TEXTO ÁUREO "Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina...
TEXTO ÁUREO
"Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina", 2 Timóteo 4.2
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Este versículo faz parte da última carta escrita por Paulo antes de sua morte. Ele orienta Timóteo, um jovem pastor, a permanecer fiel ao seu chamado ministerial em meio a tempos difíceis, onde muitos se afastariam da verdade (2 Timóteo 4:3-4). O apóstolo reforça a importância de um ministério baseado na pregação fiel, correção amorosa e paciência contínua.
Análise das Palavras-Chave com Raiz Grega:
- “Pregues” (gr. kērussō – κηρύσσω)
- Significa "proclamar" ou "anunciar como um arauto."
- A ideia aqui é a de uma proclamação pública e autoritativa, como a de um mensageiro real. A pregação não é uma simples conversa, mas uma declaração urgente da verdade divina, que deve ser feita com clareza e convicção.
- “Palavra” (gr. logos – λόγος)
- Refere-se ao conteúdo da mensagem pregada, que é a própria Escritura.
- Em João 1:1, logos também descreve Jesus Cristo como a Palavra viva de Deus. Timóteo é instruído a pregar a mensagem divina, não filosofias humanas.
- “Instes” (gr. epistēmi – ἐφίστημι)
- Literalmente "estar presente, insistir, persistir."
- Tem o sentido de urgência e perseverança. A ideia é permanecer firme, aproveitando cada oportunidade para pregar, mesmo quando as circunstâncias forem adversas.
- “A tempo e fora de tempo” (gr. eukairos kai akairos – εὐκαίρως καὶ ἀκαίρως)
- Eukairos: "tempo oportuno" ou quando as condições são favoráveis.
- Akairos: "tempo inoportuno" ou quando as condições não são favoráveis.
- Paulo instrui Timóteo a pregar tanto quando há receptividade quanto quando há oposição.
- “Redarguas” (gr. elegchō – ἐλέγχω)
- Significa "repreender, convencer, expor o erro."
- Implica em mostrar onde alguém está errado, mas com o objetivo de levar ao arrependimento.
- “Repreendas” (gr. epitimaō – ἐπιτιμάω)
- Literalmente "admoestar com autoridade."
- Difere de elegchō por ser mais direto e firme, indicando correção autoritária.
- “Exortes” (gr. parakaleō – παρακαλέω)
- Significa "encorajar, confortar, rogar."
- Esta palavra combina instrução e motivação, transmitindo esperança e coragem ao ouvinte.
- “Longanimidade” (gr. makrothymia – μακροθυμία)
- Denota "paciência prolongada, perseverança diante da provocação."
- Implica que a pregação deve ser feita com tolerância e paciência, mesmo diante da resistência.
- “Doutrina” (gr. didachē – διδαχή)
- Refere-se ao ensino sistemático das verdades de Deus.
- O pregador não deve apenas proclamar, mas também instruir de forma clara e organizada, fundamentado na Escritura.
Exposição Teológica:
A exortação de Paulo a Timóteo enfatiza que o ministério da palavra envolve equilíbrio entre correção firme e encorajamento amoroso. Pregadores não devem apenas anunciar verdades agradáveis, mas também confrontar erros com fidelidade bíblica. A paciência (makrothymia) é fundamental, pois a mudança espiritual é um processo conduzido pelo Espírito Santo.
O chamado "a tempo e fora de tempo" mostra que a pregação do evangelho não depende de circunstâncias convenientes; ela deve ser constante e perseverante. Este é um lembrete de que o evangelho é a resposta para todas as épocas e situações, mesmo quando não parece popular ou aceitável.
Aplicação Pessoal:
- Perseverança: Devemos falar da Palavra de Deus mesmo em situações difíceis ou quando não há receptividade.
- Equilíbrio: Corrigir com firmeza, mas sempre com amor e paciência.
- Ensino: O cristão deve buscar não apenas proclamar a mensagem, mas instruir outros com fundamento sólido nas Escrituras.
- Paciência: A transformação não ocorre de forma instantânea; a perseverança no ensino é essencial.
Este versículo nos desafia a sermos testemunhas fiéis da Palavra, confiando que Deus trabalha através de cada mensagem pregada com fidelidade.
Este versículo faz parte da última carta escrita por Paulo antes de sua morte. Ele orienta Timóteo, um jovem pastor, a permanecer fiel ao seu chamado ministerial em meio a tempos difíceis, onde muitos se afastariam da verdade (2 Timóteo 4:3-4). O apóstolo reforça a importância de um ministério baseado na pregação fiel, correção amorosa e paciência contínua.
Análise das Palavras-Chave com Raiz Grega:
- “Pregues” (gr. kērussō – κηρύσσω)
- Significa "proclamar" ou "anunciar como um arauto."
- A ideia aqui é a de uma proclamação pública e autoritativa, como a de um mensageiro real. A pregação não é uma simples conversa, mas uma declaração urgente da verdade divina, que deve ser feita com clareza e convicção.
- “Palavra” (gr. logos – λόγος)
- Refere-se ao conteúdo da mensagem pregada, que é a própria Escritura.
- Em João 1:1, logos também descreve Jesus Cristo como a Palavra viva de Deus. Timóteo é instruído a pregar a mensagem divina, não filosofias humanas.
- “Instes” (gr. epistēmi – ἐφίστημι)
- Literalmente "estar presente, insistir, persistir."
- Tem o sentido de urgência e perseverança. A ideia é permanecer firme, aproveitando cada oportunidade para pregar, mesmo quando as circunstâncias forem adversas.
- “A tempo e fora de tempo” (gr. eukairos kai akairos – εὐκαίρως καὶ ἀκαίρως)
- Eukairos: "tempo oportuno" ou quando as condições são favoráveis.
- Akairos: "tempo inoportuno" ou quando as condições não são favoráveis.
- Paulo instrui Timóteo a pregar tanto quando há receptividade quanto quando há oposição.
- “Redarguas” (gr. elegchō – ἐλέγχω)
- Significa "repreender, convencer, expor o erro."
- Implica em mostrar onde alguém está errado, mas com o objetivo de levar ao arrependimento.
- “Repreendas” (gr. epitimaō – ἐπιτιμάω)
- Literalmente "admoestar com autoridade."
- Difere de elegchō por ser mais direto e firme, indicando correção autoritária.
- “Exortes” (gr. parakaleō – παρακαλέω)
- Significa "encorajar, confortar, rogar."
- Esta palavra combina instrução e motivação, transmitindo esperança e coragem ao ouvinte.
- “Longanimidade” (gr. makrothymia – μακροθυμία)
- Denota "paciência prolongada, perseverança diante da provocação."
- Implica que a pregação deve ser feita com tolerância e paciência, mesmo diante da resistência.
- “Doutrina” (gr. didachē – διδαχή)
- Refere-se ao ensino sistemático das verdades de Deus.
- O pregador não deve apenas proclamar, mas também instruir de forma clara e organizada, fundamentado na Escritura.
Exposição Teológica:
A exortação de Paulo a Timóteo enfatiza que o ministério da palavra envolve equilíbrio entre correção firme e encorajamento amoroso. Pregadores não devem apenas anunciar verdades agradáveis, mas também confrontar erros com fidelidade bíblica. A paciência (makrothymia) é fundamental, pois a mudança espiritual é um processo conduzido pelo Espírito Santo.
O chamado "a tempo e fora de tempo" mostra que a pregação do evangelho não depende de circunstâncias convenientes; ela deve ser constante e perseverante. Este é um lembrete de que o evangelho é a resposta para todas as épocas e situações, mesmo quando não parece popular ou aceitável.
Aplicação Pessoal:
- Perseverança: Devemos falar da Palavra de Deus mesmo em situações difíceis ou quando não há receptividade.
- Equilíbrio: Corrigir com firmeza, mas sempre com amor e paciência.
- Ensino: O cristão deve buscar não apenas proclamar a mensagem, mas instruir outros com fundamento sólido nas Escrituras.
- Paciência: A transformação não ocorre de forma instantânea; a perseverança no ensino é essencial.
Este versículo nos desafia a sermos testemunhas fiéis da Palavra, confiando que Deus trabalha através de cada mensagem pregada com fidelidade.
VERDADE APLICADA
Perseverar em oração e vigilância, à luz da Palavra e com a ajuda do Espírito Santo, é essencial para não sermos envolvidos pela frieza e indiferença espiritual.
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Perseverança em Oração e Vigilância à Luz da Palavra
1. Introdução: O Desafio da Frieza Espiritual
Em tempos de relativismo e distrações constantes, a perseverança na oração, vigilância espiritual e firmeza na Palavra torna-se indispensável para a vida cristã. A Palavra nos adverte sobre os perigos da indiferença espiritual e a necessidade de uma busca constante pela presença de Deus.
2. Perseverança em Oração: Base Bíblica e Importância
A Bíblia nos exorta repetidamente a perseverar em oração:
- Efésios 6.18: “Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isso vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos.”
- Colossenses 4.2: “Perseverai na oração, velando nela com ação de graças.”
A palavra grega traduzida como "perseverai" (προσκαρτερέω, proskartereó) significa dedicar-se continuamente ou ser firme e constante. A oração não deve ser um ato esporádico, mas uma prática diária e contínua que alimenta a comunhão com Deus.
Teólogos como Andrew Murray, em Com Cristo na Escola de Oração, destacam que a oração perseverante molda nossa fé e nos capacita a confiar em Deus mesmo diante das adversidades. Além disso, a oração nos coloca em alinhamento com a vontade divina, conforme Jesus ensinou em Mateus 6.10: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.”
3. Vigilância Espiritual: A Necessidade de Estarmos Alertas
A vigilância é frequentemente associada à oração nas Escrituras:
- Mateus 26.41: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação.”
- 1 Pedro 5.8: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar.”
O termo grego para "vigiar" (γρηγορέω, grégoreó) implica estar espiritualmente alerta e atento aos perigos que podem enfraquecer nossa fé. A vigilância nos protege contra a apatia espiritual e nos mantém sensíveis à direção do Espírito Santo.
John Piper, em seu livro Em busca de Deus, observa que a vigilância espiritual é um ato de amor a Deus, pois nos mantém conscientes de Sua presença e prontos para agir em obediência.
4. A Palavra de Deus: Luz no Caminho
- Salmo 119.105: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho.”
- 2 Timóteo 3.16-17: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a educação na justiça.”
A Palavra de Deus nos guia e protege contra a frieza espiritual. A leitura e meditação diária fortalecem nossa mente e coração, proporcionando discernimento espiritual. Como destaca Wayne Grudem em Teologia Sistemática, a Bíblia é o instrumento primário pelo qual Deus molda nossa vida espiritual e nos guia na verdade.
5. O Espírito Santo como Auxiliador
- Romanos 8.26: “Da mesma forma também o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.”
- João 14.26: “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.”
O Espírito Santo capacita o crente a orar e permanecer vigilante. Ele traz à memória a Palavra de Deus, nos convence do pecado e nos fortalece em momentos de fraqueza.
6. Aplicação Pessoal:
Para não sermos envolvidos pela frieza e indiferença espiritual, devemos:
- Manter uma vida de oração constante: Reserve tempo diariamente para buscar a presença de Deus.
- Praticar a vigilância espiritual: Esteja atento às distrações e tentações que enfraquecem sua fé.
- Estudar e meditar na Palavra: Faça da Bíblia uma companhia diária.
- Depender do Espírito Santo: Busque Sua orientação e poder para vencer a apatia espiritual.
Conclusão:
A perseverança em oração e vigilância, com a luz da Palavra e a ajuda do Espírito Santo, é um chamado essencial para todos os que desejam trilhar o Caminho Santo. Ao permanecermos firmes nesses princípios, seremos fortalecidos em fé e capacitados a viver de maneira que agrada a Deus, rejeitando a frieza e indiferença espiritual que ameaçam nossa caminhada cristã.
Perseverança em Oração e Vigilância à Luz da Palavra
1. Introdução: O Desafio da Frieza Espiritual
Em tempos de relativismo e distrações constantes, a perseverança na oração, vigilância espiritual e firmeza na Palavra torna-se indispensável para a vida cristã. A Palavra nos adverte sobre os perigos da indiferença espiritual e a necessidade de uma busca constante pela presença de Deus.
2. Perseverança em Oração: Base Bíblica e Importância
A Bíblia nos exorta repetidamente a perseverar em oração:
- Efésios 6.18: “Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isso vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos.”
- Colossenses 4.2: “Perseverai na oração, velando nela com ação de graças.”
A palavra grega traduzida como "perseverai" (προσκαρτερέω, proskartereó) significa dedicar-se continuamente ou ser firme e constante. A oração não deve ser um ato esporádico, mas uma prática diária e contínua que alimenta a comunhão com Deus.
Teólogos como Andrew Murray, em Com Cristo na Escola de Oração, destacam que a oração perseverante molda nossa fé e nos capacita a confiar em Deus mesmo diante das adversidades. Além disso, a oração nos coloca em alinhamento com a vontade divina, conforme Jesus ensinou em Mateus 6.10: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.”
3. Vigilância Espiritual: A Necessidade de Estarmos Alertas
A vigilância é frequentemente associada à oração nas Escrituras:
- Mateus 26.41: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação.”
- 1 Pedro 5.8: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar.”
O termo grego para "vigiar" (γρηγορέω, grégoreó) implica estar espiritualmente alerta e atento aos perigos que podem enfraquecer nossa fé. A vigilância nos protege contra a apatia espiritual e nos mantém sensíveis à direção do Espírito Santo.
John Piper, em seu livro Em busca de Deus, observa que a vigilância espiritual é um ato de amor a Deus, pois nos mantém conscientes de Sua presença e prontos para agir em obediência.
4. A Palavra de Deus: Luz no Caminho
- Salmo 119.105: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho.”
- 2 Timóteo 3.16-17: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a educação na justiça.”
A Palavra de Deus nos guia e protege contra a frieza espiritual. A leitura e meditação diária fortalecem nossa mente e coração, proporcionando discernimento espiritual. Como destaca Wayne Grudem em Teologia Sistemática, a Bíblia é o instrumento primário pelo qual Deus molda nossa vida espiritual e nos guia na verdade.
5. O Espírito Santo como Auxiliador
- Romanos 8.26: “Da mesma forma também o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.”
- João 14.26: “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.”
O Espírito Santo capacita o crente a orar e permanecer vigilante. Ele traz à memória a Palavra de Deus, nos convence do pecado e nos fortalece em momentos de fraqueza.
6. Aplicação Pessoal:
Para não sermos envolvidos pela frieza e indiferença espiritual, devemos:
- Manter uma vida de oração constante: Reserve tempo diariamente para buscar a presença de Deus.
- Praticar a vigilância espiritual: Esteja atento às distrações e tentações que enfraquecem sua fé.
- Estudar e meditar na Palavra: Faça da Bíblia uma companhia diária.
- Depender do Espírito Santo: Busque Sua orientação e poder para vencer a apatia espiritual.
Conclusão:
A perseverança em oração e vigilância, com a luz da Palavra e a ajuda do Espírito Santo, é um chamado essencial para todos os que desejam trilhar o Caminho Santo. Ao permanecermos firmes nesses princípios, seremos fortalecidos em fé e capacitados a viver de maneira que agrada a Deus, rejeitando a frieza e indiferença espiritual que ameaçam nossa caminhada cristã.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Conhecer a vida e ministério de John Wesley;
- Identificar a situação da Igreja no século XVIII;
- Ressaltar que a Igreja deve, pregar a Palavra de Deus.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Romanos 10
13. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.
14. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?
15. E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!
16. Mas nem todos obedecem ao evangelho; pois (saías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação?
17. De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
O apóstolo Paulo, na carta aos Romanos, apresenta uma exposição detalhada sobre a justiça de Deus. No capítulo 10, ele discute a salvação pela fé e destaca a necessidade de se pregar o evangelho para que todos possam ouvir, crer e invocar o nome do Senhor. Paulo enfatiza a universalidade da salvação e a importância do ministério da pregação como instrumento para levar as pessoas a crerem.
Versículo 13 – "Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo."
- "Invocar" (ἐπικαλέω, epikaleó): significa chamar, clamar, pedir ajuda com fervor.
- "Nome" (ὄνομα, onoma): no contexto bíblico, refere-se não apenas ao título, mas à identidade, caráter e autoridade da pessoa.
Paulo cita Joel 2.32 para demonstrar que a salvação está acessível a todos que invocarem o nome do Senhor. Esse ato de invocar reflete uma fé genuína e um reconhecimento da autoridade de Jesus como Salvador.
Versículo 14 – "Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?"
Aqui Paulo apresenta uma sequência lógica que revela a dinâmica da salvação:
- Invocar: só é possível se houver fé.
- Crer: só ocorre se houver conhecimento do evangelho.
- Ouvir: só acontece se houver alguém que pregue.
- "Crer" (πιστεύω, pisteuó): significa confiar, ter fé, entregar-se plenamente.
- "Ouvir" (ἀκούω, akouó): além de escutar, implica entendimento e aceitação.
- "Pregue" (κηρύσσω, kérusso): refere-se a proclamar com autoridade, anunciar como um arauto.
Este versículo reforça a responsabilidade dos crentes em compartilhar o evangelho, pois sem a pregação a fé não pode ser gerada nos corações.
Versículo 15 – "E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!"
- "Enviados" (ἀποστέλλω, apostelló): significa ser comissionado com uma missão específica.
- "Formosos" (ὡραῖος, hóraios): tem a ideia de algo belo, adequado ou oportuno.
Paulo cita Isaías 52.7 para destacar a beleza e o valor daqueles que cumprem a missão de anunciar o evangelho. Os "pés formosos" simbolizam os mensageiros que levam a boa notícia da reconciliação com Deus.
Versículo 16 – "Mas nem todos obedecem ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação?"
- "Obedecem" (ὑπακούω, hypakouó): indica submeter-se com fé e ação.
- "Pregar" (ἀκοή, akoé): pode significar tanto o ouvir quanto a mensagem ouvida.
Paulo reconhece que nem todos responderão ao evangelho, mesmo quando anunciado com fidelidade. Ele cita Isaías 53.1 para mostrar que essa rejeição já havia sido profetizada.
Versículo 17 – "De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus."
- "Fé" (πίστις, pistis): refere-se à confiança ativa e dependência em Deus.
- "Palavra" (ῥῆμα, rhéma): aqui não se trata apenas de uma declaração escrita, mas da palavra viva e eficaz comunicada por Deus.
A fé nasce ao ouvir a Palavra de Deus, que desperta nos corações uma resposta de confiança. Isso evidencia a importância contínua da pregação fiel das Escrituras para gerar vida espiritual.
Aplicação Teológica:
Este trecho ensina que a salvação está disponível a todos, mas depende da proclamação fiel do evangelho. A missão de pregar a Palavra não é opcional para a igreja; é um mandamento essencial. Assim como Deus enviou seus profetas e apóstolos, Ele continua comissionando crentes hoje para anunciar a mensagem da salvação.
Estudiosos como F. F. Bruce, em seu comentário sobre Romanos, enfatizam que essa passagem destaca o papel vital do pregador e a soberania de Deus na salvação. Para Bruce, embora a fé seja obra divina, a proclamação do evangelho é o meio pelo qual Deus escolheu agir no mundo.
Que cada crente compreenda seu papel como portador da mensagem e persevere em compartilhar a Palavra, confiando que Deus produzirá frutos eternos.
O apóstolo Paulo, na carta aos Romanos, apresenta uma exposição detalhada sobre a justiça de Deus. No capítulo 10, ele discute a salvação pela fé e destaca a necessidade de se pregar o evangelho para que todos possam ouvir, crer e invocar o nome do Senhor. Paulo enfatiza a universalidade da salvação e a importância do ministério da pregação como instrumento para levar as pessoas a crerem.
Versículo 13 – "Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo."
- "Invocar" (ἐπικαλέω, epikaleó): significa chamar, clamar, pedir ajuda com fervor.
- "Nome" (ὄνομα, onoma): no contexto bíblico, refere-se não apenas ao título, mas à identidade, caráter e autoridade da pessoa.
Paulo cita Joel 2.32 para demonstrar que a salvação está acessível a todos que invocarem o nome do Senhor. Esse ato de invocar reflete uma fé genuína e um reconhecimento da autoridade de Jesus como Salvador.
Versículo 14 – "Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?"
Aqui Paulo apresenta uma sequência lógica que revela a dinâmica da salvação:
- Invocar: só é possível se houver fé.
- Crer: só ocorre se houver conhecimento do evangelho.
- Ouvir: só acontece se houver alguém que pregue.
- "Crer" (πιστεύω, pisteuó): significa confiar, ter fé, entregar-se plenamente.
- "Ouvir" (ἀκούω, akouó): além de escutar, implica entendimento e aceitação.
- "Pregue" (κηρύσσω, kérusso): refere-se a proclamar com autoridade, anunciar como um arauto.
Este versículo reforça a responsabilidade dos crentes em compartilhar o evangelho, pois sem a pregação a fé não pode ser gerada nos corações.
Versículo 15 – "E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!"
- "Enviados" (ἀποστέλλω, apostelló): significa ser comissionado com uma missão específica.
- "Formosos" (ὡραῖος, hóraios): tem a ideia de algo belo, adequado ou oportuno.
Paulo cita Isaías 52.7 para destacar a beleza e o valor daqueles que cumprem a missão de anunciar o evangelho. Os "pés formosos" simbolizam os mensageiros que levam a boa notícia da reconciliação com Deus.
Versículo 16 – "Mas nem todos obedecem ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa pregação?"
- "Obedecem" (ὑπακούω, hypakouó): indica submeter-se com fé e ação.
- "Pregar" (ἀκοή, akoé): pode significar tanto o ouvir quanto a mensagem ouvida.
Paulo reconhece que nem todos responderão ao evangelho, mesmo quando anunciado com fidelidade. Ele cita Isaías 53.1 para mostrar que essa rejeição já havia sido profetizada.
Versículo 17 – "De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus."
- "Fé" (πίστις, pistis): refere-se à confiança ativa e dependência em Deus.
- "Palavra" (ῥῆμα, rhéma): aqui não se trata apenas de uma declaração escrita, mas da palavra viva e eficaz comunicada por Deus.
A fé nasce ao ouvir a Palavra de Deus, que desperta nos corações uma resposta de confiança. Isso evidencia a importância contínua da pregação fiel das Escrituras para gerar vida espiritual.
Aplicação Teológica:
Este trecho ensina que a salvação está disponível a todos, mas depende da proclamação fiel do evangelho. A missão de pregar a Palavra não é opcional para a igreja; é um mandamento essencial. Assim como Deus enviou seus profetas e apóstolos, Ele continua comissionando crentes hoje para anunciar a mensagem da salvação.
Estudiosos como F. F. Bruce, em seu comentário sobre Romanos, enfatizam que essa passagem destaca o papel vital do pregador e a soberania de Deus na salvação. Para Bruce, embora a fé seja obra divina, a proclamação do evangelho é o meio pelo qual Deus escolheu agir no mundo.
Que cada crente compreenda seu papel como portador da mensagem e persevere em compartilhar a Palavra, confiando que Deus produzirá frutos eternos.
LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA | Mt 3.11 Jesus batiza com o Espírito Santo e com fogo.
TERÇA | Mc 16.15 Todos são chamados a pregar o Evangelho.
QUARTA | At 8.4 O dever de pregar a Palavra em qualquer lugar.
QUINTA | At 13.2 O Espírito de Deus capacita para a missão.
SEXTA | Rm 10.17 A fé é pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus.
SÁBADO | 2Tm 2.15 Procura apresentar-te a Deus aprovado.
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Leituras Complementares e Reflexões
Segunda-feira | Mateus 3.11
"Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo."
- Reflexão: João Batista enfatiza o batismo espiritual que Jesus traria, transformando vidas de dentro para fora. O "Espírito Santo" simboliza capacitação e renovação, enquanto o "fogo" purifica e consome o que é impuro. Isso nos chama a buscar a plenitude do Espírito em nossa caminhada no Caminho Santo.
Terça-feira | Marcos 16.15
"E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura."
- Reflexão: Este é o chamado universal para a pregação do Evangelho. Todos os discípulos de Cristo são enviados a proclamar a salvação. Essa missão transcende barreiras culturais, geográficas e sociais, lembrando-nos de que o Caminho Santo é acessível a todos que se voltarem para Deus.
Quarta-feira | Atos 8.4
"Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra."
- Reflexão: Mesmo em meio à perseguição, os discípulos não cessaram de pregar. Essa passagem nos ensina que devemos proclamar a Palavra em qualquer circunstância, transformando até os momentos difíceis em oportunidades de testemunho.
Quinta-feira | Atos 13.2
"E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado."
- Reflexão: O Espírito Santo capacita e envia aqueles que Ele escolhe. Isso destaca a necessidade de dependermos da orientação do Espírito para a realização da obra missionária, assegurando que nossas ações estejam alinhadas com o plano divino.
Sexta-feira | Romanos 10.17
"De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus."
- Reflexão: A pregação da Palavra é essencial para gerar fé. Ela revela a verdade do Evangelho, que transforma corações. Esse versículo nos desafia a sermos fiéis na proclamação da Palavra, sabendo que ela é o instrumento pelo qual Deus opera a salvação.
Sábado | 2 Timóteo 2.15
"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade."
- Reflexão: Paulo exorta Timóteo a ser diligente no estudo e na aplicação da Palavra de Deus. Para andar no Caminho Santo, é essencial ter comprometimento com a verdade e integridade no ministério, sendo exemplo em conduta e ensino.
Aplicação Pessoal:
Essas leituras complementares nos mostram que o chamado para pregar o Evangelho, viver em santidade e depender do Espírito Santo é central na vida cristã. Seja fortalecendo nossa fé ou capacitando-nos para a missão, Deus nos chama a sermos fiéis em todas as circunstâncias e dedicados ao estudo e prática da Palavra.
Leituras Complementares e Reflexões
Segunda-feira | Mateus 3.11
"Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo."
- Reflexão: João Batista enfatiza o batismo espiritual que Jesus traria, transformando vidas de dentro para fora. O "Espírito Santo" simboliza capacitação e renovação, enquanto o "fogo" purifica e consome o que é impuro. Isso nos chama a buscar a plenitude do Espírito em nossa caminhada no Caminho Santo.
Terça-feira | Marcos 16.15
"E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura."
- Reflexão: Este é o chamado universal para a pregação do Evangelho. Todos os discípulos de Cristo são enviados a proclamar a salvação. Essa missão transcende barreiras culturais, geográficas e sociais, lembrando-nos de que o Caminho Santo é acessível a todos que se voltarem para Deus.
Quarta-feira | Atos 8.4
"Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra."
- Reflexão: Mesmo em meio à perseguição, os discípulos não cessaram de pregar. Essa passagem nos ensina que devemos proclamar a Palavra em qualquer circunstância, transformando até os momentos difíceis em oportunidades de testemunho.
Quinta-feira | Atos 13.2
"E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me, agora, Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado."
- Reflexão: O Espírito Santo capacita e envia aqueles que Ele escolhe. Isso destaca a necessidade de dependermos da orientação do Espírito para a realização da obra missionária, assegurando que nossas ações estejam alinhadas com o plano divino.
Sexta-feira | Romanos 10.17
"De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus."
- Reflexão: A pregação da Palavra é essencial para gerar fé. Ela revela a verdade do Evangelho, que transforma corações. Esse versículo nos desafia a sermos fiéis na proclamação da Palavra, sabendo que ela é o instrumento pelo qual Deus opera a salvação.
Sábado | 2 Timóteo 2.15
"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade."
- Reflexão: Paulo exorta Timóteo a ser diligente no estudo e na aplicação da Palavra de Deus. Para andar no Caminho Santo, é essencial ter comprometimento com a verdade e integridade no ministério, sendo exemplo em conduta e ensino.
Aplicação Pessoal:
Essas leituras complementares nos mostram que o chamado para pregar o Evangelho, viver em santidade e depender do Espírito Santo é central na vida cristã. Seja fortalecendo nossa fé ou capacitando-nos para a missão, Deus nos chama a sermos fiéis em todas as circunstâncias e dedicados ao estudo e prática da Palavra.
HINOS SUGERIDOS: 196, 198, 200
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore para que Deus continue levantando trabalhadores para Sua obra.
DINAMICA EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Dinâmica: "A Chama da Santidade"
Objetivo:Refletir sobre o legado do Wesleyanismo, a importância da santidade e a influência do Metodismo na vida cristã prática.
Material Necessário:
- Velas (1 para cada participante, se possível)
- Uma vela maior para simbolizar a "Chama Original" (representando João Wesley e o movimento de santidade)
- Caixa de fósforos ou isqueiro
- Cartões com perguntas reflexivas, como:
- "O que significa santidade para você?"
- "Como podemos viver uma vida de santidade hoje?"
- "Que práticas espirituais ajudam a manter viva a chama da fé?"
- "Qual o legado do Metodismo para a igreja atual?"
- Espaço seguro para acender velas
Desenvolvimento:
- Introdução:Explique brevemente o tema da lição, destacando que o Wesleyanismo, liderado por João Wesley, enfatizou a busca pela santidade, a disciplina espiritual e o amor prático ao próximo.
- Acendendo a Chama:
- Acenda a vela maior, simbolizando a "Chama de Santidade" iniciada por Wesley.
- Diga: "Assim como essa chama foi passada de geração em geração, somos chamados a manter essa luz viva em nossas vidas."
- Distribuindo a Chama:
- Cada participante acende sua vela na chama central enquanto reflete sobre uma pergunta do cartão.
- Quando a vela estiver acesa, o participante pode compartilhar sua resposta brevemente com o grupo.
- Reflexão Coletiva:Após todos compartilharem, pergunte:
- "O que podemos fazer juntos como igreja para manter viva a chama da santidade em nossa geração?"
- "Quais desafios enfrentamos hoje para viver uma vida de santidade?"
- Aplicação Espiritual:
- Enfatize que a santidade não é apenas separação do pecado, mas dedicação total a Deus e ao serviço ao próximo.
- Lembre que a chama precisa ser constantemente alimentada por oração, leitura bíblica e comunhão com outros cristãos, como pregava Wesley.
Conclusão:
Finalize com uma breve oração, pedindo ao Espírito Santo que mantenha viva a chama da santidade no coração de cada participante e na igreja.
Versículo para Meditação:
"Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo." (Levítico 19.2)
Esta dinâmica simboliza a importância de transmitir e preservar os valores espirituais que Wesley ensinou, mantendo a chama da fé viva em nossa caminhada cristã.
Dinâmica: "A Chama da Santidade"
Material Necessário:
- Velas (1 para cada participante, se possível)
- Uma vela maior para simbolizar a "Chama Original" (representando João Wesley e o movimento de santidade)
- Caixa de fósforos ou isqueiro
- Cartões com perguntas reflexivas, como:
- "O que significa santidade para você?"
- "Como podemos viver uma vida de santidade hoje?"
- "Que práticas espirituais ajudam a manter viva a chama da fé?"
- "Qual o legado do Metodismo para a igreja atual?"
- Espaço seguro para acender velas
Desenvolvimento:
- Introdução:Explique brevemente o tema da lição, destacando que o Wesleyanismo, liderado por João Wesley, enfatizou a busca pela santidade, a disciplina espiritual e o amor prático ao próximo.
- Acendendo a Chama:
- Acenda a vela maior, simbolizando a "Chama de Santidade" iniciada por Wesley.
- Diga: "Assim como essa chama foi passada de geração em geração, somos chamados a manter essa luz viva em nossas vidas."
- Distribuindo a Chama:
- Cada participante acende sua vela na chama central enquanto reflete sobre uma pergunta do cartão.
- Quando a vela estiver acesa, o participante pode compartilhar sua resposta brevemente com o grupo.
- Reflexão Coletiva:Após todos compartilharem, pergunte:
- "O que podemos fazer juntos como igreja para manter viva a chama da santidade em nossa geração?"
- "Quais desafios enfrentamos hoje para viver uma vida de santidade?"
- Aplicação Espiritual:
- Enfatize que a santidade não é apenas separação do pecado, mas dedicação total a Deus e ao serviço ao próximo.
- Lembre que a chama precisa ser constantemente alimentada por oração, leitura bíblica e comunhão com outros cristãos, como pregava Wesley.
Conclusão:
Finalize com uma breve oração, pedindo ao Espírito Santo que mantenha viva a chama da santidade no coração de cada participante e na igreja.
Versículo para Meditação:
"Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo." (Levítico 19.2)
Esta dinâmica simboliza a importância de transmitir e preservar os valores espirituais que Wesley ensinou, mantendo a chama da fé viva em nossa caminhada cristã.
INTRODUÇÃO
A vida, as experiências e as ênfases teológicas de John Wesley impactaram a sociedade da época, contribuindo para o reavivamento da Igreja e o desenvolvimento das raízes teológicas do Pentecostalismo, como veremos nesta lição.
PONTO DE PARTIDA: Todos são chamados a pregar o Evangelho.
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
A afirmação de que “todos são chamados a pregar o Evangelho” é um princípio central da teologia cristã, enraizado nas Escrituras e reforçado ao longo da história da Igreja, especialmente na ênfase evangelística de John Wesley. Esse chamado universal para a proclamação da mensagem de Cristo pode ser examinado à luz de textos bíblicos, da etimologia das palavras gregas e hebraicas, e de estudos teológicos acadêmicos.
1. A Base Bíblica do Chamado Universal à Pregação
Jesus, ao comissionar os discípulos, estabeleceu uma ordem abrangente e inclusiva:
"Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura." (Marcos 16:15, ARA)
A palavra "ide" no grego é πορευθέντες (poreuthentes), um particípio aoristo passivo que pode ser entendido como “indo” ou “enquanto estiverem indo”. Isso indica que a pregação do Evangelho não se restringe a um evento pontual ou a um grupo específico, mas deve ocorrer no dia a dia, envolvendo todos os crentes.
O chamado missionário não se limita aos apóstolos, mas se estende a toda a Igreja. Em Mateus 28:19-20, Jesus ordena que seus seguidores façam discípulos de todas as nações. A expressão grega πάντα τὰ ἔθνη (panta ta ethné) significa “todas as nações”, abrangendo judeus e gentios, sem exclusão de raça ou cultura.
O apóstolo Paulo reforça essa ideia em 2 Coríntios 5:18-20, ao dizer que Deus confiou a todos os crentes o “ministério da reconciliação”, chamando-os de “embaixadores de Cristo” (πρεσβεύομεν ὑπὲρ Χριστοῦ - presbeuomen hyper Christou). O termo presbeuomen indica a função de um representante oficial de um reino, enfatizando que cada cristão tem a responsabilidade de anunciar o Evangelho como um emissário de Deus.
2. A Pregação no Antigo Testamento: O Chamado Profético
Embora o Novo Testamento enfatize a pregação universal, o Antigo Testamento já apontava para essa realidade. Deus chamou profetas não apenas para falar ao povo de Israel, mas para ser luz às nações (Isaías 49:6).
A palavra hebraica para "pregar" usada em Isaías 61:1 — passagem que Jesus aplica a si mesmo em Lucas 4:18 — é בָּשַׂר (basar), que significa “trazer boas novas” ou “anunciar alegremente”. O termo carrega a ideia de proclamar com entusiasmo e autoridade. Essa palavra aparece também em Salmo 96:2, onde o salmista exorta:
"Anunciai (basar) de dia em dia a sua salvação."
Isso demonstra que desde a Antiga Aliança já havia um chamado à proclamação das boas novas, algo que alcança sua plenitude no Novo Testamento.
3. O Pensamento de John Wesley sobre o Chamado à Pregação
John Wesley (1703-1791), fundador do movimento metodista e influente pregador do avivamento inglês, enfatizou que a pregação do Evangelho não era uma responsabilidade exclusiva dos clérigos. Ele rompeu com a estrutura eclesiástica tradicional ao incentivar pregadores leigos a evangelizar, argumentando que todos os cristãos são chamados a compartilhar as boas novas.
Ele se baseava na doutrina do sacerdócio universal dos crentes, encontrada em 1 Pedro 2:9:
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”
A palavra grega para “proclamar” aqui é ἐξαγγέλλω (exangellō), que significa "tornar conhecido de forma pública e aberta". Isso reforça que cada cristão tem um papel ativo na evangelização.
Em seu sermão “O Grande Privilégio dos que Nascem de Novo”, Wesley afirma que a pregação do Evangelho não é um privilégio restrito aos ministros ordenados, mas um dever de todos os regenerados. Para ele, a santidade e a missão eram inseparáveis — um verdadeiro discípulo de Cristo não apenas busca viver segundo o Evangelho, mas também proclamá-lo.
4. O Chamado e o Poder do Espírito Santo
O Espírito Santo capacita todos os crentes para a proclamação do Evangelho. Em Atos 1:8, Jesus declara:
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra.”
A palavra grega para "testemunhas" é μάρτυρες (martyres), que originou o termo "mártir", indicando que pregar o Evangelho muitas vezes envolve sofrimento e sacrifício.
Esse texto fundamenta a teologia pentecostal do batismo no Espírito Santo como revestimento de poder para o testemunho evangelístico. Autores como Stanley Horton, em "O Espírito Santo e a Bíblia", destacam que a capacitação do Espírito não se restringe a líderes, mas é um dom concedido a toda a Igreja para o cumprimento da missão de Deus.
Conclusão: A Responsabilidade de Cada Cristão
A análise bíblica, teológica e histórica demonstra que a pregação do Evangelho é um chamado universal. O Antigo Testamento já apontava para essa realidade, Jesus a confirmou no Novo Testamento, e reformadores como Wesley reafirmaram essa missão para cada cristão.
Portanto, pregar o Evangelho não é uma opção ou privilégio de poucos, mas uma responsabilidade de todos. Seja no púlpito, nas ruas, no trabalho ou em casa, cada cristão deve ser um proclamador das boas novas. Como Paulo declara em Romanos 10:14:
“Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não há quem pregue?”
A Igreja deve entender que cada crente é um arauto do Reino, chamado a testemunhar com ousadia e fidelidade, capacitado pelo Espírito Santo, seguindo o exemplo de Cristo e dos apóstolos.
Referências Bibliográficas
- HORTON, Stanley. O Espírito Santo e a Bíblia. CPAD, 2018.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
- STOTT, John. A Missão Cristã no Mundo Moderno. Vida Nova, 2019.
- LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. Hagnos, 2003.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
Essa reflexão teológica e exegética confirma que a Grande Comissão é uma missão confiada a toda a Igreja. Que cada cristão responda a esse chamado com zelo e fidelidade.
A afirmação de que “todos são chamados a pregar o Evangelho” é um princípio central da teologia cristã, enraizado nas Escrituras e reforçado ao longo da história da Igreja, especialmente na ênfase evangelística de John Wesley. Esse chamado universal para a proclamação da mensagem de Cristo pode ser examinado à luz de textos bíblicos, da etimologia das palavras gregas e hebraicas, e de estudos teológicos acadêmicos.
1. A Base Bíblica do Chamado Universal à Pregação
Jesus, ao comissionar os discípulos, estabeleceu uma ordem abrangente e inclusiva:
"Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura." (Marcos 16:15, ARA)
A palavra "ide" no grego é πορευθέντες (poreuthentes), um particípio aoristo passivo que pode ser entendido como “indo” ou “enquanto estiverem indo”. Isso indica que a pregação do Evangelho não se restringe a um evento pontual ou a um grupo específico, mas deve ocorrer no dia a dia, envolvendo todos os crentes.
O chamado missionário não se limita aos apóstolos, mas se estende a toda a Igreja. Em Mateus 28:19-20, Jesus ordena que seus seguidores façam discípulos de todas as nações. A expressão grega πάντα τὰ ἔθνη (panta ta ethné) significa “todas as nações”, abrangendo judeus e gentios, sem exclusão de raça ou cultura.
O apóstolo Paulo reforça essa ideia em 2 Coríntios 5:18-20, ao dizer que Deus confiou a todos os crentes o “ministério da reconciliação”, chamando-os de “embaixadores de Cristo” (πρεσβεύομεν ὑπὲρ Χριστοῦ - presbeuomen hyper Christou). O termo presbeuomen indica a função de um representante oficial de um reino, enfatizando que cada cristão tem a responsabilidade de anunciar o Evangelho como um emissário de Deus.
2. A Pregação no Antigo Testamento: O Chamado Profético
Embora o Novo Testamento enfatize a pregação universal, o Antigo Testamento já apontava para essa realidade. Deus chamou profetas não apenas para falar ao povo de Israel, mas para ser luz às nações (Isaías 49:6).
A palavra hebraica para "pregar" usada em Isaías 61:1 — passagem que Jesus aplica a si mesmo em Lucas 4:18 — é בָּשַׂר (basar), que significa “trazer boas novas” ou “anunciar alegremente”. O termo carrega a ideia de proclamar com entusiasmo e autoridade. Essa palavra aparece também em Salmo 96:2, onde o salmista exorta:
"Anunciai (basar) de dia em dia a sua salvação."
Isso demonstra que desde a Antiga Aliança já havia um chamado à proclamação das boas novas, algo que alcança sua plenitude no Novo Testamento.
3. O Pensamento de John Wesley sobre o Chamado à Pregação
John Wesley (1703-1791), fundador do movimento metodista e influente pregador do avivamento inglês, enfatizou que a pregação do Evangelho não era uma responsabilidade exclusiva dos clérigos. Ele rompeu com a estrutura eclesiástica tradicional ao incentivar pregadores leigos a evangelizar, argumentando que todos os cristãos são chamados a compartilhar as boas novas.
Ele se baseava na doutrina do sacerdócio universal dos crentes, encontrada em 1 Pedro 2:9:
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”
A palavra grega para “proclamar” aqui é ἐξαγγέλλω (exangellō), que significa "tornar conhecido de forma pública e aberta". Isso reforça que cada cristão tem um papel ativo na evangelização.
Em seu sermão “O Grande Privilégio dos que Nascem de Novo”, Wesley afirma que a pregação do Evangelho não é um privilégio restrito aos ministros ordenados, mas um dever de todos os regenerados. Para ele, a santidade e a missão eram inseparáveis — um verdadeiro discípulo de Cristo não apenas busca viver segundo o Evangelho, mas também proclamá-lo.
4. O Chamado e o Poder do Espírito Santo
O Espírito Santo capacita todos os crentes para a proclamação do Evangelho. Em Atos 1:8, Jesus declara:
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra.”
A palavra grega para "testemunhas" é μάρτυρες (martyres), que originou o termo "mártir", indicando que pregar o Evangelho muitas vezes envolve sofrimento e sacrifício.
Esse texto fundamenta a teologia pentecostal do batismo no Espírito Santo como revestimento de poder para o testemunho evangelístico. Autores como Stanley Horton, em "O Espírito Santo e a Bíblia", destacam que a capacitação do Espírito não se restringe a líderes, mas é um dom concedido a toda a Igreja para o cumprimento da missão de Deus.
Conclusão: A Responsabilidade de Cada Cristão
A análise bíblica, teológica e histórica demonstra que a pregação do Evangelho é um chamado universal. O Antigo Testamento já apontava para essa realidade, Jesus a confirmou no Novo Testamento, e reformadores como Wesley reafirmaram essa missão para cada cristão.
Portanto, pregar o Evangelho não é uma opção ou privilégio de poucos, mas uma responsabilidade de todos. Seja no púlpito, nas ruas, no trabalho ou em casa, cada cristão deve ser um proclamador das boas novas. Como Paulo declara em Romanos 10:14:
“Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não há quem pregue?”
A Igreja deve entender que cada crente é um arauto do Reino, chamado a testemunhar com ousadia e fidelidade, capacitado pelo Espírito Santo, seguindo o exemplo de Cristo e dos apóstolos.
Referências Bibliográficas
- HORTON, Stanley. O Espírito Santo e a Bíblia. CPAD, 2018.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
- STOTT, John. A Missão Cristã no Mundo Moderno. Vida Nova, 2019.
- LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. Hagnos, 2003.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
Essa reflexão teológica e exegética confirma que a Grande Comissão é uma missão confiada a toda a Igreja. Que cada cristão responda a esse chamado com zelo e fidelidade.
1. O início do ministério de John Wesley
John Wesley (1703-1791), líder, teólogo e pregador inglês de origem anglicana, foi o fundador do metodismo, movimento que em sua origem buscava reavivar a teologia e a vida da Igreja na Inglaterra. Rejeitado pela hierarquia da Igreja inglesa, Wesley passou a percorrer toda a Inglaterra a cavalo e a anunciar a Palavra de Deus ao ar livre. Seu trabalho causou profunda revolução religiosa na Inglaterra e, de maneira mais ampla, na América do Norte.
1.1. Um clérigo anglicano.
John Wesley nasceu em Epworth, na Inglaterra, no dia 17 de junho de 1703. Filho de um sacerdote anglicano, foi o décimo quinto filho de uma família de dezenove irmãos, dos quais sobreviveram nove. Wesley, além de clérigo anglicano, tornou-se o líder desbravador do movimento metodista ocorrido na Inglaterra no século XVIII. Roberto Ferreira (Teologia Pentecostal da Harpa Cristã, 2022, p. 22) diz que o pensamento teológico de John Wesley lançou as bases para a teologia do Movimento de Santidade na América do Norte que, posteriormente, eclodiu no Movimento Pentecostal.
José Gonçalves Salvador (1960, p. 81-102): "O metodismo foi um movimento de avivamento espiritual cristão ocorrido na Inglaterra do século XVIII. Este movimento enfatizava a relação íntima do indivíduo com Deus, iniciando-se com uma conversão pessoal e seguindo uma vida em santidade na ética e moral cristã. O metodismo foi liderado por John Wesley (pároco anglicano) e seu irmão Carlos Wesley (um dos maiores expoentes da música sacra protestante)".
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
O ministério de John Wesley foi marcado por uma intensa busca pela santidade, evangelização e renovação espiritual. Seu impacto na história cristã reflete um dos princípios fundamentais das Escrituras: Deus levanta homens para chamar seu povo ao arrependimento e à santidade. Essa dinâmica pode ser analisada a partir de uma perspectiva bíblica, etimológica e teológica.
1. Avivamento e Chamado Divino
Desde o Antigo Testamento, Deus tem chamado indivíduos para promover o avivamento espiritual. No contexto profético, vemos esse chamado em Isaías 6:8:
“Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.”
O termo hebraico para "enviar" aqui é שָׁלַח (shalach), que significa "comissionar, despachar com autoridade". Esse chamado divino para pregar a Palavra encontra paralelo no Novo Testamento, quando Jesus envia seus discípulos ao mundo:
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações.” (Mateus 28:19)
A palavra grega para "ide" nesse texto é πορευθέντες (poreuthentes), um particípio aoristo que pode ser traduzido como "enquanto vão" ou "ao seguirem". Isso implica que o chamado missionário não é um evento pontual, mas um estilo de vida — exatamente o que Wesley incorporou ao viajar a cavalo pela Inglaterra para evangelizar.
O próprio apóstolo Paulo descreve sua vocação missionária com a palavra κλητός (klētos), que significa "chamado" (Romanos 1:1). Esse mesmo senso de vocação divina está presente no metodismo, que não apenas enfatiza a santidade, mas também o evangelismo ativo.
2. A Santidade como Marca do Avivamento
Wesley acreditava que a conversão era apenas o início da vida cristã e que o crente deveria prosseguir em santificação, um conceito fortemente presente nas Escrituras:
“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” (Hebreus 12:14)
O termo grego para "santificação" é ἁγιασμός (hagiasmos), que significa "separação para Deus, consagração". Wesley resgatou essa ênfase na vida cristã, que posteriormente influenciou o Movimento de Santidade na América do Norte e, mais tarde, o Movimento Pentecostal.
A teologia wesleyana de santidade se baseia no conceito bíblico de קָדוֹשׁ (qadosh), que significa “separado, distinto” no hebraico. Essa separação não é apenas moral, mas um chamado ativo para viver em comunhão com Deus e ser testemunha ao mundo.
O próprio Wesley afirmava que um cristão verdadeiro não poderia ser passivo, mas deveria buscar a "perfeição cristã", um termo que ele usava para descrever um coração totalmente entregue a Deus. Embora não defendesse impecabilidade, via a santificação como um processo progressivo de conformidade com Cristo (Romanos 8:29).
3. O Impacto do Metodismo e a Renovação da Igreja
José Gonçalves Salvador destaca que o metodismo enfatizava uma "relação íntima com Deus" e a necessidade de uma conversão pessoal, seguida de uma vida ética e moral santificada. Essa ênfase encontra respaldo bíblico na exortação de Paulo em Efésios 4:22-24:
"Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso sentido, e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade."
O metodismo não apenas transformou vidas individualmente, mas também influenciou a sociedade britânica. Historiadores como Howard Snyder (The Radical Wesley and Patterns for Church Renewal) argumentam que o metodismo ajudou a prevenir uma revolução sangrenta na Inglaterra, ao contrário do que ocorreu na França, por meio de sua forte ênfase na moralidade cristã e no impacto social.
Wesley também enfatizou a ação social como parte do evangelho, algo que ressoa com Tiago 1:27:
"A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo."
Assim, sua teologia não apenas moldou o pentecostalismo, mas também estabeleceu um modelo de discipulado que unia espiritualidade e transformação social.
4. Aplicação Pessoal: O Que Aprendemos com Wesley?
A vida e o ministério de John Wesley nos desafiam a três atitudes fundamentais:
- Viver uma fé ativa – Wesley não se contentou com uma religião institucional, mas saiu para evangelizar. Assim como ele, devemos reconhecer que a fé cristã nos chama a ação, seja pregando, discipulando ou servindo. (Mateus 5:16)
- Buscar a santidade – A santificação não é opcional na vida cristã. Wesley entendeu isso e aplicou à sua vida, ensinando que devemos buscar uma vida piedosa e consagrada a Deus. (1 Pedro 1:15-16)
- Transformar a sociedade ao nosso redor – O metodismo não foi apenas um avivamento espiritual, mas um movimento que impactou a cultura e a ética da Inglaterra. Como cristãos, somos chamados a ser luz e sal no mundo (Mateus 5:13-14), promovendo justiça, misericórdia e verdade.
Conclusão
A trajetória de John Wesley mostra como Deus levanta pessoas para restaurar a Igreja e trazer renovação espiritual. Seu compromisso com a pregação do Evangelho, a santificação e a transformação social deixou um legado que influenciou não apenas o metodismo, mas também o pentecostalismo e o cristianismo moderno.
Como cristãos, somos desafiados a seguir esse exemplo, vivendo um cristianismo vibrante, comprometido com Deus e com o próximo, buscando um avivamento genuíno que impacte não apenas nossa vida pessoal, mas toda a sociedade.
"Pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gentios; mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus." (1 Coríntios 1:23-24)
Referências Bibliográficas
- FERREIRA, Roberto. Teologia Pentecostal da Harpa Cristã. CPAD, 2022.
- HORTON, Stanley. O Que a Bíblia Diz Sobre o Espírito Santo. CPAD, 2018.
- SNYDER, Howard. The Radical Wesley and Patterns for Church Renewal. InterVarsity Press, 1980.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
Essa reflexão nos ajuda a compreender a importância do metodismo e sua influência no pentecostalismo e na teologia cristã contemporânea. Que possamos seguir esse legado de fervor espiritual e compromisso com a santidade e a pregação do Evangelho!
O ministério de John Wesley foi marcado por uma intensa busca pela santidade, evangelização e renovação espiritual. Seu impacto na história cristã reflete um dos princípios fundamentais das Escrituras: Deus levanta homens para chamar seu povo ao arrependimento e à santidade. Essa dinâmica pode ser analisada a partir de uma perspectiva bíblica, etimológica e teológica.
1. Avivamento e Chamado Divino
Desde o Antigo Testamento, Deus tem chamado indivíduos para promover o avivamento espiritual. No contexto profético, vemos esse chamado em Isaías 6:8:
“Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.”
O termo hebraico para "enviar" aqui é שָׁלַח (shalach), que significa "comissionar, despachar com autoridade". Esse chamado divino para pregar a Palavra encontra paralelo no Novo Testamento, quando Jesus envia seus discípulos ao mundo:
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações.” (Mateus 28:19)
A palavra grega para "ide" nesse texto é πορευθέντες (poreuthentes), um particípio aoristo que pode ser traduzido como "enquanto vão" ou "ao seguirem". Isso implica que o chamado missionário não é um evento pontual, mas um estilo de vida — exatamente o que Wesley incorporou ao viajar a cavalo pela Inglaterra para evangelizar.
O próprio apóstolo Paulo descreve sua vocação missionária com a palavra κλητός (klētos), que significa "chamado" (Romanos 1:1). Esse mesmo senso de vocação divina está presente no metodismo, que não apenas enfatiza a santidade, mas também o evangelismo ativo.
2. A Santidade como Marca do Avivamento
Wesley acreditava que a conversão era apenas o início da vida cristã e que o crente deveria prosseguir em santificação, um conceito fortemente presente nas Escrituras:
“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” (Hebreus 12:14)
O termo grego para "santificação" é ἁγιασμός (hagiasmos), que significa "separação para Deus, consagração". Wesley resgatou essa ênfase na vida cristã, que posteriormente influenciou o Movimento de Santidade na América do Norte e, mais tarde, o Movimento Pentecostal.
A teologia wesleyana de santidade se baseia no conceito bíblico de קָדוֹשׁ (qadosh), que significa “separado, distinto” no hebraico. Essa separação não é apenas moral, mas um chamado ativo para viver em comunhão com Deus e ser testemunha ao mundo.
O próprio Wesley afirmava que um cristão verdadeiro não poderia ser passivo, mas deveria buscar a "perfeição cristã", um termo que ele usava para descrever um coração totalmente entregue a Deus. Embora não defendesse impecabilidade, via a santificação como um processo progressivo de conformidade com Cristo (Romanos 8:29).
3. O Impacto do Metodismo e a Renovação da Igreja
José Gonçalves Salvador destaca que o metodismo enfatizava uma "relação íntima com Deus" e a necessidade de uma conversão pessoal, seguida de uma vida ética e moral santificada. Essa ênfase encontra respaldo bíblico na exortação de Paulo em Efésios 4:22-24:
"Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso sentido, e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade."
O metodismo não apenas transformou vidas individualmente, mas também influenciou a sociedade britânica. Historiadores como Howard Snyder (The Radical Wesley and Patterns for Church Renewal) argumentam que o metodismo ajudou a prevenir uma revolução sangrenta na Inglaterra, ao contrário do que ocorreu na França, por meio de sua forte ênfase na moralidade cristã e no impacto social.
Wesley também enfatizou a ação social como parte do evangelho, algo que ressoa com Tiago 1:27:
"A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo."
Assim, sua teologia não apenas moldou o pentecostalismo, mas também estabeleceu um modelo de discipulado que unia espiritualidade e transformação social.
4. Aplicação Pessoal: O Que Aprendemos com Wesley?
A vida e o ministério de John Wesley nos desafiam a três atitudes fundamentais:
- Viver uma fé ativa – Wesley não se contentou com uma religião institucional, mas saiu para evangelizar. Assim como ele, devemos reconhecer que a fé cristã nos chama a ação, seja pregando, discipulando ou servindo. (Mateus 5:16)
- Buscar a santidade – A santificação não é opcional na vida cristã. Wesley entendeu isso e aplicou à sua vida, ensinando que devemos buscar uma vida piedosa e consagrada a Deus. (1 Pedro 1:15-16)
- Transformar a sociedade ao nosso redor – O metodismo não foi apenas um avivamento espiritual, mas um movimento que impactou a cultura e a ética da Inglaterra. Como cristãos, somos chamados a ser luz e sal no mundo (Mateus 5:13-14), promovendo justiça, misericórdia e verdade.
Conclusão
A trajetória de John Wesley mostra como Deus levanta pessoas para restaurar a Igreja e trazer renovação espiritual. Seu compromisso com a pregação do Evangelho, a santificação e a transformação social deixou um legado que influenciou não apenas o metodismo, mas também o pentecostalismo e o cristianismo moderno.
Como cristãos, somos desafiados a seguir esse exemplo, vivendo um cristianismo vibrante, comprometido com Deus e com o próximo, buscando um avivamento genuíno que impacte não apenas nossa vida pessoal, mas toda a sociedade.
"Pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gentios; mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus." (1 Coríntios 1:23-24)
Referências Bibliográficas
- FERREIRA, Roberto. Teologia Pentecostal da Harpa Cristã. CPAD, 2022.
- HORTON, Stanley. O Que a Bíblia Diz Sobre o Espírito Santo. CPAD, 2018.
- SNYDER, Howard. The Radical Wesley and Patterns for Church Renewal. InterVarsity Press, 1980.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
Essa reflexão nos ajuda a compreender a importância do metodismo e sua influência no pentecostalismo e na teologia cristã contemporânea. Que possamos seguir esse legado de fervor espiritual e compromisso com a santidade e a pregação do Evangelho!
1.2. A influência do pietismo.
O movimento pietista cooperou visivelmente para produzir o desenho do metodismo contemporâneo. Na busca integral pela "santidade real"; Wesley adicionou aos seus estudos o perfeccionismo dos pietistas. Dentro desse panorama, Wesley ajustou seus pensamentos, absorvendo a influência pietista para uma vida de santidade, para testemunho, missão e serviço de uma vida cristã santa. Inspirado por esse movimento, Wesley institui as Sociedades Metodistas, baseadas nos pequenos grupos de oração e leitura bíblica. Assim, para compreender o movimento wesleyano, é indispensável um conhecimento básico da história do movimento pietista de Halle e de Herrnhut, que influenciaram os assuntos sobre santidade nos estudos de John Wesley.
Kenneth J. Collins (2018, p. 278): "A importância da renovação pessoal genuína por causa da santidade era tema metodista compartilhado com os pietistas de Halle e de Herrnhut. De acordo com Howard Snyder, alguns dos elementos comuns desses três movimentos eram, entre outras coisas, a ênfase na regeneração, a experiência religiosa pessoal, a piedade, a santidade e a disciplina. (...) é provável que o que mais atraísse Wesley no pietismo alemão, especialmente no de Halle e nos movimentos predecessores, fosse a forte associação do novo nascimento com a força da Igreja; em outras palavras, que a renovação deve começar com a ação de inculcar a santidade".
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
O pietismo, surgido no final do século XVII na Alemanha, enfatizava a experiência pessoal com Deus, a regeneração do coração e a vida santa como evidência da verdadeira fé. Essa ênfase influenciou profundamente John Wesley, que incorporou muitos de seus princípios ao metodismo, principalmente a busca por uma santidade prática e a vivência comunitária da fé. Para compreender essa conexão, analisaremos os fundamentos bíblicos e teológicos que sustentam essa influência.
1. A Santidade como Essência da Vida Cristã
A santidade sempre foi um elemento central no relacionamento entre Deus e Seu povo. No Antigo Testamento, Israel foi chamado a ser um povo santo:
"Porque eu sou o Senhor vosso Deus; portanto, vós vos santificareis e sereis santos, porque eu sou santo." (Levítico 11:44)
O termo hebraico para "santo" aqui é קָדוֹשׁ (qadosh), que significa "separado, consagrado, distinto". O pietismo resgatou essa ênfase, insistindo que a vida cristã não pode ser reduzida a ritos e doutrinas intelectuais, mas deve ser evidenciada pela transformação do caráter.
No Novo Testamento, essa chamada à santidade continua clara. Em 1 Pedro 1:15-16, lemos:
"Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo."
Aqui, a palavra grega para "santos" é ἅγιοι (hagioi), derivada de ἁγιασμός (hagiasmos), que denota um processo contínuo de separação para Deus. Wesley encontrou nos pietistas uma aplicação prática dessa doutrina, algo que ele buscou trazer para o metodismo.
2. A Regeneração e o Novo Nascimento
Kenneth J. Collins destaca que Wesley foi atraído pela associação entre novo nascimento e a força da Igreja no pietismo alemão. Isso está alinhado com a ênfase bíblica no novo nascimento como pré-requisito para uma vida piedosa. Jesus ensinou a Nicodemos:
"Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus." (João 3:3)
A expressão "nascer de novo" vem do grego γεννηθῇ ἄνωθεν (gennēthē anōthen), onde ἄνωθεν (anōthen) pode significar tanto "de novo" quanto "do alto", indicando uma transformação espiritual operada por Deus.
Os pietistas, assim como Wesley, enfatizavam que a fé autêntica não era apenas uma aceitação doutrinária, mas uma experiência profunda e pessoal com Deus, evidenciada pela regeneração e mudança de vida (2 Coríntios 5:17).
3. Comunidade, Disciplina e Pequenos Grupos
O metodismo, inspirado pelo pietismo, instituiu sociedades metodistas estruturadas em pequenos grupos de oração e estudo bíblico. Esse modelo reflete o padrão neotestamentário da Igreja primitiva, que se reunia em grupos menores para comunhão, ensino e oração:
"E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." (Atos 2:42)
A palavra grega para "comunhão" aqui é κοινωνία (koinonia), que significa "parceria, compartilhamento, participação". O pietismo via essa vida comunitária como essencial para o crescimento espiritual, algo que Wesley incorporou ao metodismo.
Além disso, tanto os pietistas quanto Wesley enfatizavam a disciplina espiritual como meio de crescimento na fé. Essa ideia encontra eco nas palavras de Paulo:
"Exercita-te a ti mesmo na piedade." (1 Timóteo 4:7)
A palavra grega para "exercita-te" é γύμναζε (gymnaze), que carrega a ideia de treino rigoroso, semelhante à preparação atlética. A santidade, segundo Wesley, exigia esforço e prática contínua, algo que ele aprendeu com o pietismo.
4. Aplicação Pessoal: O Que Podemos Aprender?
- Santidade é um chamado para todos os cristãos – Não é apenas um ideal inatingível, mas um estilo de vida que devemos buscar diariamente.
- A regeneração é essencial para a fé autêntica – O cristianismo verdadeiro não é apenas conhecimento intelectual, mas transformação interior pelo Espírito Santo.
- A vida cristã deve ser vivida em comunidade – Assim como Wesley e os pietistas praticavam reuniões em pequenos grupos, também devemos buscar comunhão e discipulado mútuo.
- Disciplina espiritual é necessária para o crescimento – Orar, estudar a Bíblia e praticar boas obras não são legalismo, mas meios de graça que nos aproximam de Deus.
Conclusão
A influência do pietismo na teologia de Wesley mostra que a fé cristã deve ser vivida com profundidade, santidade e compromisso comunitário. O metodismo nasceu dessa busca intensa por uma espiritualidade autêntica, fundamentada no novo nascimento e na comunhão com Deus.
Assim como Wesley foi impactado por esse movimento, nós também somos desafiados a viver uma fé prática, transformadora e alinhada com os princípios bíblicos.
"Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou." (1 João 2:6)
Referências Bibliográficas
- COLLINS, Kenneth J. The Theology of John Wesley: Holy Love and the Shape of Grace. Abingdon Press, 2018.
- FERREIRA, Roberto. Teologia Pentecostal da Harpa Cristã. CPAD, 2022.
- SNYDER, Howard. The Radical Wesley a nd Patterns for Church Renewal. InterVarsity Press, 1980.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
Essa análise nos mostra que a influência do pietismo no metodismo não foi apenas teórica, mas prática, desafiando-nos a viver um cristianismo autêntico, centrado na santidade, no discipulado e no compromisso com Deus.
O pietismo, surgido no final do século XVII na Alemanha, enfatizava a experiência pessoal com Deus, a regeneração do coração e a vida santa como evidência da verdadeira fé. Essa ênfase influenciou profundamente John Wesley, que incorporou muitos de seus princípios ao metodismo, principalmente a busca por uma santidade prática e a vivência comunitária da fé. Para compreender essa conexão, analisaremos os fundamentos bíblicos e teológicos que sustentam essa influência.
1. A Santidade como Essência da Vida Cristã
A santidade sempre foi um elemento central no relacionamento entre Deus e Seu povo. No Antigo Testamento, Israel foi chamado a ser um povo santo:
"Porque eu sou o Senhor vosso Deus; portanto, vós vos santificareis e sereis santos, porque eu sou santo." (Levítico 11:44)
O termo hebraico para "santo" aqui é קָדוֹשׁ (qadosh), que significa "separado, consagrado, distinto". O pietismo resgatou essa ênfase, insistindo que a vida cristã não pode ser reduzida a ritos e doutrinas intelectuais, mas deve ser evidenciada pela transformação do caráter.
No Novo Testamento, essa chamada à santidade continua clara. Em 1 Pedro 1:15-16, lemos:
"Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo."
Aqui, a palavra grega para "santos" é ἅγιοι (hagioi), derivada de ἁγιασμός (hagiasmos), que denota um processo contínuo de separação para Deus. Wesley encontrou nos pietistas uma aplicação prática dessa doutrina, algo que ele buscou trazer para o metodismo.
2. A Regeneração e o Novo Nascimento
Kenneth J. Collins destaca que Wesley foi atraído pela associação entre novo nascimento e a força da Igreja no pietismo alemão. Isso está alinhado com a ênfase bíblica no novo nascimento como pré-requisito para uma vida piedosa. Jesus ensinou a Nicodemos:
"Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus." (João 3:3)
A expressão "nascer de novo" vem do grego γεννηθῇ ἄνωθεν (gennēthē anōthen), onde ἄνωθεν (anōthen) pode significar tanto "de novo" quanto "do alto", indicando uma transformação espiritual operada por Deus.
Os pietistas, assim como Wesley, enfatizavam que a fé autêntica não era apenas uma aceitação doutrinária, mas uma experiência profunda e pessoal com Deus, evidenciada pela regeneração e mudança de vida (2 Coríntios 5:17).
3. Comunidade, Disciplina e Pequenos Grupos
O metodismo, inspirado pelo pietismo, instituiu sociedades metodistas estruturadas em pequenos grupos de oração e estudo bíblico. Esse modelo reflete o padrão neotestamentário da Igreja primitiva, que se reunia em grupos menores para comunhão, ensino e oração:
"E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." (Atos 2:42)
A palavra grega para "comunhão" aqui é κοινωνία (koinonia), que significa "parceria, compartilhamento, participação". O pietismo via essa vida comunitária como essencial para o crescimento espiritual, algo que Wesley incorporou ao metodismo.
Além disso, tanto os pietistas quanto Wesley enfatizavam a disciplina espiritual como meio de crescimento na fé. Essa ideia encontra eco nas palavras de Paulo:
"Exercita-te a ti mesmo na piedade." (1 Timóteo 4:7)
A palavra grega para "exercita-te" é γύμναζε (gymnaze), que carrega a ideia de treino rigoroso, semelhante à preparação atlética. A santidade, segundo Wesley, exigia esforço e prática contínua, algo que ele aprendeu com o pietismo.
4. Aplicação Pessoal: O Que Podemos Aprender?
- Santidade é um chamado para todos os cristãos – Não é apenas um ideal inatingível, mas um estilo de vida que devemos buscar diariamente.
- A regeneração é essencial para a fé autêntica – O cristianismo verdadeiro não é apenas conhecimento intelectual, mas transformação interior pelo Espírito Santo.
- A vida cristã deve ser vivida em comunidade – Assim como Wesley e os pietistas praticavam reuniões em pequenos grupos, também devemos buscar comunhão e discipulado mútuo.
- Disciplina espiritual é necessária para o crescimento – Orar, estudar a Bíblia e praticar boas obras não são legalismo, mas meios de graça que nos aproximam de Deus.
Conclusão
A influência do pietismo na teologia de Wesley mostra que a fé cristã deve ser vivida com profundidade, santidade e compromisso comunitário. O metodismo nasceu dessa busca intensa por uma espiritualidade autêntica, fundamentada no novo nascimento e na comunhão com Deus.
Assim como Wesley foi impactado por esse movimento, nós também somos desafiados a viver uma fé prática, transformadora e alinhada com os princípios bíblicos.
"Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou." (1 João 2:6)
Referências Bibliográficas
- COLLINS, Kenneth J. The Theology of John Wesley: Holy Love and the Shape of Grace. Abingdon Press, 2018.
- FERREIRA, Roberto. Teologia Pentecostal da Harpa Cristã. CPAD, 2022.
- SNYDER, Howard. The Radical Wesley a nd Patterns for Church Renewal. InterVarsity Press, 1980.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
Essa análise nos mostra que a influência do pietismo no metodismo não foi apenas teórica, mas prática, desafiando-nos a viver um cristianismo autêntico, centrado na santidade, no discipulado e no compromisso com Deus.
1.3. A influência do pietismo morávio.
A extensão do pietismo obteve sua maior aquisição através de John Wesley, fundador do Metodismo. Pode-se assim falar que o pietismo alemão apresentou uma grande influência na vida de John Wesley, pois muitas das ideias de Wesley foram guiadas, dirigidas e inspiradas pelos pietistas da Morávia. No ano de 1735, Wesley e seu irmão mais novo foram separados e enviados como missionários para a colônia da Geórgia, na América. Nessa viagem, eles foram apresentados ao movimento pietista, pois a bordo do navio estavam 26 morávios de Herrnhut. Em seu diário, Wesley escreveu que sentiu que os morávios evidenciavam uma vida repleta de fé e do Espírito Santo.
Jesse Hurlbut (2014, p. 221): "No ano de 1735, Wesley e seu irmão mais novo, Charles, foram enviados como missionários à nova colônia da Geórgia. Seu trabalho não teve muito êxito, por isso regressaram à Inglaterra após dois anos na América. Esse período foi decisivo na vida de ambos, pois foi nessa época que eles conheceram um grupo de morávios, seguidores do conde Zinzendorf; por intermédio dos novos amigos, alcançaram conhecimento experimental de uma vida espiritual. Até então, o ministério de Wesley havia sido um fracasso; mas, a partir dessa data, nenhum ministro da Inglaterra despertava tão grande interesse como ele, exceto George Whitefield".
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
O encontro de John Wesley com os morávios foi um divisor de águas em sua vida espiritual. Embora já fosse um ministro anglicano, foi ao observar a fé inabalável dos pietistas morávios, especialmente durante uma tempestade no mar, que Wesley percebeu que sua fé ainda não era plenamente fundamentada na graça de Deus. Esse impacto ressoa com diversas passagens bíblicas sobre fé, justificação e o papel do Espírito Santo na regeneração.
1. O Exemplo dos Morávios e a Fé Autêntica
Durante sua viagem missionária à América em 1735, Wesley testemunhou a serenidade dos morávios em meio ao perigo. Enquanto os ingleses entravam em pânico durante uma tempestade, os morávios continuavam cantando hinos, confiando na providência de Deus. Esse testemunho vivo ecoa as palavras do apóstolo Paulo:
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus." (Efésios 2:8)
A palavra grega para "fé" neste versículo é πίστις (pistis), que denota confiança, certeza e dependência total de Deus. Wesley percebeu que sua fé ainda estava baseada em obras e esforços humanos, em vez de na confiança plena na graça de Deus. Esse entendimento foi essencial para o desenvolvimento da teologia metodista, que enfatiza a justificação pela fé e a experiência da graça de Deus.
2. A Conversão de Wesley e a Justificação pela Fé
Após retornar à Inglaterra, Wesley continuou sua busca por uma fé verdadeira. Em 24 de maio de 1738, enquanto ouvia a leitura do prefácio de Lutero à Epístola aos Romanos em uma reunião dos morávios na rua Aldersgate, ele descreveu em seu diário:
"Senti meu coração estranhamente aquecido. Senti que confiava em Cristo, somente em Cristo para minha salvação; e me foi dada a certeza de que Ele havia tirado os meus pecados."
Essa experiência reflete a doutrina bíblica da justificação pela fé, especialmente em Romanos 5:1:
"Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo."
O termo grego para "justificados" aqui é δικαιωθέντες (dikaiōthentes), que significa "ser declarado justo" ou "tornado reto". Wesley compreendeu que a salvação não era conquistada por esforço próprio, mas era um ato soberano de Deus mediante a fé em Cristo.
Os morávios enfatizavam essa confiança absoluta na graça, algo que moldou profundamente a pregação e o ministério de Wesley.
3. O Papel do Espírito Santo na Vida Cristã
Os morávios também ensinavam que a vida cristã deveria ser conduzida pelo Espírito Santo, algo que Wesley adotou e fortaleceu na tradição metodista. Esse ensino está em sintonia com as palavras de Jesus:
"Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra." (Atos 1:8)
A palavra grega para "virtude" aqui é δύναμις (dynamis), que significa "poder, força, capacidade sobrenatural". Wesley entendeu que o cristão não pode viver pela própria força, mas deve ser capacitado pelo Espírito Santo. Isso levou à ênfase metodista na santificação e na obra contínua do Espírito na vida dos crentes.
4. Comunhão e Vida em Santidade
A estrutura comunitária dos morávios também influenciou Wesley a organizar os "Grupos de Classe" e "Bandas Metodistas", onde pequenos grupos se reuniam para oração, confissão e encorajamento mútuo. Esse modelo encontra paralelo na Igreja primitiva:
"Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis." (Tiago 5:16)
O termo grego para "confessar" aqui é ἐξομολογέω (exomologeō), que significa "declarar abertamente, reconhecer". O metodismo, influenciado pelos morávios, restaurou essa dimensão comunitária da fé, promovendo um discipulado mais profundo e pessoal.
5. Aplicação Pessoal: O Que Podemos Aprender?
- A verdadeira fé não está em rituais ou obras, mas na confiança na graça de Deus – Assim como Wesley, devemos examinar se nossa fé está firmada em Cristo ou em méritos próprios.
- A justificação pela fé traz paz com Deus – Se ainda vivemos inseguros quanto à salvação, precisamos crer na suficiência da obra de Cristo.
- A vida cristã é conduzida pelo Espírito Santo – O verdadeiro crescimento espiritual ocorre quando permitimos que o Espírito opere em nós.
- A comunhão cristã fortalece a caminhada – Assim como os morávios e os metodistas primitivos, devemos buscar um discipulado autêntico e comunitário.
Conclusão
A influência dos morávios na vida de John Wesley foi decisiva para sua compreensão da fé. Seu encontro com esse grupo moldou a teologia metodista e fortaleceu sua ênfase na justificação pela fé, na santificação e na vida comunitária.
Assim como Wesley foi transformado por essa experiência, somos desafiados a examinar nossa fé e buscar um relacionamento mais profundo com Deus, fundamentado na graça, conduzido pelo Espírito e vivido em comunidade.
"Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos." (2 Coríntios 13:5)
Referências Bibliográficas
- COLLINS, Kenneth J. The Theology of John Wesley: Holy Love and the Shape of Grace. Abingdon Press, 2018.
- FERREIRA, Roberto. Teologia Pentecostal da Harpa Cristã. CPAD, 2022.
- HURLBUT, Jesse. História da Igreja Cristã. Vida Nova, 2014.
- SNYDER, Howard. The Radical Wesley and Patterns for Church Renewal. InterVarsity Press, 1980.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
Essa análise reforça que a influência morávia não apenas moldou o metodismo, mas continua sendo um modelo para todos os que buscam uma fé genuína e transformadora.
O encontro de John Wesley com os morávios foi um divisor de águas em sua vida espiritual. Embora já fosse um ministro anglicano, foi ao observar a fé inabalável dos pietistas morávios, especialmente durante uma tempestade no mar, que Wesley percebeu que sua fé ainda não era plenamente fundamentada na graça de Deus. Esse impacto ressoa com diversas passagens bíblicas sobre fé, justificação e o papel do Espírito Santo na regeneração.
1. O Exemplo dos Morávios e a Fé Autêntica
Durante sua viagem missionária à América em 1735, Wesley testemunhou a serenidade dos morávios em meio ao perigo. Enquanto os ingleses entravam em pânico durante uma tempestade, os morávios continuavam cantando hinos, confiando na providência de Deus. Esse testemunho vivo ecoa as palavras do apóstolo Paulo:
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus." (Efésios 2:8)
A palavra grega para "fé" neste versículo é πίστις (pistis), que denota confiança, certeza e dependência total de Deus. Wesley percebeu que sua fé ainda estava baseada em obras e esforços humanos, em vez de na confiança plena na graça de Deus. Esse entendimento foi essencial para o desenvolvimento da teologia metodista, que enfatiza a justificação pela fé e a experiência da graça de Deus.
2. A Conversão de Wesley e a Justificação pela Fé
Após retornar à Inglaterra, Wesley continuou sua busca por uma fé verdadeira. Em 24 de maio de 1738, enquanto ouvia a leitura do prefácio de Lutero à Epístola aos Romanos em uma reunião dos morávios na rua Aldersgate, ele descreveu em seu diário:
"Senti meu coração estranhamente aquecido. Senti que confiava em Cristo, somente em Cristo para minha salvação; e me foi dada a certeza de que Ele havia tirado os meus pecados."
Essa experiência reflete a doutrina bíblica da justificação pela fé, especialmente em Romanos 5:1:
"Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo."
O termo grego para "justificados" aqui é δικαιωθέντες (dikaiōthentes), que significa "ser declarado justo" ou "tornado reto". Wesley compreendeu que a salvação não era conquistada por esforço próprio, mas era um ato soberano de Deus mediante a fé em Cristo.
Os morávios enfatizavam essa confiança absoluta na graça, algo que moldou profundamente a pregação e o ministério de Wesley.
3. O Papel do Espírito Santo na Vida Cristã
Os morávios também ensinavam que a vida cristã deveria ser conduzida pelo Espírito Santo, algo que Wesley adotou e fortaleceu na tradição metodista. Esse ensino está em sintonia com as palavras de Jesus:
"Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra." (Atos 1:8)
A palavra grega para "virtude" aqui é δύναμις (dynamis), que significa "poder, força, capacidade sobrenatural". Wesley entendeu que o cristão não pode viver pela própria força, mas deve ser capacitado pelo Espírito Santo. Isso levou à ênfase metodista na santificação e na obra contínua do Espírito na vida dos crentes.
4. Comunhão e Vida em Santidade
A estrutura comunitária dos morávios também influenciou Wesley a organizar os "Grupos de Classe" e "Bandas Metodistas", onde pequenos grupos se reuniam para oração, confissão e encorajamento mútuo. Esse modelo encontra paralelo na Igreja primitiva:
"Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis." (Tiago 5:16)
O termo grego para "confessar" aqui é ἐξομολογέω (exomologeō), que significa "declarar abertamente, reconhecer". O metodismo, influenciado pelos morávios, restaurou essa dimensão comunitária da fé, promovendo um discipulado mais profundo e pessoal.
5. Aplicação Pessoal: O Que Podemos Aprender?
- A verdadeira fé não está em rituais ou obras, mas na confiança na graça de Deus – Assim como Wesley, devemos examinar se nossa fé está firmada em Cristo ou em méritos próprios.
- A justificação pela fé traz paz com Deus – Se ainda vivemos inseguros quanto à salvação, precisamos crer na suficiência da obra de Cristo.
- A vida cristã é conduzida pelo Espírito Santo – O verdadeiro crescimento espiritual ocorre quando permitimos que o Espírito opere em nós.
- A comunhão cristã fortalece a caminhada – Assim como os morávios e os metodistas primitivos, devemos buscar um discipulado autêntico e comunitário.
Conclusão
A influência dos morávios na vida de John Wesley foi decisiva para sua compreensão da fé. Seu encontro com esse grupo moldou a teologia metodista e fortaleceu sua ênfase na justificação pela fé, na santificação e na vida comunitária.
Assim como Wesley foi transformado por essa experiência, somos desafiados a examinar nossa fé e buscar um relacionamento mais profundo com Deus, fundamentado na graça, conduzido pelo Espírito e vivido em comunidade.
"Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos." (2 Coríntios 13:5)
Referências Bibliográficas
- COLLINS, Kenneth J. The Theology of John Wesley: Holy Love and the Shape of Grace. Abingdon Press, 2018.
- FERREIRA, Roberto. Teologia Pentecostal da Harpa Cristã. CPAD, 2022.
- HURLBUT, Jesse. História da Igreja Cristã. Vida Nova, 2014.
- SNYDER, Howard. The Radical Wesley and Patterns for Church Renewal. InterVarsity Press, 1980.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
Essa análise reforça que a influência morávia não apenas moldou o metodismo, mas continua sendo um modelo para todos os que buscam uma fé genuína e transformadora.
EU ENSINEI QUE:
John Wesley foi o precursor do Movimento Metodista ocorrido na Inglaterra no século XVIII.
2. A pneumatologia wesleyana
Para John Wesley, o Espírito Santo torna a graça presente no Cristo, na Igreja e no mundo; além disso, a experiência com o Espírito dinamiza a vida cristã, tirando-a de uma mera devoção. Assuntos como: novo nascimento, regeneração e evidência da graça e da fé em nosso espírito seriam, portanto, ações atribuídas à atuação direta do Espírito Santo.
2.1. Um coração estranhamente aquecido.
John Wesley registrou a experiência que teve com o Espírito Santo; a qual, muitas vezes, ele mencionou em suas pregações como: "experiência de Aldersgate" Wesley recordou em seu diário o que aconteceu em 24 de maio de 1738: "À noite, eu fui muito relutantemente para uma sociedade na Rua Aldersgate, onde alguém estava lendo o prefácio de Lutero para a Epístola de Romanos. Cerca de um quarto antes das nove, enquanto ele estava descrevendo a mudança que Deus trabalha no coração através da fé em Cristo, senti meu coração estranhamente aquecido. Senti que confiava em Cristo, só Cristo, para a salvação; e uma garantia me foi dada de que Ele tinha tirado meus pecados, sim, os meus, e me salvou da lei do pecado e da morte".
Justo L. González (2015, p. 306), escreve a atitude de Wesley após a experiência de Aldersgate: "Como os moravianos o haviam impressionado em inúmeras ocasiões, Wesley então decidiu viajar para a Alemanha, onde ele se encontrou com Zinzendorf e visitou Herrnhut. Como antes, ele se comoveu com a profundidade da convicção dos moravianos, e por sua vida moral e religiosa.'
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
A experiência de Aldersgate, vivida por John Wesley em 24 de maio de 1738, é um dos momentos mais emblemáticos do metodismo e reflete a importância do Espírito Santo na teologia wesleyana. Esse evento simboliza a transição de Wesley de uma religiosidade meramente intelectual para uma experiência viva e transformadora da graça de Deus. Sua pneumatologia enfatiza que o Espírito Santo é o agente que aplica a redenção na vida do crente, trazendo regeneração, santificação e a certeza da salvação.
1. A Atuação do Espírito Santo na Conversão e na Regeneração
A conversão de Wesley em Aldersgate pode ser compreendida à luz do ensino bíblico sobre o novo nascimento e a regeneração pelo Espírito Santo. Jesus declarou a Nicodemos:
"Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus." (João 3:5)
A palavra grega para "nascer" é γεννηθῇ (gennēthē), derivada de γεννάω (gennaō), que significa "gerar, dar vida a algo novo". Wesley, apesar de já ser um clérigo, percebeu que lhe faltava esse renascimento espiritual. Sua experiência em Aldersgate foi uma concretização desse novo nascimento, pelo qual a graça de Deus se tornou real para ele.
O apóstolo Paulo reforça esse papel do Espírito na regeneração:
"Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo." (Tito 3:5)
O termo grego παλιγγενεσίας (palingenesias), traduzido como "regeneração", indica um novo começo, uma transformação radical da vida espiritual. A experiência de Wesley marcou o início de uma nova fase em seu ministério, agora centrada na graça e no poder do Espírito Santo.
2. A Certeza da Salvação e o Testemunho do Espírito
Wesley descreveu que, naquele momento, recebeu a certeza de que Cristo o havia salvado. Essa convicção é um dos aspectos fundamentais da pneumatologia wesleyana e encontra base em Romanos 8:16:
"O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus."
A palavra grega para "testifica" é συμμαρτυρεῖ (symmartyrei), que significa "dar testemunho junto com". Ou seja, o Espírito Santo confirma internamente ao crente a sua filiação divina.
O teólogo Howard Snyder (1996, p. 42), ao comentar sobre a pneumatologia wesleyana, afirma que a conversão e a santificação não são apenas mudanças teológicas, mas experiências reais vividas pelo cristão. Isso se alinha à doutrina da "testificação do Espírito", central para Wesley e o metodismo.
3. A Libertação do Pecado e da Morte
Wesley menciona que, em Aldersgate, compreendeu que Cristo o havia libertado da "lei do pecado e da morte". Essa frase remete a Romanos 8:2:
"Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte."
Aqui, o termo grego νόμος (nomos, "lei") indica um princípio ou força operante. Wesley percebeu que a liberdade cristã não vem pelo esforço humano, mas pela obra do Espírito Santo, que aplica os méritos da redenção.
O teólogo Thomas C. Oden (1994, p. 178) destaca que a experiência wesleyana foi uma internalização profunda da justificação pela fé, que até então ele compreendia apenas intelectualmente. Isso evidencia a ênfase metodista na experiência pessoal da graça.
4. A Santificação e a Obra Contínua do Espírito
Embora Aldersgate tenha sido um marco na vida de Wesley, ele não via essa experiência como um fim, mas como o começo de um processo de santificação contínua. Ele acreditava que o Espírito Santo não apenas concede a justificação, mas também capacita o crente a viver uma vida de santidade.
Isso se alinha à oração de Paulo:
"E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." (1 Tessalonicenses 5:23)
A palavra grega para "santifique" é ἁγιάσαι (hagiasai), que indica um processo de consagração contínua. Wesley desenvolveu essa ideia na doutrina da "Santificação Perfeita", crendo que o cristão pode experimentar um estado de maturidade espiritual em que o amor a Deus e ao próximo domina sua vida.
O historiador Justo L. González (2015, p. 312) observa que essa ênfase na santificação diferenciava Wesley de outras tradições protestantes, como o luteranismo e o calvinismo.
5. Aplicação Pessoal: O Que Podemos Aprender?
- A experiência com Deus deve ser real e transformadora – Assim como Wesley teve um "coração estranhamente aquecido", devemos buscar um relacionamento vivo com Deus, não apenas teórico.
- O Espírito Santo testifica a nossa salvação – Se há dúvidas sobre a salvação, é necessário confiar na obra de Cristo e na testificação do Espírito.
- A graça de Deus nos liberta do pecado e da morte – Não somos justificados por obras, mas pela fé em Cristo, que nos liberta do domínio do pecado.
- A santificação é um processo contínuo – O Espírito Santo nos guia diariamente para uma vida de maior comunhão com Deus e santidade.
Conclusão
A pneumatologia wesleyana destaca a obra do Espírito Santo como essencial para a vida cristã. A experiência de Aldersgate foi um divisor de águas para Wesley, levando-o a pregar sobre a justificação pela fé, a certeza da salvação e a santificação.
Assim como Wesley foi transformado ao compreender o papel do Espírito Santo, também somos chamados a buscar uma experiência autêntica com Deus, permitindo que Sua graça nos transforme completamente.
"Não extingais o Espírito." (1 Tessalonicenses 5:19)
Referências Bibliográficas
- COLLINS, Kenneth J. The Theology of John Wesley: Holy Love and the Shape of Grace. Abingdon Press, 2018.
- FERREIRA, Roberto. Teologia Pentecostal da Harpa Cristã. CPAD, 2022.
- GONZÁLEZ, Justo L. História do Pensamento Cristão. Vida Nova, 2015.
- ODEN, Thomas C. John Wesley’s Scriptural Christianity. Zondervan, 1994.
- SNYDER, Howard A. The Radical Wesley and Patterns for Church Renewal. InterVarsity Press, 1996.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
Essa análise reforça que a experiência wesleyana não foi apenas um evento isolado, mas o início de um movimento de renovação espiritual que influenciaria gerações.
A experiência de Aldersgate, vivida por John Wesley em 24 de maio de 1738, é um dos momentos mais emblemáticos do metodismo e reflete a importância do Espírito Santo na teologia wesleyana. Esse evento simboliza a transição de Wesley de uma religiosidade meramente intelectual para uma experiência viva e transformadora da graça de Deus. Sua pneumatologia enfatiza que o Espírito Santo é o agente que aplica a redenção na vida do crente, trazendo regeneração, santificação e a certeza da salvação.
1. A Atuação do Espírito Santo na Conversão e na Regeneração
A conversão de Wesley em Aldersgate pode ser compreendida à luz do ensino bíblico sobre o novo nascimento e a regeneração pelo Espírito Santo. Jesus declarou a Nicodemos:
"Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus." (João 3:5)
A palavra grega para "nascer" é γεννηθῇ (gennēthē), derivada de γεννάω (gennaō), que significa "gerar, dar vida a algo novo". Wesley, apesar de já ser um clérigo, percebeu que lhe faltava esse renascimento espiritual. Sua experiência em Aldersgate foi uma concretização desse novo nascimento, pelo qual a graça de Deus se tornou real para ele.
O apóstolo Paulo reforça esse papel do Espírito na regeneração:
"Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo." (Tito 3:5)
O termo grego παλιγγενεσίας (palingenesias), traduzido como "regeneração", indica um novo começo, uma transformação radical da vida espiritual. A experiência de Wesley marcou o início de uma nova fase em seu ministério, agora centrada na graça e no poder do Espírito Santo.
2. A Certeza da Salvação e o Testemunho do Espírito
Wesley descreveu que, naquele momento, recebeu a certeza de que Cristo o havia salvado. Essa convicção é um dos aspectos fundamentais da pneumatologia wesleyana e encontra base em Romanos 8:16:
"O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus."
A palavra grega para "testifica" é συμμαρτυρεῖ (symmartyrei), que significa "dar testemunho junto com". Ou seja, o Espírito Santo confirma internamente ao crente a sua filiação divina.
O teólogo Howard Snyder (1996, p. 42), ao comentar sobre a pneumatologia wesleyana, afirma que a conversão e a santificação não são apenas mudanças teológicas, mas experiências reais vividas pelo cristão. Isso se alinha à doutrina da "testificação do Espírito", central para Wesley e o metodismo.
3. A Libertação do Pecado e da Morte
Wesley menciona que, em Aldersgate, compreendeu que Cristo o havia libertado da "lei do pecado e da morte". Essa frase remete a Romanos 8:2:
"Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte."
Aqui, o termo grego νόμος (nomos, "lei") indica um princípio ou força operante. Wesley percebeu que a liberdade cristã não vem pelo esforço humano, mas pela obra do Espírito Santo, que aplica os méritos da redenção.
O teólogo Thomas C. Oden (1994, p. 178) destaca que a experiência wesleyana foi uma internalização profunda da justificação pela fé, que até então ele compreendia apenas intelectualmente. Isso evidencia a ênfase metodista na experiência pessoal da graça.
4. A Santificação e a Obra Contínua do Espírito
Embora Aldersgate tenha sido um marco na vida de Wesley, ele não via essa experiência como um fim, mas como o começo de um processo de santificação contínua. Ele acreditava que o Espírito Santo não apenas concede a justificação, mas também capacita o crente a viver uma vida de santidade.
Isso se alinha à oração de Paulo:
"E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." (1 Tessalonicenses 5:23)
A palavra grega para "santifique" é ἁγιάσαι (hagiasai), que indica um processo de consagração contínua. Wesley desenvolveu essa ideia na doutrina da "Santificação Perfeita", crendo que o cristão pode experimentar um estado de maturidade espiritual em que o amor a Deus e ao próximo domina sua vida.
O historiador Justo L. González (2015, p. 312) observa que essa ênfase na santificação diferenciava Wesley de outras tradições protestantes, como o luteranismo e o calvinismo.
5. Aplicação Pessoal: O Que Podemos Aprender?
- A experiência com Deus deve ser real e transformadora – Assim como Wesley teve um "coração estranhamente aquecido", devemos buscar um relacionamento vivo com Deus, não apenas teórico.
- O Espírito Santo testifica a nossa salvação – Se há dúvidas sobre a salvação, é necessário confiar na obra de Cristo e na testificação do Espírito.
- A graça de Deus nos liberta do pecado e da morte – Não somos justificados por obras, mas pela fé em Cristo, que nos liberta do domínio do pecado.
- A santificação é um processo contínuo – O Espírito Santo nos guia diariamente para uma vida de maior comunhão com Deus e santidade.
Conclusão
A pneumatologia wesleyana destaca a obra do Espírito Santo como essencial para a vida cristã. A experiência de Aldersgate foi um divisor de águas para Wesley, levando-o a pregar sobre a justificação pela fé, a certeza da salvação e a santificação.
Assim como Wesley foi transformado ao compreender o papel do Espírito Santo, também somos chamados a buscar uma experiência autêntica com Deus, permitindo que Sua graça nos transforme completamente.
"Não extingais o Espírito." (1 Tessalonicenses 5:19)
Referências Bibliográficas
- COLLINS, Kenneth J. The Theology of John Wesley: Holy Love and the Shape of Grace. Abingdon Press, 2018.
- FERREIRA, Roberto. Teologia Pentecostal da Harpa Cristã. CPAD, 2022.
- GONZÁLEZ, Justo L. História do Pensamento Cristão. Vida Nova, 2015.
- ODEN, Thomas C. John Wesley’s Scriptural Christianity. Zondervan, 1994.
- SNYDER, Howard A. The Radical Wesley and Patterns for Church Renewal. InterVarsity Press, 1996.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
Essa análise reforça que a experiência wesleyana não foi apenas um evento isolado, mas o início de um movimento de renovação espiritual que influenciaria gerações.
2.2. O Espírito Santo atua para a salvação.
Wesley teve a salvação como um dos temas centrais em seus ensinamentos, em suas pregações e em toda a sua vivência religiosa. Para ele, a nossa redenção é cultivada pela obra do Espírito, cuja ação é fundamental no processo de salvação. Isso porque a presença do Espírito Santo no nascido de novo testifica a salvação, proporcionando à pessoa essa segurança. Portanto, para crer na salvação, é necessário receber o Espírito Santo. Wesley dizia que: "A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão."
Kenneth J. Collins (2018, p. 171): "Conforme Starkey observa, o Espírito Santo, ao tornar efetiva a obra completa de Cristo, é `o agente, ou administrador, da redenção: E esse papel de superintendência é tão importante que Wesley comentou, em sua obra A Farther Appeal (Mais um Apelo), que `toda obra da salvação, cada pensamento, cada boa palavra e cada boa obra, é reunida pela operação do Espírito de Deus."
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
John Wesley compreendia a salvação não como um evento isolado, mas como um processo integral e dinâmico, conduzido pelo Espírito Santo desde a conversão até a santificação. Em sua teologia, a presença do Espírito Santo é essencial para garantir a segurança da salvação e para operar a transformação interior do crente.
1. O Espírito Santo Como Administrador da Redenção
O Espírito Santo é descrito por Wesley como o "administrador da redenção", isto é, Aquele que aplica e efetiva a obra de Cristo na vida dos crentes. Isso encontra respaldo na declaração paulina:
"Mas vós não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele." (Romanos 8:9)
A palavra grega para "habita" é οἰκεῖ (oikei), que significa "residir permanentemente, fazer morada". Isso indica que a salvação não é meramente uma decisão humana, mas um ato divino em que o Espírito Santo passa a habitar no crente, confirmando sua filiação divina.
Kenneth Collins (2018, p. 171) reforça essa ideia ao citar Starkey, que define o Espírito como "o agente ou administrador da redenção". Essa visão enfatiza que cada pensamento, palavra e obra são influenciados pela operação contínua do Espírito.
2. A Conversão e o Testemunho do Espírito
Para Wesley, a conversão é a porta de entrada da vida cristã e ocorre pela obra regeneradora do Espírito. Ele afirmava que a conversão "tira o cristão do mundo", isto é, separa-o do sistema pecaminoso. Essa ideia está alinhada ao ensino de Paulo:
"E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados." (Efésios 2:1)
O verbo grego συνεζωοποίησεν (synezōopoiēsen) significa "trazer à vida junto com", indicando que o Espírito Santo não apenas desperta a fé, mas capacita o crente a viver em novidade de vida.
Além disso, Wesley via o testemunho interno do Espírito como a fonte da certeza da salvação. Romanos 8:16 afirma:
"O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus."
A palavra grega para "testifica" é συμμαρτυρεῖ (symmartyrei), que significa "dar testemunho juntamente com". Isso implica que a segurança da salvação não se baseia apenas em sentimentos ou na interpretação pessoal da fé, mas em uma obra objetiva do Espírito.
O teólogo Thomas Oden (1994, p. 134) argumenta que essa ênfase wesleyana na testificação do Espírito diferencia o metodismo de outras tradições reformadas, que por vezes destacam mais a predestinação do que a experiência pessoal da salvação.
3. A Santificação: O Espírito Tira o Mundo do Cristão
Se a conversão "tira o cristão do mundo", a santificação "tira o mundo do cristão". Wesley via a santificação como uma obra progressiva do Espírito, que purifica e molda o crente à imagem de Cristo. Isso é evidenciado em 2 Coríntios 3:18:
"Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor."
A palavra grega para "somos transformados" é μεταμορφούμεθα (metamorphoumetha), de onde vem "metamorfose", indicando uma mudança progressiva e contínua.
Howard Snyder (1996, p. 79) aponta que Wesley rejeitava uma santificação meramente legalista e exterior, insistindo que a verdadeira santidade é fruto da atuação do Espírito Santo na vida do crente.
4. Aplicação Pessoal: O Que Podemos Aprender?
- A salvação é obra do Espírito Santo – Nenhuma pessoa pode se regenerar por si mesma; é o Espírito quem aplica a redenção e confirma nossa filiação a Deus.
- O testemunho do Espírito traz segurança – A certeza da salvação não vem de emoções passageiras, mas do testemunho interno do Espírito.
- A santificação é um processo contínuo – Assim como o Espírito Santo nos convence do pecado na conversão, Ele também nos conduz a uma vida de santidade diária.
- A obra do Espírito nos separa do mundo – O cristão não apenas abandona o pecado, mas experimenta uma renovação interna que o torna cada vez mais parecido com Cristo.
Conclusão
A teologia wesleyana enfatiza que a salvação é mais do que um evento isolado; é um processo contínuo conduzido pelo Espírito Santo. Desde a conversão até a santificação, o Espírito trabalha no crente, garantindo-lhe segurança e transformando-o progressivamente.
A compreensão de Wesley sobre a atuação do Espírito Santo na salvação continua relevante hoje. Devemos buscar não apenas o conhecimento teológico da salvação, mas também uma experiência viva e transformadora com o Espírito de Deus.
"Não extingais o Espírito." (1 Tessalonicenses 5:19)
Referências Bibliográficas
- COLLINS, Kenneth J. The Theology of John Wesley: Holy Love and the Shape of Grace. Abingdon Press, 2018.
- FERREIRA, Roberto. Teologia Pentecostal da Harpa Cristã. CPAD, 2022.
- GONZÁLEZ, Justo L. História do Pensamento Cristão. Vida Nova, 2015.
- ODEN, Thomas C. John Wesley’s Scriptural Christianity. Zondervan, 1994.
- SNYDER, Howard A. The Radical Wesley and Patterns for Church Renewal. InterVarsity Press, 1996.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
Assim, podemos concluir que a pneumatologia wesleyana continua sendo uma referência essencial para a vida cristã, destacando a atuação do Espírito Santo como aquele que inicia, sustenta e aperfeiçoa a salvação em nós.
John Wesley compreendia a salvação não como um evento isolado, mas como um processo integral e dinâmico, conduzido pelo Espírito Santo desde a conversão até a santificação. Em sua teologia, a presença do Espírito Santo é essencial para garantir a segurança da salvação e para operar a transformação interior do crente.
1. O Espírito Santo Como Administrador da Redenção
O Espírito Santo é descrito por Wesley como o "administrador da redenção", isto é, Aquele que aplica e efetiva a obra de Cristo na vida dos crentes. Isso encontra respaldo na declaração paulina:
"Mas vós não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele." (Romanos 8:9)
A palavra grega para "habita" é οἰκεῖ (oikei), que significa "residir permanentemente, fazer morada". Isso indica que a salvação não é meramente uma decisão humana, mas um ato divino em que o Espírito Santo passa a habitar no crente, confirmando sua filiação divina.
Kenneth Collins (2018, p. 171) reforça essa ideia ao citar Starkey, que define o Espírito como "o agente ou administrador da redenção". Essa visão enfatiza que cada pensamento, palavra e obra são influenciados pela operação contínua do Espírito.
2. A Conversão e o Testemunho do Espírito
Para Wesley, a conversão é a porta de entrada da vida cristã e ocorre pela obra regeneradora do Espírito. Ele afirmava que a conversão "tira o cristão do mundo", isto é, separa-o do sistema pecaminoso. Essa ideia está alinhada ao ensino de Paulo:
"E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados." (Efésios 2:1)
O verbo grego συνεζωοποίησεν (synezōopoiēsen) significa "trazer à vida junto com", indicando que o Espírito Santo não apenas desperta a fé, mas capacita o crente a viver em novidade de vida.
Além disso, Wesley via o testemunho interno do Espírito como a fonte da certeza da salvação. Romanos 8:16 afirma:
"O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus."
A palavra grega para "testifica" é συμμαρτυρεῖ (symmartyrei), que significa "dar testemunho juntamente com". Isso implica que a segurança da salvação não se baseia apenas em sentimentos ou na interpretação pessoal da fé, mas em uma obra objetiva do Espírito.
O teólogo Thomas Oden (1994, p. 134) argumenta que essa ênfase wesleyana na testificação do Espírito diferencia o metodismo de outras tradições reformadas, que por vezes destacam mais a predestinação do que a experiência pessoal da salvação.
3. A Santificação: O Espírito Tira o Mundo do Cristão
Se a conversão "tira o cristão do mundo", a santificação "tira o mundo do cristão". Wesley via a santificação como uma obra progressiva do Espírito, que purifica e molda o crente à imagem de Cristo. Isso é evidenciado em 2 Coríntios 3:18:
"Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor."
A palavra grega para "somos transformados" é μεταμορφούμεθα (metamorphoumetha), de onde vem "metamorfose", indicando uma mudança progressiva e contínua.
Howard Snyder (1996, p. 79) aponta que Wesley rejeitava uma santificação meramente legalista e exterior, insistindo que a verdadeira santidade é fruto da atuação do Espírito Santo na vida do crente.
4. Aplicação Pessoal: O Que Podemos Aprender?
- A salvação é obra do Espírito Santo – Nenhuma pessoa pode se regenerar por si mesma; é o Espírito quem aplica a redenção e confirma nossa filiação a Deus.
- O testemunho do Espírito traz segurança – A certeza da salvação não vem de emoções passageiras, mas do testemunho interno do Espírito.
- A santificação é um processo contínuo – Assim como o Espírito Santo nos convence do pecado na conversão, Ele também nos conduz a uma vida de santidade diária.
- A obra do Espírito nos separa do mundo – O cristão não apenas abandona o pecado, mas experimenta uma renovação interna que o torna cada vez mais parecido com Cristo.
Conclusão
A teologia wesleyana enfatiza que a salvação é mais do que um evento isolado; é um processo contínuo conduzido pelo Espírito Santo. Desde a conversão até a santificação, o Espírito trabalha no crente, garantindo-lhe segurança e transformando-o progressivamente.
A compreensão de Wesley sobre a atuação do Espírito Santo na salvação continua relevante hoje. Devemos buscar não apenas o conhecimento teológico da salvação, mas também uma experiência viva e transformadora com o Espírito de Deus.
"Não extingais o Espírito." (1 Tessalonicenses 5:19)
Referências Bibliográficas
- COLLINS, Kenneth J. The Theology of John Wesley: Holy Love and the Shape of Grace. Abingdon Press, 2018.
- FERREIRA, Roberto. Teologia Pentecostal da Harpa Cristã. CPAD, 2022.
- GONZÁLEZ, Justo L. História do Pensamento Cristão. Vida Nova, 2015.
- ODEN, Thomas C. John Wesley’s Scriptural Christianity. Zondervan, 1994.
- SNYDER, Howard A. The Radical Wesley and Patterns for Church Renewal. InterVarsity Press, 1996.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
Assim, podemos concluir que a pneumatologia wesleyana continua sendo uma referência essencial para a vida cristã, destacando a atuação do Espírito Santo como aquele que inicia, sustenta e aperfeiçoa a salvação em nós.
2.3. A experiência na teologia wesleyana.
Os sermões de John Wesley eram bem diferentes dos sermões acadêmicos dos ministros da Igreja Anglicana. Wesley enfatizava a obra do Espírito Santo na santificação, como uma "segunda obra da graça"; inclusive, às vezes, identificada como "batismo no Espírito". Os que nasceram de novo eram incentivados a ser cheios do Espírito Santo. Para Wesley, a experiência, também denominada "religião do coração"; estava presente no modo de se lidar com as Escrituras.
Donald Dayton (2021, p. 85-86): "Há um ponto em que Wesley permite o surgimento de temas pneumatológicos mais próximos das tradições cristãs radicais. (...) Wesley com certa consistência ensinava que "o testemunho do Espírito é uma impressão interior na alma das pessoas crentes, mediante a qual o Espírito de Deus testifica com o seu espírito de que são filhas de Deus. (...) Wesley recusava-se a separar este "testemunho do Espírito" do "fruto do Espírito", exortando `que ninguém presuma descansar num suposto testemunho do Espírito que esteja separado do fruto do Espírito."
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
O Testemunho e o Fruto do Espírito
John Wesley via a experiência cristã como um elemento central da fé, enfatizando o papel do Espírito Santo na conversão e na santificação. Sua teologia rejeitava um cristianismo meramente intelectual e formal, destacando a vivência prática e transformadora da graça divina.
1. O Testemunho Interior do Espírito Santo
Para Wesley, a experiência cristã autêntica incluía o que ele chamava de "testemunho do Espírito", conceito fundamentado em Romanos 8:16:
"O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus."
O verbo grego usado aqui para "testifica" é συμμαρτυρεῖ (symmartyrei), que significa "dar testemunho junto com". Isso sugere que a certeza da salvação não vem apenas de um sentimento subjetivo, mas de uma ação concreta do Espírito Santo que confirma internamente a condição de filho de Deus.
Donald Dayton (2021, p. 85-86) destaca que Wesley ensinava que esse testemunho do Espírito não poderia ser separado dos frutos visíveis da santidade na vida do crente. Isso ecoa as palavras de Jesus:
"Pelos seus frutos os conhecereis." (Mateus 7:20)
A palavra grega para "frutos" aqui é καρπούς (karpous), que indica resultados tangíveis e visíveis de uma vida transformada.
2. A "Religião do Coração" e a Experiência com as Escrituras
A teologia wesleyana enfatizava a necessidade de uma fé que não fosse apenas doutrinária, mas que se manifestasse em transformação real. Por isso, Wesley falava de uma "religião do coração", conceito ligado à sua experiência de Aldersgate, quando descreveu sentir o coração "estranhamente aquecido".
Essa visão se relaciona com Ezequiel 36:26, onde Deus promete:
"E vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei um coração de carne."
No hebraico, "coração" é לֵב (lev), que na tradição bíblica representa o centro da vontade e do caráter do ser humano. Assim, a experiência espiritual transformadora implica não apenas emoções, mas uma mudança essencial na natureza do crente.
Wesley aplicava essa perspectiva à leitura das Escrituras, enfatizando que a Bíblia não deveria ser apenas um objeto de estudo acadêmico, mas um meio de comunhão viva com Deus. Ele escreveu:
"A Escritura nos foi dada não apenas para informação, mas para transformação."
Essa abordagem se alinha com Hebreus 4:12, onde se diz que a Palavra de Deus é "viva e eficaz" (ζῶν γὰρ ὁ λόγος τοῦ θεοῦ καὶ ἐνεργὴς – zōn gar ho logos tou theou kai energēs), indicando que ela não é apenas um texto, mas um instrumento de ação do Espírito na vida dos fiéis.
3. O Batismo no Espírito Santo e a Segunda Obra da Graça
Wesley via a santificação como uma "segunda obra da graça", frequentemente associada ao batismo no Espírito Santo. Ele ensinava que, após a conversão, os crentes deveriam buscar a plenitude do Espírito, conforme Efésios 5:18:
"E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito."
A expressão grega para "enchei-vos" é πληροῦσθε (plērousthe), que está no imperativo presente, sugerindo uma ação contínua. Isso significa que a experiência do Espírito não é um evento único, mas um processo contínuo de plenitude e santificação.
Howard Snyder (1996, p. 92) observa que a ênfase wesleyana na "segunda obra da graça" influenciou o Movimento de Santidade e, posteriormente, o pentecostalismo, que herdou essa busca por uma experiência mais profunda com o Espírito Santo.
4. Aplicação Pessoal: Como Isso Impacta Nossa Vida?
- A fé deve ser mais do que intelectual – Assim como Wesley rejeitou um cristianismo frio e formal, devemos buscar uma experiência real com Deus, pautada na ação do Espírito Santo.
- O testemunho do Espírito traz segurança – Nossa certeza da salvação não vem apenas de emoções passageiras, mas do testemunho interior do Espírito, confirmado pela transformação de nossa vida.
- Santificação é um processo contínuo – Devemos buscar não apenas a conversão inicial, mas também a plenitude do Espírito, permitindo que Ele nos transforme cada dia mais.
- A Palavra de Deus deve ser vivida – Assim como Wesley via as Escrituras como um meio de transformação, devemos lê-las não apenas para adquirir conhecimento, mas para experimentar a presença de Deus.
Conclusão
A teologia wesleyana enfatiza que o cristianismo autêntico não pode ser apenas doutrinário, mas deve envolver uma experiência real e transformadora com o Espírito Santo. O testemunho interior do Espírito, a "religião do coração" e a busca pela santificação são elementos fundamentais da fé.
Essa visão continua relevante hoje, desafiando-nos a viver um cristianismo vibrante, baseado não apenas em conhecimento teológico, mas na presença real do Espírito Santo em nossa vida diária.
"O reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder." (1 Coríntios 4:20)
Referências Bibliográficas
- COLLINS, Kenneth J. The Theology of John Wesley: Holy Love and the Shape of Grace. Abingdon Press, 2018.
- DAYTON, Donald W. Theological Roots of Pentecostalism. Baker Academic, 2021.
- FERREIRA, Roberto. Teologia Pentecostal da Harpa Cristã. CPAD, 2022.
- GONZÁLEZ, Justo L. História do Pensamento Cristão. Vida Nova, 2015.
- SNYDER, Howard A. The Radical Wesley and Patterns for Church Renewal. InterVarsity Press, 1996.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
Assim, a experiência na teologia wesleyana nos desafia a buscar uma fé mais profunda e autêntica, enraizada na ação contínua do Espírito Santo em nossas vidas.
O Testemunho e o Fruto do Espírito
John Wesley via a experiência cristã como um elemento central da fé, enfatizando o papel do Espírito Santo na conversão e na santificação. Sua teologia rejeitava um cristianismo meramente intelectual e formal, destacando a vivência prática e transformadora da graça divina.
1. O Testemunho Interior do Espírito Santo
Para Wesley, a experiência cristã autêntica incluía o que ele chamava de "testemunho do Espírito", conceito fundamentado em Romanos 8:16:
"O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus."
O verbo grego usado aqui para "testifica" é συμμαρτυρεῖ (symmartyrei), que significa "dar testemunho junto com". Isso sugere que a certeza da salvação não vem apenas de um sentimento subjetivo, mas de uma ação concreta do Espírito Santo que confirma internamente a condição de filho de Deus.
Donald Dayton (2021, p. 85-86) destaca que Wesley ensinava que esse testemunho do Espírito não poderia ser separado dos frutos visíveis da santidade na vida do crente. Isso ecoa as palavras de Jesus:
"Pelos seus frutos os conhecereis." (Mateus 7:20)
A palavra grega para "frutos" aqui é καρπούς (karpous), que indica resultados tangíveis e visíveis de uma vida transformada.
2. A "Religião do Coração" e a Experiência com as Escrituras
A teologia wesleyana enfatizava a necessidade de uma fé que não fosse apenas doutrinária, mas que se manifestasse em transformação real. Por isso, Wesley falava de uma "religião do coração", conceito ligado à sua experiência de Aldersgate, quando descreveu sentir o coração "estranhamente aquecido".
Essa visão se relaciona com Ezequiel 36:26, onde Deus promete:
"E vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei um coração de carne."
No hebraico, "coração" é לֵב (lev), que na tradição bíblica representa o centro da vontade e do caráter do ser humano. Assim, a experiência espiritual transformadora implica não apenas emoções, mas uma mudança essencial na natureza do crente.
Wesley aplicava essa perspectiva à leitura das Escrituras, enfatizando que a Bíblia não deveria ser apenas um objeto de estudo acadêmico, mas um meio de comunhão viva com Deus. Ele escreveu:
"A Escritura nos foi dada não apenas para informação, mas para transformação."
Essa abordagem se alinha com Hebreus 4:12, onde se diz que a Palavra de Deus é "viva e eficaz" (ζῶν γὰρ ὁ λόγος τοῦ θεοῦ καὶ ἐνεργὴς – zōn gar ho logos tou theou kai energēs), indicando que ela não é apenas um texto, mas um instrumento de ação do Espírito na vida dos fiéis.
3. O Batismo no Espírito Santo e a Segunda Obra da Graça
Wesley via a santificação como uma "segunda obra da graça", frequentemente associada ao batismo no Espírito Santo. Ele ensinava que, após a conversão, os crentes deveriam buscar a plenitude do Espírito, conforme Efésios 5:18:
"E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito."
A expressão grega para "enchei-vos" é πληροῦσθε (plērousthe), que está no imperativo presente, sugerindo uma ação contínua. Isso significa que a experiência do Espírito não é um evento único, mas um processo contínuo de plenitude e santificação.
Howard Snyder (1996, p. 92) observa que a ênfase wesleyana na "segunda obra da graça" influenciou o Movimento de Santidade e, posteriormente, o pentecostalismo, que herdou essa busca por uma experiência mais profunda com o Espírito Santo.
4. Aplicação Pessoal: Como Isso Impacta Nossa Vida?
- A fé deve ser mais do que intelectual – Assim como Wesley rejeitou um cristianismo frio e formal, devemos buscar uma experiência real com Deus, pautada na ação do Espírito Santo.
- O testemunho do Espírito traz segurança – Nossa certeza da salvação não vem apenas de emoções passageiras, mas do testemunho interior do Espírito, confirmado pela transformação de nossa vida.
- Santificação é um processo contínuo – Devemos buscar não apenas a conversão inicial, mas também a plenitude do Espírito, permitindo que Ele nos transforme cada dia mais.
- A Palavra de Deus deve ser vivida – Assim como Wesley via as Escrituras como um meio de transformação, devemos lê-las não apenas para adquirir conhecimento, mas para experimentar a presença de Deus.
Conclusão
A teologia wesleyana enfatiza que o cristianismo autêntico não pode ser apenas doutrinário, mas deve envolver uma experiência real e transformadora com o Espírito Santo. O testemunho interior do Espírito, a "religião do coração" e a busca pela santificação são elementos fundamentais da fé.
Essa visão continua relevante hoje, desafiando-nos a viver um cristianismo vibrante, baseado não apenas em conhecimento teológico, mas na presença real do Espírito Santo em nossa vida diária.
"O reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder." (1 Coríntios 4:20)
Referências Bibliográficas
- COLLINS, Kenneth J. The Theology of John Wesley: Holy Love and the Shape of Grace. Abingdon Press, 2018.
- DAYTON, Donald W. Theological Roots of Pentecostalism. Baker Academic, 2021.
- FERREIRA, Roberto. Teologia Pentecostal da Harpa Cristã. CPAD, 2022.
- GONZÁLEZ, Justo L. História do Pensamento Cristão. Vida Nova, 2015.
- SNYDER, Howard A. The Radical Wesley and Patterns for Church Renewal. InterVarsity Press, 1996.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
Assim, a experiência na teologia wesleyana nos desafia a buscar uma fé mais profunda e autêntica, enraizada na ação contínua do Espírito Santo em nossas vidas.
EU ENSINEI QUE:
Para Wesley, assuntos como o novo nascimento, a regeneração, a evidência da graça e da fé em nosso espírito são ações diretas do Espírito Santo.
3. O avivamento metodista
Segundo Roger Olson (2001, p. 523), as campanhas evangelísticas promovidas por John Wesley, Charles Wesley e George Whitefield marcaram o grande despertamento que se estendeu pela Inglaterra e alcançou a América do Norte. Outros historiadores registram que, durante as pregações, eram frequentes as manifestações de fenômenos físicos, com pessoas chorando, desmaiando e tendo convulsões. Há os que afirmam que "os reavivamentos wesleyanos na Inglaterra ajudaram a evitar uma revolução sangrenta, como a que explodiu na França no fim do século XVIII."
3.1. Os metodistas.
Os metodistas são cristãos que nasceram de um movimento na Inglaterra no começo do século XVIII, no período da Revolução Industrial. A origem do metodismo está ligada a três nomes: John Wesley, seu autor e organizador; Charles Wesley, seu irmão, escritor de hinos; e George Whitefield, um fecundo orador e reavivalista. John Wesley e o irmão, impulsionados pelo desejo de uma vida mais consagrada, organizaram um pequeno grupo, ao qual Whitefield aderiu mais adiante. Muitos zombavam deles, passando a chamar o grupo de "Clube Santo": O grupo ficaria conhecido por: dias fixos para exercitar o jejum, hora certa para a leitura da Bíblia, encorajamento mútuo, oração, dia de visitar os presos, entre outras coisas. Por causa dessa organização, o grupo foi chamado de maneira pejorativa de "metodistas", isto é, aqueles que têm métodos.
R.N. Champlin (2015, p. 253): "Esse clube reunia-se aos domingos à tarde. As pessoas envolvidas eram quase todas anglicanas. O entusiasmo despertado levou-as a se reunirem todas as tardes. Observavam a Ceia do Senhor todos os domingos e jejuavam às quartas-feiras. George Whitefield uniu-se ao grupo e tornou-se um dos importantes líderes do movimento. Na época, o grupo compunha-se de cerca de vinte e cinco estudantes. Eles mostravam-se sérios no discipulado cristão, e a revisão constante das vidas dos membros do grupo era um dos fatores da seriedade deles. Esse aspecto da formação histórica do metodismo foi chamado, por João Wesley, de primeiro levantamento da organização".
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
O Despertamento Espiritual e Seu Impacto Teológico
O avivamento metodista liderado por John Wesley, Charles Wesley e George Whitefield foi um movimento de renovação espiritual que trouxe grande impacto para a Inglaterra e América do Norte no século XVIII. Caracterizado por uma intensa ênfase na santificação, disciplina espiritual e pregação ao ar livre, o metodismo não apenas transformou vidas, mas também influenciou a sociedade.
1. O Avivamento e o Poder do Espírito Santo
O metodismo foi marcado por fortes experiências espirituais, incluindo manifestações emocionais e físicas, algo semelhante ao que ocorreu no dia de Pentecostes, conforme registrado em Atos 2:4:
"E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem."
O verbo grego ἐπλήσθησαν (eplēsthēsan, "foram cheios") no texto está no aoristo passivo, indicando uma ação repentina e completa de Deus. Essa plenitude do Espírito foi uma característica do metodismo, com testemunhos de pessoas que experimentavam profunda convicção de pecado, arrependimento e renovação espiritual.
O historiador Roger Olson (2001, p. 523) menciona que as reuniões metodistas frequentemente incluíam choros, desmaios e convulsões – fenômenos semelhantes ao que ocorreu nos grandes reavivamentos americanos e nos avivamentos pentecostais posteriores.
2. A Influência na Sociedade: O Metodismo e a Transformação Social
O impacto do metodismo não se limitou à esfera eclesiástica. Muitos historiadores argumentam que o avivamento metodista ajudou a evitar uma revolução sangrenta na Inglaterra, como a Revolução Francesa. Isso está alinhado com a visão bíblica de que um avivamento genuíno não apenas traz transformação individual, mas também social.
O profeta Isaías descreve um reavivamento nacional em termos de justiça e restauração:
"Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra." (2 Crônicas 7:14)
A palavra hebraica para "sararei" (רָפָא – rapha) também significa "restaurar" e "curar". O metodismo, com seu compromisso com a justiça social, promoveu reformas como a abolição da escravidão, o cuidado com os pobres e o avanço da educação.
John Wesley chegou a dizer:
"Não há santidade sem responsabilidade social."
Isso ressoa com Tiago 2:17:
"Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma."
O metodismo não via a espiritualidade como algo separado da ação prática, mas como uma vivência ativa da fé no mundo.
3. O Grupo Metodista: Disciplina e Santificação
Os primeiros metodistas eram conhecidos por seu rigor na vida cristã, incluindo horários fixos para oração, jejum e leitura bíblica. Essa organização gerou a crítica pejorativa de que eles eram "metodistas", ou seja, pessoas excessivamente metódicas.
Esse compromisso com a disciplina espiritual lembra a instrução de Paulo em 1 Coríntios 9:25-27:
"Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível."
O termo grego para "abstém" é ἐγκρατεύεται (enkrateuetai), que significa "praticar autocontrole" ou "dominar-se a si mesmo". Isso reflete a prática metodista de uma vida disciplinada e piedosa.
John Wesley acreditava que a santificação era um processo contínuo de crescimento na graça, algo expresso em Hebreus 12:14:
"Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor."
A palavra grega para santificação, ἁγιασμός (hagiasmos), significa "separação para Deus". Para Wesley, isso incluía não apenas afastar-se do pecado, mas também buscar ativamente o caráter de Cristo.
4. Aplicação Pessoal: Lições do Avivamento Metodista
- O avivamento começa no coração – O metodismo nos ensina que a transformação espiritual começa com um compromisso profundo com Deus e um desejo sincero de santidade.
- O Espírito Santo é o agente da renovação – Assim como no Pentecostes, é o Espírito quem desperta o coração das pessoas para o arrependimento e a santificação.
- Disciplina espiritual é essencial – O metodismo mostrou que a vida cristã requer prática intencional: oração, estudo bíblico, comunhão e obras de justiça.
- A fé deve impactar a sociedade – O metodismo influenciou reformas sociais e políticas, nos lembrando de que nossa fé deve resultar em ações concretas no mundo.
Conclusão
O avivamento metodista foi mais do que um movimento emocional ou teológico; foi uma manifestação do poder transformador do Espírito Santo que mudou a história da Igreja e da sociedade.
Assim como os metodistas do século XVIII foram agentes de renovação, hoje também somos chamados a viver uma fé que une experiência espiritual, santidade prática e impacto social.
Que possamos dizer como Wesley:
"O mundo é minha paróquia."
Referências Bibliográficas
- CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Hagnos, 2015.
- COLLINS, Kenneth J. The Theology of John Wesley: Holy Love and the Shape of Grace. Abingdon Press, 2018.
- DAYTON, Donald W. Theological Roots of Pentecostalism. Baker Academic, 2021.
- GONZÁLEZ, Justo L. História do Pensamento Cristão. Vida Nova, 2015.
- OLSON, Roger. The Story of Christian Theology: Twenty Centuries of Tradition & Reform. IVP Academic, 2001.
- SNYDER, Howard A. The Radical Wesley and Patterns for Church Renewal. InterVarsity Press, 1996.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
Que essa reflexão nos motive a buscar um avivamento verdadeiro e transformador em nossa geração.
O Despertamento Espiritual e Seu Impacto Teológico
O avivamento metodista liderado por John Wesley, Charles Wesley e George Whitefield foi um movimento de renovação espiritual que trouxe grande impacto para a Inglaterra e América do Norte no século XVIII. Caracterizado por uma intensa ênfase na santificação, disciplina espiritual e pregação ao ar livre, o metodismo não apenas transformou vidas, mas também influenciou a sociedade.
1. O Avivamento e o Poder do Espírito Santo
O metodismo foi marcado por fortes experiências espirituais, incluindo manifestações emocionais e físicas, algo semelhante ao que ocorreu no dia de Pentecostes, conforme registrado em Atos 2:4:
"E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem."
O verbo grego ἐπλήσθησαν (eplēsthēsan, "foram cheios") no texto está no aoristo passivo, indicando uma ação repentina e completa de Deus. Essa plenitude do Espírito foi uma característica do metodismo, com testemunhos de pessoas que experimentavam profunda convicção de pecado, arrependimento e renovação espiritual.
O historiador Roger Olson (2001, p. 523) menciona que as reuniões metodistas frequentemente incluíam choros, desmaios e convulsões – fenômenos semelhantes ao que ocorreu nos grandes reavivamentos americanos e nos avivamentos pentecostais posteriores.
2. A Influência na Sociedade: O Metodismo e a Transformação Social
O impacto do metodismo não se limitou à esfera eclesiástica. Muitos historiadores argumentam que o avivamento metodista ajudou a evitar uma revolução sangrenta na Inglaterra, como a Revolução Francesa. Isso está alinhado com a visão bíblica de que um avivamento genuíno não apenas traz transformação individual, mas também social.
O profeta Isaías descreve um reavivamento nacional em termos de justiça e restauração:
"Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra." (2 Crônicas 7:14)
A palavra hebraica para "sararei" (רָפָא – rapha) também significa "restaurar" e "curar". O metodismo, com seu compromisso com a justiça social, promoveu reformas como a abolição da escravidão, o cuidado com os pobres e o avanço da educação.
John Wesley chegou a dizer:
"Não há santidade sem responsabilidade social."
Isso ressoa com Tiago 2:17:
"Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma."
O metodismo não via a espiritualidade como algo separado da ação prática, mas como uma vivência ativa da fé no mundo.
3. O Grupo Metodista: Disciplina e Santificação
Os primeiros metodistas eram conhecidos por seu rigor na vida cristã, incluindo horários fixos para oração, jejum e leitura bíblica. Essa organização gerou a crítica pejorativa de que eles eram "metodistas", ou seja, pessoas excessivamente metódicas.
Esse compromisso com a disciplina espiritual lembra a instrução de Paulo em 1 Coríntios 9:25-27:
"Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível."
O termo grego para "abstém" é ἐγκρατεύεται (enkrateuetai), que significa "praticar autocontrole" ou "dominar-se a si mesmo". Isso reflete a prática metodista de uma vida disciplinada e piedosa.
John Wesley acreditava que a santificação era um processo contínuo de crescimento na graça, algo expresso em Hebreus 12:14:
"Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor."
A palavra grega para santificação, ἁγιασμός (hagiasmos), significa "separação para Deus". Para Wesley, isso incluía não apenas afastar-se do pecado, mas também buscar ativamente o caráter de Cristo.
4. Aplicação Pessoal: Lições do Avivamento Metodista
- O avivamento começa no coração – O metodismo nos ensina que a transformação espiritual começa com um compromisso profundo com Deus e um desejo sincero de santidade.
- O Espírito Santo é o agente da renovação – Assim como no Pentecostes, é o Espírito quem desperta o coração das pessoas para o arrependimento e a santificação.
- Disciplina espiritual é essencial – O metodismo mostrou que a vida cristã requer prática intencional: oração, estudo bíblico, comunhão e obras de justiça.
- A fé deve impactar a sociedade – O metodismo influenciou reformas sociais e políticas, nos lembrando de que nossa fé deve resultar em ações concretas no mundo.
Conclusão
O avivamento metodista foi mais do que um movimento emocional ou teológico; foi uma manifestação do poder transformador do Espírito Santo que mudou a história da Igreja e da sociedade.
Assim como os metodistas do século XVIII foram agentes de renovação, hoje também somos chamados a viver uma fé que une experiência espiritual, santidade prática e impacto social.
Que possamos dizer como Wesley:
"O mundo é minha paróquia."
Referências Bibliográficas
- CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Hagnos, 2015.
- COLLINS, Kenneth J. The Theology of John Wesley: Holy Love and the Shape of Grace. Abingdon Press, 2018.
- DAYTON, Donald W. Theological Roots of Pentecostalism. Baker Academic, 2021.
- GONZÁLEZ, Justo L. História do Pensamento Cristão. Vida Nova, 2015.
- OLSON, Roger. The Story of Christian Theology: Twenty Centuries of Tradition & Reform. IVP Academic, 2001.
- SNYDER, Howard A. The Radical Wesley and Patterns for Church Renewal. InterVarsity Press, 1996.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
Que essa reflexão nos motive a buscar um avivamento verdadeiro e transformador em nossa geração.
3.2. O Wesleyanismo e o movimento pentecostal.
Muitos teólogos defendem que o wesleyanismo é o pai do pentecostalismo moderno. Isso porque durante o ministério de John Wesley a Inglaterra experimentou um avivamento nunca visto. Pelos relatos da época, é possível ver os ensinamentos e crenças wesleyanas nas raízes da Rua Azusa e do movimento Holiness, nos EUA, entre outros. Para Robert P. Menzies, um dos nomes mais conceituados da teologia pentecostal, o movimento pentecostal surge como uma síntese de várias tradições de "santidade" que apareceram no final do século XIX, em movimentos de reavivamento que possuíam uma herança wesleyana.
Donald Dayton (2021, p. 82): "Esta mudança soteriológica sob o impacto da experiência de Wesley na Aldersgate Street e em suas relacionadas influências levanta uma importante questão acerca de quanto Wesley poderia ser considerado como um "teólogo do Espírito": Diversos intérpretes têm proposto que Wesley poderia ser assim chamado e então seria óbvio o sentido da questão levantada para determinar a relação do pai do metodismo com o pentecostalismo."
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
O Wesleyanismo e o Movimento Pentecostal: Uma Continuidade Teológica?
O pentecostalismo moderno tem suas raízes fincadas nos movimentos de santidade do século XIX, os quais, por sua vez, herdaram muitas das doutrinas e ênfases espirituais do metodismo de John Wesley. Entre os principais pontos de convergência, destacam-se a ênfase na santificação, a experiência do Espírito Santo e o papel central do avivamento.
1. O Wesleyanismo e a Doutrina da Santificação
John Wesley defendia a santificação como uma segunda obra da graça, na qual o crente, já regenerado, passa por uma experiência mais profunda de purificação e capacitação pelo Espírito Santo. Essa ideia ecoa na teologia pentecostal, que vê o batismo no Espírito Santo como um revestimento de poder subsequente à conversão.
A base bíblica dessa doutrina é encontrada em 1 Tessalonicenses 5:23:
"E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo."
A palavra grega para "santifique" é ἁγιάζω (hagiazō), que significa "separar para Deus" ou "tornar santo". Tanto Wesley quanto os pentecostais entendem que esse processo não é apenas posicional (ocorrido na conversão), mas também experimental e progressivo.
2. A Experiência de Aldersgate e o Pentecostalismo
Muitos estudiosos, como Donald Dayton, argumentam que a experiência de Wesley em Aldersgate, onde sentiu seu "coração estranhamente aquecido", é paralela às experiências pentecostais de batismo no Espírito Santo. Isso sugere que Wesley tinha uma teologia experiencial do Espírito, algo que influenciou os movimentos de santidade e, posteriormente, o pentecostalismo.
Em Atos 19:2, Paulo pergunta aos discípulos em Éfeso:
"Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes?"
A palavra grega para "receber" é ἐλάβετε (elabete), que indica uma ação concreta e perceptível. Assim como Wesley enfatizou um momento de transformação espiritual profunda, os pentecostais ensinam que o batismo no Espírito Santo deve ser uma experiência real e impactante na vida do crente.
3. A Rua Azusa e a Herança Wesleyana
O avivamento da Rua Azusa (1906), liderado por William Seymour, tem uma ligação direta com a tradição wesleyana, especialmente através do Movimento de Santidade (Holiness Movement). O próprio Charles Fox Parham, mentor de Seymour, veio de um contexto wesleyano e acreditava na santificação como uma experiência separada da conversão.
Esse desenvolvimento teológico culminou no entendimento pentecostal de Atos 2:4:
"E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem."
O verbo grego ἐπλήσθησαν (eplēsthēsan, "foram cheios") está no aoristo passivo, indicando uma ação instantânea e completa. Esse padrão de uma experiência espiritual subsequente à conversão é um ponto central tanto no metodismo quanto no pentecostalismo.
4. Aplicação: O Espírito Santo na Vida do Crente
- A santificação é essencial – Tanto Wesley quanto os pentecostais enfatizam que o Espírito Santo não apenas salva, mas também transforma continuamente o crente.
- O cristianismo é experiencial – O metodismo e o pentecostalismo rejeitam um cristianismo meramente intelectual e enfatizam um encontro pessoal e real com Deus.
- O avivamento é a chave para a transformação – Desde Wesley até Azusa, os reavivamentos trouxeram não apenas renovação espiritual, mas também impacto social e missionário.
Conclusão
O pentecostalismo não surgiu no vácuo, mas como uma continuidade do movimento de santidade, que por sua vez foi moldado pela teologia de John Wesley. A ênfase wesleyana na santificação, na experiência com o Espírito e na busca pela presença de Deus preparou o caminho para os avivamentos que culminaram no movimento pentecostal.
A pergunta que fica para nossa geração é: Estamos dispostos a buscar essa experiência profunda com Deus?
Assim como Wesley declarou:
"O mundo é minha paróquia."
Que possamos viver essa verdade e levar o fogo do Espírito às nações.
Referências Bibliográficas
- DAYTON, Donald W. Theological Roots of Pentecostalism. Baker Academic, 2021.
- MENZIES, Robert P. Pentecost: This Story is Our Story. Gospel Publishing House, 2013.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
O Wesleyanismo e o Movimento Pentecostal: Uma Continuidade Teológica?
O pentecostalismo moderno tem suas raízes fincadas nos movimentos de santidade do século XIX, os quais, por sua vez, herdaram muitas das doutrinas e ênfases espirituais do metodismo de John Wesley. Entre os principais pontos de convergência, destacam-se a ênfase na santificação, a experiência do Espírito Santo e o papel central do avivamento.
1. O Wesleyanismo e a Doutrina da Santificação
John Wesley defendia a santificação como uma segunda obra da graça, na qual o crente, já regenerado, passa por uma experiência mais profunda de purificação e capacitação pelo Espírito Santo. Essa ideia ecoa na teologia pentecostal, que vê o batismo no Espírito Santo como um revestimento de poder subsequente à conversão.
A base bíblica dessa doutrina é encontrada em 1 Tessalonicenses 5:23:
"E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo."
A palavra grega para "santifique" é ἁγιάζω (hagiazō), que significa "separar para Deus" ou "tornar santo". Tanto Wesley quanto os pentecostais entendem que esse processo não é apenas posicional (ocorrido na conversão), mas também experimental e progressivo.
2. A Experiência de Aldersgate e o Pentecostalismo
Muitos estudiosos, como Donald Dayton, argumentam que a experiência de Wesley em Aldersgate, onde sentiu seu "coração estranhamente aquecido", é paralela às experiências pentecostais de batismo no Espírito Santo. Isso sugere que Wesley tinha uma teologia experiencial do Espírito, algo que influenciou os movimentos de santidade e, posteriormente, o pentecostalismo.
Em Atos 19:2, Paulo pergunta aos discípulos em Éfeso:
"Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes?"
A palavra grega para "receber" é ἐλάβετε (elabete), que indica uma ação concreta e perceptível. Assim como Wesley enfatizou um momento de transformação espiritual profunda, os pentecostais ensinam que o batismo no Espírito Santo deve ser uma experiência real e impactante na vida do crente.
3. A Rua Azusa e a Herança Wesleyana
O avivamento da Rua Azusa (1906), liderado por William Seymour, tem uma ligação direta com a tradição wesleyana, especialmente através do Movimento de Santidade (Holiness Movement). O próprio Charles Fox Parham, mentor de Seymour, veio de um contexto wesleyano e acreditava na santificação como uma experiência separada da conversão.
Esse desenvolvimento teológico culminou no entendimento pentecostal de Atos 2:4:
"E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem."
O verbo grego ἐπλήσθησαν (eplēsthēsan, "foram cheios") está no aoristo passivo, indicando uma ação instantânea e completa. Esse padrão de uma experiência espiritual subsequente à conversão é um ponto central tanto no metodismo quanto no pentecostalismo.
4. Aplicação: O Espírito Santo na Vida do Crente
- A santificação é essencial – Tanto Wesley quanto os pentecostais enfatizam que o Espírito Santo não apenas salva, mas também transforma continuamente o crente.
- O cristianismo é experiencial – O metodismo e o pentecostalismo rejeitam um cristianismo meramente intelectual e enfatizam um encontro pessoal e real com Deus.
- O avivamento é a chave para a transformação – Desde Wesley até Azusa, os reavivamentos trouxeram não apenas renovação espiritual, mas também impacto social e missionário.
Conclusão
O pentecostalismo não surgiu no vácuo, mas como uma continuidade do movimento de santidade, que por sua vez foi moldado pela teologia de John Wesley. A ênfase wesleyana na santificação, na experiência com o Espírito e na busca pela presença de Deus preparou o caminho para os avivamentos que culminaram no movimento pentecostal.
A pergunta que fica para nossa geração é: Estamos dispostos a buscar essa experiência profunda com Deus?
Assim como Wesley declarou:
"O mundo é minha paróquia."
Que possamos viver essa verdade e levar o fogo do Espírito às nações.
Referências Bibliográficas
- DAYTON, Donald W. Theological Roots of Pentecostalism. Baker Academic, 2021.
- MENZIES, Robert P. Pentecost: This Story is Our Story. Gospel Publishing House, 2013.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
3.3. O interesse na restauração da Igreja.
Mesmo que o interesse de Wesley em um retorno da igreja cristã aos padrões de vida do Novo Testamento não possa ser identificado com a mesma ênfase e os mesmos aspectos do Movimento Pentecostal, é possível perceber a conexão entre ambos, tanto que esta e outras ênfases de Wesley, como a "perfeição cristã", prepararam o caminho para o Movimento de Santidade (tema da próxima lição) e o desenvolvimento das raízes teológicas do Pentecostalismo. Menzies (2016, p.16), define o Pentecostal como: "o cristão que crê que o livro de Atos fornece um modelo para a igreja contemporânea e, nesta base, incentiva todos os crentes a experimentar o batismo no Espírito (At 2.4)"; bem como que os sinais, maravilhas e os dons, mencionados em 1 Coríntios, devem caracterizar a vida da igreja hoje.
Donaldo Dayton (2018, p. 79-82): "O Motivo Primitivista em Wesley. A nota primitivista em Wesley convida de imediato a uma comparação com a preocupação pentecostal com a restauração da `fé apostólica: Wesley compreendeu-se a si mesmo como um advogado da `religião antiga' ou do `verdadeiro cristianismo primitivo". Este mesmo autor pontua que a mudança da ênfase de Wesley do aspecto eclesiástico para soteriológico, após a experiência mencionada no tópico 2 desta Lição, o "aproxima ainda mais do Pentecostalismo."
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
O Interesse na Restauração da Igreja: Wesley e a Tradição Pentecostal
A busca pela restauração da Igreja primitiva sempre esteve presente na história cristã, desde os movimentos reformistas até os avivamentos modernos. No caso de John Wesley, seu interesse pela "religião antiga" e pelo "verdadeiro cristianismo primitivo" reflete um desejo de retorno aos princípios do Novo Testamento. Esse ideal se alinha, em certa medida, com o pentecostalismo, que vê o livro de Atos como um modelo para a igreja contemporânea, conforme destacado por Robert P. Menzies (2016).
1. O Primitivismo de Wesley e o Modelo de Atos
John Wesley via a Igreja do Novo Testamento como um padrão a ser restaurado, não no sentido de uma reconstrução eclesiástica rígida, mas como uma renovação espiritual baseada na experiência da graça e na manifestação do Espírito Santo.
A base bíblica para essa perspectiva pode ser encontrada em Atos 2:42-43:
"E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos."
O verbo grego προσκαρτεροῦντες (proskarterountes, "perseveravam") indica um compromisso contínuo com os elementos essenciais da vida cristã. Tanto Wesley quanto os pentecostais enfatizam essa fidelidade ao Espírito e à prática da igreja primitiva, incluindo a santificação, a oração e a manifestação dos dons espirituais.
2. A "Perfeição Cristã" e a Santificação Pentecostal
Um dos conceitos mais controversos de Wesley é o da perfeição cristã, que ele definia como um estado de amor perfeito a Deus, alcançado pela ação do Espírito Santo. Essa ideia se conecta ao pentecostalismo através da doutrina da santificação como segunda obra da graça, enfatizada pelos movimentos de santidade do século XIX.
Em Hebreus 12:14, lemos:
"Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor."
O termo grego para "santificação" é ἁγιασμός (hagiasmos), que significa separação para Deus. Wesley ensinava que a santificação não era apenas um ideal, mas uma obra real do Espírito, algo que os pentecostais mais tarde aplicariam ao batismo no Espírito Santo como um revestimento de poder para a vida cristã.
3. Sinais e Maravilhas: Uma Igreja Viva no Espírito
Outro ponto de conexão entre Wesley e o pentecostalismo é o reconhecimento da atuação sobrenatural do Espírito na igreja. Durante os avivamentos metodistas, havia relatos de manifestações físicas e emocionais, como choro, tremores e profunda convicção de pecado — fenômenos semelhantes aos observados no avivamento da Rua Azusa.
Em 1 Coríntios 12:7-10, Paulo descreve os dons espirituais:
"Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, a fé; e a outro, os dons de curar."
A palavra grega para "manifestação" é φανέρωσις (phanerōsis), que indica algo visível e perceptível. Assim como Wesley não via o cristianismo como mera teoria, os pentecostais defendem que a Igreja deve demonstrar o poder do Espírito Santo através dos dons espirituais.
4. Aplicação: Restaurando a Igreja Hoje
- A vida cristã deve ser vivida no poder do Espírito – Tanto Wesley quanto os pentecostais rejeitam um cristianismo frio e intelectualizado.
- A santificação é um processo contínuo – O crente deve buscar a transformação contínua, permitindo que o Espírito o torne mais semelhante a Cristo.
- A Igreja deve refletir o modelo apostólico – A comunhão, a oração, os sinais e maravilhas devem ser partes essenciais da vida cristã.
Conclusão
John Wesley não foi um pentecostal no sentido moderno, mas sua busca pela restauração do cristianismo primitivo influenciou profundamente o Movimento de Santidade e, por consequência, o pentecostalismo. Sua ênfase na santificação, na experiência pessoal com Deus e na necessidade de uma igreja cheia do Espírito continuam sendo elementos fundamentais para a vida cristã hoje.
A questão que permanece é: Estamos dispostos a viver esse cristianismo vibrante e cheio do Espírito?
Que, como Wesley, possamos buscar "o verdadeiro cristianismo primitivo", não apenas em doutrina, mas em vida e poder.
Referências Bibliográficas
- DAYTON, Donald W. Theological Roots of Pentecostalism. Baker Academic, 2018.
- MENZIES, Robert P. Pentecost: This Story is Our Story. Gospel Publishing House, 2016.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
O Interesse na Restauração da Igreja: Wesley e a Tradição Pentecostal
A busca pela restauração da Igreja primitiva sempre esteve presente na história cristã, desde os movimentos reformistas até os avivamentos modernos. No caso de John Wesley, seu interesse pela "religião antiga" e pelo "verdadeiro cristianismo primitivo" reflete um desejo de retorno aos princípios do Novo Testamento. Esse ideal se alinha, em certa medida, com o pentecostalismo, que vê o livro de Atos como um modelo para a igreja contemporânea, conforme destacado por Robert P. Menzies (2016).
1. O Primitivismo de Wesley e o Modelo de Atos
John Wesley via a Igreja do Novo Testamento como um padrão a ser restaurado, não no sentido de uma reconstrução eclesiástica rígida, mas como uma renovação espiritual baseada na experiência da graça e na manifestação do Espírito Santo.
A base bíblica para essa perspectiva pode ser encontrada em Atos 2:42-43:
"E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos."
O verbo grego προσκαρτεροῦντες (proskarterountes, "perseveravam") indica um compromisso contínuo com os elementos essenciais da vida cristã. Tanto Wesley quanto os pentecostais enfatizam essa fidelidade ao Espírito e à prática da igreja primitiva, incluindo a santificação, a oração e a manifestação dos dons espirituais.
2. A "Perfeição Cristã" e a Santificação Pentecostal
Um dos conceitos mais controversos de Wesley é o da perfeição cristã, que ele definia como um estado de amor perfeito a Deus, alcançado pela ação do Espírito Santo. Essa ideia se conecta ao pentecostalismo através da doutrina da santificação como segunda obra da graça, enfatizada pelos movimentos de santidade do século XIX.
Em Hebreus 12:14, lemos:
"Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor."
O termo grego para "santificação" é ἁγιασμός (hagiasmos), que significa separação para Deus. Wesley ensinava que a santificação não era apenas um ideal, mas uma obra real do Espírito, algo que os pentecostais mais tarde aplicariam ao batismo no Espírito Santo como um revestimento de poder para a vida cristã.
3. Sinais e Maravilhas: Uma Igreja Viva no Espírito
Outro ponto de conexão entre Wesley e o pentecostalismo é o reconhecimento da atuação sobrenatural do Espírito na igreja. Durante os avivamentos metodistas, havia relatos de manifestações físicas e emocionais, como choro, tremores e profunda convicção de pecado — fenômenos semelhantes aos observados no avivamento da Rua Azusa.
Em 1 Coríntios 12:7-10, Paulo descreve os dons espirituais:
"Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, a fé; e a outro, os dons de curar."
A palavra grega para "manifestação" é φανέρωσις (phanerōsis), que indica algo visível e perceptível. Assim como Wesley não via o cristianismo como mera teoria, os pentecostais defendem que a Igreja deve demonstrar o poder do Espírito Santo através dos dons espirituais.
4. Aplicação: Restaurando a Igreja Hoje
- A vida cristã deve ser vivida no poder do Espírito – Tanto Wesley quanto os pentecostais rejeitam um cristianismo frio e intelectualizado.
- A santificação é um processo contínuo – O crente deve buscar a transformação contínua, permitindo que o Espírito o torne mais semelhante a Cristo.
- A Igreja deve refletir o modelo apostólico – A comunhão, a oração, os sinais e maravilhas devem ser partes essenciais da vida cristã.
Conclusão
John Wesley não foi um pentecostal no sentido moderno, mas sua busca pela restauração do cristianismo primitivo influenciou profundamente o Movimento de Santidade e, por consequência, o pentecostalismo. Sua ênfase na santificação, na experiência pessoal com Deus e na necessidade de uma igreja cheia do Espírito continuam sendo elementos fundamentais para a vida cristã hoje.
A questão que permanece é: Estamos dispostos a viver esse cristianismo vibrante e cheio do Espírito?
Que, como Wesley, possamos buscar "o verdadeiro cristianismo primitivo", não apenas em doutrina, mas em vida e poder.
Referências Bibliográficas
- DAYTON, Donald W. Theological Roots of Pentecostalism. Baker Academic, 2018.
- MENZIES, Robert P. Pentecost: This Story is Our Story. Gospel Publishing House, 2016.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
EU ENSINEI QUE:
A influência da Teologia de John Wesley teve grande influência no movimento pentecostal.
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos que o pensamento teológico de John Wesley pode ser percebido nas bases do Movimento Pentecostal. O estudo do Movimento Wesleyano, portanto, é um estímulo ao autoexame contínuo e necessário ao cristão (2Co 13.5). Isso torna possível evitarmos a indiferença e a frieza espiritual, prosseguindo triunfantes até que todos cheguemos "à medida da estatura completa de Cristo" (Ef 4.13).
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Um Chamado ao Crescimento Espiritual
A relação entre o pensamento de John Wesley e o Movimento Pentecostal transcende a mera influência histórica. Ambos enfatizam a experiência pessoal com Deus, a busca pela santificação e o poder transformador do Espírito Santo. Essa conexão é um convite ao cristão para um autoexame constante, conforme ordenado em 2 Coríntios 13:5:
"Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados."
A palavra grega usada para "examinai" é δοκιμάζετε (dokimázete), que significa testar, avaliar, comprovar a autenticidade. Wesley acreditava que a fé não deveria ser algo apenas teórico, mas uma experiência viva que resultasse em transformação e poder espiritual.
1. O Perigo da Indiferença e da Frieza Espiritual
A preocupação de Wesley com a frieza espiritual se reflete na exortação de Paulo em Efésios 4:13, onde ele apresenta o propósito final da maturidade cristã:
"Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo."
A expressão "homem perfeito" no original grego é ἄνδρα τέλειον (ándra téleion), onde τέλειος (téleios) significa completo, maduro, plenamente desenvolvido. Esse conceito ressoa na teologia de Wesley sobre a perfeição cristã, que não significa impecabilidade absoluta, mas um amor pleno por Deus e pelos outros, gerado pelo Espírito.
O próprio Jesus alertou sobre o perigo da indiferença espiritual em Apocalipse 3:16:
"Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca."
O termo grego para "morno" (χλιαρός, chliarós) indica um estado sem fervor, sem compromisso real. Para Wesley e os pentecostais, a verdadeira vida cristã exige um compromisso fervoroso e ativo com o Espírito Santo.
2. O Crescimento Contínuo no Espírito
A santificação progressiva, enfatizada por Wesley e pelo pentecostalismo, está enraizada na promessa de transformação espiritual descrita em 2 Coríntios 3:18:
"Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor."
O verbo grego μεταμορφούμεθα (metamorphoúmetha), traduzido como "somos transformados", indica um processo contínuo de renovação. O cristão nunca deve se acomodar, mas sempre buscar crescer em santidade e comunhão com Deus.
3. A Plenitude do Espírito e a Estatura de Cristo
O Movimento Pentecostal, influenciado pelo pensamento wesleyano, enfatiza o batismo no Espírito Santo como um revestimento de poder para o serviço cristão. Isso está alinhado com a visão de Wesley sobre uma segunda obra da graça, onde o crente experimenta um nível mais profundo de santificação.
Paulo descreve esse processo em Efésios 5:18:
"E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito."
O verbo grego πληροῦσθε (pleroústhe, "enchei-vos") está no imperativo presente, indicando uma ação contínua: o crente deve buscar diariamente ser cheio do Espírito Santo.
4. Aplicação: Caminhando Rumo à Estatura Completa de Cristo
- Autoexame Constante: Assim como Wesley defendia a introspecção espiritual, o cristão deve avaliar sua fé para evitar cair na apatia.
- Santificação Progressiva: A vida cristã não é estática; devemos crescer continuamente em santidade e amor a Deus.
- Plenitude do Espírito: Devemos buscar ser cheios do Espírito Santo, vivendo uma fé vibrante e poderosa.
- Vida Ativa no Reino: O verdadeiro avivamento não é apenas uma experiência emocional, mas uma vida transformada que impacta o mundo.
Conclusão
O estudo do pensamento wesleyano nos desafia a não sermos cristãos superficiais, mas a buscarmos um relacionamento profundo com Deus, marcado pela santificação e pelo poder do Espírito Santo. A jornada cristã não termina na conversão; é um crescimento constante até atingirmos "a medida da estatura completa de Cristo" (Ef 4.13).
O desafio permanece: Estamos crescendo espiritualmente ou estamos nos acomodando?
Que possamos seguir o exemplo de Wesley e dos pentecostais autênticos, vivendo uma fé real, ativa e cheia do Espírito Santo.
Referências Bibliográficas
- DAYTON, Donald W. Theological Roots of Pentecostalism. Baker Academic, 2018.
- MENZIES, Robert P. Pentecost: This Story is Our Story. Gospel Publishing House, 2016.
- STRONG, James. Dicionário de Concordância das Palavras no Hebraico e Grego.
- WESLEY, John. Sermões e Discursos Selecionados. Editora Vida, 1993.
Um Chamado ao Crescimento Espiritual
A relação entre o pensamento de John Wesley e o Movimento Pentecostal transcende a mera influência histórica. Ambos enfatizam a experiência pessoal com Deus, a busca pela santificação e o poder transformador do Espírito Santo. Essa conexão é um convite ao cristão para um autoexame constante, conforme ordenado em 2 Coríntios 13:5:
"Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados."
A palavra grega usada para "examinai" é δοκιμάζετε (dokimázete), que significa testar, avaliar, comprovar a autenticidade. Wesley acreditava que a fé não deveria ser algo apenas teórico, mas uma experiência viva que resultasse em transformação e poder espiritual.
1. O Perigo da Indiferença e da Frieza Espiritual
A preocupação de Wesley com a frieza espiritual se reflete na exortação de Paulo em Efésios 4:13, onde ele apresenta o propósito final da maturidade cristã:
"Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo."
A expressão "homem perfeito" no original grego é ἄνδρα τέλειον (ándra téleion), onde τέλειος (téleios) significa completo, maduro, plenamente desenvolvido. Esse conceito ressoa na teologia de Wesley sobre a perfeição cristã, que não significa impecabilidade absoluta, mas um amor pleno por Deus e pelos outros, gerado pelo Espírito.
O próprio Jesus alertou sobre o perigo da indiferença espiritual em Apocalipse 3:16:
"Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca."
O termo grego para "morno" (χλιαρός, chliarós) indica um estado sem fervor, sem compromisso real. Para Wesley e os pentecostais, a verdadeira vida cristã exige um compromisso fervoroso e ativo com o Espírito Santo.
2. O Crescimento Contínuo no Espírito
A santificação progressiva, enfatizada por Wesley e pelo pentecostalismo, está enraizada na promessa de transformação espiritual descrita em 2 Coríntios 3:18:
"Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor."
O verbo grego μεταμορφούμεθα (metamorphoúmetha), traduzido como "somos transformados", indica um processo contínuo de renovação. O cristão nunca deve se acomodar, mas sempre buscar crescer em santidade e comunhão com Deus.
3. A Plenitude do Espírito e a Estatura de Cristo
O Movimento Pentecostal, influenciado pelo pensamento wesleyano, enfatiza o batismo no Espírito Santo como um revestimento de poder para o serviço cristão. Isso está alinhado com a visão de Wesley sobre uma segunda obra da graça, onde o crente experimenta um nível mais profundo de santificação.
Paulo descreve esse processo em Efésios 5:18:
"E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito."
O verbo grego πληροῦσθε (pleroústhe, "enchei-vos") está no imperativo presente, indicando uma ação contínua: o crente deve buscar diariamente ser cheio do Espírito Santo.
4. Aplicação: Caminhando Rumo à Estatura Completa de Cristo
- Autoexame Constante: Assim como Wesley defendia a introspecção espiritual, o cristão deve avaliar sua fé para evitar cair na apatia.
- Santificação Progressiva: A vida cristã não é estática; devemos crescer continuamente em santidade e amor a Deus.
- Plenitude do Espírito: Devemos buscar ser cheios do Espírito Santo, vivendo uma fé vibrante e poderosa.
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Conclusão
O estudo do pensamento wesleyano nos desafia a não sermos cristãos superficiais, mas a buscarmos um relacionamento profundo com Deus, marcado pela santificação e pelo poder do Espírito Santo. A jornada cristã não termina na conversão; é um crescimento constante até atingirmos "a medida da estatura completa de Cristo" (Ef 4.13).
O desafio permanece: Estamos crescendo espiritualmente ou estamos nos acomodando?
Que possamos seguir o exemplo de Wesley e dos pentecostais autênticos, vivendo uma fé real, ativa e cheia do Espírito Santo.
Referências Bibliográficas
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Olá paz do senhor, estou muito grato por mim conceder este privilégio de conhecer mais sobre a maneira de nosso Deus trabalhar em nossas vida .estou gostando de estudar a revista da EBD ...obrigado.
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