Texto Áureo "E não podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar, por causa da nuvem, porqu...
Texto Áureo
"E não podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor enchera a Casa do Senhor." (1 Rs 8.11)
Verdade Prática
O pedido de sabedoriafeito por Sa lomão a Deus aponta para a maturi dade espiritual que Deus deseja para seusfilhos.
Segunda-Tg 1.5 Deus concede sabedoria àqueles que pedem
Terça - Pv 2.6 A sabedoria provém do Senhor
Ouarta- Sl 37.30 0 homem justo profere palavras sábias
Ouinta - Cl 4.5-6 Falar com sabedoria produz melhores relacionamentos
Sexta - Tg 4.6 Deus não compactua com os orgulhosos
Sábado-Pv 29.23 A pessoa que se afasta do orgulho será honrada
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: 1 Reis 4.29-34;6.1,ll-14
1 Reis 4:29 - E deu Deus a Salomão sabedoria, e muitíssimo entendimento, e largueza de coração, como a areia que está na praia do mar.
30 - E era a sabedoria de Salomão maior do que a sabedoria de todos os do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios.
31 - E era ele ainda mais sábio do que todos os homens, e do que Etã, ezraíta, e do que Hemã, e Calcol, e Darda, filhos de Maol; e correu o seu nome por todas as nações em redor.
32 - E disse três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco.
33 - Tambémfalou das árvores, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que nasce na parede; também falou dos animais, e das aves, e dos répteis, e dos peixes.
34 - E vinham de todos os povos a ouvir a sabedoria de Salomão e de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria.
1 Reis 6:I - E sucedeu que, no ano quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito, no ano quarto do reina do de Salomão sobre Israel, no mês de zive (este é o mês segundo), Salomão começou a edificar a Casa do Senhor.
I I - Então, veio a palavra do Senhor a Salomão, dizendo:
12 - Quanto a esta casa que tu edificas, se andares nos meus estatutos, e fizeres os meus juízos, e guardares todos os meus mandamentos, andando neles, confirmarei para contigo a minha palavra, a qual falei a Davi, teu pai;
13 - e habitarei no meio dos filhos de Israel e não desampararei o meu povo de Israel.
14 - Assim edificou Salomão aquela casa e a aperfeiçoou.
HINOS SUGERIDOS: 141, 303, 432 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Expor a necessidade de permanecer em comunhão com Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Evidenciar as virtudes de Salomão; Destacar o comportamento orgulhoso de Salomão no fim de sua vida; Apontar os feitos de Salomão.
Introdução
Por amor ao Rei Davi, Deus permitiu que Salomão estabelecesse o reino sólido, próspero, justo, cheio de glória e poder. Foi durante o reinado de Salomão em Israel que atingiu seu apogeu na história. Entretanto, mesmo diante de todas essas grandezas, promovida por sua sabedoria, e se destacado, o monarca se deixou levar por interesses políticos e desejos pecaminosos.
B) LIÇÃO 1 – A ASCENSÃO DE SALOMÃO E A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO
O reinado de Salomão é um tipo do reino milenial de Cristo.
INTRODUÇÃO
- O primeiro livro dos Reis inicia-se com a ascensão de Salomão ao trono de Israel. - O reinado de Salomão é um tipo do reino milenial de Cristo.
I – A SABEDORIA DE SALOMÃO
1. A Virtude de Salomão. Antes mesmo de receber a sabedoria como um dom divino, Salomão já apresentava alguns traços desta virtude, pois ao ser inquirido por Deus quanto a qualquer perdido que quisesse me fazer (1Rs 3.5), o grande rei escolherá a sabedoria, que se depreende o quanto já era sábio. Ora, se fosse ganancioso pediria dinheiro, se fosse orgulhoso pediria glória, se fosse vaidoso pediria muitos dias de vida, se fosse vingativo pediria a morte dos inimigos (1Rs 3.11,13; 2Cr 1.10). Mas de que adiantaria todas essas coisas se lhe faltasse a sabedoria? Salomão teve um elevado senso de prioridade ao pedir a Deus a coisa certa.
- Os escritos inspirados que tratam da história de Israel haviam sido redigidos por Samuel, Natã e Gade. Samuel, o primeiro profeta que dá início à sequência ininterrupta de profetas que, a partir dele, irá perdurar no meio do povo até o silêncio do período intertestamentário, escreveu os livros de Juízes, Rute e parte do primeiro livro de Samuel.
- Natã e Gade, os dois profetas da corte do rei Davi, redigiram o restante do primeiro livro de Samuel e o segundo livro de Samuel (lembrando que a divisão deste livro em dois se deu muito posteriormente, quando o texto foi traduzido para o grego).
- Portanto, quando novamente o Espírito Santo vai inspirar novos escritores sagrados, natural que o registro histórico se iniciasse com o término do reinado de Davi, passando a tratar da história de Israel a partir da sucessão deste que é até hoje considerado como o maior herói israelita, que foi o rei Davi.
- Por isso, o livro dos Reis começa relatando os últimos dias de Davi que, já acamado, vê surgir o último problema familiar, em cumprimento à profecia de Natã, que disse que a espada não se apartaria de sua casa (II Sm.12:10), a saber, a rebelião de Adonias, que era o filho mais velho vivo de Davi, que, ante a idade avançada do monarca, pretendeu subir ao trono antes mesmo da morte de Davi.
- O primeiro livro dos Reis já se inicia nos mostrando a soberania divina, o pleno cumprimento de Seus propósitos, a despeito do livre-arbítrio humano. Davi protelava, desnecessariamente, a transmissão do governo para aquele a quem havia escolhido e que era do agrado de Deus, a saber, Salomão, o segundo filho que tivera com Bate-Seba e que fora amado pelo Senhor (II Sm.12:24,25) e que deveria construir o templo, também por determinação divina (II Sm.7:12,13).
- Talvez, isto se devesse ao fato de que, segundo os cronologistas bíblicos Edward Reese e Frank Klassen, Salomão tivesse tão somente 18 anos de idade naquele momento.
- Assim, para que se procedesse à sucessão desejada pelo Senhor, que seria, a propósito, a única sucessão hereditária e sem traumas na monarquia unida israelita, Deus permite que Adonias se levante para afrontar o seu pai Davi, cumprindo, a um só tempo, a profecia de Natã, como também dando-se andamento ao plano redentor da humanidade, com a manutenção da linhagem davídica sobre o trono de Israel.
- Adonias, que jamais fora contrariado pelo pai (I Rs.1:6), resolve, então, declarar-se rei e recebe dois importantes apoios em seu intento: o comandante do exército Joabe e o sumo sacerdote Abiatar (I Rs.1:7).
- Aqui também vemos o pleno controle divino sobre a situação. Joabe tinha “contas a acertar” com o Senhor, tendo em vista que havia matado dois comandantes do exército à traição, Abner e Amasa, como também Abiatar era descendente de Eli e havia sentença divina para pôr fim àquela linhagem no sumo sacerdócio (I Sm.2:27-36; 3:11-14), linhagem, aliás, ilegítima, já que se tratava de descendentes de Itamar, sendo que o sumo sacerdócio havia sido prometido a Fineias, filho de Eleazar (Nm.25:10-13).
- Notamos, pois, que, com esta rebelião de Adonias, Deus fazia um “acerto de contas” tanto no reino quanto no sacerdócio, a fim de que este novo tempo que se iniciaria na história de Israel se tivesse a plenitude da justiça e da paz, o que era assaz necessário para que se construísse o templo, o lugar onde Deus havia escolhido para ser adorado.
- Temos aqui, sem dúvida, uma bela figura do que acontecerá no futuro, quando o Senhor Jesus, antes de estabelecer o Seu reino milenial, onde se terá o “tempo da restauração de tudo” (At.3:21), tratará com o mundo impiedoso, punindo os maus e vingando os justos ao término da Grande Tribulação (Ap.16:5,6,17).
- Adonias levantou-se e se declarou rei, com o apoio tanto de Joabe quanto de Abiatar. Propositadamente, não convidou para a festa de celebração de sua tomada de poder seu irmão Salomão, que todos sabiam que era o escolhido de Davi para sua sucessão; Benaia, que era o chefe dos valentes de Davi e o profeta Natã, que, afinal de contas, fora quem trouxera a mensagem divina a respeito do amor que Deus tinha a Salomão e o sumo sacerdote Zadoque, “rival” de Abiatar.
- Natã, então, combina com Bate-Seba, mãe de Salomão, indo até Davi e lhe dando a notícia a respeito das ações de Adonias e como que “cobrando” uma posição do já velho e cansado rei. Davi, então, premido pelas circunstâncias, manda chamar Zadoque e determina que ungisse Salomão como novo rei de Israel, o que é feito.
- Diante da notícia da unção de Salomão como rei por Zadoque em Jerusalém, o movimento em favor de Adonias se enfraqueceu, pois o povo seguiu à orientação de Davi, reconhecendo Salomão como rei. Todos os que apoiavam Adonias cessaram este apoio. O próprio Adonias rendeu-se, tocando nas pontas do altar, gesto que representava pedido de misericórdia, tendo sua vida poupada por Salomão, que condicionou a manutenção da vida a que portasse Adonias como “homem de bem” (I Rs.1:50-53).
- É interessante observar que, não no livro dos Reis, que é o alvo de nosso estudo neste trimestre, mas no livro de Crônicas, percebemos que Davi ainda realiza duas reuniões com as lideranças do povo, juntamente com Salomão, para não só confirmar o filho como rei mas também para entregar-lhe todo o necessário para a construção do templo (I Cr.28,29), numa recuperação de saúde que parece nos indicar como a Providência Divina realmente atuou para que Davi finalmente passasse o comando do país para Salomão.
- As pretensões humanas de Adonias, contrárias à vontade de Deus, foram vãs. Bastou um movimento do rei Davi, bastou a unção legítima de Salomão pelo sumo sacerdote Zadoque para que suas intenções de reinar naufragassem. Deus mostra Seu pleno controle sobre o reino de Israel e que toda e qualquer rebelião seria simplesmente desbaratada e nada poderia impedir o curso da redenção da humanidade.
- Precisamos aprender bem esta lição. Quando deixamos o “eu” agir, fora da direção divina, o resultado será sempre o fracasso. Ante a ação do Espírito Santo, não há quem possa resistir. Por isso, não endureçamos o coração quando ouvirmos a voz do Senhor (Sl.95:7,8; Hb.3:7-11,15), pois o fim dos que resistem é sempre trágico. Não resistamos ao Espírito Santo, uma triste característica do povo de Israel, em especial neste período da monarquia (At.7:51).
- Davi, então, vendo que estava consolidado o reino nas mãos de Salomão, dá conselhos ao seu filho. Diz, em primeiro lugar, que Salomão deveria “ser homem” (I Rs.2:2), algo extremamente elucidativo, porque, naqueles dias, os reis se consideravam deuses ou semideuses.
- Davi fez questão de mostrar a Salomão que, como rei de Israel, deveria ele reconhecer sua humanidade e sua completa dependência de Deus, o único Deus e Senhor. Neste passo, e os livros dos Reis vão demonstrá-lo cabalmente, não tinham os monarcas todo o poder, mas estavam submetidos à lei do Senhor. Existia aqui o que somente muitos séculos, milênios mesmo depois, a filosofia política denominaria de “limitações do governo civil”.
- Davi lembrou a Salomão que a condicionante para que a linhagem ocupasse o trono de Israel era a obediência à lei do Senhor, indicando, claramente, que, apesar da promessa da eternidade no trono de Israel, a manutenção da descendência no trono dependeria da fidelidade a Deus, o que bem explica porque, apesar da promessa messiânica, o trono de Davi ficou desocupado e a própria nação israelita perdeu a sua independência política.
- Davi, também, pediu a Salomão que resolvesse as pendências de seu reinado, dando a devida punição a Joabe e a Simei (que havia amaldiçoado a Davi quando da rebelião de Absalão), a devida retribuição aos filhos de Barzilai, já que este dera indispensável apoio a Davi quando da revolta de Absalão.
- Morto Davi, Salomão cumpriu as determinações de seu pai, mostrando que era cumpridor do mandamento de honra aos pais e que toda autoridade somente é bem sucedida quando também se submete a autoridade.
- Por primeiro, mandou matar Adonias, no momento em que seu irmão mais velho demonstrou ter maldade em seu coração, querendo que se lhe desse a virgem Abisague como mulher, aquela que havia cuidado de Davi na sua velhice, a indicar, com tal gesto, que ainda pretendia reinar (I Rs.2:13-25).
- Em seguida, exilou Abiatar, retirando-o da função de sumo sacerdote e, deste modo, consumando a profecia que havia sido dada nos tempos de Eli, há 110 anos antes, segundo Frank Klassen e Edward Reese, numa prova de que a Palavra de Deus sempre se cumpre (I Rs.2:26). Aqui vemos, também, o temor de Salomão que, em vez de matar Abiatar, exilou-o em respeito a sua condição de sacerdote, temor que não vemos, por exemplo, em Saul (I Sm.22:16,17).
- Ato contínuo, mandou matar Joabe que, ao saber do exílio de Abiatar, correu até o altar, a fim de tentar obter misericórdia de Salomão, mas, sem sucesso, pois Benaia foi ali e o matou (I Rs.1:29-34).
- Com relação a Simei, determinou que o mesmo ficasse em Jerusalém, sem poder sair da cidade, mas, ao cabo de três anos, Simei saiu da cidade para buscar um escravo foragido e, tendo disto sabido Salomão, Simei foi morto em punição.
- O texto sagrado, então, diz que, após a morte de Simei, o reino foi confirmado o reino na mão de Salomão (I Rs.2:46). Esta expressão bíblica mostra-nos, com clareza, que a obediência é fundamental para que as bênçãos de Deus se consolidem em nossas vidas. Temos feito isto?
- É oportuno observar que esta obediência de Salomão à lei do Senhor era fruto do seu amor a Deus (I Rs.3:3). Quem ama a Deus guarda a Sua Palavra (Jo.14:23,24), pois os mandamentos divinos jamais lhe são pesados (I Jo.5:3). O amor a Deus é resposta nossa ao amor que Deus demonstrou a nós (I Jo.4:19), amor este que é incontestável e provado pela morte vicária de Cristo na cruz do Calvário (Rm.5:8).
2. O sábio pede sabedoria. Ao pedir sabedoria de Salomão se mostrou um homem humilde, e isso pode ser constatado em uma das respostas que deu ao Senhor: ” Sou ainda menino pequeno, não sei como sair, nem como entrar” (1Rs 3.7b). Significa que ele tinha plena consciência da grandeza de sua tarefa (1Rs 3.8), não permitindo que a imponência do seu reinado me conduzisse à prepotência. Ao contrário, demonstrou profundo autoconhecimento, o que é peculiar a toda pessoa sábia.
3. A sabedoria na prática de vida. Tiago escreveu em sua epístola que existe uma falsa sabedoria que se evidencia pela inveja e sentimento faccioso. Nossa sabedoria não vem de Deus, mas é terrena animal e diabólica (Tg 3.15). É fruto de ciúmes, divisionista, perturbação e obras perversas (Tg 3.16). No entanto, o apóstolo asseverou que se alguém não tem sabedoria peça a Deus que a todos dê liberalmente (Tg 1.5). As características dessa virtude que vem do alto são a pureza, a pacificação, a prudência, a benevolência, a misericórdia, os bons frutos, a imparcialidade e a sinceridade (Tg 3.17)
SÍNTESE DO TÓPICO I
A virtude deve ser uma marca do Cristão autêntico. A partir de uma vida virtuosa, os filhos de Deus serão abençoados em tudo que fizerem.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
A tragédia de vida de Salomão não foi uma catástrofe pessoal repentina, mas a diminuição gradual de sua completa devoção à Deus. Isso está relacionado com os interesses de suas “muitas esposas”, resultando em sua própria adoração idolátrica. Ele trilhou o repetido caminho para longe de Deus: o conhecimento do coração tornou-se somente o entendimento da mente e o conhecimento da mente, no final, deu lugar à apostasia total.
Pergunte se a seus alunos se a sabedoria, ou conhecimento cultivado de Deus, é garantia de lealdade contínua ao Senhor. Promovam o pequeno debate sobre o assunto, e peça a ele que procure na Bíblia outros exemplos semelhantes.
II – A CONSOLIDAÇÃO DO PODER
1. A Glória do reino de Salomão. O Reinado de Salomão não apenas se tornou ângulo em termos territoriais, mas foi firmado e estabelecido em paz e justiça (1 Rs 4.24). O povo de Judá e Israel tinha tanta fartura e vivia então gosto condições que podia até festejar e se alegrar (1Rs 4.20). Todos os governos, quando administrado sobre essa premissa, se tornam duradouros trazendo ao povo paz e segurança (1 Rs 4.25a).
2. O orgulho precede a ruína. Infelizmente, até mesmo os homens mais sábios estão sujeitos a queda quando deixam de temer à Deus e entram por caminhos tortuosos. Os desvios de Salomão foram chegando aos poucos, à medida que fazia pequenas concessões em seu coração e estabelecer acordos e conchavos políticos que deterioraram sorrateiramente seus valores espirituais (1Rs 11.1,2). Salomão enganou a si mesmo pela ganância e pela sede de poder e deixou invadiu o seu coração todavia, é importante destacar que isso não aconteceu no início do seu reinado (1Rs 11.4-6). Essa degradação de valores começou conforme Salomão permitia que pequenos desvios assumissem proporções gigantescas.
- Confirmado o reino em sua mão, Salomão toma uma decisão que traria, posteriormente, sérias consequências, qual seja, a de iniciar com os “casamentos políticos”, ou seja, passar a se casar com princesas dos reinos vizinhos, a fim de criar um ambiente de paz e cooperação com os povos à sua volta, a fim de que houvesse paz durante o seu governo.
- “Salomão” significa “muito pacífico” e, na própria profecia em que o Senhor mostrava a Davi que de sua linhagem viria o Messias, havia sido dito que o reinado de Salomão seria de paz, e, por isso mesmo, seria ele quem construiria o templo em Jerusalém (II Sm.7:12,13. I Cr.28:2-6).
- Deste modo, este expediente de “casamentos políticos” não se fazia necessário para Salomão, que deveria ter confiado no Senhor para ter um reinado de paz. Com este meio de ação, Salomão abria a brecha para descumprir um dos mandamentos da lei para os reis, qual seja, a de não multiplicar as mulheres (Dt.17:17), que precisamente foi o que fez, de sorte que, por meio desta vacilação, acabou prejudicando não só seu governo mas toda a nação de Israel, como haveremos de ver na sequência de nosso estudo.
- O primeiro “casamento político” de Salomão foi com a filha de Faraó (I Rs.3:1), selando, assim, uma aliança com o Egito, a principal potência mundial da época, tendo-a levado para morar na cidade de Davi até que se acabasse de edificar o seu palácio e o templo. Este casamento, aliás, é cantado no Salmo 45, que nos mostra que se tratou de uma figura do casamento de Cristo com a Igreja.
- Salomão amava a Deus e, por isso, a exemplo de Davi, seu pai, era um adorador, tanto que foi até Gibeão, cidade que a tribo de Benjamim tinha entregado aos levitas (Js.21:17), onde estava o altar de sacrifícios do tabernáculo, a fim de fazer sacrifícios ao Senhor, tendo oferecido mil holocaustos a Deus.
- Uma característica de Salomão é a de realizar sacrifícios abundantes ao Senhor. Em Gibeão, ofereceu mil holocaustos; na dedicação do templo, vinte e duas mil vacas e cento e vinte mil ovelhas (I Rs.8:63). Isto é a demonstração do seu amor a Deus e do valor que dava ao culto. Devemos, também, ser abundantes nos sacrifícios, que hoje, em nossa dispensação, são sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo (I Pe.2:5), entre os quais, o nosso culto racional (Rm.12:1), o correto louvor (Hb.13:15) e a beneficência e comunicação (Hb.13:16).
- Notemos que o que se fazia sobressair nos sacrifícios de Salomão não era a quantidade, mas, sim, o seu coração. Salomão amava a Deus e a quantidade de animais oferecidos era o reflexo deste amor. Desde os primórdios da história da humanidade, o Senhor atenta primeiramente para o ofertante e, só depois, para a oferta (Gn.4:4,5), tanto que Davi mesmo afirma que o Senhor não despreza o coração contrito e quebrantado e o espírito quebrantado, que são, para Ele, os verdadeiros e genuínos sacrifícios (Sl.51:17).
- Por isso mesmo, à noite, quando o rei Salomão já dormia, o Senhor lhe apareceu em sonhos, para lhe dizer do Seu agrado com aquele sacrifício e, como recompensa por tal gesto de amor, disse a Salomão o que ele queria, que lhe seria dado (I Rs.3:5).
- Salomão, demonstrando toda a pureza de seu coração, pediu ao Senhor sabedoria para que pudesse governar o povo de Israel, pois reconhecia que era “menino pequeno que não sabia nem sair nem como entrar” e que precisava “discernir entre o bem e o mal” para que pudesse julgar o povo, que reconhecia ser o povo do Senhor (I Rs.3:6-9).
- Salomão seguia aqui o conselho de seu pai Davi. Agia como “homem” e, como tal, sabia que havia um Senhor que estava sobre ele e a quem devia prestar contas. Como servo de Deus, que era, Salomão sabia que havia sido escolhido para reinar sobre Israel, que era o povo santo e reino sacerdotal de Deus, a propriedade peculiar de Deus dentre todos os povos e, portanto, tinha o dever de bem governar aquele povo, que não era seu.
- Que bom seria se todo governante, nos dias de hoje, tivesse essa consciência, que soubesse que é apenas uma autoridade constituída por Deus (Jo.19:10,11; Rm.13:1) e que, como tal, tem de prestar contas ao Senhor pelo que fizer com o povo que lhe está sujeito.
- Salomão entendeu que o mais importante que havia na sua vida era corresponder à vocação que lhe havia dado o Senhor, era cumprir com o dever que Deus lhe havia dado e, por isso, pediu sabedoria, para que pudesse, deste modo, bem desempenhar o papel, o serviço que o Senhor lhe havia dado.
- Assim devemos agir também. Sabendo o que Deus quer que façamos durante a nossa peregrinação terrena, devemos pedir ao Senhor sabedoria para que desempenhemos a contento aquilo que nos foi mandado fazer. Estamos a fazer isto?
- Salomão pôs a Deus sobre todas as coisas, cumprindo, assim, o primeiro e grande mandamento da lei (Mt.22:36,37) e, por conseguinte, também cumprindo o segundo e grande mandamento, já que estava a amar os seus súditos como a si mesmo (Mt.22:39).
- Como se não bastasse a prioridade absoluta que deu a seu serviço a Deus, Salomão ainda escolheu a sabedoria, que ele mesmo, posteriormente, diria que era a “coisa principal” (Pv.4:7), pois a sabedoria é absolutamente necessária para que tudo que se faça seja exitoso.
- A sabedoria é “saber fazer as coisas” e para que possamos fazer algo é necessário que saibamos fazê-lo. Não é à toa que o primeiro aspecto do Espírito Santo é o “Espírito de sabedoria” (Is.11:2) e que Tiago tenha dito que o que deve ser pedido e é dado liberalmente a todos é a sabedoria (Tg.1:5).
- Deus Se agradou tanto do pedido feito por Salomão que não só lhe concedeu a sabedoria, mas tudo quanto ele não havia pedido, de modo que Salomão foi o homem que pôde desfrutar abundantemente de tudo o que a dimensão terrena pode oferecer a alguém, como, aliás, o rei deixou claro ao escrever o livro de Eclesiastes, a saber: fortuna, fama, poder, conhecimento e prazer (I Rs.3:11-14).
- Salomão buscou os melhores materiais, como também a melhor mão-de-obra, tanto que mandou separar trinta mil homens para que realizassem a construção, separando-os por grupos e dando períodos de descanso a eles, bem como pondo sobre eles chefes (I Rs.5:13-18).
SÍNTESE DO TÓPICO II
Devemos ter cuidado com as concessões que fazemos, pois uma vida de entrega ao pecado começa com pequenos deslizes.
SUBSÍDIO DEVOCIONAL
“2 Cr 1.11,12 Salomão poderia pedir qualquer coisa, porém pediu sabedoria para governar a nação. Pelo fato de Deus ter aprovado a forma como rei definir suas prioridades, dele também prosperidade, riqueza e Honra. Jesus também falou a respeito de prioridades. Ele disse que quando colocamos Deus em primeiro lugar, tudo aquilo que realmente necessitamos também nos é concedido (Mt 6.33).
Embora isso não seja uma garantia de que seremos tão ricos e famosos como Salomão, ao colocarmos Deus em primeiro lugar, a sabedoria que recebemos nos permitirá gozar uma vida ricamente gratificante. Quando temos o propósito de viver e aprender a contentar-nos com o que temos, alcançaremos uma riqueza tal como jamais poderíamos ter imaginado.” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003,p.594-95).
III – A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO
1. O nobre propósito de Salomão. O propósito de Salomão na construção do Templo foi muito nobre: edificar uma casa ao nome do Senhor, meu Deus” (1Rs 5.5). Você percebe que havia pureza no coração do sábio rei de Israel nos primeiros anos do seu Reinado. Na construção do Templo, foram empregados diversos materiais de altíssimo valor, tais como centro do Líbano e muito ouro. Todo tempo foi revestido de ouro. O lugar Santíssimo teve as paredes, o teto e o piso revestido de ouro puro (1 Rs 6.20-22). Salomão quis demonstrar seu imenso Amor a Deus edificando uma Morada de altíssima qualidade e excelência.
2. O templo do Espírito Santo. Essa visão de Deus entrada no templo é uma forte característica do Antigo Testamento, mas com a redenção do homem, efetuada por Cristo na cruz do Calvário a Morada de Deus passa a ser o próprio homem regenerado. E é nesse lugar que se deve fazer riqueza e beleza, porque o Espírito de Deus habita nele (1Co 6.19).
3. A glória do Senhor. A glória do Senhor se manifestou no templo, depois de pronto a, em duas ocasiões especiais: A primeira foi quando o sacerdote levou a arca para o lugar Santíssimo. A glória foi tanta que eles não puderam permanecer de pé para ministrar o serviço sagrado (1Rs 8.11; 2Cr 6.14). Alegria e o temor da presença de Deus fizeram Salomão proferir uma das mais belas orações da Bíblia (1Rs 8.22-53; 2Cr 6.14-42), que reconhece a grandeza, o senhorio, poder, A misericórdia e o amor de Deus sobre todas as coisas. A segunda ocasião que a glória do Senhor se manifestou foi quando Deus respondeu a Salomão na inauguração do templo (2Cr 7.1-3). Desta vez, além da glória, desceu também Fogo do Céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios.
- Salomão começou a construir o templo no ano 480 da história de Israel como nação (I Rs.6:1), valiosa informação que nos permite, inclusive, verificar a cronologia bíblica, a desmentir muitas das especulações criadas pelos chamados “críticos bíblicos” ou “teólogos liberais”, especulações, aliás, que vão caindo uma após outra com as descobertas arqueológicas.
- O templo construído por Salomão seguiu a “planta” deixada por seu pai Davi (I Cr.28:11,12,19), algo que não tinha sido fruto da imaginação daquele rei, mas, sim, algo proveniente da parte do Senhor.
- Vemos, pois, que toda a grandiosidade do templo não era resultado de uma “megalomania” de Salomão (como sói ocorrer com muitos governantes, notadamente num país tropical chamado Brasil), mas, sim, a obediência a um projeto traçado pelo próprio Deus.
- Nem poderia ser diferente, pois o templo seria a “habitação do Senhor” no meio do Seu povo e, como Senhor de todas as coisas, haveria Deus, mesmo, de determinar como se faria a Sua casa. Já o havia feito quando mandou que Moisés adotasse o modelo que havia visto no monte para a construção do tabernáculo (Ex.25:8,9).
- Temos aqui uma preciosa lição: a adoração a Deus deve ser feita segundo o modelo, o “risco” estabelecido pelo Senhor e não segundo a nossa imaginação ou a nossa forma de pensar ou agir. Qualquer ato de adoração que se faça segundo preceitos exclusivamente humanos, como aconteceu no caso de Caim, será rejeitada pelo Senhor.
- O templo seguia, basicamente, o modelo do tabernáculo, sendo também dividido em três partes: o átrio ou pátio, que era o lado externo e descoberto da edificação, acessível a todos os israelitas e até a estrangeiros (estes últimos nem de todas as nações e com restrições); uma parte coberta, composta de duas seções: o lugar santo, acessível aos sacerdotes e o lugar santíssimo, onde ficava a arca da aliança, onde somente podia entrar o sumo sacerdote, uma vez ao ano, por ocasião do dia da expiação.
- Havia algumas diferenças com relação ao tabernáculo, a começar das dimensões, já que, por se tratar de um templo fixo, ao contrário do tabernáculo, não seria acessível a todo o povo simultaneamente, o que exigia tamanhos maiores para acolhimento daqueles que permanecessem para adoração, notadamente quando das festas.
- Entretanto, estas diferenças foram previstas pelo próprio Senhor, ou seja, nada foi fruto da imaginação de Salomão ou de qualquer dos construtores. Tanto assim é que, durante o próprio processo de construção, o Senhor falou novamente com Salomão, confirmando as Suas promessas (I Rs.6:12,13).
- A construção durou sete anos, enquanto que o palácio de Salomão demorou treze anos para ser construído (I Rs.7:1), em mais uma demonstração de que Salomão dava prioridade às coisas de Deus antes das suas próprias. Assim como o sábio monarca, devemos também buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça, tendo o que é terreno como mero acréscimo (Mt.6:33).
- Mas há outra preciosa lição quando vemos a questão da construção do templo: o templo deveria seguir o modelo divino, ser construído consoante a vontade do Senhor, pois seria a Sua habitação, como o próprio Senhor diz a Salomão na sua fala durante o processo de construção (I Rs.6:13).
- Ora, o templo como habitação do Senhor era figura, tipo do corpo de cada um dos salvos na pessoa de Jesus Cristo, porquanto, desde o instante em que cremos em Jesus, tornamo-nos “templo santo no Senhor” (Ef.2:21), “morada de Deus no Espírito” (Ef.2:22), “templo do Espírito Santo” (I Co.6:19). O próprio Jesus disse que Seu corpo era templo (Jo.2:19-22).
- Em sendo assim, devemos, pois, considerar que, uma vez salvos por Cristo, não temos mais o direito de fazer o que quisermos com o nosso corpo, mas sempre edificá-lo, mantê-lo consoante as determinações divinas, conforme a Palavra de Deus, fazendo do nosso corpo instrumento de justiça, não permitindo que o pecado reine nele (Rm.6:12-22).
- Como, então, alguns que se dizem salvos estão a dar ouvidos a ensinamentos segundo os quais Deus não Se preocupa como que façamos com nossos corpos, que o Senhor “só quer o coração” e que não há qualquer problema com o que se veste ou como nos apresentamos corporalmente? Pensemos nisto!
- Terminada a construção do templo, Salomão convocou todas as lideranças do país para fazerem subir a arca do concerto que estava dm Jerusalém, na cidade de Davi, para o templo, isto no sétimo mês, que era um mês em que se realizavam três festividades: a festa das trombetas, o dia da expiação e a festa dos tabernáculos (I Rs.8:1-8).
- Antes da convocação, o texto bíblico diz que Salomão trouxe para o templo as coisas santas que seu pai havia separado para a casa do Senhor (I Rs.7:51). Temos aqui duas importantes lições: primeiro, que somente o que é santo pode estar na casa do Senhor e como esta casa, agora, somos nós (Hb.3:6), uma vez mais se mostra que tudo o que há em nós deve ser santo, precisamos ser santos em toda a nossa maneira de viver (I Pe.1:15,16).
- Segundo: o templo não poderia estar vazio quando adentrasse a arca da aliança, sua peça mais importante. A arca simbolizava a presença do Senhor no meio do povo e era mister que todas as peças, todo o material lá estivesse para que se inserisse a arca no lugar santíssimo. De igual maneira, não podemos nos encontrar “vazios” ou “nus” para recebermos o nosso morador, que é o Senhor. Precisamos estar sempre “mobilados”, “vestidos”, ou seja, vivendo em santidade e em plena comunhão com o Senhor, para que não venhamos a ser reprovados (Mt.12:43-45; II Co.5:2,3).
- A arca foi trazida para o templo, tendo havido ampla participação de todo o povo, que ofereceram sacrifícios ao Senhor. Na arca, é-nos dito que não havia senão as tábuas da lei (I Rs.8:9). Muito provavelmente, os outros elementos que havia na arca, a vara de Arão e a porção de maná haviam sido retiradas da arca quando da “profanação” da peça em Bete-Semes, ainda no tempo da judicatura de Samuel (I Sm.6:19).
- A presença na arca das tábuas da lei demonstrava claramente que o templo construído deveria seguir os ditames da lei mosaica, ou seja, ainda estávamos na dispensação da lei e explica porque a glória do segundo templo seria maior do que a glória deste primeiro templo (Ag.2:9). Enquanto, no templo construído por Salomão, ingressou a arca, com as segundas tábuas da lei (Ex.34:1), tábuas estas resultantes da própria desobediência do povo à lei (Ex.32:19), o segundo templo veria o ingresso de Jesus Cristo, Aquele que, e só Ele, cumpriu toda a lei (Mt.5:17), Aquele que é Senhor da própria lei (Mt.12:8; Mc.2:28).
- Quando a arca foi posta no lugar santíssimo, a glória do Senhor encheu o templo, a indicar, claramente, que o Senhor aprovara aquela edificação e Se faria presente ali como o fizera no tabernáculo (I Rs.8:10,11).
- A presença da glória do Senhor foi tal que os sacerdotes não puderam ter-se em pé para ministrar por causa da nuvem. Alguns procuram extrair deste texto uma base bíblica para a chamada fanerose, também popularmente conhecida como “cai-cai”, para dizer que se tem aí um exemplo de que, quando a glória de Deus desce, as pessoas não conseguem ficar em pé.
- Nada mais falso, porém. Por primeiro, devemos lembrar que se estava diante de um fato incomum, era a inauguração do templo e o Senhor queria mostrar a todo o povo que era do Seu agrado a construção daquele templo e, assim como na inauguração do tabernáculo, Sua glória Se manifestara, assim também ocorria naquele momento. Em sendo assim, não se pode construir uma doutrina uma circunstância excepcional como era aquela.
- Por segundo, como já foi dito, a glória desta casa foi inferior à glória da segunda casa, porque a presença de Jesus é superior à presença da nuvem no primeiro templo e, portanto, nós, que temos Jesus em nós (Jo.14:23), o Senhor da glória (I Co.2:8; Tg.2:1), estamos numa situação muito mais privilegiada e superior que a dos sacerdotes e, portanto, nossas experiências espirituais são muito mais profundas que as deles, não tendo sentido algum querermos “cair fisicamente” ante a glória divina, quando temos pleno acesso ao Santo dos santos (Hb.10:19), o que não ocorria com aqueles sacerdotes, temos um altar de que não têm direito de comer os que serviam no templo (Hb.13:10).
- Por terceiro, ao contrário do que ocorre na fanerose, em lugar algum está escrito que os sacerdotes perderam a sua consciência, mas tão somente que não puderam se ter em pé, o que os impedia de ministrar, até porque Deus jamais opera em alguém retirando-lhe a consciência, pois, ao contrário do inimigo, respeita a dignidade da pessoa humana.
- Após a manifestação da glória de Deus, Salomão abençoou o povo e relembrou a Israel que ali se cumpria a palavra que o Senhor havia dito a Davi quando este propôs edificar o templo, mostrando, assim, a fidelidade divina. Salomão não se envaidecera por aquela belíssima edificação, mas admitia publicamente que tudo o que fizera fora por ordem e desígnio divinos. Uma vez mais, portava-se como “homem”, seguindo os conselhos de seu pai.
- Em seguida, Salomão, então, faz uma belíssima oração, que é a mais longa oração registrada nas Escrituras (I Rs.8:22-53).
- Esta oração foi feita diante do altar, em frente de toda a congregação e com as mãos estendidas para os céus (I Rs.8:22). Salomão estava diante do altar de sacrifícios, mostrando que reconhecia a sua condição de pecador e dependente da misericórdia divina. Estava em frente à congregação, porque havia sido escolhido para reinar sobre o povo e, deste modo, dava exemplo diante da nação, tendo consciência de sua vocação e da sua responsabilidade diante de Deus na posição que lhe fora dada no povo santo. Por fim, estendeu suas mãos aos céus, suplicando ao Senhor a Sua graça e misericórdia, compreendendo a sua pequenez e a majestade divinas. Temos esta postura quando nos apresentamos a Deus em oração?
- Salomão começa reconhecendo a majestade e o senhorio de Deus, bem como relembra as promessas divinas para com Israel e a casa de Davi. De forma clara, reconhece que Deus não pode ser contido em um templo e implora para que o Senhor atentasse para ouvires as orações que fossem ali feitas a Ele, o que confirma, claramente, que o templo seria uma “casa de oração”, como, séculos depois, diriam tanto o profeta Isaías (Is.56:7) quanto o Senhor Jesus (Mt.21:13; Mc.11:7; Lc.19:46).
- O templo havia sido o lugar que Deus escolhera para vir habitar com o Seu povo, local onde estivesse o Seu nome (Dt.12:11; I Rs.8:29) mas a habitação divina era nos céus (I Rs.8:30), céus, aliás, que também não podem contê-l’O, nem mesmo os céus dos céus (I Rs.8:27). Por isso, apesar da construção do templo, os israelitas não poderiam assumir a mentalidade dos demais povos, que viam os templos como a habitação exclusiva de suas divindades.
- É por esse motivo, aliás, que não têm razão os que criticam a existência de templos cristãos, pois tais templos não indicam que entendamos que Deus esteja ali circunscrito, mas são apenas espaços em que podemos todos coletivamente adorar ao Senhor, “casas de oração” onde se possa exercer a necessária comunhão e convivência que deve existir entre os filhos de Deus, visto que, embora a salvação seja individual, não no é o crescimento espiritual, que depende de sermos membros uns dos outros no corpo de Cristo.
- A existência de templos entre os cristãos, à evidência, jamais procura circunscrever a Deus, até porque cada salvo é, por si só, um templo santo no Senhor (Ef.2:21), mas tem a finalidade de permitir que, como corpo que somos, tenhamos uma “casa de oração”, onde imploremos a ação divina.
- E é de ação divina que fala Salomão na continuidade da sua oração, quando pede que o Senhor perdoe a todos que Lhe suplicarem o perdão, como também que faça justiça toda a vez que houvesse juramentos perante Ele. Pediu, também, que o Senhor perdoasse o pecado do povo quando este, por suas transgressões, fosse ferido pelo inimigo, inclusive lhes mandando a chuva e retirando a fome, que, como sabemos, seriam consequências pela desobediência conforme o chamado pacto palestiniano (Dt.27,28) (I Rs.8:30-40).
- Salomão também pediu para que o Senhor ouvisse o estrangeiro que, crendo em Deus, viesse adorá-l’O no templo, bem como o próprio povo israelita, quando estivesse ele em cativeiro e orasse voltado para a direção do templo (o que vemos Daniel fazendo, quando estava cativo em Babilônia – Dn.6:10) (I Rs.8:41-53), a fim de que pudesse ser restaurado.
- Após a oração, Salomão ajoelhou-se e, depois, se levantou e, uma vez mais, abençoou o povo, tendo, então, feito sacrifícios ao Senhor, sendo seguido neste gesto pelo povo e eram tantos os sacrifícios que o átrio do templo acabou servindo de altar, tendo a festividade de inauguração durado quinze dias (I Rs.8:54-66).
- Numa demonstração de que Deus Se agradara de tudo quanto fora feito, o Senhor apareceu segunda vez a Salomão, dizendo que havia ouvido a oração e que iria atendê-la, renovando as promessas à casa de Davi e ao próprio Salomão, promessas que tiveram a sua condicionalidade reforçada (I Rs.9).
- Salomão cresceu grandemente, passando a ser muito famoso, a ponto de ter recebido a ilustre visita da rainha de Sabá, que afirmou que o que viu era muito superior à fama que a motivara a ir até Jerusalém (I Rs.10).
- O reinado de Salomão era extremamente próspero, o país vivia um período de fartura e abundância, a ponto de a prata não ter valor algum, tamanha era a abundância de ouro (I Rs.10:21). Salomão era o homem mais rico do mundo, como também o mais sábio (I Rs.10:23), tendo fama mundial (I Rs.10:24).
- Infelizmente, porém, toda esta abundância e prosperidade não impediram que Salomão se desviasse dos caminhos do Senhor, com gravíssimas consequências para todo o Israel. É o que veremos na próxima lição.
SÍNTESE DO TÓPICO III
Tudo que fizermos em prol da obra do senhor e para sua glória deve ser realizado com coriza de coração
SUBSÍDIO HISTÓRICO
” Uma vez que Salomão obteve um firme controle do reino, voltou-se para o extenso programa de construções, iniciando com a construção do templo. Davi já havia comprado a eira de Araúna – o local separado por Deus – e o rei ordenava que o terreno fosse totalmente limpo a fim de começar a obra. Ele também preparou os materiais da construção, particularmente blocos de pedras trabalhadas e metais preciosos, e fez acordo com os fenícios para o fornecimento de madeiras para construção. Tudo que Salomão precisava fazer era reunir os materiais e construtores no mesmo local, e dar início à Obra.
Hirão foi informado de que tudo estava pronto, então começou o envio de madeiras para construção Vila conforme havia prometido. Salomão enviou os gêneros alimentícios acordados e outros bens como forma de pagamento. Também foram convocados trinta mil cortadores de lenha para que mensalmente, em torno de dez mil homens fossem auxiliar os trabalhadores de Hirão no Líbano. Setenta mil carregadores foram destacados para o serviço, mais oito mil cortadores de pedras.
Todos os trabalhadores foram supervisionados por três mil e trezentos homens que respondiam diretamente a Adonirão, o oficial encarregado dos trabalhadores forçados (1 Rs 5.13-18) ” (MERRILL, Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.312).
EBD | 3° Trimestre De 2021 | CPAD – Adultos – Tema Do Trimestre: O Plano Divino para Israel em meio à Infidelidade da Nação | Lição 01: A Ascensão de Salomão e a Construção do Templo
CONCLUSÃO
Nunca houve na Terra um homem com tanta sabedoria como Salomão, e que soubesse empregá-la com justiça e correção durante anos de reinado. Esse grande rei de Israel, em seu governo, proporcionou ao povo de Deus um longo período de paz, harmonia e prosperidade. Ele usou sua sabedoria tanto para consolidar seu poder quanto para construir um majestoso templo para Morada e culto a Deus
PARA REFLETIR
A respeito de “A Ascensão de Salomão e a Construção do Templo”, responda:
• O que levou Salomão a pedir sabedoria a Deus? Salomão tinha um elevado senso de prioridade.
• Qual era a maior virtude de Salomão? Sua sabedoria.
• Quais são os dois tipos de sabedoria apresentados na Bíblia? A falsa sabedoria que se evidencia pela inveja e sentimento faccioso, e a sabedoria que vem de Deus (Tg 3.14-17).
• O que levou Salomão à ruína? E por quê? Salomão começou a fazer pequenas concessões em seu coração e a estabelecer acordos e conchavos políticos que deterioraram sorrateiramente seus valores espirituais (1 Rs 11.1,2).
• A partir da redenção do homem efetuada por Cristo no Calvário, qual o local de habitação do Espírito Santo? O próprio homem regenerado (1Co 6.19).
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