4o Trimestre de 2023 - Restaurando a visão familiar Comentaristas: Albertina Malafaia; Claudio Duarte; Elizete Malafaia; Estevam Fernandes ...
4o Trimestre de 2023 - Restaurando a visão familiar
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Este blog foi feito com muito carinho 💝 para você.
1- ANA, ELCANA E SAMUEL
O texto de 1 Samuel 1.4-28 tem relação com as aflições vividas dentro de uma casa. O personagem central dessa narrativa bíblica é Ana, uma mulher que desejava ter um filho homem, mas não podia, porque era estéril. De maneira circundante, estão Elcana, seu marido, Eli, o sacerdote e, no final, Samuel, seu filho. Ana, em aflição profunda, dirigiu-se a DEUS em oração. No contexto de sua súplica, ela fez um voto ao Senhor: se Ele lhe desse um filho, a criança O serviria por toda vida (1 Sm 1.9-11).
LPD nº 71 - Central Gospel : RESTAURANDO A VISÃO FAMILIAR.
Lições Da Palavra De Deus. Professor: Fundamentos da Família Cristã
SINOPSE
A Igreja tem ciência de que as famílias, ao redor do mundo, têm sido afetadas pela cultura.
Os papéis que os membros de cada núcleo familiar exercem no cotidiano estão sendo questionados. O mundo mudou, mas a Palavra de Deus não muda; por essa razão, o modo como nós, cristãos, enxergamos os desafios do presente século precisa ser ajustado às lentes do Evangelho.
Jesus ensina-nos que a luz do corpo procede dos olhos (Mt 6.22a; Lc 11.34); portanto, se não soubermos enxergar corretamente a vida, trevas emanarão de nós; e o oposto também é verdade: se soubermos olhá-la de modo acertado, luz irradiará do nosso ser.
Nesta revista, intitulada “Restaurando a visão familiar”, faz-se necessário destacar as maneiras como temos visto (e enfrentado) as realidades que se apresentam às famílias cristãs deste tempo. No decorrer das lições, alunos e professores serão impactados pelas palavras dos pastores Claudio Duarte e Estevam Fernandes e das pastoras Albertina Malafaia e Elizete Malafaia, os quais discorrem sobre temas relevantes, tais como: sexualidade; infertilidade; adoção; educação dos filhos; família mosaico; finanças; ministério sacerdotal do homem; violência familiar; divórcio; restauração de laços familiares; terceira idade, dentre outros.
Pergunte-se e responda: como você tem visto e enfrentado os apelos da cultura?
“O olhar aponta o foco do nosso presente, direciona o nosso futuro, revela as verdades da nossa alma e orienta os nossos relacionamentos.” Pr. Estevam Fernandes
TÍTULOS LIÇÕES
Lição 01 – casamento, lugar em que tudo começa
Lição 02 – os cônjuges e a sexualidade
Lição 03 – os dramas humanos e a graça divina
Lição 04 – do coração para toda a vida
Lição 05 – existe filho predileto?
Lição 06 – os desafios da família mosaico
Lição 07 – os cônjuges e a vida financeira
Lição 08 – o ministério sacerdotal do homem
Lição 09 – diga não à violência familiar
Lição 10 – o divórcio e a quebra de uma aliança
Lição 11 – restaurem a mesa da família
Lição 12 – terceira idade, destino dos longevos
Lição 13 – a importância do olhar
Especificações:
Revista professor: 104 páginas
Revista aluno: 68 páginas
Formato: 13,5 x 20,5 cm
Sobre os comentaristas:
Albertina Malafaia
Pastora, pedagoga, psicóloga e escritora.
Claudio Duarte
Pastor, conferencista e autor do best-seller Sexualidade sem Censura.
Elizete Malafaia
Pastora, psicóloga, palestrante e escritora.
Estevam Fernandes
Pastor, psicólogo clínico, mestre em Teologia, doutor em Sociologia, escritor e conferencista motivacional.
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“Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos dará; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. (Lucas 6:38)
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COMENTÁRIOS BEP – CPAD
1 Samuel 16
1.5 O SENHOR LHE TINHA CERRADO A MADRE. A esterilidade de Ana é atribuída diretamente à ação divina. Deus não lhe permitira ter filhos, a fim de prepará-la para o nascimento de Samuel. Da mesma maneira, Deus pode, às vezes, permitir que tenhamos decepções ou então conduzir-nos à situações em que nos sentimos inaptos ou inferiores, para que assim Ele possa continuar a realizar a sua vontade em nossa vida. Devemos então fazer conforme fez Ana levar diretamente ao Senhor as nossas circunstâncias e nossas mágoas, e esperar nEle (vv. 10-19; ver Rm 8.28).
1.11 UM FILHO... AO SENHOR O DAREI. Ana demonstrou sua dedicação ao Senhor, pela sua disposição de dedicar seu filho à obra do Senhor. Os pais crentes de hoje também podem expressar sua dedicação a Deus e à sua obra, dedicando seus filhos e filhas ao ministério ou à obra missionária em outros países. Pais que apoiam, incentivam e oram por seus filhos desfrutarão grandemente do favor de Deus.
1.11 SOBRE A SUA CABEÇA NÃO PASSARÁ NAVALHA. Não cortar o cabelo fazia parte do voto de nazireado (ver Nm 6.5,14).
1.20 TEVE UM FILHO... SAMUEL. Embora este livro, na sua maior parte, trate da transição, na história de Israel, do período dos juízes para o da monarquia, seus oito primeiros caps. ocupam-se do nascimento, infância e liderança profética de Samuel, o último juiz de Israel. Esse profeta de Deus antecedeu a instituição do reino em Israel, cujo rei devia permanecer submisso à Palavra de Deus e ao seu Espírito, manifestos em Samuel (11.14-12.25). Através da Bíblia, o profeta, como representante de Deus em Israel, tinha precedência sobre o rei e todos os demais cargos (cf. Ml 4.5,6; Lc 7.24-28).
1.28 AO SENHOR EU O ENTREGUEI. Ana deve ser reconhecida como exemplo da mãe segundo a vontade de Deus. Desde o primeiro momento em que desejou ter um filho, ela, decididamente e em oração, o apresentava diante do Senhor (vv. 10-28). Ela considerava seu filho uma dádiva graciosa da parte de Deus, e expressou sua intenção de cumprir seu voto, entregando seu filho ao Senhor (vv. 11,24-28)
2.1 ENTÃO, OROU ANA. O cântico profético de Ana exalta o cuidado providencial de Deus para com os que lhe são fiéis (v. 9; cf. o cântico de Maria em Lc 1.46-55). Ana se regozijou, também, na salvação do Senhor e na sua santidade, e porque somente Ele é Deus (v. 2). Todos os crentes no Senhor Jesus Cristo devem nEle confiar quanto ao seu plano para nossa vida. Tudo quanto Ele permitir que ocorra em nossa vida, devemos pôr diante dEle em oração, tendo plena confiança de que nada poderá nos separar do seu amor, e que, por fim, Ele fará resultar em bem tudo quanto ocorrer conosco (Rm 8.28,31-39).
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A oração de Ana (parte I)
Na Bíblia, o primeiro livro de Samuel apresenta-nos o ministério do homem que dá o título
ao livro. Ele é a figura mais destacada do Antigo Testamento, após Moisés. Ele é o último
dos juízes em Israel. “E julgou Samuel todos os dias de sua vida a Israel” (I Samuel 7.15).
É o último dos juízes em Israel. É o primeiro dos profetas, após Moisés, para o seu
povo. “Crescia Samuel, e o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras
deixou cair em terra. Todo o Israel, Desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava
confirmado como profeta do Senhor” (I Samuel 3.19,20). Foi quem ungiu o primeiro e o
segundo reis de Israel. “Tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a
cabeça, e o beijou e disse: Não te ungiu, porventura, o Senhor por príncipe sobre a sua
herança, o povo de Israel?” (I Samuel 10.1 Saul).
Samuel viveu vida reta diante do Senhor e do seu povo, fato que lhe deu autoridade ao
dialogar publicamente com todo Israel. No final da sua vida ele falou ao povo:
“Agora, pois, eis que tendes o rei à vossa frente. Já envelheci e estou cheio de cãs, e
meus filhos estão convosco; o meu procedimento esteve diante de vós desde a minha
mocidade até o dia de hoje. Eis-me aqui, testemunhai contra mim perante o Senhor e
perante o seu ungido: de quem tomei o boi? De quem tomei o jumento? A quem
defraudei? A quem oprimi? E das mãos de quem aceitei suborno para encobrir com ele
Então, Samuel tomou o vaso do azeite e ungiu-o no meio dos seus irmãos; e, desde aquele dia em diante, o Espírito do Senhor se apoderou de Davi. Então, Samuel se levantou e se tornou a Ramá. (1 Samuel 16.13 Davi).
os meus olhos? E vo-lo restituirei. Então, responderam: Em nada nos defraudaste, nem nos oprimiste, nem tomaste cousa alguma das mãos de ninguém. Então, responderam: Em nada nos defraudaste. Mem nos oprimiste, nem tomaste coisa alguma das mãos de ninguém (I Samuel 12.2-4).
Quando Samuel nasceu, cerca de mil e cem anos antes de CRISTO, a nação de Israel encontrava-se em plena decadência moral e espiritual, ao ponto de ser feita, pelo autor do livro de Juízes, a declaração de que: “Naqueles dias, não havia rei em Israel: cada um fazia o que achava mais reto” (Juízes 21.25). Nem mesmo a classe sacerdotal escapava da decadência, pois os filhos de Eli, que eram sacerdotes junto com o pai, oficiantes no santuário, e que desempenhavam também as funções de juízes, eram homens desonestos, e imorais “e não se importavam com o Senhor” (I Samuel 2.12.22), dando mau exemplo para o povo. Não havia forte influência profética como nos dias de Moisés e Josué. “Naqueles dias a palavra do senhor era mui rara; as visões não eram frequentes” (I Samuel 3.1).
Se perguntarmos “como encontrar um homem que possa salvar esta nação?”, teremos uma só resposta. É o ESPÍRITO SANTO que nos responde ao colocar no texto bíblico a história de Ana, a mãe que está continuamente diante te DEUS orando, pedindo-lhe por um filho. Ana é um exemplo do que pode uma pessoa alcançar com a oração da fé. Na verdade ela pede um filho para si, mas DEUS respondeu dando um filho para ela e um restaurador para Israel. Este fato comprova o que o apóstolo escreveu: “Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura não nos dará com ele todas as cousas” (Romanos 8.32). DEUS é extremamente generoso, e dele JESUS disse: “Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura não nos dará graciosamente com ele todas as cousas? (Romanos 8.32). DEUS é extremamente generoso, e dele JESUS disse: “Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quando mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas cousas ao que lhe pedirem?” (Mateus 7.11). Se Ana não cresce no poder de DEUS para responder sua oração, certamente Israel não teria o líder de que necessitava, para aquele momento histórico. Aqui, podemos formular um princípio: Uma mãe que ora por um filho só pode gerar um homem de oração . Samuel foi esse homem. Ana mostra que pela oração é possível ter a solução para problemas ou necessidades que, aos nossos olhos, por nós mesmos, seria impossível alcançar. Quanto benefício podemos realizar quando nos aproximamos do Pai Celeste em intercessão! E quanto amor fluirá de nós, espalhando-se ao nosso derredor, se estivermos em maior comunhão com o Senhor de nossas vidas! “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar e me buscar... então eu ouvirei dos céus... Estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos, à oração que se fizer neste lugar” (II Crônicas 7.14-15). Oração, amor e boas obras devem caminhar juntos ao longo de nossa vida em CRISTO. Ana fez um voto de entregar a DEUS o filho que estava Lhe pedindo.
Ana, nome que significa “graça”, era esposa de Elcana, que pertencia à tribo sacerdotal
de Levi, e que, dentro dessa tribo, era membro do clã dos coatitas (descendentes de
Coate, homem a quem DEUS dera, nos dias da peregrinação no deserto, o especial
encargo de, juntamente com sua família, de, transportar a arca, móveis e utensílios do
santuário do Tabernáculo nas ocasiões em que o povo se transferisse de um
acampamento para outro (Números 3.29-31). Pelo motivo de Ana ser estéril, Elcana
tomou uma segunda esposa, chamada Penina (“pérola”) – Notemos que Gênesis 2.24 mostra que DEUS, ao criar o homem, criou uma só mulher para formar com o homem a
unidade do matrimônio. Mas, a lei Deuteronômica, vinda mais tarde pela mão dos
sacerdotes, visando solucionar problemas presentes entre o povo, permitiu um segundo
casamento, caso a primeira esposa fosse estéril. Lembremos que a procriação era vista
em Israel como uma bênção especial de DEUS para a mulher; a falta de filhos era como
uma maldição (Deuteronômio 21.15-17). Certamente foi esse o motivo que levou os
sacerdotes a formularem esta possibilidade. Mas, nós, hoje, devemos lembrar a palavra
de JESUS: “entretanto não foi assim desde o princípio” (Mateus 19.8).
Ana era frequentemente perturbada pela zombaria vinda da sua rival, que era fecunda. Assim, ela sofria esta situação de esterilidade. Embora tivesse o consolo do seu esposo, de quem sempre ouvia a expressão: “Não te sou melhor do que dez filhos?” (I Samuel 1.8).
6 E a sua rival excessivamente a provocava, para a irritar; porque o Senhor lhe tinha
cerrado a madre. 7 E assim fazia ele de ano em ano. Sempre que Ana subia à casa do
Senhor, a outra a irritava; por isso chorava, e não comia. 1 Samuel 1:6,7
Ana sofria por não poder dar ao seu esposo um filho, pois na falta de um descendente
o nome da família se perderia. Como toda a israelita piedosa, ela também sabia que,
sendo estéril, perderia a oportunidade de ser a escolhida por DEUS para ser a mãe do
esperado Messias. Mas Ana tinha seus olhos voltados para o Alto. Ela sabia que se
pedisse ao Senhor isto lhe seria dado, se buscasse encontraria, se batesse lhe seria
aberto. E amava o Senhor, que poderia fazer isso em seu favor. Confiava nele como o
único que poderia socorrê-la e consolá-la.
Como uma família israelita, fiel às suas tradições religiosas, eles peregrinavam a Siló por ocasião das festas anuais. Nestas ocasiões, em especial, sua rixosa e provocadora rival desdenhava ainda mais de Ana. Em lugar de desesperar- se, Ana apressou-se em buscar socorro na presença do Senhor. Foi ao tabernáculo e “com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente” (I Samuel 1.10). Que imensa riqueza há em sabermos que, mesmo as circunstâncias externas desfavoráveis. a perseverança nos levará a alcançar o que buscamos!
Momentos com este em que Ana se encontrava são propícios para o ESPÍRITO de DEUS agir em nós. Como ele quer nos levar à maturidade espiritual! Ele usará estes momentos para trabalhar em nós. É a hora para limpar do nosso coração as amarguras e pesares; de colocar o ego fora do centro do nosso ser e em seu lugar entronizar o único que sempre deveria aí estar. É o momento de sermos levados pelo ESPÍRITO a lançar fora muitas coisas que precisam deixar de ocupar lugar em nossa mente; hora de fazer aflorar tudo que estava oculto, lá no íntimo, ferindo, agitando e machucando a alma, e então desfazermo-nos disso para sempre. É a hora em que DEUS trata com o nosso orgulho, leva-nos abrir mão de lutarmos por nossos direitos, fazendo com que nos rendamos inteiramente a ele. Assim estaremos prontos para, também, desfazermo-nos dos ressentimentos e deixarmos aflorar a disposição de perdoar os que nos magoaram e deixar-nos inundar com o amor daquele que é Amor.
Ana e tantos outros passaram por essa situação de “em agonia de alma” e souberam usar o recurso sempre presente da oração, encontrando guarida nos braços do bom Pai. Ana, agora, não amarra ainda mais as cargas em seus ombros; orando, as lança sobre aquele que pode tomá-las e levá-las para longe dali! Alguém disse que Ana suspirava por
um filho assim como o poeta suspira por seus versos! Mas nesse suspiro ela é humilde,
isto é demonstrado pela repetição que ela faz da palavra “serva”. Ela sabe colocar-se
inteiramente submissa e dependente do Senhor.
Também Ana conhece a força do perseverar na oração. Aí está ela, prostrada, clamando
ao Senhor, reconhecendo que só poderá colher o fruto que almeja através de uma vida
inteiramente rendida. Em sua humildade, sabe que ela não é nada, mas que aquele a
quem ora pode fazer muito mais do que aquilo que ela pede. Sabe que a oração
autêntica é aquela que parte de um coração que fala diretamente ao coração do Pai.
A oração de Ana (parte II)
Depois das muitas lágrimas e da fervente oração, ocorre a Ana fazer um ato
extremamente ousado, um voto ao Senhor: “Senhor dos Exércitos, se benignamente
atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não
esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida,
e sobre a sua cabeça não passará navalha” (I Samuel 1.11).
Usando um elemento importante a quem ora, foi específica: pede um filho varão! Assim
deve ser toda petição, bem clara, bem definida. DEUS não é DEUS de generalidades, ele
espera que o pedido feito seja exatamente aquilo que queremos alcançar. A estéril quer
um filho! É exatamente isso que ela está pedindo! Ela quer ser contada com as mulheres
abençoadas com a graça da maternidade.
Mas Ana vai mais além, pede um filho para dedicá-lo totalmente ao Senhor. E isso
seria “por todo os dias de sua vida”. Por nascimento o menino seria um levita, mas pelo
voto de Ana ele seria mais do que isso, seria um nazireu. (Nota: O voto de nazireu é uma
especial consagração a DEUS que alguém faz espontaneamente. Isso lhe exigirá
abstenção de vinho ou bebida alcoólica, não podia comer uva fresca ou seca; não
cortaria o cabelo e se preservaria da contaminação cerimonial, como não tocar em um
cadáver. Isso durante um período que determinasse, ou por toda a vida). Ana
determinara: “por todos os dias de sua vida”. Segundo Números 30.10-12, Elcana, seu
marido, poderia anular este voto. Mas ele não contrariou o que a sua esposa consagrara.
Ele a amava e sabia o valor de decisões tomadas por uma pessoa inteiramente temente
a DEUS.
Ana mostra-se perseverante: “demorando-se ela no orar perante o Senhor” (I Samuel
1.12). Esta também é uma advertência apostólica sobre a oração que devemos
acatar: “não se interrompam as vossas orações” (I Pedro 3.7), “na oração,
perseverantes” (Romanos 12.12). Se nós queremos receber o “amém” de DEUS à nossa
súplica, é diante dele que devemos permanecer. Se DEUS tem tempo para nós, muito
mais nós devemos ter tempo para ele. Lembremos da declaração de Lutero: “Se o meu
trabalho se avoluma, redobro meu tempo de oração”!
Concluído o voto, tudo passa a ser calmo na alma de Ana. Sempre que o problema é
deixado nas mãos do Senhor, segue-se a bonança do Espírito! “Porquanto Ana só no
coração falava; seus lábios se moviam, porém não se lhe ouvia voz nenhuma” (Samuel
1.13). A certeza de ser ouvida pelo Pai dispensa qualquer outra palavra! Assentado junto
ao pilar do lugar dedicado ao culto ao Senhor, estava Eli, o sacerdote. Dali ele via Ana e
observava a maneira estranha como ela orava. Imagina que ela está embriagada e, ao
dirigir-se a ela, pergunta: “Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti esse
vinho”. Ah! Quantas ocasiões a embriaguez com o ESPÍRITO SANTO tem levado as
pessoas a pensarem da forma como o sacerdote o fez. No dia de Pentecostes, em
Jerusalém, alguns pensaram, também, dessa mesma forma. Interessante o que ocorreu
com Ana: um pouco antes, seu esposo a advertiu para comer e beber, agora o sacerdote
a repreende-a como se ela tivesse bebido até embriagar-se. O choro de quem quer um
filho a qualquer preço não pode mesmo ser um choro qualquer.
A resposta de Ana ao sacerdote é a mais significativa que encontramos nesta parte do
texto: “venho derramando a minha alma perante o Senhor” (I Samuel 1.15). Quantas
vezes temos feito isso? O salmista aconselha que assim façamos: “confiai nele em todo o
tempo; derramai perante ele o vosso coração; DEUS é o nosso refúgio! (Salmo 62.8).A
palavra do sacerdote dirigida a Ana: ”Vai-te em paz”, soa-lhe como uma bênção, pois é
pronunciada por aquele que é a sua autoridade espiritual. Ana se retira sabendo que a
sua súplica foi ouvida. O texto assim atesta: “e o seu semblante já não era triste” (i
Samuel 1.18).
A apropriação do fato que DEUS responderá à oração feita é um elemento importante,
pois com ela declaramos nossa total confiança naquele a quem pedimos –“De fato, sem
fé é impossível agradar a DEUS, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de
DEUS creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11.6).
Ana sabia perfeitamente que “muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tiago
5.16).Agora Ana pode se alimentar: “Assim, a mulher se foi pelo seu caminho, e comeu, e
o seu semblante já não era triste” (I Samuel 1.18). Abster-se de alimento é próprio par um
período de busca dos recursos de DEUS. O filho de Ana, Samuel, em seu ofício de Juiz,
conclamou o povo, antes da batalha com os filisteus, a reunir-se para jejuar e orar
buscando o auxílio de DEUS ((I Samuel 7.6). Ele sabia usar esse recurso. Depois do
tempo de tristeza e jejum, Ana podia comer, pois após toda a vitória vem a hora da
alegria. E, em geral, o alimento sempre acompanha os momentos de prazer! Antes de
retornarem à sua cidade, Ana e Elcana não deixaram de fazer o que sempre deve seguir
a uma resposta de DEUS – “e adoraram perante o Senhor” (I Samuel 1.19). É muito
comum orar ao Senhor, ter a resposta e não se ter o devido reconhecimento. É fácil pedir,
o difícil e demonstrar gratidão! É fácil receber a doação e esquecer o doador!
Expressivo é o texto ao dizer: “Elcana coabitou com Ana, sua mulher, e, lembrando-se
dela o Senhor, ela concebeu e passando o devido tempo, teve um filho” (I Samuel
1.19,20). Eis um leito sem mácula, pois não só estavam cumprindo um mandamento de
DEUS, mas, não esqueceram de fazê-lo, lembrando-se de DEUS como o único que é
doador da vida, e que cumpre suas promessas. Eles foram apenas colaboradores de
DEUS nesse novo ato de criação de um novo ser.
Ana é excepcional! Nascida a criança, ela remete seu pensamento a DEUS: “do Senhor o
pedi”, o que equivale a dizer: “a misericordiosa bondade do Senhor respondeu a minha
prece”. Isto é reconhecimento! Isto é gratidão! O texto de Eclesiastes ensina: “Quando a
DEUS fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos.
Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que votes e não
cumpras” (Eclesiastes 5.4,5). Ana podia ter raciocinado: “este foi um voto precipitado,
minhas emoções estavam descontroladas”, até mesmo podia pedir para o seu marido
anulá-lo, mas não o fez. Ana esperou desmamar o menino, preparando-o para a nova
vida que teria junto ao sacerdote Eli. Como mãe temente a DEUS, certamente incutiu
nele o conhecimento de DEUS e as obrigações que teria no tabernáculo.
No tempo apropriado, pai mãe e filho sobem a Silo (a cidade de Arimatéia do Novo
Testamento). Cumpriram a Lei cerimonial: “imolaram o novilho e cumpriram a promessa
– “trouxeram o menino a Eli” (I Samuel 1.25). Dedicaram o menino ao Senhor. É bom
notar a palavra “dedicar”, empregada aqui, no original quer dizer literalmente “entregar”.
Podemos lembrar o voto de Ana: “Ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida” (I
Samuel 1.11). Ela cumpriu integralmente o voto feito: deixou o menino entregue ao
sacerdote.
Naquela entrega, Elcana e Ana, em Silo, achavam-se como José e Maria, em Jerusalém,
em frente a um sacerdote, consagrando seu menino ao Senhor (consagrar é tornar
sagrado, separado, santificado para DEUS). Esse é um ato que todo casal deveria fazer
com sincera alegria, entregar o filho para pertencer inteiramente ao Senhor que, com alto
preço, o comprou para ele.
Ana não esquece de relembrar ao sacerdote que era por este menino que orava um dia
ao Senhor ali no tabernáculo – “o Senhor me concedeu a petição que eu lhe fizera’’ (I
Samuel 1.27). Ana, com isso, fez algo que sempre deveria ocorrer ao termos nossa
petição respondida: dar testemunho do fato. Como é bom ler a declaração que segue no
texto: “E eles adoraram ali o Senhor” (I Samuel 1.28).
Neste cântico de Ana podemos apreciar seu júbilo e a exaltação que faz ao Senhor. Ela
não esquecia seu dever de em tudo dar graças. O texto diz que ao orar, no dia em que
fez o voto só o seu coração falava, não tinha mais palavras, elas lhe saiam junto com o
choro e gemidos como os do ESPÍRITO SANTO em nossa oração. Mas agora explodem
as palavras numa sequência ininterrupta de glorificação à pessoa e aos atos de DEUS.
Ana revela no cântico uma notável percepção da sabedoria que há na providência de
DEUS. Celebra a santidade, o conhecimento, o poder e o juízo do Senhor (I Samuel
2.2,3,810).
Como Isabel e Maria, Ana celebra a alegria da maternidade. Algumas pessoas vêem uma
semelhança entre o “”Magnificat” de Maria (Lucas 1.46-55) e este “Exultavit” de Ana. Se
há semelhança é porque ambas celebram o mesmo fato e ambas possuíam o mesmo
ESPÍRITO que as inspirava. Ambas tinham perfeito conhecimento do amor de DEUS que
as envolveu, e foram gratas a ele.
Há um detalhe a ser notado neste cântico, Ana exalta o Rei – “o Senhor dá força ao rei e
exalta o poder do seu ungido” (I Samuel 2.10). Muitos perguntam como pode ser isso, se
ainda não havia rei em Israel? É que o cântico de Ana também tem esta expressão
profética: ela apresenta o que DEUS realizará com o Messias, o Rei esperado de Israel.
Ela canta a força e o poder daquele que um dia virá. Ana antevia e profetizava a vinda do
Senhor JESUS!
Ana também tinha experiência do que cantou: “Ele guarda os pés dos seus santos” (I
Samuel 2.9). Biblicamente “santos” são aqueles que se separam para o Senhor. Ela
pertencia a essa categoria e sabia que os seus pés foram guardados para que andasse
nas veredas do Senhor em meio a tantos dissabores, incompreensão e falta de amor dos
outros para com ela na sua situação de estéril. Agora pode exaltar com júbilo: “até a
estéril tem sete filhos” (I Samuel 2.5), reconhecendo que tudo é obra do Senhor. Após o
texto nos leva dos altos píncaros do louvor de tão inspirado cântico, ele vai nos fazer
descer à escuridão moral em que atuavam os filhos do sacerdote Eli. É trágico o que
lemos sobre eles (I Samuel 2.12-17 e 22). Eles eram homens tão perto da igreja e tão
longe do Senhor da igreja. O texto afirma: “Não se importavam com o Senhor” (I Samuel
2.12). Homens do altar e displicentes com o Senhor do altar. Uma outra tradução desse mesmo texto diz: “não conheceram o Senhor”. Quão trágico é ser religioso e não conhecer o Senhor da fé! Quão pobre é aquele que está, todos os dias, diante do altar e não sabe estar aí em contínua vida de oração ao Senhor!
As vitórias na vida de Samuel partem das orações de sua mãe e das que ele fez
abundantemente; enquanto as derrotas dos sacerdotes, filhos do sacerdotes, foram
causadas pela falta de dedicação em estar na presença do Senhor em oração.
Imagino com que preocupação em seu coração Ana deixou o menino Samuel com o
sacerdote. Que formação daria ao seu filho aquele que não soube educar os seus? Mas
Ana não olha para Eli, entrega-lhe Samuel porque é a ele que tem de fazer, mas seus
olhos estão naquele de quem falou em seu cântico: “porque o Senhor é o DEUS da
sabedoria e pesa todos os feitos na balança... ele guarda os pés dos seus santos” ( I
Samuel 2.3,9).
Ela sabia que seu filho conhecera o Senhor através de tudo o que lhe ensinara.
Esperava, entretanto, que ele pudesse ter a experiência pessoal com o Pai Celestial.
Então ele saberá ouvir quando o Senhor lhe falar. Mas, certamente Ana redobrou suas
orações em favor do “menino que ficou servindo ao Senhor” (I Samuel 2.11).
A mãe que à distância orava era a mãe que tecia as túnicas para o seu Filho e as trazia
quando vinha fazer os sacrifícios anuais. Podemos vê-la sorridente, vendo o menino com
sua pequena túnica e estola sacerdotal, compenetrado, oficiando junto ao
sacerdote. “Samuel ministrava perante o Senhor, sendo ainda menino, vestido de uma
estola sacerdotal de linho” (I Samuel 2.18).“Mas o jovem Samuel crescia em estatura e no
favor do Senhor e dos homens” (I Samuel 2.26). Eis o resultado de uma piedosa senhora
estéril que não se deixou abater pelas circunstâncias e nos dá o mais claro exemplo de
que se pode alcançar com uma vida de oração.
Cremos que o ESPÍRITO SANTO colocou nas Escrituras a pessoa de Ana com um
objetivo grandemente didático. JESUS disse que uma das funções do ESPÍRITO SANTO
é: “esse (o ESPÍRITO SANTO) vos ensinará todas as coisas” (João 14.26). Aprendamos
com ele a ter a riqueza de uma vida de oração e os serviços que, intercedendo, podemos
prestar ao nosso próximo”. Amém!
Escrito por: Erasmo Ungaretti – Janeiro de 1976
Pastor na comunidade de discípulos em Porto Alegre.
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1 SAMUEL - Comentário - NVI (FFBruce)
I. ELI E SAMUEL (1.1—4.1A)
1) O nascimento e a consagração de Samuel (1.1—2.11)
a) Elcana e sua família (1.1-8)
v. 1. Elcana, um efraimita piedoso, ia anualmente adorar em Siló onde Eli e seus filhos ministravam no santuário. A harmonia da sua vida familiar era perturbada pela
rivalidade entre as duas esposas, a estéril Ana, que era a preferida dele, e Penina, que tinha filhos. Hertzberg (p. 66) comenta: “A história dos primórdios dos reis começa com todas as características exteriores de uma composição pastoril. Não lembra, contudo, o conto popular com personagens anônimas, visto que nos relata os nomes de todos os envolvidos”. Os ancestrais de Elcana são apresentados remontando ao seu bisavô; “efrateu” (ARC) significa efraimita, descendente de
Efraim, embora lCr 6.33ss sugira que a família tinha uma origem levita. Zufe originou o nome não somente dos zufitas, mas também do “distrito de Zufe” (1Sm 9.5). Ramataim é a forma dual de Ramá, “o alto”; diversos lugares recebem esse nome; Jz 4.5 menciona um “nos montes de Efraim”.
v. 2,3. Elcana tem duas esposas; a poligamia não era proibida, mas sempre resultava em discórdias domésticas, especialmente se uma mulher não tinha filhos. O lugar da peregrinação anual da família era Silá, entre Betei e Siquém. Embora Siquém e Mispá fossem mais próximas, Elcana certamente o escolheu em virtude da presença da arca. Em Siló, Hofni e Finéias, os dois filhos de Eli, eram sacerdotes do Senhor (v. 3).
v. 4-7a. Quando Elcana apresentava o seu sacrifício, parece que as mulheres recebiam porções da refeição sacrificial, ocasião em que Penina escarnecia de Ana por esta não ter filhos. v. 5. porção dupla-, uma locução cujo significado exato tem causado muitas discussões. Ana é evidentemente a preferida, e mesmo assim ela recebe apenas uma porção, de acordo com a LXX e outras versões. A ARC resolve a aparente contradição ao dizer: “parte excelente”; a NVI traz “porção dupla”, como já citado; mas não há fundamentação para essa versão, com exceção de uma tradição rabínica antiga. S. R. Driver (Notes, p. 7ss) analisa diversas possibilidades e decide a favor da solução do AT grego de acrescentar a conjunção “embora”, “não obstante”, para destacar o contraste entre as duas afirmações. A BJ traz “porém a Ana, embora a amasse mais...” com uma nota de rodapé: “ ‘embora’, grego; hebraico corrompido”. D. F. Payne (.NEC, 3. ed., ad loc.) sugere que Penina recebia a porção maior porque Ana “não tem bocas a não ser a sua para alimentar”, v. 7a. “A ferida de Ana era reaberta anualmente na ocasião da refeição sacrificial em Siló” (McKane, p. 33). v. 7b. e ela [.Ana] chorava e não comia-, o tempo verbal aqui, diz Driver, sugere que a história está passando do que acontecia todos os anos para o que aconteceu em um ano específico. Ana expressa a sua angústia e tristeza, e Elcana tenta confortá-la.
b) A oração de Ana por um filho é respondida (1.9—2.11)
v. 9-11. Ana foi ao templo para derramar o seu coração diante do Senhor, quando terminou de comer. Hertzberg (p. 25) diz que o texto aqui é incerto e sugere que ele implica que Ana não conseguia comer em virtude de sua aflição. O sacerdote Eli é mencionado, como no v. 3, sem apresentações; alguns estudiosos acham que ele foi apresentado num texto que está faltando atualmente, mas outras personagens
aparecem no AT sem serem formalmente apresentadas, como Elias. santuário do Senhor-, evidentemente uma estrutura mais sólida do que uma tenda ou tabernáculo; tinha um “pilar” (v. 9; ARA) e “portas” (3.15); nos v. 7,24, é chamada casa do Senhor. Acima de tudo, era o santuário em que estava depositada a arca da aliança. O templo de Jerusalém obviamente só foi construído bem mais tarde.
v. 12-18. Enquanto orava, Ana era observada por Eli da sua cadeira na entrada do santuário. Ele definiu a intensidade das emoções dela a partir da sua oração silenciosa, mas diagnosticou embriaguez. Negando a acusação dele, ela lhe contou das suas aflições e do seu voto de dedicar a criança que estava pedindo ao Senhor, ao serviço do santuário: “Não era possível renúncia maior”(Mauchline, p.
47). Eli falou palavras de conforto e encorajamento, e ela partiu muito mais feliz.
v. 19,20. Com o coração cheio de adoração e confiança de que a sua oração seria respondida, eles voltaram. Quando, no devido tempo nasceu o filho, deu-lhe o nome de Samuel, dizendo: Eu o pedi ao Senhor (v. 20). A etimologia do nome é incerta (pode significar “nome de Deus” ou, possivelmente “ouvida por Deus”), mas, como diz S. R. Driver (Notes, p. 16), “o nome Smffêl trazia à mente do autor a palavra sã’ül, “pedido”, embora não fosse de forma alguma derivado dela.
v. 21-28. Elcana foi sozinho à festa seguinte em Siló, pois Ana ficou em casa até que a criança fosse desmamada, o que sem dúvida foi devidamente celebrado (cf. Gn 21.8). Os três então fizeram a viagem com ofertas de um novilho, farinha e vinho. v. 24. novilho de três anos: a ARC e a ARF trazem “três bezerros”, seguindo o TM; a NVI e a NTLH seguem o grego (cf. os MSS de Cunrã). As duas versões são possíveis; a NVI e a NTLH são mais prováveis. A criança foi entregue à custódia de Eli.
2.1-11. O cântico de gratidão e adoração de Ana é importante tanto por Sl só quanto por ser uma prefiguração do cântico de Maria em Lc 1.46-55. Como Mauchline (p. 50) observa: “Poucos comentários são necessários acerca do texto ou do significado desse salmo”.
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É a forma grega do nome que significa “graça”. Ana, a profetisa já idosa, que estava presente na apresentação e consagração do menino Jesus a Deus Pai, era filha de Fanuel, um descendente de Aser (Lc 2.36- 38). Supõe-se que Ana tenha vivido de 84 a 105 anos. Ela tinha sido casada durante sete anos, depois dos quais tinha sido viúva, seja durante 84 anos, seja até o seu 84“ ano de vida. É impossível pensar que ela morasse no Templo, porque ninguém vivia ali permanentemente , mas sim que ela estivesse constantemente no Templo. O relato de Lucas sugere que Ana era uma das
remanescentes devotas que aguardavam com ansiedade o Messias de Israel. Dicionário Bíblico Wycliffe
Somente uma mulher com esse nome aparece na Bíblia, embora “Ana” (seu
equivalente grego) seja o nome de outra mulher mencionada em Lucas 2,36. Esse
nome significa “graça” ou “benevolência".
A história de Ana, mãe de Samuel, é encontrada em 1 Samuel 1 e 2. Ela era uma das
duas esposas de Elcana, um levita da linhagem de Coate, que vivia no Monte Efraim.
Talvez pelo fato de Ana ter sido estéril, ele se casou com uma segunda esposa
chamada Penina, que lhe gerou filhos.
Ana era uma mulher de oração, de muita fé, e determinada. Ela suplicou que Deus lhe
desse um filho, e prometeu que, se Ele o fizesse, ela o daria ao Senhor. E assim fez
quando Samuel nasceu; levou-o ao Tabernáculo ainda pequeno, e deixou-o aos
cuidados de Eli, o sumo sacerdote. Mais tarde, ela se tomou a mãe demais cinco
filhos (I Sm 2.21). A oração profética de Ana (1 Sm 2.1-10) revela grande maturidade e
visão espiritual. Ela era cheia de alegria e reconhecia a santidade, o poder, a
soberania e a graça de Deus. Falava do poder sustentador do Senhor, e que Ele,
algum dia, viria para “julgar as extremidades da terra”. Além de tudo isto, parece que,
embora vagamente, ela previu o estabelecimento final do Ungido de Deus como Rei,
uma profecia que começou a se cumprir através de Davi, um século mais tarde (1 Sm
2.10; cf. Sl 18.50; 89.19-37). J. A. S. Dicionário Bíblico Wycliffe
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1 Samuel 1:1-8 - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT A Aflição de Ana
Temos aqui um relato da situação da família na qual Samuel, o profeta, nasceu. O nome de seu pai era Elcana, um levita, da família dos coatitas (a casa mais honrável dessa tribo) como lemos em 1 Crônicas 6.33,34. Seu predecessor, Zufe, era efrateu, isto é, de Belém de Judá, que era chamada de Efrata (Rt 4.1). Essa família de levitas, inicialmente, estabeleceu-se ali, mas uma parte dela, ao cabo de dias, mudou-se para o monte Efraim, de onde descendia Elcana. O levita que ficou na casa de Mica foi de Belém para a montanha de Efraim (Jz 17.8). As famílias de ministros normalmente estão acostumadas a mudar de lugar. Talvez o autor fizesse questão de registrar que eles eram originariamente efrateus, para mostrar sua aliança com Davi. Esse Elcana morou em Ramá, ou Ramataim, que significa a Ramá dupla, ou seja, a cidade alta e a cidade baixa. O mesmo ocorre com Arimatéia, cidade natal de José, aqui chamada de Ramataim-Zofim. Zofim significa atalaias; provavelmente, havia uma escola de profetas ali, porque profetas são denominados de atalaias. A paráfrase da versão dos Caldeus chama Elcana de discípulo dos profetas. Mas, a mim parece que foi por meio de Samuel que a profecia reviveu, visto que antes de seu tempo as visões manifestas não eram freqüentes (3.1). Também não encontramos nenhuma menção de um
profeta do Senhor desde Moisés até Samuel, com exceção de Juízes 6.8. Por isso,
não temos motivos para pensar que havia alguma escola de profetas até que Samuel
fundasse uma (19.19,20). Este é o relato da linhagem de Samuel e do lugar do seu
nascimento. O que o texto nos fala acerca da situação de sua família?
I
Sua família era devota. Todas as famílias de Israel deveriam ter o mesmo comportamento, principalmente as famílias dos levitas. Elcana subiu para o Tabernáculo em Siló, para participar das festas solenes e adorar e a sacrificar ao SENHOR dos Exércitos. Acredito que essa é a primeira vez nas Escrituras que Deus é chamado de SENHOR dos Exércitos — Jehovah Sabaoth. Posteriormente, esse nome tornou-se bastante comum. Provavelmente o profeta Samuel foi o primeiro a usar esse título de Deus, para o consolo de Israel, numa época em que seus exércitos eram poucos e fracos e dos inimigos muitos e poderosos. Seria um fato animador lembrar que o Deus a que serviam era o Senhor dos Exércitos, de todos os exércitos, tanto dos céus como da terra. Esse Senhor tem um comando soberano sobre eles e os usa como bem lhe apraz. Elcana era levita do campo e, pelo que parece, não tinha uma posição ou ofício que requeria sua assistência no Tabernáculo, mas ele subiu como um israelita comum, com seus próprios sacrifícios, para encorajar seus vizinhos e servir-lhes de exemplo. Quando sacrificava, adorava, e assim unia orações e ações de graça com seus sacrifícios. Ele era constante e fiel nas suas obrigações para com a religião, por isso, subia anualmente. O que tornava a sua atitude ainda mais louvável era o seguinte:
1. Que havia uma decadência e negligência geral da religião na nação. Alguns entre eles adoravam outros deuses, e a maioria era desleixada no serviço ao Deus de Israel; mesmo assim, Elcana manteve sua integridade. Independentemente do que os outros faziam, sua decisão era de que ele e sua casa serviriam ao Senhor.
2. Que Hofni e Finéias, os filhos de Eli, eram os principais homens encarregados no serviço da casa de Deus. Eles eram homens que se comportavam de maneira muito perversa em suas posições, como veremos mais tarde; no entanto, Elcana subiu para sacrificar. Deus, naquela época, tinha confinado seu povo a um lugar e um altar, e proibido, independentemente do pretexto, de adorar em outro lugar. Assim, em plena obediência a essa ordem, Elcana dirigia-se a Siló. Se os sacerdotes não estavam cumprindo o dever deles, ele o cumpriria. Graças a Deus, nós, debaixo do evangelho, não estamos amarrados a um único lugar ou família; mas os pastores e mestres, os quais o Redentor exaltado deu à sua igreja, tem como ministério o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo (Ef 4.11,12). Ninguém tem domínio sobre a nossa fé. Mas nossa obrigação é para com aqueles que são os auxiliares da nossa santidade e alegria. Não temos obrigação com as imoralidades escandalosas deles, como as de Hofni e Finéias, que desprezavam a oferta do Senhor, embora a validade e eficácia dos sacramentos não dependessem da pureza daquele que as ministra.
II
No entanto, ela era uma família dividida e as divisões dela redundavam em culpa e tristeza. É uma pena quando existe piedade em família, mas não unidade. As consagrações em comum de uma família deveriam colocar um fim nas divisões dela. 1. A causa originária dessa divisão era o fato de Elcana ter casado com duas mulheres, que era uma transgressão da instituição original do casamento, de acordo com o nosso Salvador (Mt 19.5,8): ao princípio, não foi assim. Isso causou dano às famílias de Abraão e de Jacó, e aqui à de Elcana. A lei de Deus proporciona conforto e bem-estar espiritual para nós neste mundo. Sem ela, as coisas seriam muito mais complicadas. É provável que Elcana tivesse se casado primeiramente com Ana e, visto que não podia ter filhos com ela, casou-se com Penina, que lhe deu filhos, mas era, em outras coisas, um aborrecimento para ele. Dessa forma, os homens são surrados com freqüência pelas suas próprias varas.
2. A conseqüência desse erro era que as duas esposas não se entendiam. Elas tinham bênçãos diferentes: Penina, semelhante a Lia, era frutífera e tinha muitos filhos, que deveria tê-la tornado afável e grata, embora fosse a segunda esposa e menos amada. Ana, semelhante a Raquel, era estéril, mas era muito preciosa para o marido. Ele procurava deixar claro, em todas as oportunidades, para ela e para os outros, de que ela era muito amada por ele. Elcana muitas vezes lhe dava uma parte excelente, v. 5, e isso deveria tê-la tornado afável e grata. Mas, elas tinham temperamentos diferentes: Penina não suportava a bênção da fertilidade, e tornou-se arrogante e insolente. Ana não suportava a aflição da esterilidade, e tornou-se melancólica e descontente. E Elcana tinha a difícil missão de buscar a paz entre as duas.
(1) Elcana continuou subindo ao altar de Deus apesar dessa triste diferença em sua família, e levava suas esposas e filhos com ele, para que, se não pudessem viver em harmonia em outras coisas, pelo menos concordassem em adorar a Deus juntos. Se as práticas devocionais de uma família não são bem-sucedidas em acabar com suas divisões, não permita que essas divisões acabem colocando um fim nas práticas devocionais.
(2) Ele fez tudo que estava ao seu alcance para encorajar Ana e sustentar seu espírito diante de suas aflições, vv. 4,5. Na festa, ele ofereceu ofertas pacíficas, para suplicar por paz em sua família; e quando ele e sua família assentavam-se para comer sua parte do sacrifício, em memória da sua comunhão com Deus e seu altar, embora separasse porções adequadas para Penina e seus filhos, ele dava uma porção especial para Ana, o pedaço mais excelente da mesa, o pedaço (independentemente de que parte do animal era) que, nessas ocasiões, costumava-se dar àqueles que eram mais estimados. Isso ele fazia como sinal do seu amor para ela, procurando dar todas as garantias possíveis desse amor. Observe: [1] Elcana amava sua esposa, embora fosse estéril. Cristo ama sua igreja, apesar de suas fraquezas e esterilidade; e da mesma forma os maridos devem amar a sua esposa (Ef 5.25). Quando nosso amor por um membro da família diminui por causa de uma fraqueza ou debilidade da qual ele não tem culpa, estamos nos indispondo contra a providência divina e acrescentando aflição ao aflito. [2] Ele procurou mostrar ainda mais o seu amor porque ela era afligida, insultada e estava deprimida. É nosso dever apoiar os fracos e
sustentar aqueles que são perseguidos ou menosprezados. [3] Ele mostrou o seu grande amor por ela pela porção especial que deu a ela de suas ofertas pacíficas. Deveríamos do mesmo modo mostrar nosso carinho aos nossos amigos e parentes, orando constantemente por eles. Quanto mais os amamos mais devemos orar por eles.
(3) Penina era extremamente impertinente e provocadora. [1] Penina censurava Ana com veemência por causa de sua aflição, desprezando-a por causa de sua esterilidade e falava de maneira insultuosa com ela, como alguém que não recebia nenhum favor dos céus. [2] Penina invejava o benefício que tinha do amor de Elcana. Quanto mais benevolente ele era com Ana, mais Penina a provocava, tornando-se desprezível e grosseira. [3] Penina aumentava o seu ataque quando subiam à Casa do SENHOR, talvez porque então estavam mais tempo juntos ou, porque, então a afeição de Elcana por ela se tornava mais evidente. Mas Penina agia de forma pecaminosa ao mostrar sua maldade em momentos como aqueles, quando mãos puras deveriam ser elevadas ao altar de Deus, sem ira e queixas. Também foi muito insensível naquela época aborrecer Ana, não apenas porque estavam juntas e os outros poderiam perceber essa importunação, mas esse era um tempo em que Ana buscava concentrar-se nas suas devoções e desejava estar calma e tranqüila e livre de perturbação. O grande adversário de nossa pureza e paz é mais insistente em nos irritar em momentos em que buscamos estar mais serenos e tranqüilos. Quando os filhos de Deus vêm para apresentar-se perante o SENHOR, podemos estar certos de que Satanás também está entre eles (Jó 1.6). [4] Penina continuou perturbando o coração dela ano após ano, não uma ou duas vezes, mas de forma constante. Nem a consideração do seu marido, nem a compaixão por Ana, eram capazes de quebrar essa ação perversa. [5] Penina tinha a intenção de atormentar e desgastar Ana, talvez com a esperança de quebrar o seu coração, para que pudesse ficar sozinha com o coração do seu marido, ou porque sentia prazer no desassossego de Ana. Parece que nada a gratificava mais do que ver sua rival aflita. Observe: É uma evidência de uma disposição degradante, deleitar-se em afligir aqueles que estão melancólicos e de espírito pesaroso, ou indispor aqueles que estão inclinados a afligirem-se e ficar incomodados. Devemos levar as cargas uns dos outros, não acrescentar a elas.
(4) Ana (pobre mulher) não suportava a provocação: Ela chorava e não comia, v. 7. Ela ficava apreensiva e alarmava toda a sua parentela. Ela não comeu durante a festa; sua preocupação tirou o seu apetite; isso a tornava inadequada para uma boa companhia e se tornou um abalo na harmonia da família. Era durante a solenidade do sacrifício que ela não comia, porque os israelitas não deveriam comer das coisas sagradas na tristeza deles (Dt 26.14; Lv 10.19). Sua tristeza era tão grande que era incapaz de experimentar a alegria santa em Deus. As pessoas que apresentam um espírito aflito, e têm a tendência de dar muita atenção a provocações, são inimigas de si mesmas e acabam privando-se do bem-estar da vida e da piedade. Verificamos que Deus notou o efeito negativo dos dissabores e das discordâncias no relacionamento conjugal, em que as partes prejudicadas cobriam o altar do SENHOR de lágrimas [...] de sorte que ele não olhava mais para a oferta (Ml 2.13).
(5) Elcana procurava confortar Ana de todas as formas. Ela não o repreendeu pela sua insensibilidade ao casar com outra esposa, como ocorreu com Sara. Ela também não retribuiu injúria por injúria, mas ficou com todo o sofrimento para si própria, que a tornou objeto de profunda compaixão. Elcana mostrou-se profundamente aflito com a aflição dela, v. 8: Ana, por que choras? [1] Ele está profundamente inquieto ao vê-la tão subjugada pela tristeza. Aqueles que se tornaram uma só carne por meio do casamento também devem se tornar um só espírito para compartilhar as dificuldades um do outro, a ponto de um não estar tranqüilo quando o outro está intranqüilo. [2] Ele a repreende de forma amorosa: por que choras?[...] E por que está mal o teu coração? Deus nos repreende porque nos ama; nós deveríamos fazer o mesmo. Ele busca saber a causa da tristeza dela. Embora tivesse motivos para estar perturbada, ela precisa considerar se deveria estar perturbada a esse ponto, especialmente a ponto de deixar de comer das coisas sagradas. Observe: Nossa tristeza, por qualquer razão, é pecaminosa e imoderada quando nos afasta do nosso dever em relação a Deus e amarga nosso consolo nele, quando nos torna ingratos em relação às misericórdias de que desfrutamos e receosos em relação à bondade de Deus por nós em futuras misericórdias, quando lança desânimo sobre nossa alegria em Cristo e nos impede de cumprir as nossas obrigações e desfrutar do consolo dos nossos relacionamentos particulares. [3] Ele deixa claro que nada deveria faltar de sua parte para equilibrar a aflição dela: “Não te sou eu melhor do que dez filhos? Tu sabes que tens todo o meu amor. Que isso possa te servir de consolo”. Observe: Precisamos estar atentos ao consolo que recebemos; isso nos guardará de ficarmos excessivamente aflitos em relação às diversas cruzes que precisamos carregar. Precisamos estar cientes de que merecemos os fardos que carregamos, mas nossos consolos são resultado da graça de Deus. Se mantivéssemos o equilíbrio disso, teríamos condições de observar aquilo que está a nosso favor, bem como aquilo que é contra nós. Caso contrário, somos injustos com a Providência e insensíveis conosco mesmos. Também Deus fez este em oposição àquele (Ec 7.14), e nós deveríamos fazer o mesmo.
1 Samuel 1:9-18 - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT Oração e Voto de Ana e Repreensão de Eli
Elcana tinha gentilmente repreendido Ana pela sua tristeza exagerada. Observamos,
então, o bom efeito dessa repreensão.
I
A repreensão de Elcana fez com que Ana voltasse a comer. Ela comeu e bebeu, v. 9. Ela não ficou insensível por causa de sua tristeza, nem ficou zangada quando foi repreendida; mas, quando percebeu que seu esposo estava intranqüilo pelo fato de ela não ter comido, ela animou o seu espírito tanto quanto era possível e veio à mesa. Precisamos de grande abnegação para controlar nossas paixões, bem como nossos apetites.
II
A repreensão de Elcana a levou a orar. Isso a fez refletir: “Acaso tenho o direito de estar irada? Tenho motivos para lamuriar? Que bem isso está trazendo ao meu coração? Em vez permanecer com o fardo sob os ombros, será que não seria melhor aliviar-me dele e lançá-lo sobre o Senhor por meio da oração?”. Elcana tinha dito: Não te sou eu melhor do que dez filhos? Talvez isso a fizesse pensar: “Caso Elcana não seja assim, estou certa de que Deus o é. Portanto, a Ele me dirigirei, diante dele derramarei minha queixa e buscarei alívio nele”. Se ela desejasse se aproximar do trono da graça de forma mais solene em relação à sua dificuldade, esse era o momento. Eles estão em Siló, à porta do Tabernáculo, onde Deus tinha prometido encontrar-se com seu povo, conhecida como a Casa de oração. Eles tinham acabado de oferecer suas ofertas pacíficas, para obter o favor de Deus como sinal de sua comunhão com Ele; e, diante do consolo de terem sido aceitos por Ele, eles tinham celebrado durante o sacrifício. E agora tinha chegado o momento de derramar suas orações, porque as ofertas pacíficas tipificavam a mediação de Cristo bem como os sacrifícios pelo pecado, porque por meio dela não somente é operada a expiação pelo pecado, mas a recepção e aceitação das nossas orações e de uma resposta de paz: Devemos estar atentos a esse sacrifício, em todas as nossas súplicas. A oração de Ana pode nos ensinar alguns princípios importantes:
1. A devoção calorosa e intensa de sua oração, que serve como orientação para nossas orações. (1) Ela diminuiu o peso da aflição e preocupação presente no seu espírito ao permitir que um novo estímulo enchesse o coração com seu sentimento piedoso na oração: com amargura de alma, orou ao SENHOR, v. 10. Deveríamos agir da mesma forma diante de aflições. Elas deveriam tornar-nos mais fervorosos na oração a Deus. Nosso abençoado Salvador, posto em agonia, orava mais intensamente (Lc 22.44). (2) Sua oração foi regada com muitas lágrimas. Não era uma oração seca. Ela chorou abundantemente. Como um verdadeiro israelita, ela chorou e lhe suplicou (Os 12.4), de olho na misericórdia terna do nosso Deus, que conhece nossa alma inquieta. A oração vinha do coração, como as lágrimas vinham dos olhos. (3) Ela foi muito específica e modesta em sua petição. Ana pediu um filho, um menino, para que pudesse servir no Tabernáculo. Deus nos dá permissão, em oração, não somente para pedir coisas boas de modo geral, mas uma coisa muito especial, aquilo que mais desejamos e necessitamos. Ela não pede como Raquel: Dá-me filhos (Gn 30.1). Ana ficará muito feliz se receber um filho. (4) Ela fez um voto solene, ou promessa, de que se Deus lhe desse um filho, ao SENHOR o daria, v. 11. Ele seria levita por nascimento e, por isso, devotado ao serviço de Deus, mas ele seria, pelo voto dela, nazireu e sua infância seria sagrada. É provável que tivesse inteirado Elcana do seu propósito e obtido o seu consentimento e aprovação. Observe: Os pais têm o direito de dedicar seus filhos a Deus, como sacrifício vivo e sacerdotes espirituais. Com isso, uma obrigação é colocada sobre eles para servir a Deus de maneira fiel todos os dias da sua vida. Também observe: É muito apropriado, quando estamos à busca de misericórdia, vincularmos nossa própria alma a determinado compromisso, que, se Deus nos der algo específico, devotaremos isso à sua glória e com gratidão o usaremos no seu serviço. Não que com isso achemos que nos tornamos dignos de receber algo específico de Deus, mas que, dessa forma, somos
qualificados para o mesmo. Na esperança da misericórdia, vamos prometer
obediência. (5) Ela falou tudo isso de maneira tão silenciosa que ninguém a podia
ouvir. Seus lábios moviam-se, porém não se ouvia a sua voz, v. 13. Com isso, ela
comprovou que acreditava que Deus conhece o coração e seus desejos.
Pensamentos são palavras para Ele. Deus não é um daqueles deuses aos quais se
precise clamar em altas vozes (1 Rs 18.27). Esse também era um exemplo da sua
humildade e modéstia ao se aproximar de Deus. Ela não era uma daquelas que
precisava fazer ouvir a [sua] voz no alto (Is 58.4). Era uma oração em oculto e,
portanto, embora feita em um lugar público, era feita em segredo e, não, como os
fariseus oravam: para serem vistos pelos homens. Não precisamos nos envergonhar
da verdadeira oração, mas devemos evitar todo aspecto de ostentação.
2. A repreensão dura que Ana recebeu de Eli. Eli era o sumo sacerdote e juiz em
Israel. Ele ficava assentado numa cadeira no templo, para supervisionar o que ocorria
ali, v. 9. O Tabernáculo é aqui chamado templo, porque estava agora num lugar fixo e
servia todos os propósitos de um templo. Ali, Eli sentava para receber pedidos e dar
orientações e, em algum lugar (provavelmente em um canto privado), ele percebeu
Ana orando e, pela sua maneira incomum de orar, imaginava que estivesse
embriagada e resolveu falar com ela como tal, v. 14: Até quando estarás tu
embriagada? — a mesma acusação que Pedro e seus apóstolos receberam quando o
Espírito Santo concedeu que falassem em outras línguas (At 2.13). Talvez, nessa era
degenerada não fosse estranho ver mulheres embriagadas à porta do Tabernáculo;
porque, caso contrário, pensaríamos que os desejos depravados de Hofni e Finéias
não encontrariam presas tão fáceis (1Sm 2.22). Eli achava que Ana era uma dessas
mulheres. Um resultado perverso da iniquidade proliferada é que, com frequência,
acaba-se suspeitando de pessoas inocentes. Quando uma enfermidade torna-se
epidêmica, todos são suspeitos. (1) A falha era de Eli. Certamente era uma falta grave
repreender e censurar alguém sem observar ou informar-se melhor. Se os seus olhos
já tivessem ficado obscuros, ele deveria pedir que os obreiros do Tabernáculo
verificassem esse tipo de ocorrências. Pessoas embriagadas geralmente são
barulhentas e turbulentas, mas essa pobre mulher estava em silêncio e serena. A falha
dele era mais grave porque era o sacerdote do Senhor, que deveria ter se
compadecido ternamente dos ignorantes (Hb 5.2). Observe: Não devemos nos
precipitar em repreender os outros e ser apressados em achar que as pessoas são
culpadas de coisas más, quando as evidências no qual a repreensão é baseada são
duvidosas e não podem ser provadas. A caridade nos constrange a esperar o melhor
de todos e proíbe o hábito de censurar. Paulo recebeu informações confiáveis, mesmo
assim ele creu somente em parte (1 Co 11.18), esperando que não fosse assim.
Devemos ser especialmente cautelosos quando censuramos a devoção dos outros,
cuidando para que não a avaliemos como hipocrisia, entusiasmo ou superstição;
devemos apresentar o fruto de um zelo honesto que é aceito por Deus. (2) Ana estava
aflita, além de todo o vinagre que estava sendo derramado nas feridas do seu espírito.
Ela tinha sido repreendida por Elcana, porque não queria comer e beber e, agora,
estava sendo censurada por Eli como se tivesse comido e bebido em excesso. Tudo
isso deve ter machucado muito. Observe: Não é novidade que aqueles que se
comportam com decência sejam vistos de maneira imprópria; também não devemos
estranhar se isso acontecer conosco.
3. A humilde justificação de Ana em relação a esse pecado do qual estava sendo
acusada. Ela o suportou muito bem. Ela não repeliu a acusação e o repreendeu por
causa da devassidão dos filhos dele, não o convidou para olhar para a sua própria
família e repreender os filhos. Ela também não disse a ele quão impróprio era que
alguém na sua posição injuriasse uma pobre adoradora pesarosa diante do trono da
graça. Quando somos, em algum momento, injustamente repreendidos, precisamos
tomar muito cuidado antes de abrirmos a porta dos nossos lábios, para que não
recriminemos e retribuamos condenação por condenação. Ana achou que era
suficiente defender-se. Devemos agir da mesma forma, vv. 15,16. (1) Ao justificar-se,
ela expressamente nega a acusação e fala a ele com todo respeito possível. Ela o
chama de senhor meu e deixa claro quão desejosa estava em mostrar o seu
verdadeiro estado e, de forma alguma, mentir diante da repreensão dele. “Não, senhor
meu, minha situação não é como o senhor suspeita. Não tenho bebido vinho nem
qualquer outra bebida forte” (embora fosse apropriado dar bebida forte aos amargosos
de espírito, Provérbios 31.6), “muito menos em excesso. Não tenhas, pois, a tua serva
por filha de Belial”. Observe: Pessoas embriagadas são filhos de Belial (especialmente
mulheres embriagadas), filhos do maligno, filhos da desobediência, filhos que não
suportam o jugo (caso contrário, não estariam embriagados), mais especificamente
quando estão embriagados. Aqueles que não conseguem se controlar não permitirão
que outro o faça. Ana reconhece que o pecado teria sido muito grande se ela tivesse
culpa do que estava sendo acusada, e ele poderia tê-la excluída com justiça do pátio
da casa de Deus; mas a forma como falou em defesa própria era suficiente para
demonstrar que não estava embriagada. (2) Para justificar-se diante dele, ela dá um
relato do seu comportamento atual, que era motivo da suspeita dele: “Eu sou mulher
atribulada de espírito, abatida e inquieta. Esse é o motivo de não ter um semblante
semelhante aos dos outros. Os olhos estão vermelhos, não de vinho, mas de choro.
Não estava falando comigo mesma, como fazem os embriagados e insensatos, mas
tenho derramado minha alma diante do Senhor, que ouve e entende a língua do
coração. Ele conhece a abundância da minha queixa e aflição”. Ela estava sendo
profundamente fervorosa em oração a Deus. Esse era o verdadeiro motivo de seus
evidentes êxtase e perturbação. Observe: Quando somos repreendidos de maneira
injusta deveríamos nos esforçar, não somente em inocentar-nos, mas em satisfazer
nossos irmãos, ao apresentar-lhes um relato justo e verdadeiro em relação àquilo que
compreenderam mal.
4. A reparação que Eli fez pela sua repreensão precipitada e descortês, por meio de uma bênção amável e paternal, v. 17. Ele não percebe como afronta (como muitos fazem em casos semelhantes) o fato de ter seu engano corrigido e de ser convencido do seu erro; isso também não o deixou de mau humor. Muito pelo contrário, ele agora encorajou a consagração e devoção de Ana, com tanta veemência quanto a havia desaprovado. Ele não só deixou claro que estava satisfeito com a inocência dela por meio das palavras: Vai em paz, mas, sendo sumo sacerdote, e alguém que tinha autoridade, a abençoou em nome do Senhor. Embora desconhecesse a bênção
particular que ela estava pedindo do Senhor, ele dá o seu Amém. A opinião de Eli a respeito da prudência e piedade dela era tão boa que exclama: Que o Deus de Israel te conceda a tua petição, qualquer que seja, que lhe pediste. Observe: Por meio do nosso comportamento humilde e manso em relação àqueles que nos repreendem, pelo fato de não nos conhecer, podemos, talvez, torná-los nossos amigos, e transformar a crítica deles em orações a nosso favor.
5. A grande satisfação interior que toma conta de Ana ao sair pelo seu caminho, v. 18. Ela implora pela bênção de Eli e que continue orando por ela. Então ela se foi seu caminho e comeu do que havia sobrado das ofertas pacíficas (nada dessa ofertas poderia sobrar até a manhã seguinte), e o seu semblante já não era triste, não como antes, em que mostrava sinais de transtorno e confusão interior. Agora ela possuía um semblante aprazível e alegre e tudo estava bem. De onde veio essa alegre mudança súbita? Por meio da oração ela havia entregado seu caso a Deus e o deixado com Ele; agora já não estava mais desorientada por causo disso. Ela havia orado por si mesma e Eli também havia orado por ela. Ana cria que Deus daria a ela a misericórdia que tinha pedido ou suprira a sua necessidade de outra forma. Observe: A oração proporciona bem-estar à alma graciosa. A semente de Jacó tem, com freqüência, constatado isso. Deus jamais dirá a eles: Buscai-me em vão (Is 45.19; veja Fp 4.6,7). A oração suavizará o semblante. Ela de fato o faria.
1 Samuel 1:19-28 - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT Nascimento de Samuel e
Apresentação ao Senhor I
O retorno de Elcana e sua família à sua própria habitação, após os dias da
celebração, v. 19. Observe como passavam o tempo no Tabernáculo. Nos dias em que
estavam lá, mesmo durante o dia da jornada para casa, eles adoravam a Deus; e eles
levantaram de madrugada para esse propósito. É saudável começar o dia com Deus.
Aquele que é o mais importante deve receber a parte principal. Eles estavam diante
de uma jornada e filhos para levar, mesmo assim não se moveriam até que tivessem
adorado a Deus juntos. Oração e provisões não atrapalham uma jornada. Eles haviam
passado vários dias em adoração juntos e, mesmo assim, não iniciaram a jornada até
que tivessem adorado ao Senhor. A boa conduta não deveria nos incomodar.
II
O nascimento e nome desse filho desejado. Finalmente, o Senhor lembrou-se de Ana, em relação ao pedido específico dela, v. 11. Isso era tudo que ela queria e, no devido tempo, ela concebeu e teve um filho. Embora possa parecer que Deus esqueceu-se dos fardos, dificuldades, cuidados e orações do seu povo, no tempo oportuno ficará evidente que Ele não havia se esquecido deles. Ana chamou seu filho de Samuel, v. 20. Alguns etimólogos acreditam que esse nome é semelhante a Ismael — Deus ouviu, porque as orações da mãe foram atendidas de uma forma notável, e ele foi uma resposta a essas orações. Outros, por causa do motivo que ela deu em relação ao nome, parecem sugerir o significado pedido de Deus. O significado é muito parecido.
Ana desejava perpetuar a memória do favor de Deus, atendendo suas orações. Assim, sempre que o nome dele fosse mencionado, ela queria receber o encorajamento e dar a glória a Deus pelo gracioso presente. Observe: As misericórdias que provêm de respostas de oração devem ser lembradas com profundas expressões de gratidão (Sl 116.1,2). Existem inúmeros livramentos e provisões oportunos que poderíamos chamar de Samuel, Deus ouviu. Deveríamos consagrá-los a Deus de uma forma especial. Por meio desse nome, Ana queria que seu filho se lembrasse da obrigação de que pertencia ao Senhor, visto que tinha sido pedido de Deus e, era, ao mesmo tempo, dedicado a Ele. Um filho de oração é, de forma especial, compelido a ser um filho devoto. A mãe de Lemuel o lembrava de que era filho de suas promessas (Pv 31.2).
III
O grande cuidado de Ana na criação de Samuel. Ela não somente agia assim porque
ele era precioso para ela, mas porque tinha sido dedicado a Deus. Ela o estava
preparando para Ele. Ela própria dava de mamar ao menino, não desejando que outra
ama cuidasse dele. Devemos cuidar dos nossos filhos, não somente com a intenção
de obedecer à lei da natureza, mas, porque estamos de olho no concerto da graça à
medida que eles são apresentados a Deus (Ez 16.20,21). A criação deles é santificada
quando é feita para o Senhor. Elcana subia todos os anos para adorar no Tabernáculo
e, de um modo especial, cumprir seu voto. Talvez tivesse feito um voto a Deus,
diferente do voto de Ana, caso Deus lhe desse um filho por meio dela, v. 21. Mas Ana,
embora sentisse um respeito especial pelos pátios da casa de Deus, pediu para ficar
em casa para cuidar do menino. As mulheres não tinham a obrigação de subir ao
Tabernáculo nas três solenidades, como era o caso dos homens. Ela havia se
acostumado a ir, mas agora desejava ser dispensada desse compromisso.
1. Assim não estaria tanto tempo ausente de sua amamentação. Pode uma mulher
esquecer-se tanto do filho que cria (Is 49.15). Podemos supor que ela permaneceu o
tempo todo em casa, porque, se tivesse ido a algum lugar, esse lugar teria sido Siló.
Observe: Deus requer misericórdia, não sacrifício. Aqueles que são impedidos de
práticas públicas, pelo fato de estarem amamentando e criando filhos pequenos,
devem sentir-se encorajados, e crer que, se o fizerem para a glória de Deus, Ele os
aceitará de forma graciosa. Embora fiquem em casa, participarão da repartição do
despojo.
2. Ela não subiria até que seu filho estivesse grande o suficiente, não somente para
ser levado para lá, mas para ser deixado ali. Caso o levasse até Siló, ela entendia em
seu coração que não poderia mais levá-lo de volta. Observe: Aqueles que estão
firmemente determinados a cumprir seus votos poderão, no devido tempo, ter boas
razões para pagar sua promessa. Tudo fez formoso no seu tempo determinado.
Nenhum animal era aceito para o sacrifício até que tivesse estado por um determinado
tempo debaixo de sua mãe (Lv 22.27). A melhor fruta é a que está madura. Elcana
concorda com o que ela propõe, v. 23: Faze o que bem te parecer a teus olhos. Ele
não queria opor-se a ela; por isso, deixou essa situação inteiramente aos cuidados
dela. Quão bom e quão suave é quando companheiros de jugo caminham juntos e se
adaptam um ao outro, cada um reconhecendo o que o outro faz, especialmente nas
obras de piedade e caridade. Ele acrescenta uma oração: tão-somente confirme o SENHOR a sua palavra, isto é: “Que Deus proteja o menino durante os perigos da infância, para que o voto solene que Deus atendeu ao dar-nos um filho possa ser cumprido no seu devido tempo e, assim, toda a situação seja completada”. Observe: Aqueles que sinceramente dedicaram seus filhos a Deus podem com confiança orar por eles, para que Deus estabeleça a palavra selada a eles, no mesmo tempo que foram seladas para Ele.
IV
A entrada solene do menino no serviço do santuário. Podemos achar que foi por
acaso que ele foi apresentado ao Senhor após 40 dias de vida, como ocorria com
todos os primogênitos (Lc 2.22,23). Esse aspecto não é mencionado aqui, porque não
havia nada de singular nisso; mas, agora que foi desmamado, ele foi apresentado,
não para ser redimido. Alguns acham que isso ocorreu tão logo Samuel foi
desmamado do peito, o que, de acordo com os judeus, não ocorria antes dos três
anos de vida. Lemos que ela criou o filho no peito, até que o desmamou, v. 23. Outros
acreditam que isso não aconteceu antes que fosse “desmamado” de coisas infantis,
aos oito ou dez anos de idade. Mas, não vejo nenhuma inconveniência em permitir a
presença dessa criança no Tabernáculo aos três anos de idade, para ser educado
entre os filhos dos sacerdotes. Lemos, v. 24: E era o menino ainda muito criança, mas,
sendo muito inteligente, não causou nenhum problema. Ninguém é novo demais para
ser devoto. A criança era criança, de acordo com a tradução hebraica, na idade de
aprendizagem. A quem, pois, se ensinaria a ciência a não ser ao desmamado e ao
arrancado dos seios? (Is 28.9). Observe como ela apresentou o seu menino:
1. Com um sacrifício; não menos do que três bezerros, ou seja, uma oferta de
manjares para cada um, v. 24. Um bezerro, talvez, para cada ano da vida da criança.
Ou, um bezerro para o holocausto, outro para o sacrifício pelo pecado e o terceiro
para o sacrifício pacífico. Não passava pela mente dela que, ao apresentar seu filho a
Deus, ela tornava Deus o seu devedor, e que achava que essas ofertas de sangue
eram necessárias para buscar a aceitação de Deus do seu sacrifício vivo. Todos os
nossos concertos com Deus por nós mesmos e pelos nossos deve ser feito por meio
de sacrifício, o grande sacrifício.
2. Com um reconhecimento grato da bondade de Deus pela resposta de sua oração.
Ana expressa esse reconhecimento a Eli, porque ele a havia encorajado a aguardar
por uma resposta de oração, vv. 26,27: Por este menino orava eu. Este menino é fruto
da oração e ele é entregue ao Deus que ouve orações. “O senhor me esqueceu, mas
eu, que agora me apresento com tanta alegria, sou aquela mulher, que há três anos
estava parada diante do senhor aqui, chorando e orando, e esse é o filho pelo qual
estava orando”. Podemos triunfar humildemente pelas respostas de oração, dando
toda glória a Deus. Temos aqui um testemunho público acerca de Deus. “Sou
testemunha de que Ele é gracioso (Sl 116.16-19). Orei por essa misericórdia e
conforto, e o SENHOR me concedeu a minha petição”. Veja também Salmos 34.2,4,6.
Ana não lembra Eli da suspeita que ele havia expressado anteriormente. Ela não diz:
“Eu sou a mulher que o senhor censurou severamente. O que o senhor acha de mim
agora?”. Pessoas íntegras não devem ser repreendidas em relação a suas fraquezas
e descuidos passados. Eles já se arrependeram dessas coisas e não precisam ficar
ouvindo admoestações nesse sentido.
3. Com uma rendição completa de todo o seu interesse nesse filho ao Senhor, v. 28:
Pelo que também ao SENHOR eu o entreguei, por todos os dias que viver. Ele será
“devolvido” (cf. ARA) ou entregue ao SENHOR. (A versão em inglês traz a idéia de
emprestar o menino). Não que ela intentasse tê-lo de volta mais tarde, como nós
fazemos em relação àquilo que emprestamos, mas ela usa essa palavra Shaol,
emprestar, porque é a mesma palavra que havia usado anteriormente (v. 20: o tenho
pedido ao SENHOR), somente em outra inflexão verbal. E, v. 27, o Senhor me
concedeu a minha petição que eu lhe tinha pedido (Shaalti, in Kal), portanto, eu o
emprestei (Hishilti, a mesma palavra no Hifil) e, assim, o nome de Samuel recebe
outra etimologia, não somente pedido de Deus, mas emprestado a Deus. E observe:
(1) Tudo quanto entregarmos a Deus é fruto daquilo que primeiro pedimos e
recebemos dele. Todos os presentes que damos a Ele foram presentes dados por Ele
a nós. Senhor [...] da tua mão to damos (1 Cr 29.14,16).
(2) Tudo que damos a Deus, de acordo com esse relato, foi emprestado (devolvido) a Ele e, por isso, não o pedimos de volta, como uma coisa emprestada. Estamos certos de que Ele certamente irá nos recompensar com juros, para o nosso indescritível proveito, especialmente aquilo que damos ao pobre (Pv 19.17). Quando, pelo batismo, dedicamos nossos filhos a Deus, vamos lembrar que antes pertenciam a Ele pelo seu direito soberano e, que continuam nossos para o nosso consolo. Ana renuncia Samuel para o Senhor, não por certo período, como quando os filhos são enviados como aprendizes de uma profissão, mas durante vita — durante toda sua vida, ele será emprestado (devolvido) ao Senhor, um nazireu para sempre. Essa deve ser a nossa aliança com Deus, uma aliança de casamento; enquanto vivermos devemos ser dele, e jamais abandoná-Lo.
Por último, o filho Samuel fez a sua parte, além do que podia se esperar de alguém de sua idade. Dele lemos: E ele adorou ali ao SENHOR, isto é, ele fez suas orações. Ele era, sem dúvida, extraordinariamente avançado (conhecemos crianças que começaram a ter sensibilidade em relação às coisas de Deus muito cedo), e sua mãe, designando-o para o santuário, tomou todo cuidado para treiná-lo naquilo que seria o seu trabalho no santuário. Observe: Crianças pequenas deveriam aprender a adorar a Deus cedo. Os pais deveriam instruí-las a adorá-Lo da melhor forma possível e Deus graciosamente as aceitará e as ensinará a adorá-Lo de forma muito mais profunda.
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Samuel e os demais profetas.
Samuel exerceu o ministério de Profeta. Não apenas foi profeta, como presidiu sobre outros profetas que se congregavam apara apreender de Samuel (Muito provavelmente, uma escola de profetas como visto em 1 Samuel 10:5 e 19:20 - Elizeu esteve numa dessas congregações, 2 Rs 6:1).
E todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava confirmado por
profeta do Senhor. 1 Samuel 3:20
Então enviou Saul mensageiros para trazerem a Davi, os quais viram uma congregação
de profetas profetizando, onde estava Samuel que presidia sobre eles; e o ESPÍRITO de
DEUS veio sobre os mensageiros de Saul, e também eles profetizaram. 1 Samuel 19:20
Vendo-o, pois, os filhos dos profetas que estavam defronte em Jericó, disseram: O
espírito de Elias repousa sobre Eliseu. E vieram-lhe ao encontro, e se prostraram diante
dele em terra. 2 Reis 2:15
Samuel ungiu dois reis - Saul e Davi. A partir daí os reis passaram a ser ungidos por
profetas e também os profetas oficiais.
Então tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e beijou-o, e
disse: Porventura não te ungiu o SENHOR por capitão sobre a sua herança? 1 Samuel
.10:1
Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos; e desde
aquele dia em diante o ESPÍRITO do Senhor se apoderou de Davi; então Samuel se
levantou, e voltou a Ramá. 1 Samuel 16:13.
Também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel; e também a Eliseu, filho de Safate de
Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar. 1 Reis 19:16.
É a partir de Samuel que surge em Israel o ofício Profeta que não só traria mensagem de DEUS aos reis, como os aconselharia e também escreveriam muito de suas histórias. Por exemplo, Samuel, Natã e Gade fizeram alguns registros reais.
SAMUEL - (Strong português) - שמואלSh ̂emuw’el
Samuel = “seu nome é El” ou Pedido a DEUS, ou Dado por DEUS
Filho de Elcana com sua esposa Ana e juiz, sacerdote e profeta de Israel durante os dias
de Saul e Davi
A Bíblia fornece muita instrução para quem deseja ser usado por DEUS. Não há segredo - Oração, Estudo da Bíblia e Jejum.
O DESENVOLVIMENTO DO MINISTÉRIO DE SAMUEL
1. O crescimento profético de Samuel.
Ana e Elcana eram levitas, povo escolhido por DEUS para o servir no Tabernáculo e
ensinar a Palavra de DEUS aos Israelitas. Na idade em que é acriança é como uma folha
em branco, foram seus pais que lhe imprimiram a Palavra de DEUS. Cremos que o lar de
Samuel foi transformado com sua chegada. Penina não mais a atormentava, Elcana,
cada vez mais a amava, agora também por ser mãe.
Quando Samuel é levado para Siló e entregue a Eli, o Sumo sacerdote e provável penúltimo juiz de Israel, encontra os filhos de Eli em total depravação moral e religiosa (Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial; não conheciam ao Senhor. 1 Samuel 2:12).
Apesar do ambiente desfavorável, Samuel é educado por Eli que era o instruiu em toda
obra do tabernáculo.
E crescia Samuel, e o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou
cair em terra. 1 Samuel 3:19
Eli mostra ser homem de DEUS, pois tinha orado em favor de Ana para que pudesse ter seu primeiro filho e agora ora para que ela tenha mais filhos e DEUS concede sua petição nas duas oportunidades. (1 Sm 1:17,18; 2.20,21)
Ana tem mais filhos agora. Os irmãos que nasceram depois de Samuel, provindo de Ana que deixara de ser estéril e agora era mãe de pelo menos 6 filhos- não temos certeza se 6 (Visitou, pois, o Senhor a Ana, que concebeu, e deu à luz três filhos e duas filhas; e o jovem Samuel crescia diante do Senhor. 1 Samuel 2:21) ou 7 devido a seu cântico que fala de 7 (Os fartos se alugaram por pão, e cessaram os famintos; até a estéril deu à luz sete filhos, e a que tinha muitos filhos enfraqueceu. 1 Samuel 2:5).
Dar a DEUS nossos filhos é demonstrar fé e confiança Naquele que sabe cuidar do futuro.
2. A formação profética de Samuel.
Ana e Elcana criaram Samuel para ser totalmente de DEUS. Eli criou Samuel para ser sacerdote e juiz. DEUS escolheu Samuel para ser Profeta, Sacerdote e Juiz. A criação de uma criança influi diretamente em seu futuro. Quando é criada para servir a DEUS, Ele estará no controle sempre.
Paulo aprendeu com Barnabé (Atos 11:25,26) e Timóteo com Paulo (2 Tm 3.10).
DEUS, provavelmente, chamou Samuel quando ele tinha cerca de 12 anos (1 Sm 3.1-4), ou seja, a mesma faixa etária de JESUS quando foi levado a Jerusalém por seus pais (Lc 2.42), muito provavelmente para ser reconhecido como judeu legítimo, filho da Lei ou da instrução. Era tradição entre os judeus apresentarem seus filhos com 12 anos já recitando o Pentateuco.
Samuel ouviu DEUS o chamando por três vezes, porém não conhecia a DEUS e nunca tinha ouvido sua voz. Pensando ser Eli que o chamara, foi a ele. Na quarta vez, instruído agora por Eli, recebe sua primeira mensagem profética. Era uma mensagem de juízo sobre Eli e sua família, confirmando a mensagem já falada por outro homem de DEUS para Eli, no capítulo 2 (1 Samuel 2:27-36.).
E disse o Senhor a Samuel: Eis que vou fazer uma coisa em Israel, a qual todo o que ouvir lhe tinirão ambos os ouvidos. Naquele mesmo dia suscitarei contra Eli tudo quanto tenho falado contra a sua casa, começarei e acabarei. Porque eu já lhe fiz saber que julgarei a sua casa para sempre, pela iniquidade que ele bem conhecia, porque, fazendo- se os seus filhos execráveis, não os repreendeu. Portanto, jurei à casa de Eli que nunca jamais será expiada a sua iniquidade, nem com sacrifício, nem com oferta de alimentos. 1 Samuel 3:11-14.
É muito importante receber instruções de quem já teve experiências profundas com DEUS. São raríssimos os homens de DEUS, mas existem e têm muita sabedoria adquirida na intimidade com DEUS para nos transmitir.
3. A disciplina de Samuel.
Samuel era prestativo e mantinha-se vigilante a tudo o que Eli dizia e precisava (1 Sm 3.4,5). Qualidade indispensável a um discípulo que quer um dia se tornar mestre. provavelmente era tarde da noite e Samuel ao ouvir a voz de DEUS pensou que Eli estava precisando de alguma coisa. Se dirigiu a Eli pronto para ajudar em tudo o que fosse necessário.
DEUS nos visita a hora em que não pensamos, devemos nos manter vigilantes. Aquele dia, àquela hora era o momento mais importante na vida de Samuel, hora de ouvir a voz de DEUS. Creio que Samuel não conseguiu dormir mais durante aquela noite. O texto diz que Samuel ficou deitado, mas não diz que dormiu mais. Samuel exercia funçao importante - abria a casa do Senhor - Pelo que vemos Samuel não sabia se podia ou não contar o que ouviu de DEUS, a Eli. Também temia pela reação de Eli que poderia entrar em desespero.
E Samuel ficou deitado até pela manhã, e então abriu as portas da casa do Senhor; porém temia Samuel relatar esta visão a Eli. 1 Samuel 3:15
Estão à disposição do povo de DEUS, na atualidade, vários dons ministeriais Ef 4:11) e do ESPÍRITO SANTO (1 Co 12:8-10). Orientemos nossos filhos e alunos para que busquem receber essas dádivas de DEUS para que toda a igreja seja beneficiada e para que ganhemos milhares de almas para ao Senhor.
AJUDA
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - BÍBLIA
de Estudos Pentecostal.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.
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