Lição 07- O Movimento de Santidade – Buscando a Perfeição Cristã em Vida - BETEL ADULTOS - 1º Trim 2025

TEXTO ÁUREO “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” Mateus 28.19 COMENTARIO ...

TEXTO ÁUREO

“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” Mateus 28.19

COMENTARIO EXTRA

Comentário de Hubner Braz

Mateus 28.19

1. Contexto Histórico e Literário

Mateus 28.19 faz parte da chamada "Grande Comissão", uma ordem de Jesus aos seus discípulos após sua ressurreição, pouco antes de sua ascensão. O evangelho de Mateus, escrito principalmente para uma audiência judaica, enfatiza Jesus como o cumprimento da Lei e dos Profetas, apresentando-o como o Messias esperado. Esse verso encerra o evangelho com um imperativo missionário, demonstrando que a salvação não se restringe a Israel, mas se estende a todas as nações.

2. Análise Exegética e das Palavras no Original

1. "Portanto, ide"
• Grego: πορευθέντες (poreuthentes) – Particípio aoristo passivo de πορεύομαι (poreuomai), que significa "ir, partir, viajar".
• No grego, esse verbo está no particípio e pode ser entendido como "enquanto estiverdes indo" ou "ao irem", implicando que o discipulado deve ocorrer naturalmente enquanto os crentes vivem sua vida. Não é um mero chamado para um evento missionário, mas para uma vida missionária.
2. "Ensinai todas as nações"
• Grego: μαθητεύσατε (mathēteúsate) – Verbo imperativo aoristo de μαθητεύω (mathēteuō), que significa "fazer discípulos".
• O termo μαθητής (mathētēs) significa "aprendiz, seguidor", implicando que o discipulado é mais do que ensino intelectual; é uma transformação de vida baseada no seguimento a Cristo.
• "Todas as nações" – Grego: πάντα τὰ ἔθνη (panta ta ethnē). A palavra ἔθνος (ethnos) geralmente se refere a grupos étnicos ou gentios, destacando a universalidade da missão cristã.
3. "Batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo"
• Grego: βαπτίζοντες (baptízontes) – Particípio presente de βαπτίζω (baptizō), que significa "imersão". O uso do particípio indica que o batismo faz parte do processo de discipulado.
• "Em nome" – Grego: εἰς τὸ ὄνομα (eis to onoma). O uso de εἰς (eis), que significa "para dentro de", sugere um pertencimento ou identificação com a Trindade.
• A menção do Pai, do Filho e do Espírito Santo é uma das mais claras afirmações da Trindade na Escritura. O fato de "nome" estar no singular sugere que Deus é um, mas em três pessoas distintas.

3. Implicações Teológicas

1. Missão Universal
• O chamado não é apenas para os judeus, mas para todas as nações, cumprindo a promessa feita a Abraão de que em sua descendência todas as famílias da terra seriam abençoadas (Gênesis 12.3).
2. Discipulado como Essência da Igreja
• Jesus não apenas ordena a evangelização, mas o discipulado contínuo. Ensinar e formar discípulos é a missão primária da igreja.
3. A Doutrina da Trindade
• O batismo no "nome" singular, mas com três pessoas divinas, reflete a unidade e a diversidade na Trindade, um conceito fundamental na fé cristã.
4. Conversão e Identidade Cristã
• O batismo é um símbolo de pertencimento à nova aliança em Cristo, indicando não apenas arrependimento, mas também a entrada em uma nova vida como parte do povo de Deus.

4. Aplicação Prática

• Como cristãos, devemos entender que o discipulado não se resume a converter pessoas, mas a formar seguidores de Cristo que vivam seus ensinamentos.
• Nossa vida cotidiana deve refletir esse chamado, evangelizando e discipulando onde quer que estejamos.
• O batismo é um compromisso público com Deus e com a igreja, simbolizando nossa união com Cristo.

Conclusão

Mateus 28.19 é um chamado perene para a igreja. Ele reafirma o propósito missionário do cristianismo, fundamentado na autoridade de Cristo, na necessidade de fazer discípulos e no reconhecimento da Trindade como base da fé. O discipulado envolve mais do que palavras; é um compromisso de vida com o ensino e a prática do Evangelho.

VERDADE APLICADA

Mesmo após a experiência do batismo no Espírito Santo, o discípulo de Cristo deve perseverar em oração e vigilância no combate à frieza espiritual.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Identificar as bases do Movimento de Santidade,

Ressaltar o surgimento de alguns movimentos

Compreender o Movimento de Santidade.

DINAMICA EXTRA

Comentário de Hubner Braz

Para enriquecer a aula sobre "O Movimento de Santidade – Buscando a Perfeição Cristã em Vida", sugiro a seguinte dinâmica:

Dinâmica: O Caminho da Santidade

Objetivo: Refletir sobre a importância da santidade na vida cristã e identificar áreas pessoais que necessitam de crescimento espiritual.

Material Necessário:

• Folhas de papel e canetas.
• Cartazes com versículos bíblicos relacionados à santidade (por exemplo, 1 Pedro 1:15-16, 1 Tessalonicenses 4:7, Hebreus 12:14).
• Fita adesiva ou tachinhas.
• Um espaço onde os cartazes possam ser fixados.

Passos:

1. Introdução (10 minutos):
• Leia com a classe 1 Pedro 1:13-21.
• Discuta brevemente o significado de ser santo e como aplicar isso no cotidiano.
2. Atividade de Reflexão (15 minutos):
• Distribua folhas de papel e canetas para cada participante.
• Peça que escrevam uma área de suas vidas onde sentem necessidade de crescer em santidade (atitudes, pensamentos, comportamentos, relacionamentos, etc.).
• Após escreverem, solicite que dobrem o papel e o depositem em um recipiente.
3. Caminho da Santidade (20 minutos):
• Divida a classe em pequenos grupos (3-4 pessoas).
• Entregue a cada grupo um cartaz com um versículo bíblico sobre santidade.
• Cada grupo deve ler e discutir o versículo, refletindo sobre sua aplicação prática na vida cristã.
4. Compartilhamento e Fixação dos Cartazes (10 minutos):
• Os grupos apresentam suas reflexões para a classe.
• Fixe os cartazes em uma parede ou quadro, formando um "Caminho da Santidade".
5. Momento de Oração e Compromisso (15 minutos):
• Cada participante retira um papel do recipiente (diferente do que escreveu) e lê silenciosamente.
• Em oração, interceda pela área de crescimento em santidade mencionada no papel.
• Incentive os participantes a orarem por essa área específica durante a semana e a apoiarem uns aos outros nesse processo.

Conclusão: Reforce a importância de viver uma vida de santidade como resposta ao chamado de Deus. Incentive os participantes a aplicarem as lições aprendidas e a manterem uma consciência contínua de santidade em suas vidas diárias.

Esta dinâmica promove reflexão pessoal e comunitária, encorajando os participantes a buscarem a santidade de forma prática e apoiada mutuamente.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

ATOS 4

29 Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra,

30 enquanto estendes a mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho Jesus.

31 E, tendo eles orado, moveu-se o lugar em

ATOS 13

52 E os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo.

COMENTARIO EXTRA

Comentário de Hubner Braz

Os textos de Atos 4.29-31 e Atos 13.52 estão diretamente ligados ao cumprimento da Grande Comissão de Mateus 28.19. Ambos demonstram o avanço do Evangelho sob o poder do Espírito Santo, apesar das perseguições e desafios enfrentados pelos discípulos.

1. Contexto de Atos 4.29-31

Após a cura do coxo no templo (At 3.1-10), Pedro e João foram presos e interrogados pelo Sinédrio por pregarem em nome de Jesus (At 4.1-22). Após sua libertação, a igreja ora pedindo ousadia para continuar pregando, e Deus responde com uma manifestação poderosa do Espírito Santo.

Análise das Palavras no Original

1. "Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças" (At 4.29)
• Grego: ἄρτι, κύριε, ἔπιδε ἐπὶ τὰς ἀπειλὰς αὐτῶν (arti, Kyrie, epide epi tas apeilas autōn)
• "Ameaças" – Grego: ἀπειλή (apeilē), que significa ameaças graves ou intimidações. A perseguição era real, mas os discípulos não pedem livramento, e sim ousadia.
2. "Concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra"
• "Servos" – Grego: δοῦλοι (douloi), que significa escravos ou servos. Isso mostra a total submissão dos discípulos a Cristo.
• "Ousadia" – Grego: παρρησία (parrēsía), que significa franqueza, coragem para falar livremente sem medo de represálias. No contexto, denota a ação do Espírito capacitando os discípulos.
3. "Moveu-se o lugar em que estavam reunidos" (At 4.31)
• Esse tremor lembra eventos como o Monte Sinai (Êx 19.18) e simboliza a presença e aprovação de Deus à oração da igreja.
• Eles "foram cheios do Espírito Santo e falavam com ousadia", confirmando que a capacitação para cumprir a missão vem do Espírito.

2. Contexto de Atos 13.52

Este verso está no contexto da primeira viagem missionária de Paulo e Barnabé. Em Atos 13.44-51, os judeus rejeitam a pregação do Evangelho, e Paulo declara que eles agora levarão a mensagem aos gentios. Apesar da perseguição, os discípulos estavam "cheios de alegria e do Espírito Santo".

Análise das Palavras no Original

1. "Cheios de alegria"
• Grego: ἐπληροῦντο χαρᾶς (eplērounto charas)
• A palavra χαρά (chará) significa alegria profunda e sobrenatural, não baseada em circunstâncias externas, mas no relacionamento com Deus.
2. "E do Espírito Santo"
• Grego: καὶ πνεύματος ἁγίου (kai pneumatos hagiou)
• A repetição dessa expressão em Atos mostra que a capacitação para o discipulado e missão sempre vem do Espírito Santo.

3. Conexão com Mateus 28.19

1. O avanço do Evangelho depende do Espírito Santo – A ordem de Jesus em Mateus 28.19 só pode ser cumprida por meio do poder do Espírito.
2. A perseguição é parte da missão – Os discípulos não pedem livramento, mas ousadia para continuar pregando, mostrando que seguir a Cristo implica resistência do mundo.
3. A alegria no meio da perseguição – Apesar das dificuldades, os discípulos estavam cheios de alegria, pois a comunhão com o Espírito Santo supera qualquer sofrimento terreno.

4. Aplicação Prática

• O discipulado exige ousadia – Assim como os primeiros cristãos, devemos pedir coragem para proclamar o Evangelho sem medo.
• O Espírito Santo é essencial – A missão de Mateus 28.19 não é uma tarefa humana, mas espiritual. Precisamos buscar a plenitude do Espírito diariamente.
• Alegria na missão – Mesmo em meio a desafios, a verdadeira alegria está em viver para Cristo e cumprir seu chamado.

Esses textos reforçam que a Grande Comissão só pode ser realizada pelo poder do Espírito, mesmo diante de perseguições.

LEITURAS COMPLEMENTARES

SEGUNDA | Lc 24.49 A promessa é para todos os crentes.

TERÇA | At 1.8 A promessa do poder espiritual.

QUARTA | At 2.39 A promessa de Deus é extensiva.

QUINTA | Ef 5.18 Devemos nos encher do Espírito Santo.

SEXTA | 2Tm 1.14 O Espírito Santo habita em nós.

SÁBADO | 2Tm 2.21 O Espírito Santo produz santificação.

COMENTARIO EXTRA

Comentário de Hubner Braz

Cada uma dessas passagens reforça a necessidade da capacitação do Espírito Santo para cumprir a missão dada por Cristo em Mateus 28.19. Elas mostram que a presença e o poder do Espírito não eram restritos aos primeiros discípulos, mas fazem parte da experiência cristã contínua.

SEGUNDA-FEIRA | Lucas 24.49 – A Promessa é para Todos os Crentes

"E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder."

• Promessa do Pai – A referência aqui é ao Espírito Santo, prometido em passagens como Joel 2.28-29 e Ezequiel 36.26-27.
• "Revestidos de poder" – No grego, ἐνδύσησθε δύναμιν (endysēsthe dynamin), significa ser coberto ou imerso em poder, indicando a necessidade do Espírito para o testemunho eficaz.

Conexão com a Grande Comissão: Jesus ordena que os discípulos aguardem o Espírito antes de saírem em missão. O cumprimento da ordem de Mateus 28.19 só seria possível com essa capacitação.

TERÇA-FEIRA | Atos 1.8 – A Promessa do Poder Espiritual

"Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra."

• "Recebereis poder" – Grego: δυναμις (dynamis), o mesmo termo usado para os milagres de Jesus, indicando uma força sobrenatural.
• "Ser-me-eis testemunhas" – Grego: μάρτυρες (martyres), palavra que originou "mártir", revelando que esse testemunho poderia custar a vida.

Conexão com a Grande Comissão: O Espírito Santo equipa os discípulos para levar o Evangelho globalmente. O discipulado não pode ser feito apenas com esforço humano, mas pela ação divina.

QUARTA-FEIRA | Atos 2.39 – A Promessa de Deus é Extensiva

"Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar."

• "A promessa" – Refere-se ao derramamento do Espírito Santo em Pentecostes (At 2.1-4).
• "A todos os que estão longe" – Indica a universalidade da promessa, tanto para judeus quanto gentios.

Conexão com a Grande Comissão: Assim como Mateus 28.19 ordena o discipulado de "todas as nações", Atos 2.39 confirma que a capacitação do Espírito não está restrita a uma geração ou povo, mas é para todos os crentes.

QUINTA-FEIRA | Efésios 5.18 – Devemos nos Encher do Espírito Santo

"E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito."

• "Enchei-vos do Espírito" – Grego: πληροῦσθε (plērousthe), verbo no presente contínuo, indicando um enchimento constante e progressivo.
• O contraste com a embriaguez sugere que o Espírito deve controlar nossas vidas, assim como o álcool controla uma pessoa embriagada.

Conexão com a Grande Comissão: A missão cristã exige uma vida cheia do Espírito. O discipulado eficaz vem de uma relação contínua e dinâmica com o Espírito Santo.

SEXTA-FEIRA | 2 Timóteo 1.14 – O Espírito Santo Habita em Nós

"Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós."

• "Bom depósito" – Refere-se à sã doutrina do Evangelho, confiada aos crentes.
• "Que habita em nós" – O Espírito não apenas capacita, mas reside permanentemente nos crentes, garantindo fidelidade ao chamado.

Conexão com a Grande Comissão: O Espírito nos ajuda a guardar e ensinar a verdadeira fé, essencial para a formação de discípulos segundo Mateus 28.19.

SÁBADO | 2 Timóteo 2.21 – O Espírito Santo Produz Santificação

"De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda boa obra."

• "Santificado" – Grego: ἡγιασμένος (hēgiasmenos), significa separado para Deus.
• "Idôneo para uso do Senhor" – O Espírito nos molda para sermos eficazes no serviço do Reino.

Conexão com a Grande Comissão: O discipulado não é apenas ensino, mas transformação. O Espírito Santo santifica os crentes para que sejam eficazes na obra missionária.

Conclusão Geral

Essas leituras mostram que:

1. A promessa do Espírito Santo é para todos os crentes (Lc 24.49; At 2.39).
2. O Espírito capacita para testemunhar com poder (At 1.8; At 4.29-31).
3. A vida cristã requer enchimento contínuo do Espírito (Ef 5.18).
4. O Espírito Santo habita e santifica os crentes, preparando-os para o serviço (2Tm 1.14; 2Tm 2.21).

A Grande Comissão só pode ser cumprida com a ação e o poder do Espírito Santo.

HINOS SUGERIDOS: 372, 387, 403

MOTIVO DE ORAÇÃO

Ore para que haja renovação espiritual em nossas igrejas.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos a influência do Movimento de Santidade e de outros movimentos avivalistas na preparação da Igreja para o derramamento do Espírito Santo, no início do século XX, e na formação da identidade teológica do Movimento Pentecostal.

PONTO PARTIDA – Devemos viver uma vida de Santidade

COMENTARIO EXTRA

Comentário de Hubner Braz

O Movimento de Santidade e a Perfeição Cristã

O Movimento de Santidade teve um impacto profundo na teologia e na espiritualidade cristã, especialmente na formação do pentecostalismo. Sua ênfase na santificação como uma obra distinta do Espírito Santo preparou o caminho para o avivamento e o derramamento do Espírito no início do século XX.

A santidade não é apenas um ideal a ser perseguido, mas uma ordem divina. Em 1 Pedro 1.15-16, o apóstolo cita Levítico 11.44-45:
"Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo."

A santificação é, portanto, o reflexo da natureza divina em nós, um processo contínuo que molda nosso caráter à semelhança de Cristo.

1. O Movimento de Santidade e o Seu Impacto no Pentecostalismo

O Movimento de Santidade surgiu no século XIX como um desdobramento do metodismo de John Wesley. Wesley enfatizava a "perfeição cristã", que não significava impecabilidade, mas um coração completamente entregue a Deus. Ele baseava essa doutrina em textos como 1 Tessalonicenses 5.23:
"E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo."

A partir desse movimento, desenvolveu-se a crença na santificação como uma experiência distinta da conversão, preparando o crente para uma vida cheia do Espírito. Charles Finney, um dos grandes evangelistas do século XIX, via a santificação como um ato de entrega total a Deus. Esse pensamento influenciou diretamente o Movimento Pentecostal, que emergiu no século XX, enfatizando o batismo no Espírito Santo como um empoderamento para a santidade e o serviço.

2. A Santificação como Processo Bíblico

A Bíblia apresenta a santificação de forma tripla:

1. Santificação Posicional (Instantânea) – Ocorre no momento da conversão (1 Coríntios 6.11: "Mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.").
2. Santificação Progressiva – Processo contínuo pelo qual o crente cresce em santidade (2 Coríntios 7.1: "Purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus.").
3. Santificação Final (Glorificação) – Será completada quando estivermos com Cristo (Filipenses 3.21).

Essa visão é defendida por teólogos como John Wesley, A. W. Tozer e J. Rodman Williams (em Renewal Theology), que destacam que a santidade é tanto uma obra da graça divina quanto uma resposta humana de obediência.

3. O Espírito Santo e a Santificação

A santificação está diretamente ligada à ação do Espírito Santo. Efésios 5.18 ordena:
"Enchei-vos do Espírito."

O verbo no grego πληροῦσθε (plērousthe) está no tempo presente contínuo, indicando que esse enchimento deve ser constante. O Espírito Santo nos capacita a viver em santidade, transformando nossa mente (Romanos 12.2) e produzindo frutos que refletem o caráter de Cristo (Gálatas 5.22-23).

4. Aplicação Prática: Como Buscar a Santidade?

• Rendição Total a Deus (Romanos 6.19)
• Vida de Oração e Intimidade com o Espírito Santo (Judas 20)
• Estudo e Obediência à Palavra (João 17.17)
• Separação do Pecado e do Mundo (2 Coríntios 6.17)

Conclusão

O Movimento de Santidade preparou o terreno para o derramamento do Espírito no Pentecostalismo. A santificação não é apenas uma doutrina, mas uma necessidade para todo cristão que deseja refletir a glória de Deus e cumprir sua missão. Como escreveu A. W. Tozer:
"O Espírito Santo nunca poderá encher alguém que não esteja disposto a viver uma vida santa."

Que possamos buscar essa santidade, pois sem ela ninguém verá o Senhor (Hebreus 12.14).

1- Os alicerces do Movimento de Santidade

Os teólogos pentecostais defendem que o Movimento de Santidade (Holiness Movement) herdou os alicerces das teologias pietista, puritana e metodista. Embora o movimento tenha surgido entre os metodistas americanos no século XIX para reavivar um aspecto que não estava mais sendo tão enfatizado: a santidade, ele não ficou limitado às igrejas metodistas, alcançando também outras denominações, como: a Congregacional, a Batista e a Episcopal.

1.1. A importância do Movimento de Santidade.

Entre outras coisas, a teologia do Movimento de Santidade pregava a procura pela reforma espiritual da igreja; daí a importância de conhecer sua influência na formação da identidade teológica do Movimento Pentecostal. É possível ver que, em sua preparação inicial, o Movimento Pentecostal nos EUA bebeu de várias fontes, especialmente a partir da Reforma Protestante, o que inclui o Movimento de Santidade.

Roberto Ferreira (2022, P. 37): "Quando analisamos o panorama histórico escrito por Gary B. McGee, na teologia editada por Stanley M. Horton, podemos observar que o Movimento de Santidade começa nos círculos metodistas, mas não ficou limitado a estes. McGee menciona que Charles G. Finney acreditava que o batismo no Espírito Santo provesse o revestimento de poder para obter-se a perfeição cristã".

1.2. A origem do Movimento de Santidade.

O Movimento de Santidade nasceu em meados do século XIX, nos EUA. Os metodistas queriam restaurar suas igrejas, por isso se voltaram para uma vida de santificação. Entre o que defendia o Movimento de Santidade, estava a santificação como uma providência divina para a vida cristã. A partir daí, as atividades voltadas para uma vida espiritual mais intensa e fervorosa no Espírito se tornaram uma característica permanente do cenário religioso norte-americano. A teologia do Movimento de Santidade tinha a atuação do Espírito Santo como fator principal para o cristão ser lavado de todo pecado, sendo capaz de viver uma vida de santidade, não tendo mais vontade de pecar.

Isael de Araújo (2007, P. 587): “Nos anos de 1860, o pentecostalismo nos EUA ganhou sua maior inspiração, devido ao avivamento da Santidade Wesleyana ou sob o nome de Holiness Movement (Movimento de Santidade). Nasceu quando os metodistas, que vieram para a América do Norte em 1766, estavam se voltando para a santidade na tentativa de reformar as instituições metodistas, a fim de adequá-las às práticas dos evangelistas dos acampamentos avivalistas (camp meeting) e poder usá-las no trabalho entre as pessoas das zonas rurais recém-chegadas às cidades americanas. Essa guinada para a santidade não foi, para muitos contemporâneos, nem inevitável nem desejável. Nem uniforme, como visto por meio do racha entre os metodistas do Leste, que, em 1867, havia fundado a National Camp Meeting Association for the Promotion of Holiness (Associação Nacional de Acampamentos Avivalistas para a Divulgação da Santidade)’.

1.3. O ensinamento da segunda bênção.

O Movimento de Santidade visava gerar santidade no crente por meio de exercícios de transformação para uma vida bem avivada. Assim, eles procuravam reforçar a pregação da “segunda bênção” , ou seja, da doutrina Wesleyana da Perfeição Cristã. Essa doutrina ensinava a segunda obra distinta da justificação, conhecida também como “santificação plena, perfeito amor e pureza de coração”. Estudos apontam que o ensinamento da “segunda bênção” foi se difundindo ao longo do tempo.

Vinson Synan (2023, p. 16): “Muitos desses crentes eram comprometidos com uma soteriologia de dois estágios e criam na busca de uma experiência pós-conversão, que comumente chamava de “santificação plena” Isso levou um número considerável de crentes a sustentar a posição da “segunda bênção” para purificar o cristão do “pecado interior” como um preparo para receber o batismo no Espírito Santo”

COMENTARIO EXTRA

Comentário de Hubner Braz

O Movimento de Santidade e a Busca pela Perfeição Cristã

1. Introdução

O Movimento de Santidade (Holiness Movement) surgiu no século XIX nos Estados Unidos, como uma tentativa de restaurar a ênfase na santificação dentro do Metodismo. Esse movimento influenciou diretamente o Pentecostalismo, que herdou sua ênfase na experiência de santidade e na busca pelo batismo no Espírito Santo.

John Wesley (1703-1791), fundador do Metodismo, desenvolveu a doutrina da perfeição cristã, que ensinava que o crente poderia alcançar um estado de pureza interior e amor perfeito, resultado de uma segunda obra da graça. Esse ensino foi central no Movimento de Santidade e se tornou a base teológica para o conceito pentecostal do batismo no Espírito Santo como uma experiência distinta da conversão.

2. Os Alicerces Históricos do Movimento de Santidade

O Holiness Movement foi influenciado por três correntes principais:

1. Pietismo – Ênfase na vida devocional e no fervor espiritual.
2. Puritanismo – Valorização da santidade como evidência da eleição divina.
3. Metodismo – Doutrina da perfeição cristã e a possibilidade de vitória sobre o pecado.

A Raiz Bíblica da Santificação

A palavra "santificação" no hebraico e no grego tem significados profundos:

• Hebraico: קדש (qadash) – Separar para Deus, tornar algo santo.
• Exemplo: Levítico 11.44 – "Santificai-vos e sede santos, porque eu sou santo."
• Grego: ἁγιασμός (hagiasmos) – Processo de se tornar santo, consagração.
• Exemplo: 1 Tessalonicenses 4.3 – "Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação."

Os metodistas acreditavam que essa santificação plena não era apenas um ideal, mas uma experiência real para o crente.

3. A Doutrina da Segunda Bênção

O que é a Segunda Bênção?

O ensino central do Movimento de Santidade era que, além da conversão, o crente precisava experimentar uma segunda bênção para alcançar um estado de pureza e comunhão mais profunda com Deus. Esse ensino se baseia na ideia de que:

1. A justificação perdoa os pecados passados (Romanos 5.1).
2. A santificação plena purifica a natureza pecaminosa (1 Tessalonicenses 5.23).

Textos Bíblicos Chave

• Lucas 24.49 – Jesus promete o revestimento de poder pelo Espírito.
• Atos 1.8 – A capacitação do Espírito para testemunhar.
• Atos 2.39 – A promessa do Espírito é para todas as gerações.

John Wesley ensinava que essa segunda obra da graça era necessária para o crente viver em perfeito amor, conforme Mateus 5.48: "Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai."

Teólogos do Movimento de Santidade Sobre a Segunda Bênção

• Charles Finney via o batismo no Espírito como um revestimento de poder para santificação.
• Phoebe Palmer ensinava que a santificação plena era um dom recebido pela fé, e não apenas um processo gradual.
• Vinson Synan descreve como essa doutrina influenciou o Pentecostalismo, ao preparar os crentes para receberem o batismo no Espírito Santo.

4. O Movimento de Santidade e o Pentecostalismo

O Pentecostalismo do início do século XX herdou do Movimento de Santidade várias características, incluindo:

1. Ênfase na experiência espiritual profunda.
2. Doutrina da segunda obra da graça.
3. A crença de que o Espírito Santo opera sinais e prodígios.

No entanto, houve uma diferença teológica importante:

• Para os metodistas santidade, a segunda bênção era a santificação plena.
• Para os pentecostais, a segunda bênção era o batismo no Espírito Santo, acompanhado pelo falar em línguas (Atos 2.4).

A fusão dessas ideias ajudou a formar a identidade do pentecostalismo moderno.

5. Conclusão

O Movimento de Santidade foi fundamental para a teologia pentecostal, pois preparou um ambiente de busca intensa pela santificação e pelo poder do Espírito Santo. Sua doutrina da segunda bênção moldou o ensino pentecostal sobre o batismo no Espírito, transformando a espiritualidade cristã no século XX.

Como diz Efésios 5.18: "Enchei-vos do Espírito." Essa busca pela plenitude espiritual continua sendo essencial para a vida cristã hoje.

EU ENSINEI QUE:

A teologia do Movimento de Santidade pregava a reforma espiritual da Igreja.

2- O surgimento de outros movimentos

Além do Movimento de Santidade, dois outros eventos avivalistas se destacam na história da Igreja no século XIX, a saber: O Movimento de Keswick e o trabalho de Edward Irwing, ambos na Inglaterra. Veremos dois aspectos desses movimentos que estão presentes também nos ensinamentos pentecostais: o batismo no Espírito Santo e o falar em línguas como sinal do batismo no Espírito Santo e a atualidade dos dons espirituais.

2.1. O Movimento Keswick. 

O Movimento Vida Superior, por vezes mencionado como Movimento Keswick pelo fato de as reuniões terem sido realizadas no vilarejo de mesmo nome, no noroeste da Inglaterra. Ali, uma série de reuniões aconteceram a partir de 1875, como resultado de dois embates quanto à santidade bíblica: um em Oxford (1874) e outro em Brighton (1875), ambos também na Inglaterra. Os palestrantes de Keswick criam que o batismo com o Espírito Santo brotava em uma vida de triunfo ininterrupto, à qual eles titulavam de “vida superior”; ou seja, uma vida mais intensa ou mais altiva, diferenciada pela plenitude do Espírito.

Vinson Synan (2009, p.48): “O matiz pentecostal que sobressaiu no movimento de santidade depois de 1867 também encontrou expressão em diversas vertentes do movimento na Inglaterra e nos Estados Unidos. As convenções de verão de Keswick começaram em 1875, como uma contrapartida britânica da florescência do movimento de santidade. A configuração doutrinária de Keswick destituiu o conceito de segunda bênção’ como “erradicação” do pecado a favor de um batismo no Espírito Santo’ e um `revestimento de poder para o serviço”: Synan ainda registrou que a ardente expectativa dos crentes de Keswick não era tanto de uma experiência de purificação, mas de uma unção do Espírito.

COMENTARIO EXTRA

Comentário de Hubner Braz

O Movimento Keswick e a Vida Superior no Espírito

1. Introdução

O Movimento Keswick, também chamado de Movimento Vida Superior, surgiu na Inglaterra no século XIX e enfatizava uma vida cristã triunfante, baseada na plenitude do Espírito Santo. Suas convenções começaram em 1875 no vilarejo de Keswick e rapidamente se tornaram um centro de ensino sobre santificação e poder espiritual.

Diferente do Movimento de Santidade Wesleyano, que pregava a erradicação do pecado através da segunda bênção, o Movimento Keswick ensinava que o batismo no Espírito era um revestimento de poder para uma vida vitoriosa no serviço cristão.

Essa teologia influenciou diretamente o Pentecostalismo, especialmente no ensino sobre o batismo no Espírito Santo e a busca por uma vida de plenitude espiritual.

2. A Teologia do Movimento Keswick

O ensino central do Movimento Keswick pode ser resumido em três pontos principais:

1. Uma vida de vitória contínua – O crente pode viver triunfantemente sobre o pecado.
2. O batismo no Espírito Santo como capacitação para o serviço – Mais do que apenas santificação.
3. A busca constante pela plenitude do Espírito – Uma experiência renovável e dinâmica.

Essa teologia se baseia fortemente na ideia de que o crente pode viver uma vida cheia do Espírito, conforme Efésios 5.18:

"Enchei-vos do Espírito." (πληροῦσθε ἐν Πνεύματι, plērousthe en Pneumati).

A palavra grega πληροῦσθε (plērousthe) está no imperativo presente, indicando uma ação contínua. Ou seja, o enchimento do Espírito Santo não é um evento único, mas uma experiência renovável.

A Raiz Bíblica da Palavra "Poder"

O conceito de revestimento de poder, central na teologia de Keswick, tem base no termo grego δύναμις (dýnamis), que significa "poder", "força" ou "capacidade".

• Lucas 24.49 – "Eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder (δύναμις)".
• Atos 1.8 – "Mas recebereis poder (δύναμις), ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas."

O termo hebraico correspondente é כֹּחַ (koach), que significa força ou vigor, frequentemente associado à capacitação divina, como em Isaías 40.31:

"Mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças (koach); subirão com asas como águias."

Esses textos reforçam a ideia do Movimento Keswick de que a plenitude do Espírito Santo resulta em capacitação sobrenatural para a vida cristã.

3. Opiniões Acadêmicas Sobre Keswick

O Movimento Keswick teve grande influência no evangelicalismo e no pentecostalismo. Segundo Vinson Synan (2009, p.48), Keswick:

"substituiu o conceito de segunda bênção como ‘erradicação’ do pecado por um ‘revestimento de poder para o serviço’."

Isso mostra que Keswick rejeitava a visão metodista de que a santificação plena eliminava a natureza pecaminosa, preferindo a ideia de submissão ao Espírito para uma vida mais eficaz no ministério.

J.I. Packer (2009, p. 147) também comenta:

"Keswick resgatou a verdade bíblica de que o crente precisa continuamente ser cheio do Espírito para viver uma vida cristã eficaz."

Essa perspectiva está alinhada com o ensino pentecostal de que o batismo no Espírito Santo não é apenas uma experiência única, mas um processo contínuo de renovação e poder.

4. O Falar em Línguas e a Atualidade dos Dons

O Movimento Keswick não enfatizava diretamente o falar em línguas como evidência do batismo no Espírito Santo, mas sua teologia da vida superior abriu caminho para a aceitação dos dons espirituais.

A base bíblica para os dons espirituais é clara:

• 1 Coríntios 12.4-11 – Os dons são concedidos pelo Espírito conforme a vontade de Deus.
• 1 Coríntios 14.5 – "E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis."
• Atos 2.4 – "E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem."

A palavra grega para línguas é γλῶσσα (glōssa), que significa tanto "língua" (idioma) quanto um dom espiritual. No contexto pentecostal, o falar em línguas é entendido como evidência inicial do batismo no Espírito.

5. Aplicação Pessoal: Como Viver a Plenitude do Espírito?

O ensino do Movimento Keswick continua relevante para os cristãos hoje. A plenitude do Espírito Santo não deve ser vista apenas como uma experiência emocional, mas como um estado contínuo de rendição e capacitação divina.

Passos para uma Vida Cheia do Espírito:

1. Santificação contínua – Buscar viver em obediência à Palavra de Deus (1 Pedro 1.15-16).
2. Rendição total ao Espírito Santo – Submeter-se à vontade de Deus (Romanos 12.1-2).
3. Oração e busca constante – Perseverar na oração para ser cheio do Espírito (Lucas 11.13).
4. Vida de poder e serviço – Usar os dons espirituais para edificar a Igreja (1 Coríntios 14.12).

6. Conclusão

O Movimento Keswick trouxe um ensino essencial para a vida cristã: a necessidade de buscar continuamente a plenitude do Espírito Santo. Sua ênfase no revestimento de poder para o serviço ajudou a moldar a teologia pentecostal, reforçando que o batismo no Espírito Santo é uma capacitação para uma vida vitoriosa e frutífera no Reino de Deus.

Assim como os crentes de Keswick ansiavam por uma vida superior, devemos hoje buscar viver cheios do Espírito, rendendo-nos completamente a Deus e permitindo que Ele nos use poderosamente.

Como diz Atos 13.52:

"E os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo."

Que essa seja a realidade de cada cristão que busca viver na plenitude do Espírito!

2.2. O Movimento de Edward Irving.

Edward Irving nasceu em Annan, Escócia, em 4 de agosto de 1792. O Movimento de Irving ensinava sobre os dons do Espírito Santo e a restauração do ministério apostólico. Os principais interesses de estudo deste movimento concentravam-se nas áreas da cristologia, pneumatologia e escatologia. Além de pregar uma série de sermões sobre o dom do Espírito Santo, Irwing procurava levar a congregação a participar de encontros de oração para buscar os dons espirituais. Tendo sido removido do pastoreio pelo presbitério, que não concordava com as manifestações do Espírito nos cultos, ele organizou a Igreja Católica Apostólica, seguido pela maior parte dos membros.

Ezequias Soares (Brasil, 2021, p. 17): “O batismo no Espírito Santo e a glossolalia já haviam sido ensinados na Grã-Bretanha cerca de 75 anos antes do avivamento da Rua Azusa. Edward Irving (1792-1834), teólogo presbiteriano escocês, foi, segundo o Dicionário do Movimento Pentecostal, o precursor do movimento pentecostal e fundou em Londres a Igreja Apostólica Católica”.

COMENTARIO EXTRA

Comentário de Hubner Braz

O Movimento de Edward Irving e a Restauração dos Dons Espirituais

1. Introdução

O pastor e teólogo escocês Edward Irving (1792-1834) foi um dos primeiros líderes cristãos modernos a enfatizar a atualidade dos dons espirituais, incluindo a glossolalia (falar em línguas), profecias e curas. Seu ministério influenciou diretamente o pensamento pentecostal posterior.

Irving defendia que a Igreja deveria restaurar o ministério apostólico, reconhecendo a necessidade dos cinco ministérios mencionados em Efésios 4.11:

"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores."

Por conta de suas crenças e práticas, Irving foi expulso do presbiterianismo e fundou a Igreja Católica Apostólica, que buscava um retorno à igreja primitiva no exercício dos dons do Espírito.

Seu ensino antecipou as doutrinas pentecostais do século XX, principalmente a crença no batismo no Espírito Santo como experiência subsequente à conversão e a manifestação dos dons espirituais.

2. A Teologia de Edward Irving

2.1. A Glossolalia como Evidência do Espírito Santo

Irving ensinava que o falar em línguas era uma das manifestações do Espírito Santo. Essa ideia se baseia em textos como:

• Atos 2.4 – "E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem."
• Atos 10.44-46 – "Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus."
• 1 Coríntios 14.39 – "Não proibais falar em línguas."

A palavra grega para línguas é γλῶσσα (glōssa), que significa tanto língua no sentido de idioma quanto língua espiritual dada pelo Espírito.

A raiz hebraica correspondente é לָשׁוֹן (lashon), que significa "língua", "fala" ou "idioma". No contexto do Antigo Testamento, pode estar associada ao poder da palavra falada, como em Provérbios 18.21:

"A morte e a vida estão no poder da língua (lashon)."

Irving acreditava que o Espírito Santo concedia à Igreja esse dom como um sinal de sua presença e poder, preparando os crentes para um tempo de avivamento escatológico.

2.2. A Restauração do Ministério Apostólico

Outra doutrina central do Movimento de Irving era a restauração dos ministérios apostólicos e proféticos. Ele defendia que a Igreja deveria operar com a mesma autoridade espiritual da era apostólica.

Essa visão encontra respaldo em 1 Coríntios 12.28:

"E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores."

O termo "apóstolo" em grego é ἀπόστολος (apostolos), que significa "enviado" ou "mensageiro". Já a palavra "profeta" vem de προφήτης (prophētēs), que significa "aquele que fala em nome de Deus".

A palavra hebraica para profeta é נָבִיא (navi’), que descreve alguém inspirado pelo Espírito para proclamar a vontade de Deus.

Edward Irving argumentava que a Igreja deveria recuperar a liderança apostólica e profética, um conceito que influenciou movimentos pentecostais e neopentecostais modernos.

3. Opiniões Acadêmicas Sobre Irving

O impacto de Irving é amplamente reconhecido na literatura acadêmica. Segundo Ezequias Soares (2021, p. 17):

"O batismo no Espírito Santo e a glossolalia já haviam sido ensinados na Grã-Bretanha cerca de 75 anos antes do avivamento da Rua Azusa. Edward Irving [...] foi o precursor do movimento pentecostal."

Isso sugere que Irving pavimentou o caminho para o pentecostalismo. Seu ensino sobre os dons espirituais e a necessidade de um avivamento inspirou gerações futuras.

Segundo Vinson Synan (2009, p. 65):

"Irving ensinava que os dons espirituais não eram apenas para a era apostólica, mas deviam estar presentes na Igreja até a volta de Cristo."

Essa crença é um dos pilares da teologia pentecostal e carismática atual.

4. Aplicação Pessoal: Como Buscar os Dons Espirituais?

O Movimento de Irving nos ensina que a Igreja deve viver cheia do Espírito e buscar os dons espirituais.

Passos para desenvolver uma vida cheia do Espírito:

1. Buscar santificação – A plenitude do Espírito está ligada a uma vida santa (1 Pedro 1.16).
2. Orar e jejuar – A busca pelos dons espirituais deve ser acompanhada de oração (1 Coríntios 14.1).
3. Ativar os dons pela fé – Os dons são dados para edificação da Igreja (1 Coríntios 12.7).
4. Participar de uma comunidade de fé – Os dons funcionam melhor no corpo de Cristo (Efésios 4.12).

Assim como Irving buscava a manifestação dos dons em sua congregação, devemos hoje clamar para que Deus derrame o seu Espírito sobre a Igreja.

5. Conclusão

Edward Irving foi um dos primeiros a enfatizar o batismo no Espírito Santo, os dons espirituais e a restauração do ministério apostólico. Seu ensino lançou as bases para o movimento pentecostal, que floresceu no início do século XX.

Seus princípios continuam relevantes hoje. A Igreja precisa:

• Buscar a plenitude do Espírito (Efésios 5.18).
• Exercer os dons espirituais para a edificação do corpo de Cristo (1 Coríntios 12.7).
• Rejeitar o cessacionismo e manter viva a chama do avivamento (1 Tessalonicenses 5.19-20).

Que possamos seguir o exemplo de Irving e desejar uma Igreja cheia do Espírito, operando no poder de Deus!

Como diz Joel 2.28:

"E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão."

O avivamento continua! 🚀🔥

2.3. A expectativa de um novo Pentecoste.

O estudo dos muitos movimentos de renovação da Igreja mostra que, no final do século XIX, tanto nos Estados Unidos quanto do outro lado do oceano Atlântico, havia entusiasmo e expectativa por um intenso derramamento do Espírito Santo em diferentes denominações. O assunto estava em muitas publicações, além de pregações, acampamentos e encontros serem organizados em torno do propósito de buscar mais de Deus. Assim, o cenário foi sendo preparado para a chegada do Movimento Pentecostal, no início do século XX. Que o Espírito Santo continue encontrando corações desejosos de receber mais do Senhor e nos ajude a permanecer atentos aos alertas bíblicos quanto aos últimos dias (Mt 24.12; 2Tm 3.1).

Vinson Synan (2009, p.43-44), ao descrever a atmosfera espiritual no final do século XX, Synan menciona dois pregadores: William Arthur (1856) e Charles Spurgeon (1857). Arthur escreveu: “Agora, adorável Espírito, procedente do Pai e do Filho, desce sobre todas as igrejas, renova o Pentecoste em nossos dias e batiza teu povo generosamente. Oh! Batiza-os mais uma vez com línguas de fogo!” Já Spurgeon, em um sermão intitulado “O Poder do Espírito Santo” afirmou: “Outra grande obra do Espírito Santo que ainda não se realizou é a de nos trazer a glória dos últimos dias. Dentro de poucos anos, não sei quando, não sei como, o Espírito Santo será derramado de forma muito diferente da atual”.

COMENTARIO EXTRA

Comentário de Hubner Braz

O Novo Pentecoste: Expectativa e Realidade Bíblica

1. Introdução

No final do século XIX, uma expectativa crescente se espalhava por diferentes igrejas, tanto nos Estados Unidos quanto na Inglaterra, de um derramamento renovado do Espírito Santo. Essa ideia de um "novo Pentecoste" antecipava um avivamento espiritual global, uma renovação da experiência pentecostal primitiva descrita em Atos 2. Vários pregadores, como William Arthur e Charles Spurgeon, se uniram à expectativa de que o Espírito Santo seria derramado de maneira mais abundante nos últimos tempos.

2. Expectativa do Derramamento do Espírito Santo

No contexto histórico, muitos cristãos ansiavam por um "segundo Pentecoste", uma renovação semelhante à experiência de Atos 2, onde o Espírito Santo desceu com poder, permitindo a manifestação de dons espirituais, incluindo a glossolalia (falar em línguas) e a profecia. Essa expectativa não se limitava a um período histórico, mas apontava para uma obra de Deus nos últimos dias, como descrito em várias passagens bíblicas.

Vinson Synan (2009, p. 43-44) descreve essa atmosfera:

"O Espírito Santo será derramado de forma muito diferente da atual..."

A citação de Charles Spurgeon reflete a expectativa de um derramamento futuro do Espírito em escala global, que estaria marcado pela glória e poder inusitados. A reivindicação de William Arthur para um "Pentecoste renovado" ilustra o desejo coletivo de um avivamento que não apenas traria renovação espiritual, mas também capacitaria os crentes para a obra de Deus no fim dos tempos.

3. O Significado de "Pentecoste" em Grego e Hebraico

3.1. Raiz do Termo em Grego - Πεντηκοστή (Pentēkostē)

A palavra grega Πεντηκοστή (Pentēkostē) significa literalmente "cinquenta" e está associada à festa judaica de Pentecostes, que ocorria cinquenta dias após a Páscoa (Levítico 23.15-16). Era originalmente uma celebração de colheita e também uma festa agrícola, mas, após o evento descrito em Atos 2, passou a ser associada ao derramamento do Espírito Santo.

Em Atos 2.1-4, a expressão "Pentecoste" marca o momento em que o Espírito Santo desceu sobre os discípulos. Este evento se tornou a marca da Igreja primitiva, e o Pentecoste espiritual se tornou sinônimo de avivamento e da manifestação da presença de Deus no meio da Igreja. A partir de então, Pentecoste passou a representar não apenas uma festa judaica, mas uma experiência cristã de renovação e poder divino.

3.2. Raiz do Termo em Hebraico - שבועות (Shavuot)

A festa de Pentecostes no contexto hebraico é chamada Shavuot (em hebraico, שבועות), que significa literalmente "semanas", pois ocorre sete semanas após a Páscoa. Durante essa festa, o povo judeu celebrava a colheita de trigo, especialmente os primeiros frutos, e recordava o momento em que Deus entregou a Lei a Moisés no Monte Sinai. Em Deuteronômio 16.16, está escrito:

"Três vezes por ano, todos os seus homens aparecerão perante o Senhor, seu Deus, no lugar que ele escolher: na Festa dos Pães Ázimos, na Festa das Semanas (Shavuot) e na Festa dos Tabernáculos."

Quando o Espírito Santo se derramou sobre os discípulos em Atos 2, esse evento foi uma transcendência do Shavuot, não apenas como uma celebração agrícola, mas como o momento de recebimento da nova Lei do Espírito. Este evento simboliza a colheita espiritual da Igreja, quando os discípulos recebem o poder de pregar a mensagem do Evangelho ao mundo.

4. O Novo Pentecoste e as Promessas Bíblicas

4.1. A Promessa do Derramamento do Espírito

A promessa de um novo derramamento do Espírito Santo é encontrada em várias passagens proféticas. Joel 2.28-29 é uma das mais significativas, pois profetiza que, nos últimos dias, Deus derramaria o Seu Espírito sobre toda carne:

"E acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos terão sonhos, e vossos jovens terão visões." (Joel 2.28)

A profecia de Joel é uma promessa escatológica, apontando para a obra do Espírito nos últimos tempos, a qual já se iniciou com o Pentecoste de Atos 2, mas também se estende ao futuro da Igreja. O derramamento abundante do Espírito não é apenas para uma geração, mas é para toda a Igreja, e é uma expectativa contínua para todos os crentes.

4.2. O Papel do Espírito nos Últimos Dias

Em Mateus 24.12, Jesus alerta para o esfriamento da fé nos últimos dias:

"E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará."

A condição de frieza espiritual nos últimos dias será um desafio para a Igreja. No entanto, como afirma 2 Timóteo 3.1, os tempos serão difíceis, mas o Espírito Santo estará presente para capacitar os crentes a permanecerem fiéis até o fim. O "novo Pentecoste" não é apenas uma renovação espiritual, mas uma capacitação para enfrentar os tempos difíceis.

5. Opiniões Acadêmicas sobre o Novo Pentecoste

Vinson Synan (2009, p. 43-44) menciona que o novo Pentecoste, esperado por figuras como Charles Spurgeon, representava a unção do Espírito para uma missão maior, que se manifestaria por meio de línguas de fogo e do poder sobrenatural. Ele observa que, enquanto muitos líderes do século XIX ansiavam por esse derramamento, ele só se concretizou plenamente com o avivamento da Rua Azusa no início do século XX.

6. Aplicação Pessoal: Preparando-se para o Novo Pentecoste

Como crentes, podemos nos preparar para essa manifestação do Espírito Santo da seguinte maneira:

1. Arrependimento e Santidade – Atos 3.19: "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados." A santidade prepara o coração para receber mais do Espírito.
2. Expectativa e Fé – O novo Pentecoste exige uma expectativa ativa de que Deus pode fazer algo novo, de maneira poderosa.
3. Unidade na Igreja – O derramamento do Espírito ocorre quando os crentes estão em unidade (Atos 2.1).

7. Conclusão

A expectativa de um novo Pentecoste reflete o anseio da Igreja por um avivamento global, onde o Espírito Santo será derramado de maneira abundante sobre toda a carne. O Pentecoste de Atos 2 foi o início dessa promessa, mas o clamor por um "novo Pentecoste" é um apelo para que o Espírito Santo nos prepare para os últimos dias, capacitando-nos para viver em santidade, missão e poder até a volta de Cristo.

Que possamos viver com expectativa e fé, ansiosos pela manifestação do Espírito em nossas vidas e na Igreja, para que o nome de Cristo seja glorificado em todos os povos!

EU ENSINEI QUE:

Além do Movimento de Santidade, dois outros eventos avivalistas se destacam na história da Igreja no século XIX: o Movimento de Keswick e o Movimento de Edward Irwing.

3- Os Pentecostais e o Movimento de Santidade

Um grande despertar ocorreu após o Movimento de Santidade. A partir dele, a fala e a simbologia do Pentecostes neotestamentário começou a prosperar com mais frequência nas igrejas. Os pastores passaram a dar mais ênfase ao Pentecostes, como modelo dos avivamentos, e à relevância de buscar o vigor e o poder do cristianismo primitivo.

3.1. O desenvolvimento dos aspectos pentecostais. 

Uma análise detalhada do embasamento teológico dos movimentos aqui descritos é capaz de mostrar o aumento, em diferentes publicações e eventos, do uso de uma terminologia própria do discurso pentecostal. Segundo Dayton (2018): os desenvolvimentos teológicos (salvação, batismo no Espírito Santo, cura divina, escatologia) prepararam o palco para o surgimento do Pentecostalismo. Praticamente cada uma das alas do avivalismo, no final do século XIX, estava ensinando uma forma ou outra de todos os temas básicos do Pentecostalismo”.

Ezequias Soares (2021, p. 22): “É consenso entre os pesquisadores e historiadores que o Pentecostalismo surgiu do Movimento de Santidade. Synan registrou: `Não é exagero, portanto, dizer que o pentecostalismo do século XX, pelo menos nos Estados Unidos, nasceu em berço holiness: Os principais líderes do pentecostalismo moderno vieram desse movimento ou tiveram alguma ligação com ele” .

3.2. A influência sobre o pentecostalismo estadunidense.

Um nome que se destaca na história do Movimento Pentecostal do início do século XX é o de Charles Fox Parham (1873-1929), pregador metodista com influência do Movimento de Santidade. É importante lembrarmos que Parham estava vivenciando um contexto de intenso desejo por uma vida mais santificada e capacitada para o evangelismo mundial. Na ânsia de se aprofundar mais no conhecimento e na experiência, como tantos outros em seu tempo, ele se esforçou para conhecer vários ministérios. Parham estava convicto de que havia restado um grande derramamento de poder para os cristãos da geração atual (HYATT, 2021, p.173). Ele passou a defender o argumento teológico de que as línguas são evidência inicial do batismo no Espírito Santo.

Isael de Araújo (2007, p. 541): “Em 1890, Parham ingressou no Soutwest Kansas College e, por três anos, lutou com seus estudos e sua chamada para pregar. Enamorado com a teologia do Movimento de Santidade e impelido pela experiência com a cura divina na faculdade, Parham deixou a igreja metodista em 1895 para iniciar um ministério independente. Impressionado com a ênfase total do Movimento da Santidade sobre o derramamento do Espírito Santo, chamado “latterrain” (chuva serôdia), Parham buscou para si uma maior manifestação desse poder".

COMENTARIO EXTRA

Comentário de Hubner Braz

Os Pentecostais e o Movimento de Santidade: Fundamentos Bíblicos e Teológicos

1. O Caminho para o Pentecostalismo

O Movimento de Santidade preparou o cenário para o nascimento do Pentecostalismo, enfatizando uma vida cristã mais santa e consagrada. Como observa Ezequias Soares (2021, p. 22),

"Os principais líderes do pentecostalismo moderno vieram desse movimento ou tiveram alguma ligação com ele."

Com base nessa perspectiva, compreendemos que o Pentecostalismo não surgiu isoladamente, mas como um desdobramento teológico do desejo por um cristianismo mais puro, vibrante e dinâmico, fundamentado no poder do Espírito Santo.

2. A Conexão Entre Santidade e Pentecostes

O conceito de santidade (hebr. קָדוֹשׁ qadosh; gr. ἅγιος hagios) é essencial para a teologia pentecostal. Deus exige santidade do Seu povo:

"Sede santos, porque eu sou santo." (1Pe 1.16; cf. Lv 11.44)

O Movimento de Santidade defendia que a santificação era uma segunda obra da graça, separada da conversão, preparando o crente para o derramamento do Espírito. Isso reflete o ensino bíblico de que o Espírito Santo opera ativamente na santificação do crente (Rm 15.16; 2Ts 2.13).

2.1. Raiz Hebraica: קדוש (qadosh)

A palavra hebraica קָדוֹשׁ (qadosh) significa "separado, consagrado", e é usada para descrever a natureza de Deus e Sua exigência de um povo santo. Isaías 6.3 apresenta uma visão onde os serafins proclamam:

"Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória!"

A santidade não é apenas um estado moral, mas uma realidade espiritual que prepara o crente para a comunhão com Deus.

2.2. Raiz Grega: ἅγιος (hagios)

O termo grego ἅγιος (hagios) é frequentemente traduzido como "santo" ou "separado". Em Atos 1.8, Jesus promete que o Espírito Santo viria sobre os discípulos, conferindo poder para testemunhar:

"Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas."

A santidade é um pré-requisito para receber a plenitude do Espírito e exercer a missão da Igreja.

3. Charles Parham e a Evidência do Espírito Santo

O metodista Charles Fox Parham foi um dos principais proponentes da ideia de que o falar em línguas (gr. γλῶσσα glōssa) era a evidência inicial do batismo no Espírito Santo. Ele fundamentou sua teologia em Atos 2.4:

"Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem."

Parham via a manifestação de línguas como um sinal inequívoco do poder de Deus sobre a Igreja, associando-a ao fenômeno de Atos 10.44-46 (Cornélio e sua casa) e Atos 19.6 (os discípulos em Éfeso).

3.1. A Palavra "Línguas" em Grego - Γλῶσσα (glōssa)

A palavra γλῶσσα (glōssa) em Atos 2 refere-se tanto a idiomas humanos quanto a uma linguagem espiritual sobrenatural. Em 1 Coríntios 14.2, Paulo ensina que aquele que fala em línguas fala "mistérios com Deus". Isso implica que a glossolalia era tanto um sinal externo para os incrédulos (1Co 14.22) quanto uma edificação espiritual para o crente (1Co 14.4).

3.2. A Relação Entre Santidade e a Plenitude do Espírito

A teologia de Parham refletia o entendimento de que a santidade prepara o caminho para o batismo no Espírito. Esse conceito tem respaldo bíblico:

• Atos 5.32 – "E nós somos testemunhas destas coisas, bem como o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem."
• 2 Coríntios 7.1 – "Purifiquemo-nos de toda impureza, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus."

Essas passagens demonstram que o Espírito Santo opera de maneira mais intensa naqueles que buscam a santidade e a obediência à Palavra de Deus.

4. O Pentecostalismo e a Chuva Serôdia (Latter Rain)

A ideia de que haveria um derramamento final do Espírito antes da volta de Cristo, conhecida como "chuva serôdia" (latter rain), era comum no pensamento de Parham e outros pentecostais primitivos. Esse conceito tem base em Joel 2.23:

"Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, e regozijai-vos no Senhor, vosso Deus, porque ele vos dará em justa medida a chuva, fará descer, como antes, a chuva temporã e a serôdia."

O Novo Testamento interpreta essa profecia em Atos 2.16-18, quando Pedro declara que o derramamento do Espírito é o cumprimento das palavras de Joel. No entanto, muitos pentecostais acreditam que essa profecia ainda terá um cumprimento final nos últimos tempos.

James Dunn (1975, p. 216) argumenta que:

"O Pentecostes não foi apenas um evento único, mas um modelo para a experiência contínua do Espírito na Igreja."

Isso implica que o derramamento do Espírito é algo cíclico e contínuo, e não apenas restrito ao século I ou ao início do século XX.

5. Aplicação Pessoal: O Que Isso Significa Para Nós Hoje?

A relação entre santidade e a plenitude do Espírito Santo continua sendo fundamental para a vida cristã. Algumas lições que podemos aplicar:

1. Busque Santidade e Obediência – O Espírito Santo opera plenamente naqueles que se consagram a Deus.
2. Tenha Fome Espiritual – O desejo por um avivamento pessoal é um passo essencial para experimentar a plenitude do Espírito.
3. Esteja Aberto ao Sobrenatural – O mesmo Espírito que operou em Atos 2 continua agindo hoje, manifestando poder e dons espirituais.

6. Conclusão

O Pentecostalismo não surgiu de um vácuo histórico, mas de um anseio por santidade e poder que permeava o Movimento de Santidade. Charles Parham e outros pioneiros pentecostais entenderam que o Espírito Santo desejava encher e capacitar os crentes para uma vida de poder e testemunho. O batismo no Espírito Santo, evidenciado pelo falar em línguas, não é apenas uma experiência isolada, mas um convite a uma vida de santidade, obediência e intimidade com Deus.

Assim como os primeiros pentecostais buscaram uma experiência mais profunda com o Espírito, somos chamados hoje a viver em santidade e a buscar a plenitude do Espírito Santo, preparando-nos para o avivamento dos últimos dias e para a volta de Cristo.

Que possamos dizer como os primeiros discípulos:

"Vem, Espírito Santo! Enche-nos com Teu poder!" (Atos 4.31).

3.3. A influência na Rua Azusa. 

Em 1905, em Los Angeles, as Igrejas do Movimento de Santidade estavam vivenciando um grande renovo. Os crentes oravam intensamente por um derramamento do poder de Deus. Segundo Synan (2009, p. 67), o jornal Caminho da Fé publicou as palavras do pregador do Movimento, em novembro de 1905: “Los Angeles parece ser o lugar e o tempo, na mente de Deus, para a restauração da Igreja”. Em 1906, William Seymour, pastor de uma igreja do Movimento de Santidade em Houston, no Texas, recebeu o convite para pastorear uma igreja da santidade em Los Angeles. Em sua primeira pregação, baseada em Atos 2.4, ele ensinou o que aprendeu com Charles Fox Parham: “Falar em línguas é a evidência inicial do batismo no Espírito Santo.

Ezequias Soares (2021, p. 40): “É imperativo dizer que o papel da Rua Azusa serviu muito como catalisador dos inúmeros derramamentos ocorridos em outros lugares. Os historiadores do movimento da Rua Azusa são unânimes em mencionar esse avivamento como o centro irradiador, do qual o avivamento se espalhou para outras cidades, estados e nações. Daí também vieram indiretamente as Assembleias de Deus”.

COMENTARIO EXTRA

Comentário de Hubner Braz

A Influência da Rua Azusa: Uma Perspectiva Bíblica e Teológica

1. Introdução: A Rua Azusa e o Cumprimento de uma Expectativa Espiritual

O avivamento da Rua Azusa (1906) foi um marco fundamental no desenvolvimento do Pentecostalismo moderno. Ele ocorreu dentro de um contexto de intensa busca espiritual, em que crentes do Movimento de Santidade ansiavam por um novo derramamento do Espírito Santo. William Seymour, influenciado pelos ensinos de Charles Fox Parham, pregava a doutrina de que as línguas eram a evidência inicial do batismo no Espírito Santo, tomando como base Atos 2.4:

"Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem."

O avivamento da Rua Azusa não apenas confirmou essa doutrina na experiência de milhares de crentes, mas tornou-se o epicentro da expansão global do Pentecostalismo, levando ao surgimento das Assembleias de Deus e outras denominações pentecostais.

2. O Avivamento à Luz das Escrituras

O fenômeno de Atos 2 não foi um evento isolado, mas o cumprimento da profecia de Joel 2.28-29:

"E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos terão sonhos, e vossos jovens terão visões."

2.1. A Palavra "Derramar" em Hebraico - שפך (shaphak)

A palavra hebraica שָׁפַךְ (shaphak) significa "derramar, espalhar abundantemente, fluir como um rio". Esse termo enfatiza a natureza abundante e irrestrita da obra do Espírito. O derramamento descrito em Joel 2.28 é um ato soberano de Deus, concedido não apenas aos judeus, mas a toda carne, incluindo gentios e pessoas de todas as classes sociais.

O avivamento da Rua Azusa refletiu essa verdade, pois reuniu pessoas de diversas origens raciais e sociais, quebrando barreiras que, até então, eram rígidas no cristianismo tradicional da época.

2.2. A Palavra "Plenitude" em Grego - Πληρόω (plēroō)

O verbo grego πληρόω (plēroō), usado em Atos 2.4, significa "encher completamente, saturar, estar repleto". Esse termo não apenas indica a presença do Espírito, mas uma experiência de capacitação sobrenatural.

Nos avivamentos anteriores à Rua Azusa, falava-se sobre a santificação e sobre ter o Espírito Santo, mas a plenitude evidenciada pelas línguas e outros dons espirituais não era uma experiência amplamente reconhecida. Foi no contexto da Rua Azusa que essa realidade se tornou visível e amplamente aceita.

3. O Papel da Rua Azusa como Catalisador do Pentecostalismo

Os historiadores, como Ezequias Soares (2021, p. 40), reconhecem a Rua Azusa como o centro irradiador do avivamento pentecostal. O próprio Seymour descrevia os cultos como um lugar onde "o Espírito Santo tomava o controle".

Isso nos remete a Atos 4.31, onde, após a oração dos discípulos, algo semelhante aconteceu:

"Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus."

O que aconteceu na Rua Azusa reflete essa dinâmica de Atos, onde o Espírito Santo não apenas enchia crentes individualmente, mas também impactava comunidades inteiras, levando muitos a serem enviados para pregar em outros países.

4. Evidências Bíblicas da Manifestação do Espírito

O ensino de Seymour sobre as línguas como evidência inicial do batismo no Espírito se baseava na padrão bíblico do livro de Atos, onde todas as grandes efusões do Espírito foram acompanhadas pelo falar em línguas:

1. Jerusalém – "Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas." (Atos 2.4)
2. Samaria – Embora as línguas não sejam mencionadas explicitamente, Simão viu algo sobrenatural (Atos 8.17-18).
3. Cesareia (Casa de Cornélio) – "Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus." (Atos 10.44-46)
4. Éfeso – "Impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam em línguas e profetizavam." (Atos 19.6)

Dessa forma, o entendimento de que as línguas eram a evidência inicial do batismo no Espírito se alinhava diretamente ao modelo bíblico.

5. Aplicação Pessoal: O Que Podemos Aprender Com a Rua Azusa?

A história da Rua Azusa não é apenas um registro do passado, mas um convite para vivermos uma experiência renovada com o Espírito Santo hoje. Algumas lições importantes:

1. O Espírito Santo Não Está Limitado a uma Época ou Lugar
   Assim como ocorreu em Atos e na Rua Azusa, Deus continua derramando Seu Espírito sobre aqueles que O buscam.
2. A Busca Intensa Produz Resultados Sobrenaturais
   Os crentes de Azusa passaram longos períodos em oração, clamando pelo avivamento. Isso nos ensina a importância de uma vida de intimidade com Deus.
3. O Avivamento Transforma e Capacita Para a Missão
   A plenitude do Espírito não é apenas para uma experiência pessoal, mas para capacitar a Igreja a evangelizar e transformar o mundo.
4. A Unidade no Espírito Supera Barreiras Sociais
   Diferente da segregação racial da época, na Rua Azusa negros e brancos adoravam juntos, mostrando que o Espírito Santo une o povo de Deus.

6. Conclusão: O Espírito Santo Continua Agindo

O avivamento da Rua Azusa foi um ponto de ignição para o crescimento exponencial do Pentecostalismo no mundo. Ele demonstrou que o Espírito Santo deseja encher e capacitar todos os crentes, independentemente de raça, classe social ou nação.

Assim como ocorreu no início do século XX, Deus continua buscando corações famintos por Sua presença. O clamor que impulsionou aquele avivamento deve continuar em nossos dias:

"Senhor, aviva a tua obra no meio dos anos!" (Habacuque 3.2)

Que possamos cultivar a mesma fome espiritual e disposição dos crentes da Rua Azusa, permitindo que o Espírito Santo opere livremente em nossas vidas, igrejas e nações.

EU ENSINEI QUE:

O Movimento de Santidade ofereceu a base para o surgimento do pentecostalismo.

CONCLUSÃO

O Movimento Pentecostal do início do século XX traz algumas características dos movimentos de renovação da Igreja, como: a crença de que, à luz da Palavra, o Senhor deseja abençoar o Seu povo de maneira abundante; o anseio de receber mais de Deus; o interesse em viver em santidade; a consciência de que dependemos do poder do Espírito Santo.

COMENTARIO EXTRA

Comentário de Hubner Braz

O Movimento Pentecostal e a Renovação Espiritual à Luz das Escrituras.

1. Introdução: A Restauração do Poder Espiritual na Igreja

O Movimento Pentecostal, surgido no início do século XX, trouxe consigo elementos comuns aos grandes movimentos de renovação da Igreja, entre eles:

• A crença na abundância das bênçãos de Deus;
• O anseio por uma experiência mais profunda com o Espírito Santo;
• O desejo de viver em santidade;
• A consciência da necessidade do poder do Espírito para cumprir a missão cristã.

Essas características refletem modelos bíblicos de avivamento, onde Deus restaurou Seu povo por meio do derramamento do Espírito e da renovação da aliança.

2. O Conceito de "Bênção Abundante" e a Plenitude da Vida Cristã

2.1. A Palavra "Abundância" no Hebraico - שָׁפַע (shapha)

A palavra hebraica שָׁפַע (shapha’) significa "transbordar, ser excessivamente generoso". Um exemplo clássico dessa promessa está em Malaquias 3.10:

"...se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida."

A ideia de bênção abundante permeia as Escrituras e se manifesta em diversos aspectos da vida do povo de Deus, incluindo o derramamento do Espírito Santo. O Pentecostalismo enfatiza que Deus não deseja que Seu povo viva espiritualmente empobrecido, mas repleto de Sua presença e poder.

2.2. A Palavra "Plenitude" no Grego - Πληρόω (plēroō)

O verbo grego πληρόω (plēroō), usado em Efésios 5.18:

"Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito."

Esse termo indica ser saturado, preenchido completamente. O contexto de Efésios mostra que essa plenitude é uma experiência contínua, não um evento único.

O Pentecostalismo recuperou essa ênfase da Igreja Primitiva, ensinando que os crentes podem e devem buscar uma plenitude constante do Espírito Santo, refletindo uma vida marcada pelo sobrenatural e pela comunhão íntima com Deus.

3. O Anseio por uma Experiência Mais Profunda com Deus

O desejo de buscar mais de Deus é um princípio bíblico, expresso no clamor do salmista:

"A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?" (Salmos 42.2)

Essa busca espiritual é fortalecida pela promessa de Jeremias 29.13:

"Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração."

O Movimento Pentecostal trouxe uma renovação desse anseio espiritual, ensinando que a experiência cristã não deve ser apenas teórica, mas vivencial.

O próprio William Seymour, líder do avivamento da Rua Azusa, disse:

"Se quisermos o batismo no Espírito Santo, precisamos estar dispostos a buscá-lo com intensidade e fome de Deus."

Esse anseio por Deus levou à restauração de práticas como longas vigílias de oração, jejuns e clamor intenso, que resultaram em derramamentos do Espírito semelhantes aos descritos no livro de Atos.

4. A Vida de Santidade Como Evidência do Avivamento

4.1. A Palavra "Santidade" no Hebraico - קֹדֶשׁ (qōdesh)

A palavra קֹדֶשׁ (qōdesh) significa "separação, pureza, consagração". Em Levítico 20.7-8, Deus ordena:

"Santificai-vos e sede santos, pois eu sou o Senhor, vosso Deus."

A santidade no Antigo Testamento não era apenas moral, mas também ritual e espiritual, envolvendo um compromisso total com Deus.

4.2. A Palavra "Santidade" no Grego - Ἁγιασμός (hagiasmós)

No Novo Testamento, a palavra grega ἁγιασμός (hagiasmós) significa "santificação progressiva". Hebreus 12.14 reforça essa verdade:

"Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor."

O Movimento Pentecostal enfatizou a santidade como um estilo de vida separado do pecado, não apenas um código moral, mas uma vida conduzida pelo Espírito Santo. O ensino de Charles Fox Parham e William Seymour insistia que sem santidade, não há verdadeira plenitude do Espírito.

5. O Poder do Espírito Santo e a Capacitação Para a Missão

O poder do Espírito Santo sempre foi essencial para a missão da Igreja. Jesus declarou em Atos 1.8:

"Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra."

A palavra grega para "poder" aqui é δύναμις (dýnamis), que significa "força miraculosa, capacitação divina".

O Movimento Pentecostal restaurou a crença de que esse poder ainda está disponível. Ao contrário de uma fé apenas intelectual, os pentecostais ensinavam que o Espírito Santo transforma vidas e capacita crentes para curas, milagres e evangelismo eficaz.

6. Aplicação Pessoal: Como Podemos Viver Esse Avivamento Hoje?

O Movimento Pentecostal não foi apenas um evento histórico, mas um convite para cada geração viver a plenitude do Espírito Santo. Algumas aplicações para nossa vida cristã:

1. Buscar a plenitude do Espírito diariamente (Efésios 5.18);
2. Manter um coração sedento por mais de Deus (Salmos 42.2);
3. Viver em santidade como reflexo da obra do Espírito (Hebreus 12.14);
4. Depender do poder de Deus para cumprir a missão (Atos 1.8);
5. Persistir na oração até experimentarmos um derramamento genuíno do Espírito (Lucas 24.49).

O clamor dos primeiros pentecostais ainda ecoa hoje:

"Oh! Senhor, aviva a tua obra no meio dos anos!" (Habacuque 3.2)

Que possamos viver o mesmo fervor, santidade e poder espiritual dos crentes que iniciaram esse grande mover de Deus!

SAIBA TUDO SOBRE A ESCOLA DOMINICAL:

SAIBA TUDO SOBRE A ESCOLA DOMINICAL:

• • EBD | Revista Editora Betel | 1° Trimestre De 2025 |  TEMA: MOVIMENTO PENTECOSTAL – A Chama do Espirito que Continua a incendiar o mundo. | Escola Biblica Dominical |

  • Quem compromete-se com a EBD não inventa histórias, mas fala o que está escrito na Bíblia!

📩 Adquira UM DOS PACOTES do acesso Vip ou arquivo avulso de qualquer ano | Saiba mais pelo Zap. 

• • O acesso vip foi pensado para facilitar o superintende e professores de EBD, dá a possibilidade de ter em mãos, Slides, Subsídios de todas as classes e faixas etárias. Saiba qual as opções, e adquira! Entre em contato.

    
    

    Abrir Whatsapp  
  • 
    
  • Abrir Whatsapp
  • 
    
  • 
    
  • Abrir Whatsapp

ADQUIRA O ACESSO VIP ou os conteúdos em pdf 👆👆👆👆👆👆 Entre em contato.

Os conteúdos tem lhe abençoado? Nos abençoe também com Uma Oferta Voluntária de qualquer valor pelo PIX: E-MAIL pecadorconfesso@hotmail.com – ou, PIX:TEL (15)99798-4063 Seja Um Parceiro Desta Obra. “Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. Lucas 6:38

• ////////----------/////////--------------///////////

Clique aqui para Download das:

Revistas + Livros de Apoio + Slides + Ensinador Cristão + Obreiro Aprovado | Para Auxiliar na EBD 1º Trimestre 2025

• ////////----------/////////--------------///////////

SUBSÍDIOS DAS REVISTAS CPAD

ADULTOS CPAD

JOVENS CPAD 

JUVENIS CPAD

ADOLESCENTES CPAD

PRÉ-ADOLESCENTES CPAD

JUNIORES CPAD 

PRIMARIOS CPAD

JARDIM DE INFANCIA CPAD

MATERNAL CPAD 

BERÇÁRIO CPAD

SUBSÍDIOS DAS REVISTAS BETEL

ADULTOS BETEL

JOVENS BETEL

DISCUPULAR+ 

SUBSÍDIOS DAS REVISTAS PECC

ADULTOS PECC

SUBSÍDIOS DAS REVISTAS CENTRAL GOSPEL

ADULTOS CENTRAL GOSPEL

REVISTAS 1º TRIMESTRE 2025 PDF

TODAS REVISTAS DESTE 1919 ~ 2023 EM PDF

---------------------------------------------------------

ESSES ARTIGOS VÃO TE AJUDAR MUITO NA EBD:

(1) ESCALA DE PROFESSORES EM PDF - ESCOLA DOMINICAL

(2) APOSTILAS GRATUIDAS EM PDF PARA MELHORAR EBD

(3) MARCADORES DE PAGINAS PARA EBD(caderneta e relatório EBD em PDF)

(4) CERTIFICADO DE CONCLUSÃO EBD E OUTROS

(5) DICAS PARA ENCERRAMENTO DA EBD - ESCOLA DOMINICAL

• ////////----------/////////--------------///////////