TEXTO ÁUREO “O Senhor é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam nele.” Naum 1.7 VERDADE APLICADA Quando estamos no c...
“O Senhor é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam nele.” Naum 1.7
VERDADE APLICADA
Quando estamos no centro da vontade de Deus, Sua proteção e a Sua justiça estão sobre nós.
TEXTOS DE REFERÊNCIANAUM 1
LEITURAS COMPLEMENTARES
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore a Deus pedindo mais confiança em Sua justiça e poder.
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
A mensagem do profeta Naum é que Deus detém o controle da história. Por isso, Ele trará justiça e esperança em todo mundo, mesmo nos tempos mais sombrios da história.
PONTO DE PARTIDA: Deus não permitirá que o mal prevaleça.
1- O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA NAUM
A profecia de Naum é um fôlego de esperança para Judá que havia sofrido por muito tempo sob o domínio da Assíria. A destruição da opressora Assíria foi descrita pelo profeta de forma tão detalhada que traz ao leitor a impressão de algo já acontecido na época em que o livro foi escrito [Na 1.15].
1.1. Conhecendo um pouco mais o profeta. A única informação concreta sobre o profeta Naum é o seu nome. Não mais se sabe ao seu respeito. É possível que Naum tenha sido contemporâneo do profeta Sofonias, do profeta Jeremias e, também, do profeta Habacuque. Seu nome significa “conforto, confortados”, que deriva do verbo “arrepender-se”. Este homem de Deus é descrito como “o elcosita” [Na 1.1], ou seja, um nativo da vila de Elcos. Existem muitas teorias sobre a localização desse local, mas não foi possível descobrir sua identificação geográfica. Presume-se que ficava nas proximidades de Judá [Na 1.12-13, 15].
David W. Baker (Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias – Introdução e comentário, Vida Nova, 2001, p. 295): “O nome “Naum” significa muito provavelmente “consolo” ou “conforto”. Aparece somente no primeiro versículo desse livro e em Lucas 3.25 (com referência a um ancestral de Jesus, embora não se trate da mesma pessoa). Ocorre com maior frequência em fontes extrabíblicas e, na Bíblia, é comum a palavra afim “Neemias” Nada se sabe do Naum dessa profecia senão que era um elcosita, oriundo da cidade ou região de Elcós. São várias as suposições quanto à localização de Elcós. Uma identificação mais provável é Beit-Jebrin, em Judá, porque o Reino do Norte já estava no exílio, tomando realmente impossível uma localização em Israel.”
1.2. A mensagem do profeta. A mensagem do profeta Naum, anunciada no auge do poder da Assíria, é uma clara advertência à cidade de Nínive, sobre a destruição que eles experimentariam por causa de suas crueldades com outras nações e a rebeldia de seus habitantes. Se para os ninivitas a mensagem era de juízo e de destruição, para Judá era uma mensagem de consolo e esperança sobre a intervenção de Deus em favor do Seu povo: “Mas agora quebrarei o seu jugo de cima de ti e romperei os teus laços. Eis sobre os montes os pés do que traz as boas novas, do que anuncia a paz! Celebra as tuas festas, ó Judá, cumpre os teus votos, porque o ímpio não tornará mais a passar por ti; ele é inteiramente exterminado.” [Na 1.13,15].
Esdras Bentho & Reginaldo Leandro (Introdução ao Estudo do Antigo Testamento, CPAD, 2019, p. 547-548): “Dos Profetas Menores, dois ocuparam-se só de Nínive: Jonas, aproximadamente 760 a.C„ e Naum, mais ou menos em 630 a.C., um distante do outro, aproximadamente 130 anos. A mensagem de Jonas foi de misericórdia, a de Naum, de condenação. Jonas predisse a destruição de Nínive, a menos que seus habitantes se convertessem. Naum previu que a punição divina chegaria anos mais tarde, muitas gerações depois do tempo de Jonas (…) Falando humanamente, a predição de Naum era quase impossível de ocorrer, pois Nínive era capital invencível de um império mundial. Todavia, como foi predito, a vasta nação assíria chegou à destruição completa, aproximadamente cem anos depois que Naum profetizou.”
1.3. O julgamento de Nínive. Havia um costume entre os ninivitas de levarem os ídolos das nações vencidas para sua terra, em sinal de superioridade de seus deuses. Eram um povo arrogante, pois se diziam mais poderosos do que o Deus de Israel [Is 36.18-20; 37.10-13]. Contudo, Deus traria sobre eles o Seu juízo e toda aquela potência que dominava o Oriente Médio iria cair. Mesmo aqueles que se julgam indestrutíveis estão sob o domínio de Deus e nada foge ao Seu controle. O servo de Deus pode descansar porque Deus é o Senhor da História e, no momento certo, Ele agirá em favor dos Seus filhos.
Bispo Oídes José do Carmo (Revista Betel Dominical, 2° Trimestre de 2008, p. 29): “No ano 612 aC. os medos e os babilônios conquistaram Nínive. Esta grande cidade que durante séculos, com expedições de conquista e ocupação, com torturas, terror e deportações em massa, só causará sangue e lágrimas através do mundo antigo, foi finalmente destruída. Nabonassar, governador da Babilônia, fez-se proclamar rei e firmou aliança com os medos. Ciaxares atacou Nínive com a ajuda dos citas e dos babilônios. Derribaram os muros da poderosa e soberba cidade, saquearam- -na, e depois atearam fogo no que restou.”
EU ENSINEI QUE:
A soberania de Deus é, para o cristão, um poderoso consolo em um mundo onde falta senso de justiça e humanidade.
2- A BONDADE E A IRA DE DEUS
O profeta anuncia o arrependimento como elemento necessário para escapar da ira de Deus e experimentar a sua bondade: “O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em força, e ao culpado não tem por inocente” [Na 1.3]. Sua misericórdia alcançaria a todo pecador como demonstração de Seu poder. A Sua bondade e longanimidade se estenderia àqueles que permanecessem fiéis: “O Senhor é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam nele.” [Na 1.7].
2.1. Consolo e esperança. Embora o livro de Naum contenha duras palavras para a cidade de Nínive [Na 1.1; 3.7], para Judá, assim como para outras nações que viviam aterrorizadas pela dominação assíria, saber que todo aquele império chegaria um dia ao fim, era, de fato, um sopro de esperança em meio àquele cenário de opressão e desalento. Deus usa o profeta Naum em meio ao caos que a cidade de Judá se encontrava por ter sido saqueada e destruída pelos ninivitas [Na 2.2]. Importa saber que, seja qual for a força e o poder do oponente, nada se compara ao poder de Deus.
A. R. Crabtree (Profetas Menores, Casa Publicadora Batista, Volume 1, 1971, p. 203-204): “O Senhor é vingador e cheio de ira. As passagens do Velho Testamento que apresentam o Senhor como guerreiro ou como o vingador cheio de ira devem ser interpretadas à luz do amor de Deus revelado na Pessoa de Jesus Cristo e nos ensinos do Novo Testamento. A ira, o furor, a indignação e a vingança são expressões que descrevem a justiça de Deus, no seu modo de tratar os seus inimigos ou os rebeldes contra a vontade divina. Temos que reconhecer que a vingança do Senhor é bem diferente do espírito vingativo do homem, porque sempre se harmoniza perfeitamente com o supremo amor de Deus (…) O Deus da justiça é o Deus de amor que governa o universo.”
2.2. Restauração de Judá. A promessa de restauração de Judá representa a justiça de Deus sobre a iniquidade de um povo opressor, cruel e arrogante. Em tempos passados a Assíria foi usada como instrumento de disciplina para o reino do Norte, ainda assim a remanescente Judá pouco aprendera com o que os seus compatriotas passaram. A promessa de restauração nada tinha a ver com os merecimentos do povo de Judá, mas estava baseada no caráter gracioso de Deus, em Sua infinita misericórdia e Sua inabalável fidelidade à Aliança feita com Seus servos no passado.
R. N. Champlin: “Toda essa conversa sobre um feroz julgamento não nos deve fazer esquecer de que Yaweh é bom e até os Seus mais severos juízos têm por intuito restaurar, e não meramente tirar vingança. Seja como for, quando Yaweh julgou os assírios, Ele estava fazendo um favor para o mundo inteiro da época. Ele é uma fortaleza para o bem, um lugar onde os homens podem refugiar-se e receber proteção.”
2.3. A vitória de Deus. O livro do profeta Naum apresenta o julgamento de Deus sobre os ninivitas e, sob a ótica humana, pode parecer um julgamento passional para um Deus de misericórdia e bondade. No entanto, há de se ressaltar que a conduta dos ninivitas com seus adversários era de uma barbaridade sem precedentes. Além de matar, saquear, eles também usavam a tática da tortura com requintes de crueldades, para infligir medo e implantar o terror em todos os povos.
Eles usavam o medo dos povos para extorquir e assegurar que lhes pagassem altos impostos, sustentando assim o estilo de vida e a manutenção de seu numeroso exército. Mas tudo isso teria um fim, Deus já havia decretado isso por meio do profeta: “Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos Exércitos, e queimarei na fumaça os teus carros, e a espada devorará os teus leõezinhos, e arrancarei da terra a tua presa, e não se ouvirá mais a voz dos teus mensageiros.” [Na 2.13].
Bíblia de Estudo Arqueológico NVI, 2013, p. 1495: “O livro de Naum inclui o tema – Julgamento: “De acordo com o profeta, o instrumento da destruição de Nínive seria o próprio Deus [Na 1.2-3, 8, 14-15]. Os ninivitas deixaram de viver à luz de seu arrependimento anterior e, sem dúvida, transitório. Naum utiliza amplamente o tema do guerreiro divino, a imagem de Deus como figura militar que guerreia contra os que resistem a ele. Naum ensina que Deus castiga a violência [Na 2.12; 3.1, 4], a idolatria [Na 1.14], as práticas comerciais desumanas [Na 3.16], o materialismo [Na 2.9; 3.4] e a crueldade [Na 3.19].”
EU ENSINEI QUE:
As grandes potências mundiais estão nas mãos de Deus e nada do que possuem será capaz de livrar-lhes do juízo do Senhor, se o estiverem afrontando com o seu modo de viver.
3- NAUM PARA HOJE
A tônica do livro de Naum é a justiça de Deus e deve ser uma mensagem para todos os tempos. Muito embora a justiça de Deus seja incompreensível aos parâmetros humanos, é certo que Ele trará juízo sobre toda iniquidade. O Senhor não perdeu e não perderá o controle sobre os acontecimentos e, no tempo determinado por Ele, fará Sua intervenção, como tem acontecido na história em todas as épocas.
3.1. A justiça de Deus. A Palavra do Senhor sempre irá se cumprir: “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.” [Mt 5.18]. Sejam palavras de bênçãos ou de juízo [Na 2.13]. Isso significa que não há ninguém tão orgulhoso e cheio de si que não seja alcançado pelo juízo de Deus, mas também ninguém tão pecador e arrependido que não seja alcançado pela misericórdia do Senhor.
Pr. Valdir Alves de Oliveira (Revista Betel Dominical, 2° Trimestre de 2021, p. 57) comentou sobre a aplicação da justiça de Deus: “Deus aplica a sua justiça de forma imparcial. Deus não tem prazer na condenação da humanidade [Jo 3.16-17], mas a iniquidade afasta o homem de Deus e a Sua justiça não pode falhar. Por isso a Sua justiça não anda dissociada nem se opõe ao Seu amor. Pelo contrário, foi para satisfazer a Sua justiça que demonstrou o Seu amor enviando o Seu Filho. O amor de Deus se manifestou para salvar ímpios pecadores [Rm 5.8] e o Seu juízo será aplicado a todos que não creem e rejeitam o Seu Filho ou desobedecem aos Seus estatutos [Jo 3.18]. Deus é amor [1Jo 4.8], mas também é fogo consumidor [Hb 10.29-31; 12.29].”
3.2. Deus se compadece dos que nEle confiam. A palavra do profeta Naum trouxe contentamento ao povo de Judá, pois assegurava-lhes de que Deus não os havia desamparado, ainda que tivessem, muitas vezes e de muitas maneiras, se afastado dos caminhos do Senhor. A verdadeira confiança não deve estar fundamentada em qualquer outra pessoa a não ser Deus, ainda que seja alguém detentor de muitos poderes e influência na sociedade. Os que confiam no Senhor permanecem firmes e atravessam com confiança as aflições, tentações, dificuldades e quaisquer que sejam as circunstâncias adversas.
Derik Kidner: “Os que confiam no Senhor” revela uma das muitas facetas do nosso relacionamento com Deus. Os que confiam no Senhor são também aqueles que o temem, o amam e o conhecem. São aqueles que compreendem sua total dependência dEle.”
3.3 A soberania de Deus. Naum foi um profeta ousado em sua época, pois sua sentença assegura a soberania de Deus e a dominação da poderosa e temida Nínive. A profecia foi cumprida por meio da união do povo babilônio e do povo medo, que contavam com numerosos exércitos, derrotando assim a poderosa Assíria. Ainda que nem todas as nações invoquem ou sirvam ao Senhor, a soberania de Deus se estende sobre elas também.
Artigo na Bíblia de Estudo Defesa da Fé (CPAD) sobre a soberania divina e liberdade humana – mencionado na Revista Betel Dominical, 2° Trimestre de 2021, p. 76 – Revista do Professor: “Deus é o governante soberano do universo e de todos os assuntos humanos, e os seres humanos são responsáveis, perante Deus, pelas escolhas morais que fazem e pelas ações que realizam. Sim, a Bíblia ensina as duas coisas, a soberania divina e a liberdade humana, e as duas são verdadeiras (…) Consideremos um exemplo escritural em que são vistas as duas coisas – especificamente, uma lição da história de José [Gn 37-45]. Assim, está claro: Ambos, Deus e os irmãos de José, foram responsáveis por mandá-lo para o Egito. Ambos, o governo soberano de Deus e os atos morais dos irmãos dele, estavam ativos.”
EU ENSINEI QUE:
Em toda e qualquer situação Deus é soberano e agirá em favor dos Seus servos fiéis trazendo juízo, mas também manifestando Sua misericórdia em tempo oportuno.
CONCLUSÃO
Devemos sempre lembrar que o amor e a misericórdia de Deus estão disponíveis e sempre alcançam aqueles que se arrependem sinceramente dos seus pecados. É Deus que justifica os humilhados e sustenta aqueles que O amam e O servem com inteireza de coração.
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