Lição 05 - Exegese Bíblica | 3º TRIMESTRE 2023 | Central Gospel

ESBOÇO DA LIÇÃO 1- A ÁRDUA TAREFA DA INTERPRETAÇÃO 1.1. O propósito da exegese 1.2. A finalidade da exegese 1.3. Barreiras ao uso da ...


ESBOÇO DA LIÇÃO


1- A ÁRDUA TAREFA DA INTERPRETAÇÃO
1.1. O propósito da exegese
1.2. A finalidade da exegese
1.3. Barreiras ao uso da exegese
1.3.1. As maneiras fixas e as limitações do pensamento
1.3.2. A falta de desejo de encontrar o verdadeiro sentido das Escrituras

2- REGRAS DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
2.1. A Escritura deve ser interpretada, em primeiro lugar, em seu sentido literal 
2.2. A Bíblia deve ser interpretada à luz do seu próprio contexto
2.3. O texto bíblico não deve ser interpretado de forma isolada

3. ORIENTAÇÕES EXEGÉTICAS
3.1. A exegese na prática
3.2. Particularidades a serem observadas no processo exegético
3.2.1. A direção do ESPÍRITO SANTO
3.2.2. O lugar estratégico da exegese
3.2.3. A inversão de valores


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TEXTO BÍBLICO BÁSICO - 2 Timóteo 2.14-19
14 Traze estas coisas à memória, ordenando-lhes diante do Senhor que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes.
15 - Procura apresentar-te a DEUS aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.
16 - Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade.
17 - E a palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto;
18 - os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns. 
19 - Todavia, o fundamento de DEUS fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de CRISTO aparte-se da iniquidade.

TEXTO ÁUREO
Oh! Quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia! 
- Salmo 119.97

SUBSÍDIOS PARA O ESTUDO DIÁRIO
2a feira Salmo 119.2 A revelação de DEUS buscada de todo coração 
3a feira Salmo 119.7 O conhecimento produz gratidão
4a feira Salmo 119.8 O cumprimento dos decretos de DEUS
5a feira Salmo 119.11 A compreensão da Palavra
6a feira Salmo 119.15,16 O respeito e o prazer pela Palavra de DEUS 
Sábado Salmo 119.19 O desejo pelas coisas eternas 

OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
- entender a importância da exegese bíblica para a igreja e para cada pessoa individualmente;
- explicar o sentido e a finalidade da exegese bíblica; - - compreender os princípios e regras para a interpretação correta das Escrituras.

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor, Martinho Lutero, personagem central da Reforma Protestante, declarou que toda pessoa justificada pela fé em CRISTO é também um intérprete das Escrituras. Esta frase ratifica um dos maiores legados reformistas, que é a devolução das Escrituras à igreja e ao povo de DEUS uma vez que a Bíblia estava trancafiada nos porões do catolicismo da época. No entanto, nos dias atuais, a Palavra de DEUS também pode estar trancafiada nos porões da superficialidade e dos grosseiros erros de interpretação, que distanciam as pessoas do real sentido dos textos sagrados. Excelente aula!

COMENTÁRIO
Palavra introdutória
A exegese bíblica é uma das principais disciplinas nos currículos de seminários e faculdades de Teologia. Embora o termo pareça distante do grande público, de fato, ele está mais próximo do que se imagina, porque tem relação com a tarefa da interpretação das Escrituras. Etimologicamente, o vocábulo exegese origina-se do termo grego exégèsis e tem o sentido de “extrair o significado, explicar, expor os fatos com precisão, conduzir o sentido para fora”

Subsídio 1
A exegese ocupa-se do estudo gramatical do texto bíblico e auxilia o leitor do texto sagrado em sua compreensão útil das Escrituras, visando ao testemunho, à pregação e ao ensino na igreja.

1- A ÁRDUA TAREFA DA INTERPRETAÇÃO
É necessário considerar que a tarefa de interpretação bíblica, por inúmeras vezes, não é tão simples. O leitor do texto sagrado precisa ter em mente algumas variáveis muito importantes: ele foi produzido entre os anos 1600a.C99d.C.; portanto, está separado historicamente do mundo atual por milênios; ele foi escrito em idiomas geralmente desconhecidos do grande público da atualidade: o Antigo Testamento foi escrito na língua hebraica, com pequenas inserções em aramaico; o Novo Testamento, no grego koiné; há uma distância entre os primeiros destinatários do texto bíblico e os destinatários de hoje as distâncias culturais entre as pessoas do mundo em que a Bíblia foi escrita e os leitores da atualidade só pode ser minorada com o uso da exegese.

1.1. O propósito da exegese
Considerando que os escritores sagrados dirigiram suas mensagens aos seus contemporâneos sem imaginar que esses escritos alcançariam pessoas de todos os povos, línguas e épocas , a exegese bíblica propõe-se a responder, basicamente, às seguintes questões: Qual era o significado que o autor bíblico queria comunicar originalmente? O que o autor inspirado desejava que seus leitores originais compreendessem? A partir do momento que as respostas a essas questões são obtidas, as distâncias temporais e culturais são atenuadas. Uma ressalva: as distâncias do contexto histórico-cultural- -político dos primeiros destinatários da mensagem bíblica, assim como as diferenças quanto aos idiomas, não podem servir de pretexto para que as pessoas interpretem a Bíblia de modo particular, ao seu bel-prazer. É nesse sentido que a exegese ganha campo e se torna uma disciplina altamente necessária.

Subsídio 2
Sendo a Bíblia um livro de todos os povos e épocas, há nela um modo significativo, atual e relevante de aplicar sua mensagem à vida das pessoas, independentemente do tempo histórico em que vivem. Esse fato a torna um livro maravilhoso, espetacular e incomparável!

1.2. A finalidade da exegese
A exegese ocupa-se do exame particular de um determinado texto das Escrituras, objetivando sua interpretação de forma apropriada. A disciplina tem como finalidade a análise sistemática do sentido gramatical do texto e, assim, pelo estudo do significado das palavras nos originais, lançar luzes sobre o que o texto significou aos seus primeiros destinatários. Enquanto a exegese busca o significado do texto para o público a quem ele foi endereçado originalmente, a hermenêutica ocupa- se de como aplicar esse texto, de maneira prática, à vida do leitor atual das Escrituras, dando-lhe, assim, significância.

1.3. Barreiras ao uso da exegese
A desinformação, o descaso ou comodismo o jeito de fazer as coisas sempre da mesma forma , transformam-se em grandes empecilhos e barreiras ao entendimento mais amplo das Escrituras.

1.3.1. As maneiras fixas e as limitações do pensamento
Os preconceitos e as verdades aceitas como tais, de maneira inquestionável, sem os métodos e procedimentos oriundos da exegese bíblica, afastam as pessoas dos grandes e verdadeiros tesouros da Bíblia Sagrada. O fato é que se pode ir muito além no conhecimento da Palavra, e a exegese existe com esta finalidade.

1.3.2. A falta de desejo de encontrar o verdadeiro sentido das Escrituras
O caminho do conhecimento mais profundo da Bíblia exige um coração aberto e uma mente pronta para adquirir um novo saber. Nesse caso, as pressuposições e achismos precisam ser modificados a partir de um entendimento mais consistente e amplo do texto. Não são os pré-entendimentos que governam a ação, mas o desejo de ver no texto aquilo que ele realmente quer dizer. O sentido real e verdadeiro do significado do texto deve sempre ter a primazia. O intérprete deve ser um servo do texto, nunca o contrário.

2- REGRAS DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
É preciso sinceridade e franqueza para reconhecer que se pode pregar, ensinar, aconselhar, anunciar, exortar, evangelizar, sem conhecer profundamente os princípios de exegese e hermenêutica bíblicas. As pessoas do passado nem mesmo sabiam da existência dessas disciplinas, e isso não as impediu de realizar a obra de DEUS com dedicação e amor. No entanto, sem os princípios da interpretação, o relacionamento com as Escrituras e o entendimento das verdades ali reveladas serão sempre feitos no nível da superficialidade em termos da compreensão. Há, também, o grande risco de cometerem- -se equívocos e distorções na interpretação da mensagem do evangelho, o que não é algo raro nos dias atuais. No caso particular das Escrituras Sagradas, alguns princípios e regras de exegese precisam ser aplicados, como os descritos nos subtópicos seguintes.

2.1. A Escritura deve ser interpretada, em primeiro lugar, em seu sentido literal. É notório que a Bíblia é rica em figuras de linguagem, alegorias e simbolismos. Porém, o primeiro olhar que deve ser lançado é ao seu sentido literal, não figurado, ou seja, “ao pé da letra”. 

2.2. A Bíblia deve ser interpretada à luz do seu próprio contexto
Esta é a regra básica e áurea de interpretação das Escrituras: cada texto deve ser comparado com os textos que vêm antes e depois da passagem que está em estudo, pois a Bíblia interpreta a própria Bíblia.

2.3. O texto bíblico não deve ser interpretado de forma isolada
Um único verso ou passagem da Bíblia não pode ser utilizado isoladamente, pois pode levar o leitor a conclusões precipitadas, equívocos e erros de interpretação. Não raramente, partes isoladas do texto bíblico tornam-se pretextos que podem afastar o leitor do contexto original, distanciando-o, por conseguinte, do conhecimento das verdades contidas nas Sagradas Escrituras.

3. ORIENTAÇÕES EXEGÉTICAS
Como dito até este ponto, o termo exegese refere-se à iniciativa de, pela análise gramatical das palavras, buscar o sentido original, mais profundo e verdadeiro de uma passagem bíblica.

3.1. A exegese na prática
O trabalho de exposição da Bíblia deve ser, por via de regra, antecedido pela tarefa exegética. Se todo expositor da mensagem bíblica pensasse a partir desse raciocínio, evitar-se-iam muitos erros e distorções teológicas. Seguem algumas sugestões entre outras para a prática exegética:
- jamais negligencie o contexto é impossível entender o significado de um texto separado do seu contexto;
- construa uma paráfrase do texto, ou seja, reproduza o texto com suas próprias palavras;
- observe a narrativa da passagem ela pode ser histórica; pode conter poesia, parábolas, alegorias, profecia, doutrina etc.;
- esclareça o significado das palavras do texto com a evolução dos idiomas, é preciso entender o que cada palavra significava na época em que foi escrita e o que significa hoje;
- faça anotações nenhuma pessoa tem uma mente tão prodigiosa; as informações que se apresentam como inéditas precisam ser anotadas e utilizadas quando houver oportunidade;
- estude com atenção o contexto, definindo datas, locais, costumes, tradições etc.;
- dirija ao texto indagações que possam elucidá-lo, tais como: Onde aconteceu? Quem participa da narrativa? O que aconteceu? Por que aconteceu?;
- organize o texto em seções principais e secundárias; - defina o tema central e os objetivos de cada livro ou passagem bíblica.

3.2. Particularidades a serem observadas no processo exegético
Embora a decoração dos textos bíblicos seja um hábito extremamente saudável e as pessoas devam ser encorajadas a praticá-la , a tarefa mais importante quanto ao conhecimento da Bíblia é a sua correta interpretação. A partir desse raciocínio, nos subtópicos seguintes, serão apontadas algumas particularidades relacionadas a esta nobre tarefa.

3.2.1. A direção do ESPÍRITO SANTO
O trabalho exegético exige pesquisa e trabalho árduo; no entanto, ele não pode ficar limitado à atividade intelectual. O estudante da Bíblia deve ter o seu coração aberto para a inspiração, unção e direção do ESPÍRITO SANTO (Jo 14.26).

3.2.2. O lugar estratégico da exegese
A tarefa de pregar e ensinar deve sempre ser precedida pelo trabalho exegético. Ao decidir-se sobre o uso de um de terminado texto bíblico, o pregador (ou ensinador) deve ter o cuidado de saber, com segurança, se o interpretou corretamente (Mt 28.19).

3.2.3. A inversão de valores. Atualmente, a igreja vive um momento em que o ensino das Escrituras está deixando de ser prioridade. Os eventos, com resultados quantitativos e instantâneos, superaram o desejo de conhecer mais profundamente a natureza de DEUS, de Seu Filho unigênito e dos Seus propósitos. De muitas maneiras, a pregação da Palavra está sendo limitada a mensagens sem vida; reduzida a chavões, clichês, repetições, plágios e lugares comuns. Por todo lado, é possível identificar as marcas da superficialidade e, não raro, de erros grosseiros de interpretação do texto bíblico, em que prevalecem a violação aos princípios da exegese e da boa e correta interpretação. É urgente que se resgate a importância do conhecimento das Escrituras, do seu sentido mais amplo, profundo e verdadeiro.

CONCLUSÃO
Como dito na introdução, após a Reforma Protestante, toda pessoa poderia interpretar livremente as Escrituras Sagradas. O clero católico romano deixou de ter exclusividade sobre esta nobre tarefa. Em resumo: a Bíblia foi devolvida à igreja e aos seus membros. Que grande legado, que imenso privilégio e responsabilidade! No entanto, embora seja livre para interpretar as Escrituras, nenhuma pessoa pode fazê-lo a seu bel-prazer. Ninguém possui isenção para virar as costas aos princípios e regras que regem a tarefa da interpretação. Toda pessoa tem a liberdade de ler e interpretar as Escrituras, mas, na mesma medida, ninguém pode ir além dos limites da mensagem sagrada. O intérprete deve ser um servo do que nela está registrado. Ninguém tem o direito de atribuir suas próprias conclusões aos autores inspirados. A liberdade de quem interpreta a Bíblia deve permanecer dentro dos limites do fato de ser ela a Palavra que revela o caráter de DEUS e os Seus propósitos para a humanidade e para cada pessoa individualmente.

ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. O que é exegese?

R.: É uma disciplina que auxilia na interpretação dos textos da Bíblia.


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   LPD nº 70 - Central Gospel : PILARES DA TEOLOGIA PRÁTICA. 

Lições Da Palavra De Deus. Professor: Fundamentos da Liderança Cristã - Pilares da Teologia Prática - Pr. Gilmar Chaves


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Nesta revista vamos desbravar temas importantes que vão aprofundar ainda mais os estudo bíblicos.
CONFIRA OS TEMAS DESSA EDIÇÃO:

LIÇÃO 01 – O MINISTÉRIO PASTORAL
LIÇÃO 02 – O MINISTÉRIO DIACONAL
LIÇÃO 03 – HERMENÊUTICA BÍBLICA
LIÇÃO 04 – HOMILÉTICA
LIÇÃO 05 – EXEGESE BÍBLICA
LIÇÃO 06 – LIDERANÇA CRISTÃ
LIÇÃO 07 – DISCIPULADO CRISTÃO
LIÇÃO 08 – PLENITUDE FÍSICA, EMOCIONAL E ESPIRITUAL
LIÇÃO 09 – PANORAMA DO ANTIGO TESTAMENTO
LIÇÃO 10 – PANORAMA DO NOVO TESTAMENTO
LIÇÃO 11 – AS ORDENANÇAS DA IGREJA
LIÇÃO 12 – OS MINISTÉRIOS DA IGREJA
LIÇÃO 13 – OS DONS ESPIRITUAIS E DE SERVIÇO

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Exegese
“Ler e Compreender, atos necessários à exegese
A exegese bíblica é a extração, explicação, narração ou interpretação dos textos bíblicos. No entanto, o comentário da perícope bíblica, tradicionalmente chamado de exegese, somente é realizado pelo exegeta após a compreensão do texto em análise. Portanto, antes de explicar o texto é necessário compreendê-lo. Essa dimensão da interpretação foi captada maestricamente pelo filósofo do sentido, Paul Ricoeur, quando afirmou que ‘a exegese se propõe a compreender um texto a partir de sua intenção, sobre o fundamento daquilo que esse texto significa’. Logo, a exegese quanto ciência da interpretação, se ocupa da compreensão e explicação do texto; isto é, do entendimento, elucidação do contexto, de sua trama, contextura e das conexões lógicas que existem entre as diferentes partes do texto a fim de torná-lo coerente. Logo, dois binômios são necessários à tarefa da exegese: compreender e explicar. O primeiro procede da investigação metódica e conscienciosa do exegeta, enquanto o segundo, do resultado derivado da análise”.
(HORTON, S. M. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996, p.586,587).

APLICAÇÃO PESSOAL
A Exegese é a ciência da compreensão e explicação de textos, isto quer dizer que devemos acima de tudo entender que na prática existe um abismo entre “ler” e “compreender”, embora no grego neotestamentário as duas palavras estejam etimologicamente relacionadas. É possível ler um texto das Escrituras e não compreender o sentido ou a mensagem do mesmo. O eunuco de Atos 8.30-35 lia, mas não compreendia. A leitura deve nos conduzir a uma compreensão do texto, pois o próprio ato de ler leva-nos ao de compreender.

Professor, ler não é apenas decodificar os signos de um texto, mas compreendê-lo. Assim como o eunuco, de Candace, muitos alunos lêem a Bíblia, mas não a compreendem (At 8.30-32). Há diversas formas de leitura da Bíblia: leitura devocional — o leitor busca o aperfeiçoamento espiritual e moral (leitor introspectivo); leitura exegética — o leitor quer entender a estrutura, contextos e objetivos do texto (leitor analítico); leitura didática — o leitor deseja saber as bases doutrinárias da Bíblia (leitor receptivo).

A exegese consiste em compreender um ou mais textos bíblicos em sua forma e em sua essência, através de um trabalho minucioso de explicação e interpretação, usando vários recursos e instrumentos científicos para entender os contextos históricos e literário do texto sagrado. A exegese distingue-se de outras interpretações bíblicas pelo seu caráter, mas científico, detalhado e aprofundado.

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O Método Teológico (TEOLOGIA SISTEMÁTICA STANLEY M. HORTON)
Visto ser importante que a teologia sistemática se baseie na Bíblia, nesta seção lidaremos com o método teológico, especialmente na sua interação com a exegese e a teologia bíblica.

A Exegese e a Teologia Bíblica como Matriz
Várias etapas de desenvolvimento existem nesse processo teológico, onde a pessoa passa da Bíblia à teologia sistemática: (1) a exegese e a interpretação dos textos individuais; (2) a síntese dessas interpretações de conformidade com algum sistema de teologia bíblica;28 e (3) a apresentação desses ensinos na linguagem do próprio teólogo sistemático, visando suas próprias necessidades e as do seu povo.29
Na teologia ocidental, é comum utilizar-se de algum princípio organizador, empregado na formulação de um conjunto coerente de doutrinas. Em seguida, a teologia bíblica é apresentada (sem nenhuma alteração de seu significado) numa linguagem clara a fim de comunicar a mensagem de DEUS, ajudando os fiéis a solucionar os seus problemas.
Para manter o nível da autoridade bíblica no decurso da elaboração da teologia sistemática, é necessário que a pessoa que elabora tais estudos evite a dedução. Com isso, queremos dizer que o teólogo não deve começar com uma declaração teológica geral, tentando impô-la ao texto bíblico para obrigar a Bíblia a dizer o que ele quer, torcendo o significado real do texto. Pelo contrário: o estudo exegético cuidadoso do texto bíblico deve levar (indutivamente) a uma declaração teológica.

A Natureza e a Função da Exegese
O alvo da exegese é deixar as Escrituras dizerem o que o ESPÍRITO SANTO pretendia que se dissesse no seu contexto original. No caso de cada texto, portanto, o intérprete deve analisar o contexto social e histórico, o gênero literário e outros fatores afins, e a luz lançada pelos idiomas originais. Faremos algumas observações a respeito de cada um desses fatores, nesta mesma ordem.
Quanto ao contexto social e histórico, o escritor bíblico pressupunha que seus ouvintes possuíam certa base cultural e histórica comum a todos. Boa parte desta era tomada por certa mais que declarada. Devemos tomar o cuidado de não supor ingenuamente ser a base cultural e histórica do escritor bíblico a mesma de nossos dias. Não é a mesma. Entre o intérprete e qualquer texto bíblico há vastas diferenças culturais e históricas.
Howard C. Kee explica que o significado de uma palavra pode ser determinado somente pelo exame do contexto social em que é usada. Por exemplo: tendo consciência dos fatores sociais e culturais, podemos ver que Mateus emprega o termo "justiça" como "uma qualidade de comportamento... exigida por DEUS, e que deve ser posta em prática pelos seus servos fiéis", ao passo que Paulo, num contexto diferente, emprega-o no sentido de uma "ação mediante a qual DEUS endireita as coisas”. 30

Além disso, devemos tomar consciência do gênero literário, do tipo específico de documento ou forma literária que estamos examinando. Ter consciência da natureza de um documento é um dos princípios fundamentais da interpretação.31 A não ser que saibamos como um texto foi composto, e o motivo pelo qual o foi, não perceberemos o seu sentido.
A Bíblia é composta por diferentes gêneros literários: narrativa histórica (Gênesis, Rute, Crônicas e Atos dos Apóstolos),32 poesia (Salmos, Jó eProvérbios), evangelho (narrativa episódica com sermões, dirigida a públicos específicos), epístolas (cartas), apocalipse e profecia (o livro do Apocalipse). Ao estudarmos o gênero literário que o escritor bíblico emprega, e por que ele o emprega, poderemos interpretá-lo mais facilmente.
O gênero literário muito interessa ao pentecostal em virtude da teologia da evidência inicial, interpretação esta que depende parcialmente do gênero de Atos. Os pentecostais e os evangélicos têm debatido o seu gênero literário, sendo que estes últimos, muitas vezes, tratam Atos como mera história. Os pentecostais, por outro lado, argumentam que Atos é de natureza teológica, 33 muito semelhante ao Evangelho de Lucas, posto que Lucas haja escrito ambos os livros. Podemos, portanto, usar Atos como fonte originária de doutrina. 34
Outro campo de interesse é o significado das palavras bíblicas. Nesse assunto, devemos evitar a falácia da raiz. Esta, em termos simples, ocorre quando a etimologia de uma palavra (significado de sua raiz) é aplicada a esta todas as vezes que aquela aparece. Ou, conforme às vezes se observa, a etimologia é aplicada a alguns casos escolhidos em que a palavra surge a fim de apoiar o ponto de vista do intérprete. E, porém, o uso, e não a derivação, que determina o significado. (Por exemplo, praevenire [em latim "ir adiante de"] e prevent, em inglês, tinham o mesmo significado, mas hoje prevent significa "impedir"). O contexto, portanto, é da máxima importância. Determinada palavra pode possuir grande variedade de significados, mas, num contexto específico, somente um deles será válido.

Crítica, Interpretação e Teologia da Bíblia
A crítica bíblica35 foi desenvolvida depois da Reforma. As duas divisões principais da crítica bíblica, anteriormente denominadas de alta e baixa crítica, agora são usualmente chamadas crítica histórica e crítica textual, respectivamente. Os conservadores e os liberais igualmente trabalham em ambas as áreas, posto serem necessárias na exegese. Além disso, oferecem grande ajuda na compreensão da Bíblia. A crítica histórica ajuda-nos a conhecer com mais exatidão o contexto social e cultural de um texto ou livro da Bíblia, levando-nos a interpretá-lo com mais exatidão. As fontes primárias das informações históricas incluem a própria Bíblia, as obras dos historiadores seculares e as descober- tas arqueológicas. Os documentos secundários incluem as obras dos vários intérpretes, tanto antigos quanto modernos.
A crítica textual é a ciência que examina as cópias feitas à mão (manuscritos) da Bíblia em hebraico, aramaico e grego, e que procura recuperar o que os escritores inspirados realmente escreveram. 36 Existem milhares de manuscritos antigos da Bíblia, e todos eles têm diferenças esparsas na linguagem, na ordem das palavras, e na omissão ou acréscimo de palavras. 37 Tratam-se, muitas vezes, dos erros cometi- , dos pelos copistas. Outras mudanças podem ter sido deliberadas, inclusive na atualização da linguagem. A crítica textual emprega métodos objetivos e científicos para comparar os vários textos, e descobrir qual o mais correto. 38
Por um lado, alguns intérpretes têm aplicado ao texto bíblico hipóteses imaginárias, influenciados pelas modernas teorias sobre a História (que usualmente envolve a negação do aspecto sobrenatural). Por outro lado, reconhecemos ser a interpretação mais acertada a que considera ter sido a totalidade das Escrituras inspirada por DEUS, possuindo, por conseguinte, uma natureza especial que merece respeito. Quando nos ocupamos da crítica bíblica, o ideal é não atacarmos a Bíblia (embora muitos o façam). Pelo contrário: atacamos o nosso próprio modo de entender a Bíblia a fim de harmonizar nossa interpretação com o significado original das Escrituras. 39

Por exemplo: os intérpretes pentecostais vêm, já algum tempo, empregando o que podemos chamar "crítica narrativa" na sua forma mais simples. Os defensores do batismo no ESPÍRITO SANTO argumentam em favor de uma teologia de evidência inicial em Atos dos Apóstolos, crendo que o falar noutras línguas é normativa. Pois a narrativa menciona frequentemente que o fenômeno ocorre quando o ESPÍRITO Santo enche alguém com sua plenitude. As repetições na narrativa fornecem paradigmas de comportamento, dando força e expressão à teologia.40 Ou seja: o que Lucas registrou em Atos foi com a intenção de demonstrar-nos que o falar noutras línguas não é somente a evidência inicial e física como também a evidência convincente que nos deixa saber quando uma pessoa foi realmente batizada no ESPÍRITO Santo.

O teólogo conservador crê estar a narrativa arraigada à história (a história é o meio pelo qual teria sido efetivada a revelação).41 Ao proceder a narrativa, o autor sagrado foi orientado pelo ESPÍRITO SANTO na seleção daquilo que serviria ao seu propósito, omitindo o restante.
Tomemos como exemplo o capítulo 2 de Atos para demonstrar o que estamos dizendo. Este texto é um dos relatos mais amplos do livro de Atos dos Apóstolos. Determinamos B ser uma narrativa específica por levar-nos a distinguir seus limites dentro dos quais é possível divisar os personagens, o enredo e o ponto culminante. O capítulo tem três partes: a vinda do ESPÍRITO SANTO, a atitude do povo e o sermão de Pedro.42
O âmago da narrativa (a mensagem de Pedro) explica a função teológica das línguas e da vinda do ESPÍRITO SANTO. As línguas são o sinal de que a prometida era da salvação e do ESPÍRITO SANTO já havia chegado; as línguas evidenciam que o ESPÍRITO SANTO já revestiu a Igreja de poder para testemunhar de JESUS. Além disso, o propósito primário das línguas é testificar que as escrituras do Antigo Testamento profetizaram a respeito da presente era do ESPÍRITO. Ou seja: todo o povo de DEUS receberia o ESPÍRITO e falaria noutras línguas, e que as línguas seriam a evidência de que DEUS ressuscitara a JESUS dentre os mortos e o exaltara, ascendendo-o ao céu. Aí está Ele, agora, derramando o ESPÍRITO. Além disso, os que falam em línguas dão testemunho da salvação e do evangelho de JESUS (cf. 1.8), da vinda do Reino de DEUS que, agora mesmo, está confrontando com sinais e prodígios as potências das trevas. Lucas, inspirado pelo ESPÍRITO SANTO, selecionou os elementos principais do Dia de Pentecostes, e os descreveu nessa breve narrativa a fim de convencer seus leitores a buscar o batismo no ESPÍRITO SANTO.
A ênfase na vinda do ESPÍRITO com poder é o tema principal no Evangelho de Lucas e em Atos dos Apóstolos. O fato dá a entender que os leitores de Lucas não haviam recebido o batismo no ESPÍRITO SANTO, sendo este mui comum na Igreja Primitiva. Seus leitores, portanto, devem receber o batismo com o sinal do falar em línguas. Esse revestimento de poder impulsioná-los-ia a se lançarem no mundo como uma comunidade poderosa de testemunho.
A narrativa era comum na antiguidade, e ainda o é em muitos lugares, especialmente nos países do chamado Terceiro Mundo. Além disso, está em franca ascensão no Ocidente. Ela comunica de modo indireto: o narrador expõe os seus argumentos através de elementos tais como o diálogo e o comportamento. Assim, o comportamento torna-se paradigma daquilo que os leitores devem valorizar e seguir (em Atos 2, receber o ESPÍRITO com o falar em outras línguas fez-se normativo). A narrativa e o estilo indireto são contrastados com os tipos de literatura que comunicam de modo direto. Na comunicação direta, o autor ensina na primeira pessoa de maneira proposicional. Um exemplo de orientação na Bíblia é a forma epistolar. A Bíblia contém teologia, tanto narrativa quanto proposicional.

Pressuposições do Intérprete e do Teólogo
Finalmente, é importante examinarmos o que nós, intérpretes, trazemos de nosso mundo, e acrescentamos ao texto (pressuposições). Primeiro: tenhamos um compromisso com a inspiração verbal e plenária.43 Os métodos supra delineados devem afirmar esse ponto de vista. Prestemos atenção a todo o conselho de DEUS, e evitemos a ênfase exagerada num só tema ou texto. Doutra forma, surge um cânon dentro de um cânon, que é outro erro grave. E que, na prática, traçamos um círculo dentro do círculo maior (a Bíblia), e dizemos, na prática, que essa parte assim delineada é mais inspirada do que o resto. Se derivarmos a teologia só de uma parte selecionada da Bíblia, acontecerá a mesma coisa.

E importante, portanto, que o pentecostal tenha uma base e um ponto de referência realmente bíblicos e pentecostais. Primeiro: deve crer no mundo sobrenatural, especialmente em DEUS, que opera de forma poderosa e revela-se na história. Os milagres, no sentido bíblico, são ocorrências comuns. Na Bíblia, "milagre" refere-se a qualquer manifestação do poder de DEUS, e não necessariamente a um evento raro ou incomum.44 Além disso, outros poderes no mundo sobrenatural, quer angelicais (bons), quer demoníacos (maus), penetram em nosso mundo e aqui operam. O pentecostal não é materialista nem racionalista, mas reconhece a realidade da dimensão sobrenatural.

Em segundo lugar, o ponto de referência "do pentecostal deve ser a revelação que DEUS fez de si mesmo.45 O pentecostal acredita ser a Bíblia a forma autorizada de revelação que, devidamente interpretada, afirma, confirma, orienta e dá testemunho da atividade de DEUS neste mundo. Mas o conhecimento racional das Escrituras, que não é o simples fato de se decoradas, não substitui a experiência pessoal da regeneração e o batismo no ESPÍRITO SANTO, com todas as atividades de testemunho e de edificação que o ESPÍRITO coloca diante de nós.

Os pentecostais acreditam que minimizar o valor dessas experiências é contraproducente. O Evangelho de João, de modo claro, deliberado e poderoso, afirma ser o novo nascimento no ESPÍRITO SANTO a maneira de se desvendar o conhecimento divino. Sem essa experiência não se pode conhecer a DEUS. Outra maneira de se perceber tal fato é aplicar o termo "cognitivo" ao conhecimento que provém do estudo das Escrituras (ou teologia) e o termo "afetivo" ao conheci- mento que provém da experiência pessoal. Não devemos jogar um contra o outro, pois essenciais. Mas a experiência pessoal é importante. Como são maravilhosos a regeneração e o batismo no ESPÍRITO! Depois de havermos recebido a ambos, passamos a ter um conhecimento mais pleno de DEUS e, sem dúvida, mais pessoal.

Além disso, o pentecostal crê que DEUS fala à sua igreja através dos dons do ESPÍRITO SANTO a fim de corrigir, edificar e consolar. Embora os dons sejam subordinados às Escrituras e discerníveis à luz destas, devem ser encorajados.
Tendo em mente tais fatos, a teologia (e a cultura) não precisam inibir o fervor espiritual. Na realidade, não é a teologia nem a cultura que inibe a obra do ESPÍRITO SANTO, mas o ponto de referência-teológica e educacional. E importante, portanto, interpretar a Bíblia dentro de suas próprias condições através de um ponto de referência apropriado. Dessa forma, teremos uma teologia corroborada pela experiência. Teologia esta que, mediante a fé e a obediência, passa a ser uma "realidade da experiência"46 baseada na Bíblia, com eficácia na vida diária, ao invés de uma teologia que não passa de mero motivo de discussão.

))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))) FUNDAMENTOS DA EXEGESE BÍBLICA

https://institutodeteologialogos.com.br/downloads/exegese.pdf

A exegese é um conjunto de procedimentos destinados a estabelecer o sentido de um texto sob vários ângulos (textual, literário, dos motivos/temas, do processo de composição e outros) a fim de extrair dele suas mensagens. Têm-se necessidade dela cada vez que um texto suscita um interesse durável, ou é sempre considerado importante. Em termos etimológicos, exegese vem do grego e significa conduzir, guiar, dirigir, governar, explicar pormenorizadamente, interpretar, ordenar, prescrever, aconselhar, arrancar para fora do texto. A Eisegeses consiste em introduzir em um texto alguma coisa que alguém deseja que esteja ali, mas que na verdade não faz parte do mesmo. Importante é a distinção entre exegese (condução para fora) e eisegese (condução para dentro) o que significa, portanto, guiar para fora dos pensa mentos o que o escritor tinha quando escreveu um dado documento, isto é, literalmente “tirar de dentro para fora” (ex-ago), extrair o significado, interpretar. Demanda a utilização de método científico, além de precisar contar com o auxílio de várias ciências humanas (história, geografia, arqueologia, paleografia, história das religiões comparadas, entre outras), visto que há uma enorme distância temporal (em alguns casos, também espacial) e, sobretudo cultural entre os textos e nós, pessoas de outra época e cultura. A hermenêutica muitas vezes, é usada como sinônimo de exegese. Etimologicamente, hermenêutica vem do grego hermeneuein e significa traduzir, interpretar. Atualmente, se convencionou chamar de exegese a busca do sentido que o autor quer exprimir a seus contemporâneos e de hermenêutica o sentido que um texto pode adquirir hoje. O termo hermenêutica provém do nome do deus Hermes da mitologia grega. Em si mesmas, nem a hermenêutica, nem a exegese são próprias da Bíblia. Elas se aplicam a qualquer tipo de texto e, de um modo especial, aos textos mais antigos. Texto dos filósofos antigos também é objeto de estudos exegéticos e hermenêuticos, além de textos literários, e outros. Enfim, qualquer tipo de texto pode ser objeto de estudo exegético. A exegese e a hermenêutica aplicada aos estudos da Bíblia Hebraica e ao Novo Testamento costuma ser denominada “Exegese Bíblica”. Segundo Uwe Wegner (2001), quando se fala de exegese Bíblica, entende-se o termo sempre no sentido de explicação e interpretação. É a prática da hermenêutica sagrada que busca a real interpretação dos textos que formam o Antigo Testamento, ou Bíblia Hebraica, e o Novo Testamento. Valese, pois, do conhecimento das línguas originais (hebraico, aramaico e grego), da confrontação dos diversos textos bíblicos e das técnicas aplicadas na lingüística e na filosofia. Metodologia da Exegese Bíblica, portanto, é a organização e análise sistemática dos processos que devem orientar a investigação científica da Bíblia. Consiste na aplicação dos princípios racionais de investigação usados em documentos plurisseculares com o propósito de apreender o estilo literário de cada autor, a estrutura da obra, as formas literárias do conjunto, entre outros. É o conjunto de procedimentos científicos empregados com o propósito de explicar o texto em sua diversidade. O uso de uma metodologia na exegese do texto bíblico não é fortuito, mas cumpre duas funções específicas: viabilizar a obtenção do conhecimento científico da Bíblia e possibilitar a sistematização lógica desse saber. O método em exegese, por conseguinte, requer o emprego de uma ordenação dos diferentes processos serão empregados para alcançar determinados resultados. Entende-se por processo, a forma como determinada técnica é aplicada, isto é, o modo específico de executar o método.

1.1. Escrita e Oralidade
Antes de serem escritos, muitos relatos pertenciam à tradição oral. A fixação por escrito é apenas parte de um processo mais amplo, pois um novo contexto é sempre ocasião para a releitura e a reelaboração de um texto do passado. Muitas vezes, o próprio texto oferece indícios que permitem reconstruir as etapas da redação que hoje possuímos. A ciência bíblica desenvolveu certos critérios, a fim de refazer o caminho que o texto percorreu até chegar às nossas mãos. O resultado desse trabalho de reconstrução é encontrado nas chamadas “edições críticas”. São edições dos textos do Antigo e do Novo Testamento (em hebraico, em grego, em aramaico e, ainda, em latim) que trazem, no rodapé, o “aparato crítico”. Nas margens laterais, encontram-se outras observações e anotações a respeito do texto. Para economizar espaço, quase todas as informações do aparato crítico e das margens estão abreviadas ou codificadas em símbolos, cuja decodificação encontra-se nas introduções e nos apêndices de cada edição crítica. A Bíblia é um livro de difícil compreensão. Para um mesmo texto, surgem muitas interpretações, algumas legítimas, outras questionáveis, outras descartáveis. Tudo depende do modo, ou melhor, do método com que se lê a Bíblia. Com efeito, não basta um único método de leitura para esgotá-la. Ela nos reserva sempre uma novidade, uma surpresa, um horizonte novo. A importância da exegese bíblica, para não dizer de sua necessidade, reside no fato de que ela possibilita uma compreensão mais precisa do sentido de um texto bíblico, e, por conseguinte, fornece bases para uma construção teológica e histórica melhor fundamentada.

Um texto tem longa e complexa história de transmissão: cópias, versões, citações, edições que envolvem inúmeros problemas (mudanças intencionais e não-intencionais, adaptações culturais e releituras, imprecisões, decisões editoriais). Daí a importância e a necessidade da atitude crítica diante do texto.

1.2. Exegese Rabínica
Os Judeus interpretavam a escritura ao pé da letra, por causa da noção de inspiração que tinham. Se uma palavra não tinha sentido perceptível imediatamente, eles usavam artifícios intelectuais, para lhes dar um sentido, porque todas as palavras da Bíblia tinham que ter uma explicação. O exemplo do paralítico é antológico: ele passara 38 anos doente. Por que 38? Ora, 40 é um número perfeito, usado várias vezes na vida de CRISTO (antes da ressurreição, no jejum) ou também no AT (deserto, Sinai). Dois é outro número perfeito, porque os mandamentos (vontade) de DEUS se resumem em "2": amar DEUS e ao próximo. Portanto, tirando um número perfeito de outro, isto é, tirando 2 de 40 deve dar um número imperfeito (38) que é número de doença... Alegoria pura: neste sentido se entende a condenação de certas teorias que apareceram e eram contrárias à Bíblia (caso de Galileu). Assim era a exegese antiga. No século XVIII, o racionalismo fez o extremo oposto desta doutrina: negaram tudo que tinha alguma aspecto de sobrenatural e mistério, e procuravam explicações naturais para os fatos incompreensíveis, assim por exemplo, dizendo que CRISTO hipnotizava os ouvintes e os iludia dizendo que era milagre. JC não ressuscitou, mas ele apenas havia desmaiado na cruz, e quando tornou a si saiu do sepulcro... Talvez não o fizessem por maldade. Era por princípio filosófico. A Igreja primitiva herdou muito do rabinismo, no início, mas depois se libertou. Começaram por ver na Bíblia vários sentidos: literal, pleno e acomodatício.
· Literal: sentido inerente ás palavras, expressão pura e simples da idéia do autor;
· Pleno: fundado no literal, mas que tem um aprofundamento talvez nem previsto pelo autor. DEUS pode ter colocado em certas palavras um significado mais profundo que o autor não percebeu, mas que depois se descobre. DEUS, como autor, fez assim. A palavra do profeta se refere a uma situação histórica; a palavra de DEUS se refere ao futuro.
· Acomodatício: é a acomodação a um sentido à parte que combina com as palavras. É a Bíblia aplicada à realidade apenas pela coincidência dos textos. Por exemplo, em Mateus se lê "do Egito chamei meu filho"... para que se cumprisse a Escritura. Mas o sentido, ou seja, a aplicação original deste trecho não se referia à volta da Sagrada Família, mas sim à saída do Povo do Egito. Esta acomodação foi explorada demasiadamente pelos pregadores, que até abusaram disto. Outro exemplo de acomodação é a aplicação a Maria dos textos do livro da Sabedoria. Estes são mais literatura que Escritura. Todavia, crendo-se na inspiração, aceita-se que as palavras do autor podem ter uma significação mais profunda que a original.

1.3. Exegese Protestante
Surgiu do protesto de alguns cristãos contra a autoridade da Igreja como intérprete fiel da Bíblia. Lutero instituiu o princípio da "scritura sola" (traduzindo, a escritura sozinha), sem tradição, sem autoridade, sem outra prova que não a própria Bíblia. A partir daquele instante, os Protestantes se dedicaram a um estudo mais acentuado e profundo da Bíblia, antecipando-se mesmo aos católicos. Mas o princípio posto por Lutero contribuiu para um desastre hermenêutico, pois ele mesmo disse que cada um interpretasse a Bíblia como entendesse, isto é, como o Espirito SANTO o iluminasse. Isto fez surgir várias correntes de interpretação, que podem se resumir em duas: a conservadora e a racionalista. A conservadora parte daquele principio da inspiração (ditado), em que se consideram até os pontos massoréticos como inspirados. Não se deve aplicar qualquer método cientifico para entender o que está escrito. É só ler e, do modo que DEUS quiser, se compreende. A racionalista foi influenciada pelo iluminismo e começou a negar os milagres. Daí passou à negação de certos fatos, como os referentes a Abraão. Afirmam que as narrações descritas, como provam o vocabulário, os costumes, são coisas de uma época posterior, atribuído àquela por ignorância. Esta teoria teve muito sucesso e começaram a surgirem várias “vidas” de JESUS em que ele era apresentado como um pregador popular, frustrado, fracassado. Outros ainda interpretavam o Cristianismo dentro da lógica hegeliana: São Paulo, entusiasmado, teria feito uma doutrina, que atribuiu a JESUS CRISTO (tese); depois São João, com seu Evangelho constituiu a antítese; finalmente São Marcos fez a síntese. Hoje, porém, se sabe que Marcos é o mais antigo. Estes intérpretes se contradizem entre si, o que provocou certa desconfiança. Por fim, a própria arqueologia, em auxílio do Cristianismo, veio provar com a descoberta de vários documentos históricos que a Bíblia tinha razão: aqueles costumes, aquele vocabulário eram realmente daquela época, inclusive o uso dos nomes Abraão, Isaac também eram comuns no tempo. Isto e outras coisas serviram para desmentir tais idéias iluministas.

1.4. Exegese Católica
Inicialmente, apegou-se muito aos métodos tradicionais: usava mais a tradição e menos a Bíblia. Mesmo no século XIX, a tendência era ainda conservar a apologética, a defesa da fé. Foi o Padre Lagrange quem iniciou o movimento de restauração da exegese católica. Começou a comentar o AT com base na critica histórica. Mas foi alvo tantos protestos que não teve coragem de continuar. Em seguida, comentou o NT, e ainda hoje é autoridade no assunto. A Igreja Católica custou muito a perceber o seu atraso no estudo bíblico, e até bem pouco tempo ainda afirmava ser Moisés o autor do Pentateuco, quando os protestantes há mais de um século já descobriram que não. O primeiro passo da nova exegese da Igreja Católica foi dado por Pio XII, em 1943, com a encíclica DIVINO AFFLANTE SPIRITU, na qual aprovou a teoria dos vários gêneros literários da Bíblia. Depois, em 1964, Paulo VI aprovou um estudo de uma comissão bíblica a respeito da história das formas (formgeschichte). E hoje em dia, tanto os exegetas católicos como os protestantes são a favor desta, e qualquer livro sério sobre o assunto traz este aspecto. Protestantes citam católicos e vice versa, sem nenhuma restrição.

1.5. Além da Exegese
· É inútil esperar um delineamento da verdade inteira por mais exata e complexa que possa ser. Há coisas que DEUS simplesmente não nos revelou - Dt. 29.29, nem por isso devemos diminuir a importância da pesquisa bíblica séria, mediante corretos métodos exegéticos.

· Deixe a Bíblia interpretar a própria Bíblia. Este princípio vem da Reforma Protestante. O sentido mais claro e mais fácil de uma passagem explica outra com sentido mais difícil e mais obscuro. Este princípio é uma ilação do anterior. Jamais esquecer a Regra Áurea da Interpretação, chamada por Orígenes de Analogia da Fé. O texto deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras e nunca através de textos isolados.
· Sempre ter em vista o contexto. Ler o que está antes e o que vem depois para concluir aquilo que o autor tinha em mente.
· Primeiro procura-se o sentido literal, a menos que as evidências demonstrem que este é figurado.
· Ler o texto em todas as traduções possíveis - antigas e modernas. Muitas vezes uma destas traduções nos traz luz sobre o que o autor queria dizer.
· Apenas um sentido deve ser procurado em cada texto.
· O trabalho de interpretação é científico, por isso deve ser feito com isenção de ânimo e desprendido de qualquer preconceito. (O que poderíamos chamar de "achismos").
· Fazer algumas perguntas relacionadas com a passagem para chegar a conclusões circunstanciais. Por exemplo: o Quem escreveu? o Qual o tempo e o lugar em que escreveu? o Por que escreveu? A quem se dirigia o escritor? o O que o autor queria dizer?
· Feita a exegese, se o resultado obtido contrariar os princípios fundamentais da Bíblia, ele deve ser colocado de lado e o trabalho exegético recomeçado novamente.

1.6. As Ferramentas Necessárias ao Exegeta
Usar a Bíblia que contiver o texto mais fidedigno na língua original. (Os que não podem ler a Bíblia no original devem usar uma tradução fiel, tanto quanto possível). Escolhido o texto é necessário saber exatamente o que ele diz. Para isso são necessárias suas espécies de ferramentas:
 
A. Dicionários. Para o Velho Testamento o melhor em inglês é Um Conciso Léxico Hebraico e Aramaico do Velho Testamento de William Holaday. Para o Novo Testamento o melhor é: Léxico Grego-Inglês do Velho Testamento de Walter Bauer (Universidade de Chigago), traduzido e adaptado para o inglês por Arndt Gingricd. Em português não há nem um dicionário para o grego bíblico. Para o grego clássico o melhor que temos é: Dicionário Grego-português e Português-Grego de Isidro Pereira, Edição do Porto, Portugal. B. Gramáticas. A melhor do hebraico é a de Gesenius. Para o Novo Testamento as melhores gramáticas são as de Blass,. Moulton e Robertson. Depois de determinado o que o texto registra, é preciso ir além e investigar mais precisamente a significação teológica de certas palavras. A melhor fonte para este estudo no grego é o Dicionário Teológico do Novo Testamento, editado por Kittel e Friedrich. São dez alentados volumes para o inglês. Para o Velho testamento não existe trabalho idêntico. Em português continuamos numa pobreza mais do que franciscana neste aspecto. O próximo passo é uma pesquisa conscienciosa do contexto para que não haja afirmações que se oponham ao que o autor queria dizer ou distorções daquilo que ele disse. Após esta pesquisa é necessário considerar cuidadosamente a teologia, o estilo, o propósito e o objetivo do autor. Para este mister as obras mais necessárias são: concordância, introduções e livros teológicos. Em português temos a Concordância Bíblica, publicação da Sociedade Bíblica do Brasil, 1975. Muito úteis para o exegeta são os estudos teológicos que tratam com o livro específico do qual estamos fazendo a exegese. O próximo passo em exegese é a familiarização com o conhecimento geográfico, histórico, os hábitos e práticas podem iluminar nossa compreensão sobre o texto. Para tal propósito são necessários Atlas, livros arqueológicos, histórias e dicionários bíblicos. Dicionários da Bíblia são muito úteis para rápidas informações sobre um assunto, identificação de nomes de pessoas, lugares ou coisas. O melhor dicionário da Bíblia é: The Interpreter ́s Dictionary of the Bible, quatro volumes.

1.7. Como Fazer Exegese
Na atualidade a mídia, especialmente a TV e o rádio, tem sido usados como instrumentos para espalhar a palavra de DEUS, mas ao mesmo tempo tem provocado na mente de muitos cristãos a "lerdeza do pensar". Hoje existe o "evangelho solúvel", "evangelho do shopping center", "dos iluminados", etc. Mas pouco se estuda a fonte do evangelho do Nosso Senhor JESUS CRISTO, isto é muito mais do que uma leitura diária e muitas vezes feita as pressas para cumprir um ritual. A. Cinco Regras Concisas

1. Interpretar Lexicamente.
É conhecer a etimologia das palavras, o desenvolvimento histórico de seu significado e o seu uso no documento sob consideração. Esta informação pode ser conseguida com a ajuda de bons dicionários. No uso dos dicionários, deve notar-se cuidadosamente o significar-se da palavra sob consideração nos diferentes períodos da língua grega e nos diferentes autores do período.

2. Interpretar Sintaticamente.
O intérprete deve conhecer os princípios gramaticais da língua na qual o documento está escrito, para primeiro, ser interpretado como foi escrito. A função das gramáticas não é determinar as leis da língua, mas expô-las. o que significa, que primeiro a linguagem se desenvolveu como um meio de expressar os pensamentos da humanidade e depois os gramáticos escreveram para expor as leis e princípios da língua com sua função de exprimir idéias. Para quem deseja aprofundar-se é preciso estudar a sintaxe da gramática grega, dando principal relevo aos casos gregos e ao sistema verbal a fim de poder entender a estruturação da língua grega. Isto vale para o hebraico do Antigo Testamento.

3. Interpretar Contextualmente.
Deve ser mantido em mente a inclinação do pensamento de todo o documento. Então pode notar-se a "cor do pensamento", que cerca a passagem que está sendo estudada. A divisão em versículos e capítulos facilita a procura e a leitura, mas não deve ser utilizada como guia para delimitação do pensamento do autor.. Muito mal tem sido feita esta forma de divisão a uma honesta interpretação da Bíblia, pois dá a impressão de que cada versículo é uma entidade de pensamento separados dos versículos anteriores e posteriores.

4. Interpretar Historicamente.
O intérprete deve descobrir as circunstâncias para um determinado escrito vir à existência. É necessário conhecer as maneiras, costumes, e psicologia do povo no meio do qual o escrito é produzido. A psicologia de uma pessoa incluí suas idéias de cronologia, seus métodos de registrar a história, seus usos de figura de linguagem e os tipos de literatura que usa para expressar seus pensamentos.

5. Interpretar de Acordo com a Analogia da Escritura.
A Bíblia é sua própria intérprete. diz o princípio hermenêutico. A Bíblia deve ser usada como recurso para entender ela mesma. Uma interpretação bizarra que entra em choque com o ensino total da Bíblia está praticamente certa de estar no erro. Um conhecimento acurado do ponto de vista bíblico é a melhor ajuda.

1.8. O Procedimento Exegético
A. O Procedimento Errado. Ler o que muitos comentários dizem com sendo o significado da passagem e então aceitar a interpretação que mais agradece. Este procedimento é errado pelas seguintes razões:
· Encoraja o intérprete a procurar interpretação que favorece a sua preconcepção e
· Forma o hábito de simplesmente tentar lembrar-se das interpretações oferecidas. Isto para o iniciante, frequentemente resulta em confusão e ressentimento mental a respeito de toda a tarefa da exegese. Isto não é exegese, é outra forma de decoreba e é muito desinteressante. O péssimo resultado e mais sério do "procedimento errado" na exegese é que próprio intérprete não pensa por si mesmo.

B. O Procedimento Correto.
· O intérprete deve perguntar primeiro o que o autor diz e depois o que significa a declaração.

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Exegese Bíblica

A exegese consiste em compreender um ou mais textos bíblicos em sua forma e em sua essência, através de um trabalho minucioso de explicação e interpretação, usando vários recursos e instrumentos científicos para entender os contextos históricos e literário do texto sagrado. A exegese distingue-se de outras interpretações bíblicas pelo seu caráter, mas científico, detalhado e aprofundado.

Exegese torna-se necessário pelo de que nós, como leitores, estamos entre 2000 e 4000 anos separados da realidade do texto.
1- A cultura, os costumes, a história, a cosmovisão, e especialmente a língua do contexto original criam uma distância muito grande entre nós e o texto.

2- Aquilo que os leitores originais entendiam naturalmente exige de nós horas e horas de análise cuidadosa.
3- Exegese existe para construir uma ponte entre nosso século e a ”realidade” da audiência original. 4- Todos os passos da Exegese constituem uma tentativa de aproximação do significado do texto bíblico.
 
Fazendo uso da linguagem de Roy. B. Zuck, podemos dizer, que há pelo menos 6 ”abismos” entre nós e o texto sagrado:

a. Abismo Cronológico
Quem foi usado para escrever o texto viveu num outro tempo e nós não estávamos lá. Não podemos então conversar com os autores, nem com os primeiros ouvintes e leitores para entender naturalmente o significado do que escreveram. Estamos separado pelo tempo.

b. Abismo Geográfico
Especialmente nós, daqui do Ocidente, estamos a quilômetros de distância da região e dos Países onde se deram os fatos narrados na Bíblia. O texto faz parte de um espaço geográfico diferente do nosso.

c. Abismo Cultural
O texto alvo da nossa Exegese, tem como pano de fundo uma cultura, que nada mais é do que o aspecto da vida social que se relaciona com a produção do saber, arte, folclore, mitologia, costumes, etc. Assim, o jeito de olhar pra vida na cultura onde o texto estava inserido originalmente, tende a ser bastante diferente da percepção moderna e ocidental.

d. Abismo Linguístico
Há um ”sofrimento”, um dano ao texto no ato da tradução e isso é inevitável. A estrutura gramatical, o jeito de escrever (falta de pontuação, acentos e separação entre palavras), as peculiaridades da língua grega, algumas expressões incomuns ou sentido obscuro, a qualidade dos fragmentos de texto aos quais temos acesso, a possibilidade de erros na transmissão do texto, constituem um abismo entre o exegeta moderno e o texto.

e. Abismo Literário
O estilo e a forma de escrita do texto do Novo Testamento difere de nosso estilo atual de escrever. Não é tão comum assim em nossa escrita o uso de imagens, parábolas e provérbios como era nos tempos do NT.

A diferença entre Gênero Literário e Estilo Literário:
O Gênero Literário compreende o conjunto de textos que apresentam a mesma estrutura formal básica, acrescidos de conteúdo ou outras características similares. Fala-se de gênero, portanto, quando ditos ou narrativas apresentam um conjunto de formas idênticas, acrescidas de outros elementos comuns.
Como exemplos de gêneros no material discursivo podem ser citados: ditos
proféticos, ditos sapienciais, ditos de seguimento, hipérboles e parábolas. No
material narrativo temos os gêneros dos relatos de milagres, das controvérsias, dos relatos da paixão, entre outros.
O Estilo Literário é a criatividade do autor (ou da comunidade em que o texto foi produzido, por meio do seu círculo literário), o jeito próprio de escrever dentro do Gênero Literário escolhido, previamente conhecido naquela cultura.
O “estilo” de um texto engloba toda a sua forma de apresentação, como introduções ou finais típicos. E descrições breves ou pormenorizadas dos eventos.
f. Abismo Espiritual
Quando lidamos com a Bíblia, considerada pelos cristãos como Livro Sagrado, admitimos que o texto tem origem em DEUS e a maneira de DEUS agir é diferente da nossa. DEUS é infinito e fala de verdades difíceis de serem assimiladas. Assim, temos: Texto Inspirado: 2Tm 3.16
Autores Movidos: 2Pe 1.21
Leitores Guiados: Jo 16.13; 1Co 2.14; 1Jo 2.20, 27

O Primeiro Passo da Exegese: Aproximação do Texto
Uma leitura atenciosa e crítica do texto, utilizando-se de várias versões em português e fazendo anotações de questões que vão surgindo no decorrer dessa leitura, constitui-se um passo importante, que chamamos “aproximação do texto”. Através dela vamos iniciar nosso diálogo com o texto e trata-se de um primeiro contato que busca visualizar coisas que uma leitura rápida e desatenta não nos permite notar.
Basicamente, perseguimos 2 metas quando fazemos “aproximação do texto”:
• Pretendemos nos familiarizar com o CONTEÚDO DO LIVRO.
• Pretendemos nos familiarizar com o CONTEXTO HISTÓRICO DO LIVRO. Como familiarizar com o CONTEÚDO DO LIVRO?
O que devemos OBSERVAR?

1. Gênero Literário
Deve se determinar o gênero literário do livro (doutrinário, apologético, evangelístico, pedagógico, etc.)

2. Assunto Básico do Livro
Deve determinar o assunto básico do livro, ou seja, do que esse livro ou epístola está falando?
a. observar palavras e expressões repetidas
b. observar pessoas e lugares mencionados
c. observar acontecimentos
d. observar ordens, pedidos, proibições
e. tentar determinar a atmosfera (louvor, gratidão, urgência, preocupação,
etc.)

3. Divisões de Parágrafos
Esse passo é fundamental, porque a divisão principal de um texto é justamente
os parágrafos. Os parágrafos também geralmente constituem a unidade básica de
pregação. Muitas vezes, mas não sempre, as divisões seguirão as do texto grego e/ou
português. “O livro explica o parágrafo e o parágrafo pode explicar o livro”!
É muito importante dar atenção ao tipo de conexão entre parágrafos, i.e. se for
lógica (ex.: uma sequência progressiva – desse modo, assim amados, etc.), adversativa (ex.: porém, mas, todavia, pelo contrário, etc.), explicativa (ex.: sendo, tendo, etc.), consequência (ex.: “o que não crê já está julgado” Jo 3:18), etc.

4. Divisões Principais do Livro
Aqui se tenta organizar os parágrafos em grupos conforme tema, idéia principal, etc. Como é possível determinar uma divisão de uma epístola ou livro?
a. Por meio de uma declaração do autor (cf. Cl 3.1)
b. “Pistas” estruturais (cf. Rm. 12:1, 1 Co. 7:1,25, 8:1, 12:1)
c. Mudanças de gênero literário (cf. 1Tm 3.16)
d. Repetição e mudança de formas gramaticais (de indicativos, imperativos,
etc. (cp. Ef. 1-3, 4-6).

5. Síntese do Livro
Como resultado dessas observações, devemos determinar “provisoriamente” o
tema e o propósito do livro. Trata-se aqui de sintetizar as informações até aqui obtidas. Embora provisória esta síntese é importantíssima para o processo exegético. O Segundo Passo da Exegese: Tradução do Texto Visto que o NT fora escrito originalmente na língua grega, torna-se imprescindível uma tradução do texto alvo da exegese. Uwe Wegner vê 4 objetivos para esse passo exegético:
• “Inteirar-se dos princípios que regem a tradução de textos bíblicos.
• Realizar uma tradução própria do texto, do grego para o português.
• Avaliar outras traduções feitas em comentários exegéticos.
• Avaliar as modernas traduções do Novo Testamento quanto ao seu grau
de fidelidade ao texto original.”3
Essa não precisa ser necessariamente a tradução final. No final da exegese, você pode fazer uma nova tradução que leve em conta tudo o que você estudou acerca do texto. “O propósito desse passo é fazer você familiarizar-se com o conteúdo do parágrafo.”4 13

O Terceiro Passo da Exegese: Análise Textual
Também chamada de Crítica Textual (CT), a Análise textual consiste em
determinar o mais precisamente possível o que teria sido o texto original. Os manuscritos originais gregos do NT desapareceram e nos restam então apenas cópias de tais manuscritos. Assim, torna-se necessário comparar tais cópias e determinar qual está mais próxima daquilo que o autor bíblico realmente escreveu.
Alta Crítica: Investiga autoria, datas, fontes, formas literárias, estágios de
composição e fundo histórico.
Baixa Crítica: Trabalha com a comparação dos vários manuscritos existentes na busca do texto original.

V.1. A Importância da Crítica Textual do NT:
Embora existam entre 150.000 e 200.000 variações nos manuscritos do NT, 98% são diferenças de ortografia, ordem de palavras, e estilo que não afetam o significado do
texto. A substância básica da doutrina cristã não está ameaçada por nenhum
problema textual, o que é um testemunho à preservação providencial de DEUS do texto.
- 150.000 a 200.000 variações nos manuscritos do NT grego
- 5000+ manuscritos do texto do NT grego
- 88 papiros
- 274 unciais (manuscritos maiúsculos)
- 3000+ minúsculos
- 2140+ lecionários em grego (para leitura diária, devocionais, culto)
- 10.000+ manuscritos em outros dialetos
- 8000 manuscritos em latim
- 2000 manuscritos em outras versões
- Somente 1/60 das palavras do texto são disputadas; 1 palavra em cada
1000 envolve alguma dúvida importante sobre o significado no texto
original.
- Há tantas citações do NT grego na literatura patrística, que poderíamos
reproduzir quase todo o NT baseado somente nelas! (Daniel B. Wallace, II-
10)5
5 WALLACE, Daniel B. Some Second Thoughts on the Majority Text. In: Biblioteca Sacra, p. 270-290, 1989.
- O NT é o documento do mundo antigo melhor preservado de todos. Há
mais cópias do NT grego do que qualquer literatura antiga e parece que
mais cópias do que a soma de TODOS os manuscritos de TODA a literatura
clássica! (Wallace, II-5).
- O manuscrito mais velho do NT: P52, datado entre 80-125 a.D. É muito mais perto da data da composição original do que o manuscrito mais velho de qualquer outra literatura antiga.

V.2. História da Crítica Textual:
As Primeiras Edições:
1502: Preparação da primeira Bíblia em grego sob a direção do Cardeal Francisco
Ximénez de Cisneros da Espanha, cidade de Alcalá (“Complutum” em latim. 6
volumes, o 5o pertencia ao NT). Embora o NT tenha sido terminado em 1514 (VT em
1517), foi publicado apenas em 1522 (pois o Papa só aprovou em 1520). A obra incluía latim, grego e hebraico (no VT) em colunas, e ficou conhecida como o “Complutensian Polyglot”.
1515: Desidério Erasmo (conhecido como Erasmo de Rotterdam)
conseguiu alguns manuscritos do NT grego (nenhum continha todo o
NT; todos menos um eram bem recentes; e o manuscrito mais velho
ele não quis usar muito porque era muito diferente dos outros!). Destes
manuscritos Erasmo compilou sua edição do NT grego. Nenhum dos
manuscritos continha os últimos versículos do livro de Apocalipse, portanto Erasmo fez sua própria tradução do latim para o grego.
O resultado foi que nestes e em alguns outros trechos nenhum outro manuscrito grego preserva a mesma forma do texto! Foi publicado em março, 1516. Erasmo publicou 5 edições do seu NT, com poucas mudanças no texto. Uma mudança, porém, foi em 1 Jo. 5:7,8, versículos incluídos na Vulgata em latim, mas não nos outros manuscritos gregos. Ele prometeu publicá-los se pudesse ver UM manuscrito grego que continha este versículos. Alguém conseguiu um manuscrito (provavelmente preparado com este propósito em mente!), mostrou para Erasmo, e ele cumpriu sua palavra em 1522.1546-1551: Roberto Stefano (famoso impressor francês da corte real em Paris) publicou 4 edições do NT grego. A 3a edição incluiu o primeiro “aparato crítico”, em Exegese do Novo Testamento que várias formas do texto de vários manuscritos foram alistadas e comparadas. Sua 4a edição foi a primeira a dividir o texto em versículos6, os quais continuam até hoje.
6 A afirmação de que a Bíblia escrita nas línguas originais, não se apresentava dividida em capítulos e versículos é um ponto pacífico entre os estudiosos das Escrituras.
A primeira divisão conhecida para o texto hebraico são as seções conhecidas como sedarins. Para que nas sinagogas, em um período de três anos, se lesse todo o Pentateuco, este foi dividido em 167 sedarins. Nos primeiros séculos o Novo Testamento estava dividido em três partes: os Evangelhos, as epístolas e os Atos, e a Revelação.
No terceiro século os Evangelhos foram divididos em duas espécies de capítulos: os maiores
eram chamados “tíltloi” ou resumos; e os menores “kefálaia”, ou capítulos. Estas foram primitivamente introduzidas por Amônio, por isso são chamadas divisões amonianas.

Divisão Eusebiana
Eusébio de Cesaréia idealizou um sistema original que servisse de orientação para
localizar passagens nos Evangelhos. Pela difusão do seu sistema podemos deduzir da sua utilidade, pois é encontrado nas versões latinas, siríacas, cópticas, góticas, armênias, etc. Ele dividiu cada Evangelho em pequenas e grandes seções, totalizando 355 em Mateus, 233 em Marcos, 342 em Lucas e 232 em João. Eusébio preparou 10 tabelas, a primeira contendo referências a passagens comuns achadas nos 4 Evangelhos; a segunda, passagens comuns em Mateus, Marcos e Lucas; a terceira, passagens comuns em Mateus, Lucas e João, etc. A última tabela fazia referências ao assunto peculiar de cada Evangelho isoladamente.
Eusébio explicou seu engenhoso e complexo sistema classificatório em uma carta ao seu
amigo Carpiano. No livro The Text of the New Testament Bruce Metzger, páginas 24-25, há explicações adicionais para melhor compreensão do seu processo em classificar os Evangelhos. O método de Eusébio é conhecido como “tábuas de referência” ou “Cânones de Eusébio”. No ano 459 Eutálio, diácono de Alexandria, publicou uma edição das Epístolas de Paulo, dividida em capítulos “Kefálaia”, com o sumário do seu conteúdo. Do mesmo modo, no ano 490, dividiu ele os Atos e as Epístolas Católicas. Ele próprio afirma também que pôs acentos nos manuscritos copiados sob
sua vigilância, costume que não se generalizou até mais ou menos o oitavo século. Para tornar os manuscritos mais legíveis, Eutálio dividiu-os em linhas, chamadas “Stikoi”, constando estas em alguns casos de tantas letras quantas pudessem ser colocadas em toda a largura duma página, e noutros de tantas palavras quantas pudessem ser lidas sem interrupção. Desconhecemos totalmente quando, como e por quem foi dividido pela primeira vez o Novo Testamento grego. A divisão mais antiga em capítulos que se conhece aparece no Códice Vaticano. Neste manuscrito Mateus tem 170 seções, Marcos 62, Lucas, 152, João 50, Atos36. No Códice Alexandrino há outra divisão, aparecendo Mateus com 68 capítulos, Marcos 48, Lucas 83 e João 18. Nestes manuscritos as Epístolas Paulinas e Católicas também se apresentam divididas e subdivididas em capítulos e seções de capítulos; Apocalipse apresenta uma divisão complexa e artificial. A divisão em capítulos, usada nas edições modernas da Bíblia tem sido atribuída a três pessoas diferentes:
1a) A Lanfron, arcebispo de Cantuária, que viveu no século XI;
2a) A Estêvão Langton, professor da Universidade de Paris, do século XIII, sua morte se deu em1228;
3a) A Hugo de Saint-Cheir, também do século XIII, pois faleceu em 1263.
Segundo alguns estudiosos, este último acrescentou outras subdivisões ao trabalho já feito
por Langton.

Divisão em Versículos
A divisão da Bíblia em versículos teve uma finalidade prática, facilitar o encontro de determinadas passagens. Este já tinha sido o mesmo objetivo da divisão em capítulos.
Em 1240 Hugo de Saint-Cheir subdividiu os capítulos em sete partes designadas por letras.
A divisão em versículos numerados foi feita por Roberto Estéfano, famoso impressor francês, no Velho Testamento em 1548 (Vulgata) e em o Novo Testamento grego em 1551.
Roberto Estéfano se aproveitou de trabalhos anteriores. Lefevre, 1509 havia numerado em versículos.
1565-1604: Theodore Beza, sucessor de Calvino em Genebra, publicou 9 edições do
NT grego. Foi sua reputação que popularizou o texto de Erasmo e Stefano.
1633: Numa propaganda sobre uma nova edição do NT grego, os irmãos Elzevir
denominaram o texto de “Textum Receptum” ou “Texto Recebido” (TR), nome que
continua até hoje designando esta forma do texto.

Período de Acúmulo de Evidência Textual:
1633-1830: Durante estes anos muitos manuscritos do NT foram descobertos, e vários
editores produziram textos contendo um “aparato crítico”. Porém, poucos fugiram do
“Texto Recebido” Em 1734 Bengel, o “pai da crítica textual moderna”, classificou os
manuscritos em grupos, conforme o tipo de texto representado nos manuscritos, e
ofereceu o primeiro “cânon” da crítica textual: que uma variação mais difícil
provavelmente preservou o texto original.
Mais tarde, Johann Griesback popularizou o trabalho do seu professor Joahann Semler, dividindo as “famílias” dos manuscritos do NT em 3 grupos: Alexandrino, Ocidental, e Bizantino, e estabeleceu 15 princípios para a crítica textual.

Período de Reação Contra o “Texto Recebido”:
1830-1882: Em 1831 Karl Lachmann abandonou em grande parte o “Texto Recebido”,
editando um novo texto grego baseado no testemunho de outros manuscritos mais
antigos. Sua edição não foi bem recebida. Samuel Tregelles publicou em 1857-1879
um texto que foi mais bem recebido, principalmente porque ele detalhou os princípios
pelos quais ele optou por um texto diferente do “Texto Recebido”. os Salmos e Panini em 1528 numerou toda a Bíblia. A divisão de Estéfano é muito falha em algumas passagens, por estar em total desacordo com o sentido do texto. Este mesmo autor, publicou em 1555 uma concordância Bíblica, onde as citações seguiam essa numeração. Esta obra muito contribuiu para que sua classificação fosse aceita. (“A Divisão da Bíblia em Capítulos e Versículos”: Pr. Pedro Apolinário) Lobegott Friedrich Constantin Von Tichendorf, talvez o homem mais importante na
história da crítica textual do NT, publicou o texto de 21 unciais (manuscritos

maiúsculos) e copiou o texto de mais 20. Em 1841 publicou sua primeira edição do NT
grego, seguido de mais 7, a oitava incluindo um aparato crítico tão abrangente que
ainda serve ao estudo do texto hoje.
1881-1882: Westcott e Hort publicaram um texto baseado num sistema de princípios
críticos que valorizou os textos alexandrinos e não bizantinos (refletido em grande parte no Texto Recebido). O trabalho deles deu início a uma nova fase da crítica textual.

O Período Moderno:
Nos últimos 100 anos houve muitas descobertas de manuscritos antigos que
influenciaram muito a forma do texto. Desde então o “Texto Recebido” tem perdido
seu lugar exaltado, enquanto os textos com aparato critico publicados por Nestle e
Aland e baseados numa visão muito mais abrangente têm prevalecido. Nos últimos 20
anos uma nova teoria de crítica textual tem surgido, baseada na maioria dos manuscritos (que, em mais ou menos 80% dos casos, são refletidos no TR). Embora não tenha recebido grande apoio, talvez a contribuição principal deste texto seja a maneira como tem novamente chamado atenção à importância da tradição bizantina, onde se encontra a maioria de manuscritos minúsculos.

V.3. O Problema da Crítica Textual do NT:
Não existem dois manuscritos gregos antigos do NT que sejam iguais. A qualidade dos manuscritos varia muito em termos de idade, estado de preservação, e quantidade. Há várias teorias sobre o “melhor” texto grego (se foi preservado na “maioria” dos manuscritos gregos ou nos manuscritos mais antigos). Como resultado, existem pelo menos 3 textos diferentes do NT grego, cada um representando uma “escola” de crítica textual:
UBS-4a e Nestle-27a edição: O Novo Testamento Grego da “United Bible Societies”
(Kurt/Aland – 4a edição, GNT) inclui um aparato crítico e segue uma teoria de crítica
textual que valoriza muito os manuscritos mais antigos (alexandrinos). Os dois textos
são iguais, mas Nestle 27a edição (Nestle/Aland, NGT) inclui um aparato crítico mais
completo, porém mais difícil de ler. A nossa Bíblia Atualizada representa esta escola
de crítica textual.
The Greek New Testament According to the Majority Manuscripts. (“O Novo
Testamento Grego Segundo a Maioria dos Manuscritos”) por Zane Hodges. Este texto
é uma nova tentativa de isolar o texto original baseada na teoria de que este texto foi
preservado na maioria dos manuscritos e não necessariamente nos manuscritos mais
antigos. Inclui um aparato crítico. Em termos gerais, a Nova Versão Internacional
(NVI) reflete esta teoria de crítica textual.
O Texto Recebido (“Textus Receptus”): O texto que traça suas origens até Erasmo,
que compilou seu texto grego em 1515. Com 4 manuscritos à sua disposição, Erasmo
“criou” este texto que é a base da versão “autorizada” de 1611 pelo Rei Tiago (“King
James Version”), da Bíblia em Alemão traduzida por Martinho Lutero, e também da
nossa Bíblia Corrigida. Contudo, o TR surgiu antes da descoberta de muitos
manuscritos antigos e importantes (Aleph, B, A, etc.)
Muitos homens eruditos e piedosos apoiam cada um destes textos. Obviamente, então, a disciplina de crítica textual é muito difícil, complexa, e controvertida, tanto para o “expert” quanto para o aluno principiante. Exige humildade, piedade, e paciência.

V.4. O Propósito da Crítica Textual:
O propósito da crítica textual é determinar com maior exatidão possível o texto grego que será a base da tradução e da pesquisa.

Pensando em termos da “tarefa” da crítica textual, Wegner considera que ela consiste em:
• Constatar as diferenças entre os diversos manuscritos que contêm cópias do texto da exegese.

• Avaliar qual das variantes poderia corresponder com maior probabilidade ao texto originalmente escrito pelo autor bíblico.7
7 WEGNER, Uwe. Exegese do Novo Testamento: Manual de Metodologia. São Leopoldo (RS): Editora Sinodal e Paulus, 2005 (4a Edição), p.39.
Portanto, o estudante deve saber pelo menos duas coisas:
- a história e o caráter dos manuscritos
- as tendências dos escribas na transmissão do texto
Quando há variações, o crítico tem de decidir qual era a versão original. Aqui
ocorre MUITA discussão em termos da metodologia. Metodologia sem dúvida alguma
é o ponto crucial da crítica textual. Quanto melhor a metodologia, mais perto do texto original o exegeta vai chegar. Nenhuma metodologia é completamente objetiva, por
isso surgem as diferenças entre os textos.
V.5. O Processo da Crítica Textual:
Há pelo menos 4 teorias principais na disciplina de crítica textual:
Prioridade da Maioria dos Manuscritos (evidência externa)
Prioridade dos Manuscritos mais Antigos (evidência externa)
Prioridade de “Evidência Interna” (fatores de transmissão, tendências dos
escribas, etc.)
Perspectiva Eclética (reconhece todos os fatores acima como válidos para se
chegar ao texto original. Esta tem sido a metodologia considerada nesta matéria).
V.6. Os Passos da Análise Textual:
Passo no I: Avaliar a Evidência Externa
Como material de apoio para essa avaliação, você deve usar:
WEGNER, Uwe. Exegese do Novo Testamento: Manual de Metodologia. São
Leopoldo (RS): Editora Sinodal e Paulus, 2005 (4a Edição), p.41-83.
PAROSCHI, Wilson. Crítica Textual do Novo Testamento. São Paulo, Edições Vida Nova, 1999 (2a Edição), 248p.
CHAMPLIN, Russel Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia (capítulo
sobre: Manuscritos Antigos do Novo Testamento).São Paulo, Editora Hagnos.5.230p.
A. Alistar as variações: é preciso fazer uma relação das variantes textuais, com
uma tradução, procurando entender as diferenças e o significado.
Ex.: Lucas 22.31 = £Si,mwn Si,mwn(
Variante Tradução Evidências(manuscritos que apoiam)
ei=pen de. o` ku,rioj
e/mas o Senhor disse
Si,mwn Si,mwn – txt Simão, Simão (sem a introdução)

B. Classificar a evidência para cada variação
- Colocar em ordem os manuscritos papiros, unciais (manuscritos maiúsculos), minúsculos, lecionários (semelhantes aos nosso hinários com leituras bíblicas no final), versões antigas (latim, siríaco, copta, outros), pais da igreja (citações nas escritas patrísticas)
􀀸 Pode também classificar os manuscritos segundo o “tipo de texto”. Há muito debate nesta área de relacionamentos “genealógicos” (“famílias” de manuscritos que surgiram em várias regiões, baseadas em um ou mais “pais” originais da família). Em termos gerais, depois de estudar as características de milhares de manuscritos, os eruditos têm dividido os manuscritos em “grupos” ou “familias” por causa das semelhanças entre os elementos da família. Estas famílias podem variar de acordo com os vários gêneros literários do NT (evangelhos, Atos, epístolas paulinas, epístolas católicas (gerais), apocalipse). As famílias (classificadas por regiões) de textos diferentes são:

*Bizantino *Alexandrino *Ocidental *Cesareano Ex.: Variante Tradução Evidências(manuscritos que apoiam) ei=pen de. o` ku,rioj
e/mas o Senhor disse a, A, D, W, Q, Y, f 1.13 ̃,lat (t), sy (c.p).h , bomss

Si,mwn Si,mwn – txt Simão, Simão (sem a introdução) Π75, B, L, T, 1241, 2542c sys, co 21

C. Explicar sua conclusão baseada na evidência externa num resumo.
Ex: O texto da 27a Edição de Nestlé-Aland aponta uma inclusão de palavras no verso 31 (por meio da sigla £ ) em alguns manuscritos antigos. Trata-se de uma introdução ao vocativo Si,mwn Si,mwn iniciando a frase com ei=pen de. o` ku,rioj (“e o Senhor disse”) que é encontrada em manuscritos maiúsculos a, A, D, W, Q, Y, nas famílias de
manuscritos minúsculos 1 e 13 (f 1.13), no texto majoritário ( ̃), em praticamente todos
os manuscritos da versão latina e em alguns textos da versão siríaca (sy (c.p).h –
correspondendo as seguintes versões siríacas: curetoniana, Peshita e heracleana), além de vários manuscritos da versão copta boáirica (bomss).
Apoiando o texto de Nestlé-Aland com a omissão de ei=pen de. o` ku,rioj está
o Papiro Proto-Alexandrino8 Π75 e Unciais Alexandrinos B, L, T, bem como
manuscritos minúsculos 1241, 2542 – este último possuindo uma indicação no aparato
crítico de uma correção (2542c). A versão siríaca sinaítica (sys) e todos os manuscritos da versão copta (co) apoiam o texto de Nestlé-Aland.Apoiando o texto de Nestlé-Aland com a omissão de ei=pen de. o` ku,rioj está o Papiro Proto-Alexandrino9 Π75 e Unciais Alexandrinos B, L, T, bem como manuscritos minúsculos 1241, 2542 – este último possuindo uma indicação no aparato crítico de uma correção (2542c). A versão siríaca sinaítica (sys) e todos os manuscritos da versão copta (co) apóiam o texto de Nestlé-Aland.

O acréscimo de ei=pen de. o` ku,rioj tornaria a tradução do início do verso
31 assim: “E o Senhor disse: Simão, Simão...” Embora, em termos de quantidade, a
8 WEGNER, Uwe. Exegese do Novo Testamento: Manual de Metodologia. São Leopoldo (RS): Editora Sinodal e Paulus, 2005 (4a Edição), p.42.
9 WEGNER, Uwe. Exegese do Novo Testamento: Manual de Metodologia. São Leopoldo (RS): Editora Sinodal e Paulus, 2005 (4a Edição), p.42.
Exegese do Novo Testamento
Para todos os que estão em CRISTO JESUS.
Por: Professor Ms. Antonio Lazarini – Faculdade Teológica Batista

))))))))))))))))))))))))))))

Lições Bíblicas CPAD Jovens e Adultos
4o Trimestre de 2008
Título: O DEUS do Livro e o Livro de DEUS

Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

Lição 8: A Bíblia é a Palavra de DEUS Data: 23 de Novembro de 2008

TEXTO ÁUREO

“Seca-se a erva, e caem as flores, mas a palavra de nosso DEUS subsiste eternamente” (Is 40.8).


VERDADE PRÁTICA
É através da Bíblia que o Todo-Poderoso comunica ao homem sua vontade e seu amor em

CRISTO.

LEITURA DIÁRIA
Segunda — Hc 3.2 O temor pela Palavra de DEUS

Terça — Rm 10.17 A Palavra de DEUS produz fé
Quarta — Ef 6.17 A Palavra de DEUS é a espada do ESPÍRITO Quinta — Pv 30.5 A Palavra de DEUS é escudo
Sexta — Mt 4.4 A Palavra de DEUS é alimento
Sábado — 1Co 1.18 A Palavra de DEUS é poder

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Salmos 119.1-12.
1 — Bem-aventurados os que trilham caminhos retos e andam na lei do SENHOR.
2 — Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos e o buscam de todo o coração. 3 — E não praticam iniquidade, mas andam em seus caminhos.
4 — Tu ordenaste os teus mandamentos, para que diligentemente os observássemos.
5 — Tomara que os meus caminhos sejam dirigidos de maneira a poder eu observar os teus estatutos.
6 — Então, não ficaria confundido, atentando eu para todos os teus mandamentos.
7 — Louvar-te-ei com retidão de coração, quando tiver aprendido os teus justos juízos.
8 — Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente.
9 — Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra.
10 — De todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos.
11 — Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti.
12 — Bendito és tu, ó SENHOR! Ensina-me os teus estatutos.

INTERAÇÃO
Prezado professor, você está preparado para a ministração de mais uma aula? O tema de hoje, como todos do trimestre, é muito relevante, pois vamos estudar de modo enfático e direto, a respeito da Bíblia Sagrada, o maior best-seller do mundo. Poderíamos afirmar várias coisas sobre a Bíblia, mas que fique gravado na mente e no coração de seus alunos que Ela é a inerrante e eterna Palavra de DEUS.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Explicar como se deu a inspiração da Bíblia.
Fazer distinção entre inspiração e revelação bíblica.
Sentir o desejo de conhecer mais de DEUS através da leitura bíblica.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, que tal ensinar aos jovens e adultos de forma lúdica? Primeiro discuta com os alunos o que teria acontecido se a Bíblia houvesse sido transmitida apenas oralmente, de geração em geração. Sem perder muito tempo, faça a dinâmica do “telefone sem fio”. Comece cochichando no ouvido do primeiro aluno a seguinte frase: “A Bíblia é a inspirada, infalível e inerrante Palavra de DEUS”. A distorção que, com certeza, a frase sofrerá, até que o último aluno a repita, vai dar à classe a idéia do que teria acontecido, caso a Palavra de DEUS não fosse escrita, mas apenas transmitida oralmente.


COMENTÁRIO


INTRODUÇÃO


Palavra Chave
Bíblia: É a inspirada e inerrante Palavra de DEUS.

O Diabo tem feito de tudo para difamar a Bíblia; e uma de suas principais estratégias tem sido a disseminação do falso ensino de que as Escrituras não é a Palavra de DEUS, mas apenas a contêm. Nesta lição, estudaremos alguns assuntos relacionados à transmissão, formação e inspiração divinas da Bíblia.

I. A TRANSMISSÃO DA BÍBLIA
Como a Bíblia chegou até nós, na forma em que a conhecemos? Essa é a pergunta que não se cala entre crentes e descrentes. Em qualquer lugar do mundo é possível acessar a Bíblia na forma de livro. Ela á foi traduzida para mais de 1.600 idiomas e dialetos. Porém, há mais de 4.000 povos que ainda não podem ler as Escrituras em sua própria íngua. Eis aí um enorme desafio Dara a igreja do Senhor JESUS.
1. A transmissão oral. Nos tempos mais remotos, conforme registros do Antigo Testamento, o Senhor comunicava-se com o homem verbalmente. Tanto é que lá no Éden, ele fora advertido pessoalmente pelo Eterno que não comesse do fruto da “árvore da ciência do bem e do mal” (Gn 2.17). Todavia, ordem divina não foi cumprida, acarretando o drástico fim da comunhão entre DEUS e sua principal criatura.
a) No período antediluviano. Antes do Dilúvio, a Palavra de DEUS fora transmitida oralmente por 1.656 anos, aproximadamente. Esse período envolve os capítulos 1 a 5 de Gênesis, isto é, de Adão ao dilúvio. Época em que DEUS criou os céus e a terra, o homem e os demais seres vivos; nesse período, deu-se o crescimento e o desenvolvimento do ser humano, e a corrupção geral do gênero humano, que culminou com o juízo divino sobre a humanidade.
b) Do dilúvio a Abraão. Esse período compreende 1.427 anos, e envolve os capítulos 6 a 11 de Gênesis. Nesta época, DEUS alertara Noé acerca do dilúvio, salvando a vida de oito pessoas: o patriarca, sua esposa, os três filhos (Sem, Cão e Jafé), e suas três noras. Se fizermos uma leitura cuidadosa das Escrituras verificaremos que Abraão transmitiu a Palavra de DEUS oralmente a Isaque, e que essa mesma tradição perdurou até os dias de Moisés. Este, bem informado sobre os fatos transmitidos por seus pais, teve plena condição de ser o primeiro escritor humano da Bíblia Sagrada. “Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memória num livro e relata-o aos ouvidos de Josué...” (Êx 17.14).
c) A Palavra de DEUS transmitida por nove homens. Desde o dia em que DEUS falara a Adão (Gn 1.28), até a época em que ordenara a Moisés escrever sua Mensagem (Êx 17.14), nove homens receberam o encargo da transmissão oral: Adão (930 anos) falou a Lameque (777 anos); este, a Noé (950 anos); este, a Abraão (175 anos); este, a Isaque (180 anos); este a Jacó (147 anos); este a Coate (133 anos); este a Anrão (137 anos); e este a Moisés (120 anos). A despeito da longevidade desses patriarcas, foi o próprio DEUS que, milagrosamente, assegurou a fidelidade da transmissão de sua Palavra.
2. A transmissão escrita da Bíblia. Os chamados “livros canônicos” da Bíblia foram reunidos ao longo de 1600 anos; e isso se deu de forma especial e impressionantemente harmônica. Só a predominância da vontade de DEUS sobre a mente humana pode explicar como cerca de 40 escritores puderam escrever os livros da Bíblia a partir de condições e circunstâncias tão diversas. a) DEUS, o único autor da Bíblia. A despeito de DEUS ser o único autor da Bíblia e de ter inspirado a todos os demais escritores, Ele mesmo se incumbiu dos primeiros registros das Escrituras: “E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte Sinai) as duas tábuas do Testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de DEUS” (Êx 31.18; 32.16; Dt 4.13; 10.4). Trata-se, aqui, do Decálogo, um resumo eloquente e poderoso de toda ética bíblica.
b) Moisés, o primeiro escritor. DEUS ordenou a Moisés que escrevesse num livro as orientações a seu sucessor, Josué: “Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memória num livro e relata-o aos ouvidos de Josué...” (Êx 17.14). Moisés tornou-se, desta forma, o primeiro escritor humano das Sagradas Escrituras. A Bíblia afirma que ele “escreveu todas as palavras do Senhor” (Êx 24.4); e que também, por ordem divina, guardou o livro da Lei “ao lado da arca do concerto do Senhor” (Dt 31.26).

SINOPSE DO TÓPICO (I)
DEUS, o autor da Bíblia, inspirou os escritores sagrados.

II. A COMPOSIÇÃO DOS LIVROS DA BÍBLIA
1. A biblioteca divina. A Bíblia é constituída de 66 livros, e foi escrita em um período de 1600 anos. Durante esse tempo, DEUS usou cerca de 40 homens para escrever, reunir e preservar o Sagrado Livro. Nela encontramos histórias, poesias, biografias, normas, orações, profecias e outros relevantes temas e diversos gêneros literários. Em todos os livros, CRISTO é o tema central da Bíblia.
2. O cânon bíblico. A palavra “cânon”, antigamente, referia-se a uma haste usada para medir (Ez 40.3). Mais tarde, passou a significar regra, norma, ou padrão de medida (Gl 6.16; Fp 3.16). Aplicada à Bíblia, “cânon” é o conjunto de livros inspirados por DEUS que transmitem a vontade do Eterno para sua Igreja, regulamentando a vida e a conduta de fé dos cristãos. O cânon do Antigo Testamento foi plenamente concluído em 1.046 anos, aproximadamente; e o do Novo, por volta do ano 100 d.C.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
A Bíblia é constituída de 66 livros, e foi escrita em um período de 1600 anos. DEUS usou cerca de 40 homens para compô-la.

III. INSPIRAÇÃO E REVELAÇÃO DA BÍBLIA
1. A inspiração da Bíblia. Compreende-se por “inspiração” a influência e a ação divina exercidas sobre os escritores da Bíblia (2Tm 3.16; 1Pe 1.19-21). Os homens santos escreveram a Palavra de DEUS valendo-se do próprio estilo, vocabulário e cultura, sem prescindirem da direção sobrenatural do ESPÍRITO SANTO.
2. A inspiração verbal e plenária. Por inspiração verbal entende-se que os escritores sagrados atuaram sob a direção incondicional do ESPÍRITO SANTO. Eles escreveram exatamente o que o Senhor desejava que fosse escrito. Portanto, a inspiração verbal das Escrituras não é uma mera teoria, mas a natureza própria da Bíblia (2Sm 23.2; 1Co 2.13; Hb 3.7).
A inspiração plenária indica que o conteúdo, o ensino, e a doutrina das Escrituras, foram completamente inspirados por DEUS. Não há na Bíblia qualquer parte que não seja inspirada e autorizada por DEUS: “Toda a Escritura é divinamente inspirada” (2Tm 3.16 — ARA).
3. Traduções Bíblicas. As fontes originais dos escritos bíblicos, os chamados autógrafos ou manuscritos foram inspirados por DEUS. Porém, as inúmeras cópias deles extraídas, bem como as traduções ou versões, muitas vezes modificadas pelos copistas ou tradutores, nem sempre são consideradas escritos inspirados. Somente as traduções ou versões comprovadamente fiéis aos originais, acham-se dignas dessa reputação.
4. A revelação bíblica. Por “revelação”, entende-se o agir de DEUS pelo qual Ele dá a conhecer ao escritor sagrado coisas ignoradas, isto é, o que este, por si só, não poderia saber. Ver Dn 12.8; 1Pe 1.10,11. A inspiração nem sempre implica revelação. Toda a Bíblia foi inspirada por DEUS, mas nem toda ela foi dada por revelação. Lucas, por exemplo, foi inspirado a examinar trabalhos já conhecidos e escrever o Evangelho que traz o seu nome (Lc 1.1-14). O mesmo se deu com Moisés, que foi inspirado a registrar o que presenciara, como relata o Pentateuco.

SINOPSE DO TÓPICO (III)
Os homens santos escreveram a Palavra de DEUS valendo-se do próprio estilo, vocabulário, cultura e da direção do ESPÍRITO SANTO.


CONCLUSÃO
A Bíblia é a fonte mais fidedigna sobre a origem da vida e do homem; bem como do desenvolvimento da humanidade a partir da criação, passando pela Queda e Redenção, até o final de todas as coisas, na consumação dos séculos.
Conforme o estudo em apreço, a Bíblia é a Palavra de DEUS. Ainda que os ateístas ou materialistas, invistam de forma grosseira contra o SANTO Livro, este permanece inabalável em seu conteúdo, revelado e inspirado por DEUS.

VOCABULÁRIO
ARA: Almeida Revista e Atualizada.
Decálogo: Os dez mandamentos bíblicos da lei de DEUS.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
GILBERTO, A. A Bíblia Através dos Séculos. RJ: CPAD, 1987. HORTON, S. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 1996.

EXERCÍCIOS
1. Faça uma síntese da transmissão oral da Bíblia.
R. Desde o dia em que falara a Adão, até a época em que ordenara a Moisés escrever sua mensagem (Êx 17.14), nove homens receberam o encargo da transmissão oral: Adão (930 anos) falou a Lameque (777 anos); este, a Noé (950 anos). Este, a Abraão (175 anos); este, a Isaque (180 anos); este a Jacó (147 anos); este a Coate (133 anos); este a Anrão (137 anos); e este a Moisés (120 anos).
2. Faça uma síntese da transmissão escrita da Bíblia.
R. Os chamados livros canônicos da Bíblia foram reunidos ao longo de 1.600 anos; quarenta escritores puderam escrever os livros da Bíblia a partir de condições e circunstâncias diversas.
3. O que é o cânon bíblico?
R. É o conjunto de livros inspirados por DEUS que transmitem a vontade do Eterno para sua Igreja, regulamentando a vida e a conduta de fé dos cristãos.
4. O que se entende por “inspiração plenária” da Bíblia?
R. Entende-se que os escritores sagrados atuaram sob a direção incondicional do ESPÍRITO SANTO.
5. Cite duas traduções bíblicas.
R. ARC e ARA.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Doutrinário
“O vocábulo ‘Bíblia’
Este vocábulo não se acha no texto das Sagradas Escrituras. Consta apenas na capa. Donde, pois, nos vem? Vem do grego, a língua original do Novo Testamento. É derivado do nome que os gregos davam à folha de papiro preparada para a escrita — biblos. Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado biblion e vários destes eram uma bíblia. Portanto, literalmente, a palavra bíblia quer dizer ‘coleção de livros pequenos’. Com a invenção do papel, desapareceram os rolos, e a

palavra biblos deu origem a livro, como se vê em biblioteca, bibliografia, bibliófio, etc. É consenso geral entre os doutos no assunto que o nome Bíblia foi primeiramente aplicado às Sagradas Escrituras por João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, no Século IV.
E porque as Escrituras formam uma unidade perfeita, a palavra Bíblia, sendo um plural, como acabamos de ver, passou a ser singular, significando o LIVRO, isto é, o Livro dos livros; Livro por excelência. Como Livro divino, a definição canônica da Bíblia é ‘A revelação de DEUS à humanidade’”.

(GILBERTO, A. A Bíblia Através dos Séculos. RJ: CPAD, 1987, p.18).


APLICAÇÃO PESSOAL
A Bíblia tem sido banida, queimada, escarnecida e ridicularizada. Eruditos têm zombado dela como se fosse uma tolice. Reis tem estigmatizado as Escrituras como algo ilegal. Milhares de vezes a cova tem sido aberta e a canção fúnebre começa, mas, de alguma forma, a Bíblia nunca fica enterrada. Ela não só tem sobrevivido, mas também florescido. Trata-se do livro mais popular de toda a história. É o best-seller mundial há anos!
Não há explicação para isso na terra. O que talvez seja a única explicação. A resposta?
A durabilidade da Bíblia não se encontra na terra; ela vem do céu. Para os milhões de pessoas que têm praticado seus ensinamentos e confiado em suas promessas existe apenas uma resposta — a Bíblia é o livro divino, a voz de DEUS.
O propósito da Bíblia é proclamar o plano de DEUS para a salvação dos seus filhos.
Essa é razão por que esse Livro tem permanecido durante séculos. Ele é o mapa que nos leva ao maior tesouro de DEUS, a vida eterna.
(LUCADO, M. Promessas Inspiradoras de DEUS. RJ: CPAD, 2005, p.53).

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Sobre o Autor:
Ev. Hubner BrazÉ escritor, professor, blogueiro, batista. Vivendo para o Reino de Deus. Trabalhando incansavelmente para deixar o blog sempre atualizado abençoando e evangelizando as vidas que acessam este espaço de aprendizado cristão. Criador do projeto Pecador Confesso e tem se destacado em palestras e cursos para jovens, casais, obreiros e missões urbanas | (Tecnologia WordPress).

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Pecador Confesso: Lição 05 - Exegese Bíblica | 3º TRIMESTRE 2023 | Central Gospel
Lição 05 - Exegese Bíblica | 3º TRIMESTRE 2023 | Central Gospel
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