TEXTO ÁUREO “E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho.” Gênesis 22.8a VERDADE APLICADA Como discípulo...
TEXTO ÁUREO
“E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho.” Gênesis 22.8a
VERDADE APLICADA
Como discípulos de Cristo, enquanto neste mundo, vamos passar por diversas provações que contribuem para nosso aperfeiçoamento e fortalecimento.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
TEXTOS DE REFERÊNCIAGÊNESIS 22
LEITURAS COMPLEMENTARES
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que possamos confiar mais em Deus e no que Ele nos dá em Cristo.
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Assim como o ouro, só sabemos que uma fé genuína é qualificada quando passa pelo fogo da provação. Este episódio na vida de Abraão nos apresenta uma poderosa lição sobre isso.
PONTO DE PARTIDA
Deus prova a nossa fé, mas provê a solução.
1- A PROVAÇÃO
No primeiro chamado de Abraão Deus diz: “Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei” [Gn 12.1]. Neste momento, Ele chama Abraão novamente e diz: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” [Gn 22.2].
1.1. Recebido por milagre, entregue pela fé. Apóstolo Pedro diz que as provações têm um papel importante para a fé: provar sua qualidade e pureza e redundar em louvor a Deus na revelação de Jesus Cristo [1Pe 1.7]. Abraão já tinha fé e já havia sido justificado por Deus [Gn 15.6]. Mas Deus ainda assim prova a fé de Abraão [Gn 22.1-2]. Por que Deus ainda precisaria de uma prova de fé do seu servo? Na verdade, não é Deus quem precisava, mas Abraão. Deus quis que Abraão conhecesse a qualidade de fé que ele possuía em Deus. Sua fé teria implicações universais. Deus ordena a Abraão que ofereça seu único e tão esperado filho em holocausto a Deus. Abraão recebeu, após longa espera, Isaque por milagre e agora deveria devolvê-lo por fé.
Subsídio do Professor: Comentário de Gênesis – Bruce K. Waltke: “O ponto focal desta história não é o perigo que Isaque correu, mas o perigo que Abraão correu em sua relação com Deus. A palavra hebraica “provou” não significa “induzir ao erro”. Com um objetivo pessoal, significa “testar alguém para ver se o mesmo prova ser digno” [1Rs 10.1; 2Cr 9.1; Dn 1.12, 14]. Youngblood sumaria assim: “Satanás nos tenta com o fim de nos destruir [1Pe 5.8; Tg 1.15; Rm 6.23]; Deus, porém, nos testa com o fim de nos fortalecer [Êx 20.20; Dt 8.2].”
1.2. A quem amas. O amor de Abraão por Deus seria medido por aquilo que Abraão mais amava e ainda assim estaria disposto a ofertar ao Senhor. Se Abraão negasse seu filho a Deus, estaria dizendo que não amava a Deus mais do que a família. Esta é a segunda ordem aparentemente absurda que Deus dá a Abraão. Na primeira ele precisa deixar sua terra e parentes. Agora ele precisa abrir mão do seu herdeiro, aquele que seria responsável pelo cumprimento das grandiosas promessas. Mas Abraão não apenas amava a Deus. Ele confiava em Deus. Mesmo sem saber exatamente como Deus iria agir, ele sabia que Deus iria prover uma solução.
Subsídio do Professor: Comentário Bíblia Nova – D. A. Carson: “Este é um dos episódios mais dramáticos e de mais importância teológica de Gênesis. O comando cruel para sacrificar Isaque, a dor da ascensão solo de Abraão e seu filho para o lugar de sacrifício, o doloroso processo de amarrar o menino e o colocar sobre o altar, e a intervenção do céu de última hora faz desta história uma das melhores histórias não contadas da literatura mundial. Mas é muito mais do que isso. É a última grande prova de fé de Abraão, comparável à chamada original para deixar sua casa e família (cf. v. 2 com 12.1).
1.3. Amarás o Senhor, teu Deus, acima de todas as coisas. Deus prometeu dar a Abraão muitas coisas na vida. Além de muita riqueza, uma geração grandemente numerosa. Mas parece que antes de Abraão receber tudo isso, ele tem que abrir mão de muita coisa. Ele já havia aberto mão da sua terra natal [Gn 12]. Já havia aberto mão das melhores terras em razão do seu sobrinho Ló [Gn 13.1-18]. Já havia aberto mão de Ismael, pois ele não seria o seu herdeiro [Gn 21.9]. E agora o maior sacrifício da sua vida está sendo pedido por Deus: Isaque, seu amado filho. Parece que somente quando estamos dispostos a “perder” tudo por causa de Deus, estamos preparados para receber todas as bênçãos de Deus sem fazer das Suas bênçãos um objeto de idolatria.
Subsídio do Professor: Comentário Bíblico Broadman – Gênesis: “A sua narrativa faz inquirições à mais profunda compreensão do relacionamento de Deus com o homem. Isaque não era apenas o filho amado de Abraão; ele representava o objetivo de toda a vida dele e todas as promessas que Deus havia feito a ele. Se ele entregasse Isaque a Deus, não restaria mais nada. O que Deus dera, parecia que agora estava tomando de volta. Não se esperava que Abraão entendesse; esperava-se apenas que ele obedecesse.”
EU ENSINEI QUE:
O nosso amor por Deus é determinado por aquilo que estamos dispostos a abrir mão por causa dEle.
2- A OBEDIÊNCIA
Quando amamos a Deus mais do que tudo, queremos obedecê-Lo em todo o tempo. Sabemos que Ele sempre tem o melhor e bem-aventurado àquele que se submete à boa, perfeita e agradável vontade do Senhor.
2.1. Uma pronta obediência. “Então se levantou Abraão pela manhã, de madrugada” [Gn 22.3]. Certamente Abraão não conseguiu dormir aquela noite. Ele está ansioso para passar por aquela difícil via de obediência. Quantos de nós protelamos ao máximo uma obediência específica a Deus? Principalmente quando se trata de uma obediência difícil. A fé, porém, antevê o gozo futuro em Deus.
Subsídio do Professor: Comentários Bíblicos – Gênesis – João Calvino: “Eis-me aqui” foi a pronta resposta de Abraão mesmo sem saber ainda o que Deus queria. Calvino destaca esta prontidão. “Sem dúvida esta é a genuína submissão: quando estamos prontos para agir, antes mesmo que a vontade de Deus nos seja conhecida. De fato, descobrimos que todos os homens estão prontos a vangloriar-se de que farão o que fez Abraão; mas, quando a provação lhes chega, se esquivam do jugo de Deus. O santo homem, porém, imediatamente prova, por seu próprio ato, quão verdadeira e seriamente professara que, sem demora, e sem disputa, se sujeitaria à mão de Deus.”
2.2. Uma obediência cheia de esperança. Embora Abraão já tivesse o filho Ismael, seria por meio de Isaque que Deus prometeu cumprir Suas promessas em Cristo [Gn 17.16-19]. Agora Deus está mandando tirar a vida daquele por meio de quem Deus iria cumprir seu pacto. Por isso, obedecer a Deus naquele quesito parecia estar indo contra os propósitos e promessas de Deus. Mas Abraão não contesta isso [Hb 11.17]. E mais. Ele diz a dois dos servos que foram com ele até certa distância: “Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós” [Gn 22.5]. Não sabemos como Abraão sabia que teria seu filho de volta. Só sabemos que ele cria em Deus para isso. E sabia que poderia ter esperança em Deus para o futuro.
Subsídio do Professor: John Piper – Vivendo pela Fé na Graça Futura: “Ainda que nossa fé se baseie em atos decisivos da graça redentora tora do passado, a maneira pela qual a fé opera, momento após momento, para transformar nossos bons propósitos em obras de pureza e amor (paciência, gentileza, mansidão, bondade, fidelidade, domínio próprio) é olhando para cima e adiante, para a fonte ilimitada de graça que vem até nós através do rio de promessas para cada momento do dia. Nós vivemos por fé no poder sempre presente da graça futura.”
2.3. Uma obediência dolorosa. A esperança não anula a dor das perdas. Ela apenas nos capacita a não sermos destruídos pela dor. A fé de Abraão o fez obedecer. Mas não anulou a sua dor. Ele esperou muito por este filho e agora estava a ponto de “perdê-lo”. Segundo os costumes antigos de oferta de holocausto, o adorador deveria passar a navalha no pescoço do animal, dividir seus membros, arrumá-los sobre o altar e depois queimá-lo até virar cinzas. Era isto que Abraão tinha à frente para fazer com seu filho amado. Quanta dor apenas a própria imaginação deve ter causado no servo Abraão. Mas ele não retrocedeu na fé. Levantou seu cutelo para o alto.
Subsídio do Professor: Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “O nome Moriá (hb. Moriyah) significa escolhido por Javé. O sacrifício era um holocausto. A ordem não era Abraão pegar seu filho, feri-lo e depois cuidar dele, a fim de que recobrasse a saúde. Abraão deveria seguir todos os procedimentos necessários para esse tipo de sacrifício, que consistia em queimar o animal (ou a pessoa) inteiramente em oferta a Deus. O impacto desta exigência em Abraão e Sara deve ter sido enorme. Essa imagem dolorosa nos remete ao que o Senhor fez com relação ao Seu único Filho, enviando-o como sacrifício por nós.”
EU ENSINEI QUE:
Não devemos protelar no caminho da verdadeira obediência.
3- A PROVIDÊNCIA
A Bíblia revela ao longo da história a infinita providência de Deus, pois Ele é a fonte de todas as coisas que podemos ter na vida. Ele providenciou a nossa existência e pode suprir todas as nossas necessidades.
3.1. A providência provisória. Antes do cutelo descer sobre o pescoço de Isaque, Deus detém Abraão na voz do anjo. Deus viu perfeitamente que, em seu coração, Abraão já havia ofertado seu filho a Deus no altar. A ação, neste caso, seria desnecessária e, obviamente, absurda. Na obediência interior à provação da fé, a fé foi aprovada. Tendo a fé sido aprovada, o filho de Abraão não precisaria mais morrer. Deus providencia outra vida para substituir o sacrifício: o carneiro atrás do arbusto [Gn 22.13]. Precisamos notar que não deixou de haver um sacrifício e, portanto, adoração, mas ele aconteceu por uma providência de Deus [Gn 22.13b]. A resposta de Abraão à pergunta de Isaque sobre onde estava o sacrifício realmente aconteceu. Deus proveu [Gn 22.7-8, 14].
Subsídio do Professor: Qual deve ser a natural resposta do coração que experimenta a providência de Deus senão o transbordamento de gratidão e adoração? O coração de Abraão que até este momento estava dilacerado de dor, ainda que tivesse fé, é agora inundado de uma alegria incontrolável que o faz reagir de forma agradável a Deus. Broadman: “Deve-se notar que Deus não pediu para Abraão sacrificar o cordeiro; ele apenas lhe disse para não sacrificar Isaque. O sacrifício do cordeiro foi a reação de Abraão à graça de Deus, pois ele o ofereceu em lugar de seu filho.”
3.2. A providência definitiva. A providência provisória no caso de Abraão, que foi um carneiro entre os arbustos, apontava para uma providência definitiva, que foi Cristo, o Cordeiro morto no madeiro. Isaque, em obediência ao seu pai e a Deus, subiu o monte Moriá carregando em seus ombros as lenhas para o seu próprio sacrifício [Gn 22.7]. Aproximadamente dois mil anos depois, o nosso melhor Isaque, o Filho de Deus, subiria o calvário carregando sobre os ombros o madeiro onde seria entregue como sacrifício. Diferente de Isaque, Cristo não poderia ser substituído por ninguém, pois, na verdade, Ele estava nos substituindo, recebendo em seu corpo a punição pelos nossos pecados [1Pe 2.24]. Cristo foi a providência insubstituível e definitiva de Deus para nós.
Subsídio do Professor: R. N. Champlin apresenta alguns tipos impressionantes entre Abraão e Cristo: “1) Abraão é o Pai que sacrificou Seu Filho como expiação pelo mundo inteiro [Jo 3.16]; 2) Isaque é tipo de Cristo, obediente até a morte [Fp 2.5-8]; 3) O carneiro é tipo da substituição, especificamente de Cristo, que foi oferecido como oferenda em nosso lugar [Hb 10.5-10]; 4) A ressurreição foi tipificada na fé de Abraão de que Deus traria Isaque de volta à vida, se o sacrifício fosse levado a efeito [Hb 11.17-19]; 5) A fé que opera através de suas obras, e é ilustrada por elas. Tiago utiliza-se deste trecho nessa demonstração, em Tiago 2.21-23.”
3.3. A ressurreição do filho sacrificado. Não só a decisão de Abraão sacrificar seu filho como oferta a Deus apontava para a morte do Cordeiro insubstituível, que é Cristo, como a certeza de que ele voltaria com seu filho Isaque apontava para a ressurreição de Cristo dentre os mortos. Como Deus havia prometido que em Isaque Abraão teria seus descendentes, e Deus não mente, Abraão obedeceu confiantemente porque “considerou que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar” [Hb 11.18]. E em figura, Isaque ressuscitou [Hb 11.29]. Paulo estava totalmente certo quando disse que Deus anunciou o evangelho primeiro a Abraão [Gl 3.8]. Como falamos nas lições anteriores, a fé que nos justifica é a mesma que justificou Abraão.
Subsídio do Professor: Comentário Hebreus – Simon Kistemaker: “Com uma fé genuína, Abraão creu que Deus ressuscitaria Isaque da morte. Ele sabia que o poder de Deus é ilimitado e que Deus pode fazer um morto voltar à vida. O próprio Abraão havia experimentado isso: Ele era um “amortecido’ [Hb 11.12] e foi capaz de procriar pelo poder de Deus. A fé de Abraão alcançou o topo da montanha da confiança em Deus quando ele disse a seus servos: “Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós” [Gn 22.5]. Ele sabia que Isaque voltaria com ele. Ele cria que Deus daria vida ao morto [Rm 4.17], mesmo que ninguém ainda tivesse sido ressuscitado da morte até aquele momento da História.”
EU ENSINEI QUE:
Ao olharmos para Abraão devemos lembrar imediatamente de Cristo e glorificar a Ele.
CONCLUSÃO
Por esta provação, Deus confirmou as Suas promessas a Abraão mais uma vez [Gn 22.15-18]. Elas não são repetidas para que sejam validadas, mas porque Deus sabe que a fé dos seus servos, de tempo em tempo, precisa ser renovada.
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Lição 02: A Criação revelando a glória do Criador
Lição 03: O Criador se relacionando com o ser humano
Lição 04: A alienação humana a partir da Queda
Lição 05: A necessidade da reconexão entre o ser humano e Seu Criador
Lição 06: A bênção de Abraão chega a todos por Jesus Cristo
Lição 07: Abraão e a prova de fé
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Lição 09: Esaú – as bênçãos da promessa por um prato de lentilhas
Lição 10: Jacó – quando um pecador quer mais de Deus
Lição 11: Os planos de Deus nos sonhos de José
Lição 12: O custo pessoal de viver os planos de Deus
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