SUPLEMENTO EXCLUSIVO AO PROFESSOR Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o ...
SUPLEMENTO EXCLUSIVO AO PROFESSOR
Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Em Salmos 103 há 22 versos. Sugerimos começar a aula lendo, com os alunos, Salmo 103.1-22 (2 a 5 min.). A revista funciona como guia de estudo e leitura complementar, mas não substitui a leitura da Bíblia. Dentre tantas verdades, o Salmo 103 revela a maravilhosa paciência de Deus para com Israel e para conosco, pois ele mostra, de forma pressuposta no texto, que Deus está nos pedindo para que façamos uma análise da nossa vida e cheguemos à conclusão de que continuamos existindo apesar de comumente provocarmos a Sua ira. Ele não nos trata, como afirma o verso 10, segundo os nossos pecados, não nos destrói justamente, mas nos trata com amor; devido a isso, o salmista nos chama (v. 22) para cantarmos ao Senhor por todas as suas obras, as quais revelam o Se u amor todos os dias a nós, pecadores. Isso tudo é motivo para nos animarmos ao máximo realizando exercícios de louvores.
OBJETIVOS
PARA COMEÇAR A AULA
Estimado professor, a introdução da sua aula é a vitrine transparente do seu discurso; numa viagem, as pessoas gostam de saber aonde seu guia há de conduzi-las. Portanto, inicie esta aula apresentando seu esboço de ensino, seus métodos e os objetivos que temos em nossa lição. De início, mostre que o salmista magnífica a misericórdia de Deus por meio do seu amor, logo ele nos instrui a dar graças a Deus pelos seus favores particulares, bem como por sermos, como igreja, alvos da maravilha da salvação.
LEITURA ADICIONAL
“Bendizei ao Senhor, anjos seus, magníficos em poder:” Vendo a sua obra de louvor crescendo em suas mãos, ele convoca os “filhos primogênitos da luz” para cantar os louvores do Senhor, tanto quanto puderem, pois como diz Milton, eles são os que melhor podem fazê-lo. Habitando mais perto do que nós daquele trono preparado, no qual ainda não temos permissão para tocar, eles veem mais de perto a glória que devemos adorar. A eles é dado um grande poder de intelecto, e voz, e força, que se alegram por usar em serviços sagrados a Ele; que eles, agora, dediquem todas as suas forças a este cântico solene, que devemos enviar ao terceiro céu. Àquele que deu a força angelical, seja dedicada toda a força angelical. Eles são os seus anjos, e por isto não devem ser lentos para cantar os seus louvores. “Que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra.” Nós somos instruídos a obedecer a estes mandamentos e, aí, nós falhamos; que estes espíritos que não falharam, cuja bênção é jamais ter transgredido, deem ao Senhor a glória da sua santidade. Eles dão ouvidos ainda a mais mandamentos, obedecendo por audição reverente e também por ação e nérgica, e com isto nos ensinam como a vontade celestial deve ser realizada, para sempre; e por esta suprema excelência, que não recebam louvor, mas o deem todo àquele que os criou e conservou como são. Ó, que pudéssemos ouvi-los entoar os altos louvores de Deus, como os pastores, naquela que foi a maior de todas as noites de nascimento. Livro: Os Tesouros de Davi, vol. 2 (Charles Spurgeon, CPAD, 2017, pág. 950).
Texto Áureo
“Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome.” SI 103.1
Leitura Bíblica Com Todos
Salmo 103.1-22
COMENTÁRIO EXTRA
Comentário Bíblico e Teológico de Hubner Braz
Análise Bíblica e Teológica do Salmo 103:1-22
O Salmo 103 é um hino de louvor que exalta a bondade e a misericórdia de Deus. Ele é frequentemente lido e recitado como uma expressão de gratidão por todas as bênçãos que Deus concede. Davi, tradicionalmente considerado o autor deste salmo, convoca sua alma a bendizer ao Senhor e a recordar todas as Suas obras maravilhosas.
Contexto Geral:
Este salmo se destaca como um poema de ação de graças, em que o salmista reflete sobre a natureza de Deus e Suas ações em favor do Seu povo. Diferente de outros salmos que pedem ajuda ou expressam lamento, o Salmo 103 é inteiramente dedicado à adoração e louvor. Ele enfatiza a graça, o perdão, e a bondade de Deus, além de lembrar a humanidade da transitoriedade da vida em contraste com a eternidade da misericórdia divina.
Análise Versículo por Versículo
Versículo 1:
"Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome."
Análise Teológica: Davi começa o salmo convocando sua alma a louvar a Deus. "Tudo o que há em mim" sugere uma adoração completa e abrangente, que envolve o ser inteiro.
Raiz Hebraica:
- "Bendize" (בָּרַךְ, "barak"): Significa "abençoar" ou "louvar". Refere-se a reconhecer a grandeza de Deus e expressar gratidão.
- "Alma" (נֶפֶשׁ, "nephesh"): Refere-se à vida ou ao ser interior, incluindo emoções e desejos.
- "Santo" (קָדוֹשׁ, "qadosh"): Significa "sagrado" ou "separado". Refere-se à pureza e à santidade de Deus.
Versículo 2:
"Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios."
Análise Teológica: O salmista lembra sua alma de não esquecer os benefícios de Deus, sugerindo a importância de recordar as bênçãos e a bondade divina.
Raiz Hebraica:
- "Esqueças" (שָׁכַח, "shakach"): Significa "esquecer" ou "deixar de lembrar". É um lembrete para manter as bênçãos de Deus sempre presentes na memória.
- "Benefícios" (גְּמוּל, "gemul"): Refere-se a retribuições ou recompensas. Aqui, aponta para as ações graciosas de Deus.
Versículo 3:
"É ele que perdoa todas as tuas iniquidades, e sara todas as tuas enfermidades."
Análise Teológica: Deus é descrito como aquele que perdoa e cura, demonstrando Sua misericórdia e poder. O perdão das iniquidades é um tema central na teologia bíblica.
Raiz Hebraica:
- "Perdoa" (סָלַח, "salach"): Significa "perdoar" ou "absolver". Refere-se ao ato divino de remover a culpa do pecado.
- "Iniquidades" (עָוֹן, "avon"): Refere-se ao pecado ou à transgressão, indicando uma violação moral.
- "Sara" (רָפָא, "rapha"): Significa "curar" ou "restaurar". Refere-se à cura tanto física quanto espiritual.
- "Enfermidades" (תַּחֲלֻאִים, "tachaluim"): Refere-se a doenças ou fraquezas.
Versículo 4:
"É ele que redime a tua vida da perdição, e te coroa de benignidade e de misericórdia."
Análise Teológica: Deus é visto como o redentor que resgata da destruição e adorna com Sua bondade e misericórdia.
Raiz Hebraica:
- "Redime" (גָּאַל, "ga'al"): Significa "redimir" ou "resgatar". Refere-se ao ato de libertar ou salvar da escravidão ou do perigo.
- "Perdição" (שָׁחַת, "shachat"): Refere-se à destruição ou corrupção. Aqui, simboliza a morte ou o perigo extremo.
- "Benignidade" (חֶסֶד, "chesed"): Significa "amor leal" ou "bondade". É frequentemente associado ao amor constante e fiel de Deus.
- "Misericórdia" (רַחֲמִים, "rachamim"): Refere-se à compaixão ou ternura, frequentemente usada para descrever a atitude de Deus para com Seu povo.
Versículo 5:
"Ele enche a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia."
Análise Teológica: Deus é aquele que satisfaz com coisas boas e renova a força, usando a imagem da águia, que simboliza vigor e longevidade.
Raiz Hebraica:
- "Enche" (שָׂבַע, "sava"): Significa "satisfazer" ou "encher". Refere-se a prover em abundância.
- "Mocidade" (נְעוּרִים, "ne'urim"): Refere-se à juventude ou vitalidade.
- "Águia" (נֶשֶׁר, "nesher"): Uma ave conhecida por sua força e longevidade, simbolizando renovação e poder.
Versículo 6:
"O Senhor faz justiça e juízo a todos os oprimidos."
Análise Teológica: Deus é justo e defende os oprimidos, fazendo justiça em favor dos que sofrem.
Raiz Hebraica:
- "Justiça" (צֶדֶק, "tzedek"): Significa "justiça" ou "retidão". Refere-se à integridade moral e à conduta justa.
- "Juízo" (מִשְׁפָּט, "mishpat"): Refere-se ao julgamento ou decisão judicial, frequentemente associado à administração da justiça divina.
- "Oprimidos" (עָשׁוּק, "ashuq"): Refere-se àqueles que são maltratados ou explorados, frequentemente vítimas de injustiça.
Versículo 7:
"Fez notórios os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel."
Análise Teológica: Este versículo lembra a revelação de Deus a Moisés e ao povo de Israel, destacando a fidelidade de Deus ao guiar e instruir Seu povo.
Raiz Hebraica:
- "Caminhos" (דֶּרֶךְ, "derekh"): Refere-se ao caminho ou conduta, simbolizando os métodos e os planos de Deus.
- "Feitos" (עֲלִילוֹת, "alilot"): Refere-se às ações ou obras de Deus, especialmente Suas intervenções poderosas na história de Israel.
Versículo 8:
"Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade."
Análise Teológica: Este versículo ecoa a descrição de Deus em Êxodo 34:6, destacando Seus atributos de misericórdia, paciência, e amor constante.
Raiz Hebraica:
- "Misericordioso" (רַחוּם, "rachum"): Refere-se a alguém cheio de compaixão.
- "Piedoso" (חַנּוּן, "channun"): Significa "gracioso" ou "benevolente".
- "Longânimo" (אֶרֶךְ אַפַּיִם, "erekh appayim"): Significa "paciente" ou "tardio em irar-se".
- "Benignidade" (חֶסֶד, "chesed"): Novamente, refere-se ao amor leal e à bondade de Deus.
Versículo 9:
"Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira."
Análise Teológica: Deus não mantém Sua ira para sempre. Ele é paciente e pronto para perdoar, o que reflete Sua graça e misericórdia.
Raiz Hebraica:
- "Repreenderá" (רִיב, "riv"): Significa "contender" ou "litigar". Refere-se ao ato de corrigir ou disciplinar.
- "Conservará" (נָטַר, "natar"): Significa "guardar" ou "reter". Aqui, refere-se a reter a ira ou o desagrado.
Versículo 10:
"Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniquidades."
Análise Teológica: Este versículo reconhece a graça de Deus, que não nos trata conforme merecemos por nossos pecados, mas com misericórdia.
Raiz Hebraica:
- "Tratou" (עָשָׂה, "asah"): Significa "fazer" ou "tratar". Refere-se a como Deus lida conosco.
- "Pecados" (חֵטְא, "chet"): Significa "pecado" ou "erro", referindo-se à transgressão moral.
- "Iniquidades" (עָוֹן, "avon"): Refere-se novamente às perversidades ou atos de injustiça.
Versículo 11:
"Pois, assim como o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem."
Análise Teológica: A misericórdia de Deus é comparada à vastidão do céu, sugerindo sua imensidão e alcance para aqueles que o reverenciam.
Raiz Hebraica:
- "Alteia" (גָּבַהּ, "gavah"): Significa "ser alto" ou "elevado". Refere-se à altura ou distância.
- "Misericórdia" (חֶסֶד, "chesed"): Novamente, referindo-se ao amor leal e à bondade de Deus.
- "Temem" (יָרֵא, "yare"): Significa "reverenciar" ou "ter medo". Aqui, refere-se ao respeito e à reverência por Deus.
Versículo 12:
"Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões."
Análise Teológica: A imagem da distância entre o Oriente e o Ocidente simboliza a remoção completa e definitiva do pecado, destacando o perdão total de Deus.
Raiz Hebraica:
- "Oriente" (מִזְרָח, "mizrach"): Refere-se ao leste ou ao lugar onde o sol nasce.
- "Ocidente" (מַעֲרָב, "ma'arav"): Refere-se ao oeste ou ao lugar onde o sol se põe.
- "Transgressões" (פֶּשַׁע, "pesha"): Significa "rebelião" ou "transgressão", indicando um ato deliberado contra a lei de Deus.
Versículo 13:
"Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem."
Análise Teológica: Deus é comparado a um pai compassivo, mostrando que Sua relação conosco é marcada por cuidado e misericórdia.
Raiz Hebraica:
- "Compadece" (רָחַם, "racham"): Significa "ter compaixão" ou "mostrar ternura". Refere-se ao sentimento de ternura e cuidado.
- "Pai" (אָב, "av"): Refere-se ao pai como uma figura de autoridade e cuidado.
- "Filhos" (בֵּן, "ben"): Refere-se aos descendentes ou filhos.
Versículo 14:
"Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó."
Análise Teológica: Deus conhece a fragilidade humana e tem compaixão de nossa natureza transitória e frágil.
Raiz Hebraica:
- "Estrutura" (יֵצֶר, "yetzer"): Refere-se à forma ou inclinação, destacando nossa constituição física e moral.
- "Pó" (עָפָר, "afar"): Significa "poeira" ou "terra", simbolizando a origem terrena e a mortalidade humana.
Versículo 15:
"Quanto ao homem, os seus dias são como a erva; como a flor do campo, assim floresce."
Análise Teológica: Este versículo compara a vida humana à fragilidade e transitoriedade da erva e da flor do campo, sublinhando a brevidade da existência.
Raiz Hebraica:
- "Erva" (חָצִיר, "chatzir"): Refere-se à grama ou erva, simbolizando algo passageiro e frágil.
- "Flor" (צִיץ, "tzitz"): Refere-se à flor, destacando a beleza efêmera da vida.
Versículo 16:
"Passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não será mais conhecido."
Análise Teológica: Este versículo reforça a efemeridade da vida humana, que é varrida rapidamente como uma flor pelo vento.
Raiz Hebraica:
- "Vento" (רוּחַ, "ruach"): Refere-se ao vento ou espírito, simbolizando forças invisíveis que afetam a vida.
- "Lugar" (מָקוֹם, "maqom"): Refere-se ao lugar ou posição, destacando a transitoriedade da existência terrena.
Versículo 17:
"Mas a misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade sobre os que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos;"
Análise Teológica: A misericórdia de Deus é eterna, estendendo-se por gerações, mostrando a continuidade da bondade divina.
Raiz Hebraica:
- "Eternidade" (עוֹלָם, "olam"): Refere-se ao tempo indefinido, frequentemente traduzido como "para sempre" ou "eternidade".
- "Justiça" (צֶדֶקָה, "tzedakah"): Significa "justiça" ou "retidão", referindo-se à moralidade e à fidelidade de Deus.
Versículo 18:
"Sobre aqueles que guardam a sua aliança, e sobre os que se lembram dos seus preceitos para os cumprirem."
Análise Teológica: A misericórdia de Deus é especialmente direcionada àqueles que obedecem e guardam Seu pacto, demonstrando a importância da fidelidade à aliança.
Raiz Hebraica:
- "Guardam" (שָׁמַר, "shamar"): Significa "guardar" ou "observar". Refere-se ao ato de seguir ou manter.
- "Aliança" (בְּרִית, "berith"): Refere-se ao pacto ou acordo solene entre Deus e Seu povo.
- "Preceitos" (פִּקּוּדִים, "piqqudim"): Refere-se aos mandamentos ou instruções de Deus.
Versículo 19:
"O Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo."
Análise Teológica: Este versículo afirma a soberania de Deus, que governa sobre todas as coisas a partir de Seu trono celestial.
Raiz Hebraica:
- "Trono" (כִּסֵּא, "kisse"): Refere-se ao trono, simbolizando a autoridade real.
- "Reino" (מַלְכוּת, "malkhut"): Refere-se ao domínio ou reinado de Deus.
- "Domina" (מָשַׁל, "mashal"): Significa "governar" ou "reinar", destacando a autoridade suprema de Deus.
Versículo 20:
"Bendizei ao Senhor, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra."
Análise Teológica: Davi convoca os anjos, seres poderosos, a bendizerem ao Senhor, reconhecendo a autoridade de Deus e a obediência dos anjos a Suas ordens.
Raiz Hebraica:
- "Anjos" (מַלְאָךְ, "malak"): Refere-se a mensageiros ou seres celestiais.
- "Poder" (כֹּחַ, "koach"): Significa "força" ou "poder", indicando a capacidade e força dos anjos.
- "Ordem" (דָּבָר, "dabar"): Significa "palavra" ou "mandamento". Refere-se à instrução divina.
Versículo 21:
"Bendizei ao Senhor, todos os seus exércitos, vós ministros seus, que executais o seu beneplácito."
Análise Teológica: Aqui, Davi estende o convite a todos os exércitos celestiais, para que louvem ao Senhor e cumpram Sua vontade.
Raiz Hebraica:
- "Exércitos" (צָבָא, "tzava"): Refere-se aos exércitos ou hostes, frequentemente usado para descrever as forças celestiais.
- "Ministros" (מְשָׁרֵת, "mesharet"): Refere-se aos servos ou aqueles que ministram, especialmente no contexto celestial.
Versículo 22:
"Bendizei ao Senhor, todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio; bendize, ó minha alma, ao Senhor."
Análise Teológica: O salmo conclui com uma convocação a toda a criação para louvar a Deus, reconhecendo Seu domínio sobre todas as coisas.
Raiz Hebraica:
- "Obras" (מַעֲשֶׂה, "ma'aseh"): Refere-se às criações ou ações de Deus.
- "Domínio" (מָמְשָׁלָה, "memshalah"): Refere-se ao reino ou domínio, destacando a soberania de Deus sobre toda a criação.
Conclusão
O Salmo 103 é uma poderosa expressão de louvor e gratidão, destacando os atributos de Deus, como misericórdia, graça, e justiça. A análise das palavras hebraicas sublinha a profundidade da relação entre Deus e Seu povo, bem como a responsabilidade de lembrar e celebrar a bondade divina em todos os aspectos da vida.
Análise Bíblica e Teológica do Salmo 103:1-22
O Salmo 103 é um hino de louvor que exalta a bondade e a misericórdia de Deus. Ele é frequentemente lido e recitado como uma expressão de gratidão por todas as bênçãos que Deus concede. Davi, tradicionalmente considerado o autor deste salmo, convoca sua alma a bendizer ao Senhor e a recordar todas as Suas obras maravilhosas.
Contexto Geral:
Este salmo se destaca como um poema de ação de graças, em que o salmista reflete sobre a natureza de Deus e Suas ações em favor do Seu povo. Diferente de outros salmos que pedem ajuda ou expressam lamento, o Salmo 103 é inteiramente dedicado à adoração e louvor. Ele enfatiza a graça, o perdão, e a bondade de Deus, além de lembrar a humanidade da transitoriedade da vida em contraste com a eternidade da misericórdia divina.
Análise Versículo por Versículo
Versículo 1:
"Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome."
Análise Teológica: Davi começa o salmo convocando sua alma a louvar a Deus. "Tudo o que há em mim" sugere uma adoração completa e abrangente, que envolve o ser inteiro.
Raiz Hebraica:
- "Bendize" (בָּרַךְ, "barak"): Significa "abençoar" ou "louvar". Refere-se a reconhecer a grandeza de Deus e expressar gratidão.
- "Alma" (נֶפֶשׁ, "nephesh"): Refere-se à vida ou ao ser interior, incluindo emoções e desejos.
- "Santo" (קָדוֹשׁ, "qadosh"): Significa "sagrado" ou "separado". Refere-se à pureza e à santidade de Deus.
Versículo 2:
"Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios."
Análise Teológica: O salmista lembra sua alma de não esquecer os benefícios de Deus, sugerindo a importância de recordar as bênçãos e a bondade divina.
Raiz Hebraica:
- "Esqueças" (שָׁכַח, "shakach"): Significa "esquecer" ou "deixar de lembrar". É um lembrete para manter as bênçãos de Deus sempre presentes na memória.
- "Benefícios" (גְּמוּל, "gemul"): Refere-se a retribuições ou recompensas. Aqui, aponta para as ações graciosas de Deus.
Versículo 3:
"É ele que perdoa todas as tuas iniquidades, e sara todas as tuas enfermidades."
Análise Teológica: Deus é descrito como aquele que perdoa e cura, demonstrando Sua misericórdia e poder. O perdão das iniquidades é um tema central na teologia bíblica.
Raiz Hebraica:
- "Perdoa" (סָלַח, "salach"): Significa "perdoar" ou "absolver". Refere-se ao ato divino de remover a culpa do pecado.
- "Iniquidades" (עָוֹן, "avon"): Refere-se ao pecado ou à transgressão, indicando uma violação moral.
- "Sara" (רָפָא, "rapha"): Significa "curar" ou "restaurar". Refere-se à cura tanto física quanto espiritual.
- "Enfermidades" (תַּחֲלֻאִים, "tachaluim"): Refere-se a doenças ou fraquezas.
Versículo 4:
"É ele que redime a tua vida da perdição, e te coroa de benignidade e de misericórdia."
Análise Teológica: Deus é visto como o redentor que resgata da destruição e adorna com Sua bondade e misericórdia.
Raiz Hebraica:
- "Redime" (גָּאַל, "ga'al"): Significa "redimir" ou "resgatar". Refere-se ao ato de libertar ou salvar da escravidão ou do perigo.
- "Perdição" (שָׁחַת, "shachat"): Refere-se à destruição ou corrupção. Aqui, simboliza a morte ou o perigo extremo.
- "Benignidade" (חֶסֶד, "chesed"): Significa "amor leal" ou "bondade". É frequentemente associado ao amor constante e fiel de Deus.
- "Misericórdia" (רַחֲמִים, "rachamim"): Refere-se à compaixão ou ternura, frequentemente usada para descrever a atitude de Deus para com Seu povo.
Versículo 5:
"Ele enche a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia."
Análise Teológica: Deus é aquele que satisfaz com coisas boas e renova a força, usando a imagem da águia, que simboliza vigor e longevidade.
Raiz Hebraica:
- "Enche" (שָׂבַע, "sava"): Significa "satisfazer" ou "encher". Refere-se a prover em abundância.
- "Mocidade" (נְעוּרִים, "ne'urim"): Refere-se à juventude ou vitalidade.
- "Águia" (נֶשֶׁר, "nesher"): Uma ave conhecida por sua força e longevidade, simbolizando renovação e poder.
Versículo 6:
"O Senhor faz justiça e juízo a todos os oprimidos."
Análise Teológica: Deus é justo e defende os oprimidos, fazendo justiça em favor dos que sofrem.
Raiz Hebraica:
- "Justiça" (צֶדֶק, "tzedek"): Significa "justiça" ou "retidão". Refere-se à integridade moral e à conduta justa.
- "Juízo" (מִשְׁפָּט, "mishpat"): Refere-se ao julgamento ou decisão judicial, frequentemente associado à administração da justiça divina.
- "Oprimidos" (עָשׁוּק, "ashuq"): Refere-se àqueles que são maltratados ou explorados, frequentemente vítimas de injustiça.
Versículo 7:
"Fez notórios os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel."
Análise Teológica: Este versículo lembra a revelação de Deus a Moisés e ao povo de Israel, destacando a fidelidade de Deus ao guiar e instruir Seu povo.
Raiz Hebraica:
- "Caminhos" (דֶּרֶךְ, "derekh"): Refere-se ao caminho ou conduta, simbolizando os métodos e os planos de Deus.
- "Feitos" (עֲלִילוֹת, "alilot"): Refere-se às ações ou obras de Deus, especialmente Suas intervenções poderosas na história de Israel.
Versículo 8:
"Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade."
Análise Teológica: Este versículo ecoa a descrição de Deus em Êxodo 34:6, destacando Seus atributos de misericórdia, paciência, e amor constante.
Raiz Hebraica:
- "Misericordioso" (רַחוּם, "rachum"): Refere-se a alguém cheio de compaixão.
- "Piedoso" (חַנּוּן, "channun"): Significa "gracioso" ou "benevolente".
- "Longânimo" (אֶרֶךְ אַפַּיִם, "erekh appayim"): Significa "paciente" ou "tardio em irar-se".
- "Benignidade" (חֶסֶד, "chesed"): Novamente, refere-se ao amor leal e à bondade de Deus.
Versículo 9:
"Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira."
Análise Teológica: Deus não mantém Sua ira para sempre. Ele é paciente e pronto para perdoar, o que reflete Sua graça e misericórdia.
Raiz Hebraica:
- "Repreenderá" (רִיב, "riv"): Significa "contender" ou "litigar". Refere-se ao ato de corrigir ou disciplinar.
- "Conservará" (נָטַר, "natar"): Significa "guardar" ou "reter". Aqui, refere-se a reter a ira ou o desagrado.
Versículo 10:
"Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniquidades."
Análise Teológica: Este versículo reconhece a graça de Deus, que não nos trata conforme merecemos por nossos pecados, mas com misericórdia.
Raiz Hebraica:
- "Tratou" (עָשָׂה, "asah"): Significa "fazer" ou "tratar". Refere-se a como Deus lida conosco.
- "Pecados" (חֵטְא, "chet"): Significa "pecado" ou "erro", referindo-se à transgressão moral.
- "Iniquidades" (עָוֹן, "avon"): Refere-se novamente às perversidades ou atos de injustiça.
Versículo 11:
"Pois, assim como o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem."
Análise Teológica: A misericórdia de Deus é comparada à vastidão do céu, sugerindo sua imensidão e alcance para aqueles que o reverenciam.
Raiz Hebraica:
- "Alteia" (גָּבַהּ, "gavah"): Significa "ser alto" ou "elevado". Refere-se à altura ou distância.
- "Misericórdia" (חֶסֶד, "chesed"): Novamente, referindo-se ao amor leal e à bondade de Deus.
- "Temem" (יָרֵא, "yare"): Significa "reverenciar" ou "ter medo". Aqui, refere-se ao respeito e à reverência por Deus.
Versículo 12:
"Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões."
Análise Teológica: A imagem da distância entre o Oriente e o Ocidente simboliza a remoção completa e definitiva do pecado, destacando o perdão total de Deus.
Raiz Hebraica:
- "Oriente" (מִזְרָח, "mizrach"): Refere-se ao leste ou ao lugar onde o sol nasce.
- "Ocidente" (מַעֲרָב, "ma'arav"): Refere-se ao oeste ou ao lugar onde o sol se põe.
- "Transgressões" (פֶּשַׁע, "pesha"): Significa "rebelião" ou "transgressão", indicando um ato deliberado contra a lei de Deus.
Versículo 13:
"Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem."
Análise Teológica: Deus é comparado a um pai compassivo, mostrando que Sua relação conosco é marcada por cuidado e misericórdia.
Raiz Hebraica:
- "Compadece" (רָחַם, "racham"): Significa "ter compaixão" ou "mostrar ternura". Refere-se ao sentimento de ternura e cuidado.
- "Pai" (אָב, "av"): Refere-se ao pai como uma figura de autoridade e cuidado.
- "Filhos" (בֵּן, "ben"): Refere-se aos descendentes ou filhos.
Versículo 14:
"Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó."
Análise Teológica: Deus conhece a fragilidade humana e tem compaixão de nossa natureza transitória e frágil.
Raiz Hebraica:
- "Estrutura" (יֵצֶר, "yetzer"): Refere-se à forma ou inclinação, destacando nossa constituição física e moral.
- "Pó" (עָפָר, "afar"): Significa "poeira" ou "terra", simbolizando a origem terrena e a mortalidade humana.
Versículo 15:
"Quanto ao homem, os seus dias são como a erva; como a flor do campo, assim floresce."
Análise Teológica: Este versículo compara a vida humana à fragilidade e transitoriedade da erva e da flor do campo, sublinhando a brevidade da existência.
Raiz Hebraica:
- "Erva" (חָצִיר, "chatzir"): Refere-se à grama ou erva, simbolizando algo passageiro e frágil.
- "Flor" (צִיץ, "tzitz"): Refere-se à flor, destacando a beleza efêmera da vida.
Versículo 16:
"Passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não será mais conhecido."
Análise Teológica: Este versículo reforça a efemeridade da vida humana, que é varrida rapidamente como uma flor pelo vento.
Raiz Hebraica:
- "Vento" (רוּחַ, "ruach"): Refere-se ao vento ou espírito, simbolizando forças invisíveis que afetam a vida.
- "Lugar" (מָקוֹם, "maqom"): Refere-se ao lugar ou posição, destacando a transitoriedade da existência terrena.
Versículo 17:
"Mas a misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade sobre os que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos;"
Análise Teológica: A misericórdia de Deus é eterna, estendendo-se por gerações, mostrando a continuidade da bondade divina.
Raiz Hebraica:
- "Eternidade" (עוֹלָם, "olam"): Refere-se ao tempo indefinido, frequentemente traduzido como "para sempre" ou "eternidade".
- "Justiça" (צֶדֶקָה, "tzedakah"): Significa "justiça" ou "retidão", referindo-se à moralidade e à fidelidade de Deus.
Versículo 18:
"Sobre aqueles que guardam a sua aliança, e sobre os que se lembram dos seus preceitos para os cumprirem."
Análise Teológica: A misericórdia de Deus é especialmente direcionada àqueles que obedecem e guardam Seu pacto, demonstrando a importância da fidelidade à aliança.
Raiz Hebraica:
- "Guardam" (שָׁמַר, "shamar"): Significa "guardar" ou "observar". Refere-se ao ato de seguir ou manter.
- "Aliança" (בְּרִית, "berith"): Refere-se ao pacto ou acordo solene entre Deus e Seu povo.
- "Preceitos" (פִּקּוּדִים, "piqqudim"): Refere-se aos mandamentos ou instruções de Deus.
Versículo 19:
"O Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo."
Análise Teológica: Este versículo afirma a soberania de Deus, que governa sobre todas as coisas a partir de Seu trono celestial.
Raiz Hebraica:
- "Trono" (כִּסֵּא, "kisse"): Refere-se ao trono, simbolizando a autoridade real.
- "Reino" (מַלְכוּת, "malkhut"): Refere-se ao domínio ou reinado de Deus.
- "Domina" (מָשַׁל, "mashal"): Significa "governar" ou "reinar", destacando a autoridade suprema de Deus.
Versículo 20:
"Bendizei ao Senhor, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra."
Análise Teológica: Davi convoca os anjos, seres poderosos, a bendizerem ao Senhor, reconhecendo a autoridade de Deus e a obediência dos anjos a Suas ordens.
Raiz Hebraica:
- "Anjos" (מַלְאָךְ, "malak"): Refere-se a mensageiros ou seres celestiais.
- "Poder" (כֹּחַ, "koach"): Significa "força" ou "poder", indicando a capacidade e força dos anjos.
- "Ordem" (דָּבָר, "dabar"): Significa "palavra" ou "mandamento". Refere-se à instrução divina.
Versículo 21:
"Bendizei ao Senhor, todos os seus exércitos, vós ministros seus, que executais o seu beneplácito."
Análise Teológica: Aqui, Davi estende o convite a todos os exércitos celestiais, para que louvem ao Senhor e cumpram Sua vontade.
Raiz Hebraica:
- "Exércitos" (צָבָא, "tzava"): Refere-se aos exércitos ou hostes, frequentemente usado para descrever as forças celestiais.
- "Ministros" (מְשָׁרֵת, "mesharet"): Refere-se aos servos ou aqueles que ministram, especialmente no contexto celestial.
Versículo 22:
"Bendizei ao Senhor, todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio; bendize, ó minha alma, ao Senhor."
Análise Teológica: O salmo conclui com uma convocação a toda a criação para louvar a Deus, reconhecendo Seu domínio sobre todas as coisas.
Raiz Hebraica:
- "Obras" (מַעֲשֶׂה, "ma'aseh"): Refere-se às criações ou ações de Deus.
- "Domínio" (מָמְשָׁלָה, "memshalah"): Refere-se ao reino ou domínio, destacando a soberania de Deus sobre toda a criação.
Conclusão
O Salmo 103 é uma poderosa expressão de louvor e gratidão, destacando os atributos de Deus, como misericórdia, graça, e justiça. A análise das palavras hebraicas sublinha a profundidade da relação entre Deus e Seu povo, bem como a responsabilidade de lembrar e celebrar a bondade divina em todos os aspectos da vida.
Verdade Prática
Deus deve reinar em todas as áreas da nossa vida.
Devocional Diário
INTRODUÇÃO
Chegamos ao Salmo 103, uma das mais belas páginas bíblicas de poesia. O texto do hino exala amor e misericórdia. Ao estudá-lo, encontramos o mesmo Deus retratado nas páginas do Novo Testamento. Parece dividir alma e espírito, juntas e medulas. Nele, podemos enxergar o coração de um poeta agradecido e apaixonado por Deus.
I- ASPECTOS GERAIS
1- Autor, título e data. Como vemos no título em itálico constante no topo deste hino, o Salmo 103 é de autoria de Davi. Reforçando o que dissemos em aula anterior, muito embora esses títulos não constem nos originais das Escrituras, são muito antigos e já apareciam na tradução do Antigo Testamento para o grego, a conhecida versão Septuaginta, cerca de 300 a 200 a. C. Sobre a data, não podemos precisar, estando situada entre 1.000 a 930 a. C.
2- Classificação. O Salmo 103 é um cântico de aleluia ou de ação de graças. Trata-se de uma das páginas mais tocantes da Bíblia. Neste salmo, Davi expressa um coração agradecido perante um Deus cheio de amor.
3- Vocativos de adoração (Sl 103.1-2) Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome (103.1).
Para compor este hino, Davi faz vários chamamentos. O primeiro vocativo de adoração é dirigido ao próprio compositor. “Bendize, ó minha alma, ao Senhor” é um brado interior, uma convocação da própria alma a comparecer diante de Deus com palavras que bendigam e exaltem o Todo-Poderoso. O salmo apresenta uma teologia inclusiva de seu autor e uma linguagem modesta, o que se nota pelo emprego dos pronomes pessoais aplicados. Depois de convocar primeiro sua própria alma (v. 1-2), Davi inclui os anjos (v. 20-21) e todas as obras criadas pelo Senhor, em todos os espaços (v. 22), retornando no fim ao vocativo inicial. Eis uma maravilhosa visão do mundo divino! Assim devemos viver: ligados à igreja do Senhor presente em toda a Terra; ligados às obras do Criador e ao Céu através da oração. Assim como Davi se volta para as obras criadas por Deus, clamando em poesia para que elas exaltem ao Criador, ele também convoca a si mesmo, antes mesmo de clamar a qualquer outra criatura. No versículo 2, Davi desperta sua alma para que jamais esqueça de “nem um só de seus benefícios”. Note a expressão grifada na versão que utilizamos (ARA), que não emprega aqui o pronome nenhum”, mas o numeral “um”. Note que “nem um” significa não deixar um único benefício cair em esquecimento, ainda que o salmista haja recebido milhares deles. Os motivos para tamanha imprecação estão nos versículos 3, 4 e 5. É o que veremos n o tópico seguinte.
II- MOTIVOS PARA ADORAR (SI 103. 1-5)
1- Perdão e Cura (Sl 103.3) Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara todas as tuas enfermidades.
Assim como as trevas destacam a luz, a multidão dos nossos pecados enternecidos terminam por evidenciar o grande amor de Deus pelo ser humano (Rm 5.20). Deus é quem perdoa todos os nossos pecados, sejam quais forem, em todos os tempos e circunstâncias (Lc 15). Apesar de todos os variados relacionamentos que nos ligam hoje ao rebanho do Senhor, a evidência, o vínculo que jamais esmaece é o perdão que recebemos do Salvador. A Alegria da salvação nunca deve morrer em nós, deve ser a nossa motivação primeira (Lc 10.20), o laço de amor que nos prende ao Redentor. Jesus referiu-se a isto quando perdoou a mulher pecadora que lhe ungiu com unguento valioso, fazendo esta declaração: “Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.” (Lc 7.47). Por sua vez, a fonte desse amor está no Calvário, razão por que Paulo escreveu que o amor de Cristo nos constrange (literalmente: prende-nos): “Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram” (2Co 5.14). Este é o apertado vínculo que nos une ao Salvador. A cura divina surge como segundo motivo de gratidão (v. 3). Ao longo da nossa vida, desde a fase intrauterina, quantas vezes temos recebido a intervenção do Senhor? Quantas vezes julgamos tudo perdido, mas somos surpreendidos pelo agir de Deus. Interessante a repetição do termo “todas”, o que deve incluir as enfermidades mentais. Sobre isto, precisamos considerar o seguinte raciocínio inverso: se, não obstante o agir de Deus, consideramos correto recorrermos à medicina para tratar o nosso corpo, por que muitos cristãos ainda resistem, repudiam e até demonizam o tratamento psiquiátrico? Ora, se o corpo adoece, a mente também pode adoecer, sendo, aliás, o cérebro e suas funções uma das áreas mais desprezadas em nossos checkups anuais. Se consideramos correto o uso de medicamentos de uso contínuo para tratar hipertensão, diabetes, por que alguns cristãos criticam o uso de medicamentos controlados quando se mostram necessários? Não estaria esta ideia ligada à ocorrência de tantos suicídios no mundo evangélico? Cuidado! Não desprezemos o conhecimento que Deus repartiu com os homens para o nosso bem. Jesus disse que os doentes precisam de médico (Mc 2.17), isto inclui a psiquiatria. Precisamos admitir que Deus e o médico trabalham para o mesmo fim, o nosso bem-estar. Devemos aceitar toda terapia necessária, ao mesmo tempo em que continuamos crendo cem por cento no agir de Deus. Sobre isto, veja o que escrevemos na obra “Cura Divina – Promessa Atual” (CPAD, 1999) e em “A Verdadeira Dimensão da Fé” (CPAD, 2006).
2- Livramento e honra (Sl 103.4) Quem da cova redime a tua vida e te coroa de graça e misericórdia.
Nem sempre precisamos de cura para viver às vezes, só um livramento pode nos afastar da morte e do Inferno. “Quem da cova redime a tua vida” (v. 4) é o reconhecimento sincero de um homem que viu a morte de perto quando lutou com Golias (1Sm 17.44), quando escapou de Saul (1Sm 19.1) e de seu próprio filho Absalão (2Sm 17). Kenneth E. Bailey afirma que o texto “e não nos deixe cair em tentação; mas livra-nos do mal”, na 44 parte grifada é “mas resgata-nos do mal”, sendo que uma das traduções para “mal” é Maligno. Ainda que Satanás consiga arrebatar alguma ovelha, Jesus, o incansável e amoroso Pastor, pode nos resgatar das mãos do Diabo, pois somente ele tem poder de manietar o “valente” (Lc 3.27), para isto veio ao mundo (At 10.38). Deus é quem redime a nossa vida da cova. A honra é lembrada por Davi como uma coroa, peça tão simbólica para os reis. Somos coroados de “graça e misericórdia” (v. 4). Na vida cristã não existe lugar para auto justiça (Ef 2.8). Embora se trate de uma resposta divina à fidelidade de seus servos, que faz com que seus filhos sejam colocados entre os príncipes deste mundo (Sl 113.8), o fundamento desse gesto divino é a bondade do Senhor. Portanto essa “exaltação” deriva, primeiro, do grande amor de Deus e, depois, conjuntamente, da nossa fidelidade de seguidores de Jesus. “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará” (Sl 37.5) contém exatamente essa sequência: entrega/confiança/resposta
3- Velhice e juventude (Sl 103.5) Quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.
Certamente, Davi se recorda da misericórdia do Senhor ao longo de sua vida Ele foi jovem e envelheceu conhecendo e servindo a Deus (S1 37.25). Juventude e velhice são faixas etárias que preocupam alguns. Quando avançamos na idade, podemos não deter mais a mesma força de trabalho, sofrer a perda de rendimentos e o aumento dos gastos com a saúde e a alimentação. Porém, Deus é quem nos “farta de bens”, suprindo nossas necessidades e curando enfermidades. Por sua vez, para os jovens é tempo de muita expectativa e auto cobrança acerca do sucesso nos estudos e do êxito no mercado de trabalho. Temos uma geração de jovens ansiosos e exauridos pela tecnologia, que exige pressa. “Os Jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.” (Is 40.30- 31). Glorifiquemos a Deus!
III- A GRANDE MISERICÓRDIA DE DEUS (Sl 103.6-22)
1- Misericordioso e compassivo (Sl 103.8-9) O Senhor é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno. Não repreende perpetuamente, nem conserva para sempre a sua ira.
Existe uma discussão entre historiadores sobre uma aparente 45 mudança de personalidade divina entre o Novo e o Antigo Testamento. Todavia, o Salmo 103 é uma página que, cerca de mil anos antes de Cristo, irradia o amor de Deus com a mesma intensidade revelada pelo Evangelho.
2- Eterno amor de Deus (Sl 103.11-18) Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões. Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem (103.12-13).
Neste salmo, vemos um Deus compassivo e perdoador (v. 3), que repreende por um tempo (v. 9) e não nos trata segundo os nossos erros (v. 10). Justo (v. 6), libertador (v. 12), misericordioso (v. 13), que entende a nossa fragilidade (v. 14). Deus é um só, no Antigo e Novo Testamentos. Deus é amor.
3- Bendizei ao Senhor (Sl 103.20-22) Bendizei ao Senhor, todos os seus anjos, valorosos em poder, que executais as suas ordens e lhe obedeceis à palavra. Bendizei ao Senhor, todos os seus exércitos, vós, ministros seus, que fazeis a sua vontade Bendizei ao Senhor, vós, todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio. Bendize, ó minha alma, ao Senhor.
Depois de declarar o princípio da realeza divina, o salmista convoca todo o universo a louvar em coro. O propósito do louvor é declarar todas as suas obras em todos os lugares, tanto nos céus como na terra. Juntamo-nos ao exército de adoradores convocados por este salmo, dizendo: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome”.
APLICAÇÃO PESSOAL
Pare por um momento para recordar todas as coisas maravilhosas que Deus fez em sua vida. Bendiga ao Senhor do fundo de sua alma. Você será renovado com uma alegria contagiante.
RESPONDA
SAIBA TUDO SOBRE A ESCOLA DOMINICAL:.
SAIBA TUDO SOBRE A ESCOLA DOMINICAL:
REVISTA: O LIVRO DOS SALMOS
ALELUIA! LOUVAI AO SENHOR!
SAIBA TUDO SOBRE A ESCOLA DOMINICAL:
EBD 3° Trimestre De 2024 | CPAD Adultos PECC – | Escola Biblica Dominical |
Quem compromete-se com a EBD não inventa histórias, mas fala o que está escrito na Bíblia!
EBD 3° Trimestre De 2024 | CPAD Adultos PECC – | Escola Biblica Dominical |
Quem compromete-se com a EBD não inventa histórias, mas fala o que está escrito na Bíblia!
📩 Receba rápido o acesso Vip | Saiba mais pelo Zap.
- O acesso vip foi pensado para facilitar o superintende e professores de EBD, dá a possibilidade de ter em mãos, Slides, Subsídios de todas as classes e faixas etárias - entre outros. Adquira! Entre em contato.
- O acesso vip foi pensado para facilitar o superintende e professores de EBD, dá a possibilidade de ter em mãos, Slides, Subsídios de todas as classes e faixas etárias - entre outros. Adquira! Entre em contato.
ADQUIRA O ACESSO VIP 👆👆👆👆👆👆 Entre em contato.
Os conteúdos tem lhe abençoado? Nos abençoe também com Uma Oferta Voluntária de qualquer valor pelo PIX: E-MAIL pecadorconfesso@hotmail.com – ou, PIX:TEL (15)99798-4063 Seja Um Parceiro Desta Obra. “Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. Lucas 6:38
- ////////----------/////////--------------///////////
- ////////----------/////////--------------///////////
SUBSÍDIOS DAS REVISTAS
---------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------
- ////////----------/////////--------------///////////
COMMENTS