SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo d e cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o...
SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO PROFESSOR
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo d e cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Isaías 6 há 13 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com o s alunos, Isaías 6.1-13 (2 min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia A Paz do Senhor, professor (a)! Hoje trataremos daquele capítulo que conhecemos como “o chamado de Isaías”. Vamos voltar à descrição que o profeta escreveu para tentar verbalizar em linguagem humana a soberania gloriosa de Deus. A visão do que ele entende ser as vestes de Deus e do coro de querubins são os destaques daquela realidade surpreendente. A imagem contrasta com as baixezas e pecados do povo; com a humanidade imperfeita do próprio Isaías, que naquele momento foi convocado. Quanto a nós, devemos nos dispor como Isaías até que por nós se dê a conhecer a mensagem de Deus ao mundo. Temos o Evangelho de Jesus a proclamar, pois para isso Ele nos tem chamado.
OBJETIVOS
PARA COMEÇAR A AULA
Selecione alguns objetos segundo o seu peso e os distribua em grupos desde os mais leves; os de peso médio e, num terceiro grupo, os mais pesados. É importante que os mais leves sejam os mais valiosos e os mais pesados tenham pouco valor (um relógio e um vaso com areia, por exemplo). Depois, chame três voluntários e deixe que escolham qual objeto querem segurar até o final da aula. A ideia é mostrar que nem todos estão disponíveis para assumir tarefas difíceis, como Isaías estava.
LEITURA ADICIONAL
Texto Áureo
“Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. “ Is 6.8
Leitura Bíblica Com Todos
Isaías 6 .1-13
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Leitura Bíblica em Isaías 6:1-13 com Comentário Versículo por Versículo
Isaías 6 narra a visão da glória de Deus que Isaías experimentou e seu chamado profético. Abaixo está uma análise detalhada de cada versículo com comentário bíblico, incluindo a raiz das palavras hebraicas.
Versículo 1:
“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo.”
- Comentário:
Isaías começa situando o momento histórico da visão: a morte do rei Uzias, que reinou por 52 anos em Judá (2 Crônicas 26). A expressão “vi ao Senhor” indica uma experiência espiritual única. A palavra “Senhor” aqui no hebraico é "אֲדֹנָי" (Adonai), enfatizando a soberania e autoridade de Deus. A visão de Deus no trono elevado simboliza Seu domínio absoluto sobre toda a criação, enquanto o “séquito” ("שׁוּל" - shul) refere-se às bordas de Suas vestes, que preenchiam o templo, indicando a santidade e majestade divina.
Versículo 2:
“Os serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam.”
- Comentário:
Os "serafins" ("שָׂרָף" - saraf, significa “ardente” ou “queimador”) representam seres angelicais em contínua adoração e serviço a Deus. Suas ações demonstram reverência: cobrir o rosto indica que nem mesmo os seres celestiais podem olhar diretamente para Deus, enquanto cobrir os pés é um sinal de humildade. Voar simboliza prontidão para servir. A descrição sublinha a santidade incomparável de Deus e o respeito absoluto que Ele inspira.
Versículo 3:
“E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.”
- Comentário:
A tripla repetição de “santo” ("קָדוֹשׁ" - qadosh) enfatiza a perfeição da santidade de Deus (uma construção poética hebraica para dar ênfase). A expressão “Senhor dos Exércitos” ("יְהוָה צְבָאוֹת" - YHWH Tsevaot) apresenta Deus como o comandante supremo das forças celestiais e terrenas. A proclamação de que a “terra está cheia da sua glória” destaca que a majestade de Deus se manifesta em toda a criação.
Versículo 4:
“E os umbrais das portas se moveram com a voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.”
- Comentário:
O movimento dos umbrais ("אַמּוֹת" - ammoth) e a fumaça ("עָשָׁן" - ashan) simbolizam a manifestação da presença divina, frequentemente associada com juízo ou glória (Êx 19:18). A fumaça reflete a santidade e mistério de Deus, que encobre Sua plena glória dos mortais.
Versículo 5:
“Então, disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos.”
- Comentário:
Isaías reconhece sua indignidade diante da santidade divina. A palavra “perdido” ("נִדְמֵיתִי" - nidmeti) pode ser traduzida como “aniquilado” ou “arruinado”. Ele confessa seus “lábios impuros” ("טָמֵא" - tamei, algo ritualmente impuro), refletindo o pecado pessoal e coletivo. Ver o “Rei” reafirma que Deus é a autoridade suprema sobre Israel e o mundo.
Versículo 6:
“Mas um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz.”
- Comentário:
A brasa viva ("רִצְפָּה" - ritspah) retirada do altar representa a purificação e expiação dos pecados. O altar era o lugar de sacrifício, e o ato de tocar a brasa em Isaías simboliza a graça de Deus ao purificá-lo e prepará-lo para o serviço profético.
Versículo 7:
“Com ela tocou a minha boca e disse: Eis que esta tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e purificado o teu pecado.”
- Comentário:
O toque da brasa nos lábios de Isaías simboliza sua purificação. A palavra “iniquidade” ("עָוֹן" - avon) refere-se ao peso do pecado, enquanto “purificado” ("כָּפַר" - kaphar) indica expiação. Este ato revela que Deus não apenas perdoa, mas também capacita aqueles que Ele chama.
Versículo 8:
“Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.”
- Comentário:
A resposta de Isaías ao chamado divino demonstra sua transformação. A palavra “enviarei” ("שָׁלַח" - shalach) implica uma missão específica dada por Deus. A prontidão de Isaías (“eis-me aqui”) é um exemplo de submissão total à vontade divina.
Versículo 9:
“Então, disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvi, ouvi, mas não entendais; e vede, vede, mas não percebei.”
- Comentário:
A mensagem que Isaías deve proclamar é uma de julgamento. As palavras para “ouvir” ("שָׁמַע" - shama) e “ver” ("רָאָה" - raah) sugerem um entendimento espiritual bloqueado devido à rebeldia do povo.
Versículo 10:
“Engorda o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhe os olhos; para que não veja com os olhos, nem ouça com os ouvidos, nem entenda com o coração, nem se converta, e seja sarado.”
- Comentário:
O endurecimento do coração ("לֵב" - lev) reflete o juízo divino. Deus permite que o povo siga sua própria dureza como consequência de seus pecados. Jesus cita este versículo em Mateus 13:14-15, explicando o papel da cegueira espiritual no cumprimento da profecia.
Versículo 11:
“Então, disse eu: Até quando, Senhor? E respondeu: Até que se assolem as cidades e fiquem sem habitantes, e nas casas não fique ninguém, e a terra seja assolada de todo.”
- Comentário:
A pergunta de Isaías demonstra sua preocupação pela extensão do julgamento. A palavra “assolação” ("שָׁמֵם" - shamem) denota destruição total, uma consequência da desobediência persistente de Israel.
Versículo 12:
“E o Senhor afaste dela os homens, e no meio da terra seja grande o desamparo.”
- Comentário:
O afastamento do povo simboliza o exílio. O “desamparo” ("עֲזוּבָה" - azuvah) sugere abandono devido ao juízo de Deus, mas também prenuncia uma futura restauração.
Versículo 13:
“Mas, se ainda ficar a décima parte dela, tornará a ser pastada; como o terebinto e como o carvalho, dos quais, depois de cortados, ainda fica o toco; assim a santa semente será o seu toco.”
- Comentário:
O “toco” ("מַצֶּבֶת" - matzevet) representa o remanescente fiel. Apesar do juízo, Deus preservará um povo santo para cumprir Seus propósitos. Este versículo destaca a esperança messiânica e a fidelidade divina.
Conclusão
Isaías 6 apresenta a soberania e santidade de Deus, o reconhecimento humano do pecado, e o chamado para uma missão desafiadora. Cada versículo ressalta a necessidade de submissão, arrependimento e confiança no plano redentor de Deus.
Leitura Bíblica em Isaías 6:1-13 com Comentário Versículo por Versículo
Isaías 6 narra a visão da glória de Deus que Isaías experimentou e seu chamado profético. Abaixo está uma análise detalhada de cada versículo com comentário bíblico, incluindo a raiz das palavras hebraicas.
Versículo 1:
“No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo.”
- Comentário:
Isaías começa situando o momento histórico da visão: a morte do rei Uzias, que reinou por 52 anos em Judá (2 Crônicas 26). A expressão “vi ao Senhor” indica uma experiência espiritual única. A palavra “Senhor” aqui no hebraico é "אֲדֹנָי" (Adonai), enfatizando a soberania e autoridade de Deus. A visão de Deus no trono elevado simboliza Seu domínio absoluto sobre toda a criação, enquanto o “séquito” ("שׁוּל" - shul) refere-se às bordas de Suas vestes, que preenchiam o templo, indicando a santidade e majestade divina.
Versículo 2:
“Os serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam.”
- Comentário:
Os "serafins" ("שָׂרָף" - saraf, significa “ardente” ou “queimador”) representam seres angelicais em contínua adoração e serviço a Deus. Suas ações demonstram reverência: cobrir o rosto indica que nem mesmo os seres celestiais podem olhar diretamente para Deus, enquanto cobrir os pés é um sinal de humildade. Voar simboliza prontidão para servir. A descrição sublinha a santidade incomparável de Deus e o respeito absoluto que Ele inspira.
Versículo 3:
“E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.”
- Comentário:
A tripla repetição de “santo” ("קָדוֹשׁ" - qadosh) enfatiza a perfeição da santidade de Deus (uma construção poética hebraica para dar ênfase). A expressão “Senhor dos Exércitos” ("יְהוָה צְבָאוֹת" - YHWH Tsevaot) apresenta Deus como o comandante supremo das forças celestiais e terrenas. A proclamação de que a “terra está cheia da sua glória” destaca que a majestade de Deus se manifesta em toda a criação.
Versículo 4:
“E os umbrais das portas se moveram com a voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.”
- Comentário:
O movimento dos umbrais ("אַמּוֹת" - ammoth) e a fumaça ("עָשָׁן" - ashan) simbolizam a manifestação da presença divina, frequentemente associada com juízo ou glória (Êx 19:18). A fumaça reflete a santidade e mistério de Deus, que encobre Sua plena glória dos mortais.
Versículo 5:
“Então, disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos.”
- Comentário:
Isaías reconhece sua indignidade diante da santidade divina. A palavra “perdido” ("נִדְמֵיתִי" - nidmeti) pode ser traduzida como “aniquilado” ou “arruinado”. Ele confessa seus “lábios impuros” ("טָמֵא" - tamei, algo ritualmente impuro), refletindo o pecado pessoal e coletivo. Ver o “Rei” reafirma que Deus é a autoridade suprema sobre Israel e o mundo.
Versículo 6:
“Mas um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz.”
- Comentário:
A brasa viva ("רִצְפָּה" - ritspah) retirada do altar representa a purificação e expiação dos pecados. O altar era o lugar de sacrifício, e o ato de tocar a brasa em Isaías simboliza a graça de Deus ao purificá-lo e prepará-lo para o serviço profético.
Versículo 7:
“Com ela tocou a minha boca e disse: Eis que esta tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e purificado o teu pecado.”
- Comentário:
O toque da brasa nos lábios de Isaías simboliza sua purificação. A palavra “iniquidade” ("עָוֹן" - avon) refere-se ao peso do pecado, enquanto “purificado” ("כָּפַר" - kaphar) indica expiação. Este ato revela que Deus não apenas perdoa, mas também capacita aqueles que Ele chama.
Versículo 8:
“Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.”
- Comentário:
A resposta de Isaías ao chamado divino demonstra sua transformação. A palavra “enviarei” ("שָׁלַח" - shalach) implica uma missão específica dada por Deus. A prontidão de Isaías (“eis-me aqui”) é um exemplo de submissão total à vontade divina.
Versículo 9:
“Então, disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvi, ouvi, mas não entendais; e vede, vede, mas não percebei.”
- Comentário:
A mensagem que Isaías deve proclamar é uma de julgamento. As palavras para “ouvir” ("שָׁמַע" - shama) e “ver” ("רָאָה" - raah) sugerem um entendimento espiritual bloqueado devido à rebeldia do povo.
Versículo 10:
“Engorda o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhe os olhos; para que não veja com os olhos, nem ouça com os ouvidos, nem entenda com o coração, nem se converta, e seja sarado.”
- Comentário:
O endurecimento do coração ("לֵב" - lev) reflete o juízo divino. Deus permite que o povo siga sua própria dureza como consequência de seus pecados. Jesus cita este versículo em Mateus 13:14-15, explicando o papel da cegueira espiritual no cumprimento da profecia.
Versículo 11:
“Então, disse eu: Até quando, Senhor? E respondeu: Até que se assolem as cidades e fiquem sem habitantes, e nas casas não fique ninguém, e a terra seja assolada de todo.”
- Comentário:
A pergunta de Isaías demonstra sua preocupação pela extensão do julgamento. A palavra “assolação” ("שָׁמֵם" - shamem) denota destruição total, uma consequência da desobediência persistente de Israel.
Versículo 12:
“E o Senhor afaste dela os homens, e no meio da terra seja grande o desamparo.”
- Comentário:
O afastamento do povo simboliza o exílio. O “desamparo” ("עֲזוּבָה" - azuvah) sugere abandono devido ao juízo de Deus, mas também prenuncia uma futura restauração.
Versículo 13:
“Mas, se ainda ficar a décima parte dela, tornará a ser pastada; como o terebinto e como o carvalho, dos quais, depois de cortados, ainda fica o toco; assim a santa semente será o seu toco.”
- Comentário:
O “toco” ("מַצֶּבֶת" - matzevet) representa o remanescente fiel. Apesar do juízo, Deus preservará um povo santo para cumprir Seus propósitos. Este versículo destaca a esperança messiânica e a fidelidade divina.
Conclusão
Isaías 6 apresenta a soberania e santidade de Deus, o reconhecimento humano do pecado, e o chamado para uma missão desafiadora. Cada versículo ressalta a necessidade de submissão, arrependimento e confiança no plano redentor de Deus.
Verdade Prática
Reconhecer a santidade de Deus nos leva a uma postura de reverência e disponibilidade para cumprir Seu chamado.
DEVOCIONAL DIÁRIO
INTRODUÇÃO
O capítulo seis registra o chamado de Isaías para o ofício profético. A visão da sala do trono, do “Santo dos Santos” influenciou grandemente o seu ministério. A morte do rei Uzias, após 5 2 anos de reinado, marcou o final de uma era e veio acompanhada de muitas tensões e mudanças radicais. Foi neste momento difícil que Deus apareceu e chamou Isaías.
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
O capítulo 6 de Isaías é uma das passagens mais emblemáticas do Antigo Testamento. Ele não apenas registra o chamado de Isaías, mas também apresenta uma teofania marcante, onde a santidade e a glória de Deus são reveladas. A introdução destaca um contexto de transição política e espiritual em Judá, marcado pela morte do rei Uzias, que reinou por 52 anos e trouxe relativa estabilidade ao reino.
Comentário Bíblico e Teológico
- Contexto histórico e teológico:
- O reinado de Uzias (também chamado Azarias) foi caracterizado por prosperidade e fortalecimento militar (2Cr 26:3-15). Contudo, sua arrogância ao tentar queimar incenso no templo trouxe-lhe lepra como punição divina (2Cr 26:16-21). A morte de Uzias simboliza o fim de um período de segurança e o início de uma época de instabilidade.
- É neste contexto que Isaías tem a visão de Deus em Seu trono (Is 6:1). Enquanto o trono de Judá está vazio devido à morte do rei, o trono celestial está ocupado pelo soberano Deus. Essa imagem reforça a soberania divina mesmo em tempos de crise (Salmos 47:8).
- A visão de Deus e sua santidade:
- Isaías vê o Senhor sentado no trono, "alto e sublime" (Is 6:1). A palavra hebraica usada para "alto" é רָם (ram), indicando elevação, exaltação e transcendência. A expressão "sublime" vem de נִשָּׂא (nissá), que significa "erguido" ou "levantado", reforçando a majestade de Deus.
- Essa visão é teologicamente significativa porque destaca a santidade de Deus como seu atributo central, refletido na repetição tripla de "Santo, Santo, Santo" no versículo 3. Na tradição hebraica, a repetição indica intensidade e perfeição.
- O chamado de Isaías:
- A visão ocorre no templo, que era o centro da adoração em Israel. Alguns estudiosos sugerem que Isaías, sendo sacerdote ou com acesso ao templo, estava em um momento de busca espiritual. O chamado de Deus vem em um momento de crise nacional, mostrando que o Senhor frequentemente levanta líderes espirituais em tempos de transição.
- A confissão e purificação de Isaías:
- Diante da santidade de Deus, Isaías reconhece sua condição pecaminosa: "Ai de mim, pois estou perdido" (Is 6:5). A palavra hebraica para "perdido" é נִדְמֵיתִי (nidmeti), que pode ser traduzida como "destruído" ou "reduzido a nada". Esta é a reação apropriada de alguém que vê a glória de Deus, semelhante à de outros personagens bíblicos como Moisés (Êx 33:20) e Ezequiel (Ez 1:28).
- A purificação de Isaías, através da brasa viva tocando seus lábios, simboliza o perdão divino. A palavra hebraica para "perdoar" (Is 6:7) é כָּפַר (kaphar), que também é usada no contexto da expiação.
- A missão de Isaías:
- Após ser purificado, Isaías responde ao chamado com "Eis-me aqui, envia-me" (Is 6:8). A expressão hebraica הִנְנִי (hineni) denota prontidão total e disposição de servir, ecoando outras respostas semelhantes na Bíblia, como as de Abraão (Gn 22:1) e Samuel (1Sm 3:4).
Aplicação Pessoal
- Confiança na soberania de Deus:
- Assim como o trono de Judá estava vazio, as crises em nossas vidas podem nos fazer sentir desamparados. Contudo, a visão de Isaías nos lembra que o trono de Deus nunca está vazio. Ele continua governando soberanamente (Dn 4:34-35). Em tempos de incerteza, podemos confiar no controle absoluto de Deus.
- Conscientização da santidade de Deus:
- A visão de Isaías desafia-nos a reverenciar a santidade de Deus. Muitas vezes, a percepção de sua glória e pureza nos conduz à confissão sincera de nossos pecados (1Jo 1:9). Essa experiência de purificação transforma nossas vidas e nos prepara para o serviço.
- Resposta ao chamado divino:
- Isaías respondeu ao chamado de Deus com prontidão. A aplicação para os cristãos é estar disposto a dizer "Eis-me aqui" quando Deus nos chama para qualquer tarefa ou ministério, reconhecendo que Ele nos capacita para aquilo que nos chama.
Referências Acadêmicas Cristãs
- Barry G. Webb, em seu comentário sobre Isaías (The Book of Isaiah: The New International Commentary on the Old Testament), aponta que o chamado de Isaías representa um momento paradigmático na revelação de Deus à humanidade. Webb enfatiza a soberania de Deus em tempos de crise como o tema central.
- John N. Oswalt, em The Book of Isaiah, Chapters 1-39, destaca que a visão do trono celestial enfatiza a separação entre Deus e os seres humanos, mas também a graça que possibilita o relacionamento.
- A visão da santidade de Deus é discutida extensivamente por R. C. Sproul em The Holiness of God. Ele argumenta que essa visão molda toda a teologia de Isaías e revela a verdadeira essência da santidade divina.
A introdução ao chamado de Isaías é, portanto, um lembrete poderoso da majestade de Deus, do impacto transformador da visão de Sua glória e da necessidade de responder ao Seu chamado com humildade e obediência.
O capítulo 6 de Isaías é uma das passagens mais emblemáticas do Antigo Testamento. Ele não apenas registra o chamado de Isaías, mas também apresenta uma teofania marcante, onde a santidade e a glória de Deus são reveladas. A introdução destaca um contexto de transição política e espiritual em Judá, marcado pela morte do rei Uzias, que reinou por 52 anos e trouxe relativa estabilidade ao reino.
Comentário Bíblico e Teológico
- Contexto histórico e teológico:
- O reinado de Uzias (também chamado Azarias) foi caracterizado por prosperidade e fortalecimento militar (2Cr 26:3-15). Contudo, sua arrogância ao tentar queimar incenso no templo trouxe-lhe lepra como punição divina (2Cr 26:16-21). A morte de Uzias simboliza o fim de um período de segurança e o início de uma época de instabilidade.
- É neste contexto que Isaías tem a visão de Deus em Seu trono (Is 6:1). Enquanto o trono de Judá está vazio devido à morte do rei, o trono celestial está ocupado pelo soberano Deus. Essa imagem reforça a soberania divina mesmo em tempos de crise (Salmos 47:8).
- A visão de Deus e sua santidade:
- Isaías vê o Senhor sentado no trono, "alto e sublime" (Is 6:1). A palavra hebraica usada para "alto" é רָם (ram), indicando elevação, exaltação e transcendência. A expressão "sublime" vem de נִשָּׂא (nissá), que significa "erguido" ou "levantado", reforçando a majestade de Deus.
- Essa visão é teologicamente significativa porque destaca a santidade de Deus como seu atributo central, refletido na repetição tripla de "Santo, Santo, Santo" no versículo 3. Na tradição hebraica, a repetição indica intensidade e perfeição.
- O chamado de Isaías:
- A visão ocorre no templo, que era o centro da adoração em Israel. Alguns estudiosos sugerem que Isaías, sendo sacerdote ou com acesso ao templo, estava em um momento de busca espiritual. O chamado de Deus vem em um momento de crise nacional, mostrando que o Senhor frequentemente levanta líderes espirituais em tempos de transição.
- A confissão e purificação de Isaías:
- Diante da santidade de Deus, Isaías reconhece sua condição pecaminosa: "Ai de mim, pois estou perdido" (Is 6:5). A palavra hebraica para "perdido" é נִדְמֵיתִי (nidmeti), que pode ser traduzida como "destruído" ou "reduzido a nada". Esta é a reação apropriada de alguém que vê a glória de Deus, semelhante à de outros personagens bíblicos como Moisés (Êx 33:20) e Ezequiel (Ez 1:28).
- A purificação de Isaías, através da brasa viva tocando seus lábios, simboliza o perdão divino. A palavra hebraica para "perdoar" (Is 6:7) é כָּפַר (kaphar), que também é usada no contexto da expiação.
- A missão de Isaías:
- Após ser purificado, Isaías responde ao chamado com "Eis-me aqui, envia-me" (Is 6:8). A expressão hebraica הִנְנִי (hineni) denota prontidão total e disposição de servir, ecoando outras respostas semelhantes na Bíblia, como as de Abraão (Gn 22:1) e Samuel (1Sm 3:4).
Aplicação Pessoal
- Confiança na soberania de Deus:
- Assim como o trono de Judá estava vazio, as crises em nossas vidas podem nos fazer sentir desamparados. Contudo, a visão de Isaías nos lembra que o trono de Deus nunca está vazio. Ele continua governando soberanamente (Dn 4:34-35). Em tempos de incerteza, podemos confiar no controle absoluto de Deus.
- Conscientização da santidade de Deus:
- A visão de Isaías desafia-nos a reverenciar a santidade de Deus. Muitas vezes, a percepção de sua glória e pureza nos conduz à confissão sincera de nossos pecados (1Jo 1:9). Essa experiência de purificação transforma nossas vidas e nos prepara para o serviço.
- Resposta ao chamado divino:
- Isaías respondeu ao chamado de Deus com prontidão. A aplicação para os cristãos é estar disposto a dizer "Eis-me aqui" quando Deus nos chama para qualquer tarefa ou ministério, reconhecendo que Ele nos capacita para aquilo que nos chama.
Referências Acadêmicas Cristãs
- Barry G. Webb, em seu comentário sobre Isaías (The Book of Isaiah: The New International Commentary on the Old Testament), aponta que o chamado de Isaías representa um momento paradigmático na revelação de Deus à humanidade. Webb enfatiza a soberania de Deus em tempos de crise como o tema central.
- John N. Oswalt, em The Book of Isaiah, Chapters 1-39, destaca que a visão do trono celestial enfatiza a separação entre Deus e os seres humanos, mas também a graça que possibilita o relacionamento.
- A visão da santidade de Deus é discutida extensivamente por R. C. Sproul em The Holiness of God. Ele argumenta que essa visão molda toda a teologia de Isaías e revela a verdadeira essência da santidade divina.
A introdução ao chamado de Isaías é, portanto, um lembrete poderoso da majestade de Deus, do impacto transformador da visão de Sua glória e da necessidade de responder ao Seu chamado com humildade e obediência.
I- VISÃO DE DEUS (6:1-3)
A visão do trono de Deus foi realmente uma experiência fabulosa que marcou a vida do profeta intrépido e temente a Deus. Ele viu coisas celestiais, tais como o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono e anjos que voavam na presença do Criador. 0 apóstolo Paulo teve uma experiência similar, quando foi arrebatado até o “terceiro céu ” (2 Co 12.2). 0 apóstolo João, na Ilha de Patmos, teve uma grande experiência quando foi “arrebatado em espírito” (Ap 4 .2 ). Tais experiências mudaram radicalmente a vida daqueles homens, tornando-os grandes testemunhas oculares da ação divina sobre a humanidade.
1- As vestes enchiam o templo (6.1) No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo.
Para o desanimado profeta, enquanto ele orava no templo em Jerusalém, o Senhor concedeu uma visão transformadora de Sua glória. Assim ele assegurou a Isaías que, apesar da aparente maldade sobre a terra, o Senhor Jeová continuava reinando onipotente sobre o Seu trono celestial, adorado pelos querubins, poderosos anjos celestiais. Até os alicerces do Templo terrestre tremeram sob o estrondo do coro angelical e o santuário se encheu de fumaça do incenso da oração. As abas das vestes correspondem aos sopés, as orlas da glória do Senhor, que se veste com luz resplandecente, uma indumentária solene cujas abas enchiam todo o santuário celestial. O apóstolo João se refere a esta visão de Isaías como sendo uma visão da glória do Cristo (Jo 12.41). Antes de entrar no “Santo dos Santos” havia um altar, chamado de “altar do incenso”. O Sumo Sacerdote deveria acender o incenso, e empurrá-lo junto ao véu que separava os compartimentos entre o “Santo” e o “Santo dos Santos”. Sendo assim, o veículo que conduzia o homem ao “Santo dos Santos” era o incenso. A Bíblia descreve o incenso como símbolo da “oração”, pois, a oração conduz o homem ao mais alto nível de intimidade com Deus e tem valor inestimável (Ap 8.3-4).
2- Os Serafins (6.) Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava.
Os Serafim são seres celestiais dedicados à proclamação da santidade de Deus e à Sua glória Certamente, cobriam o rosto porque não se achavam dignos diante da majestade de Jeová. Cobriam os pés como sinal de reverência e respeito diante do Santo dos santos e Senhor dos Exércitos. Esta passagem nos ensina que devemos ter reverência na presença do Senhor nosso Deus. Pois os serafins, seres santos e puros, o tiveram como sinal de temor Em Cristo, temos a liberdade de adorar o Criador, mas não de qualquer jeito. Não devemos tratá-lo como um ser comum, não dando a ele o devido respeito e a devida reverência Devemos honrá-lo, sim, com celebração, respeito, adoração e exaltação ao seu eterno nome (Hb 1228-29).
3- “Santo, Santo, Santo” (6 .3) E clamavam uns para o s outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.
Outro detalhe da visão de Isaías foi a exaltação de Deus feita pelos Serafins. Eles repetem, por três vezes, o termo “santo”. Esta expressão, no hebraico, é qadosh, que significa literalmente “sagrado, separado”. Na Bíblia, aparece só duas vezes nesta forma tríplice “santo, santo, santo”: uma no Antigo (6.3) e outra no Novo Testamento (Ap 4.8). Em ambos os casos, a expressão “santo, santo, santo” é falada ou cantada por seres celestiais; ocorre durante a visão de homens que foram agraciados pelo dom da profecia e sempre perante o trono de Deus. A santidade é um dos atributos de Deus que o distingue de todos os outros seres. Para o homem é muito difícil alcançá-la plenamente, mas ainda assim somos exortados a buscar a santificação e a nós tomarmos santos como Ele o é.
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
O capítulo 6 de Isaías oferece uma das mais impactantes revelações da glória e santidade de Deus, com detalhes que impactaram profundamente a vida de Isaías e são, igualmente, poderosos para os cristãos hoje. A visão do trono de Deus, a presença dos serafins, e a exaltação de Deus com a repetição tripla de "Santo, Santo, Santo" nos trazem uma compreensão mais profunda da majestade e da transcendência divina, além de nos desafiar a refletir sobre nossa própria reverência e adoração a Deus.
1. Versículo 6:1 – "As vestes enchiam o templo"
Texto: "No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo." (Isaías 6:1)
- Contexto Histórico e Teológico:
- A morte do rei Uzias, que marcou o fim de um longo reinado e um período de estabilidade em Judá, foi um momento de grande incerteza política e espiritual. É neste contexto de crise que Isaías tem sua visão, revelando que, embora os tronos humanos se desfaçam, o Trono celestial de Deus permanece firme e soberano. Deus continua reinando.
- A expressão "as abas de suas vestes enchiam o templo" simboliza a vastidão e a glória de Deus, que transcendem o espaço físico. Isso remete à ideia de que Deus é infinito e Sua presença é inquestionavelmente majestosa, ocupando e preenchendo todo o lugar de adoração.
- Raiz Hebraica e Significado:
- A palavra hebraica para "aba" é כְּנָף (kenaf), que significa "asa" ou "borda". Esse termo é usado muitas vezes nas Escrituras para denotar a extensão da autoridade ou presença de Deus, como em Êxodo 19:4, onde Deus diz a Moisés que Ele os tomou "sob as suas asas". Em Isaías 6, simboliza o domínio abrangente e a majestade de Deus.
- Aplicação Pessoal:
- Este versículo nos desafia a refletir sobre a imensidão e a soberania de Deus, que não é limitado por espaço ou tempo. Em tempos de crise, como Isaías, podemos nos consolar com a certeza de que, mesmo quando tudo ao nosso redor parece desmoronar, Deus continua reinando soberanamente sobre todas as coisas. Ele é a nossa segurança.
2. Versículo 6:2 – "Os Serafins"
Texto: "Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava." (Isaías 6:2)
- Contexto Teológico e Significado:
- Os serafins são seres celestiais descritos em Isaías como estando na presença de Deus, adorando e proclamando Sua santidade. A palavra שָׂרָף (saraf) vem de uma raiz que significa "queimar" ou "ardente", o que pode sugerir sua proximidade com a glória ardente de Deus. Eles são descritos como seres de pura santidade, envolvidos com a adoração e a proclamação da glória de Deus.
- O fato de os serafins cobrirem o rosto e os pés com suas asas indica reverência e humildade diante de Deus. Mesmo sendo seres de alta posição espiritual, eles reconhecem sua total dependência e a transcendência de Deus, dando exemplo de reverência e temor.
- Raiz Hebraica e Significado:
- O termo "serafins" tem conotações de ardência e purificação. Sua descrição de cobrir o rosto pode ser interpretada como uma tentativa de se proteger da gloriosa luz da santidade de Deus (cf. Êxodo 33:20). Cobrir os pés pode ser interpretado como sinal de respeito, pois os pés são uma parte do corpo geralmente associada à humildade e sujeição.
- Aplicação Pessoal:
- Este versículo nos chama a reverência. Assim como os serafins, somos chamados a adorar a Deus com humildade, reconhecimento da Sua grandeza e com temor. Não devemos tratar a presença de Deus de maneira leviana, mas com profundo respeito, sabendo que Ele é santo, majestoso e digno de nossa adoração.
3. Versículo 6:3 – "Santo, Santo, Santo"
Texto: "E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória." (Isaías 6:3)
- Contexto Teológico e Significado:
- A repetição tripla de "santo" é única nas Escrituras e reflete a perfeição e a incomparabilidade de Deus. A palavra hebraica para "santo" é קָדוֹש (qadosh), que significa "separado", "consagrado" e "exclusivamente dedicado". Deus é separado de toda a criação por Sua perfeição moral, Sua pureza e Sua majestade.
- A adoração dos serafins, ao proclamarem "Santo, Santo, Santo", enfatiza a natureza única e suprema de Deus. Essa tripla exaltação de Sua santidade é um reconhecimento de Sua autoridade suprema e Sua pureza imaculada, o que destaca ainda mais o contraste entre a divindade e a humanidade caída.
- Raiz Hebraica e Significado:
- A palavra קָדוֹש (qadosh) denota algo sagrado, separado do comum, e muitas vezes é usada para descrever a pureza absoluta de Deus, como em Levítico 11:44. Sua triplicação no contexto de Isaías sublinha a perfeição infinita da santidade de Deus.
- Aplicação Pessoal:
- Este versículo nos desafia a considerar como respondemos à santidade de Deus. Assim como os serafins, nossa resposta deve ser uma adoração constante e reverente. Devemos nos esforçar para viver de acordo com a santidade de Deus, buscando sermos transformados por Sua presença e purificados pela Sua verdade.
Conclusão e Aplicação Prática:
A visão do trono de Deus registrada em Isaías 6 revela muito sobre a natureza de Deus: Sua soberania, Sua santidade, e Sua transcendência. A resposta de Isaías, reconhecendo sua pecaminosidade e recebendo a purificação de Deus, nos ensina que, diante de Sua glória, somos chamados a uma profunda introspecção e a um compromisso renovado de viver em santidade. A adoração de Deus deve ser feita com reverência e respeito, reconhecendo Sua soberania e pureza.
- Aplicação Pessoal:
- Diante da grandiosidade de Deus, devemos nos aproximar d'Ele com humildade e reverência, reconhecendo Sua santidade e buscando viver em santidade. Nossos atos de adoração devem refletir o respeito que os serafins demonstraram. E, como Isaías, devemos estar dispostos a ser purificados e a responder ao chamado de Deus para o serviço, confiando que Sua presença continua conosco, mesmo em tempos de crise.
Referências Acadêmicas Cristãs:
- John N. Oswalt, em The Book of Isaiah, Chapters 1-39, destaca que a repetição tripla de "Santo, Santo, Santo" é fundamental para entender a teologia da santidade em Isaías, revelando a incomparável pureza e transcendência de Deus.
- R. C. Sproul, em The Holiness of God, observa que a santidade de Deus não pode ser separada de Sua justiça e perfeição moral, e é esse atributo que fundamenta a adoração bíblica.
- Walter Brueggemann, em Isaiah 1-39: A New Translation with Introduction and Commentary, discute como a visão do trono é uma das mais poderosas imagens de adoração e de resposta à soberania de Deus.
O capítulo 6 de Isaías oferece uma das mais impactantes revelações da glória e santidade de Deus, com detalhes que impactaram profundamente a vida de Isaías e são, igualmente, poderosos para os cristãos hoje. A visão do trono de Deus, a presença dos serafins, e a exaltação de Deus com a repetição tripla de "Santo, Santo, Santo" nos trazem uma compreensão mais profunda da majestade e da transcendência divina, além de nos desafiar a refletir sobre nossa própria reverência e adoração a Deus.
1. Versículo 6:1 – "As vestes enchiam o templo"
Texto: "No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo." (Isaías 6:1)
- Contexto Histórico e Teológico:
- A morte do rei Uzias, que marcou o fim de um longo reinado e um período de estabilidade em Judá, foi um momento de grande incerteza política e espiritual. É neste contexto de crise que Isaías tem sua visão, revelando que, embora os tronos humanos se desfaçam, o Trono celestial de Deus permanece firme e soberano. Deus continua reinando.
- A expressão "as abas de suas vestes enchiam o templo" simboliza a vastidão e a glória de Deus, que transcendem o espaço físico. Isso remete à ideia de que Deus é infinito e Sua presença é inquestionavelmente majestosa, ocupando e preenchendo todo o lugar de adoração.
- Raiz Hebraica e Significado:
- A palavra hebraica para "aba" é כְּנָף (kenaf), que significa "asa" ou "borda". Esse termo é usado muitas vezes nas Escrituras para denotar a extensão da autoridade ou presença de Deus, como em Êxodo 19:4, onde Deus diz a Moisés que Ele os tomou "sob as suas asas". Em Isaías 6, simboliza o domínio abrangente e a majestade de Deus.
- Aplicação Pessoal:
- Este versículo nos desafia a refletir sobre a imensidão e a soberania de Deus, que não é limitado por espaço ou tempo. Em tempos de crise, como Isaías, podemos nos consolar com a certeza de que, mesmo quando tudo ao nosso redor parece desmoronar, Deus continua reinando soberanamente sobre todas as coisas. Ele é a nossa segurança.
2. Versículo 6:2 – "Os Serafins"
Texto: "Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava." (Isaías 6:2)
- Contexto Teológico e Significado:
- Os serafins são seres celestiais descritos em Isaías como estando na presença de Deus, adorando e proclamando Sua santidade. A palavra שָׂרָף (saraf) vem de uma raiz que significa "queimar" ou "ardente", o que pode sugerir sua proximidade com a glória ardente de Deus. Eles são descritos como seres de pura santidade, envolvidos com a adoração e a proclamação da glória de Deus.
- O fato de os serafins cobrirem o rosto e os pés com suas asas indica reverência e humildade diante de Deus. Mesmo sendo seres de alta posição espiritual, eles reconhecem sua total dependência e a transcendência de Deus, dando exemplo de reverência e temor.
- Raiz Hebraica e Significado:
- O termo "serafins" tem conotações de ardência e purificação. Sua descrição de cobrir o rosto pode ser interpretada como uma tentativa de se proteger da gloriosa luz da santidade de Deus (cf. Êxodo 33:20). Cobrir os pés pode ser interpretado como sinal de respeito, pois os pés são uma parte do corpo geralmente associada à humildade e sujeição.
- Aplicação Pessoal:
- Este versículo nos chama a reverência. Assim como os serafins, somos chamados a adorar a Deus com humildade, reconhecimento da Sua grandeza e com temor. Não devemos tratar a presença de Deus de maneira leviana, mas com profundo respeito, sabendo que Ele é santo, majestoso e digno de nossa adoração.
3. Versículo 6:3 – "Santo, Santo, Santo"
Texto: "E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória." (Isaías 6:3)
- Contexto Teológico e Significado:
- A repetição tripla de "santo" é única nas Escrituras e reflete a perfeição e a incomparabilidade de Deus. A palavra hebraica para "santo" é קָדוֹש (qadosh), que significa "separado", "consagrado" e "exclusivamente dedicado". Deus é separado de toda a criação por Sua perfeição moral, Sua pureza e Sua majestade.
- A adoração dos serafins, ao proclamarem "Santo, Santo, Santo", enfatiza a natureza única e suprema de Deus. Essa tripla exaltação de Sua santidade é um reconhecimento de Sua autoridade suprema e Sua pureza imaculada, o que destaca ainda mais o contraste entre a divindade e a humanidade caída.
- Raiz Hebraica e Significado:
- A palavra קָדוֹש (qadosh) denota algo sagrado, separado do comum, e muitas vezes é usada para descrever a pureza absoluta de Deus, como em Levítico 11:44. Sua triplicação no contexto de Isaías sublinha a perfeição infinita da santidade de Deus.
- Aplicação Pessoal:
- Este versículo nos desafia a considerar como respondemos à santidade de Deus. Assim como os serafins, nossa resposta deve ser uma adoração constante e reverente. Devemos nos esforçar para viver de acordo com a santidade de Deus, buscando sermos transformados por Sua presença e purificados pela Sua verdade.
Conclusão e Aplicação Prática:
A visão do trono de Deus registrada em Isaías 6 revela muito sobre a natureza de Deus: Sua soberania, Sua santidade, e Sua transcendência. A resposta de Isaías, reconhecendo sua pecaminosidade e recebendo a purificação de Deus, nos ensina que, diante de Sua glória, somos chamados a uma profunda introspecção e a um compromisso renovado de viver em santidade. A adoração de Deus deve ser feita com reverência e respeito, reconhecendo Sua soberania e pureza.
- Aplicação Pessoal:
- Diante da grandiosidade de Deus, devemos nos aproximar d'Ele com humildade e reverência, reconhecendo Sua santidade e buscando viver em santidade. Nossos atos de adoração devem refletir o respeito que os serafins demonstraram. E, como Isaías, devemos estar dispostos a ser purificados e a responder ao chamado de Deus para o serviço, confiando que Sua presença continua conosco, mesmo em tempos de crise.
Referências Acadêmicas Cristãs:
- John N. Oswalt, em The Book of Isaiah, Chapters 1-39, destaca que a repetição tripla de "Santo, Santo, Santo" é fundamental para entender a teologia da santidade em Isaías, revelando a incomparável pureza e transcendência de Deus.
- R. C. Sproul, em The Holiness of God, observa que a santidade de Deus não pode ser separada de Sua justiça e perfeição moral, e é esse atributo que fundamenta a adoração bíblica.
- Walter Brueggemann, em Isaiah 1-39: A New Translation with Introduction and Commentary, discute como a visão do trono é uma das mais poderosas imagens de adoração e de resposta à soberania de Deus.
II- VISÃO DE SI MESMO (6.5-7)
1- “Ai de mim! Estou perdido!” (6.5a) Então eu disse:— Ai de mim! Estou perdido! …(Isaías 6.5)
Na hermenêutica bíblica, a expressão “ai” significa “um juízo iminente sobre alguém ou localidade”. O termo é usado cerca de 50 vezes pelos profetas da Bíblia. O próprio Senhor Jesus também proferiu seus “ais”, como vemos em Mt 23.13-39, sempre relacionados a um alerta de justiça e juíza Diante do que viu, Isaías estremeceu dizendo: “aí de mim! Estou perdido”. Ele confessou: “meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!” O profeta viu o Messias de Israel, o Ungido de Deus, o Cristo, Rei da Glória Este mesmo Cristo foi visto por Daniel em sua visão no rio Tigre (Dn 10.5-6) e por João na ilha de Patmos (Ap 1.13-15).
2- Os meus olhos viram o Senhor (6.5b) …Porque sou homem de lábios impuros habito no meio de um povo d e impuros lábios e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos (6.5).
Isaías, por vezes conhecido como “o quinto evangelista” reconhecia sua condição humana diante de tamanha responsabilidade espiritual (v. 5). Naquele local — inundado pela magnífica presença de Deus — Isaías faz uma rápida autoanálise e logo se dá conta da sua condição espiritual. Percebe a sua própria injustiça perante a magnitude da santidade do Senhor. Esse texto deixa claro que o encontro com Deus nos proporciona a percepção dos nossos erros perante Ele e o arrependimento necessário para sermos perdoados. Alguns intérpretes têm dito que o Rei visto por Isaías se aplica ao Senhor jesus Crista Pois, diante do Rei Jesus, o homem tem uma honesta visão de si mesmo e logo reconhece a pecaminosidade presente em sua vida, percebendo, assim, sua pequenez espiritual (Jo 1.27).
3- Lábios purificados pela brasa (6.6,7) Com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou o s teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado (6.7)
Um serafim tirou do altar uma “brasa viva” e com ela tocou a boca do profeta A brasa é um agente purificador. O texto é enfático quando diz que logo os lábios impuros do homem de Deus foram purificados e aptos para dizerem ao povo: “assim diz o Senhor” (7.7) Neste mesmo prisma o ensino de Tiago 3.8-10 chama a atenção para atitudes e pensamentos verbalizados. O crente deve ter cuidado com seus lábios, principalmente o mensageiro de Deus. Se o profeta incorrer em maus pensamentos, estes não devem ser transformados em palavras que, uma vez pronunciadas, poderão tornar-se instrumentos de maldição. Como poderiam os lábios impuros repetir o hino angélico? Sua consciência pesava sob o sentimento de fraqueza e fracasso pessoais. Ele nada mais podia fazer além de confessar sua incapacidade e condição decaída. Mas a graça redentora de Deus apressou-se em atender à sua necessidade aplicando aos seus lábios uma brasa tirada do altar de holocausto. Essa brasa simbolizava a expiação e purificação de seus pecados. Isaías foi, assim , purificado e equipado para o louvor, a oração intercessória e a proclamação da Palavra de Deus.
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
A visão de Isaías, conforme apresentada em Isaías 6, é uma das mais profundas e transformadoras experiências descritas na Bíblia. Ao refletir sobre a visão de si mesmo que o profeta teve diante da glória de Deus, podemos compreender uma série de lições sobre o reconhecimento da própria pecaminosidade, a humildade necessária para a verdadeira adoração, e o poder purificador do perdão de Deus.
1. "Ai de mim! Estou perdido!" (6.5a)
O termo “Ai” usado por Isaías, conforme destacado, é um grito de desespero, uma expressão de profundo arrependimento e angústia. Na Bíblia, o “Ai” é uma interjeição que aponta para o juízo iminente, como em passagens em que os profetas alertam para o castigo divino (Amós 5.16; Miquéias 2.1-3). Isaías, ao estar diante de Deus, sente-se condenado. Sua visão da glória divina é tão imensa e majestosa que ele, como ser humano falho, se vê perdido. A percepção da santidade de Deus faz com que ele entenda sua pecaminosidade em um nível profundo. A palavra hebraica utilizada aqui para "perdido" é damah, que significa “destruído” ou “desvanecido”, refletindo uma perda de dignidade e valor diante da imensa pureza de Deus.
Essa reação de Isaías é semelhante à de outros personagens bíblicos que experimentaram a presença divina, como Pedro em Lucas 5.8, quando se sentiu indigno diante de Jesus, ou João em Apocalipse 1.17, que caiu como morto diante de Cristo glorificado. Diante da santidade de Deus, o ser humano é forçado a reconhecer sua pequenez e pecado.
2. "Porque sou homem de lábios impuros..." (6.5b)
Isaías reconhece sua condição de pecador, especificamente no que diz respeito ao uso da fala. O termo "lábios impuros" (hebraico: saphah tamé’) denota não apenas a fala imprópria, mas também a ideia de um coração corrompido. Essa confissão reflete a consciência do profeta de que sua natureza caída afeta diretamente suas palavras e ações. Isso está em sintonia com o ensino de Jesus em Mateus 12.34-37, onde Ele afirma que “a boca fala do que o coração está cheio”, apontando para a conexão entre a pureza interior e a fala exterior.
Esse reconhecimento é um momento essencial de humilhação para Isaías, onde ele entende que sua impureza não é apenas algo físico, mas algo que permeia seu ser interior. O reconhecimento da impureza dos lábios reflete o que o apóstolo Tiago ensina sobre o poder da língua (Tiago 3.8-10), que pode ser tanto instrumento de bênção quanto de maldição.
3. "Com a brasa tocou a minha boca..." (6.6-7)
A purificação de Isaías ocorre através do toque da brasa viva, retirada do altar. O altar, no contexto do Antigo Testamento, é o local de expiação, onde o pecado do povo era removido por meio do sacrifício. A brasa é uma representação do fogo purificador, que reflete tanto a ação de purificação quanto o juízo de Deus sobre o pecado.
A brasa simboliza a expiação divina, e sua aplicação aos lábios de Isaías revela a transformação do profeta de pecador a mensageiro de Deus. A purificação de Isaías ocorre de forma imediata e eficaz, mostrando que, embora o pecado tenha consequências graves, a graça de Deus é mais poderosa para restaurar e purificar. O ato de Deus tocar a boca do profeta com a brasa é um paralelo à ação de Cristo em purificar os pecadores, o que é visto também em passagens como 1 João 1.7, que nos ensina que o sangue de Jesus purifica todo o pecado.
Teologicamente, podemos entender que a purificação de Isaías aponta para o ministério de Cristo. Ele, o Cordeiro de Deus, é quem purifica os pecadores através do Seu sacrifício expiatório. A brasa é um símbolo do sacrifício de Cristo, que nos purifica de nossos pecados (Ap 1.5). Essa purificação também aponta para o trabalho do Espírito Santo em nós, que nos refina e nos capacita para viver de acordo com a vontade de Deus (1 Coríntios 6.11).
Aplicação Pessoal
A experiência de Isaías ensina várias lições cruciais para nossa vida espiritual:
- Reconhecimento da pecaminosidade: Assim como Isaías, todos nós devemos, ao nos aproximarmos de Deus, reconhecer a nossa condição de pecado. O encontro com a santidade de Deus deve nos levar a um profundo arrependimento e autoconhecimento. O exame de consciência diante da glória divina é um passo essencial para a restauração e para a comunhão verdadeira com Deus.
- A humildade diante de Deus: A humildade de Isaías ao confessar seus pecados é um exemplo de como devemos nos comportar diante de Deus. Ele não tenta esconder sua condição, mas, ao contrário, expõe sua falha e implora pela misericórdia divina. Isso nos ensina que a verdadeira adoração exige humildade e confissão.
- Purificação e perdão: A purificação de Isaías pela brasa é um símbolo da purificação disponível para todos aqueles que buscam a Deus com sinceridade. Quando reconhecemos nossa impureza e nos voltamos a Deus em arrependimento, Ele nos purifica e nos capacita para cumprir Seus propósitos. Isso nos ensina sobre o perdão de Deus e a transformação que ocorre em nossas vidas quando Ele nos purifica.
- O papel da palavra: Isaías, ao ter seus lábios purificados, foi equipado para ser o mensageiro de Deus. Assim, a palavra de Deus tem um poder transformador e redentor, e devemos usá-la com responsabilidade, reconhecendo que nossas palavras podem ser instrumentos de cura ou de maldição (Provérbios 18.21).
Em resumo, o processo de purificação de Isaías é um reflexo do nosso processo de restauração diante de Deus. A experiência de Isaías nos desafia a reconhecer nossa pecaminosidade, a buscar a purificação oferecida por Deus e a nos tornarmos instrumentos fiéis para proclamar a Sua palavra.
A visão de Isaías, conforme apresentada em Isaías 6, é uma das mais profundas e transformadoras experiências descritas na Bíblia. Ao refletir sobre a visão de si mesmo que o profeta teve diante da glória de Deus, podemos compreender uma série de lições sobre o reconhecimento da própria pecaminosidade, a humildade necessária para a verdadeira adoração, e o poder purificador do perdão de Deus.
1. "Ai de mim! Estou perdido!" (6.5a)
O termo “Ai” usado por Isaías, conforme destacado, é um grito de desespero, uma expressão de profundo arrependimento e angústia. Na Bíblia, o “Ai” é uma interjeição que aponta para o juízo iminente, como em passagens em que os profetas alertam para o castigo divino (Amós 5.16; Miquéias 2.1-3). Isaías, ao estar diante de Deus, sente-se condenado. Sua visão da glória divina é tão imensa e majestosa que ele, como ser humano falho, se vê perdido. A percepção da santidade de Deus faz com que ele entenda sua pecaminosidade em um nível profundo. A palavra hebraica utilizada aqui para "perdido" é damah, que significa “destruído” ou “desvanecido”, refletindo uma perda de dignidade e valor diante da imensa pureza de Deus.
Essa reação de Isaías é semelhante à de outros personagens bíblicos que experimentaram a presença divina, como Pedro em Lucas 5.8, quando se sentiu indigno diante de Jesus, ou João em Apocalipse 1.17, que caiu como morto diante de Cristo glorificado. Diante da santidade de Deus, o ser humano é forçado a reconhecer sua pequenez e pecado.
2. "Porque sou homem de lábios impuros..." (6.5b)
Isaías reconhece sua condição de pecador, especificamente no que diz respeito ao uso da fala. O termo "lábios impuros" (hebraico: saphah tamé’) denota não apenas a fala imprópria, mas também a ideia de um coração corrompido. Essa confissão reflete a consciência do profeta de que sua natureza caída afeta diretamente suas palavras e ações. Isso está em sintonia com o ensino de Jesus em Mateus 12.34-37, onde Ele afirma que “a boca fala do que o coração está cheio”, apontando para a conexão entre a pureza interior e a fala exterior.
Esse reconhecimento é um momento essencial de humilhação para Isaías, onde ele entende que sua impureza não é apenas algo físico, mas algo que permeia seu ser interior. O reconhecimento da impureza dos lábios reflete o que o apóstolo Tiago ensina sobre o poder da língua (Tiago 3.8-10), que pode ser tanto instrumento de bênção quanto de maldição.
3. "Com a brasa tocou a minha boca..." (6.6-7)
A purificação de Isaías ocorre através do toque da brasa viva, retirada do altar. O altar, no contexto do Antigo Testamento, é o local de expiação, onde o pecado do povo era removido por meio do sacrifício. A brasa é uma representação do fogo purificador, que reflete tanto a ação de purificação quanto o juízo de Deus sobre o pecado.
A brasa simboliza a expiação divina, e sua aplicação aos lábios de Isaías revela a transformação do profeta de pecador a mensageiro de Deus. A purificação de Isaías ocorre de forma imediata e eficaz, mostrando que, embora o pecado tenha consequências graves, a graça de Deus é mais poderosa para restaurar e purificar. O ato de Deus tocar a boca do profeta com a brasa é um paralelo à ação de Cristo em purificar os pecadores, o que é visto também em passagens como 1 João 1.7, que nos ensina que o sangue de Jesus purifica todo o pecado.
Teologicamente, podemos entender que a purificação de Isaías aponta para o ministério de Cristo. Ele, o Cordeiro de Deus, é quem purifica os pecadores através do Seu sacrifício expiatório. A brasa é um símbolo do sacrifício de Cristo, que nos purifica de nossos pecados (Ap 1.5). Essa purificação também aponta para o trabalho do Espírito Santo em nós, que nos refina e nos capacita para viver de acordo com a vontade de Deus (1 Coríntios 6.11).
Aplicação Pessoal
A experiência de Isaías ensina várias lições cruciais para nossa vida espiritual:
- Reconhecimento da pecaminosidade: Assim como Isaías, todos nós devemos, ao nos aproximarmos de Deus, reconhecer a nossa condição de pecado. O encontro com a santidade de Deus deve nos levar a um profundo arrependimento e autoconhecimento. O exame de consciência diante da glória divina é um passo essencial para a restauração e para a comunhão verdadeira com Deus.
- A humildade diante de Deus: A humildade de Isaías ao confessar seus pecados é um exemplo de como devemos nos comportar diante de Deus. Ele não tenta esconder sua condição, mas, ao contrário, expõe sua falha e implora pela misericórdia divina. Isso nos ensina que a verdadeira adoração exige humildade e confissão.
- Purificação e perdão: A purificação de Isaías pela brasa é um símbolo da purificação disponível para todos aqueles que buscam a Deus com sinceridade. Quando reconhecemos nossa impureza e nos voltamos a Deus em arrependimento, Ele nos purifica e nos capacita para cumprir Seus propósitos. Isso nos ensina sobre o perdão de Deus e a transformação que ocorre em nossas vidas quando Ele nos purifica.
- O papel da palavra: Isaías, ao ter seus lábios purificados, foi equipado para ser o mensageiro de Deus. Assim, a palavra de Deus tem um poder transformador e redentor, e devemos usá-la com responsabilidade, reconhecendo que nossas palavras podem ser instrumentos de cura ou de maldição (Provérbios 18.21).
Em resumo, o processo de purificação de Isaías é um reflexo do nosso processo de restauração diante de Deus. A experiência de Isaías nos desafia a reconhecer nossa pecaminosidade, a buscar a purificação oferecida por Deus e a nos tornarmos instrumentos fiéis para proclamar a Sua palavra.
III- O CHAMADO DE ISAÍAS (6.8)
Pela primeira vez. Deus então fala. E com o se Isaías não estivesse pronto para ouvir antes desse momento, com o se a possibilidade de serviço não pudesse ser apreciada até esse ponto.
1- Ouvi a voz do Senhor (6.8) Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse-me: eis-me aqui, envia-me a mim.
No encontro na sala do trono, Isaías recebe o chamado para ser profeta. Isto prova que, antes de ingressar no chamado, precisamos de um verdadeiro encontro com Deus para entender a nossa limitação diante d a santidade do Todo-Poderoso e, assim, reconhecer total dependência dele. Quando reconhecemos a nossa total dependência do Deus que chama a para o ministério do anúncio da Sua Palavra, Ele nos reveste de humildade e capacidade para exercer o chamado com eficácia espiritual (v. 6-7).
2- Quem enviarei (6.8b ) ..A quem enviarei, e quem há d e ir por nós?… (6.8b)
O propósito de Deus em tudo isso agora se torna claro: O Senhor busca alguém para enviar ao Seu povo, e Isaías se oferece voluntariamente. Aquilo que ele viu e ouviu, que inicialmente o aterrorizou, agora, após ser graciosamente purificado, o inspira a um santo entusiasmo pela obra de Deus. Observe que Isaías foi convidado por meio da pergunta: Quem há de ir por nós? (v. 8 ). É bem possível que a pergunta “a quem enviarei e quem há de ir por nós?” seja uma pergunta feita à hoste celestial, quer visivelmente presente ou implícita. É sugestivo que Isaías nem seja diretamente abordado, nem coagido. Talvez seja assim pelo fato de Isaías não precisar de coerção, mas, antes, precisar de uma oportunidade para uma resposta voluntária Os que necessitam s e r coagidos são pouco cônscios da imensidade da graça de Deus para com eles. Oferecer-se a si mesmo é sempre o gesto dos que têm recebido a graça de Deus. Deus só pode usar uma decisão espontânea e cheia de amor.
3- Envia-me a mim (6.8c) … Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim (6.8c).
Após essa série de experiências, que mais Isaías faria além de lançar-se no serviço a Deus? Diante do chamado, Isaías se prontifica: “em via-me a mim “. A experiência espiritual nunca deve ser um fim em si mesma. A não ser que a experiência, de alguma forma, resulte em ação, ela se voltará contra si mesma e será infrutífera. Ao longo da história, muitos homens e mulheres, da mesma forma que Isaías, se dispuseram para uma obra específica. O apóstolo Paulo, Lutero, Gunnar e Frida Vingren, Daniel e Sarah Berg, Billy Graham e outros, incendiados pelo Espírito de Deus, um dia disseram: “eis-me aqui! Envia-me a mim!” Ao mesmo tempo, muitos estão sofrendo porque rejeitaram o chamado. Isaías foi, desse modo, comissionado a pregar a mensagem de Deus fiel e destemidamente, embora o seu ministério pudesse resultar em rejeição e aparente fracasso Afinal, o poder do chamado não reside em quem é chamado, mas em quem chama. A tarefa de Isaías foi pregar a ouvidos moucos: Israel se tornaria ainda mais endurecido. Os versos de 7 a 13 mostram a rejeição da mensagem por Israel Essa ofensa tem cumprimento completo na rejeição de Cristo e de Sua pregação (Mt 13.13ss; Jo 12.40; At 28.26).
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Este é um momento crucial no ministério do profeta Isaías, onde, após ter sido purificado e renovado por Deus, ele recebe o chamado divino para servir. Esse chamado e a resposta de Isaías nos revelam importantes lições teológicas e espirituais, tanto para o profeta quanto para cada cristão.
1- Ouvi a voz do Senhor (6.8a)
"Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse-me: eis-me aqui, envia-me a mim."
O momento em que Isaías ouve a voz de Deus é uma virada decisiva em sua jornada espiritual. Anteriormente, ele se sentia perdido e imundo (6.5), mas, após a purificação, ele está agora pronto para ouvir e responder ao chamado divino. A voz de Deus ressoa com um convite para o serviço no ministério da Palavra.
A expressão "a quem enviarei?" é carregada de um peso teológico. A palavra hebraica para "enviar" é שָׁלַח (shalach), que implica em uma ação de missões, um ato de enviar alguém para uma tarefa divina, para transmitir a mensagem de Deus. Essa é a primeira questão no chamado de Isaías, e ela é refletida mais tarde no Novo Testamento, quando Jesus declara: "Como o Pai me enviou, eu também vos envio" (João 20.21). O "enviar" é uma missão de grande responsabilidade, que Isaías aceita com humildade e disposição. A expressão "quem há de ir por nós?" também sugere uma relação entre Deus e a corte celestial. Ao ser pronunciada no plural, é um indicativo da interação da Trindade, demonstrando a unidade de ação de Deus em Seu plano de salvação, refletindo a pluralidade divina no chamado e missão (cf. Gênesis 1.26, "Façamos o homem à nossa imagem").
2- Quem enviarei? (6.8b)
"A quem enviarei, e quem há de ir por nós?"
A pergunta "quem há de ir por nós?" tem uma conotação de necessidade urgente, como se Deus estivesse buscando alguém disposto a cumprir uma missão de importância eterna. A presença de Isaías no "conselho" celestial é significativa, pois ele foi purificado para servir à causa de Deus.
Os estudiosos da Bíblia muitas vezes associam esse "enviar" ao conceito de missão no Antigo Testamento, que se reflete de forma mais explícita no envio de profetas ao povo. Isaías, por sua parte, reconhece que, sem a intervenção de Deus, ele seria incapaz de cumprir tal missão. A missão de Isaías não era só para falar ao povo, mas para declarar uma mensagem de juízo e arrependimento, algo que não seria fácil nem popular (Isaías 6.9-10).
3- Envia-me a mim (6.8c)
"Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim."
A resposta de Isaías, "eis-me aqui, envia-me a mim", é um dos momentos mais emblemáticos de entrega e prontidão espiritual na Bíblia. Após ser purificado, Isaías reconhece sua total dependência de Deus e, com humildade, oferece-se para a missão divina. Ele não é coagido, mas se apresenta voluntariamente, ciente de sua insuficiência e, ao mesmo tempo, confiante no poder de Deus.
Este ato de entrega é um padrão para todos os cristãos chamados ao ministério e à missão de Deus. No Novo Testamento, vemos o apóstolo Paulo em Filipenses 3.12-14, falando sobre seu desejo de alcançar o chamado de Deus para a sua vida. A resposta de Isaías é um reflexo do reconhecimento de que toda a nossa capacidade e autoridade vêm de Deus. Assim como Isaías, ao ser purificado e chamado, Paulo também se viu como um instrumento de Deus, escolhido e chamado para cumprir a missão divina (Atos 9.15).
Além disso, essa resposta está enraizada em uma profunda compreensão da graça de Deus. Isaías foi purificado, e agora, movido por essa graça, ele se oferece como um servo de Deus. Para Isaías, o chamado de Deus não era apenas uma missão, mas uma resposta de gratidão à graça que ele experimentou. O chamado de Deus à missão é, na verdade, um reflexo da resposta ao Seu amor e misericórdia.
Aplicação Pessoal
Para o cristão de hoje, o chamado de Isaías traz lições poderosas. Primeiro, é essencial ter uma experiência transformadora com Deus, reconhecendo nossa própria limitação e a santidade do Senhor. Esse encontro com Deus gera não apenas a percepção da nossa pecaminosidade, mas também a purificação e o revestimento com a capacidade divina para cumprir a missão.
Em segundo lugar, a missão de Deus não é algo que devemos realizar por nossa própria força ou inteligência, mas com a dependência de Sua graça. Isaías não foi chamado porque ele era capaz, mas porque foi purificado e comissionado por Deus. Isso se aplica também a nós. Quando somos chamados a servir, nossa adequação vem de Deus, e a nossa resposta deve ser de total disposição e entrega.
Por fim, a resposta "eis-me aqui, envia-me a mim" é uma expressão de rendição. O cristão é chamado a responder ao chamado de Deus com coragem e fé, mesmo sabendo que a missão nem sempre será fácil ou popular. Assim como Isaías, que se dispôs a ir a um povo que rejeitaria sua mensagem, nós também devemos ser fiéis em proclamar o Evangelho, independentemente da aceitação do mundo.
Conclusão
O chamado de Isaías é um modelo para cada cristão que deseja servir a Deus. Ele nos mostra a importância do encontro com Deus, da purificação que Ele oferece e da resposta voluntária ao Seu chamado. Deus não busca apenas homens e mulheres capazes, mas aqueles que reconhecem Sua total dependência Dele e estão dispostos a servir com humildade e coragem, confiando no poder de Deus para cumprir Sua missão. O chamado é uma graça, e nossa resposta deve ser "eis-me aqui, envia-me a mim".
Este é um momento crucial no ministério do profeta Isaías, onde, após ter sido purificado e renovado por Deus, ele recebe o chamado divino para servir. Esse chamado e a resposta de Isaías nos revelam importantes lições teológicas e espirituais, tanto para o profeta quanto para cada cristão.
1- Ouvi a voz do Senhor (6.8a)
"Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse-me: eis-me aqui, envia-me a mim."
O momento em que Isaías ouve a voz de Deus é uma virada decisiva em sua jornada espiritual. Anteriormente, ele se sentia perdido e imundo (6.5), mas, após a purificação, ele está agora pronto para ouvir e responder ao chamado divino. A voz de Deus ressoa com um convite para o serviço no ministério da Palavra.
A expressão "a quem enviarei?" é carregada de um peso teológico. A palavra hebraica para "enviar" é שָׁלַח (shalach), que implica em uma ação de missões, um ato de enviar alguém para uma tarefa divina, para transmitir a mensagem de Deus. Essa é a primeira questão no chamado de Isaías, e ela é refletida mais tarde no Novo Testamento, quando Jesus declara: "Como o Pai me enviou, eu também vos envio" (João 20.21). O "enviar" é uma missão de grande responsabilidade, que Isaías aceita com humildade e disposição. A expressão "quem há de ir por nós?" também sugere uma relação entre Deus e a corte celestial. Ao ser pronunciada no plural, é um indicativo da interação da Trindade, demonstrando a unidade de ação de Deus em Seu plano de salvação, refletindo a pluralidade divina no chamado e missão (cf. Gênesis 1.26, "Façamos o homem à nossa imagem").
2- Quem enviarei? (6.8b)
"A quem enviarei, e quem há de ir por nós?"
A pergunta "quem há de ir por nós?" tem uma conotação de necessidade urgente, como se Deus estivesse buscando alguém disposto a cumprir uma missão de importância eterna. A presença de Isaías no "conselho" celestial é significativa, pois ele foi purificado para servir à causa de Deus.
Os estudiosos da Bíblia muitas vezes associam esse "enviar" ao conceito de missão no Antigo Testamento, que se reflete de forma mais explícita no envio de profetas ao povo. Isaías, por sua parte, reconhece que, sem a intervenção de Deus, ele seria incapaz de cumprir tal missão. A missão de Isaías não era só para falar ao povo, mas para declarar uma mensagem de juízo e arrependimento, algo que não seria fácil nem popular (Isaías 6.9-10).
3- Envia-me a mim (6.8c)
"Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim."
A resposta de Isaías, "eis-me aqui, envia-me a mim", é um dos momentos mais emblemáticos de entrega e prontidão espiritual na Bíblia. Após ser purificado, Isaías reconhece sua total dependência de Deus e, com humildade, oferece-se para a missão divina. Ele não é coagido, mas se apresenta voluntariamente, ciente de sua insuficiência e, ao mesmo tempo, confiante no poder de Deus.
Este ato de entrega é um padrão para todos os cristãos chamados ao ministério e à missão de Deus. No Novo Testamento, vemos o apóstolo Paulo em Filipenses 3.12-14, falando sobre seu desejo de alcançar o chamado de Deus para a sua vida. A resposta de Isaías é um reflexo do reconhecimento de que toda a nossa capacidade e autoridade vêm de Deus. Assim como Isaías, ao ser purificado e chamado, Paulo também se viu como um instrumento de Deus, escolhido e chamado para cumprir a missão divina (Atos 9.15).
Além disso, essa resposta está enraizada em uma profunda compreensão da graça de Deus. Isaías foi purificado, e agora, movido por essa graça, ele se oferece como um servo de Deus. Para Isaías, o chamado de Deus não era apenas uma missão, mas uma resposta de gratidão à graça que ele experimentou. O chamado de Deus à missão é, na verdade, um reflexo da resposta ao Seu amor e misericórdia.
Aplicação Pessoal
Para o cristão de hoje, o chamado de Isaías traz lições poderosas. Primeiro, é essencial ter uma experiência transformadora com Deus, reconhecendo nossa própria limitação e a santidade do Senhor. Esse encontro com Deus gera não apenas a percepção da nossa pecaminosidade, mas também a purificação e o revestimento com a capacidade divina para cumprir a missão.
Em segundo lugar, a missão de Deus não é algo que devemos realizar por nossa própria força ou inteligência, mas com a dependência de Sua graça. Isaías não foi chamado porque ele era capaz, mas porque foi purificado e comissionado por Deus. Isso se aplica também a nós. Quando somos chamados a servir, nossa adequação vem de Deus, e a nossa resposta deve ser de total disposição e entrega.
Por fim, a resposta "eis-me aqui, envia-me a mim" é uma expressão de rendição. O cristão é chamado a responder ao chamado de Deus com coragem e fé, mesmo sabendo que a missão nem sempre será fácil ou popular. Assim como Isaías, que se dispôs a ir a um povo que rejeitaria sua mensagem, nós também devemos ser fiéis em proclamar o Evangelho, independentemente da aceitação do mundo.
Conclusão
O chamado de Isaías é um modelo para cada cristão que deseja servir a Deus. Ele nos mostra a importância do encontro com Deus, da purificação que Ele oferece e da resposta voluntária ao Seu chamado. Deus não busca apenas homens e mulheres capazes, mas aqueles que reconhecem Sua total dependência Dele e estão dispostos a servir com humildade e coragem, confiando no poder de Deus para cumprir Sua missão. O chamado é uma graça, e nossa resposta deve ser "eis-me aqui, envia-me a mim".
APLICAÇÃO PESSOAL
As experiências espirituais que Deus nos concede visam preparar-nos para responder com alegria e disposição ao Seu chamado missionário, motivando-nos a uma vida frutífera. Qual será sua resposta?
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
APLICAÇÃO PESSOAL: A Resposta ao Chamado Missionário
As experiências espirituais que Deus nos concede não são apenas momentos de edificação pessoal, mas sim preparações divinas para que possamos cumprir a missão que Ele nos confiou. O chamado missionário, seja para pregar, servir ou testemunhar, exige de nós uma resposta semelhante à de Isaías, que, após sua purificação e experiência de encontro com Deus, se dispôs voluntariamente a ir aonde Deus o enviasse: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Isaías 6.8). Este é um momento de decisão pessoal, onde a graça de Deus e a nossa resposta à Sua misericórdia se encontram em uma oferta de serviço.
1- A Preparação Espiritual (Isaías 6.6-7)
Antes de Isaías responder ao chamado missionário de Deus, ele passa por uma experiência de purificação. O anjo de Deus toca seus lábios com um carvão em brasa e diz: “Eis que esta tocou os teus lábios, e a tua iniquidade foi tirada, e o teu pecado perdoado” (Isaías 6.7). Essa purificação é crucial para que o profeta se sinta digno de levar a mensagem de um Deus santo e justo. A palavra hebraica para "perdoado" é כָּפַר (kafar), que significa cobrir ou expiar. Deus, ao purificar Isaías, prepara-o para a missão, tornando-o apto para representar Sua santidade diante do povo.
Teologicamente, isso revela uma verdade fundamental para todos os cristãos: não estamos preparados para o serviço missionário até que sejamos purificados pelo sangue de Cristo. Essa purificação não é apenas um ato de perdão, mas também uma capacitação divina. Em 1 João 1.9, vemos que "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça". Assim como Isaías foi purificado, todos os cristãos são chamados a buscar essa purificação contínua para servir ao Senhor com pureza de coração.
2- O Chamado Missionário e a Resposta Voluntária (Isaías 6.8)
No momento em que Deus pergunta: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” (Isaías 6.8), é evidente que a missão de Deus é uma tarefa divina que exige uma resposta pessoal. A pergunta não é para que Deus saiba quem será enviado, mas para que os corações dos ouvintes (como Isaías) revelem a disposição de se colocar a serviço de Sua obra.
A palavra "enviar" em hebraico é שָׁלַח (shalach), que implica em um ato de missões, um envio para cumprir uma missão divina, como em Gênesis 12.1, quando Deus envia Abraão para uma terra que Ele mostraria. No Novo Testamento, vemos esse conceito se ampliando para todos os cristãos, quando Jesus, após Sua ressurreição, envia os discípulos para fazer discípulos de todas as nações (Mateus 28.19).
Isaías, ao ouvir o chamado, não hesita, mas responde prontamente: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. Este é o espírito de uma vida entregue a Deus, que se dispõe a responder ao Seu chamado, sem reservas. Essa prontidão é refletida também em outras figuras bíblicas, como Moisés, que inicialmente resistiu ao chamado, mas depois se colocou à disposição (Êxodo 3.11-12), e o apóstolo Paulo, que se entregou completamente à missão de pregar o evangelho (Atos 9.15).
Para os cristãos hoje, o chamado missionário se dá em diferentes formas e contextos: na evangelização, no discipulado, na assistência social, ou até mesmo em missões transculturais. A pergunta de Deus continua: “A quem enviarei?” E a nossa resposta deve ser de total disponibilidade, como a de Isaías.
3- O Impacto do Chamado: Frutificação Espiritual
O chamado missionário de Deus não é uma carga, mas uma oportunidade de frutificação espiritual. Em João 15.16, Jesus declara: “Não fostes vós que me escolhestes a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça”. O serviço a Deus e ao próximo, especialmente no campo missionário, resulta em frutos que glorificam a Deus e edifica o Corpo de Cristo. A palavra "fruto" em grego, καρπός (karpos), não se refere apenas à multiplicação de convertidos, mas também a toda boa obra que glorifica a Deus.
No contexto de Isaías, a frutificação não seria imediata, pois ele seria enviado para um povo que rejeitaria sua mensagem (Isaías 6.9-10). Isso nos ensina que nem todos os chamados missionários resultarão em sucesso visível ou aceitação imediata. No entanto, a fidelidade à missão e a perseverança no serviço resultam em frutos que não são sempre visíveis a olho nu, mas que têm valor eterno diante de Deus.
4- A Resposta Pessoal: Reflexão e Ação
Qual será a nossa resposta ao chamado de Deus? A experiência de Isaías nos desafia a refletir sobre a nossa prontidão para atender ao chamado missionário. Isso inclui tanto a disposição para pregar o Evangelho quanto para viver uma vida de serviço a Deus e ao próximo.
Para muitos, o chamado pode ser para servir na igreja local, discipulando outros e sendo uma luz em seu contexto. Para outros, o chamado pode ser mais expansivo, envolvendo missões além-fronteiras ou em contextos de grande necessidade. De qualquer forma, a missão de Deus nos chama a uma vida de sacrifício, dedicação e serviço.
Conclusão
O chamado missionário é uma extensão da graça de Deus em nossas vidas, sendo a resposta a essa graça um ato de serviço voluntário e pleno de fé. Como Isaías, somos chamados a purificar nosso coração, reconhecer nossa dependência de Deus e, ao ouvir Seu convite, responder com humildade e disponibilidade. O missionário não é aquele que se sente capaz, mas aquele que confia no poder de Deus para realizar Sua obra. "Eis-me aqui, envia-me a mim!" é a resposta de quem compreende que o chamado de Deus traz não apenas uma missão, mas a oportunidade de frutificar espiritualmente para a glória de Deus.
Esta é uma chamada que todos os cristãos devem refletir em seu dia a dia, pois Deus continua a procurar aqueles que se dispõem a ser usados por Ele para transformar vidas e cumprir Sua vontade na terra.
APLICAÇÃO PESSOAL: A Resposta ao Chamado Missionário
As experiências espirituais que Deus nos concede não são apenas momentos de edificação pessoal, mas sim preparações divinas para que possamos cumprir a missão que Ele nos confiou. O chamado missionário, seja para pregar, servir ou testemunhar, exige de nós uma resposta semelhante à de Isaías, que, após sua purificação e experiência de encontro com Deus, se dispôs voluntariamente a ir aonde Deus o enviasse: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Isaías 6.8). Este é um momento de decisão pessoal, onde a graça de Deus e a nossa resposta à Sua misericórdia se encontram em uma oferta de serviço.
1- A Preparação Espiritual (Isaías 6.6-7)
Antes de Isaías responder ao chamado missionário de Deus, ele passa por uma experiência de purificação. O anjo de Deus toca seus lábios com um carvão em brasa e diz: “Eis que esta tocou os teus lábios, e a tua iniquidade foi tirada, e o teu pecado perdoado” (Isaías 6.7). Essa purificação é crucial para que o profeta se sinta digno de levar a mensagem de um Deus santo e justo. A palavra hebraica para "perdoado" é כָּפַר (kafar), que significa cobrir ou expiar. Deus, ao purificar Isaías, prepara-o para a missão, tornando-o apto para representar Sua santidade diante do povo.
Teologicamente, isso revela uma verdade fundamental para todos os cristãos: não estamos preparados para o serviço missionário até que sejamos purificados pelo sangue de Cristo. Essa purificação não é apenas um ato de perdão, mas também uma capacitação divina. Em 1 João 1.9, vemos que "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça". Assim como Isaías foi purificado, todos os cristãos são chamados a buscar essa purificação contínua para servir ao Senhor com pureza de coração.
2- O Chamado Missionário e a Resposta Voluntária (Isaías 6.8)
No momento em que Deus pergunta: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?” (Isaías 6.8), é evidente que a missão de Deus é uma tarefa divina que exige uma resposta pessoal. A pergunta não é para que Deus saiba quem será enviado, mas para que os corações dos ouvintes (como Isaías) revelem a disposição de se colocar a serviço de Sua obra.
A palavra "enviar" em hebraico é שָׁלַח (shalach), que implica em um ato de missões, um envio para cumprir uma missão divina, como em Gênesis 12.1, quando Deus envia Abraão para uma terra que Ele mostraria. No Novo Testamento, vemos esse conceito se ampliando para todos os cristãos, quando Jesus, após Sua ressurreição, envia os discípulos para fazer discípulos de todas as nações (Mateus 28.19).
Isaías, ao ouvir o chamado, não hesita, mas responde prontamente: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. Este é o espírito de uma vida entregue a Deus, que se dispõe a responder ao Seu chamado, sem reservas. Essa prontidão é refletida também em outras figuras bíblicas, como Moisés, que inicialmente resistiu ao chamado, mas depois se colocou à disposição (Êxodo 3.11-12), e o apóstolo Paulo, que se entregou completamente à missão de pregar o evangelho (Atos 9.15).
Para os cristãos hoje, o chamado missionário se dá em diferentes formas e contextos: na evangelização, no discipulado, na assistência social, ou até mesmo em missões transculturais. A pergunta de Deus continua: “A quem enviarei?” E a nossa resposta deve ser de total disponibilidade, como a de Isaías.
3- O Impacto do Chamado: Frutificação Espiritual
O chamado missionário de Deus não é uma carga, mas uma oportunidade de frutificação espiritual. Em João 15.16, Jesus declara: “Não fostes vós que me escolhestes a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça”. O serviço a Deus e ao próximo, especialmente no campo missionário, resulta em frutos que glorificam a Deus e edifica o Corpo de Cristo. A palavra "fruto" em grego, καρπός (karpos), não se refere apenas à multiplicação de convertidos, mas também a toda boa obra que glorifica a Deus.
No contexto de Isaías, a frutificação não seria imediata, pois ele seria enviado para um povo que rejeitaria sua mensagem (Isaías 6.9-10). Isso nos ensina que nem todos os chamados missionários resultarão em sucesso visível ou aceitação imediata. No entanto, a fidelidade à missão e a perseverança no serviço resultam em frutos que não são sempre visíveis a olho nu, mas que têm valor eterno diante de Deus.
4- A Resposta Pessoal: Reflexão e Ação
Qual será a nossa resposta ao chamado de Deus? A experiência de Isaías nos desafia a refletir sobre a nossa prontidão para atender ao chamado missionário. Isso inclui tanto a disposição para pregar o Evangelho quanto para viver uma vida de serviço a Deus e ao próximo.
Para muitos, o chamado pode ser para servir na igreja local, discipulando outros e sendo uma luz em seu contexto. Para outros, o chamado pode ser mais expansivo, envolvendo missões além-fronteiras ou em contextos de grande necessidade. De qualquer forma, a missão de Deus nos chama a uma vida de sacrifício, dedicação e serviço.
Conclusão
O chamado missionário é uma extensão da graça de Deus em nossas vidas, sendo a resposta a essa graça um ato de serviço voluntário e pleno de fé. Como Isaías, somos chamados a purificar nosso coração, reconhecer nossa dependência de Deus e, ao ouvir Seu convite, responder com humildade e disponibilidade. O missionário não é aquele que se sente capaz, mas aquele que confia no poder de Deus para realizar Sua obra. "Eis-me aqui, envia-me a mim!" é a resposta de quem compreende que o chamado de Deus traz não apenas uma missão, mas a oportunidade de frutificar espiritualmente para a glória de Deus.
Esta é uma chamada que todos os cristãos devem refletir em seu dia a dia, pois Deus continua a procurar aqueles que se dispõem a ser usados por Ele para transformar vidas e cumprir Sua vontade na terra.
RESPONDA
SAIBA TUDO SOBRE A ESCOLA DOMINICAL:
SAIBA TUDO SOBRE A ESCOLA DOMINICAL:
EBD | Revista Editora PECC | 1° Trimestre De 2025 | TEMA: ISAÍAS – O Profeta Messiânico. | Escola Biblica Dominical |
Quem compromete-se com a EBD não inventa histórias, mas fala o que está escrito na Bíblia!
EBD | Revista Editora PECC | 1° Trimestre De 2025 | TEMA: ISAÍAS – O Profeta Messiânico. | Escola Biblica Dominical |
Quem compromete-se com a EBD não inventa histórias, mas fala o que está escrito na Bíblia!
📩 Adquira UM DOS PACOTES do acesso Vip ou arquivo avulso de qualquer ano | Saiba mais pelo Zap.
- O acesso vip foi pensado para facilitar o superintende e professores de EBD, dá a possibilidade de ter em mãos, Slides, Subsídios de todas as classes e faixas etárias. Saiba qual as opções, e adquira! Entre em contato.
- O acesso vip foi pensado para facilitar o superintende e professores de EBD, dá a possibilidade de ter em mãos, Slides, Subsídios de todas as classes e faixas etárias. Saiba qual as opções, e adquira! Entre em contato.
ADQUIRA O ACESSO VIP ou os conteúdos em pdf 👆👆👆👆👆👆 Entre em contato.
Os conteúdos tem lhe abençoado? Nos abençoe também com Uma Oferta Voluntária de qualquer valor pelo PIX:TEL (15)99798-4063 Seja Um Parceiro Desta Obra. “Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. Lucas 6:38
- ////////----------/////////--------------///////////
- ////////----------/////////--------------///////////
SUBSÍDIOS DAS REVISTAS CPAD
SUBSÍDIOS DAS REVISTAS BETEL
SUBSÍDIOS DAS REVISTAS PECC
SUBSÍDIOS DAS REVISTAS CENTRAL GOSPEL
---------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------
- ////////----------/////////--------------///////////
COMMENTS