TEXTO ÁUREO “Porque eu quero misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocausto” Oséias 6.6 VERDADE APLIC...
“Porque eu quero misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocausto” Oséias 6.6
VERDADE APLICADA
a mensagem de Oséias aponta para o imensurável amor de Deus que o moveu a enviar Jesus Cristo para salvar pecador e fazê-lo membro da família de Deus
OBJETIVOS DA LIÇÃO
TEXTOS DE REFERÊNCIAOSÉIAS 1
LEITURAS COMPLEMENTARES
MOTIVO DE ORAÇÃO
Ore por mais sensibilidade espiritual e amor ao próximo.
ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
A mensagem de Oséias era centrada na quebra da aliança do povo de Israel com Deus. Sua vida pessoal era uma ilustração pedagógica do amor de Deus e da infidelidade de Seu povo.
PONTO DE PARTIDA
Oséias nos ensina sobre os limites do amor de Deus.
1- O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA OSÉIAS
Em um período de apostasia, onde a adoração aos deuses de outros povos pagãos configurava uma quebra da Aliança do povo de Israel com Deus, o profeta Oséias foi chamado para pregar a mensagem de infidelidade [Os 8.1]. Dessa forma, o povo foi chamado ao arrependimento e a voltar-se para Deus [Os 12.6].
1.1. Conhecendo um pouco mais o profeta. A narrativa bíblica não traz muitas informações sobre os antecessores de Oséias, a não ser que seu ministério foi exercido nos reinados de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias (reis de Judá) e de Jeroboão II (rei de Israel) [Os 1.1]. Foi contemporâneo do profeta Isaías e, possivelmente, também dos profetas Amós e Miquéias. Seu ministério prosseguiu por um período de aproximadamente 40 anos ou mais, contudo não há consenso entre os comentaristas. Ele viveu numa época de turbulência na política interna e no cenário internacional.
1.2. O engano do culto a Baal. O capítulo dois narra a metáfora do marido que ama uma esposa infiel, para ilustrar e exortar o povo de Israel sobre o adultério que cometiam ao adorarem outros deuses. Em sua mensagem, o profeta busca comprovar que a prosperidade que Israel experimentou foi um presente de Deus, o Senhor da Aliança [Os 2.10-11,14]. No capítulo três, o profeta narra sua experiência em que Deus o manda se casar com uma mulher adúltera. Essa narrativa do profeta com a metáfora do seu casamento simboliza o conflito entre a adoração ao Deus de Israel e as práticas da religião Cananéia, particularmente o culto a Baal [Os 2.8].
O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “Como Israel se recusou a reconhecer o Senhor como a fonte de prosperidade na agricultura, Deus tiraria Suas bênçãos e não mais supriria as necessidades da nação. (…) O Senhor exporia publicamente a infidelidade de Israel por meio do julgamento. A afirmação “diante dos olhos dos seus namorados” [Os 2.10] indica que os ídolos de Baal seriam incapazes de ajudar Israel, provando, assim, o quão era vão adorá-los.”
1.3. As consequências da infidelidade de Israel. Oséias buscava entender as causas que traziam sofrimento ao povo e descobriu na apostasia deles a razão de todas as mazelas que enfrentavam. Eles haviam se afastado de Deus, o Criador de todas as coisas, que os acompanhou e não os desamparou em toda a sua jornada desde os seus pais até aquele momento. O profeta, totalmente engajado em sua realidade social, política e religiosa, buscava alertar seu povo para o perigo do engano de seus líderes religiosos. Por isso, sua mensagem foi uma dura crítica à sociedade, que usava a religião como pano de fundo para atender seus próprios interesses [Os 12.2]
R. N. Champlin: “Um profeta ou sacerdote não podia tomar como esposa uma mulher prostituta, sobretudo se ela continuasse praticando a sua “arte”. É assunto de discussões se a esposa de Oséias já era uma prostituta, ou se ela se prostituiu depois de ter-se casado com ele. Este versículo, considerado isoladamente, subentende a primeira possibilidade. Encontramos aqui uma ordem altamente irregular, dada pelo próprio Yaweh. Todas as regras deveriam ser quebradas. Esse homem santo deveria buscar uma prostituta, ainda praticante, para tomá-la como esposa. Através de tão estranha circunstância seria ensinada uma lição objetiva espiritual. A nação de Israel era essa prostituta-adúltera, e Yaweh era seu marido.”
EU ENSINEI QUE:
O tempo de prosperidade do povo de Israel, ao invés de despertá-los para a gratidão a Deus, levou-os à insensibilidade e à apostasia.
2- OS ACONTECIMENTOS NA VIDA DE OSÉIAS
A interpretação dos acontecimentos na vida pessoal de Oséias tem causado extensas discussões no meio dos intérpretes e estudiosos das Escrituras sobre a literalidade ou alegoria do texto. O drama familiar do profeta deve ser compreendido com o literal ou alegórico?
2.1. O casamento de Oséias: o retrato da infidelidade de Israel. A peculiaridade do livro de Oséias reside no fato de que Deus usa o casamento e a infidelidade como figuras antagônicas para denunciar a infidelidade de Seu povo. O adultério não deve estar presente em nenhum relacionamento, ainda mais em um relacionamento baseado no amor e na aliança. Quando a vida espiritual é marcada pela infidelidade a Deus, todos os outros relacionamentos, certamente, estão em risco. A decadência espiritual precede a decadência moral.
O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “Quando Deus estabelece um relacionamento, Ele exige absoluta lealdade. Por intermédio de Oséias, o Todo-Poderoso anunciou que aplicaria um severo julgamento para libertar Seu povo do torpor religioso e chamar sua atenção. Este julgamento tomaria a forma de secas, invasões e exílio. Apesar do rigor desse ato ter dado a impressão de que Israel seria abandonado para sempre, o Senhor pretendia restaurar o Seu povo.”
2.2. Os filhos de Oséias e as mensagens de Deus. Os três filhos de Gomer e Oséias traziam em seus nomes mensagens de Deus para o povo: Jezreel, Lo-Ruama e Lo-Ami. Propositalmente, a mensagem contida nos nomes revelava o crescente descontentamento de Deus para com o Seu povo, mas, também, transmitiam esperança, amor, restauração e renovação.
Jezreel [Os 1.4]. Significa “Deus semeia”. Também era o nome da cidade onde Jezabel, a idólatra sanguinária, foi morta [2Rs 9.30-37; 10.1 -11 ]. Este nome evocava juízo, Jezreel: onde Deus julgou os idólatras. A menção do nome do menino ensinava às pessoas sobre o juízo iminente de Deus;
Lo-Ruama [Os 1.6] . Significa “Não compaixão”. A menção do nome da menina ensinava que a compaixão de Deus tem limite. Deus julgaria Seu povo como se fosse uma nação idólatra, sem compaixão;
Lo-Ami [Os 1.8]. Significa “Não meu povo”. Este era o filho mais novo. Juntando os três significados, a mensagem é a seguinte: Deus julgaria Israel como uma nação idólatra e sem compaixão, porque não era mais Seu povo.
2.3. O drama pessoal do profeta. Como já vimos, Deus escolheu a história triste e peculiar de Oséias, a fim de revelar o Seu coração e manifestar o Seu amor. A história do casamento de Oséias não é aquela que os livros e os filmes mostram sem qualquer problema real. A vida do profeta, além de ilustrar a infidelidade do povo para com Deus, também traz à tona o drama de muitos casamentos que estão em toda parte, inclusive nos arraiais do povo de Deus. Como dito anteriormente, a decadência espiritual precede a decadência moral e isso tem acometido muitas famílias, onde os filhos são os mais prejudicados quando a infidelidade nas relações chega aos lares.
O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “O ciúme e a disciplina do Senhor podem parecer inapropriados, mas a resposta divina ao pecado de Israel é, na verdade, prova de Seu amor e comprometimento. Deus não admite que coisa alguma arruine o relacionamento que Ele estabeleceu com os israelitas e fará tudo para preservá-lo. Por fim, Sua fidelidade e misericórdia prevalecerão, e Seu povo voltará a si, dando-lhe o amor que Ele tanto deseja.”
EU ENSINEI QUE:
O Senhor ama com fidelidade o Seu povo, mesmo quando o Seu povo se torna infiel.
3- OSÉIAS PARA OS DIAS DE HOJE
A história do profeta Oséias nos ensina sobre os limites do amor e o que está para além de suas fronteiras. Faz-nos pensar sobre até onde é possível amar alguém. Oséias ilustra uma metáfora do que é o verdadeiro amor, um amor que supera as expectativas humanas, um amor que “tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta” [1 Co 13.7].
3.1. O extraordinário amor de Deus. Apesar de tanta infidelidade, idolatria, violência, ainda depois de conscientemente rejeitarem a Deus, o chamado amoroso de Deus se fez ouvir através da mensagem do profeta: “Converte-te, ó Israel, ao Senhor, teu Deus; porque, pelos teus pecados, tens caído.” [Os 14.1]. Havia um futuro de prosperidade reservado para os remanescentes fiéis após o exílio. O Senhor prometeu perdão, renovar Sua Aliança e derramar bênçãos abundantes [Os 1.10-11; 2.1-23; 14.1-7]. São promessas que apontam para a vinda de Jesus Cristo, que estabeleceu uma Nova Aliança, e um futuro no qual o povo de Israel, ao se arrepender, será chamado “filhos do Deus vivo” [Os 1.10] e desfrutarão das maravilhosas bênçãos de Deus juntamente com os gentios que se arrependerem [Rm 9.22-33].
O Novo Comentário Bíblico – Antigo Testamento: “Nossa cultura frequentemente descreve o amor em termos de paixão, sexualidade ou cega devoção. Por essas medidas, o amor é pouco mais do que uma atração incontrolável por alguém. Esse tipo de “amor” busca somente o próprio interesse e “acaba” quando não é correspondido ou satisfeito. Contrariamente, Deus chamou Oséias para buscar um tipo de amor completamente diferente, baseado numa escolha consciente de comprometer-se com alguém para o benefício desse alguém, mesmo sem saber sua resposta a esse presente [Os 3.1-3]. Foi assim que Deus se comprometeu com Israel. O casamento de Oséias foi uma demonstração do casamento de Deus com a adúltera nação de Israel.”
3.2. Um chamado ao arrependimento. O livro de Oséias relata uma história de amor com detalhes constrangedores, que passam longe de uma relação baseada verdadeiramente no amor e no compromisso. Com base nisso, faz clamores agonizantes e cheios de angústia ao reino de Israel, diante da sua situação de terrível apostasia. A dor do profeta ilustra a dor do próprio Deus. Assim como o profeta ansiava trazer de volta sua esposa adúltera, livrando-a da degradação moral e do pecado, da mesma forma Deus ansiava trazer para junto de si o povo de Israel [Os 14.1-2].
Comentário Bíblico Moody: “Israel fora infiel, mas o profeta ainda via esperanças se ela se arrependesse do seu pecado. Israel tinha caído. Literalmente, tropeçado. O pecado colocara uma pedra de tropeço em seu caminho. (…) Israel estivera caminhando na direção do julgamento, que só podia ser desviado através de um completo abandono do pecado e da idolatria e uma volta a Deus e às Suas justas reivindicações sobre as vidas do Seu povo; por isso a ordem: “Convertei-vos ao Senhor”.”
3.3. O desafio de amar outra vez. O resgate de Gomer representa o resgate de sangue que Deus faria por Seu povo, e, consequentemente, por todos nós pecadores. A dolorosa experiência de Oséias ilustra o amor de Deus, disposto a perdoar um povo que não queria ser perdoado. A ordem dada ao profeta muda o curso da história daqueles que se encontram afastados e perdidos em seus delitos e pecados [Os 3.1]. Quando alguém se afasta de Deus, perde claramente a sensibilidade de amar o outro, considerar o outro, honrar o outro, reconciliar-se de verdade com o outro. O pecado afeta o relacionamento com Deus e, em detrimento disso, também o relacionamento com o próximo.
R. N. Champlin: “A esposa adúltera (Israel) não era muito amorável nem digna de ser amada. Mas o amor de Deus envolvería Israel, tal como Oséias amava a esposa que dele se separara. Foi da vontade de Yahweh que as coisas acontecessem desse modo. Uma grande lição objetiva estava sendo construída. O povo observaria como o profeta lidara com a esposa desviada e se espelharia nela. Talvez essa lição de amor ajudaria a produzir o arrependimento.” CH)
EU ENSINEI QUE:
O livro do profeta Oséias retrata claramente o poder do amor e a possibilidade da reconciliação com Deus e com o próximo.
CONCLUSÃO
O amor de Oséias por sua mulher infiel é com o o amor de Deus pelo pecador [Rm 5.8], Um amor incompreensível e imensurável aos olhos humanos [Ef 3.18-19], mas que alcançou pecadores que não mereciam tal graça e que, hoje, podem viver e testemunhar desse amor todos os dias.
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