TEXTO BÍBLICO BÁSICO Êxodo 26.31-34 31- Depois, farás um véu de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido; com querubins de obr...
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Êxodo 26.31-34
31- Depois, farás um véu de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido; com querubins de obra prima se fará.
32- E o porás sobre quatro colunas de madeira de cetim cobertas de ouro, sobre quatro bases de prata; seus colchetes serão de ouro.
33- Pendurarás o véu debaixo dos colchetes e meterás a arca do Testemunho ali dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo.
34- E porás a coberta do propiciatório sobre a arca do Testemunho no lugar santíssimo.
Hebreus 9.3,4
3- Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos,
4- que tinha o incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto.
Êxodo 40.34
34- Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo.
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Êxodo 26.31-34
Versículo 31
"Depois, farás um véu de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido; com querubins de obra prima se fará."
A palavra hebraica para "véu" aqui é פַּרִכָת (parokhet), que denota uma separação sagrada. Os materiais utilizados carregam grande simbolismo:
- Azul (תַּכָּלֶת, techelet) – Representa o céu e a divindade.
- Púrpura (אָרְגֵמַן, argaman) – Simboliza a realeza e o governo divino.
- Carmesim (תֹּלָעָת, tola'at) – Representa o sacrifício e redenção.
- Linho fino (שְּׁישָׁ, shesh) – Aponta para a pureza e a justiça.
Os querubins bordados são uma referência à presença celestial de Deus (Gn 3.24), indicando que a santidade do Santo dos Santos é protegida pelos guardiões divinos.
Versículo 32
"E o porás sobre quatro colunas de madeira de cetim cobertas de ouro, sobre quatro bases de prata; seus colchetes serão de ouro."
A "madeira de cetim" (provavelmente shittim, שִׁטִּים) é um tipo de acácia resistente e imputrescível, simbolizando a humanidade de Cristo revestida de divindade (ouro). As bases de prata (כְּסַף, kesef) tipificam redenção (Nm 3.49).
Versículo 33
"Pendurarás o véu debaixo dos colchetes e meterás a arca do Testemunho ali dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo."
O véu simbolizava a barreira entre Deus e os homens. Apenas o sumo sacerdote poderia entrar no Santo dos Santos uma vez ao ano (Lv 16.2). Esse véu foi rasgado com a morte de Cristo (Mt 27.51), demonstrando que o caminho até Deus foi aberto.
Versículo 34
"E porás a coberta do propiciatório sobre a arca do Testemunho no lugar santíssimo."
O "propiciatório" (כְּפִּרָת, kapporet) era a tampa da arca onde o sangue da expiação era aspergido (Lv 16.14). Isso aponta para Cristo como nossa propiciação (ιλαστήριον, hilastērion, Rm 3.25).
Hebreus 9.3,4
Versículo 3
"Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos."
O autor de Hebreus enfatiza a divisão entre o Lugar Santo e o Santo dos Santos. O "segundo véu" representa a necessidade de mediação para acesso a Deus.
Versículo 4
"Que tinha o incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto."
O incensário (θυμιατήριον, thymiaterion) era símbolo da oração e intercessão (Sl 141.2). A arca continha:
- Maná (מַּן, man) – A provisão divina (Jo 6.35).
- Vara de Arão – O sacerdócio validado por Deus (Nm 17.8).
- Tábuas da Lei – A palavra divina (Dt 10.5).
Êxodo 40.34
"Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo."
A "nuvem" (עַנִן, anan) representava a presença divina (Nm 9.15-16). "Glória" (כִּבּוֹד, kavod) denota o peso da santidade de Deus. Esse evento tipifica o derramamento do Espírito no Novo Testamento (At 2.2-4) e a presença futura de Deus na Nova Jerusalém (Ap 21.3).
Conclusão
Os textos apontam para Cristo como o verdadeiro tabernáculo (Jo 1.14), nosso sumo sacerdote (Hb 9.11), e o propiciatório que abriu o acesso ao Pai (Rm 5.2). O véu rasgado convida todos à plena comunhão com Deus. Esses elementos também prefiguram a realidade celestial onde Deus habitará com os homens eternamente (Ap 21.22-23).
Êxodo 26.31-34
Versículo 31
"Depois, farás um véu de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido; com querubins de obra prima se fará."
A palavra hebraica para "véu" aqui é פַּרִכָת (parokhet), que denota uma separação sagrada. Os materiais utilizados carregam grande simbolismo:
- Azul (תַּכָּלֶת, techelet) – Representa o céu e a divindade.
- Púrpura (אָרְגֵמַן, argaman) – Simboliza a realeza e o governo divino.
- Carmesim (תֹּלָעָת, tola'at) – Representa o sacrifício e redenção.
- Linho fino (שְּׁישָׁ, shesh) – Aponta para a pureza e a justiça.
Os querubins bordados são uma referência à presença celestial de Deus (Gn 3.24), indicando que a santidade do Santo dos Santos é protegida pelos guardiões divinos.
Versículo 32
"E o porás sobre quatro colunas de madeira de cetim cobertas de ouro, sobre quatro bases de prata; seus colchetes serão de ouro."
A "madeira de cetim" (provavelmente shittim, שִׁטִּים) é um tipo de acácia resistente e imputrescível, simbolizando a humanidade de Cristo revestida de divindade (ouro). As bases de prata (כְּסַף, kesef) tipificam redenção (Nm 3.49).
Versículo 33
"Pendurarás o véu debaixo dos colchetes e meterás a arca do Testemunho ali dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo."
O véu simbolizava a barreira entre Deus e os homens. Apenas o sumo sacerdote poderia entrar no Santo dos Santos uma vez ao ano (Lv 16.2). Esse véu foi rasgado com a morte de Cristo (Mt 27.51), demonstrando que o caminho até Deus foi aberto.
Versículo 34
"E porás a coberta do propiciatório sobre a arca do Testemunho no lugar santíssimo."
O "propiciatório" (כְּפִּרָת, kapporet) era a tampa da arca onde o sangue da expiação era aspergido (Lv 16.14). Isso aponta para Cristo como nossa propiciação (ιλαστήριον, hilastērion, Rm 3.25).
Hebreus 9.3,4
Versículo 3
"Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos."
O autor de Hebreus enfatiza a divisão entre o Lugar Santo e o Santo dos Santos. O "segundo véu" representa a necessidade de mediação para acesso a Deus.
Versículo 4
"Que tinha o incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto."
O incensário (θυμιατήριον, thymiaterion) era símbolo da oração e intercessão (Sl 141.2). A arca continha:
- Maná (מַּן, man) – A provisão divina (Jo 6.35).
- Vara de Arão – O sacerdócio validado por Deus (Nm 17.8).
- Tábuas da Lei – A palavra divina (Dt 10.5).
Êxodo 40.34
"Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo."
A "nuvem" (עַנִן, anan) representava a presença divina (Nm 9.15-16). "Glória" (כִּבּוֹד, kavod) denota o peso da santidade de Deus. Esse evento tipifica o derramamento do Espírito no Novo Testamento (At 2.2-4) e a presença futura de Deus na Nova Jerusalém (Ap 21.3).
Conclusão
Os textos apontam para Cristo como o verdadeiro tabernáculo (Jo 1.14), nosso sumo sacerdote (Hb 9.11), e o propiciatório que abriu o acesso ao Pai (Rm 5.2). O véu rasgado convida todos à plena comunhão com Deus. Esses elementos também prefiguram a realidade celestial onde Deus habitará com os homens eternamente (Ap 21.22-23).
TEXTO ÁUREO
Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne. Hebreus 10.19,20
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
(Hebreus 10.19-20)
Versículo 19 "Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus."
A palavra "ousadia" (παρρησία, parrēsia) significa confiança, liberdade de expressão e acesso irrestrito. No contexto judaico, apenas o sumo sacerdote tinha permissão para entrar no Santo dos Santos uma vez ao ano (Lv 16.2). No entanto, por meio do sangue de Cristo (αῖμα, haima), todos os crentes têm acesso direto a Deus, sem intermediários humanos, cumprindo a profecia de Jeremias 31.33-34 sobre a nova aliança.
Versículo 20 "Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne."
O "novo e vivo caminho" reflete a superação dos antigos rituais mosaicos. A palavra "novo" (πρόφατος, prosphatos) significa "recente, inaugurado recentemente", enfatizando a singularidade do caminho aberto por Cristo. O termo "vivo" (ζῶν, zōn) contrasta com os sacrifícios mortos da Antiga Aliança, apontando para a ressurreição e vida eterna em Cristo.
A menção ao "véu" (καταπέτασμα, katapetasma) é uma referência direta ao véu do templo que se rasgou de alto a baixo na crucificação (Mt 27.51). Tipologicamente, o véu separava o homem da presença de Deus; sua remoção simboliza o acesso livre através de Cristo.
Cristo é identificado com o véu por meio da expressão "pela sua carne", destacando a encarnação e o sacrifício vicário como a via para a reconciliação entre Deus e a humanidade. Assim, o texto reafirma a doutrina da justificação pela fé (Rm 5.1-2) e a mediação exclusiva de Cristo (1Tm 2.5).
(Hebreus 10.19-20)
Versículo 19 "Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus."
A palavra "ousadia" (παρρησία, parrēsia) significa confiança, liberdade de expressão e acesso irrestrito. No contexto judaico, apenas o sumo sacerdote tinha permissão para entrar no Santo dos Santos uma vez ao ano (Lv 16.2). No entanto, por meio do sangue de Cristo (αῖμα, haima), todos os crentes têm acesso direto a Deus, sem intermediários humanos, cumprindo a profecia de Jeremias 31.33-34 sobre a nova aliança.
Versículo 20 "Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne."
O "novo e vivo caminho" reflete a superação dos antigos rituais mosaicos. A palavra "novo" (πρόφατος, prosphatos) significa "recente, inaugurado recentemente", enfatizando a singularidade do caminho aberto por Cristo. O termo "vivo" (ζῶν, zōn) contrasta com os sacrifícios mortos da Antiga Aliança, apontando para a ressurreição e vida eterna em Cristo.
A menção ao "véu" (καταπέτασμα, katapetasma) é uma referência direta ao véu do templo que se rasgou de alto a baixo na crucificação (Mt 27.51). Tipologicamente, o véu separava o homem da presença de Deus; sua remoção simboliza o acesso livre através de Cristo.
Cristo é identificado com o véu por meio da expressão "pela sua carne", destacando a encarnação e o sacrifício vicário como a via para a reconciliação entre Deus e a humanidade. Assim, o texto reafirma a doutrina da justificação pela fé (Rm 5.1-2) e a mediação exclusiva de Cristo (1Tm 2.5).
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2ª feira - Mateus 27.45-51 - Eis que o véu do templo se rasgou em dois
3ª feira - Hebreus 10.19-23 - Tendo, pois, ousadia para entrar no Santuário
4ª feira - Mateus 5.17-20 - Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas
5ª feira Romanos 10.1-4 - O fim da lei é Cristo
6ª feira - João 6.51-59 - Este é o pão que desceu do céu
Sábado Colossenses 1.12-15 - Em Cristo temos a redenção pelo Seu sangue
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
Os textos selecionados formam um panorama sobre a redenção e a nova aliança em Cristo.
2ª feira - Mateus 27.45-51 - O véu do templo se rasgou
Este evento simboliza o fim da separação entre Deus e os homens. O véu, que separava o Santo dos Santos, representava a barreira do pecado. Em hebraico, "parokhet" (פָּרֹכֶת) era a cortina do templo, e seu rasgar significa o acesso direto ao Pai por meio de Cristo (Hb 9.12).
3ª feira - Hebreus 10.19-23 - Ousadia para entrar no Santuário
A "ousadia" (παρρησία, parrēsia em grego) refere-se à confiança de se achegar a Deus, graças ao sacrifício de Cristo. Agora, temos livre acesso à presença divina sem a necessidade dos sacrifícios levíticos.
4ª feira - Mateus 5.17-20 - Cristo e a Lei
Jesus não aboliu a Lei, mas a cumpriu perfeitamente. A palavra grega "πληρόω" (plēroō, "cumprir") indica levar à plenitude. Ele revelou seu verdadeiro significado e aplicabilidade no Reino de Deus.
5ª feira - Romanos 10.1-4 - O fim da Lei é Cristo
A expressão "fim" (τέλος, telos) pode ser entendida como "propósito" ou "consumação". Cristo é tanto o objetivo quanto a realização da Lei, justificando pela fé aqueles que creem.
6ª feira - João 6.51-59 - O pão da vida
Jesus se apresenta como o verdadeiro alimento espiritual. O termo grego "σάρξ" (sarx, "carne") enfatiza sua encarnação e sacrifício. A ceia do Senhor reflete essa realidade espiritual.
Sábado - Colossenses 1.12-15 - Redenção pelo sangue de Cristo
A redenção (ἀπολύτρωσις, apolytrōsis) implica libertação mediante pagamento de um preço. O sangue de Cristo remove nossa culpa e nos transporta do império das trevas para o Reino de Deus.
Esses textos revelam a centralidade de Cristo na nova aliança e seu papel como mediador da salvação.
Os textos selecionados formam um panorama sobre a redenção e a nova aliança em Cristo.
2ª feira - Mateus 27.45-51 - O véu do templo se rasgou
Este evento simboliza o fim da separação entre Deus e os homens. O véu, que separava o Santo dos Santos, representava a barreira do pecado. Em hebraico, "parokhet" (פָּרֹכֶת) era a cortina do templo, e seu rasgar significa o acesso direto ao Pai por meio de Cristo (Hb 9.12).
3ª feira - Hebreus 10.19-23 - Ousadia para entrar no Santuário
A "ousadia" (παρρησία, parrēsia em grego) refere-se à confiança de se achegar a Deus, graças ao sacrifício de Cristo. Agora, temos livre acesso à presença divina sem a necessidade dos sacrifícios levíticos.
4ª feira - Mateus 5.17-20 - Cristo e a Lei
Jesus não aboliu a Lei, mas a cumpriu perfeitamente. A palavra grega "πληρόω" (plēroō, "cumprir") indica levar à plenitude. Ele revelou seu verdadeiro significado e aplicabilidade no Reino de Deus.
5ª feira - Romanos 10.1-4 - O fim da Lei é Cristo
A expressão "fim" (τέλος, telos) pode ser entendida como "propósito" ou "consumação". Cristo é tanto o objetivo quanto a realização da Lei, justificando pela fé aqueles que creem.
6ª feira - João 6.51-59 - O pão da vida
Jesus se apresenta como o verdadeiro alimento espiritual. O termo grego "σάρξ" (sarx, "carne") enfatiza sua encarnação e sacrifício. A ceia do Senhor reflete essa realidade espiritual.
Sábado - Colossenses 1.12-15 - Redenção pelo sangue de Cristo
A redenção (ἀπολύτρωσις, apolytrōsis) implica libertação mediante pagamento de um preço. O sangue de Cristo remove nossa culpa e nos transporta do império das trevas para o Reino de Deus.
Esses textos revelam a centralidade de Cristo na nova aliança e seu papel como mediador da salvação.
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
• entender que o Lugar Santíssimo era inacessível ao povo, sendo um espaço onde nem mesmo os sacerdotes entravam livremente;
• compreender que o corpo de Jesus foi ferido e Seu sangue derramado para possibilitar o acesso do ser humano à presença do Senhor no Lugar Santíssimo;
• perceber que, por intermédio de Jesus, temos acesso pleno e irrestrito a Deus.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor, conduza seus alunos à seguinte reflexão: Imagine que a sua casa tivesse um cômodo ao qual ninguém pudesse ter acesso, exceto uma vez por ano, e somente uma pessoa poderia entrar nele. Isso não parece distante da nossa vida espiritual? Muitas vezes, deixamos que barreiras invisíveis nos separem de Deus, quando, na verdade, Ele nos convida a nos aproximarmos diretamente, sem a ajuda de intermediários.
O véu que separava o Lugar Santíssimo no Tabernáculo era uma dessas barreiras, mas, hoje, temos pleno acesso ao Pai, graças ao sacrifício do Filho.
Excelente aula!
DINAMICA EXTRA
Comentário de Hubner Braz
EM BREVE
EM BREVE
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Nesta lição, exploraremos o Lugar Santíssimo (ou Santo dos Santos), o espaço mais sagrado no o no Tabernáculo, separado pelo véu e acessível apenas ao sumo sacerdote (Lv 16). Dentro dele estava a arca da aliança, onde se encontravam símbolos importantes do pacto de Jeová com Seu povo, como as tábuas da Lei (os Dez Mandamentos), o pote de ouro do maná (provisão divina no deserto), e a vara de Arão (sinal de sua escolha como sacerdote). Acima da arca, o propiciatório representava o trono da misericórdia, onde o sangue da expiação era oferecido, prefigurando o sacrifício de Cristo.
Nesta casa de glória, o encontro entre o elemento humano e Deus ocorria por meio da entrada do sumo sacerdote, que, uma vez por ano, realizava a expiação dos pecados do povo.
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
O Lugar Santíssimo: A Realidade Espiritual da Habitação de Deus
O Santo dos Santos (qōḏeš haqqŏḏāšîm, קֹדֶשׁ הַקֳּדָשִׁים) era a parte mais sagrada do Tabernáculo e, posteriormente, do Templo. O termo hebraico traz a ideia de um espaço completamente separado e consagrado à presença divina. A LXX (Septuaginta) traduz esse termo como τὰ ἅγια τῶν ἁγίων (ta hagia tōn hagiōn), enfatizando a santidade máxima do lugar.
O acesso ao Santo dos Santos era restrito ao sumo sacerdote (kōhēn haggādôl, כֹּהֵן הַגָּדוֹל), que entrava uma vez por ano, no Dia da Expiação (Yōm Kippūr, יוֹם כִּפּוּר, Lv 16.34), aspergindo o sangue sobre o propiciatório (kappōret, כַּפֹּרֶת), a tampa da arca da aliança, feita de ouro puro (Êx 25.17).
O Véu e sua Simbologia Teológica
O véu (pārōketh, פָּרֹכֶת), que separava o Santo dos Santos do Lugar Santo, era um lembrete constante da separação entre Deus e a humanidade por causa do pecado. O Novo Testamento interpreta o véu como o próprio corpo de Cristo (Hb 10.20, katapétasma, καταπέτασμα), que, ao ser rasgado na cruz (Mt 27.51), abriu o caminho para a presença direta de Deus.
Os Elementos da Arca e seus Significados
Dentro da arca estavam três elementos fundamentais do pacto de Deus com Israel (Hb 9.4):
- Tábuas da Lei – Representavam a aliança moral de Deus com Seu povo. No Novo Testamento, essa Lei é escrita nos corações (Jr 31.33, Hb 8.10).
- Maná – Um símbolo da provisão divina. Cristo se revela como o verdadeiro pão do céu (artos tēs zōēs, ἄρτος τῆς ζωῆς, Jo 6.35).
- Vara de Arão – Um sinal da autoridade sacerdotal dada por Deus (Nm 17.8), prefigurando o sacerdócio eterno de Cristo (Hb 5.5-6).
Cristo como Sumo Sacerdote e o Novo Acesso ao Santo dos Santos
O autor de Hebreus desenvolve a teologia de Cristo como o sumo sacerdote da nova aliança (archiereús, ἀρχιερεύς, Hb 4.14), que entrou no verdadeiro Santo dos Santos, não com sangue de animais, mas com Seu próprio sangue (haíma, αἷμα, Hb 9.12). Isso cumpre a tipologia do sistema sacrificial do Antigo Testamento, tornando-se o sacrifício definitivo (Hb 10.10).
Perspectivas Acadêmicas e Aplicação Contemporânea
Segundo G. K. Beale (The Temple and the Church’s Mission), o templo terreno era uma sombra da realidade celestial, agora acessível em Cristo. Para N. T. Wright (Jesus and the Victory of God), a destruição do templo e o rasgar do véu simbolizam o fim do sistema sacrificial e a inauguração do Reino de Deus.
A teologia do Santo dos Santos revela que, em Cristo, não há mais barreiras entre Deus e o homem. Seu sacrifício torna cada crente um "santuário do Espírito Santo" (naós tou Theou, ναὸς τοῦ Θεοῦ, 1Co 3.16).
O Lugar Santíssimo: A Realidade Espiritual da Habitação de Deus
O Santo dos Santos (qōḏeš haqqŏḏāšîm, קֹדֶשׁ הַקֳּדָשִׁים) era a parte mais sagrada do Tabernáculo e, posteriormente, do Templo. O termo hebraico traz a ideia de um espaço completamente separado e consagrado à presença divina. A LXX (Septuaginta) traduz esse termo como τὰ ἅγια τῶν ἁγίων (ta hagia tōn hagiōn), enfatizando a santidade máxima do lugar.
O acesso ao Santo dos Santos era restrito ao sumo sacerdote (kōhēn haggādôl, כֹּהֵן הַגָּדוֹל), que entrava uma vez por ano, no Dia da Expiação (Yōm Kippūr, יוֹם כִּפּוּר, Lv 16.34), aspergindo o sangue sobre o propiciatório (kappōret, כַּפֹּרֶת), a tampa da arca da aliança, feita de ouro puro (Êx 25.17).
O Véu e sua Simbologia Teológica
O véu (pārōketh, פָּרֹכֶת), que separava o Santo dos Santos do Lugar Santo, era um lembrete constante da separação entre Deus e a humanidade por causa do pecado. O Novo Testamento interpreta o véu como o próprio corpo de Cristo (Hb 10.20, katapétasma, καταπέτασμα), que, ao ser rasgado na cruz (Mt 27.51), abriu o caminho para a presença direta de Deus.
Os Elementos da Arca e seus Significados
Dentro da arca estavam três elementos fundamentais do pacto de Deus com Israel (Hb 9.4):
- Tábuas da Lei – Representavam a aliança moral de Deus com Seu povo. No Novo Testamento, essa Lei é escrita nos corações (Jr 31.33, Hb 8.10).
- Maná – Um símbolo da provisão divina. Cristo se revela como o verdadeiro pão do céu (artos tēs zōēs, ἄρτος τῆς ζωῆς, Jo 6.35).
- Vara de Arão – Um sinal da autoridade sacerdotal dada por Deus (Nm 17.8), prefigurando o sacerdócio eterno de Cristo (Hb 5.5-6).
Cristo como Sumo Sacerdote e o Novo Acesso ao Santo dos Santos
O autor de Hebreus desenvolve a teologia de Cristo como o sumo sacerdote da nova aliança (archiereús, ἀρχιερεύς, Hb 4.14), que entrou no verdadeiro Santo dos Santos, não com sangue de animais, mas com Seu próprio sangue (haíma, αἷμα, Hb 9.12). Isso cumpre a tipologia do sistema sacrificial do Antigo Testamento, tornando-se o sacrifício definitivo (Hb 10.10).
Perspectivas Acadêmicas e Aplicação Contemporânea
Segundo G. K. Beale (The Temple and the Church’s Mission), o templo terreno era uma sombra da realidade celestial, agora acessível em Cristo. Para N. T. Wright (Jesus and the Victory of God), a destruição do templo e o rasgar do véu simbolizam o fim do sistema sacrificial e a inauguração do Reino de Deus.
A teologia do Santo dos Santos revela que, em Cristo, não há mais barreiras entre Deus e o homem. Seu sacrifício torna cada crente um "santuário do Espírito Santo" (naós tou Theou, ναὸς τοῦ Θεοῦ, 1Co 3.16).
1. O VÉU: A SEPARAÇÃO ENTRE O HOMEM E DEUS
Como destacado na Lição 1, o véu, uma cortina confeccionada com extrema habilidade, era feito de linho branco entrelaçado com fios de azul, vermelho e roxo, adornado com figuras de querubins. Ele não apenas separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo, mas também simbolizava a barreira entre o profano e o sagrado.
Suspenso por quatro colunas de madeira de cetim, revestidas de ouro e firmadas sobre bases de prata, o véu era uma constante lembrança da santidade do Senhor e da distância imposta pelo pecado. Essa estrutura aponta para a necessidade de mediação entre Deus e o homem (Ex 26.31-37; 36.35; 2 Cr 3.14).
______________________________
As cores presentes no véu azul, vermelho e roxo seguem um padrão tipológico importante. O azul, associado ao céu, tipificando o Filho de Deus; o vermelho, associado ao derramamento de sangue, o Filho do Homem; e o roxo, a união dos dois tons, o Deus-conosco (Emanuel).
______________________________
1.1. Aspectos tipológicos do véu do Tabernáculo
Neste subtópico, será examinado o significado tipológico do véu que separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo.
1.1.1. O véu como símbolo da carne de Cristo
Hebreus 10.20 nos ensina que o véu do Tabernáculo simboliza a carne de Cristo e Sua vida terrena. Deste modo, a cortina de separação não era apenas um elemento físico; antes, apontava para a encarnação Daquele que une o divino e o humano. A barreira entre Criador e criatura, simbolizada pelo véu, seria superada pela entrega da vida do Cordeiro Santo em sacrifício.
1.1.2. O rasgar do véu como símbolo do acesso a Deus
A rejeição do Messias pelos sacerdotes e Sua crucificação pelos romanos não impediram o cumprimento do plano redentor, pois o próprio Jesus entregou Sua vida e, por meio de Sua carne, abriu o caminho para a salvação (Jo 14.6).
Na morte de Cristo no Calvário, o véu do Templo foi rasgado de cima a baixo (Mt 27.51; Mc 15.38). Esse rasgar representava a abertura do caminho, não para um propiciatório terreno ou para a arca da aliança, mas para a presença do Altíssimo (Hb 10.20).
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
O véu do Tabernáculo e sua relação com Cristo.
1. O VÉU: A SEPARAÇÃO ENTRE O HOMEM E DEUS
O véu do Tabernáculo (pārōketh, פָּרֹכֶת) era um elemento fundamental da estrutura do culto levítico. Ele servia como uma barreira visível entre o Lugar Santo e o Santo dos Santos, impedindo o acesso direto à presença de Deus. No Novo Testamento, essa separação é interpretada à luz da obra de Cristo, que removeu a barreira do pecado ao oferecer-se como sacrifício perfeito (Hb 10.19-20).
1.1. Aspectos Tipológicos do Véu do Tabernáculo
O véu não era apenas uma separação física, mas também um símbolo de realidades espirituais profundas. Ele representava a santidade de Deus e a impossibilidade de o homem pecador aproximar-se d’Ele sem um mediador. O padrão das cores no véu — azul, vermelho e púrpura — também carrega um significado teológico:
- Azul (tĕkēlet, תְּכֵלֶת) – Representa o céu, apontando para a divindade de Cristo (Jo 1.1; Cl 2.9).
- Vermelho (šānî, שָּׁנִי) – Associado ao sangue, simbolizando a humanidade e o sacrifício de Cristo (Is 53.5; Ef 1.7).
- Púrpura (’argāmān, אַרְגָּמָן) – Uma mistura do azul e vermelho, representando a união entre a natureza divina e humana de Cristo (Jo 1.14; Mt 1.23).
Segundo G. K. Beale (The Temple and the Church’s Mission), o próprio Tabernáculo refletia a estrutura do cosmos na teologia hebraica. O Santo dos Santos simbolizava o céu, enquanto o véu representava a separação entre a esfera celestial e a terrena, algo que seria removido em Cristo.
1.1.1. O Véu como Símbolo da Carne de Cristo
Em Hebreus 10.20, o autor explica que o véu simbolizava o corpo de Cristo:
“Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne.” (διὰ τοῦ καταπετάσματος, τοῦτ’ ἔστιν τῆς σαρκὸς αὐτοῦ, dià tou katapétasmatos, tout’ estin tēs sarkòs autoû).
O termo grego katapétasma (καταπέτασμα) significa literalmente "aquilo que cobre" ou "aquilo que esconde", reforçando a ideia de que a carne de Cristo ocultava Sua glória divina. Assim como o véu separava a glória de Deus do homem, a encarnação de Cristo escondia momentaneamente sua divindade plena (Fp 2.6-8).
No pensamento teológico de F. F. Bruce (The Epistle to the Hebrews), essa conexão entre o véu e o corpo de Cristo aponta para o fato de que foi necessário que Ele assumisse a condição humana para abrir o acesso a Deus. O véu de linho fino e cores representava a pureza e realeza de Cristo (1Pe 1.19).
1.1.2. O Rasgar do Véu como Símbolo do Acesso a Deus
O evento do rasgar do véu no Templo de Jerusalém, registrado em Mateus 27.51 e Marcos 15.38, possui um significado escatológico e soteriológico profundo. O texto diz que o véu foi rasgado de alto a baixo, indicando que foi um ato divino.
A palavra grega para "rasgar" utilizada nesses textos é schizō (σχίζω), que significa “dividir, abrir completamente”. Essa mesma palavra é usada no batismo de Jesus, quando os céus se abrem (Mc 1.10), estabelecendo um paralelo entre o batismo de Cristo e Sua morte como momentos que inauguram um novo acesso a Deus.
Em Hebreus 9.8, lemos que o véu indicava que "o caminho do Santo Lugar ainda não estava aberto enquanto o primeiro tabernáculo estava de pé". Com a morte de Cristo, esse caminho foi definitivamente aberto, cumprindo a tipologia do sistema mosaico.
N. T. Wright (Jesus and the Victory of God) argumenta que o rasgar do véu simboliza não apenas a reconciliação do homem com Deus, mas também o juízo sobre o antigo sistema religioso, indicando que o templo terrestre estava sendo substituído pelo verdadeiro santuário celestial (Hb 9.11-12).
Conclusão
O véu do Tabernáculo era um lembrete da separação causada pelo pecado, mas também uma profecia visual do que Cristo realizaria. Sua encarnação ocultou a glória divina, e Seu sacrifício removeu a barreira entre Deus e o homem. O acesso ao Santo dos Santos não está mais restrito ao sumo sacerdote uma vez por ano, mas agora é aberto a todos os que creem n'Ele.
Essa verdade nos chama a uma vida de adoração e santidade, lembrando que, como crentes, nos tornamos "templo do Espírito Santo" (1Co 6.19) e temos livre acesso ao Pai por meio de Cristo (Ef 2.18).
O véu do Tabernáculo e sua relação com Cristo.
1. O VÉU: A SEPARAÇÃO ENTRE O HOMEM E DEUS
O véu do Tabernáculo (pārōketh, פָּרֹכֶת) era um elemento fundamental da estrutura do culto levítico. Ele servia como uma barreira visível entre o Lugar Santo e o Santo dos Santos, impedindo o acesso direto à presença de Deus. No Novo Testamento, essa separação é interpretada à luz da obra de Cristo, que removeu a barreira do pecado ao oferecer-se como sacrifício perfeito (Hb 10.19-20).
1.1. Aspectos Tipológicos do Véu do Tabernáculo
O véu não era apenas uma separação física, mas também um símbolo de realidades espirituais profundas. Ele representava a santidade de Deus e a impossibilidade de o homem pecador aproximar-se d’Ele sem um mediador. O padrão das cores no véu — azul, vermelho e púrpura — também carrega um significado teológico:
- Azul (tĕkēlet, תְּכֵלֶת) – Representa o céu, apontando para a divindade de Cristo (Jo 1.1; Cl 2.9).
- Vermelho (šānî, שָּׁנִי) – Associado ao sangue, simbolizando a humanidade e o sacrifício de Cristo (Is 53.5; Ef 1.7).
- Púrpura (’argāmān, אַרְגָּמָן) – Uma mistura do azul e vermelho, representando a união entre a natureza divina e humana de Cristo (Jo 1.14; Mt 1.23).
Segundo G. K. Beale (The Temple and the Church’s Mission), o próprio Tabernáculo refletia a estrutura do cosmos na teologia hebraica. O Santo dos Santos simbolizava o céu, enquanto o véu representava a separação entre a esfera celestial e a terrena, algo que seria removido em Cristo.
1.1.1. O Véu como Símbolo da Carne de Cristo
Em Hebreus 10.20, o autor explica que o véu simbolizava o corpo de Cristo:
“Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne.” (διὰ τοῦ καταπετάσματος, τοῦτ’ ἔστιν τῆς σαρκὸς αὐτοῦ, dià tou katapétasmatos, tout’ estin tēs sarkòs autoû).
O termo grego katapétasma (καταπέτασμα) significa literalmente "aquilo que cobre" ou "aquilo que esconde", reforçando a ideia de que a carne de Cristo ocultava Sua glória divina. Assim como o véu separava a glória de Deus do homem, a encarnação de Cristo escondia momentaneamente sua divindade plena (Fp 2.6-8).
No pensamento teológico de F. F. Bruce (The Epistle to the Hebrews), essa conexão entre o véu e o corpo de Cristo aponta para o fato de que foi necessário que Ele assumisse a condição humana para abrir o acesso a Deus. O véu de linho fino e cores representava a pureza e realeza de Cristo (1Pe 1.19).
1.1.2. O Rasgar do Véu como Símbolo do Acesso a Deus
O evento do rasgar do véu no Templo de Jerusalém, registrado em Mateus 27.51 e Marcos 15.38, possui um significado escatológico e soteriológico profundo. O texto diz que o véu foi rasgado de alto a baixo, indicando que foi um ato divino.
A palavra grega para "rasgar" utilizada nesses textos é schizō (σχίζω), que significa “dividir, abrir completamente”. Essa mesma palavra é usada no batismo de Jesus, quando os céus se abrem (Mc 1.10), estabelecendo um paralelo entre o batismo de Cristo e Sua morte como momentos que inauguram um novo acesso a Deus.
Em Hebreus 9.8, lemos que o véu indicava que "o caminho do Santo Lugar ainda não estava aberto enquanto o primeiro tabernáculo estava de pé". Com a morte de Cristo, esse caminho foi definitivamente aberto, cumprindo a tipologia do sistema mosaico.
N. T. Wright (Jesus and the Victory of God) argumenta que o rasgar do véu simboliza não apenas a reconciliação do homem com Deus, mas também o juízo sobre o antigo sistema religioso, indicando que o templo terrestre estava sendo substituído pelo verdadeiro santuário celestial (Hb 9.11-12).
Conclusão
O véu do Tabernáculo era um lembrete da separação causada pelo pecado, mas também uma profecia visual do que Cristo realizaria. Sua encarnação ocultou a glória divina, e Seu sacrifício removeu a barreira entre Deus e o homem. O acesso ao Santo dos Santos não está mais restrito ao sumo sacerdote uma vez por ano, mas agora é aberto a todos os que creem n'Ele.
Essa verdade nos chama a uma vida de adoração e santidade, lembrando que, como crentes, nos tornamos "templo do Espírito Santo" (1Co 6.19) e temos livre acesso ao Pai por meio de Cristo (Ef 2.18).
2. A ARCA DA ALIANÇA E SEUS TESOUROS: SÍMBOLOS DA FIDELIDADE DIVINA
A arca da aliança representava o coração do Tabernáculo, sendo essencial para simbolizar a presença de Deus. Feita de madeira de cetim, revestida de ouro por dentro e por fora, a arca possuía detalhes em ouro maciço e era transportada por varas douradas. No topo, o propiciatório, com dois querubins, completava sua estrutura (Ex 25.10-22; 37.1-9).
Dentro da arca estavam três elementos de grande significado: as duas tábuas da Lei, o pote de ouro do maná e a vara de Arão que floresceu. Cada um desses objetos será explorado nos subtópicos a seguir. revelando sua importância tipológica e como eles apontavam para a fidelidade do Eterno ao longo da história de Israel.
______________________________
A madeira utilizada na construção da arca da aliança, uma espécie comum no deserto, simbolizava a humanidade do Filho de Deus, representando a encarnação divina em uma pessoa simples, que experimentou as fraquezas humanas, mas sem pecado (Hb 4.15).
______________________________
2.1. Aspectos tipológicos das duas tábuas de pedra
Neste subtópico, será explorado o profundo significado das duas tábuas de pedra que continham a Lei moral de Deus.
2.1.1. A Lei e a quebra das tábuas: símbolo da falha humana
As duas placas de pedra, entregues a Moisés no Sinai, representam a aliança entre Jeová e Israel (Ex 19; 20.1-7). Quando Moisés quebrou as primeiras tábuas, ao ver o povo adorando o bezerro de ouro (Ex 32), isso simbolizou a incapacidade humana de cumprir o estatuto divino. O fato de o Senhor enviar novas placas e ordenar que elas fossem guardadas na arca da aliança, sob o propiciatório (veja o Tópico 3.1.1), tipifica Cristo, o único capaz de cumprir plenamente o mandato celestial (Dt 10.1-5).
2.1.2. A Lei revelada e ampliada: instrução para o relacionamento com Deus e o próximo
Os Dez Mandamentos dividem-se em duas partes: os primeiros quatro expressam as obrigações do homem para com Deus, como adoração e respeito por Seu nome (Ex 20.1-11): e os seis últimos tratam das obrigações para com o próximo, como não matar e não roubar (Ex 20.12-17). Esses mandamentos delineiam os princípios éticos e morais que permeiam tanto o Antigo quanto o Novo Testamento.
No Novo Testamento, a função da Lei se amplia: ela revela o pecado (Rm 3.20) e conduz o pecador a Jesus (Gl 3.24,25). Embora o código mosaico não justifique o homem, Cristo é seu cumprimento. Ele viveu plenamente sua exigência (Mt 5.17; Rm 10.4). Agora, na Era da Graça, a Igreja está sob uma nova aliança, na qual o escrito eterno se internaliza como o guia moral e espiritual do salvo (Rm 6.14).
2.2. Aspectos tipológicos do pote de ouro do maná
Neste subtópico, será examinado o significado místico do maná guardado dentro da arca da aliança como um testemunho da provisão divina. O maná caía do céu como geada, e suas características prefiguram o caráter de Cristo (Ex 16.14,31; Nm 11.7,8). Observe:
• formação - sua formação em pequenos grãos aponta para a humildade do Verbo encarnado, que veio ao mundo como servo (Fp 2.7);
• forma - a forma arredondada do maná simboliza a perfeição e a plenitude do Salvador, sem falhas em Seu caráter e obra (CI 2.9; Hb 7.26);
• cor - o branco do maná reflete a pureza imaculada do Filho de Deus, que viveu sem pecado (1 Pe 1.19);
• processo - o fato de ser esmagado, antes de ser consumido, simboliza o sofrimento do Cordeiro Santo, que foi ferido para nos salvar (Is 53.5).
2.2.1. O maná como prefiguração de Cristo, o Pão da Vida
Em João 6, Jesus se identifica como o verdadeiro pão do céu, superior ao maná que sustentou o povo da aliança durante 40 anos no deserto (Ex 16.11-31; Nm 11.1-9).
O maná foi um sustento físico temporário, mas Cristo oferece alimento espiritual permanente, garantindo vida eterna aos que nele creem. O Messias é o antítipo do maná, revelando que o sustento da alma não vem da Lei ou dos rituais, mas de Sua vida e sacrifício. Assim como o maná era suficiente e satisfatório para o povo de Israel, o Emanuel supre plenamente as necessidades dos crentes, fortalecendo-os ao longo da jornada da vida.
2.3. Aspectos tipológicos da vara de Arão que floresceu
A vara de Arão foi colocada na arca como um sinal após a rebelião de Corá, Data e Abirão. Esses líderes desafiaram a autoridade de Moisés e seu irmão, acusando-os de usurpação de poder. Como consequência, Deus enviou Seu juízo, demonstrando que somente Arão e sua linhagem eram separados para o sacerdócio (Nm 16).
O Senhor providenciou um sinal claro para o povo, mostrando a escolha do sacerdócio de Arão. Doze varas foram deixadas no Tabernáculo, cada uma representando uma tribo de Israel. No dia seguinte, apenas a de Arão floresceu, exibindo brotos, flores e amêndoas, simbolizando vida, beleza e fertilidade. Este milagre reafirmou a autoridade sacerdotal de Arão, demonstrando que ele fora escolhido pelo Altíssimo (Nm 17).
2.3.1. A vara de Arão: símbolo de Cristo, o sumo sacerdote escolhido
A vara de Arão (Nm 17.8) tipifica o Salvador, o sumo sacerdote. Assim como a vara morta de Arão deu brotos e frutos, Cristo, uma raiz de uma terra seca (Is 53.2), ressuscitou ao terceiro dia, trazendo vida eterna. As flores representam a fragrância de Sua ressurreição, e as amêndoas, o fruto da vida eterna para todos aqueles que nele creem.
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
2. A ARCA DA ALIANÇA E SEUS TESOUROS: SÍMBOLOS DA FIDELIDADE DIVINA
A Arca da Aliança ('ārôn habberîth, אֲרוֹן הַבְּרִית) era o objeto mais sagrado do Tabernáculo. Feita de madeira de acácia (šittîm, שִּׁטִּים) e revestida de ouro por dentro e por fora (Êx 25.10-11), simbolizava tanto a humanidade quanto a divindade de Cristo. A madeira representava Sua encarnação (Jo 1.14), enquanto o ouro ilustrava Sua glória divina (Cl 2.9).
A presença da Arca no Santo dos Santos indicava a habitação de Deus entre o povo, e o propiciatório (kappōreth, כַּפֹּרֶת), onde o sangue da expiação era aspergido (Lv 16.14), apontava para a obra redentora de Cristo (Rm 3.25).
De acordo com G. K. Beale (The Temple and the Church’s Mission), a Arca funcionava como um microcosmo do trono celestial de Deus, ligando o culto terrestre ao governo divino nos céus.
2.1. Aspectos Tipológicos das Duas Tábuas de Pedra
2.1.1. A Lei e a Quebra das Tábuas: Símbolo da Falha Humana
As duas tábuas de pedra (lûḥōt hā’ēḏût, לֻחֹת הָעֵדוּת), dadas a Moisés no Sinai, continham a Lei moral de Deus. Quando Moisés as quebrou ao ver o bezerro de ouro (Êx 32.19), isso simbolizou a incapacidade humana de cumprir os preceitos divinos (Rm 3.20).
No entanto, Deus ordenou que novas tábuas fossem feitas e guardadas dentro da Arca (Dt 10.1-5). Isso prefigurava Cristo, que cumpriu perfeitamente a Lei (Mt 5.17) e Se tornou o novo mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5).
F. F. Bruce (The Epistle to the Hebrews) argumenta que o fato de a Lei estar dentro da Arca, coberta pelo propiciatório, ilustra que a misericórdia de Deus triunfa sobre o juízo, apontando para a justificação pela fé (Rm 3.24-25).
2.1.2. A Lei Revelada e Ampliada: Instrução para o Relacionamento com Deus e o Próximo
Os Dez Mandamentos eram divididos em dois grupos:
- Deveres para com Deus (Êx 20.1-11).
- Deveres para com o próximo (Êx 20.12-17).
No Novo Testamento, Jesus resumiu esses mandamentos no princípio do amor (Mt 22.37-40), revelando que a Lei aponta para a necessidade de um coração regenerado. Paulo reforça que a Lei não salva, mas conduz a Cristo (Gl 3.24-25).
N. T. Wright (Paul and the Faithfulness of God) sugere que a Nova Aliança cumpre o propósito da Lei ao internalizar seus princípios nos corações dos crentes (Jr 31.33; Hb 8.10).
2.2. Aspectos Tipológicos do Pote de Ouro do Maná
O maná (mān, מָן), que sustentou Israel no deserto (Êx 16.14-35), era um testemunho da provisão divina. Guardá-lo na Arca mostrava que Deus era fiel à Sua promessa de suprir as necessidades do Seu povo (Fp 4.19).
2.2.1. O Maná como Prefiguração de Cristo, o Pão da Vida
Jesus afirmou ser o verdadeiro "pão do céu" (artos ek tou ouranou, ἄρτος ἐκ τοῦ οὐρανοῦ) em João 6.32-35, revelando que o maná era uma sombra da provisão espiritual em Cristo.
O maná possuía características que tipificavam Cristo:
- Formação – Pequeno e discreto, aponta para a humildade de Jesus (Fp 2.7).
- Forma – Arredondado, simboliza Sua perfeição (Cl 2.9).
- Cor – Branco, refletindo Sua pureza (1Pe 1.19).
- Processo – Precisava ser moído antes de ser consumido, ilustrando o sofrimento de Cristo (Is 53.5).
Segundo Leon Morris (The Gospel According to John), essa tipologia enfatiza que, enquanto o maná sustentava fisicamente, Cristo nutre espiritualmente e garante vida eterna.
2.3. Aspectos Tipológicos da Vara de Arão que Floresceu
A vara de Arão (maṭṭê ’Aharōn, מַטֵּה אַהֲרֹן) foi um sinal divino após a rebelião de Corá (Nm 16). Quando as varas das doze tribos foram colocadas diante do Senhor, apenas a de Arão floresceu, com brotos, flores e amêndoas (Nm 17.8).
2.3.1. A Vara de Arão: Símbolo de Cristo, o Sumo Sacerdote Escolhido
A vara que floresceu prefigurava Cristo como:
- Sacerdote escolhido – Assim como Arão foi confirmado por Deus, Cristo foi declarado Sumo Sacerdote pela ressurreição (Hb 5.5-10).
- Fonte de vida – A vara morta voltou a viver, apontando para a ressurreição de Cristo (At 2.24).
- Produção de frutos – As amêndoas simbolizam o fruto da vida eterna em Cristo (Jo 15.5).
A palavra hebraica para amêndoa, šāqēḏ (שָׁקֵד), significa "vigiar" ou "estar alerta", conectando-se com a prontidão de Deus em cumprir Suas promessas (Jr 1.11-12).
Segundo R. K. Harrison (Numbers: An Exegetical Commentary), a vara de Arão estabeleceu a exclusividade do sacerdócio levítico, apontando para a exclusividade de Cristo como mediador da Nova Aliança (Hb 7.24-25).
Conclusão
A Arca da Aliança e seus elementos testemunham a fidelidade divina:
- As Tábuas da Lei – Cristo cumpriu perfeitamente a justiça de Deus.
- O Pote do Maná – Cristo é o sustento espiritual da humanidade.
- A Vara de Arão – Cristo é o Sumo Sacerdote e Senhor ressurreto.
Assim como a presença da Arca guiava Israel, hoje o Espírito Santo guia os crentes na Nova Aliança, selados pela obra consumada de Cristo (Ef 1.13-14).
2. A ARCA DA ALIANÇA E SEUS TESOUROS: SÍMBOLOS DA FIDELIDADE DIVINA
A Arca da Aliança ('ārôn habberîth, אֲרוֹן הַבְּרִית) era o objeto mais sagrado do Tabernáculo. Feita de madeira de acácia (šittîm, שִּׁטִּים) e revestida de ouro por dentro e por fora (Êx 25.10-11), simbolizava tanto a humanidade quanto a divindade de Cristo. A madeira representava Sua encarnação (Jo 1.14), enquanto o ouro ilustrava Sua glória divina (Cl 2.9).
A presença da Arca no Santo dos Santos indicava a habitação de Deus entre o povo, e o propiciatório (kappōreth, כַּפֹּרֶת), onde o sangue da expiação era aspergido (Lv 16.14), apontava para a obra redentora de Cristo (Rm 3.25).
De acordo com G. K. Beale (The Temple and the Church’s Mission), a Arca funcionava como um microcosmo do trono celestial de Deus, ligando o culto terrestre ao governo divino nos céus.
2.1. Aspectos Tipológicos das Duas Tábuas de Pedra
2.1.1. A Lei e a Quebra das Tábuas: Símbolo da Falha Humana
As duas tábuas de pedra (lûḥōt hā’ēḏût, לֻחֹת הָעֵדוּת), dadas a Moisés no Sinai, continham a Lei moral de Deus. Quando Moisés as quebrou ao ver o bezerro de ouro (Êx 32.19), isso simbolizou a incapacidade humana de cumprir os preceitos divinos (Rm 3.20).
No entanto, Deus ordenou que novas tábuas fossem feitas e guardadas dentro da Arca (Dt 10.1-5). Isso prefigurava Cristo, que cumpriu perfeitamente a Lei (Mt 5.17) e Se tornou o novo mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5).
F. F. Bruce (The Epistle to the Hebrews) argumenta que o fato de a Lei estar dentro da Arca, coberta pelo propiciatório, ilustra que a misericórdia de Deus triunfa sobre o juízo, apontando para a justificação pela fé (Rm 3.24-25).
2.1.2. A Lei Revelada e Ampliada: Instrução para o Relacionamento com Deus e o Próximo
Os Dez Mandamentos eram divididos em dois grupos:
- Deveres para com Deus (Êx 20.1-11).
- Deveres para com o próximo (Êx 20.12-17).
No Novo Testamento, Jesus resumiu esses mandamentos no princípio do amor (Mt 22.37-40), revelando que a Lei aponta para a necessidade de um coração regenerado. Paulo reforça que a Lei não salva, mas conduz a Cristo (Gl 3.24-25).
N. T. Wright (Paul and the Faithfulness of God) sugere que a Nova Aliança cumpre o propósito da Lei ao internalizar seus princípios nos corações dos crentes (Jr 31.33; Hb 8.10).
2.2. Aspectos Tipológicos do Pote de Ouro do Maná
O maná (mān, מָן), que sustentou Israel no deserto (Êx 16.14-35), era um testemunho da provisão divina. Guardá-lo na Arca mostrava que Deus era fiel à Sua promessa de suprir as necessidades do Seu povo (Fp 4.19).
2.2.1. O Maná como Prefiguração de Cristo, o Pão da Vida
Jesus afirmou ser o verdadeiro "pão do céu" (artos ek tou ouranou, ἄρτος ἐκ τοῦ οὐρανοῦ) em João 6.32-35, revelando que o maná era uma sombra da provisão espiritual em Cristo.
O maná possuía características que tipificavam Cristo:
- Formação – Pequeno e discreto, aponta para a humildade de Jesus (Fp 2.7).
- Forma – Arredondado, simboliza Sua perfeição (Cl 2.9).
- Cor – Branco, refletindo Sua pureza (1Pe 1.19).
- Processo – Precisava ser moído antes de ser consumido, ilustrando o sofrimento de Cristo (Is 53.5).
Segundo Leon Morris (The Gospel According to John), essa tipologia enfatiza que, enquanto o maná sustentava fisicamente, Cristo nutre espiritualmente e garante vida eterna.
2.3. Aspectos Tipológicos da Vara de Arão que Floresceu
A vara de Arão (maṭṭê ’Aharōn, מַטֵּה אַהֲרֹן) foi um sinal divino após a rebelião de Corá (Nm 16). Quando as varas das doze tribos foram colocadas diante do Senhor, apenas a de Arão floresceu, com brotos, flores e amêndoas (Nm 17.8).
2.3.1. A Vara de Arão: Símbolo de Cristo, o Sumo Sacerdote Escolhido
A vara que floresceu prefigurava Cristo como:
- Sacerdote escolhido – Assim como Arão foi confirmado por Deus, Cristo foi declarado Sumo Sacerdote pela ressurreição (Hb 5.5-10).
- Fonte de vida – A vara morta voltou a viver, apontando para a ressurreição de Cristo (At 2.24).
- Produção de frutos – As amêndoas simbolizam o fruto da vida eterna em Cristo (Jo 15.5).
A palavra hebraica para amêndoa, šāqēḏ (שָׁקֵד), significa "vigiar" ou "estar alerta", conectando-se com a prontidão de Deus em cumprir Suas promessas (Jr 1.11-12).
Segundo R. K. Harrison (Numbers: An Exegetical Commentary), a vara de Arão estabeleceu a exclusividade do sacerdócio levítico, apontando para a exclusividade de Cristo como mediador da Nova Aliança (Hb 7.24-25).
Conclusão
A Arca da Aliança e seus elementos testemunham a fidelidade divina:
- As Tábuas da Lei – Cristo cumpriu perfeitamente a justiça de Deus.
- O Pote do Maná – Cristo é o sustento espiritual da humanidade.
- A Vara de Arão – Cristo é o Sumo Sacerdote e Senhor ressurreto.
Assim como a presença da Arca guiava Israel, hoje o Espírito Santo guia os crentes na Nova Aliança, selados pela obra consumada de Cristo (Ef 1.13-14).
3. O PROPICIATÓRIO: O LUGAR DA EXPIAÇÃO E DA MISERICÓRDIA
O propiciatório, também chamado de "coberta" (hb. kapporeth), era um bloco de ouro maciço que fechava a arca da aliança, simbolizando o lugar da expiação e da misericórdia divina. Ele era essencial no Tabernáculo, sendo o ponto onde Deus se encontrava com o homem, especialmente por intermédio do sumo sacerdote, que, uma vez ao ano, aspergia o sangue da expiação sobre ele, cumprindo o ritual de propiciação pelos pecados do povo (Ex 25.17-22).
3.1. Aspectos tipológicos do propiciatório
A seguir, serão abordados os aspectos tipológicos do propiciatório. Esse importante elemento da arca da aliança tipifica verdades fundamentais sobre a relação entre Deus e a humanidade.
3.1.1. O propiciatório: a supremacia da misericórdia sobre a Lei
O propiciatório, que fechava a arca da aliança, simbolizava o lugar onde a misericórdia divina se sobrepunha à exigência de justiça.
Dentro da arca estavam os mandamentos - a Lei - que a humanidade era incapaz de cumprir plenamente. O propiciatório, portanto, não apenas cobria fisicamente o Código eterno, mas também demonstrava, espiritualmente, que, naquilo que o homem falhava, prevalecia a misericórdia do Senhor
Em vez de julgar o homem por sua incapacidade de seguir o caminho sagrado, o Altíssimo, em Sua graça, oferecia perdão e reconciliação por meio do sangue derramado.
______________________________
Na versão inglesa King James, Kapporeth é traduzido por "mercy seat" (= "Trono ou Assento das Misericórdias"; conf. Éx 25.27 KJV). O propiciatório, objeto sagrado posto sobre a arca da aliança, era o lugar de onde Jeová falava com Moisés (Nm 7.89), uma prefiguração de que a misericórdia divina sempre esteve acima da Lei.
______________________________
3.1.2. O sangue da propiciação: a expiação final em Cristo
Uma vez ao ano, sangue animal era aspergido sobre o propiciatório para expiação dos pecados de Israel. Esse ato prefigurava a obra do Messias, cujo sangue foi derramado para trazer à humanidade a redenção eterna
O altar da redenção no Antigo Testamento encontra seu cumprimento em Cristo na nova aliança. Jesus, ao morrer na cruz, tornou-se o propiciatório final, oferecendo Seu próprio sangue como sacrifício definitivo. Esse ato substituiu os rituais antigos e abriu um caminho permanente para a presença divina. Agora, a mediação se dá diretamente por intermédio do Cordeiro Santo, eliminando a separação causada pelo pecado (Hb 9.12; 10.19,20; Rm 3.25; 1 Jo 4.10).
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
1. O Propiciatório no Antigo Testamento
O propiciatório (hebraico: kapporeth), traduzido na versão King James como "mercy seat" (assento das misericórdias), era o lugar onde Deus se encontrava com o homem, particularmente no Tabernáculo e depois no Templo. Era colocado sobre a arca da aliança e simbolizava o lugar da expiação e da misericórdia divina. O sumo sacerdote, uma vez por ano, aspergia o sangue do sacrifício sobre o propiciatório, como parte do ritual de Yom Kipur, o Dia da Expiação, para expiar os pecados do povo de Israel (Levítico 16). Este ato simbolizava a reconciliação entre Deus e Seu povo, com o sangue do sacrifício atuando como um meio de cobertura para os pecados (Ex 25:17-22).
2. Aspectos Tipológicos do Propiciatório
2.1. A Supremacia da Misericórdia sobre a Lei
O propiciatório era um símbolo da misericórdia de Deus prevalecendo sobre a justiça da Lei. Dentro da arca estavam as tábuas da Lei, que representavam os mandamentos de Deus, mas a humanidade era incapaz de cumpri-los perfeitamente. O propiciatório, assim, cobria as tábuas da Lei, não apenas fisicamente, mas espiritualmente, representando que, naquilo que a humanidade falha, a misericórdia de Deus prevalece.
Na teologia cristã, isso é um reflexo da "justificação pela fé" (Rm 3.24), onde o sacrifício de Cristo na cruz é entendido como a obra redentora que cumpre a Lei em nosso lugar. O conceito de "misericórdia sobre a Lei" ecoa em passagens como Romanos 3:23-25, onde Paulo ensina que "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus", mas são justificados "pela graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, para propiciação, mediante a fé no Seu sangue".
Raiz Hebraica e Grega:
- Kapporeth (hebraico): A palavra deriva da raiz kaphar, que significa "cobrir", "expiação", implicando no ato de cobrir ou apagar os pecados.
- Hilasterion (grego, em Romanos 3.25 e Hebreus 9.5): Traduzido por "propiciação", significa "lugar de expiação" ou "lugar onde o sacrifício é feito". A raiz hilaskomai significa "agradar", "reconciliar", refletindo o ato de apaziguar a ira de Deus através do sacrifício.
3. O Sangue da Propiciação: Cristo como o Propiciatório Final
O ritual de aspergir o sangue sobre o propiciatório, realizado anualmente pelo sumo sacerdote, era uma pré-figuração da obra de Cristo. Jesus Cristo, como o "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29), tornou-se o propiciatório final, oferecendo Seu próprio sangue para a redenção eterna da humanidade. Ao morrer na cruz, Ele estabeleceu um novo caminho para a presença de Deus, sem a necessidade dos rituais de sacrifício que eram praticados no Antigo Testamento.
Hebreus 9.12-14 revela que Cristo, com Seu próprio sangue, entrou no Lugar Santíssimo, não com o sangue de bodes ou bezerros, mas com o Seu próprio sangue, "tendo obtido eterna redenção". Isso encerra a necessidade de sacrifícios repetidos e inaugura a nova aliança, onde Cristo se torna a mediação direta entre Deus e os homens, oferecendo perdão e reconciliação de uma vez por todas.
Raiz Grega e Hebraica:
- Hilasterion (grego, em 1 João 4.10 e Romanos 3.25): O uso desta palavra em relação a Cristo como o "propiciatório" enfatiza Sua função como o mediador que apaga a culpa do pecado, reconciliando a humanidade com Deus.
- Kaphar (hebraico): Significa "cobrir", "expiação", e é relacionado à cobertura dos pecados através do sacrifício.
4. Aplicação Pessoal
O estudo do propiciatório nos leva a refletir sobre o imenso privilégio que temos em Cristo. O Antigo Testamento nos revela um Deus justo e santo, cujos mandamentos eram perfeitos e exigiam total obediência. No entanto, o propiciatório nos mostra que, onde a justiça de Deus demandava punição para o pecado, a misericórdia de Deus prevaleceu. Cristo, como o verdadeiro e perfeito propiciatório, cumpriu todas as exigências da Lei em nosso favor e nos oferece perdão completo por meio de Seu sacrifício.
Para o cristão, a lição central é a de que não precisamos de nenhum sacrifício adicional para obter a reconciliação com Deus, pois Cristo já fez isso por nós. Em Efésios 2:13-18, Paulo nos ensina que, "agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo". Isso não significa apenas que temos acesso ao Senhor, mas também que a nossa identidade é transformada: "somos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho" (Rm 5.10).
Como aplicação pessoal, devemos viver com uma profunda gratidão pela obra redentora de Cristo e uma consciência constante de Sua misericórdia. Assim como o propiciatório simbolizava o lugar de reconciliação entre Deus e o povo, em Cristo encontramos o lugar onde podemos experimentar a misericórdia e o perdão de Deus todos os dias. A meditação sobre essa verdade nos leva a uma vida de rendição, humildade e adoração ao Cordeiro que, uma vez por todas, nos purificou de nossos pecados.
Referências Bibliográficas:
- Bíblia de Estudo NVI: Comentário sobre Hebreus 9.12-14 e Romanos 3.25.
- Comentário de Romanos de John Stott: Discussão sobre a propiciação e a justificação pela fé.
- Teologia Sistemática de Wayne Grudem: Estudo sobre a expiação e o sacrifício de Cristo.
Este estudo, portanto, nos convida a refletir sobre a supremacia da misericórdia de Deus e a centralidade de Cristo como o único meio de salvação e reconciliação, desafiando-nos a viver à altura de tal privilégio.
1. O Propiciatório no Antigo Testamento
O propiciatório (hebraico: kapporeth), traduzido na versão King James como "mercy seat" (assento das misericórdias), era o lugar onde Deus se encontrava com o homem, particularmente no Tabernáculo e depois no Templo. Era colocado sobre a arca da aliança e simbolizava o lugar da expiação e da misericórdia divina. O sumo sacerdote, uma vez por ano, aspergia o sangue do sacrifício sobre o propiciatório, como parte do ritual de Yom Kipur, o Dia da Expiação, para expiar os pecados do povo de Israel (Levítico 16). Este ato simbolizava a reconciliação entre Deus e Seu povo, com o sangue do sacrifício atuando como um meio de cobertura para os pecados (Ex 25:17-22).
2. Aspectos Tipológicos do Propiciatório
2.1. A Supremacia da Misericórdia sobre a Lei
O propiciatório era um símbolo da misericórdia de Deus prevalecendo sobre a justiça da Lei. Dentro da arca estavam as tábuas da Lei, que representavam os mandamentos de Deus, mas a humanidade era incapaz de cumpri-los perfeitamente. O propiciatório, assim, cobria as tábuas da Lei, não apenas fisicamente, mas espiritualmente, representando que, naquilo que a humanidade falha, a misericórdia de Deus prevalece.
Na teologia cristã, isso é um reflexo da "justificação pela fé" (Rm 3.24), onde o sacrifício de Cristo na cruz é entendido como a obra redentora que cumpre a Lei em nosso lugar. O conceito de "misericórdia sobre a Lei" ecoa em passagens como Romanos 3:23-25, onde Paulo ensina que "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus", mas são justificados "pela graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, para propiciação, mediante a fé no Seu sangue".
Raiz Hebraica e Grega:
- Kapporeth (hebraico): A palavra deriva da raiz kaphar, que significa "cobrir", "expiação", implicando no ato de cobrir ou apagar os pecados.
- Hilasterion (grego, em Romanos 3.25 e Hebreus 9.5): Traduzido por "propiciação", significa "lugar de expiação" ou "lugar onde o sacrifício é feito". A raiz hilaskomai significa "agradar", "reconciliar", refletindo o ato de apaziguar a ira de Deus através do sacrifício.
3. O Sangue da Propiciação: Cristo como o Propiciatório Final
O ritual de aspergir o sangue sobre o propiciatório, realizado anualmente pelo sumo sacerdote, era uma pré-figuração da obra de Cristo. Jesus Cristo, como o "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29), tornou-se o propiciatório final, oferecendo Seu próprio sangue para a redenção eterna da humanidade. Ao morrer na cruz, Ele estabeleceu um novo caminho para a presença de Deus, sem a necessidade dos rituais de sacrifício que eram praticados no Antigo Testamento.
Hebreus 9.12-14 revela que Cristo, com Seu próprio sangue, entrou no Lugar Santíssimo, não com o sangue de bodes ou bezerros, mas com o Seu próprio sangue, "tendo obtido eterna redenção". Isso encerra a necessidade de sacrifícios repetidos e inaugura a nova aliança, onde Cristo se torna a mediação direta entre Deus e os homens, oferecendo perdão e reconciliação de uma vez por todas.
Raiz Grega e Hebraica:
- Hilasterion (grego, em 1 João 4.10 e Romanos 3.25): O uso desta palavra em relação a Cristo como o "propiciatório" enfatiza Sua função como o mediador que apaga a culpa do pecado, reconciliando a humanidade com Deus.
- Kaphar (hebraico): Significa "cobrir", "expiação", e é relacionado à cobertura dos pecados através do sacrifício.
4. Aplicação Pessoal
O estudo do propiciatório nos leva a refletir sobre o imenso privilégio que temos em Cristo. O Antigo Testamento nos revela um Deus justo e santo, cujos mandamentos eram perfeitos e exigiam total obediência. No entanto, o propiciatório nos mostra que, onde a justiça de Deus demandava punição para o pecado, a misericórdia de Deus prevaleceu. Cristo, como o verdadeiro e perfeito propiciatório, cumpriu todas as exigências da Lei em nosso favor e nos oferece perdão completo por meio de Seu sacrifício.
Para o cristão, a lição central é a de que não precisamos de nenhum sacrifício adicional para obter a reconciliação com Deus, pois Cristo já fez isso por nós. Em Efésios 2:13-18, Paulo nos ensina que, "agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo". Isso não significa apenas que temos acesso ao Senhor, mas também que a nossa identidade é transformada: "somos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho" (Rm 5.10).
Como aplicação pessoal, devemos viver com uma profunda gratidão pela obra redentora de Cristo e uma consciência constante de Sua misericórdia. Assim como o propiciatório simbolizava o lugar de reconciliação entre Deus e o povo, em Cristo encontramos o lugar onde podemos experimentar a misericórdia e o perdão de Deus todos os dias. A meditação sobre essa verdade nos leva a uma vida de rendição, humildade e adoração ao Cordeiro que, uma vez por todas, nos purificou de nossos pecados.
Referências Bibliográficas:
- Bíblia de Estudo NVI: Comentário sobre Hebreus 9.12-14 e Romanos 3.25.
- Comentário de Romanos de John Stott: Discussão sobre a propiciação e a justificação pela fé.
- Teologia Sistemática de Wayne Grudem: Estudo sobre a expiação e o sacrifício de Cristo.
Este estudo, portanto, nos convida a refletir sobre a supremacia da misericórdia de Deus e a centralidade de Cristo como o único meio de salvação e reconciliação, desafiando-nos a viver à altura de tal privilégio.
CONCLUSÃO
Ao concluir o estudo sobre o Santo dos Santos, é necessário compreender a profundidade teológica deste espaço sagrado. O véu simbolizava a separação entre Deus e o homem, e foi por meio do sacrifício de Cristo que o acesso ao Pai foi restaurado.
A compreensão de que o sacrifício de Jesus não só nos deu acesso ao Lugar Santíssimo, mas nos proporcionou comunhão direta com o Eterno, é essencial para o fortalecimento da nossa esperança.
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário de Hubner Braz
O Santo dos Santos e a Restauração do Acesso a Deus por Cristo
O Santo dos Santos (Kodesh haKodashim, קֹדֶשׁ הַקֳּדָשִׁים) era o lugar mais sagrado do Tabernáculo e do Templo, separado do Lugar Santo por um véu espesso (parokhet, פָּרֹכֶת). Ele representava a presença de Deus e a inacessibilidade do homem devido ao pecado. Somente o sumo sacerdote podia entrar ali, e apenas uma vez ao ano, no Dia da Expiação (Yom Kippur), levando o sangue do sacrifício para aspergir sobre o propiciatório (kapporet, כַּפֹּרֶת) como expiação pelos pecados do povo (Lv 16.2-34).
Com a morte de Cristo, o véu do templo rasgou-se de alto a baixo (Mt 27.51; Mc 15.38; Lc 23.45), significando a remoção da barreira entre Deus e a humanidade. O escritor aos Hebreus interpreta esse evento como a inauguração de um novo e vivo caminho para a presença de Deus, não mais por meio de rituais mosaicos, mas pelo sangue de Cristo (Hb 9.11-12; 10.19-20).
1. O Véu: A Separação entre Deus e o Homem
A palavra hebraica para "véu" (parokhet, פָּרֹכֶת) tem a raiz prk, que pode significar "separar" ou "cobrir". No contexto do Templo, o véu era uma barreira física e simbólica que impedia o acesso direto à presença divina. Sua espessura era significativa (segundo a tradição judaica, cerca de 9 cm), e ele só era transposto pelo sumo sacerdote no Yom Kippur.
O véu apontava para a santidade de Deus e a impossibilidade de o homem pecador se aproximar d'Ele sem um mediador. O pecado de Adão e Eva resultou na separação entre Deus e o homem (Gn 3.23-24), e a estrutura do Tabernáculo refletia essa realidade. O acesso limitado ao Santo dos Santos ensinava que a humanidade precisava de redenção para se reconciliar com Deus.
Quando Cristo morreu, o véu rasgado significou que essa separação foi removida. Isso se alinha com Efésios 2.14-16, onde Paulo afirma que Cristo "derrubou a parede da separação" e reconciliou judeus e gentios em um só corpo.
2. Cristo: O Novo e Vivo Caminho para o Santo dos Santos
A epístola aos Hebreus apresenta Jesus como o verdadeiro sumo sacerdote, que não entrou em um santuário terrestre, mas no próprio céu, levando não o sangue de animais, mas Seu próprio sangue para a expiação dos pecados (Hb 9.11-12).
A palavra grega para "novo e vivo caminho" em Hebreus 10.20 é prosphatos (πρόσφατος), que significa "recente" ou "recém-aberto". Esse termo enfatiza que o caminho até Deus, antes inacessível, foi inaugurado definitivamente por Cristo. Ele não apenas abriu o caminho, mas Ele mesmo é o caminho (Jo 14.6).
Ao morrer na cruz, Cristo cumpriu a tipologia do sumo sacerdote e do sacrifício expiatório (Hb 9.24-26). O fato de que agora podemos "entrar no Santo dos Santos" (Hb 10.19) indica que temos acesso irrestrito à presença de Deus, sem necessidade de sacerdotes terrenos como mediadores.
3. Aplicação Pessoal: Viver na Presença de Deus
A rasgadura do véu não foi apenas um evento simbólico, mas um chamado prático para vivermos na presença de Deus. Como sacerdotes reais (1 Pe 2.9), devemos nos achegar com ousadia ao trono da graça (Hb 4.16), sabendo que a obra de Cristo nos garante acesso contínuo à comunhão com o Pai.
Isso implica uma vida de santidade e adoração, pois estar no Santo dos Santos significa viver na luz de Deus (1 Jo 1.7). Se antes o acesso era restrito a um sumo sacerdote anual, agora somos chamados a habitar constantemente em Cristo (Jo 15.4-5).
Em termos práticos:
- Devemos cultivar a oração e a adoração como expressão desse livre acesso.
- Nossa comunhão com Deus deve ser diária, não limitada a rituais ou locais físicos.
- Devemos abandonar qualquer mentalidade de distanciamento de Deus, pois Cristo removeu a barreira.
Conclusão
O Santo dos Santos simbolizava a presença de Deus, mas era inacessível devido ao pecado. O sacrifício de Cristo rasgou o véu e abriu um caminho definitivo para Deus. Hoje, temos plena liberdade para nos aproximarmos d'Ele, vivendo em comunhão constante com o Senhor.
Como afirma Hebreus 10.22: "Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em plena certeza de fé", pois já não há mais separação – fomos reconciliados por meio do sangue do Cordeiro.
O Santo dos Santos e a Restauração do Acesso a Deus por Cristo
O Santo dos Santos (Kodesh haKodashim, קֹדֶשׁ הַקֳּדָשִׁים) era o lugar mais sagrado do Tabernáculo e do Templo, separado do Lugar Santo por um véu espesso (parokhet, פָּרֹכֶת). Ele representava a presença de Deus e a inacessibilidade do homem devido ao pecado. Somente o sumo sacerdote podia entrar ali, e apenas uma vez ao ano, no Dia da Expiação (Yom Kippur), levando o sangue do sacrifício para aspergir sobre o propiciatório (kapporet, כַּפֹּרֶת) como expiação pelos pecados do povo (Lv 16.2-34).
Com a morte de Cristo, o véu do templo rasgou-se de alto a baixo (Mt 27.51; Mc 15.38; Lc 23.45), significando a remoção da barreira entre Deus e a humanidade. O escritor aos Hebreus interpreta esse evento como a inauguração de um novo e vivo caminho para a presença de Deus, não mais por meio de rituais mosaicos, mas pelo sangue de Cristo (Hb 9.11-12; 10.19-20).
1. O Véu: A Separação entre Deus e o Homem
A palavra hebraica para "véu" (parokhet, פָּרֹכֶת) tem a raiz prk, que pode significar "separar" ou "cobrir". No contexto do Templo, o véu era uma barreira física e simbólica que impedia o acesso direto à presença divina. Sua espessura era significativa (segundo a tradição judaica, cerca de 9 cm), e ele só era transposto pelo sumo sacerdote no Yom Kippur.
O véu apontava para a santidade de Deus e a impossibilidade de o homem pecador se aproximar d'Ele sem um mediador. O pecado de Adão e Eva resultou na separação entre Deus e o homem (Gn 3.23-24), e a estrutura do Tabernáculo refletia essa realidade. O acesso limitado ao Santo dos Santos ensinava que a humanidade precisava de redenção para se reconciliar com Deus.
Quando Cristo morreu, o véu rasgado significou que essa separação foi removida. Isso se alinha com Efésios 2.14-16, onde Paulo afirma que Cristo "derrubou a parede da separação" e reconciliou judeus e gentios em um só corpo.
2. Cristo: O Novo e Vivo Caminho para o Santo dos Santos
A epístola aos Hebreus apresenta Jesus como o verdadeiro sumo sacerdote, que não entrou em um santuário terrestre, mas no próprio céu, levando não o sangue de animais, mas Seu próprio sangue para a expiação dos pecados (Hb 9.11-12).
A palavra grega para "novo e vivo caminho" em Hebreus 10.20 é prosphatos (πρόσφατος), que significa "recente" ou "recém-aberto". Esse termo enfatiza que o caminho até Deus, antes inacessível, foi inaugurado definitivamente por Cristo. Ele não apenas abriu o caminho, mas Ele mesmo é o caminho (Jo 14.6).
Ao morrer na cruz, Cristo cumpriu a tipologia do sumo sacerdote e do sacrifício expiatório (Hb 9.24-26). O fato de que agora podemos "entrar no Santo dos Santos" (Hb 10.19) indica que temos acesso irrestrito à presença de Deus, sem necessidade de sacerdotes terrenos como mediadores.
3. Aplicação Pessoal: Viver na Presença de Deus
A rasgadura do véu não foi apenas um evento simbólico, mas um chamado prático para vivermos na presença de Deus. Como sacerdotes reais (1 Pe 2.9), devemos nos achegar com ousadia ao trono da graça (Hb 4.16), sabendo que a obra de Cristo nos garante acesso contínuo à comunhão com o Pai.
Isso implica uma vida de santidade e adoração, pois estar no Santo dos Santos significa viver na luz de Deus (1 Jo 1.7). Se antes o acesso era restrito a um sumo sacerdote anual, agora somos chamados a habitar constantemente em Cristo (Jo 15.4-5).
Em termos práticos:
- Devemos cultivar a oração e a adoração como expressão desse livre acesso.
- Nossa comunhão com Deus deve ser diária, não limitada a rituais ou locais físicos.
- Devemos abandonar qualquer mentalidade de distanciamento de Deus, pois Cristo removeu a barreira.
Conclusão
O Santo dos Santos simbolizava a presença de Deus, mas era inacessível devido ao pecado. O sacrifício de Cristo rasgou o véu e abriu um caminho definitivo para Deus. Hoje, temos plena liberdade para nos aproximarmos d'Ele, vivendo em comunhão constante com o Senhor.
Como afirma Hebreus 10.22: "Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em plena certeza de fé", pois já não há mais separação – fomos reconciliados por meio do sangue do Cordeiro.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Quais objetos sagrados eram guardados dentro da arca da aliança?
R. As duas tábuas da Lei; o pote de ouro do maná e a vara de Arão que floresceu.
Fonte: Revista Central Gospel
SAIBA TUDO SOBRE A ESCOLA DOMINICAL:
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EBD | Revista Editora Central Gospel | 1° Trimestre De 2025 | TEMA: Tipologia Bíblica – A obra de Cristo prefigurada no Antigo Testamento. | Escola Biblica Dominical |
Quem compromete-se com a EBD não inventa histórias, mas fala o que está escrito na Bíblia!
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