-se (4.1-8)
O ousado plano de Noemi (terceiro capítulo) que levou Rute a deitar-se ao lado de Boaz, na eira, perto de um monte de grãos já padejados, produziu esplêndidos resultados Rute propôs casamento a Boaz, o qual aceitou de imediato a proposta, pensando que o dever era ser o goel ou parente-remidor.
Além disso, já havia grande amor no coração de Rute e de Boaz, e isso explica por qual motivo, até de maneira ansiosa, Boaz procurou providenciar tudo quanto era mister. Em primeiro lugar, ele precisava entrevistar o parente ainda mais chegado do que ele. Se aquele homem declinasse da oportunidade de redimir Rute e as terras da família (sobre as quais ele se tomaria o proprietário e administrador), então a oportunidade caberia a Boaz.
Por esse exato motivo, Boaz foi até a “porta” da cidade, na esperança de resolver toda a questão diante das autoridades constituídas.
“Essa conclusão (capítulo quarto) da narrativa contrasta lindamente com a triste introdução do livro (ver Rute 1.1-5). Uma profunda tristeza transformava-se rapidamente em uma alegria radiante; o vazio deu margem à fartura” (John W. Reed, in loc.).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1109.
2. Boaz redime Rute, a moabita (Rt 4.11-13).
Boaz foi para a porta da cidade, onde se reuniam os anciãos do povo, na forma de um júri, os quais julgavam as causas do povo. O remidor, por direito, era outro homem, porque aquela parte da terra, que pertencia a Elimeleque, estava à venda.
Portanto, a herança representada por aquele pedaço de terra pertencia a outro, mas Boaz se dispôs a casar-se com Rute para que aquela terra fosse dele, convencendo os anciãos e o antigo dono a fazerem assim. Mais que isso, Boaz redimiria Rute, pagando o preço daquela terra e o direito de resgate da viúva. Foi assim que Rute, a moabita, entrou para a genealogia de Jesus (Mt 1.5).
Após casar-se com Boaz, ela deu à luz um filho, o qual recebeu o nome Obede, o pai de Jessé; e este, o pai de Davi, o grande rei de Israel (Rt 4.13,17). Quando Jesus se manifestou na Terra, tornou-se conhecido como o “filho de Davi” (Mt 1.3-6), formando os elos da linhagem do Messias.
COMENTÁRIO
Para não cometer nenhum ato ilegal, Boaz foi para a porta da cidade onde se reuniam os anciãos do povo, na forma de um júri, os quais julgavam as causas das pessoas. Visto que a terra de Elimeleque estava à venda, Boaz diz ao resgatador que, ao comprálas, teria de se casar com Rute, a moabita. O remidor mais próximo desiste, pois temia prejudicar sua própria herança.
Depois de todo o processamento legal do Conselho da cidade, Boaz informa a todos sobre a resolução e anuncia que tomaria a Rute por esposa na sua casa (Rt 4.10). Todos deram testemunho e abençoaram a Rute e a Boaz (Rt 4.1-13).
Boaz coabitou com Rute e concebeu a um filho a quem deram o nome de Obede, o pai de Jessé e este o pai de Davi, o grande rei de Israel. Quando Jesus foi manifestado na terra, tornou-se conhecido como o “filho de Davi” (Mt 1.3-6), formando os elos da linhagem do Messias. Por isso, Rute entrou na genealogia de Jesus (Mt 1.1,16).
Cabral. Elienai,. RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2023. pag. 132.
foi um casamento abençoado pelas testemunhas (4.11,12). Os anciãos de Belém rogaram três bênçãos especiais sobre o casamento de Boaz e Rute:
Eles pediram que Rute fosse uma mulher fértil (4.11).
Os estudiosos acreditam que Rute, além de moabita, era também estéril, pois somos informados de que ela passou quase dez anos casada com Malom em Moabe sem ter filhos (1.4,5). Os anciãos pediram a Deus que ela fosse como Raquel e Lia, as únicas esposas de Jacó, as progenitoras de toda a nação. Raquel também era estéril, e Deus a curou.
Quando Rute concebeu, somos informados de que foi o Senhor que lhe concedeu que concebesse (4.13). Há orações a favor de Rute para que ela se torne antecessora de uma raça famosa. Que ela tenha muitos descendentes dentro da família e dos propósitos de Deus.
Eles pediram que Boaz fosse um homem próspero (4.11).
Boaz já era senhor de muitos bens (2.1). No entanto, agora, os anciãos estão abençoando sua vida e rogando a Deus que ele seja afamado em sua cidade. Que ele adquira poder e fama. Que por intermédio desse casamento com Rute, a própria família de Boaz também seja estabelecida.
Eles pediram que a casa de Boaz fosse como a casa de Perez. Perez foi filho de Judá, ancestral de Boaz e principal tronco da tribo que trouxe ao mundo o grande rei Davi e o Messias, o Salvador do mundo. Leon Morris diz que Perez era, à primeira vista, o mais importante dos filhos de Judá. Aparentemente, a tribo de Judá dependia dos descendentes de Perez, mais do que dos outros. Perez foi um dos ancestrais de Boaz e, assim, alguém muito oportuno para ser mencionado. Na verdade, parece que Perez foi o ancestral dos belemitas, em geral.
[…] o descendente é visto como dádiva de Deus (4.13). A Bíblia diz que os filhos são herança de Deus. Eles são dádivas do Senhor. Eles não são um acidente, mas presentes do céu. Pode ser que os pais não planejem os filhos ou até não queiram ter os filhos, mas eles são concedidos por Deus. Olhar para os filhos nessa perspectiva faz toda a diferença. Leon Morris diz que por todo o livro de Rute persiste o pensamento de que Deus está acima de tudo e faz cumprir a Sua vontade. Os anciãos e as demais pessoas consideravam os filhos como dádivas de Deus (4.12).
David Atkinson diz que, se há um tema que domina o livro de Rute acima dos outros, é o da providência soberana de Deus e da nossa dependência dEle como seres humanos. Deus é a fonte da vida. A vida, assim como as Suas bênçãos, é um dom da Sua mão. E, particularmente, aqui a concepção de um filho é entendida como um dom de Deus. Olhando para esse aspecto da concepção como um dom de Deus, o debate sobre o aborto deveria ganhar uma dimensão mais ampla. A interrupção da vida não deveria ser apenas restrita à decisão entre o médico e a mãe.
Trata-se de uma nova vida, obra-prima das mãos de Deus.
Warren Wiersbe diz que nos Estados Unidos, a cada ano, um milhão e meio de bebês são legalmente mortos ainda no ventre, e seus pedaços são removidos como se fossem tumores cancerosos. Uma enfermeira cristã comentou: “Em uma parte de nosso hospital, trabalhamos dia e noite para manter os bebezinhos vivos. Em outra parte, matamos as crianças ” .
LOPES. Hernandes Dias. Rute, Uma perfeita história de amor. Editora Hagnos. pag. 124-125.
Todo o povo que estava na porta, e os anciãos, disseram. Todos testificaram acerca da validade daquela transação verbal. Ao que tudo indica, não houve a escrituração de nenhum documento. Mas eles proferiram o que parece ter sido uma bênção padronizada e muito usada, no caso de algum casamento. Eles fizeram Boaz lembrar que as duas matriarcas, Raquel e Lia, tinham edificado a casa de Israel; e então exortaram-no a agir de modo digno em seu próprio lugar, em Belém. A cidade não era a nação inteira de Israel, mas a representava; e era ali que Boaz haveria de constituir família. Ele seguiria a fé de Israel, criaria seus filhos nos caminhos da lei do Senhor, e de outras maneiras diversas haveria de honrar a Deus e à nação de Israel.
A exortação e a bênção enfatizavam o papei desempenhado por Boaz na comunidade e na nação. O que ele fizesse ali seria importante para a nação como um todo. Ninguém é uma ilha, nem vive realmente isolado de seus semelhantes. Se Boaz agisse corretamente, ele se tornaria famoso em Belém e em outros lugares, mesmo distantes, que ouviriam falar de seu nome e aprovariam os seus atos. Na verdade, o nome dele chegou até nós, sendo honrado no Antigo Testamento. Entrementes, o parente mais próximo, que teve a oportunidade de redimir Rute mas a negligenciou, passou para o anonimato, tendo apenas cuidado de seus pequenos e limitados negócios locais.
Os Edificadores de Família. “Eu também observaria que vós, homens, sois similares a casas; vós, pais, sois os construtores das crianças, e elas são os alicerces do edifício” (Plauto, Mostell. Ato 1, sec. 2, vs. 37).
Efrata. Era um nome alternativo para Belém. Ver Gên. 35.19 e Miq, 5.2.
Como a casa de Perez. Ver sobre esse homem em Gên. 38.27-30. Os outros nomes próprios que figuram neste versículo aparecem como verbetes no Dicionário. O texto refere-se à história de Perez e seu irmão gêmeo. Tamar deu à luz a gêmeos para Judá. O irmão gêmeo de Perez pôs a mão para fora primeiro, e recebeu um fio vermelho no pulso; mas de súbito, nasceu Perez, tendo sido assim, na realidade, o primeiro a “romper” a madre, se quisermos falar sobre o corpo inteiro. Embora não tivesse recebido o fio vermelho, foi o primeiro a nascer; e sempre se destacou, obtendo maior sucesso que seu irmão gêmeo. Foi por meio dele que a linhagem de Judá continuou. Portanto, as testemunhas diziam agora a Boaz: “S” um vencedor, como Perez; sobressai-te em todas as coisas; honra a linhagem de Judá”.
Naturalmente, conforme veremos logo adiante, o filho de Boaz deu continuidade à linhagem de Perez; e dessa linhagem foi que vieram tanto Davi quanto Jesus.
O texto está falando aqui de uma das cinco principais famílias de Judá, uma família muito numerosa. As testemunhas, pois, desejaram para Boaz e Rute uma família numerosa, que aumentaria a glória da tribo de Judá. A atitude dos hebreus sempre foi que os filhos são um presente e uma herança da parte do Senhor (ver Salmo 127.3).
Conclusão: A Felicidade de Noemi (4.13-17)
E teve um filho. O herdeiro não demorou a aparecer. A união de Rute e Boaz foi abençoada por Deus. Rute entrou assim na linhagem de Davi e do próprio Messias, embora ela não dispusesse de meios, na ocasião, de prever as tremendas consequências de seu casamento com Boaz.
Do Mal Pode Vir o Bem. Sem ter consciência disso, Judá cumpriu a obrigação do casamento levirato no tocante a seu filho mais velho; e daquela união incestuosa veio Perez, que se tornou o cabeça da casa de Judá. Em adição, uma mulher moabita foi ascendente tanto de Davi quanto do Rei Messias!
Josefo declarou que o nascimento do filho de Boaz e Rute ocorreu no fim daquele tempo, calculando desde o tempo do casamento deles (Antiq. 1.5, cap. 9, sec. 4).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1111.
3. Noras e sogras.
O relacionamento entre nora e sogra tem muito a ver com o equilíbrio do relacionamento familiar. Se a relação entre elas não for sadia, muitas outras relações familiares podem ser afetadas. A história bíblica de Rute e Noemi nos mostra que é a vontade de Deus que noras e sogras, bem como genros e sogros, tenham um relacionamento em que o fruto do Espírito seja revelado (Gl 5.22-24).
Com a história dessas duas personagens, aprendemos que nora e sogra podem superar, juntas, a dor do luto, o período de escassez em que toda família está sujeita a passar, a enfermidade de um filho ou de um neto. Nos momentos difíceis na família, elas podem ser um esteio para todos. A Palavra de Deus diz que em tudo devemos glorificar ao Senhor e isso passa pelos relacionamentos mais próximos dos cristãos (1Co 10.31).
COMENTÁRIO
O AMOR É PACIENTE
[…] Você já deve ter ouvido este clichê: “Roma não foi feita em um dia”. Isso também vale para os relacionamentos. A paciência tem de se tornar um estilo de vida. Não podemos esperar que todas as nossas diferenças sejam resolvidas da noite para o dia ou com um simples bate-papo.
É preciso tempo e perseverança para entender o ponto de vista dos outros e negociar alternativas para as diferenças. Trata-se não só de um processo contínuo, mas é também a essência, o ponto crucial de nossos relacionamentos. Não podemos desenvolver relacionamentos positivos se negligenciarmos o processo de comunicação de ideias e sentimentos, buscando o entendimento, a reanimação uns dos outros e soluções plausíveis.
Não espere perfeição de ninguém — nem de você. Em contrapartida, não se acomode com nada aquém de um relacionamento baseado em amor. Podemos até entender recaídas momentâneas. Nenhum de nós muda de repente, e é comum repetir antigos padrões de comportamento.
As falhas pressupõem pedidos de desculpas, e pedidos de desculpas pressupõem perdão. Quando estamos dispostos a admitir nossas falhas e pedir desculpas, é provável que recebamos o perdão, e assim nossos relacionamentos podem seguir adiante de maneira positiva. O amor é a maior força do mundo para o bem. A bondade e a paciência são dois dos mais importantes aspectos do amor. Aprenda a desenvolver esses traços e saberá como construir a amizade com os parentes de seu cônjuge.
Chapman. Gary,. Como lidar com a Sogra, e sogro, cunhados, genros e noras… . Editora Mundo Cristão. 1 Ed. 2009.
O ponto importante é que tudo que os crentes fizerem deve ser feito para a glória de Deus. Se esses crentes fortes deixarem a sua liberdade de lado a fim de conquistarem outros para Cristo, estarão fazendo exatamente o que devem fazer, porque isto trará glória a Deus.
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. 2a Impressão: 2010. Vol. 2. pag. 151.
[…] nós temos a responsabilidade de glorificar a Deus em todas as coisas (10.31). O apóstolo acentua: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (10.31).
Os crentes de Corinto estavam pensando assim: Por que eu não poderia desfrutar gostosamente a comida que eu dou graças? Ora, eu estou comendo comida sacrificada ao ídolo, mas eu dei graças. E tudo o que é santificado pode ser recebido. Por que minha liberdade seria limitada pela consciência do irmão mais fraco? A resposta de Paulo é que não podemos glorificar a Deus sendo um tropeço para os nossos irmãos.
Então, Paulo lança o seguir o princípio: Fazei tudo para a glória de Deus. “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra cousa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (10.31). O primeiro princípio é não escandalizar o irmão. O segundo é que Deus seja glorificado. Deus nunca é glorificado se com a minha liberdade eu estou causando escândalo e tropeço para o meu irmão.
A glória de Deus não é promovida onde uso minha liberdade para fazer o irmão tropeçar e cair. Não temos o direito de usar nossa liberdade cristã para ferir a comunhão fraternal.
LOPES, Hernandes Dias. I Coríntios Como Resolver Conflitos na Igreja. Editora Hagnos. pag. 197.
SINÓPSE IV
O Senhor honrou suas servas fieis por meio de Boaz, o resgatador, que tipifica a ação remidora de Jesus Cristo, inserindo-nos à família de Deus
CONCLUSÃO
A história bíblica de Rute é um exemplo de fé no relacionamento entre uma nora e sua sogra. Mesmo sendo uma estrangeira, Rute foi capaz de cuidar da sua sogra, demonstrando grande carinho e respeito por ela, além de administrar dentro de si perdas enormes: o cunhado e o marido.
Mas diante de tudo isso, Deus honrou seu trabalho pelo qual sustentou a si mesma e a casa de Noemi. Portanto, a vontade de Deus é que sogras e noras, bem como genros e sogros, vivam em união de maneira que a família seja ricamente abençoada por Deus.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que significa a palavra “Belém”?
Significa “casa de pão”.
2. Como era constituída a família de Noemi enquanto estava na Judeia?
Era constituída por Elimeleque, Noemi, os filhos Malom e Quilim.
3. A despeito de todos os sofrimentos e necessidades vividos dentro daquela família, o que Rute descobriu?
Rute descobriu que o Deus de sua sogra era o Deus verdadeiro que supre as nossas necessidades (Fp 4.19).
4. Segundo a lição, em que tipo de mulher Rute se tornou?
Rute se tornara uma mulher de fé, disposta a superar a crise de subsistência, confiando inteiramente no Deus de sua sogra.
5. O que podemos perceber a respeito de Boaz?
Boaz é um tipo de Cristo, o nosso Redentor que, sendo rico se fez pobre para nos fazer ricos e herdeiros das suas riquezas espirituais (2 Co 8.9).
Subsídio Lição 07 - Revista Lições Bíblicas CPAD - 2º Trimestre de 2023
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Descrição
O currículo de Escola Dominical CPAD é um aprendizado que acompanha toda a família. A cada trimestre, um reforço espiritual para aqueles que desejam edificar suas vidas na Palavra de Deus.
Tema: Relacionamentos em Família - Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus
Comentarista: Elienai Cabral
O currículo de Escola Dominical CPAD é um aprendizado que acompanha toda a família. A cada trimestre, um reforço espiritual para aqueles que desejam edificar suas vidas na Palavra de Deus.
Tema: Relacionamentos em Família - Superando Desafios e Problemas com Exemplos da Palavra de Deus
Comentarista: Elienai Cabral
Sumário:
Lição 1 - Quando a Família Age por Conta Própria
Lição 2 - A Predileção dos Pais por um dos Filhos
Lição 3 - Ciúme, o Mal que Prejudica a Família
Lição 4 - Ídolos na Família
Lição 5 - Motim em Família
Lição 6 - Pai Zelosos e Filhos Rebeldes
Lição 7 - O Relacionamento Entre Nora e Sogra
Lição 8 - A Importância da Paternidade na Vida dos Filhos
Lição 9 - Uma Família nada Perfeita
Lição 10 - Quando os Pais Sepultam seus Filhos
Lição 11 - Os Prejuízos da Mentira na Família
Lição 12 - Criando Filhos Saudáveis
Lição 13 - A Amizade de Jesus com uma Família de Betânia
Características
Altura 28 Largura 18 Acabamento Grampeado Periodicidade Trimestral Faixa Etária Adultos Tipo Escola Dominical
Altura | 28 |
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Largura | 18 |
Acabamento | Grampeado |
Periodicidade | Trimestral |
Faixa Etária | Adultos |
Tipo | Escola Dominical |
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“Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. (Lucas 6:38)
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