Lição 12 - Salmo 139 – Senhor, Tu me Sondas | 3° Trimestre de 2024 | EBD PECC

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SUPLEMENTO EXCLUSIVO AO PROFESSOR

Afora o suplemento do professor, todo o conteúdo de cada lição é igual para alunos e mestres, inclusive o número da página

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Se tivermos qualquer pensamento menos esplêndido sobre Deus, este cântico mudará isso, pois ele exalta a onisciência do Criador.

Este atributo de Deus que o salmista declara, onisciência, é uma característica vivida e sólida: não é formulada como doutrina, mas como é próprio de um salmo, um elogio que é feito em meio à adoração.

Onisciência não é um conhecimento divino que fala a respeito de uma mera compreensão, tipo um receptor que não esquece de nada do que ouviu, mas é uma coisa ativa: discerne-nos; peneira-nos; conhece mais de perto a nossa mente toda do que nós mesmos a conhecemos; cerca-nos e trata conosco. Impossível que alguém que nos conheça possa ser superado por outro ser quando o assunto é proteger e cuidar de nós.

OBJETIVOS

Identificar autor, título, data, classificação e estrutura do Salmo.

Compreender que Deus nos conhece profundamente.

Perceber que Davi enaltece a onipresença divina, contrastando o mundo natural com o Deus Espírito.

PARA COMEÇAR A AULA

Inicie esta lição perguntando aos alunos se alguém já chegou ao culto em um momento de muitos dilemas, sem ninguém saber do que estava acontecendo, mas que, na hora da pregação, o pastor leu um texto e começou a ministrar algo que parecia ter sido preparado por alguém que conhecia toda a sua vida.

Afirme que esse possível fato é uma das formas de entendermos que o Deus que cuida de nós é onisciente, ele nos “vira do avesso”, e nada é invisível aos seus olhos.

LEITURA COMPLEMENTAR

Aqui a onipresença é o tema – uma verdade à qual a onisciência naturalmente conduz.

“Para onde me irei do teu Espírito?” Não que o salmista desejasse se afastar de Deus, ou evitar o poder da vida divina; mas ele faz esta pergunta para deixar claro o fato de que ninguém consegue escapar à existência que tudo sonda, e à observação, do Grande Espírito Invisível. Observe como o autor torna a questão pessoal para si mesmo – “Para onde me irei?” Seria bom se todos nós aplicássemos desta maneira a verdade aos nossos casos. Seria sábio e prudente que cada um dissesse: O Espírito do Senhor está sempre à minha volta; o Senhor é onipresente, também para mim.

“Ou para onde fugirei da tua face?” Se, cheio de temor, eu corresse para escapar desta proximidade de Deus que se tornou o meu terror, para onde poderia ir? “Para onde?” “Para onde?” Ele repete o seu clamor. Não lhe vem nenhuma resposta. A resposta à sua primeira pergunta “Para onde?” é o seu eco – um segundo “Para onde?” Dos olhos de Deus, ele não consegue se esconder, mas isto não é tudo – da presença de Deus, imediata, real e constante, ele não consegue sair. Nós devemos estar, quer o desejemos ou não, tão próximos de Deus como a nossa alma está próxima do nosso corpo. Isto faz com que o pecado seja uma obra terrível, pois com ele ofendemos o Todo-Poderoso e cometemos atos de traição aos pés do seu trono. Sair da sua presença, ou fugir dele, não podemos; nem por paciente viagem, nem por apressada fuga, conseguimos escapar da Divindade que tudo cerca. A sua mente está na mossa mente; Ele está dentro de nós. O seu Espírito está acima do nosso espírito; a nossa presença está sempre na sua presença. Livro: Os Tesouros de Davi vol. 3 (Charles Spurgeon, CPAD, 2017, pag. 894)

TEXTO ÁUREO

“Senhor, tu me sondas e me conheces.” Sl 139.1

VERDADE PRÁTICA

Deus acompanha os nossos passos em tempo real.

DEVOCIONAL DIÁRIO

Segunda – Sl 22.30 A semente será declarada em cada geração

Terça – Sl 40.17 O Senhor cuida de mim

Quarta – Sl 68.5 Pai dos órfãos e juiz de viúvas

Quinta – Sl 72.18 O Deus de Israel fez maravilhas

Sexta – Sl 110.4 Sacerdócio eterno

Sábado – Sl 118.6 Não temerei o que pode fazer o homem

Hinos da Harpa: 396 – 45

LEITURA BÍBLICA

Salmos 139.1-8

1 Senhor, tu me sondas e me conheces.

2 Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos.

3 Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos.

4 Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, Senhor, já a conheces toda.

5 Tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a mão.

6 Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir.

7 Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face?

8 Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também;

INTRODUÇÃO

I- ASPECTOS GERAIS

1- Autor, título e data

2- Classificação e poesia

3- Divisões

II- ONISCIENTE DEUS Sl 139.1-6

1- Sondas e conheces Sl 139.1-2

2- Conheces os meus caminhos Sl 139.3-4

3- Ao nosso redor Sl 139.5-6

III- ONIPRESENTE E ONIPOTENTE Sl 139.7-24

1- Tempo e espaço Sl 139.7-12

2-Onipotente Sl 139.13-16

3- “Sonda-me, ó Deus” Sl 139.17-24

APLICAÇÃO PESSOAL

INTRODUÇÃO

Chegamos a um dos salmos mais excelentes. Literatura é espiritualidade unem-se para formar uma pérola do Saltério. Eis uma aula para jamais ser esquecida, pois versa sobre os atributos divinos da onisciência, onipresença e onipotência. Davi fala pelo Espírito de Deus, certamente. Que olhar tão avançado para um homem que nasceu no campo e foi um simples pastor!

I- ASPECTOS GERAIS

1- Autor, título e data. Sobre a autoria, não resta dúvida de que é Davi, o que vemos no título em itálico. A expressão completa “Ao mestre de canto. Salmo de Davi” ou “Para o mestre de música. Davídico. Um salmo” é um escrito que mostra que estamos perante um hino, o que não devemos esquecer quando lemos o Livro de Salmos.

2- Classificação e poesia. O Salmo 139 é classificado como de confiança e devoção e também um salmo de juízo (v. 19-22). A poesia é riquíssima neste salmo. Terra e céus são chamados pelo poeta para ilustrar seu pensamento. Davi sobe ao mais elevado e desce às profundidades. Luz e trevas opõem-se e, de repente, anulam-se e tornam-se “a mesma coisa”, (v. 12) Ossos em formação são revelados (v. 15). O útero escuro é examinado minuciosamente pela luz do olhar de Deus (v. 16).

3- Divisões. O Salmo 139 pode ser dividido em até cinco seções: 1: a onisciência divina (v. 1-6); 2: a onipresença (v. 7-12); 3: o cuidado do Pai conosco (v. 13-16); 4: a providência divina (v. 17-22); 5: oração de encerramento (v. 23-24). Devido à amplitude desta temática, estudaremos os atributos divinos da onisciência, onipresença e onipotência.

II- ONISCIENTE DEUS (Sl 139.1-6)

1- Sondas e conheces (Sl 139.1-2). “Senhor , tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos”.

O primeiro versículo deste salmo é uma declaração de quanto somente Deus nos conhece profundamente, sejam nossas atitudes visíveis ao mundo, seja o íntimo do nosso coração. Modernos sistemas de interceptação de conversas não podem se comparar à onisciência divina, pois Deus conhece os nossos pensamentos ainda em formação (v. 2). Este conhecimento é muito importante para o nosso amadurecimento espiritual. Não devemos servir ao Senhor apenas à vista dos homens (Ef 6.6). Invisível aos nossos olhos, Deus acompanha todos os nossos momentos. Então, como vivemos nessa relação de invisibilidade, sendo Deus espírito (Jo 4.24), a porção “invisível” da nossa vida ganha relevante importância nesse relacionamento entre Senhor e servo (a). Somente crescemos em intimidade com Deus quando somos íntegros também na porção desconhecida do mundo, da igreja e da família. É assim que crescemos enquanto discípulos de Jesus. Vivendo assim, estamos em condições de receber comentário divino semelhante ao de Jó (Jó 1.8). Jesus ensinou que o Juízo será o momento em que atos pessoais ocultos serão revelados publicamente (Lc 8.17).

2- Conheces os meus caminhos (Sl 139.3-4). “Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos.”

O Deus que “esquadrinha” as nossas atitudes conhece “todos” os nossos caminhos (v. 3). Esses caminhos são representações físicas, morais e espirituais do nosso passado, presente e futuro. É assim que Deus conhece a nossa vida: de relance, ele contemplamos no ventre materno e visualiza o nosso dia derradeiro. Deus tem o desenho perfeito do que somos e vivemos. É com base neste conhecimento que o Senhor “conhece” cada pessoa deste mundo. Às vezes, erramos de modo pontual. Falhamos um dia, um mês e até anos inteiros. Porém, o Senhor não atenta apenas para estas frações de tempo. Aquele para o qual um milênio vale um dia, conhece nossa vida completa, nossas “obras” (Ap 2.2), muito embora sejamos jovens.

É por este motivo que existem certos “mistérios” na vida de alguns irmãos cujas vidas parecem-nos muito errada e desproporcional às bênçãos que recebem de Deus. Ocorre que vimos apenas um pedaço da história dessa pessoa, e mesmo assim apenas a porção externa, que toca um dos nossos cinco sentidos. Para Deus, somos como árvores, boas ou más. A escassez temporária de fruto pode não significar o fim. Árvores são consideradas “más” quando, pela sua natureza, só produzem frutos ruins ao longo de toda a sua vida (Mt 7.17). É assim que Deus nos vê.

3- Ao nosso redor (SI 139.5-6). “Tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a mão” (v. 5).

O versículo 5 fala de “cerco”. Aqui, o termo é bélico, lembrando uma estratégia de guerra. O salmista cria a imagem de uma pessoa em miniatura que parece “cercada” na terra por uma das mãos de Deus, enquanto a outra mão divina serve de cobertura desse “sítio”. Embora a imagem passe uma ideia de cerceamento de liberdade, não é isto que o salmista tenta transmitir, porém, parece-nos o máximo que ele conseguiu construir, pois reconhece dificuldade ao lidar com algo tão portentoso: “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir.” (v. 6). Falando de luta espiritual, o apóstolo Pedro afirma que o inimigo está ao nosso derredor (1Pe 5.8). Logo esta construção neotestamentária lança luz sobre o texto do salmista. Não existe uma ideia opressiva na metáfora do salmo, Salmos 139.5 fala de proteção, livramento, fala da onisciência divina que, a partir deste versículo ainda, avança para tratar do Onipotente.

III- ONIPRESENTE E ONIPOTENTE (SI 139.7-24)

1- Tempo e espaço (Sl 139.7- 12). “Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também” (v. 8). Com uma bela construção, Davi trata da onipresença divina (v. 7-12).

Contrastando o mundo natural com Deus Espírito (v. 7), o salmista enaltece ao Senhor. Sob os olhos de Deus, agora trevas e luz equivalem-se (v. 12). Agora, ao contrário de um “cerco”, o salmista está livre para ir aonde quiser. Então, sobe aos céus e desce ao profundo abismo (v. 8); voa com a alvorada e para em mares longínquos, e Deus está em todos os espaços (v. 9). Para nós, o importante não é apenas a poesia, mas o conhecimento. Temos um Pai, o nosso Deus não está nos “vigiando” nem tirando nossa “privacidade”: Deus conhece também o que todos pensam, todos os pensamentos que direta e indiretamente influam a nossa vida. Deus “chega” antes a todos os lugares aonde vamos ou deixamos de ir. Ele tem o pleno controle de todas as coisas. Naturalmente, feliz é o homem que serve e deixa-se guiar por esse Senhor do tempo e do espaço.

2- Onipotente [Sl 139.13-16). “Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda” (v. 16).

Às vezes, temos a impressão que Deus criou “tudo” no Gênesis e que, a partir dali, todas as coisas seguem de forma mecânica, incluindo a reprodução humana. Falso. Milênios antes, Davi teve uma compreensão extraordinária do processo da existência desde a fecundação. Pelo Espírito de Deus, o salmista parece enxergar o que somente modernas máquinas podem ver no processo obstétrico (v. 13-16). Precisamos olhar assim para Deus, ele é o nosso Pai. Assim Jesus nos ensinou a procurá-lo (Mt 6.9). Muitas vezes o olhar coletivo sobre as obras divinas atrapalha-nos. De repente, Deus criou o mundo e todas as coisas, e nós, em pleno Séc. XXI, somos apenas um número perdido nesse exército de bilhões e bilhões de itens. Não é assim! Deus fez individual e pessoalmente cada um de nós. Não apenas Adão, você e eu, individualmente, somos obra de Deus, como se o grito divino da Criação continuasse ecoando cada dia de nossa geração.

3- “Sonda-me, ó Deus” (Sl 139.17-24). “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos” (v. 23)

Comentando o versículo 23, S. E. McNair diz: “O descrente estremece ao pensar que Deus conhece o íntimo do seu coração, mas o crente diz: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração: prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho de perversidade”. Que maravilhosa vida com Deus temos quando, à semelhança do salmista, podemos orar desta forma! Lembremos, contudo, que isto não fala de perfeição de santidade – que, aliás, só existe em Deus – Trata-se de, quando errar, saber voltar; de reconhecer que temos uma Testemunha fiel seguindo todos os nossos passos. Trata-se de fervorosamente apresentar o pedido: “Senhor, vê se há em mim algum caminho mau”. Não permitas que nada que é errado, que se opõe ao Teu caráter, que é repugnante à Tua Palavra ou ofensivo e degradante para mim mesmo, permaneça em mim, ou se refugie em mim. Esta é uma oração bela e impressionante para o início de cada dia. Ela é, também, um grande sentimento, que pode nos admoestar no princípio de cada dia. O Céu não é um lugar de homens perfeitos, mas de pecadores regenerados pelo sangue de Jesus (Ap 5.9).

APLICAÇÃO PESSOAL

Podemos ocultar muitas coisas dos homens. Mas Deus nos conhece por inteiro, nada lhe é oculto. Faça como Davi: abra voluntariamente o seu coração para Deus. Temos Nele um pai amoroso e misericordioso. Deixe-o sondar o seu coração e endireitar os seus caminhos.

RESPONDA

1) Em quais partes o Salmo 139 pode ser subdividido?

R. 1. Onisciência divina (v. 1 -6); 2. A onipresença (v.7-12); 3. O cuidado do Pai (v. 13-16); 4. Providência divina (v. 17-22); 5. Oração de encerramento (v. 23-24).

2) Segundo a lição, em quais dimensões somos conhecidos por Deus?

R. Atitudes visíveis e no profundo do nosso coração.

3) Qual a condição dos homens para entrarem no Céu?

R. Pecadores, regenerados pelo sangue de Jesus.

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