TEXTO PRINCIPAL “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parec...
TEXTO PRINCIPAL
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia.” (Mt 23.27)
RESUMO DA LIÇÃO
Deus deseja uma santidade autêntica, que vem de dentro para fora.
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LEITURA SEMANAL
OBJETIVOS
INTERAÇÃO
Professor(a), a hipocrisia é um tema que precisa de uma atenção especial, pois infelizmente, existem pessoas em nosso meio com atitudes semelhantes às dos escribas e fariseus. Elas querem impor, por falta de conhecimento bíblico e doutrinário, um jugo pesado e impraticável que acaba afastando as pessoas do Evangelho. Muitos, como os fariseus e publicanos, até têm um discurso eloquente, mas não se comportam de maneira adequada na igreja ou na sociedade em geral. Muitos estão envergonhando o Evangelho e a Igreja. Um debate bem conduzido a respeito do assunto poderá contribuir para que os jovens compreendam a necessidade de viver uma vida íntegra e coerente diante das pessoas e de Deus, pois sem santidade ninguém verá o Senhor.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), sugerimos que para a aula de hoje você organize uma dramatização. Solicite dois voluntários. Enquanto os demais alunos assistem, coloque uma venda nos olhos dos voluntários e peça para um guiar o outro em uma pequena caminhada pela sala, não permitindo que retirem a venda, como se fosse uma pessoa cega, guiando à outra. Após a atividade, peça para cada voluntário expressar qual o sentimento que teve nas duas funções exercidas, bem como a opinião do público que presenciou a atividade. Depois de ouvir a todos, explique que os escribas e fariseus se achavam perfeitos e queriam guiar as demais pessoas, mas Jesus afirmou que eles eram como cegos guiando cegos.
TEXTO BÍBLICO
INTRODUÇÃO
Na Lição deste domingo, vamos conhecer a respeito dos fariseus e escribas e suas atribuições para a sociedade judaica da época. Os escribas e fariseus são, por diversas vezes, confrontados por Jesus por serem hipócritas. Eles são desmascarados por Jesus em suas muitas “pegadinhas” teológicas cujo intento era apanhar o Mestre em alguma contradição. Veremos que Jesus advertiu aos escribas e fariseus, e a nós também, que a santidade deve vir de dentro para fora e não o contrário.
I- A HIPOCRISIA DOS FARISEUS E ESCRIBAS
1- A Origem dos fariseus. Josefo defendia que o judaísmo, nos tempos de Jesus, estava subdividido em três escolas principais: os saduceus (que desfrutavam do apoio da elite), os fariseus (que tinham o apoio popular) e os essênios (partido sacerdotal que buscou o afastamento do Templo e do restante do sacerdócio). A origem dos fariseus, cujos membros eram oriundos de todos os níveis sociais, sobretudo da “classe” média, deu-se na época dos Macabeus (século II a.C.).
Eles preferiram priorizar a manutenção do seu status político e garantir os direitos religiosos por meio de uma adaptação parcial ao sistema dominante. Outra característica no farisaísmo é sua proximidade com os escribas, que eram os responsáveis pelas ideologias dos fariseus.
2- Os escribas e fariseus acreditavam ser os verdadeiros mestres (Mt 23.2-4). Jesus afirma que os escribas e fariseus estavam assentados na cadeira de Moisés, dando a entender que conheciam bem a Lei de Moisés. Eles eram reconhecidos pelos judeus como os herdeiros da autoridade de Moisés para ensinar.
Jesus não nega a capacidade intelectual deles, inclusive, afirma que como mestres eles têm o seu devido valor. No entanto, Ele recomenda: “não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam” (v. 3). Eles colocavam pesados jugos sobre os ombros do povo com base em suas próprias interpretações da Lei.
3-Jesus repreende a falsa devoção dos fariseus (Mt 23.25-28). Jesus fez uma crítica ao comportamento hipócrita dos escribas e fariseus e, também, quanto às regras de purificação, que ressaltava uma falsa “santificação” à mesa (v. 25). As regras de purificação serviam como pretexto para impedir as pessoas, tidas como impuras por eles, de compartilhar da mesma mesa. Por isso, Jesus condena as atitudes dos escribas e fariseus.
Eles, que eram tidos como “santos” e que faziam parte de uma elite entre os judeus, viviam de aparência, enquanto interiormente estavam “cheios de hipocrisia e iniquidade” (v. 28). Podemos concluir que a santidade que Deus requer de nós, é a verdadeira, aquela que vem de um coração puro, quebrantado diante do Senhor. É essa maneira de viver santa que faz diferença no dia a dia.
SUBSÍDIO 1
Professor(a). no primeiro tópico da lição os seus alunos vão conhecer mais a respeito da origem dos fariseus. Então, inicie fazendo a seguinte pergunta: “Quem eram os fariseus?” Ouça os alunos com atenção e incentive a participação de todos. Em seguida explique que os fariseus eram “partidários de uma das principais seitas rabínicas dos tempos de Cristo”. Depois, explique que “ainda que pareciam ser santos, não eram sóbrios nem justos (escribas e fariseus). Realmente somos o que somos por dentro.
Os motivos externos podem manter limpo o exterior, enquanto o interior está imundo; porém, se o coração e o espírito são feitos novos, haverá vida nova; aqui devemos começar por nós mesmos. A justiça dos escribas e dos fariseus era como os adornos de uma tumba ou 0 vestido de um cadáver, que só serviam como espetáculo.
O engano dos corações dos pecadores se manifesta em que navegam rio abaixo, pelas torrentes de pecado de sua própria época, enquanto se sentem orgulhosos de oporem-se aos pecados mais frequentes em épocas anteriores. […] Justo é que Deus entregue à carnalidade de seus corações a estes que se obstina em satisfazerem-se a si mesmos” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew Henry. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p. 783)
II- A EXTERIORIDADE DA SANTIDADE E A PRÁTICA DA INJUSTIÇA
1- Os escribas e fariseus faziam acusações injustas a Jesus e aos seus discípulos (Mt 15.1,2). Jesus e seus discípulos estavam na terra de Genesaré pregando as Boas-Novas e curando os enfermos quando alguns escribas e fariseus, vindos de Jerusalém, perceberam que os discípulos de Jesus comiam sem lavar as mãos. O que os incomodava não era a falta de higiene, mas sim a questão cerimonial, a tradição.
A Torá previa alguns procedimentos quanto ao ritual de pureza (Lv 11-15; Nm 5.1-4). Todavia, a questão levantada pelos escribas e fariseus não constava nela, mas sim na tradição dos anciãos. Portanto, eles acusaram Jesus e seus discípulos injustamente. A tradição deles, na verdade, era acréscimo feito pelos homens e não por Deus.
2- Jesus demonstrou que os acusadores eram, na verdade, os transgressores (Mt 15.1-20). Os escribas e fariseus acusaram Jesus e os discípulos de comer sem lavar as mãos. No entanto, Jesus os repeliu e mostrou que eles estavam equivocados e o quanto eram hipócritas. Então, o Mestre questiona o fato deles transgrediram os mandamentos de Deus (v. 3). Jesus repreende os fariseus e escribas afirmando: “E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus” (v. 6).
Jesus cita a lei mosaica em que os filhos deveriam honrar o pai e a mãe (o quinto mandamento), cuja penalidade para tal transgressão era a morte. Mas, para não atenderem as necessidades materiais de seus pais alegavam que o bem que possuíam era Corbã, isto é, oferta ao Senhor(Mc 711).
Segundo A. T. Robertson na obra Comentário Mateus e Marcos, “os rabinos permitiam que o filho infiel fizesse a mera declaração dessas palavras para deixar de usar o dinheiro necessário para o sustento do pai ou mãe.” Na verdade, os acusadores eram os verdadeiros transgressores da Lei de Deus.
3- O profeta Isaías já havia alertado a respeito da falsa santidade em nome da religião (Mt 15.7-9). Jesus exorta os escribas e fariseus, demonstrando que eram eles que estavam burlando a lei de Moisés por ganância. O Mestre chama os fariseus e escribas de hipócritas e afirma a atitude errada deles citando Isaías 29.13.
O profeta Isaías já havia, por diversas vezes, reprovado a exterioridade da santidade do seu povo. Ele afirmou que seu povo adorava a Deus somente com palavras, mas o coração deles estava bem longe do Senhor. Da mesma forma também estavam os judeus na época de Jesus, como também muitos cristãos nominais de nossos dias.
SUBSÍDIO 2
“Os fariseus e os doutores da lei vinham de Jerusalém, centro da autoridade judaica, para inspecionar as atividades de Jesus. Ao longo dos séculos, desde a volta dos judeus do cativeiro babilônico, centenas de tradições religiosas haviam sido acrescentadas à lei de Deus, e eram consideradas igualmente importantes por parte desses fariseus e mestres religiosos.
Muitas tradições não são más em si mesmas, e podem acrescentar maior significado e riqueza à nossa vida, mas não devemos admitir que, por nossas tradições terem sido observadas durante anos, devam ser elevadas à mesma condição das Escrituras. Os princípios de Deus são imutáveis e a sua lei não precisa de qualquer complemento.
As tradições servem para nos ajudar a compreender melhor as leis de Deus, não para se transformarem em outros mandamentos.” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal Rio de Janeiro: CPAD, p. 1249.)
III- A CEGUEIRA ESPIRITUAL
1- A cegueira espiritual dos escribas e fariseus (Mt 15.10-14). Jesus não se intimidou diante dos fariseus e dos escribas. Ele os exortou de forma segura e eficaz, chamando-os de cegos e condutores de cegos. Os fariseus e escribas se apegavam tanto às questões secundárias e irrelevantes (tradições humanas) que se privavam da observância da Lei divina. Na realidade, o que os incomodava era a popularidade.
O reconhecimento e o respeito que Jesus e seus discípulos vinham conquistando diante da população. Os testemunhos dos feitos de Jesus se espalhavam rapidamente e todos queriam ouvir e ver o Senhor. Os líderes religiosos, com suas tradições, discursos monótonos e repetitivos, já não chamavam mais a atenção do povo.
2- Pedro pede que Jesus os ensine (Mt 15.15). Em alguns momentos, os discípulos também tiveram dificuldades para entender os ensinos de Jesus. Entretanto, Pedro, tomando a palavra pediu a Jesus: “Explica-nos essa parábola” (Mt 15.15). O discípulo Pedro não se preocupava em declarar publicamente que não havia compreendido.
Ele estava certo, pois quem quer aprender tem de perguntar e não pode se importar com a reação das pessoas. Muitas pessoas deixam de aprender por receio de perguntar. Jesus fica admirado com a atitude de Pedro e diz: “Até vós mesmos estais ainda sem entender?” (V. 16). De acordo A. T. Robertson, Comentário Mateus & Marcos, “os discípulos ainda estavam sob o ‘encanto’ da perspectiva teológica dos fariseus.” Por isso, a dificuldade de entendimento.
Os fariseus e escribas ouviam os ensinos de Jesus e não aprendiam, pois seus interesses pessoais e a hipocrisia impediam que seus “olhos fossem abertos” para entender a mensagem do Reino. Já os discípulos de Jesus realmente desejavam compreender e aplicar, às suas vidas, o ensino do Mestre.
3- O que contamina o ser humano é o que está no seu coração (Mt 15.16-20). Jesus explica aos discípulos que o que contamina o ser humano não é o que entra pela boca, mas o que procede do seu coração. É do interior do ser humano que provém os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.
As práticas, os ensinos errôneos e perversos dos escribas e fariseus ainda influenciam muitos religiosos na atualidade, pois, infelizmente, ainda há pessoas que valorizam mais as tradições humanas do que a Palavra de Deus. Jesus deixa claro que a falsa santidade contamina o ser humano, e não o fato de comer sem lavar as mãos. O Mestre critica duramente o ritualismo hipócrita e a falsa santidade dos fariseus e escribas.
SUBSÍDIO 3
“O profeta Isaías também criticou os hipócritas (Is 20.23). Jesus aplica as palavras do profeta àqueles líderes religiosos. Quando afirmamos que honramos a Deus, porém nosso coração está longe dEle, o culto que prestamos nada significa. Não basta agir com religiosidade, nossas atitudes devem ser sinceras. Se não forem, as palavras de Isaías também se aplicam a nós.” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 1249)
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que a santidade vem de dentro para fora. Os escribas e fariseus viviam uma falsa santidade exterior e foram duramente criticados por Jesus. Eles acusaram os discípulos de Jesus de não cumprirem as tradições religiosas. Entretanto, Jesus derruba o argumento deles demonstrando que em nome de uma falsa santidade, eles estavam dando mais importância às tradições humanas do que à essência da Palavra de Deus.
HORA DA REVISÃO
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Revista Jovens – 1º Trimestre De 2023
TEMA: SEPARADOS PARA DEUS – Buscando a Santificação para vermos vermos o Senhor e sermos usados por Ele
COMENTARISTA: Natalino das Neves
Lição 01: Santificação: o Caminho que leva à Vida Eterna com Deus
Lição 02: O Pecado sob a Perspectiva do Deus que é Santo
Lição 03: O Temor a Deus é o Caminho da Santificação
Lição 04: A Santificação e a Palavra de Deus
Lição 05: Libertos para Viver em Santidade
Lição 06: Mortos para o Pecado, mas ainda Lutando contra Ele
Lição 07: Santidade: de Dentro para Fora
Lição 08: O Ensino de Jesus sobre Santificação no Sermão do Monte
Lição 09: A Santidade é a Marca do Crente
Lição 10: Arrependimento, Perdão e Santificação
Lição 11: Santidade Integral
Lição 12: Uma Vida Cheia do Espirito
Lição 13: As Bênçãos de uma Vida Santificada
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