APRESENTAÇÃO: Prezado(a) aluno(a), Nosso sentimento é de alegria e e...
APRESENTAÇÃO:
Prezado(a) aluno(a),
Nosso sentimento é de alegria e exultação no Senhor por oferecer- -lhe a Revista de no 70 da Série Lições da Palavra de Deus, cujo tema é: Pilares da Teologia Prática.
“Teologia Prática” consiste na divisão sistematizada dos conhecimentos teológicos, de maneira a explicitar suas diferentes áreas de abordagem. Em outras palavras: trata-se do estudo de assuntos relacionados ao Divino, visando a torná-lo aplicável ao cotidiano da igreja.
Nesta revista, alunos e professores serão levados a desbravar alguns temas que perpassam todo o conhecimento bíblico, tais como: as contingências e desafios do ministério pastoral e diaconal; a importância de algumas disciplinas — como exegese, hermenêutica e homilética — para o fortalecimento da fé; as especificidades da liderança cristã; a razão do discipulado e os cuidados com o templo do Espírito Santo, em tempos de modernidade líquida; as imbricações havidas entre Antigo e Novo Testamentos; os ministérios e as ordenanças da igreja, bem como suas aplicações práticas; e, por fim, mas não menos importante, as implicações dos dons concedidos por Deus aos Seus servos.
Que esta revista esclareça suas dúvidas, amplie seu entendimento e edifique sua vida.
(...) E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas. Deuteronômio 6.6-9
Elba Alencar
CEO Central Gospel Editora
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Jeremias 23.2-4,18-22
Portanto, assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e não as visitastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor.
E eu mesmo recolherei o resto das minhas ovelhas, de todas as terras
para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e
frutificarão e se multiplicarão.
E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o Senhor.
Porque quem esteve no conselho do Senhor, e viu, e ouviu a sua palavra?
Quem esteve atento à sua palavra e a ouviu?
Eis que saiu com indignação a tempestade do Senhor, e uma tempestade
penosa cairá cruelmente sobre a cabeça dos ímpios.
Não se desviará a ira do Senhor até que execute e cumpra os pensamentos
do seu coração; no fim dos dias, entendereis isso claramente.
Não mandei os profetas; todavia, eles foram correndo; não lhes falei a
eles; todavia, eles profetizaram.
Mas, se estivessem no meu conselho, então, fariam ouvir as minhas palavras ao meu povo, e o fariam voltar do seu mau caminho e da maldade
das suas ações.
TEXTO ÁUREO
E vos darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com ciência e com inteligência. Jeremias 3.15
SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2a feira – Salmo 78.52,53 - O amor de Deus como pastor
3a feira – Salmo 79.13 - O pastor que guia e protege o seu povo
4a feira – Salmo 80.1 - Ouvindo ao pastor de Israel
5a feira – Isaías 40.11 - O pastor que acolhe e guia
6a feira – Isaías 49.9,10 - O pastor que alimenta o rebanho
Sábado – Jeremias 31.10 - O pastor que congrega e guarda
COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Em um contexto de caos e profunda crise na história do povo de Israel, o Senhor usou o profeta Jeremias com uma mensagem de fé e esperança, por meio da seguinte declaração: E vos darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com ciência e com inteligência (Jr 3.15).
1. O MOMENTO ATUAL DA HISTÓRIA HUMANA
Assim como Deus decidiu dar um novo rumo à combalida realidade do povo de Israel, hoje, da mesma forma, Ele está no controle da História e continuará levantando pessoas para liderarem o Seu povo, conforme o Seu coração e propósitos.
1.1. A necessidade de líderes que sejam fiéis
A fidelidade a Deus e às pessoas é uma das características mais evidentes de um pastor segundo o coração de Deus. Tal virtude faz parte da grandeza de espírito do ministro que age segundo o caráter do Altíssimo e segundo a natureza do Seu chamado.
Esta é, sem dúvida, uma grande necessidade atualmente, uma vez que muitos têm se apresentado nos meios de comunicação como portadores de uma mensagem que edifica, orienta e traz esperança de dias melhores.
1.2. Os olhos de Deus estão sobre o Seu povo
Jeová não está insensível ao momento presente; Ele continua cuidando do Seu rebanho. No tempo oportuno, o Senhor escolherá pessoas e as colocará em posições estratégicas para trazerem consolo, conforto e libertação ao Seu povo.
1.3. Os critérios de escolha
A Bíblia recomenda que as pessoas a serem colocadas em posição de condução do povo de Deus, sejam, a priori, provadas. O apóstolo Paulo faz uma referência muito rápida a Apeles, enviando-lhe uma saudação e distinguindo-o como um obreiro aprovado em Cristo (Rm 16.10).
A pessoa aprovada em Cristo é a que foi submetida a um teste e, ao final, alcançou avaliação positiva. Pastores segundo o coração de Deus são ministros aprovados pelo Senhor Je- sus, recrutados para a missão de pregar o evangelho (Mt 28.19,20).
2. PASTORES SEGUNDO O CORAÇÃO DE JEOVÁ
Deus prometeu, por meio do profeta Jeremias, que daria ao povo pastores com uma marca distintiva, ou seja, pastores conforme o Seu próprio modelo.
2.1. Deus é o pastor dos pastores
A profecia de Jeremias é emblemática ao dizer que a es- colha dessas pessoas seria segundo o protótipo divino, ou se- ja, segundo o Seu coração.
No Salmo 23.1, Davi expressa-se da seguinte forma: O Senhor é o meu pastor e nada me faltará. A partir dessa figura de linguagem, pode-se inferir algumas características da função pastoral: o pastor é aquele que orienta, protege, pro- vê, ampara e guia o seu rebanho a verdes pastos e a águas tranquilas; ao mesmo tempo, suas ovelhas ouvem a sua voz, conhecem-no e seguem sua firme e terna liderança.
2.2. O trabalho do pastor
No livro do profeta Ezequiel, capítulo 34, Deus apresenta- -se como quem assume o papel de pastor do Seu povo. Esse retrato do pastor que, com amor sacrificial, vai em busca da desgarrada (Ez 34.12), é notadamente observado na parábola da ovelha perdida (Lc 15.4). Isso ilustra, claramente, as qualidades ternas e amorosas do Deus do Antigo Testamento (Sl 78.52,53; 79.13; 80.1; Is 40.11; 49.9,10; Jr 31.10).
2.3. Os desafios do ministério pastoral
O cenário e as circunstâncias vividas pelo profeta Jeremias não eram dos mais animadores: falsos pastores haviam destruído e dispersado as ovelhas do pasto do Senhor.
O Senhor exige a prestação de contas dos que têm autoridade espiritual sobre o Seu povo. Portanto, Jeremias declara que Ele levantaria uma nova geração de reis, a qual defenderia o bem-estar da nação e a Sua vontade.
Pela primeira vez nas Escrituras, Deus revela-se como Jeová Tsidkenu, o Senhor que é a nossa justiça (Jr 23.6).
A forma como Jesus viveu e desenvolveu Sua vocação ministerial deve ser um modelo, um padrão, para o desempenho da atividade pastoral. Ele se apresenta nas Escrituras como o bom Pastor, prestativo e zeloso por Suas ovelhas, a ponto de dar por elas Sua própria vida (Jo 10.1-18).
2.4. Características do ministério pastoral
Muitos se auto intitulam pastores, ou foram alçados ao posto pastoral, sem possuírem as qualificações bíblicas exigidas para o exercício da função.
Um número grande de homens e mulheres, investidos do título pastoral, encontram-se muito distantes da missão delegada por Deus aos seus servos(as), pastores(as).
3. A DIGNIDADE DO MINISTÉRIO PASTORAL
3.1. Esclarecimentos sobre o ministério pastoral
O ministério pastoral não deve ser visto como profissão; trata-se de uma vocação, um chamado.
É legítimo que o ministro receba um salário digno para o sustento da sua família; no entanto, o serviço pastoral não pode ser encarado como emprego, tampouco como meio de enriquecimento (Jz 18.4). Também não deve ser visto como uma simples delegação humana (Rm 9.16), ou motivado por vontade própria (Jz 17.7-9).
3.2. A responsabilidade de um pastor
O pastor deve lembrar-se sempre disto: a igreja que está sob os seus cuidados pertence unicamente a Cristo, que a comprou com Seu próprio sangue (Mt 16.18).
Sobre os ministros humanos que trabalham em prol da sua edificação e crescimento, o Espírito Santo faz uma solene advertência: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele (...) (1 Pe 5.2,3).
3.3. A rotina de um pastor
A prática pastoral deve levar a marca do amor, mansidão, honestidade, sinceridade de coração e, sobretudo, confiança na fidelidade e provisão de Deus.
O pastor dos tempos bíblicos ia à frente de suas ovelhas para guiá-las. Ele não permitia que elas fossem na frente, porque não queria que ficassem vulneráveis aos perigos da caminhada.
Os pastores devem conduzir o povo de Deus, protegendo-o para que não se torne refém de acidentes de percurso ou do inimigo que está sempre à espreita (1 Pe 5.8,9).
4. ÉTICA MINISTERIAL
O êxito ministerial está na vida particular do ministro, que precisa considerar os pontos destacados a seguir.
4.1. Seu relacionamento com o Senhor
O zelo pelos negócios do Senhor da seara não pode ser praticado em prejuízo da necessidade de se estar em Sua presença, em obediência, temor, reverência, santidade e amor.
O pastor chamado por Deus deve possuir um firme comprometimento pessoal com suas crenças e valores. Ele deve investir o melhor do seu tempo na presença de Deus, em quem diz crer e a quem afirma servir.
4.2. Seu relacionamento com sua família
Se há um lugar em que o pastor precisa ser ético é dentro de sua própria casa, como marido e pai. Suas mensagens pronunciadas do púlpito não podem entrar em rota de colisão com sua maneira de viver em seu núcleo familiar.
Cuidar bem da família, em primeiro lugar, leva à afirmação da fé e ao sucesso e longevidade ministerial (1 Tm 5.8)
4.3. Seu relacionamento com as pessoas
As pessoas que compunham a igreja nos tempos primitivos davam um bom testemunho e, por esse motivo, passou a contar com a simpatia de todo povo. Pelo bom trato, respeito e consideração, eles eram bem-vistos pela comunidade e isso abriu uma via ampla para que pregassem o evangelho de Cristo (At 2.47).
CONCLUSÃO
É necessário entender, de fato, que a igreja é dele, e por ele, e para ele (Rm 11.36). Deste modo, seus desafios, recursos, adversidades, sonhos, planos, alegrias e metas também são Dele.
Que o Senhor continue provendo para o Seu povo, pastores segundo o Seu coração!
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Quem é o verdadeiro dono e Senhor da igreja?
R.: Jesus
Lição 1 - O Ministério Pastoral
LPD nº 70 - Central Gospel : PILARES DA TEOLOGIA PRÁTICA.
Lições Da Palavra De Deus. Professor: Fundamentos da Liderança Cristã - Pilares da Teologia Prática - Pr. Gilmar Chaves
Você que ama a Palavra de Deus e deseja se aprofundar nos estudos Teológicos, não deixe de conferir essa super novidade.
São 13 lições para elevar o seu conhecimento sobre os Pilares da Teologia e o melhor de tudo, será usado como livro de apoio o Best-Seller “O Manual da Teologia Prática” que é uma ferramenta indispensável para compreender a Palavra de Deus.
Nesta revista vamos desbravar temas importantes que vão aprofundar ainda mais os estudo bíblicos.
CONFIRA OS TEMAS DESSA EDIÇÃO:
LIÇÃO 01 – O MINISTÉRIO PASTORAL
LIÇÃO 02 – O MINISTÉRIO DIACONAL
LIÇÃO 03 – HERMENÊUTICA BÍBLICA
LIÇÃO 04 – HOMILÉTICA
LIÇÃO 05 – EXEGESE BÍBLICA
LIÇÃO 06 – LIDERANÇA CRISTÃ
LIÇÃO 07 – DISCIPULADO CRISTÃO
LIÇÃO 08 – PLENITUDE FÍSICA, EMOCIONAL E ESPIRITUAL
LIÇÃO 09 – PANORAMA DO ANTIGO TESTAMENTO
LIÇÃO 10 – PANORAMA DO NOVO TESTAMENTO
LIÇÃO 11 – AS ORDENANÇAS DA IGREJA
LIÇÃO 12 – OS MINISTÉRIOS DA IGREJA
LIÇÃO 13 – OS DONS ESPIRITUAIS E DE SERVIÇO
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“Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. (Lucas 6:38)
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Por que tantos líderes Cristãos evangélicos fazem parte de escândalos?
Primeiro, é importante ressaltar que “tantos” não é uma caracterização correta. Pode até parecer que muitos líderes Cristãos evangélicos façam parte de escândalos, mas isso é por causa da atenção exagerada que tais 2 escândalos recebem. Há milhares de líderes Cristãos evangélicos, pastores, professores, missionários, escritores e evangelistas que nunca fizeram parte de nada “escandaloso”. A grande maioria dos líderes Cristãos evangélicos são homens e mulheres que amam a Deus, são fiéis aos seus cônjuges e famílias, e tratam de suas atividades com grande honestidade e integridade. O fracasso de alguns não deve ser usado para atacar o caráter de todos.
Tendo dito isso, ainda existe o problema de que escândalos às vezes acontecem dentre aqueles que professam ser Cristãos evangélicos. Líderes Cristãos notáveis têm sido expostos por terem cometido adultério ou participado em prostituição. Alguns Cristãos evangélicos têm sido culpados de fraude com seus impostos ou outras ilegalidades financeiras. Por que isso acontece? Há pelo menos três explicações principais: (1) Alguns daqueles que dizem ser Cristãos evangélicos são charlatões, (2) alguns líderes Cristãos evangélicos acabam se deixando influenciar pelo orgulho, (3) Satanás e seus demônios atacam e instigam mais agressivamente aqueles que estão em liderança Cristã porque eles sabem que um escândalo que envolve um líder pode ter resultados devastadores, tanto nos Cristãos como nos não-Cristãos.
(1) Alguns “Cristãos evangélicos” que são pegos em escândalos são charlatões e profetas falsos. Jesus advertiu: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:15-20). Profetas falsos fingem ser homens e mulheres devotos, e aparentam ser líderes evangélicos sólidos. No entanto, os “frutos” (escândalos) eventualmente revelam que eles são o contrário do que clamavam ser. Ao agir assim, eles seguem o exemplo de Satanás: “E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras” (2 Coríntios 11:14-15).
(2) A Bíblia deixa bem claro que “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Provérbios 16:18). Tiago 4:6 nos relembra: “Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”. A Bíblia repetidamente nos adverte contra o orgulho. Muitos líderes Cristãos começam um ministério com um espírito de humildade e dependência em Deus, mas quando o ministério começa a crescer e ter sucesso, enquanto louvam a Deus com seus lábios, eles na verdade tentam construir o ministério com suas próprias forças e sabedoria. Esse tipo de orgulho leva à queda. Deus, através do profeta Oséias, advertiu: “Quando tinham pasto, eles se fartaram, e, uma vez fartos, ensoberbeceu-se-lhes o coração; por isso, se esqueceram de mim” (Oséias 13:6).
(3) Satanás sabe que ao influenciar um escândalo com um líder evangélico Cristão, ele pode ter um impacto muito poderoso. Da mesma forma que o adultério do Rei Davi com Bate-Seba e assassinato arranjado de Urias causaram grande dano à família de Davi e à nação inteira de Israel – dessa mesma forma muitas igrejas e ministérios têm sido danificados e destruídos por causa do fracasso de seu líder. Muitos Cristãos enfraqueceram sua fé como resultado de ver o seu líder cair. Muitos incrédulos usam o fracasso de líderes “Cristãos” como um motivo pelo qual rejeitam o Cristianismo. Satanás e seus demônios sabem disso, e por isso dirigem seus ataques contra aqueles que exercem liderança. A Bíblia adverte a nós todos: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1 Pedro 5:8).
Como devemos responder quando um líder Cristão evangélico for acusado ou pego em um escândalo?
(1) Não escute ou aceite acusações sem base e sem fundamento (Provérbios 18:8,17; 1 Timóteo 5:19).
(2) Siga o procedimento bíblico apropriado para repreender aqueles que pecaram (Mateus 18:15-17; 1 Timóteo 5:20). Se o pecado for provado e for severo, a remoção permanente da liderança do ministério deve ser reforçada (1 Timóteo 3:1-13).
(3) Perdoe aqueles que pecaram (Efésios 4:32; Colossenses 3:13), e quando arrependimento for provado, restaure a sua comunhão com eles. 4 (Gálatas 6:1; 1 Pedro 4:8).
(4) Seja fiel em orar pelos seus líderes. Por sabermos dos problemas que têm que enfrentar, as tentações que enfrentam, e o estresse que têm que aguentar, devemos estar orando pelos nossos líderes, pedindo a Deus que os fortaleça, proteja e encoraje.
(5) Mais importante, encare o fracasso de um líder Cristão evangélico como um lembrete para colocar sua fé em Deus, e Deus apenas. Deus nunca falha, nunca peca, e nunca mente. “Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Isaías 6:3).
O que é pregação temática? Um pastor deve pregar tematicamente?
A pregação temática é a pregação centrada em um tópico específico. Muitas vezes é contrastada com a pregação expositiva. A pregação por tópicos analisa o que a Bíblia diz sobre um certo assunto, enquanto a pregação expositiva analisa o que uma certa passagem da Bíblia significa e como se aplica às nossas vidas hoje. A maioria dos pastores em algum ponto pregará pelo menos alguns sermões temáticos, enquanto alguns se concentram quase exclusivamente neles. O fato de esse modelo ser bom ou ruim provavelmente tem mais a ver com a forma como é usado do que com qualquer outra coisa. A pregação por temas pode ser bastante eficaz, mas existem limitações inerentes que devem ser compreendidas a fim de ser usada de maneira adequada.
Os sermões podem ser geralmente agrupados em quatro tipos: textual, temático, textual-temático e expositivo. Alguns têm observado que os rótulos não necessariamente se encaixam bem, especialmente porque há sobreposição entre os tipos. De um modo geral, um sermão textual segue a estrutura do texto das Escrituras, permitindo que a palavra flua para fornecer os pontos do sermão. Um sermão temático é organizado em torno de um pensamento, com os pontos do sermão sendo desenvolvidos pelo orador e apoiados por textos de prova. Um sermão temático-textual mescla os dois, permitindo que os pontos do sermão fluam do texto ou dos pensamentos de quem fala. Um sermão expositivo segue o texto das Escrituras e, então, busca extrair todo o seu significado. O objetivo de cada tipo de sermão é aplicar a Palavra de Deus à vida dos ouvintes.
Na pregação temática, o orador tem a liberdade de abordar os problemas enfrentados por seus ouvintes. Se for necessário um melhor entendimento do pecado, uma série pode ser apresentada para abordar vários aspectos e resultados do pecado. Quando bem feito, esse tipo de pregação dará uma visão de amplo espectro do que a Bíblia diz sobre um determinado assunto. Ao focar nas questões desta forma, as pessoas podem desenvolver uma compreensão bíblica de qualquer assunto. Outro benefício da pregação temática é a unidade de pensamento. As pessoas são capazes de seguir a progressão lógica do pensamento, o que muitas vezes as ajuda a lembrarem[1]se do que ouviram. Esse método se adapta bem aos talentos naturais de um orador porque os pensamentos vêm de seu próprio coração.
Embora a pregação por tópicos permita que o orador desenvolva sermões de qualidade, ela também apresenta vários perigos. Se for o único método usado, o orador pode facilmente cair na armadilha de apenas pregar 3 sobre os tópicos que são de seu interesse ou aqueles que são facilmente desenvolvidos em uma mensagem. Da mesma forma, o público pode se acostumar com mensagens “confortáveis” ou “emocionantes”, afastando-se de um ensino que não se encaixa nesse modelo. A adesão estrita à pregação temática resultará em uma compreensão limitada de todo o conselho de Deus, embora certos assuntos sejam bem compreendidos. Em alguns casos, o orador pode ser tentado a pensar mais em suas próprias ideias do que em “manejar bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2:15).
Por essas razões, muitos pastores alternam entre mensagens temáticas e textuais ou expositivas. As mensagens temáticas permitem a abordagem de questões atuais da sociedade ou da vida da igreja, enquanto as mensagens textuais e expositivas se baseiam no “quadro geral” de livros inteiros da Bíblia. Ambas são essenciais para encorajar o crescimento equilibrado na vida cristã. Como um sermão é organizado não é tão importante quanto garantir que seja bíblico e aplicável. Uma mensagem temática pode ser tão bíblica quanto uma expositiva, e uma mensagem expositiva pode ser tão interessante quanto uma temática.
Independentemente do tipo de mensagem, se for firmemente alicerçada nas Escrituras e aplicada à vida com imagens vívidas, ela cumprirá o objetivo e atrairá as pessoas a seguir a Cristo mais de perto.
Qual é o valor do aconselhamento pastoral?
O valor do aconselhamento pastoral é multifacetado. Esse tipo de aconselhamento pode ser definido como aconselhamento por um pastor de igreja dirigido a um indivíduo ou casal em seu próprio rebanho. Há casos em que um pastor da igreja aconselha aqueles que estão fora da sua congregação, mas, de modo geral, os benefícios do aconselhamento pastoral são muito maiores quando exercidos dentro da igreja. O aconselhamento pastoral é singular e difere de outros tipos de aconselhamento. Primeiro, o aconselhamento faz parte da descrição do trabalho de um pastor. Como pastor, seus deveres incluem alimentar, proteger e cuidar dos membros da sua congregação. Assim como um pastor deve curar as feridas das ovelhas que estão doentes ou machucadas, o pastor da igreja também faz curativo e acalma as feridas emocionais sofridas por aqueles em seu rebanho. Em primeiro lugar, o aconselhamento pastoral deve ser aconselhamento bíblico.
O aconselhamento pastoral bíblico usa as verdades das Escrituras, explicando-as e aplicando-as à vida do indivíduo – exortando, repreendendo, corrigindo e treinando – para que a ajuda prática seja obtida através da compreensão e aplicação da Palavra de Deus (2 Timóteo 3:16). A Palavra de Deus tem o poder de penetrar “até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus 4:12). A Palavra é a principal ferramenta do pastor no aconselhamento e, por causa de seus anos de estudo, ele está em uma posição única para empunhar a espada da verdade.
Embora o aconselhamento bíblico possa ser obtido fora da igreja, o aconselhamento pastoral tem benefícios únicos que não podem ser obtidos em nenhum outro lugar. O pastor tem um relacionamento com seu aconselhado que continua fora das sessões de aconselhamento. Ele está em condições de observar e acompanhar o progresso dos membros da igreja que ele aconselha. Ele também pode solicitar as orações e conselhos de outros na igreja, como presbíteros, sempre tendo em mente qualquer acordo de confidencialidade que tenha com o aconselhado. Há também o fator de prestação de contas que o pastor pode usar durante as sessões de aconselhamento.
A desvantagem do aconselhamento pastoral é dupla. Primeiro, o pastor médio moderno está sobrecarregado com muitas tarefas e deve ter cuidado para não assumir mais do que aguenta. Muitas igrejas espalham aconselhamento entre pastores assistentes ou presbíteros que estão igualmente equipados para aconselhar da Palavra de Deus. Algumas igrejas contratam pastores de aconselhamento cujo papel principal é aconselhar os necessitados na congregação, liberando o pastor pregador para a preparação do sermão e responsabilidades de ensino. Em segundo lugar, deve-se tomar cuidado para evitar situações de aconselhamento que possam levar ao pecado. Os pastores não devem aconselhar as mulheres individualmente sem outra pessoa presente, de preferência outra mulher, talvez até a esposa do pastor. O discernimento também deve ser exercido para garantir que não ocorra uma relação de dependência entre o pastor e seus aconselhados. A dependência de Deus e Sua Palavra deve ser buscada e enfatizada em cada sessão, não a dependência do pastor para suprir todas as necessidades emocionais e espirituais, uma tarefa impossível para qualquer pastor.
Fonte de busca: https://www.gotquestions.org/
FONTE: FABRICAEBD/ADVEC
Consideremos primeiro o que é ter cuidado de nós mesmos.
1. Vejam que o trabalho de salvação da graça esteja completamente forjado em suas próprias almas.
Dêem atenção a si mesmos, para que vocês não estejam sem aquela graça salvadora de Deus que vocês oferecem a outros, e sejam estranhos à operação eficaz daquele evangelho que vocês pregam; e para que não, enquanto vocês proclamam para o mundo a necessidade de um Salvador, seus próprios corações sejam negligenciados, e percam seu interesse nele e os benefícios da salvação dele.
Dêem atenção a si mesmos, para que vocês não pereçam, enquanto vocês chamam outros para escaparem da morte; e para que vocês não estejam famintos enquanto preparam comida para outros. Embora haja uma promessa de brilharem como as estrelas, para aqueles que a muitos conduzirem à justiça, isso é uma suposição que isto se aplica primeiro a eles. Creiam nisto, irmãos, Deus nunca salvou qualquer homem por ser um pastor, nem porque ele era um pastor capaz; mas porque ele era um homem justificado, santificado, e conseqüentemente fiel no trabalho do seu Mestre. Então, dêem atenção primeiro a si mesmos, para que não ocorra de estarmos oferecendo aos outros aquilo que nós mesmos não temos.
Seu estudo de filosofia e outras ciências não vale uma moeda, se não é Deus que você busca através dele. Ver e admirar, reverenciar e adorar, amar e se encantar em Deus, como exibido nas Suas obras - esta é a verdadeira e única filosofia; o contrário é mera loucura, e é chamada assim novamente e novamente pelo próprio Deus. Esta é a santificação de seus estudos, quando eles são dedicados a Deus, e quando ele é o fim, o objeto, e a vida de todos eles. Quando nos aplicamos a conhecer mais acerca da alma e do espírito do 4 homem, aparte de submetermos a nossa filosofia e ciência nessas áreas ao que temos revelado na Palavra, então corremos o sério risco de estar tratando com meias verdades ou mesmo falsidades, com uma também falsa aparência de sabedoria.
Então, eu presumirei, a propósito, que é um grande erro, e de conseqüência perigosa em academias cristãs, estudar a criatura antes do Redentor, e se fixar em física, e metafísica antes de se fixarem em teologia. A Teologia tem que pôr o fundamento, e conduzir o modo de todos os nossos estudos. Se Deus deve ser procurado depois da nossa procura da criatura, então os tutores têm que ler Deus aos alunos deles em tudo; e a divindade deve ser o começo, o meio, o fim, a vida, o tudo, dos estudos deles. Devem ser reduzidas nossas físicas e metafísicas à teologia; e deve ser lida a natureza como um dos livros de Deus que são escritos de propósito para a revelação dele.
(Se você não quiser ter a teologia em tudo o que você faz e aprende na vida, isto é, se não você não passar tudo sob o crivo de Deus, é bem provável que você acabe pensando e agindo longe da vontade dEle. Por isso, não pode haver como de fato não há, nenhum livro mais importante do que a própria Bíblia, para um pastor. Se você não percebe, em seu estudo das criaturas, que Deus é tudo em todos, e que dele, e por ele, e para ele são todas as coisas, você pode 5 pensar, talvez, que você saiba algo; mas você não sabe nada como você deveria saber. Não pense tão vilmente que as especulações filosóficas que não se sustentam diante das afirmações das verdades bíblicas, podem ser de alguma utilidade para o serviço de Deus, e para o cuidado de nós mesmos como pastores.
A alma e o espírito não podem ser alimentados por nada diferente do que seja a verdade. E esta não está na revelação natural, que vemos na natureza e que chegamos a conhecer pela física, mas está somente na Palavra de Deus. A mensagem sobre a existência de Deus que se aprende na natureza não pode salvar, porque a salvação é pela fé na Palavra, que é espiritual.
Assim, uma das formas de negligenciarmos o cuidado de nós mesmos como ministros, é o de sermos deficientes no conhecimento da sã doutrina, que é a nossa principal ferramenta a ser usada em nosso ofício para a salvação e edificação de almas, e isto não se pode aprender fora da Bíblia, porque está contido somente nela, e não em qualquer outra área de conhecimento. Tudo o que possamos saber acerca da criatura aparte do conhecimento do Criador, não poderá ser de muita utilidade porque o que é do homem não pode salvar o homem, senão aquilo que é sobrenatural, e que é exclusivamente de Deus. A teoria que está muito em voga que a salvação é 6 uma transação entre duas partes, a humana e a divina, é um grande engodo, porque o homem nada pode fazer de si mesmo e para si mesmo no que se refere à sua salvação. Isto está inteiramente no domínio de Deus, em Cristo. Não há nenhuma necessidade portanto de primeiro se conhecer perfeitamente o homem para que possamos curá-lo do pecado. Porque este poder de cura não é nosso, e não precisamos ter nenhum conhecimento a mais do homem para apresentá-lo a Deus, senão o que a Bíblia afirma de que sem Cristo ele está morto em seus pecados, e assim, separado da vida de Deus.
Paulo conhecia a filosofia dos estóicos e dos epicuristas, mas não para poder mostrar onde estava Deus nos argumentos da própria filosofia deles, mas apresentou-lhes a filosofia do Deus desconhecido, que é o evangelho de Cristo, a única e verdadeira sabedoria, que é do alto, e não deste mundo, porque Cristo não é somente nossa justiça, e santificação e redenção, mas também nossa sabedoria (I Cor .1.30).
Aos crentes é ordenado que creiam e obedeçam a Palavra de Deus, porque é a revelação da verdade divina. Ali está toda a Sua sabedoria e tudo o que necessitamos para conhecermos a Deus e a nós mesmos. E o que foi que o homem sem Deus procurou fazer ? Ele procurou conhecer a Deus e a si mesmo aparte desta revelação, conforme as especulações da sua razão. No entanto, a verdade é conhecida por fé, porque demanda confiança no que já está revelado por Deus na Palavra. Este conhecimento de si mesmo e de Deus é por fé na Palavra, porque a verdade foi dada por revelação. É uma questão de aceitar ou não. De se ter ou não o Espírito para nos instruir e dirigir nesta Palavra revelada. O que podem então fazer no que tange ao relacionamento com tais verdades espirituais, os postulados da filosofia humana, mesmo aqueles que não sejam falsos quanto à nossa constituição comportamental ? Simplesmente nada. Não poderão acrescentar um único côvado ao curso do nosso amadurecimento espiritual.
Assim, quando um pastor gasta muito do seu tempo e diligência estudando a filosofia dos homens, lendo a filosofia como teólogos, eles lerão a divindade com filósofos e não como teólogos, e nisto não há qualquer concurso da fé, e por conseguinte, nenhum modo de se agradar a Deus, porque sem fé é impossível agradá-lo. Além disso, quando nos ocupamos das coisas que se referem a Deus, fora da Sua Palavra, nós o fazemos como se estudássemos matemática, música ou qualquer outra matéria, e não a doutrina da vida eterna, que está contida somente na Palavra. Paulo portanto não deu uma única linha em seu ensino às igrejas para citar ou honrar as filosofias que existiam em seus dias, porque sabia que um pastor não está incumbido de fazer outra coisa além de pregar a Palavra de Deus.
Conseqüentemente é por isso que nós temos tantos mundanos pregando a felicidade invisível, e tantos homens carnais declarando os mistérios do Espírito; e tantos infiéis pregando a Cristo, ou tantos ateus pregando o Deus vivo: e quando eles são ensinados pela filosofia antes da Palavra, não admira que a filosofia deles é tudo ou a maioria da religião deles, porque a boca fala do que está cheio o coração.
Quanto aconselhamento carnal que procura ganhar o favor dos homens facilitando as coisas para eles, acabam por afastá-los da possibilidade da salvação de suas almas, ou mesmo crentes de viverem em santidade de vida, porque se lhes furta o ensino e admoestação de se dedicarem aos seus deveres conforme definidos na Palavra, e assim, com um conselho fundamentado no que é da carne e não no que é do Espírito, permanecem mortos em sua mentalidade carnal que não pôde ser transformada pelo Espírito, uma vez que o conselho que se lhes deu os manteve conformados a este mundo. Que lástima que isto tem se multiplicado mais e mais na igreja de Cristo. Assim, um professor de Cristo deve começar e terminar com as coisas de Deus em seu ensino. Fale diariamente com os corações de seus estudantes sobre essas coisas que devem ser forjadas nos corações deles, ou então eles permanecerão imaturos e deficientes. Deixe algumas palavras penetrantes saírem freqüentemente de suas bocas, da parte de Deus, quanto ao estado das almas deles, e a vida por vir. Não diga que eles são muito jovens para entender. Você sabe quantas impressões pode deixar sobre os pequeninos. Não somente a alma do menino, mas muitas almas podem ter motivo para bendizer a Deus, pelo seu zelo e diligência. Você tem uma grande vantagem sobre os outros para fazer o bem; você os tem antes de que eles estejam crescidos e maduros, quando já não ouvirão com tão boa vontade. Se eles são destinados ao ministério, você os está preparando para o serviço especial de Deus, e eles devem ter o conhecimento dele primeiro antes de poderem servi-lo. Pensem na tragédia que será se você os deixa depois de algum tempo com corações carnais para se dedicarem a um tão grande, santo e espiritual trabalho. Mas uma vez que os corações deles forem afetados com a sã doutrina que eles estudam e pregam, eles estudarão e pregarão isto mais cordialmente: a própria experiência deles os dirigirá aos assuntos em que devem se aplicar.
2. Não estejam contentes por estarem num estado de graça, mas também tenham cuidado que suas graças sejam retidas vigorosa e vivamente e que sejam exercitadas, e que vocês preguem a si mesmos os sermões que vocês preparam, antes de que vocês os preguem a outros. Quando suas mentes estiverem numa disposição santa e celestial, é provável que seu povo participe dos frutos disto. Suas orações, louvores e doutrina serão doces e celestiais a eles. Eles sentirão quando você esteve muito com Deus e não somente lhe darão ouvidos como estarão unidos em espírito com o seu espírito. Mas o contrário também é verdadeiro, porque quando nossa alma está enferma, nós comunicamos nossa enfermidade a eles. Quando permitimos que o nosso coração esfrie, nossa pregação também fica fria; e quando ficamos confusos, nossa pregação também fica confusa; e quando ficamos frios, nossos ouvintes de igual modo o ficam. Nós somos os enfermeiros dos pequeninos de Cristo. Se nós permitimos que nós mesmos estejamos desnutridos por não nos alimentarmos, nós os deixamos na mesma condição. A magreza deles logo será visível nos vários deveres deles. Por isso se ordena que os ministros além de cuidarem da doutrina, devem cuidar de si mesmos, porque se descuidarem do seu próprio preparo diante de Deus, não poderão ministrar a doutrina e cuidar do rebanho como deveriam. Quando nós negligenciamos no nosso cuidado santo, isto aparecerá na nossa pregação. Se nós nos alimentarmos com comida estragada, isto é, com erros ou controvérsias infrutíferas, nossos ouvintes o sofrerão. Se nos ocuparmos com coisas vãs, e não estando ricamente habitados pela palavra de Cristo, nós comunicaremos a eles estas coisas vãs que não contribuirão em nada para a edificação deles e amadurecimento espiritual.
Assim, é dever do pastor diante de Deus com vistas ao cuidado do rebanho, vigiar seu próprio coração e manter do lado de fora cobiças, paixões e inclinações mundanas; mantendo a sua vida de fé, amor, e zelo, seja em casa, seja na igreja. Se não é sua ocupação diária estudar seu próprio coração, e subjugar o pecado, e caminhar com Deus - se você não faz disto um trabalho no qual você constantemente se empenha, tudo dará errado, e você passará fome e seus ouvintes também, em decorrência disto. Você não os apascentará, alimentando-os corretamente conforme lhe é ordenado pelo Seu Senhor, que o chamou para apascentar as Suas ovelhas. Acima de tudo, gaste muito tempo em oração secreta e meditação. Por isso você tem que ir buscar o fogo divino que queimará seus sacrifícios: lembre-se, que você não pode recusar e negligenciar seu dever, porque não somente você, mas muitos perderão com isto. Então, por causa de seu povo, vigiem seus corações. Até uma ponta de orgulho espiritual é perigosa, e poderá conduzi-lo ao erro. Lembre-se que uma grande apostasia sempre começa pequena. Não abrigue portanto qualquer orgulho ou erro em seu coração, por menor que sejam. O príncipe das trevas freqüentemente personifica um anjo de luz, para conduzir ao engano, levando os filhos da luz para as trevas.
3. Tenham cuidado de si mesmos, para que o seu exemplo não contradiga sua doutrina, e para que você não seja uma pedra de tropeço para eles, servindo para a ruína espiritual deles. Para que vocês não contradigam com suas vidas, o que lhes dizem com suas bocas. Isto faz com que os homens pensem que a Palavra de Deus não é mais do que um conto de fadas, e faz com que a pregação não pareça nada melhor do que a prática. Uma palavra orgulhosa, ranzinza, arrogante, uma contenção desnecessária, uma ação cobiçosa, podem cortar a garganta de muitos num sermão, e estragar o fruto de tudo aquilo que você tem feito.
Toda uma semana não é tempo o bastante para se estudar para se falar duas horas no culto público de domingo. Isto é verdadeiro quando o empenho do ministro é tal para que não se perca uma só palavra do seu sermão, ou para que não seja culpado de qualquer fraqueza visível. Quão comum é vermos homens pregarem, que vivem de modo negligente! Quando você está estudando o que dizer ao seu povo, se você tem alguma preocupação pelas almas deles, você estará pensando em ter cuidado de si mesmo diante de Deus e procurará saber como prevalecer com aqueles que lhe ouvem. Será sua preocupação permanente: “como eu viverei, o que eu farei, e como eu disporei de tudo o que eu tenho, para poder me ocupar da salvação das almas dos homens ?”. Irmãos, se a salvação de almas é seu fim, você almejará isto certamente fora do púlpito como também nele! Se é seu fim, você viverá para isto, e fará todo o seu empenho para atingir isto. Você perguntará quanto ao dinheiro em seu bolso, como também quanto à palavra de sua boca: “de que modo eu disporei disto para o maior bem, especialmente para as almas dos homens?”. Sejam então zelosos de boas obras. Não poupe qualquer esforço para promover o trabalho do seu Mestre.
(1) Mantenha sua inocência, e caminhe sem ofensa. Deixe sua vida condenar o pecado, e persuada os homens quanto ao dever deles. Ordene bem sua própria família. Não há nenhuma virtude em que seu exemplo fará mais, pelo menos para enfraquecer o preconceito de homens, do que humildade, mansidão e abnegação. Perdoe ofensas; e não seja vencido pelo mal, mas vença o mal com o bem. Faça como nosso Senhor, que, quando ele era insultado, não insultava também. Se os pecadores são teimosos e endurecidos e escarnecedores, carne e sangue não os persuadirão e você não os alcançará pelos meios carnais deles, mas com bondade e paciência. Afirme-se com amor, e não com violência; com mansidão e paciência contra a força, e não força contra força. Não seja estranho para o pobre de seu rebanho; eles são hábeis em tomar a sua estranheza por desprezo. A familiaridade, contribui para fins santos, e pode produzir abundância de bem. Não fale estulta e desrespeitosamente com qualquer um; mas seja cortês com os piores, como imitador de Cristo.
(2) Abundem em obras de benevolência. Visitem o pobre, e vejam o que eles necessitam, e mostrem-lhe sua compaixão imediatamente pelo bem estar da alma e corpo deles. Compre para eles uma Bíblia, e outros livros pequenos que sejam úteis para a edificação deles, e faça-os prometer que os lerão com cuidado e atenção. Abra o seu bolso para o que estiver em pobreza extrema, e faça todo o bem que você puder. Não pense em ser rico; não busque grandes coisas para si mesmo ou sua posteridade. Se você crê que Deus é o provedor mais seguro, e que se gastar no serviço dele é o maior investimento, mostre para eles que você crê nisto. Eu sei que carne e sangue lutarão antes de perderem sua presa, mas registre o que eu digo: o homem que tem qualquer coisa no mundo muito preciosa para ele, não tem conhecido a Cristo ainda como deveria. Aquele que tem investido no reino dos céus tem a promessa de que mesmo que seja pobre na terra, terá um tesouro no céu. Mas eu sei, que o coração é carnal e cobiçoso, e que palavras não tirarão o dinheiro dos homens das mãos deles; eles podem dizer tudo isso a outros; mas dizer é uma coisa, e crer e fazer é outra muito diferente. Mas bons ministros investem seus bens e talentos no reino do Seu Senhor, e suportam o desprezo do mundo, assim como também desprezam as glórias mundanas. Eles se esforçam em fazer o bem a todos, especialmente aos domésticos da fé. Isto torna a pregação deles do evangelho coerente com suas próprias vidas. E sem isto, a religião não é verdadeira, mas hipocrisia. Como diz Tiago em sua epístola que se enganam quanto a serem verdadeiramente religiosos aqueles que se dedicam aos serviços de adoração, mas não refreiam a sua língua, e deixam de cuidar dos necessitados, e que não se guardam incontaminados do mundo. Assim aquele que é o mais devoto entre nós é o que estiver renunciando ao seu ego e cumprindo a Palavra de Deus.
4. Tenham cuidado de si mesmos, para que não vivam nos mesmos pecados que condenam nos outros. Você pregará os mandamentos de Cristo e voluntariamente os transgredirá ? Se a palavra de Deus é a verdade, por que você não a teme ? Aquele que ensina a outros deve ensinar a si mesmo. Quantas qualificações são necessárias num homem que tem tal dever sobre ele como nós o temos. Quantas dificuldades teológicas para serem resolvidas e aprendidas! Também, sobre os princípios fundamentais da religião! Quantos textos obscuros da Bíblia para serem entendidos! Quantos deveres para serem executados, em que nós mesmos e outros podem falhar, quer no assunto, quer na forma de apresentá-los! Quantos pecados para serem evitados! Quão variadas provações que temos que suportar com paciência! Quantos casos pesados e complicados de consciência que nós temos que solucionar quase que diariamente! E um trabalho como este pode ser feito por homens inexperientes, inaptos ? Que resistência sutil e obstinada temos que esperar de todo coração com o qual nós lidamos! Sabendo que podemos obter uma audição paciente escassamente. Nós não podemos fazer uma brecha nas esperanças infundadas deles e paz carnal, mas eles têm vinte e tantas razões que parecem levá-los a fazer de novo as pazes com o mal e com inimigos que parecem amigos e que estão sempre prontos para lhes ajudar, só que afastando-os mais e mais de Cristo e do cumprimento da sua vontade revelada na Palavra.
Nós não disputamos com eles em condições iguais. Nós temos crianças com as quais devemos argumentar que não podem nos entender, porque são ainda carnais. Nós temos pessoas teimosas, irrazoáveis para tratar com elas, que, mesmo quando silenciam, geralmente não ficam convencidas em atender ao nosso conselho. Nós disputamos contra a vontade e paixões de homens, senão mesmo contra a compreensão deles; e os argumentos deles costumam ser os seguintes em seus corações, ainda que declarem o contrário a nós com suas bocas: “Eu não mudarei minha mente, ou vida; eu não deixarei meus pecados; eu nunca serei tão preciso quanto ao que a Palavra exige. Isto é radicalismo”, e por aí afora. Nós temos que lutar contra uma multidão de paixões violentas, e contradizer os inimigos, disputar contra as convicções dos pecados como se nós fôssemos lutar no meio de uma feira ou num tumulto, no meio de uma multidão de pessoas endurecidas e violentas. Que procedimento poderia nos garantir um sucesso pleno em tais condições e circunstâncias ? Ainda assim, tal é o nosso trabalho; e é um trabalho que deve ser feito, em cumprimento à ordem do nosso Senhor, que nos chamou para o ministério da Palavra. Irmãos! que homens deveríamos ser em habilidade, resolução e diligência sabendo que temos tudo isso para fazer? Por isso Paulo clamou: “Quem é suficiente para estas coisas?”. E devemos estar orgulhosos, ou descuidados, ou preguiçosos, como se nós fôssemos suficientes ? Como Pedro diz para todo crente, em razão da nossa grande mudança: “que pessoas deveríamos ser em santa conversação em piedade!”. Assim, autorizado pela Palavra eu posso dizer a todo ministro que ao ver todas estas coisas escapando de nossas mãos, que tipo de pessoas nós deveríamos ser em empenho santo e resoluções para o nosso trabalho! Isto não é um fardo para os ombros de uma criança. Porque o nosso trabalho requer de nós habilidade, em todas as suas partes! Pregar um sermão, eu penso, não é a parte mais dura; e ainda que seja necessária habilidade para fazer clara a verdade; convencer os ouvintes, fazer com que a luz brilhe de modo irresistível dentro das consciências deles, e manter isto lá, e fixar a verdade nas suas mentes, e trabalhar a Cristo nos afetos deles; conhecer toda objeção, e claramente solucioná-las; dirigir os pecadores a tomarem 18 uma decisão, fazê-los ver que não há nenhuma esperança, mas que eles devem ser convertidos inevitavelmente ou devem ser condenados - e fazer tudo isso, com um idioma compreensível e satisfatório às capacidades de nossos ouvintes. Isto, é um grande trabalho, maior do que tudo que deveria ser feito em todo sermão, e tem que requerer muita habilidade santa seguramente. Um tão grande Deus cuja mensagem nós entregamos, deveria ser honrado por nossa entrega da mesma. É um caso lamentável que numa mensagem do Senhor do céu, de valor eterno para as almas dos homens, nós nos comportemos tão debilmente, tão imprudentemente, e tão superficialmente, que todo o trabalho venha a falhar em nossas mãos, e Deus será desonrado, e o trabalho dele arruinado, e os pecadores endurecidos o bastante para que se convertam; e tudo isso por nossa fraqueza ou negligência! Com que freqüência foram os ouvintes carnais para casa zombando das falhas visíveis, palpáveis e desonrosas do pastor! Quantos dormem debaixo de nossa pregação, porque nossos corações e línguas têm sono, e nós não trazemos tanto zelo e habilidade conosco para despertá-los! Além disso, que habilidade é necessária para defender a verdade contra os opositores, e lidar e disputar com os contradizentes, de acordo com os vários modos deles! E se nós falhamos por fraqueza, como eles exultam sobre nós! Que habilidade é necessária para lidar também em privado com uma pobre alma ignorante para a conversão dela! Eu sei que a necessidade pode fazer a Igreja tolerar o fraco; mas é uma aflição para nós, se nós toleramos e favorecemos nossa própria fraqueza! Não lhe argumenta a sua consciência que se você ousa se aventurar em um tão alto trabalho como este, que você não deveria se poupar de nenhuma dor para o desempenho dele? Esse trabalho é divino e está além da nossa própria capacidade e por isso precisamos estar fortalecidos pela graça de Cristo e ser assistidos pelo Espírito Santo. Tudo se perderá então quando por nossa preguiça e negligência apagamos o Espírito Santo. E como faremos o trabalho de Deus sem Deus Espírito Santo ? É impossível. Sabemos isto por experiência prática. Porque todos já falhamos nisto, uns mais outros menos. Então, irmãos, não percam nenhum tempo! Estudem, orem, meditem, pratiquem e destes quatro modos suas habilidades serão aumentadas. Dêem atenção a si mesmos, atendendo ao mandamento do apóstolo, conforme ele se dirigiu aos presbíteros de Éfeso, para que vocês não sejam fracos por sua própria negligência, e para que não arruínem o trabalho de Deus por sua fraqueza.
Tendo lhes mostrado o que é dar atenção a nós mesmos, eu lhes apresentarei agora alguns motivos para despertá-los para este dever.
O Pastor Reformado
Por Richard Baxter
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