TEXTO ÁUREO “Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6.33 VERDADE APLICA...
TEXTO ÁUREO
“Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6.33
VERDADE APLICADA
Não podemos trocar os preciosos banquetes de Deus pelas migalhas deste mundo.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
TEXTOS DE REFERÊNCIAMATEUS 22
LEITURAS COMPLEMENTARES
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que possamos aprender a valorizar aquilo que Deus valoriza.
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Nem sempre compreendemos os caminhos de Deus no cumprimento de Suas promessas. Porém, estudando a história dos patriarcas é possível atestarmos a fidelidade, o poder, a soberania e graça de Deus no desenvolvimento de Seu perfeito e glorioso plano divino de redenção.
PONTO DE PARTIDA – O propósito de Deus permanece de pé.
1- AS BÊNÇÃOS DA PRIMOGENITURA
Dois aspectos principais estão associados aos direitos de primogenitura na cultura hebraica: a liderança da família e a dupla porção da herança. No caso dos patriarcas, incluía também ser portador das promessas de Deus a Abraão.
1.1. Bênçãos de prosperidade. Um dos direitos de primogenitura era o de receber o dobro da herança da família na morte do pai [Dt 21.17]. J. A. Thompson (Deuteronômio – Introdução e comentário, Vida Nova, 1982, p. 220-221): “Um dos temas do Velho Testamento era que o filho mais velho podia ser substituído por um filho mais novo em circunstâncias especiais, como, por exemplo, Jacó e Esaú, Isaque e Ismael, Efraim e Manassés, Davi e seus irmãos mais velhos […] Estes casos, porém, são exceções à regra geral […] Naqueles exemplos do Velho Testamento em que um filho mais novo era escolhido em lugar do primogênito, fica claro o fato de que a escolha divina fora completamente imerecida e baseada somente na graça”.
Subsídio do Professor: Novo Comentário Bíblico do Antigo Testamento: “O direito de herança do primogênito era protegido por lei. O pai, por livre e espontânea vontade, não poderia conceder os direitos ao filho mais novo [Dt 21.15-17]. Entretanto, o primogênito poderia perder, vender ou ter seus direitos suprimidos. Rúben, o primeiro filho de Jacó, perdeu a sua posição privilegiada porque praticou incesto com a concubina de seu pai [Gn 35.22; 1Cr 5.1-2]. Do mesmo modo, Esaú vendeu seus direitos por um guisado de lentilhas [Gn 25.29-34]; um manjar [Hb 12.16].”
1.2. Bênçãos de autoridade. Além de riqueza, o direito de primogenitura passava ao primogênito autoridade sobre o clã da família que pertencia ao pai. Com a morte do pai, o primogênito seria responsável por cuidar da sua mãe, irmãos menores e todos os seus servos e animais. Isso dava ao filho primogênito, além de grande honra, o poder de decidir o destino da tribo como local de moradia, acordos comerciais, casamentos das mulheres da família e até os deuses que seriam cultuados pela família. Esaú, e não Jacó, tinha as qualidades naturais para esta função [Gn 25.27]. Mas sua necessidade de satisfação imediata parece tê-lo deixado indiferente a estes privilégios
Subsídio do Professor: Comentário de Gênesis – Bruce K. Waltke: “O primogênito mantinha a posição de honra no seio da família. Israel como o primogênito de Deus recebe uma posição de honra e privilégio entre as nações [Êx 4.22; Jr 31.9]. O primogênito da madre [Êx 13.2; Dt 15.19] e as primícias do solo [Dt 18.4; Ne 10.38-39] pertencem singularmente ao Senhor. Como Tsevat afirma: “Não é só o melhor que pertence a Deus, mas também o primeiro.”
1.3. Bênçãos de representatividade. Em se tratando dos patriarcas de Deus havia um elemento extra nos direitos de primogenitura. O primogênito teria também o privilégio de ser o portador das promessas patriarcais. As bênçãos e promessas que Deus fez vinicialmente a Abraão seguiram os primogênitos futuros conforme temos visto [Gn 26.3-5]. Tais homens seriam um tipo de sacerdotes da família e representantes dela diante de Deus. Seria através deles que Deus governaria aquela família segundo Seu propósito. Este modelo de representatividade patriarcal divino por meio dos direitos de primogenitura preparava Israel para o sacerdócio levítico que nasceria mais tarde com Moisés.
Subsídio do Professor: Enc. Histórico-Teológica, Vida Nova, p. 180 – texto extraído da Revista Betel Dominical, 2º Trimestre/1995: “A ideia do primogênito no NT é indicada por “prototokos”, que ocorre oito veze, sendo que a maioria delas se refere a Cristo, às vezes historicamente, às vezes figuradamente. O texto grego de Salmos 89.27 sugere que o termo é um título messiânico. (…) Romanos 8.29 ensina que Cristo é o “primogênito entre muitos irmãos”, o que afirma que os crentes se juntaram à família da qual Cristo é o Filho mais velho. Hebreus 12.23 transmite a ideia de que todos os que creem recebem a condição de filhos primogênitos e, portanto, herdeiros de Deus.”
EU ENSINEI QUE:
Sem olhos espirituais, as bênçãos de Deus podem estar na nossa frente que não percebemos o seu valor. Precisamos do Espírito para nos fazer enxergar e valorizar o que Deus tem para nós.
2- O DESPREZO ÀS BÊNÇÃOS DA PRIMOGENITURA
Mesmo diante de todos os privilégios que vimos nos tópicos anteriores, precisamos perguntar: como Esaú pode abrir mão deles? Como pode deixar de dar valor a algo tão importante?
2.1. Desejou um prato imediato a um banquete futuro. Nossos primeiros pais, Adão e Eva, foram tentados exatamente com a comida, numa busca de satisfação imediata e passageira sem Deus no lugar de uma satisfação futura e abundante com Deus. A história de Esaú parece nos fazer voltar ao início. Ele chega da sua rotina de caçada faminto e sente o cheiro do cozido de Jacó. Ele pede um pouco de comida e Jacó, percebendo a oportunidade, lhe faz uma proposta indecente. Meu prato de ensopado por seu direito de primogenitura [Gn 25.30-31]. Tão absurda quanto a proposta de Jacó foi a autojustificativa de Esaú: “Eis que estou a ponto de morrer, e para que me servirá logo a primogenitura?” [Gn 25.32].
Subsídio do Professor: Comentário Bíblico Broadman – Gênesis: “Não há indicação, nas narrativas de Gênesis, que se esperava que um patriarca desse a sua bênção espiritual ao filho mais velho. Portanto, o que se quer dizer quando se afirma que Esaú desprezou o seu direito de primogenitura? Uma explicação seria que, visto que ele desistiu tão facilmente de seus direitos, como o filho mais velho, evidentemente dava pouco valor à bênção espiritual. Os conceitos materiais e espirituais estavam ligados intimamente na mente hebraica. O fato de Esaú renunciar uma, significava a sua renúncia da outra.”
2.2. Preferiu o que é escasso ao que é abundante. Jacó revela o interesse pelas coisas sagradas que o seu irmão Esaú não tinha [Gn 32.24-30]. Isso com certeza é valorizado por Deus. O problema de Jacó está nos caminhos que ele está disposto a tomar para obter tais coisas. Ele é oportunista em um momento de necessidade do seu irmão [Gn 25.31]. Por sua vez, seu irmão é profano. Ignora o sagrado. Despreza valores. Vende algo precioso por uma satisfação efêmera. Ambos erraram. Deseje o que Jacó desejou, mas não tome caminhos como os dele. Não podemos de forma alguma passar por cima da necessidade dos outros para chegar a lugares mais altos. Por sua vez, não podemos “vender” o que Deus reservou para nós por coisas tão banais.
Subsídio do Professor: Comentário Bíblico Champlin – Gênesis: “Esaú convenceu-se, com um argumento falaz, de que era tão bom quanto um homem morto, pelo que perderia qualquer vantagem que o direito de primogenitura pudesse dar-lhe. Era um homem jovem, mas ficou cego quanto ao futuro, por meio de uma necessidade presente que, na verdade, não era necessária. Esaú, pois, mostrou-se indiferente para com os valores espirituais e econômicos de seu direito de primogenitura, por ter agido em um momento de estupidez auto-imposta.”
2.3. Priorizou o prazer pessoal que o propósito espiritual. Além de desprezar as bênçãos da primogenitura, Esaú se casa com mulheres estrangeiras [Gn 26.34], o que não era aceito para as sucessões sacerdotais. Hebreus 12.16 diz que Esaú era imoral e profano. A profanação é o pecado de tratar comum aquilo que é sagrado. E foi exatamente isso que Esaú fez ao estipular o valor da primogenitura por um prato de lentilhas. Já sua imoralidade, obviamente estava relacionada a sua ligação com mulheres estrangeiras em cultos pagãos, que envolviam orgias cultuais [Gn 36.2]. Não há registro de Esaú ter tido estas práticas, mas não é impossível, visto que é condenado por sua imoralidade.
Subsídio do Professor: O problema de se casar com mulheres estrangeiras estava muito mais ligado à contaminação do paganismo do que com a miscigenação racial. Algumas mulheres gentílicas foram incluídas na genealogia de Cristo, mas porque se converteram ao Deus de Israel. O julgo desigual não é racial e sim espiritual. Os povos antigos eram todos muito religiosos. Buscavam explicações para tudo o que acontecia a partir da interferência dos deuses e suas boas relações com eles. Por isso ofereciam sacrifícios para obterem deles o favor.
EU ENSINEI QUE:
A cegueira espiritual nutre em nós o imediatismo do prazer em detrimento de prazeres mais profundos, abençoadores e eternos de Deus para nós.
3- EFEITOS DE DESPREZAR AS BÊNÇÃOS DE DEUS
Deus nos abençoa para revelar Seu valor a nós e Seu amor por nós. Quando desprezamos as bênçãos de Deus, desprezamos o próprio Deus que nos abençoa.
3.1. Buscar o que não pode mais ter. Para Esaú, os direitos da primogenitura e as bênçãos de Deus através do seu pai Isaque eram coisas distintas. Por isso, ele buscou ser abençoado por seu pai mesmo depois de ter vendido a primogenitura para Jacó, a quem diz que dele tomou [Gn 27.36]. Mas, nos propósitos de Deus na história de Israel, estas coisas são inseparáveis. Quando Esaú desprezou os privilégios do seu nascimento, desprezou também as bênçãos especiais para o seu futuro. Nem mesmo suas lágrimas de remorso puderam restituir aquilo que por natureza já lhe pertencia, mas que desprezou [Gn 25.34].
Subsídio do Professor: Há arrependimentos que acontecem tarde demais para que possam reverter as consequências dos erros cometidos, restando apenas contar com a misericórdia de Deus para danos menores. Hebreus 12.17 diz que Esaú “querendo ele ainda depois de herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que, com lágrimas, o buscou”. As lágrimas de remorso não significam real arrependimento, quando elas só rolam depois que começamos a provar o amargo dos nossos pecados. Por isso Hebreus 12.16 diz que não devemos ser como Esaú.
3.2. Uma bênção inferior. Quando chega o dia tão esperado de Isaque abençoar seu filho Esaú, Isaque lhe pede cozido preparado com uma caça capturada por ele. Após o prazer desta refeição, a bênção seria impetrada [Gn 27.1-4]. Rebeca ouve tudo e se adianta, tramando um plano para que Jacó recebesse a bênção que Isaque pretendia dar a Esaú [Gn 27.5-26]. Isaque, enganado por Rebeca e Jacó, o abençoa no lugar de Esaú [Gn 27-29]. As bênçãos proferidas por Isaque a Jacó determinarão o destino do povo de Israel. Bênçãos muito superiores às que “sobraram” para Esaú e seus descendentes, os edomitas [Gn 27.38-40], embora estas também fossem enormes [Gn 36.6-8].
Subsídio do Professor: Deus havia indicado para Rebeca que Jacó seria o herdeiro e não Esaú. Este é o sentido dos direitos da primogenitura. Não sabemos se Isaque também soube disso. É improvável que Rebeca tenha escondido a Isaque o que Deus disse a ele no nascimento dos gêmeos. De qualquer forma, Isaque pode não ter dado importância a isso, desejando seguir as regras culturais. Além disso, Esaú representava muito melhor o status de representante da tribo do que o franzino Jacó. Esaú era um potencial guerreiro. Jacó, sempre mais próximo de casa e de sua mãe, tinha dela a preferência.
3.3. Uma mágoa interior. Esaú bradou [Gn 27.34], chorou [Gn 27.38], passou a sentir ódio por Jacó e planejou matar seu irmão após a morte de seu pai Isaque [Gn 27.41]. Matando Jacó, Esaú recuperaria os direitos cíveis da primogenitura. Porém, não recuperaria em hipótese alguma a bênção de Deus para sua vida. Esaú tenta de alguma forma consertar as coisas casando agora com mulheres da sua parentela, como ouviu ordenar Isaque a Jacó [Gn 28.6-9]. Mas isso não mudava seu espírito mundano. Esaú segue por anos profundamente magoado com seu irmão, vindo a se reconciliar muito tempo depois [Gn 33.1-4]. Mas isso só aconteceu por iniciativa humilde de Jacó [Gn 32.3].
Subsídio do Professor: Rebeca manipulou a situação porque Deus a avisou ou Deus abençoou Jacó porque Rebeca manipulou? Certamente a primeira opção. Dificilmente uma mãe iria correr um risco tão grande de enganar seu marido desse jeito se não tivesse alguma certeza de que Deus escolhera abençoar o mais novo. Isso, porém, não significa que Deus aprovou os meios que ela tomou para isso. Não sabemos como Deus abençoaria Jacó no lugar de Esaú se isso não tivesse acontecido, mas sabemos que nem a vontade de Isaque nem qualquer costume social poderia estar acima da soberana vontade e eterno propósito de Deus.
EU ENSINEI QUE:
Esaú poderia até culpar seu irmão por seu oportunismo diante de sua fragilidade. Mas deveria assumir a sua responsabilidade em desprezar o sagrado e precioso
CONCLUSÃO
Há lições e avisos para nós no estudo das histórias dos patriarcas [Rm 15.4; 1Co 10.11]. Temos visto como a nossa natureza pecaminosa é capaz de nos levar a tomar decisões erradas! Mas não podemos trocar as preciosas bênçãos de Deus pelas coisas deste mundo caído.
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Lição 02: A Criação revelando a glória do Criador
Lição 03: O Criador se relacionando com o ser humano
Lição 04: A alienação humana a partir da Queda
Lição 05: A necessidade da reconexão entre o ser humano e Seu Criador
Lição 06: A bênção de Abraão chega a todos por Jesus Cristo
Lição 07: Abraão e a prova de fé
Lição 08: Isaque o filho da promessa
Lição 09: Esaú – as bênçãos da promessa por um prato de lentilhas
Lição 10: Jacó – quando um pecador quer mais de Deus
Lição 11: Os planos de Deus nos sonhos de José
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